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C AD . S AÚDE C OLET ., R IO DE J ANEIRO , 16 (3): 449- 470, 2008 – 449 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS, DA DOR E DO TRATAMENTO DOS PACIENTES ATENDIDOS EM CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE DOR �ara�er�s�s �f pa�em�rap� a�rea�me�f pa�e�s a��e� a �s�- p��ary �a�e�er Karine Azevedo São Leão Ferreira 1 , Silvia Regina Dowgan T. de Siqueira 2 , Manoel Jacobsen Teixeira 3 RESUMO Centros especializados em dor tendem a tratar pacientes com condições mais com� plexas. O número destes vem aumentando no Brasil, mas o perfil dos seus pacientes ainda não é totalmente conhecido e pode diferir entre centros. O objetivo deste estudo observacional foi descrever as características demográficas, da dor e tratamento de pacientes referidos para tratamento em centro de dor. Os dados foram coletados de 550 pacientes encaminhados consecutivamente para triagem no Centro Multidisci� plinar de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de fev. a dez. de 200. As alterações musculoesqueléticas foram as principais causas de dor, seguidas pelas afecções neuropáticas. A maioria era mulher (62,4%) e tinha 26�59 anos (69,8%). Os pacientes buscaram em média 5,8 médicos, com dor em média há 56,6 m. Os tratamentos farmacológicos mais usados foram AINH (54,6%) e opióides fortes (39,6%) e não�farmacológicos a fisioterapia (45,4%) e bloqueio anestésico (6,4%). Pacientes com afecções não complexas buscam trata� mento em centros de dor e estão inadequadamente tratados. PALAVRAS-CHAVE Dor, centros multidisciplinares da dor, avaliação da dor ABSTRACT Pain centers tend to treat patients with more complex pain conditions. The number of these centers is rising in Brazil, but the profile of their patients is not completely known. The type of patients seen may differ among centers. The aim of the present observational study was to describe demographic, pain and it´s treatment characteris� tics in patients referred to a Pain Center. Data were collected from 550 consecutive new patients seen at the Multidisciplinary Pain Center of The Hospital das Clínicas, University of Sao Paulo from February to December, 200. Musculoskeletal problems �ra em E�ferma�em. ��r�e�a�ra �e�r�s�p�ar �e �r �epar�ame�e Ne�r�a �ra em E�ferma�em. ��r�e�a�ra �e�r�s�p�ar �e �r �epar�ame�e Ne�r�a H�sp�a�as �as e ��r�e�a�ra �e �es�sa � I�s�â�er “�áv�e �r�as �e �ve�ra” �a �a�- �a�e �e �e�a �a U�vers��a�e �e S�a�. E��.: R. �r��e�am�s� 409 ap�. 72 B�a�. S��a�E�: 05590-20 E-ma��: kar�ea�@�sp.�r 2��ra em �as. �r�fess�ra �e�r�s�p�ar �e �r �epar�ame�e Ne�r�a � H�sp�a�as �as �ra em �as. �r�fess�ra �e�r�s�p�ar �e �r �epar�ame�e Ne�r�a � H�sp�a�as �as �a �a�a�e �e �e�a �a U�vers��a�e �e S�a�. �r em Ne�r�a. �r�fess�r �e�r�s�p�ar �e �r �epar�ame�e Ne�r�a � H�sp�a�as �as �r em Ne�r�a. �r�fess�r �e�r�s�p�ar �e �r �epar�ame�e Ne�r�a � H�sp�a�as �as �a �a�a�e �e �e�a �a U�vers��a�e �e S�a�. �v�s�e Ne�r�r�r�a �epar�ame�e Ne�r�a H�sp�a�as �as �a �a�a�e �e �e�a �a U�vers��a�e �e S�a�.

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C a d . S a ú d e C o l e t . , R i o d e J a n e i R o , 16 (3 ) : 449- 470 , 2008 – 449

CaRaCteRíStiCaS demogRáfiCaS, da doR e do tRatamento doS paCienteS atendidoS em CentRo multidiSCiplinaR de doR

��ara��er�s���s �f pa���� �em��rap��� a�� �rea�me�� �f pa��e��s a��e����� a �������s��-p���ary �a�� �e��er

Karine Azevedo São Leão Ferreira1, Silvia Regina Dowgan T. de Siqueira2, Manoel Jacobsen Teixeira3

Resumo

Centros especializados em dor tendem a tratar pacientes com condições mais com�plexas. O número destes vem aumentando no Brasil, mas o perfil dos seus pacientes ainda não é totalmente conhecido e pode diferir entre centros. O objetivo deste estudo observacional foi descrever as características demográficas, da dor e tratamento de pacientes referidos para tratamento em centro de dor. Os dados foram coletados de 550 pacientes encaminhados consecutivamente para triagem no Centro Multidisci�plinar de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de fev. a dez. de 200��. As alterações musculoesqueléticas foram as principais causas de dor, seguidas pelas afecções neuropáticas. A maioria era mulher (62,4%) e tinha 26�59 anos (69,8%). Os pacientes buscaram em média 5,8 médicos, com dor em média há 56,6 m. Os tratamentos farmacológicos mais usados foram AINH (54,6%) e opióides fortes (39,6%) e não�farmacológicos a fisioterapia (45,4%) e bloqueio anestésico (��6,4%). Pacientes com afecções não complexas buscam trata�mento em centros de dor e estão inadequadamente tratados.

