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Escola Superior Agrária de Santarém Índice 1. Introdução............................................... 1 2. HACCP.................................................... 2 2.1. Princípios do Sistema de HACCP..........................2 2.2. Implementação do Sistema de HACCP.......................3 3. Maneio Reprodutivo Vacaria ESAS............................3 3.1. Principais Actividades Reprodutivas................... 5 3.2. Avaliação dos Pontos Fortes e Pontos Fracos..............7 3.3. Boas Práticas e Instruções de Trabalho na IA............11 3.4. Perigos na IA........................................17 3.5. Controlo de Pontos Críticos de Control (PCC) na IA.......22 3.6. POPA’s na IA......................................... 23 4. Considerações Finais.....................................24 5. Bibliografia/ Mediagrafia Consultada.....................25

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Índice1. Introdução.........................................................................................................................1

2. HACCP..............................................................................................................................2

2.1. Princípios do Sistema de HACCP............................................................................2

2.2. Implementação do Sistema de HACCP...................................................................3

3. Maneio Reprodutivo Vacaria ESAS...............................................................................3

3.1. Principais Actividades Reprodutivas......................................................................5

3.2. Avaliação dos Pontos Fortes e Pontos Fracos.........................................................7

3.3. Boas Práticas e Instruções de Trabalho na IA.....................................................11

3.4. Perigos na IA...........................................................................................................17

3.5. Controlo de Pontos Críticos de Control (PCC) na IA.........................................22

3.6. POPA’s na IA..........................................................................................................23

4. Considerações Finais......................................................................................................24

5. Bibliografia/ Mediagrafia Consultada..........................................................................25

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1. Introdução

Hoje em dia o sector do leite português depara-se com uma série de problemas,

nomeadamente em relação à competitividade. O facto de outros países produzirem em

maior quantidade e com custos de produção mais baixos, dificulta o escoamento do

produto nacional.

O recente aumento das quotas leiteiras não trouxe benefícios aos produtores, pois

aumentando a oferta reduz o preço do leite. As quotas do leite podem vir a causar maiores

problemas de competitividade em 2015, ano em que se prevê o fim das mesmas.

Embora tenha havido uma evolução notória das explorações a nível genético,

tecnológico e do tamanho das mesmas, a solução de Portugal neste sector nunca irá passar

por competir em quantidade, mas sim em qualidade. Apostar na qualidade e produtos

diferenciados pode ser uma mais valia.

Há que apostar em medidas de segurança na produçao, isto pode passar pela

implementação de planos de HACCP na produção primária.

Na vacaria da Escola Superior Agrária de Santarém desenvolveu-se um pequeno plano

de HACCP, com vista a perceber de que modo é que estes sistemas podem ser benéficos na

produçao de leite. Esta vacaria é uma pequena unidade com uma pequena quantidade de

animais de raça Holstein Frísia e cruzados de Holstein x Parda e Holstein x Simmental.

Neste estudo prático, procurou-se determinar alguns pontos críticos e implementar um

sistema de HACCP na vacaria da ESAS para as actividades reprodutivas, estando mais

desenvolvido á parte da inseminação artificial focando-se nos seus perigos e pontos críticos

de controlo procurando melhorar a performance reprodutiva da vacaria.

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2. HACCP

HACCP é a abreviatura de Hazard Analysis and Critical Control Point que se traduz

por Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos (Noronha, 2008). O HACCP é um

sistema preventivo de controlo da segurança alimentar; que identifica os perigos

específicos e as medidas preventivas para o seu controlo em todas as etapas de produção.

Baseia-se numa abordagem sistemática, documentada e verificável (Noronha, 2008).

Resulta da aplicação do bom senso a princípios técnicos e científicos através de uma

reflexão sobre diversas questões, como:

– O que é o meu produto?

– Que perigos estão associados ao meu processo?

– Em que etapas do processo podem ocorrer?

– Qual a probabilidade destes perigos constituírem um risco para os consumidores?

– Como devo prevenir ou controlar esses perigos de forma a garantir a segurança dos

consumidores? (Noronha, 2008).

Para além de verificarmos a implementação destes sistemas na indústrias alimentar já

se pode verificar a implementação deste sistema na pecuária nomeadamente na avicultura e

bibliografia referente ao HACCP na produção de leite de vaca.

2.1. Princípios do Sistema de HACCP

O sistema de HACCP divide-se em sete princípios:

1. Identificar os potenciais perigos associados à produção de um dado alimento.

Determinar a probabilidade de ocorrência dos perigos e identificar as medidas preventivas

para o seu controlo (Noronha, 2008).