PalavRas-chave

Dor, centros multidisciplinares da dor, avaliação da dor

abstRact

Pain centers tend to treat patients with more complex pain conditions. The number of these centers is rising in Brazil, but the profile of their patients is not completely known. The type of patients seen may differ among centers. The aim of the present observational study was to describe demographic, pain and it´s treatment characteris�tics in patients referred to a Pain Center. Data were collected from 550 consecutive new patients seen at the Multidisciplinary Pain Center of The Hospital das Clínicas, University of Sao Paulo from February to December, 200��. Musculoskeletal problems

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were the predominant cause of pain, followed by neuropathic conditions. The majo�rity of patients were women (62.4%) and were 26 to 59 years old (69.8%). They had seen a mean of 5.8 physicians before attending the Pain Center. Pain duration was 56.6 months average. The most pharmacologic treatment prescribed was nonsteroidal anti�inflammatory drugs (54.6%) and strong opióides (39.6%). The non�pharmacologic ones were physiotherapy (45.4%) and anesthetic nerve blocks (��6.4%). Patients with non complex pain problems who look for care in Pain Centers are usually treated inappropriately.

Key woRds

Chronic pain, demographics, treatment, pain center

1. IntRodução

A dor crônica é uma condição bastante prevalente e debilitante (Verhaak et al., ��998; Caraceni & Portenoy, ��999). No Brasil, segundo estudos popula�cionais, a dor crônica, definida como dor com duração igual ou superior a seis meses, foi relatada por 4��% da população com mais de 20 anos de idade e por 5��,4% daqueles com mais de 60 anos, sendo mais prevalente entre as mulheres e localizada principalmente na região dorsal e nos membros inferiores (Sa et al., 2008; Dellaroza et al., 2007).

Os indivíduos com dores crônicas geralmente apresentam sintomas, tais como depressão e insônia, sendo também observada redução da funcionalidade física, dificuldade para caminhar, dificuldades em ter relações sexuais e redução da qualidade de vida (Mossey & Gallagher, 2004; Smith et al., 200��; Nicholson & Verma, 2004; Breivik et al., 2006; Castro et al., 2004; Ferreira et al., 2008; Ohayon & Schatzberg, 2003).

A dor crônica também apresenta repercussões econômicas, como absente�ísmo, redução da jornada diária de trabalho, licenças médicas, aposentadoria e pensões precoces, indenizações trabalhistas e baixa produtividade (Breivik et al., 2006; Arnstein, 2000; Blyth et al. 2003). Além disso, altos custos são gerados ao sistema de saúde, tendo em vista que entre 75% e 80% das pessoas que procu�ram atendimento médico são devido à dor. Destaca�se que destas, 30% a 40% apresentam sinais e sintomas de dor crônica e que pessoas com dor crônica fazem cinco vezes mais uso do sistema de saúde (Elliott et al., ��999; Jensen et al., 2004). Deste modo, a prevenção, o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da dor crônica são fundamentais.

Alguns estudos têm mostrado que características demográficas, tais como sexo e idade, podem influenciar a ocorrência da dor crônica e a resposta a tratamentos (Sa et al., 2008; Mailis�Gagnon et al., 2007). A melhor compreensão destas asso�

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C a R a C t e R í S t i C a S d e m o g R á f i C a S , d a d o R e d o t R ata m e n t o d o S p a C i e n t e S at e n d i d o S e m C e n t R o m u lt i d i S C i p l i n a R d e d o R

ciações pode contribuir para o tratamento mais direcionado destes indivíduos.Os pacientes com dores crônicas podem ser tratados em diferentes locais,

incluindo unidades básicas de saúde, hospitais gerais e mais recentemente em centros e clínicas especializadas em dor. O tratamento em Centros Interdisci�plinares de Dor vem sendo fortalecido devido aos resultados alcançados com o tratamento tradicional não serem satisfatórios e por estes centros serem mais custo�efetivos que as intervenções cirúrgicas e médicas convencionais (Gatchel & Okifuji, 2006; Turk, 2002; MaGracken et al., 2002). Além disso, a dor crônica, por ser multidimensional, precisa realmente ser tratada por uma equipe multi�disciplinar (Melzack & Wall, ��965).

Os pacientes que procuram tratamento em centros de dor tendem a ter alto nível de incapacidade física, dor de longa duração, de difícil controle e constância; utilizam os serviços de saúde freqüentemente (Von Korff et al., 2007); são mais prováveis de fazerem uso de opióides; têm alta prevalência de dor decorrente de lesões associadas ao trabalho; e foram submetidos a diversos tratamentos antes de procurarem os centros e clínicas de dor (Mailis�Gagnon et al., 2007; Gatchel & Okifuji, 2006; Flor et al., ��992; Crook et al., ��989; Weir et al., ��992). No Brasil, o perfil desses pacientes ainda não é totalmente conhecido. Deste modo, o presente estudo visou a descrever as características demográficas da dor e o tratamento de pacientes referidos para tratamento em centro de dor.

2. casuístIca e métodos

Foi realizado um estudo retrospectivo observacional, sendo os dados coleta�dos de 550 pacientes encaminhados consecutivamente para triagem no Centro Multidisciplinar de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (CMD�HCFMUSP) no período de fevereiro a dezembro de 200��. Este Centro é um dos primeiros do Brasil, com atividades iniciadas na década de 80.

A análise e coleta dos dados foram aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa local.

As informações demográficas, a dor e o seu tratamento foram coletados a partir das fichas de avaliação utilizadas nas entrevistas de triagem realizadas por profissionais de saúde do Centro de Dor. As variáveis aferidas foram: sexo, idade, raça, escolaridade, anos de estudo, renda mensal (reais), duração da condição álgica (meses), número de médicos consultados visando ao diagnóstico e/ou ao tratamento da dor, intensidade da dor (escala numérica de 0 a ��0) e tratamentos farmacológicos e não�farmacológicos utilizados para controle da dor. Os dados referentes a impacto e características da dor, bem como a presença de sintomas

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depressivos não foram avaliados. Estes aspectos são avaliados na primeira consulta, não tendo sido estes dados consultados.

A avaliação de triagem visa a identificar características gerais da dor para identificar a qual ambulatório específico, dentro do CMD, o paciente deve ser encaminhado para avaliação detalhada e proposição do tratamento.

A partir do exame físico e da história clínica avaliados pelo médico es�pecialista na triagem, foram estabelecidos diagnósticos segundo os critérios estabelecidos pela International Association for the Study of Pain (IASP) (Merskey & Bogduk, ��994).

As afecções dolorosas diagnosticadas foram agrupadas em ��8 grupos: ��) Dor no membro�fantasma; 2) dor mielopática; 3) lombalgia; 4) artropatias (incluindo artrite, artrose e outras artropatias); 5) outras neuropatias (avulsão e dor neuropática); 6) dor torácica; 7) dor central; 8) neuropatia diabética; 9) neuralgia pós�herpética; ��0) síndrome complexa de dor regional tipo I e tipo II; ����) dor pelve�perineal; ��2) dor isquêmica; ��3) fibromialgia; ��4) afecções musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho (AMERT e LER/DORT); ��5) síndrome dolorosa miofascial; ��6) dor oncológica; ��7) dor pós�laminectomia e ��8) cervicalgia.

Os diagnósticos de dor foram subdivididos em três grupos segundo o me�canismo fisiopatológico subjacente: neuropática (avulsão, dor�fantasma, dor neuropática, neuropatia diabética, neuralgia pós�herpética, mielopatia, torácica, central, síndrome complexa de dor regional tipo I e tipo II, dor isquêmica, lom�bociatalgia e pós�laminectomia), musculoesquelética/nociceptiva (lombalgia, artrite, artrose, artropatia, cervicobraquialgia, pélvica, fibromialgia, síndrome dolorosa miofascial e AMERT/LER/DORT) e oncológica(dores neuropática, nociceptiva ou mista relacionadas ao câncer).

Os dados foram armazenados e analisados utilizando o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão ��3.0, estabelecendo�se as análises descritivas e inferenciais pertinentes ao estudo. As análises descritivas (freqüência, média, desvio�padrão, mediana e quartis) foram utilizadas para caracterizar a amostra do estudo.

As análises inferenciais foram conduzidas para avaliar a relação entre condições dolorosas e características demográficas e clínicas, utilizando os testes apropriados. Entretanto, este é um estudo retrospectivo como uma amostra de conveniência e relativamente pequena, não sendo testada nenhuma hipótese específica. A aderência das variáveis contínuas à curva normal foi avaliada pelo teste Kolmo�gorov�Smirnov para definir quais testes seriam utilizados. A intensidade da dor foi a única variável que apresentou distribuição normal, sendo comparada com o teste de análise de variância (ANOVA). As demais variáveis foram comparadas pelo teste de Kruskal�Wallis. Em ambas as análises, foi posteriormente aplicado

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o teste de múltiplas comparações de Bonferroni. Para avaliar associação entre variáveis categóricas foi aplicado o teste qui�

quadrado de Pearson (2). O nível de significância adotado em todas as análises foi de p�valor <0,05.