2. Determinar os pontos que podem ser controlados para eliminar os perigos ou minimizar

a sua probabilidade de ocorrência (Noronha, 2008).

3. Estabelecer limites críticos, que assegurem que cada Ponto Crítico (PCC) está sob

controlo (Noronha, 2008).

4. Estabelecer um sistema de monitorização para assegurar o controlo de cada PCC através

de testes ou observações programadas (Noronha, 2008).

5. Estabelecer a acção correctiva a ser tomada quando a monitorização indica que

determinado PCC não está dentro do limite estabelecido (Noronha, 2008).

6. Estabelecer os procedimentos de verificação, incluindo os testes e procedimentos

complementares, destinados a confirmar que o sistema HACCP funciona eficazmente

(Noronha, 2008).

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7. Estabelecer a documentação respeitante a todos os procedimentos e registos apropriados

a estes princípios e à sua aplicação (Noronha, 2008).

2.2. Implementação do Sistema de HACCP

A implementação do sistema de HACCP deve ser feita em três fases:

– Início:

• Definição do âmbito;

• Formação da Equipa HACCP.

– Planeamento:

• Descrição produto e processo;

• Identificação de perigos/riscos;

• Identificação de PCC/Medidas de controlo.

– Implementação:

• Monitorização;

• Acções Correctivas;

• Registos/Arquivo;

• Verificação;

• Correcções ao sistema.

3. Maneio Reprodutivo Vacaria ESAS

No maneio reprodutivo de uma vacaria pretende-se que se faça uma eficiente detecção

de cios nas vacas ou novilhas, para se fazer uma beneficiação por cobrição natural ou

inseminação artificial como é feito no efectivo da Quinta do Galinheiro. É esperado o

sucesso da beneficiação de modo a obtermos uma gestação que irá originar um vitelo e irá

desencadear uma lactação (produção de leite – produto principal de uma exploração

leiteira) (Fig.1).

A eficiência reprodutiva das vacas de leite pode ser afectada essencialmente por três

factores sendo estes:

Factores sanitários;

Factores climáticos;

3

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Eficiente Detecção de Cios

Vaca Gestante

Vitelo

LACTAÇÃO(Produção de Leite)

Beneficiação IA

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Factores nutricionais (Fig.2).

Fig.1 – Objectivo da reprodução, obtenção de

uma lactação.

Fig.2 – Factores que influenciam a eficiência reprodutiva da vaca de leite.

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3.1. Principais Actividades Reprodutivas

Foram destacadas quatro actividades principais são elas:

Detecção de cios;

Beneficiação por inseminação artificial (IA);

Pré-parto;

Pós-parto (Fig.3).

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Entrada à Reprodução

Detecção de Cios

Inseminação Artificial

Retorno ao cio (21 dias)

Não retornou

Diagnostico de gestação precoce (35 dias depois da

IA)

Secagem (220dias) e confirmação da

gestação Refugo

Pré-parto (data prevista do parto – 21

dias)

Idade das novilhas;

Condição corporal das novilhas.

Não detecção:Eficiência da detecção

de cios.

Má fecundação:Aplicação correcta da

técnica;Vacas beneficiadas no

momento certo;Qualidade do sémen.

Morte embrionária (até aos 42 dias)

Retornou

Positivo Negativo

Indução de cio/ovulação

Aborto (entre os 42 e os 260 dias);Condição Corporal das vacas. Positivo Negativo

Parto (280 dias)

Mortinatalidade (260 dias a 24 horas pós-parto;

Distócias

Pós-Parto (21 dias depois do parto)

Entrada á reprodução (reinício de novo ciclo)

Mamites

Hipocalcémia;Retenção placentária;Condição corporal das

vacas;Intervalo de partos;Presença de metrites

Fig.3 – Fluxograma das principais

actividades reprodutivas

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3.2. Avaliação dos Pontos Fortes e Pontos Fracos

Folha de InventárioAvaliação de Pontos Fortes e Pontos Fracos

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Data:

Exploração: Vacaria da Quinta do Galinheiro Veterinário:

Pontuação

Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)

Itens a pontuar 1 2 3 4 5

Detecção de CiosExistência de pelo menos um vaqueiro responsável para detectar o cio X