3. Resultados

Dos pacientes encaminhados para triagem, a maioria era do sexo feminino (62,4%), era constituída por adultos (69,8%), declarados como brancos (78,7%) e que haviam estudado até o ensino médio (63,��%) com uma mediana de seis anos (Tabelas �� e 2). Os pacientes tinham uma idade média de 48,46 anos e renda mensal mediana de R$ 250,00.

Tabela ��Características demográficas dos pacientes. São Paulo, 200��

Características Musculoesquelética Neuropática Oncológica Total p

n % n % n % n %

Sexo <0,001

Feminino 210 73,7 103 48,4 30 57,7 343 62,4

Masculino 75 26,3 110 51,6 22 42,3 207 37,6

Faixa etária <0,001

≤ 25 anos 21 7,4 11 5,2 - - 32 5,8

26 a 59 anos 214 75,1 141 66,2 29 55,8 384 69,8

≥ 60 anos 49 17,2 61 28,6 23 44,2 133 24,2

Sem resposta 1 0,4 - - - - 1 0,2

Cor da pele 0,083

Branco 212 74,4 180 84,5 41 78,8 433 78,7

Pardo 40 14,0 15 7,0 5 9,6 60 11,0

Negro 26 9,1 17 8,0 5 9,6 48 8,8

Amarelo 5 1,8 - - 1 1,9 6 1,1

Sem resposta 2 0,7 1 0,5 - - 3 0,5

Escolaridade 0,002

Analfabeto 12 4,2 13 6,1 10 19,2 35 6,4

< ensino médio 175 61,4 139 65,3 33 63,5 347 63,1

≥ ensino médio 93 32,6 60 28,2 8 15,4 161 29,3

Sem resposta 5 1,8 1 0,5 1 1,9 7 1,3

Total 285 51,8 213 38,7 52 0,1 550 100,0

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Tabela 2Características demográficas. São Paulo, 200��

Características Total Musculoesquelética Neuropática Oncológica p

Idade (anos)<0,001

(M<O; 0,001)p (N<O; 0,003)

Média (dp) 48,5 (15,3) 46,3 (13,9) 49,3 (16,5) 57,0 (14,0)

Mediana (Q1-Q3) 47,0(37-59) 46,0 (37,0-54,8) 47,0(37,0-61,0) 57,0(48,0-65,0)

Renda Mensal (R$) 0,127

Média (dp) 342,6 (338,4) 360,0 (355,5) 340,5(339,8) 256,4(200,7)

Mediana (Q1-Q3) 250,0(150,0-400,0)

250,0 (150,0-472,5)

220,0 (150,0-400,0)

200,0 (127,5-322,5)

Escolaridade (anos)

<0,001(M>O; 0,001) (N>O; 0,006)

Média (dp) 6,7 (4,3) 7,2 (4,23) 6,6 (4,3) 4,5 (3,88)

Mediana (Q1-Q3) 6,0(4,0-10,0) 7,0 (4,0-11,0) 6,0 (4,0-10,0) 4,0 (2,0-6,0)

Anova: *M= dor musculoesquelética, O= dor oncológica e N = dor neuropática

caRacteRístIcas da doR e do tRatamento

Dos 550 pacientes avaliados, mais que metade tinha dor de origem musculo�esquelética (n=285, 5��,8%), . Os demais pacientes apresentavam dor de origem neuropática (n=2��3, 38,7%), seguidas pelas dores relacionados ao câncer (n=52, 9,5%). (Tabela 3).

Ao serem comparadas as características demográficas verificou�se que pa�cientes com dor relacionada ao câncer eram significativamente mais idosos que aqueles com dores musculoesqueléticas (p<0,00��) e os com neuropatias (p=0,003). Também eram indivíduos com menor escolaridade (p<0,00��), mas com renda semelhante (p=0,��27) (Tabela 2).

Das dores musculoesqueléticas, a fibromialgia a afecção mais freqüente (n=��23, 43,2%), seguida pela lombalgia (��6,5%) e dor miofascial (��4,7%). Das neuropatias, as mais freqüentes foram as outras neuropatias (24,4%), seguidas pela síndrome pós�laminectomia (��5,0%) e neuropatia diabética (��2,7%).

Em relação à distribuição segundo sexo e faixa etária, as dores musculoes�queléticas foram significativamente mais freqüentes nas mulheres que as demais dores (73,7% versus 48,4% e 57,7%, p<0,00��), especialmente a fibromialgia (30%), e indivíduos adultos com idade entre 26 a 59 anos (p<0,00��) (75,��%). Já as dores neuropáticas foram mais observadas entre os homens (p<0,00��) (Tabelas �� e 3).

A lombalgia foi mais freqüentemente observada nos homens (��0,�� versus

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C a R a C t e R í S t i C a S d e m o g R á f i C a S , d a d o R e d o t R ata m e n t o d o S p a C i e n t e S at e n d i d o S e m C e n t R o m u lt i d i S C i p l i n a R d e d o R

7,6%) e adultos (26�59 anos), não sendo diagnosticada entre os jovens e adultos jovens (≤ 25 anos); não foi possível avaliar a significância desta associação. As AMERT, a síndrome dolorosa miofascial e a fibromialgia foram as causas de dor mais freqüentes entre os adultos jovens e homens. Dentre os idosos, as dores oncológicas foram as mais observadas (Tabelas 3 e 4).

Ao serem questionados em relação ao tempo decorrido desde o início da dor, o tempo médio relatado foi de aproximadamente cinco anos, com 50% tendo dor há mais de dois anos e meio (Tabela 5). Mais que metade dos pacientes referiram ter intensidade de dor maior ou igual a 8 quase todo o tempo, sendo que este variou de 6,5 a ��0, sendo compatível com dor moderada a intensa, com média de 7,66. A intensidade da dor não diferiu significativamente entre os pacientes com dores de diferentes etiologias.

Entre os pacientes com dores musculoesqueléticas, os com fibromialgia con�sultaram em média sete médicos e tinham dor em média há seis anos (média= 68,55 meses, DP=75,59) (dados não apresentados em tabelas).

No que se refere ao tratamento da dor, mais de 50% relataram ter procurado ao menos quatro médicos (mediana=4) antes de serem avaliados na triagem do Centro de Dor do HCFMUSP, sendo que os com dores neuropáticas e muscu�loesqueléticas buscaram significativamente maior número de profissionais que aqueles com dor oncológica (p=0,023 e 0,00��, respectivamente). Os pacientes foram tratados principalmente com terapias farmacológicas, sendo que as mais utilizadas foram os antiinflamatórios não�hormonais (54,6%), seguidas pelos opióides fortes (39,6%). Este perfil também foi observado nos pacientes com dores de origem neuropática e musculoesquelética, quando analisados separadamente.

Os tratamentos não�farmacológicos mais utilizados foram a fisioterapia (45,4%), realizada principalmente por pacientes com dores musculoesqueléticas (54,3%) (p<0,00��), mas também sendo elevado o percentual entre aqueles com neuropatias (4��,7%); seguida pela acupuntura, bloqueios anestésicos, infiltração e tratamento psicológico. As infiltrações foram utilizadas principalmente por pacientes com dores de origem neuropática (2��,��%) (p=0,00��) e a acupuntura por indivíduos com dores musculoesqueléticas (20,4%) (p=0,0��7) (Tabela 6).

Em relação ao tratamento farmacológico adjuvante, os antidepressivos tricí�clicos foram os mais utilizados (29,5%), seguidos pelos anticonvulsivantes (27,3%) e pelos neurolépticos fenotiazínicos (25%). Os anticonvulsivantes foram mais utilizados por quem apresentava dores neuropáticas (p=0,009) e os antidepres�sivos foram semelhantemente utilizados por pacientes com dores neuropáticas e musculoesqueléticas, sendo menos utilizados por aqueles com dores relacionadas ao câncer, mas não sendo esta diferença estatisticamente significante (p=0,282).

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4. dIscussão

O perfil dos pacientes referidos para tratamento no Centro Multidisciplinar de Dor do HCFMUSP não diferiu do perfil de pacientes encaminhados para centros no Canadá e Arábia Saudita, onde a maioria apresentava dores de origem musculoesquelética, principalmente fibromialgia e lombalgia. Entretanto, em nosso Centro, o percentual das dores musculoesqueléticas foi maior (5��,8 versus 40,8% e 43% no Canadá e 45,4% na Arábia) (Mailis�Gagnon et al., 2007; Fitzcharles et al., 2004; Kaki, 2006).

Tabela 3Distribuição das afecções dolorosas segundo mecanismo da dor e sexo.São Paulo, 200��

Características Total Mulheres Homens Musculoesquelética Neuropatias

(n=550) (n=343) (n=207) (n=285) (n=213)

n % % % % %

Dor no membro fantasma 4 0,7 0,3 1,4 - 1,9

Dor mielopática 22 4,0 0,9 9,2 - 10,3

Lombalgia 47 8,5 7,6 10,1 16,5 -

Artropatias 26 4,7 4,4 5,3 9,1 -

Dor torácica 1 0,2 - 0,5 - 0,5

Dor central 14 2,5 2,0 3,4 - 6,6

Cervicalgia 7 1,3 1,2 1,4 2,5 -

Neuropatia diabética 27 4,9 5,0 4,8 - 12,7

Síndrome complexa de dor regional 16 2,9 2,9 2,9 - 7,5

Dor pélvica 16 2,9 3,8 1,4 5,3 -

Fibromialgia 123 22,4 30,0 9,7 43,2 -

Neuropatia pós-herpética 15 2,7 2,9 2,4 - 7,0

Dor isquêmica 7 1,3 0,9 1,9 - 3,3

AMERT* 25 4,5 6,4 1,4 8,8 -

Lombociatalgia 23 4,2 3,2 5,8 - 10,8

Síndrome dolorosa miofascial 42 7,6 7,9 7,2 14,7 -

Outras neuropatias 52 9,5 5,8 15,5 - 24,4

Dor relacionada ao câncer 51 9,3 8,7 10,1 - -

Síndrome pós-laminectomia 32 5,8 6,1 5,3 - 15,0

Total 550 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

*Afecções musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho.