Conhecimento dos sinais de cio por parte do vaqueiro X

Existência de registos dos últimos cios X

Observação de vacas ou novilhas mais do que uma vez por dia X

Observação das vacas ou novilhas durante meia hora XObservações das vacas ou novilhas decorrem durante a manhã e tarde X

São respeitados horários de observação X

Atenção a vacas com cio precoce e cio tardio XInterferências durante a observação de cios devido a agentes externos X

Exames a vacas que não entram em cio 45 dias após o parto XPercentagem de cios não detectados não deverá ser superior a 20-25% X

Expressão dos sinais de cio das vacas e novilhas X

Eficiência da detecção de cios X

Folha de Inventário

7

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Avaliação de Pontos Fortes e Pontos Fracos

Empresa/ Instituição: Escola Superior Agrária de Santarém

Data:

Exploração: Vacaria da Quinta do Galinheiro Veterinário:

Pontuação

Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)

Itens a pontuar 1 2 3 4 5

Beneficiação – Inseminação Artificial (IA)

Percentagem de vacas gestantes à primeira beneficiação X

Selecção dos melhores animais por razões reprodutivasInseminação de vacas com ciclo éstrico muito longo ou muito curto X

Técnico responsável pela IA X

Qualidade do sémen a nível genético X

Qualidade do sémen a nível físico-químico

Equipamento de IA armazenado em sala limpa X

Exposição do equipamento de IA ao sol X

Temperatura dos tanques do sémen (-195,5 ºC) X

Inseminação das vacas e novilhas feitas na altura correcta X

Contenção dos animais XPresença de agentes externos causadores de stress aos animais durante a IA X

Utilização da pinça para remoção do sémen do tanque XUtilização de termómetro adequado para o descongelamento do sémen X

Temperatura da água 35º-37º durante o descongelamento X

Tempo correcto de descongelamento do sémen (20-30 Seg.) X

Utilização de substâncias espermicidas durante a IA X

IA executada na altura correcta do cio XSémen depositado no corpo do útero ou à entrada de um dos cornos uterinos X

Recolocação de sémen no tanque de armazenamento do sémen X

Repetição de inseminações X

Condição Corporal à beneficiação X

Folha de InventárioAvaliação de Pontos Fortes e Pontos Fracos

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Empresa/ Instituição: Escola Superior Agrária de Santarém

Data:

Exploração: Vacaria da Quinta do Galinheiro Veterinário:

Pontuação

Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)

Itens a pontuar 1 2 3 4 5

Assistência Pré-Parto

Secagem das vacas aos 7 meses X

Condições de boa nutrição para a vaca gestante X

Equilíbrio alimentar energético durante o período seco X

Equilíbrio fosfo-cálcico X

Condições de boa nutrição para o desenvolvimento do feto X

Observar a vaca com o aproximar das horas do parto X

Vacas preparam o parto com 2 a 4 horas de antecedência X

Abortos X

 

Assistência durante o Parto

Partos com presença de técnico ou vaqueiro X

Experiencia de técnicos e vaqueiros na assistência ao parto X

Utilização de equipamento adequado durante o parto X

Puxar o vitelo apenas quando a vaca faz força X

Tempo para expulsar o vitelo é de 1 hora XExame a partos por parte do veterinário com duração superior a 1 hora após o aparecimento das patas dianteiras do vitelo na vulva da vaca X

 

Assistência Pós-Parto

Controlo da involução uterina X

Involução uterina completa antes do 40º dia pós-parto X

Controlo e despiste de metrites X

Ocorrência de retenção da placenta após o parto X

Intervalo de partos na vacaria X

Controlo da condição corporal X

Folha de InventárioAvaliação de Pontos Fortes e Pontos Fracos

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Empresa/ Instituição: Escola Superior Agrária de Santarém

Data:

Exploração: Vacaria da Quinta do Galinheiro Veterinário:

Pontuação

Satisfeito (1) Moderado Insatisfeito (5)

Itens a pontuar 1 2 3 4 5

Diagnósticos de Gestação

Executado por veterinário ou técnico experiente XDiagnóstico por palpação rectal entre o 40º e o 60º dia após a IA X

Diagnóstico por ecografia XVacas que não fazem cio entre o 60º e o 90º dia após IA são reconhecidas como gestantes X

Maneio delicado com os animais X

Contenção dos animais X

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3.3. Boas Práticas e Instruções de Trabalho na IA

Operação ControloMedidas de Controlo/

MonitorizaçãoCritérios Acções Correctivas

Detecção de Cios

Momento do cio

da vaca ou

momento ideal

para inseminar

animais.