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A elevada freqüência da lombalgia poderia ser decorrente do aumento da incidência de depressão, sobrepeso, sedentarismo, postura inadequada e tabagismo na população, embora não tenham sido avaliados no presente estudo (Cerragee et al., 2005; Neuhauser et al., 2005). Programas educativos que abordaram temas referentes à ergonomia, desempenho correto das atividades no trabalho e uso de estratégias farmacológicas e não�farmacológicas para o controle da dor mos�traram�se efetivos na redução da incidência e dos custos direto e indireto das lombalgias (Kim et al., 2004).

A lombalgia foi mais freqüente nas mulheres, adultos (26�59 anos) e idosos (≥ 60 anos). Perfil semelhante a este, principalmente no que se refere à maior prevalência entre as mulheres, foi também observado na Turquia e na Alemanha (Neuhauser et al., 2005; Oksuz, 2006).

Tabela 4Distribuição dos diagnósticos de dor segundo faixa etária. São Paulo, 200��.

Afecção dolorosa Faixa etária

≤ 25 anos 26-59 anos ≥ 60 anos

N % N % N %

Dor no membro-fantasma - - 2 5 2 1,5

Dor mielopática 2 6,3 12 3,1 8 6,0

Lombalgia - - 38 9,9 9 6,8

Artropatias 3 9,4 11 2,9 12 9,0

Dor torácica - - - - 1 8

Dor central - - 12 3,1 2 1,5

Cervicalgia - - 7 1,8 - -

Neuropatia diabética 1 3,1 15 3,9 11 8,3

Síndrome complexa de dor regional 1 3,1 13 3,4 2 1,5

Dor pélvica 1 3,1 10 2,6 5 3,8

Fibromialgia 7 21,9 101 26,3 15 11,3

Neuropatia pós-herpética 1 3,1 4 1,0 10 7,5

Dor isquêmica - - 3 8 4 3,0

AMERT* 4 12,5 20 5,2 1 8

Lombociatalgia 1 3,1 15 3,9 7 5,3

Síndrome dolorosa miofascial 6 18,8 28 7,3 7 5,3

Outras neuropatias 5 15,6 36 9,4 11 8,3

Dor relacionada ao câncer - - 28 7,3 23 17,3

Síndrome pós-laminectomia - - 29 7,6 3 2,3

Total 32 100,0 384 100,0 133 100,0

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A fibromialgia, além da elevada freqüência, estava associada a maior tempo de dor e procura de expressivo número de médicos, sugerindo que muitos gastos decorreram da presença deste tipo de dor. Embora não tenham sido identificados estudos brasileiros avaliando os custos diretos e indiretos da fibromialgia, outros estudos mostraram que os custos com o tratamento da fibromialgia foram similares aos do diabetes e da hipertensão (Doron et al., 2004) e superiores aos dos indivíduos com outros tipos de dores difusas (White et al., ��999). Apesar dos custos similares, os indivíduos com fibromialgia foram referidos mais freqüentemente a especialistas e a procedimentos diagnósticos, visitaram os médicos com maior freqüência que diabéticos e hipertensos (Doron et al., 2004) e utilizavam maior quantidade de medicamentos que os com dores difusas (White et al., ��999).

As dores relacionadas ao trabalho (DORT) também foram bastante freqüentes,

Tabela 5Características da dor e do tratamento segundo tipo de dor. São Paulo, 200��

Características Total Musculoesquelética Neuropática Oncológica p*

Duração (meses)

0,001(M>O; <0,001)

(N>O; 0,014)

Média (dp) 56,58 (76,24) 64,93 (83,07) 54,01 (71,16)20,67

(36,10)

Mediana (Q1-Q3)30,00 (10,00-

72,00)36,00 (15,00-

81,00)24,00(7,00-

73,00)7,00(5,00-

15,00)

No. de médicos consultados

0,002 (M>O; 0,001) (N>O; 0,023)

Média (dp) 5,82 (5,79) 6,37 (6,46) 5,69 (5,1) 3,29 (3,52)

Mediana (Q1-Q3)4,00 (2,00-

7,00) 5,00 (3,00-8,00)3,00-8,00)4,00(2,00-

8,00)2,00(1,00-

4,00)

Intensidade da dor

0,080

Média (dp) 7,66 (2,16) 7,94 (1,79) 7,28 (2,58) 7,97(1,57)

Mediana (Q1-Q3)8,00 (6,50-

10,00) 8,00 (7,00-9,50)8,00 (5,00-

10,00)8,00 (6,62-

9,75)

* teste Kruskal-Wallis; M= dor musculoesquelética, O= dor oncológica e N = dor neuropática

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principalmente entre os adultos jovens na faixa etária produtiva da sociedade. Esta maior ocorrência poderia estar associada à execução de atividades repetiti�vas, longa jornada de trabalho, postura inadequada, depressão, inabilidade para

Tabela 6Comparação da freqüência de uso dos tratamentos farmacológicos e não�farma�cológicos segundo mecanismo de dor. São Paulo, 200��

TratamentosTotal Musculoesquelética Neuropática Oncológica p

(n=280) (n=204) (n=51)

n % n % n % n %

Não-farmacológicos

Medidas físicas 11 2,1 9 3,2 2 1,0 - - 0,120

Crendices* 35 6,5 16 5,7 19 9,3 - - 0,046

Remédio caseiro 50 9,3 17 6,1 31 15,2 2 3,9 0,002

Acupuntura 94 17,6 57 20,4 35 17,2 2 3,9 0,017

Massagem 41 7,7 23 8,2 18 8,8 - - 0,098

Fisioterapia 243 45,4 152 54,3 85 41,7 6 11,8 <0,001

Psicologia 77 14,4 44 15,7 33 16,2 - - 0,009

Procedimentos neurocirúgicos 46 8,6 23 8,2 23 11,3 - - 0,040

Bloqueio Anestésico 88 16,4 54 19,3 34 16,7 - - 0,003

Infiltração 81 15,1 35 12,5 43 21,1 3 5,9 0,001

Farmacológicos

Miorrelaxantes 52 9,7 34 12,1 18 8,8 - - 0,021

Anestésicos locais 5 0,9 - - 5 2,5 - - 0,149

AINH 292 54,6 200 71,4 79 38,7 13 25,5 <0,001

Opióides fracos 158 29,5 55 19,6 71 34,8 32 62,7 <0,001

Opióides fortes 212 39,6 112 40,0 81 39,7 19 37,3 0,914

Antidepressivos tricíclicos 158 29,5 85 30,4 63 30,9 10 19,6 0,282

Fenotiazínicos 134 25,0 51 18,2 67 32,8 16 31,4 0,001

Anticonvulsivantes 146 27,3 63 22,5 72 35,3 11 21,6 0,009

Corticosteróides 85 15,9 47 16,8 33 16,2 5 9,8 0,451

Vitaminas 72 13,5 34 12,1 37 18,1 1 2,0 0,009

*crenças= banhos, rezas, etc.

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desempenho da função, fadiga (Nicoletti et al., 2008; Mussi & Gouveia, 2008; Griffiths et al., 2007). Algumas intervenções, tais como a prática de atividade física, massagem, relaxamento, intervalos entre atividades e ajustamentos no local de trabalho (ergonomia), poderiam contribuir para reduzir a freqüência das DORT (Verhagen et al., 2007; 2006; Ebara et al., 2007).

As artropatias foram a causa menos freqüente de busca por tratamento no CMD�HCFMUSP, diferentemente do observado em centros no Japão, onde as artropatias foram a primeira causa (33,2%/��8��4 casos), seguidas pelas espondilólise e espondilolistese (��7,9%) e pela síndrome dolorosa miofascial, que também teve percentual superior ao observado em nosso centro (��2,6% versus 7,9%) (Chau, ��994). A menor freqüência destas afecções dolorosas entre os pacientes do Centro de Dor poderia estar associada à faixa etária. Afecções tais como espondilólise, espondilolis�tese e artropatias são geralmente mais freqüentes em idosos e a amostra do presente estudo foi predominantemente constituída por indivíduos com idade inferior a 60 anos (Bridgs, ��989; Yoshimura et al., 2008). Além disso, é importante destacar que no Hospital das Clínicas da FMUSP os pacientes com afecções dolorosas reumatológicas são encaminhados e tratados principalmente nos Ambulatórios de Reumatologia, sendo encaminhados ao CMD apenas quando realmente necessário.

As dores de origem neuropática foram a segunda principal causa de busca por atendimento em Centro de Dor, sendo significativamente mais freqüente entre os homens. Resultado semelhante a este foi observado em Centro de Dor na Arábia Saudita (��9,9% nos homens versus ��2,3% entre as mulheres) (Kaki, 2006).

As dores relacionadas ao câncer foram o principal motivo de visita ao CMD por idosos. Este resultado já era esperado, visto serem as neoplasias mais preva�lentes nesta faixa etária (Wunsch Filho & Moncau,2002). Os pacientes com dor oncológica tinham menor tempo de dor e foram avaliados significativamente por menor número de profissionais antes de buscarem o CMD, que os com dores musculoesqueléticas e neuropáticas. Uma justificativa seria a maior facilidade para o diagnóstico da origem da dor em pacientes com câncer, quando os mesmos não apresentaram história previa de patologias dolorosas. Entretanto, dores secundárias à relacionada ao câncer são muitas vezes negligenciadas. Neste grupo geralmente há uma lesão física que justifica a presença da dor, auxiliando significativamente no estabelecimento do diagnóstico e tratamento (Portenoy & Conn, 2003).