Verificar registos da última IA

do animal; o peso vivo das

novilhas que entram à

reprodução e condição

corporal na IA; fazer a IA de

acordo com os sinais de cio.

Inseminar vacas em cio aparente

– que tem vulva com muco

cristalino, deixam-se montar e

aceitam a monta de outras, em

pós-cio aparente – vaca não

aceita mais a monta. Inseminar

vacas paridas à mais de 45 dias.

IA em novilhas com 14 meses e

CC superior a 2,5

Detecções de cio

durante várias vezes ao

dia, sem provocar

stress nos animais e nos

períodos de menor

movimentação. O

vaqueiro tem de

conhecer os sinais de

cio (Fig.4 e 5). Fácil

acesso aos registos e ter

registos actualizados.

Contenção

Stress Número de pessoas a conduzir

animais ao tronco e a conter;

presença de agentes externos

causadores de stress.

Em espaços pequenos uma ou

duas pessoas para conter o

animal de modo a não provocar

danos no mesmo nem nos

operários.

Movimentar animais

com calma. Evitar

movimentar os animais

o mínimo possível.

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Palpação Rectal

Detecção de cio e

higienização do

recto.

Retirar fezes do recto do

animal e verificar a presença

de folículos de graaf num dos

ovários.

Presença de folículos maduros

nos ovários. Ausência de quistos

ováricos.

Técnico experiente a

executar a palpação e

não inseminar animais

sem presença de

folículos maduros e

com quistos ováricos.

Recolha do

Sémen do

Contentor

Tempo a retirar o

sémen do

contentor.

Mergulhar o canister para

recolher o sémen.

Não levar mais de 5 segundos a

retirar a dose de sémen do

contentor.

Abrir o contentor e

localizar o sémen a ser

utilizado. Retirar a dose

com o auxílio de uma

pinça metálica, retire a

dose, se não conseguir,

mergulhe o canister e

tente novamente. Não

repor no contentor

sémen utilizado.

Descongelamento

do Sémen

Temperatura da

água e tempo de

descongelamento.

Mergulhar palhinha em água

tépida dentro de um recipiente

estreito e profundo.

Descongelamento com água a

35ºC-37ºC durante 20 a 30

segundos.

Controlar temperatura

com termómetro

apropriado.

Descongelar uma dose

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de cada vez.

Preparação da

Palheta

Percas de sémen Enxugar e cortar a palheta.

Encaixar palheta na bainha

para que não haja refluxo de

sémen entre a bainha e a

palheta durante a aplicação.

Corte da palheta com a lâmina

em bisel levemente inclinado, ou

recto à extremidade oposta a

bucha. Segurar de maneira firme

o êmbolo plástico da bainha com

uma das mãos e encaixar nele a

extremidade cortada da palheta

até que esta se firme.

Evitar tesoura para

cortar a palheta.

Inseminação

Deposição do

sémen no corpo

uterino ou à

entrada de um dos

cornos uterinos.

Localizar e fixar o cérvix

através da palpação rectal.

Introduzir palheta na vulva e

fazer passar pelo cérvix.

Deposição do sémen. Retirar o

aplicador e depois o braço.

Ter cérvix fixado por palpação

rectal. Depositar o sémen

lentamente depois do último anel

cervical, no início do corpo do

útero.

Utilizar luva durante a

palpação rectal,

certificar da localização

e fixação do cérvix, e

introduzir a palheta

com cuidado no

aparelho reprodutor.

Pós-inseminação Massagem do

clítoris.

Higienização do

local de IA

Fazer massagem ao clítoris.

Retirar luva e retirar o

aplicador. Fazer registos

necessários e fechar o pacote

Limpeza do aplicador periódica.

Registar a informação do sémen

e o animal inseminado.

Retirar aplicador

lentamente, e limpar

com material que não o

danifique. Arrumar

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das bainhas. Guardar e

proteger o material,

nomeadamente o contentor.

Fazer a limpeza do aplicador e

por no lixo material

descartável.

contentor num local

com pouca penetração

da radiação solar.

14

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Fig.4 – comportamentos típico de vacas em cio (http://www.inseminacaoartificial.com.br/cio.htm, 2008)

Sinais do Estro em Vacas Leiteiras – Mudanças da Vulva

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Sem estro

Vulva:

Os lábios têm dobras;

Encontra-se relativamente pequena e

pálida.

Mesmo

antes do

estro

Vulva:

As dobras não se encontram dobradas;

Encontram-se inchadas, macias e com

uma coloração vermelha.

Durante o

estro

Vulva:

Os lábios não têm dobras;

Encontra-se inchada e com uma

coloração vermelha;

É visível um fio de muco transparente.

Depois do

estro

Libertação de sangue é muito comum

(principal sinal);

Pode ser visto em animais com um

estro silencioso.

Gestante

Vulva:

Encontra-se pequena;

Com dobras;

Não apresenta a mesma forma caso não

estivesse em estro.

Fig.5 – Detecção de cio e gestação através do aspecto da vulva (Penner, 1995)

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3.4. Perigos na IA

Durante o trabalho foram estipulados cinco tipos de perigos em várias etapas da IA (Quadro I):

Biológicos;

Físicos;

Químicos;

Humanos;

Bem-Estar/ Ambiente (Fig.6).

Fig.6 – Cinco tipos de perigos.

Quadro I – Perigos por etapas da IA.

Perigo

Biológico Físico QuímicoBem-Estar/ Ambiente

Humano

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Etapa do processo

Tipos de perigos

PerigosAvaliação do

risco Causa/origem do perigoMedidas preventivas de

controloF S

Detecção de

Cios

Bem-estar/ Ambiente

Alteração dos comportamentos de cio das vacas/ novilhas –

deficiente ou não detecção de cios

2 3

Presença de agentes externos que provocam distúrbios

comportamentais nos animais. Condições do piso dos parques.

No momento de detecção apenas devem estar perto do

parque dos animais o responsável pela actividade. O piso do parque deve ter condições para as vacas/ novilhas evidenciarem da

melhor forma os seus sinais de cio.

Biológico 3 4Presença de metrites ou quistos

ováricos.Fazer o despiste de metrites e

quistos ováricos.

HumanoDeficiente detecção de

cios2 2

Falta de eficiência por parte do técnico ou vaqueiro

Detecções feitas durante as partes do dia com menor agitação e três vezes/ dia.

Devem ser tomados em conta todos os sinais de cio*

evidenciados pelos animais.

ContençãoBem-estar/ Ambiente

Stress 3 2Demasiada agitação para a fazer a condução e contenção dos animais.

Evitar o excesso de pessoas para a condução e contenção

das vacas/ novilhas. Duas pessoas organizadas

previamente.

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Palpação

RectalHumano

Deficiente detecção de cios

1 5Falta de eficiência por parte do

técnico ou vaqueiro

Técnico experiente para detectar cios por palpação

rectal.

Recolha do

Sémen do

Contentor

Físico Má qualidade do sémen 1 3

Contentor do sémen congelado aberto durante muito tempo. Tempo excessivo para tirar a dose de sémen

do tubo.

Não levar mais de cinco segundos a retirar a dose de sémen do contentor e usar

pinça na sua remoção.

Descongelame

nto do SémenFísicos Má qualidade do sémen 4 4

Uso de termómetro inadequado para o descongelamento do sémen –

temperatura inadequada da água de descongelamento.

Utilização de um termómetro apropriado para o

descongelamento do sémen.

Preparação da

PalhetaFísico Percas de sémen por

refluxo.1 5

Mau encaixe entre a palheta e a bainha.

Cuidado a encaixar a palheta na bainha

Inseminação Químico Má qualidade do sémen 1 5Utilização de lubrificantes que sejam

espermicidas.Não utilização de

lubrificantes.

19

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Humano Deposição do sémen incorrecta.

1 5Má localização e contenção do cérvix levando à deposição do

sémen na vagina.

Fazer uma boa palpação rectal de modo a localizar e

fixar o cérvix convenientemente.

Biológico Falha da inseminação 3 3

Presença de metrites e/ ou quistos ováricos em vez de folículos

maduros. Mau controlo da Involução uterina.

Bom despiste de metrites e quistos ováricos. Bom controlo da involução

uterina. Tudo através de uma boa actuação do veterinário e boa alimentação dos animais.

Pós-

inseminação

Físico Degradação do sémen armazenado

1 4Arrumação do contentor de sémen e do material de inseminação em sítios

com forte exposição solar.

Arrumar contentor e material de inseminação num local

seguro e com pouca exposição à radiação solar.

Biológicos Contaminação microbiana

2 3

Não colocação de material descartável sujo de fezes ou sangue no lixo. Falta de limpeza do material

de inseminação não descartável.

Limpeza adequada do material de inseminação não descartável e colocação do

material descartável em lixo apropriado.

Legenda:

F – Frequência

S – Significância

20

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3.5. Controlo de Pontos Críticos de Control (PCC) na IA

Etapa do processo Tipo de Perigo PerigoQuestões PCC

PCC1 2 3 4

Detecção de Cios

Bem-estar/ Ambiente Alteração dos comportamentos de cio das vacas/ novilhas –

deficiente ou não detecção de cios

N S PCC

Biológico N S PCC

Humano Deficiente detecção de cios

S S PCC

Contenção Bem-estar/ Ambiente Stress N S S S -

Palpação RectalHumano Deficiente detecção de

cios

S S PCC

Recolha do Sémen do

Contentor

Físico Má qualidade do sémen S S PCC

Descongelamento do

Sémen

Físico Má qualidade do sémen S S PCC

Preparação da PalhetaFísico Percas de sémen por

refluxo.S S PCC

Inseminação

Químico Má qualidade do sémen S N S S -Humano Deposição do sémen

incorrecta.S N S S -

Biológico Falha da inseminação S S PCC

Pós-inseminaçãoHumano Degradação do sémen

armazenadoS N S S -

Questões de PCC

Q1: Existem medidas preventivas para o perigo em questão?

Q2. Este passo é especificamente desenhado para eliminar ou reduzir a probabilidade de

ocorrência para um nível aceitável?

Q3. Pode a contaminação com o perigo identificado ocorrer em excesso do nível aceitável

ou pode aumentar a um nível inaceitável?

Q4 Irá um passo subsequente eliminar ou reduzir a probabilidade de ocorrência do perigo

identificado a um nível aceitável?

Legenda:

S – sim

N – Não

PCC – É PCC

(-) – Não é PCC

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3.6. POPA’s na IA

Parâmetro Valor Objectivo a atingir

Percentagem de vacas

gestantes à primeira IA35% 70%

Percentagem de

diagnósticos de gestação

positivos

38% 80%

23

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4. Considerações Finais

Na vacaria da ESAS verificam-se alguns aspectos que poderiam ser melhorados, no

entanto há que ter em conta a realidade da vacaria. Estamos perante uma vacaria de pequenas

dimensões e que o seu principal não é a venda de leite mas sim para servir de apoio à

aprendizagem nas ciências agrárias.

De um modo geral podemos verificar que o sistema de HACCP pode trazer vantagens ao

sector do leite português das seguintes formas:

Melhor organização das tarefas e actividades da exploração;

Perceber o que se está a fazer bem e pontos a melhorar;

Maior conhecimento da exploração;

Meio efectivo para controlar problemas na produção de leite;

Apostar na prevenção dos problemas poderá traduzir-se em lucros para os produtores

de leite;

Poderá ser uma forma de dinamizar a produção leiteira portuguesa;

Dinamizar estes sistemas na produção primária poderá levar a uma diferenciação da

produção em relação a outros países, aumentando a competitividade;

Rastreabilidade do produto;

Criação de produtos de qualidade;

Transmissão de uma imagem positiva da produção de leite de vaca ao consumidor;

Associar o sistema de HACCP a uma diversificação de produtos poderá reforçar a

preferência dos consumidores;

Poderá facilitar as oportunidades de comércio dentro e fora da União Europeia.

24

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5. Bibliografia/ Mediagrafia Consultada

A. Rocha, J. Carvalheira. (2002) - Parâmetros reprodutivos e eficiência de inseminadores em

explorações de bovinos de leite, em Portugal. Centro de Estudos de Ciência Animal

(CECA/ICETA), Universidade do Porto. In: horta.0catch.com/congressospcv/12.pdf.

Barcellos J; Wilbert C; Velho J. (2007) – Problemas Reprodutivos da Vaca de Leite. In:

http://www.ufrgs.br/zootecnia/nespro/destaques/Reprodu%20Vaca%20leite

%20veranopolis.pdf. Consulta efectuada a 4 de Dezembro de 2008.

http://www.inseminacaoartificial.com.br/cio.htm (2008). Consulta efectuada a 4 de Dezembro

de 2008.

http://www.inseminacaoartificial.com.br/sequencia_ia.htm (2008). Consulta efectuada a 4 de

Dezembro de 2008.

Jordan E. (2007) - Reproductive Success Takes Effort. In: Hoards Hairyman – The National

Dairy Farm Magazine

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