Em relação ao sexo, a maioria era constituída por mulheres, concordando com os relatos de outros estudos desenvolvidos com pacientes adultos e adolescentes em tratamento em Centros de Dor, pacientes estes que apresentaram freqüências de 56,8% a 78% (Kaki, 2006; Vetter, 2008; Hankin et al., 200��). Entre as mulheres as afecções mais comuns foram as musculoesqueléticas, semelhante ao observado na Arábia Saudita (Kaki, 2006), Israel (Buskila et al., 2000) e Londres (White et

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C a d . S a ú d e C o l e t . , R i o d e J a n e i R o , 16 (3 ) : 449 - 470 , 2008 – 461

C a R a C t e R í S t i C a S d e m o g R á f i C a S , d a d o R e d o t R ata m e n t o d o S p a C i e n t e S at e n d i d o S e m C e n t R o m u lt i d i S C i p l i n a R d e d o R

al., ��999). Talvez a maior freqüência de dor entre as mulheres, especialmente dores generalizadas, esteja associada à deficiência ou níveis séricos insuficientes de vitamina D [25(OH)D], o que é observado mais freqüentemente entre as mulheres e tem sido relacionado com a ocorrência de fadiga, obesidade e dores generalizadas (Atherton et al., 2008; Hypponen & Power, 2007); a alterações nos receptores opióides; a influência dos hormônios sexuais no limiar de dor; entre outros fatores (Wiesenfeld�Hallin, 2005; Craft et al., 2004).

Em relação à faixa etária observou�se que os pacientes que buscaram aten�dimento eram em sua maioria adultos jovens e adultos, perfil este diferente dos pacientes japoneses (maioria idosos) (Chau et al., ��994), mas semelhante a dos pacientes atendidos na Arábia Saudita (25,4%/��686 pacientes com 50 a 59 anos) (Kaki, 2006). Em estudo populacional observou�se que houve um declínio na freqüência de dor com o aumento da idade, exceto dores em membros inferiores (Thomas et al., 2004).

Os pacientes relataram intensidade de dor compatível com dor muito intensa (intensidade > 7, na escala de 0���0) (Serlin et al., ��995) na maior parte do tempo, sendo esta queixa também observada em pacientes que buscaram atendimentos em centros na Austrália (Kerr et al., 2004) e Japão (Chau et al., ��994).

A duração da dor nesta amostra de pacientes brasileiros foi superior a dos pacientes adolescentes que buscaram tratamento em centros de dor nos Estados Unidos (> �� ano versus 2,5 anos) (Vetter, 2008) e inferior a dos pacientes com afecções reumatológicas dolorosas crônicas encaminhados para centro de dor no Canadá (5 versus 2,5 anos) (Fitzcharles et al., 2004).

A média de profissionais médicos consultados antes de buscarem tratamento no CMD�HCFMUSP foi superior a dos adolescentes encaminhados para trata�mento em Centro especializado em Dor nos Estados Unidos (4 versus ��) (Vetter, 2008). Os pacientes com dores de origem neuropática, assim como os com dores musculoesqueléticas, consultaram maior número de médicos e tinham dor por período significativamente superior a dos com dores relacionadas ao câncer. Es�tudo europeu mostrou que os doentes com dor neuropática visitavam o médico ao menos uma vez por mês devido a sua dor, estando o aumento da freqüência associado a aumento da intensidade da dor (McDermott et al., 2006).

Os pacientes com dores crônicas, ao buscarem atendimento em Centros de Dor, têm algumas expectativas. Segundo estudo realizado na Nova Zelândia, estes pacientes geralmente esperam uma explicação ou um melhor entendimento do seu problema e tornam�se muito desapontados quando lhes é mencionado que não há nada que possa ser feito. A maioria espera que sejam realizadas investigações adicionais e ocorram mudanças nas medicações prescritas (Petrie et al., 2005). A expectativa da mudança na prescrição decorre do fato de que

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muitos pacientes com dor crônica acreditam que medicamento é o melhor tra�tamento para dor crônica (66,7%/36 casos) e que provavelmente terão sempre que utilizar medicamentos para dor (80,6%), sendo estas crenças considera�das disfuncionais, e que necessitam de intervenção para assegurar o controle adequado da dor, especialmente das dores de origem musculoesquelética que precisam associar medidas físicas ao tratamento farmacológico (Ferreira et al., 2006; Jensen et al., ��999).

Para o tratamento da dor os pacientes utilizaram principalmente fármacos, semelhante ao observado em Centros no Japão e Israel, sendo os antiinflamatórios os mais utilizados (Chau et al., ��994; Buskila et al., 2000). Entre as não�farmacoló�gicas, o bloqueio anestésico de nervos foi um dos freqüentemente utilizados, mas com freqüência inferior à observada no Japão (32,��% versus ��9,3%). A fisioterapia foi quase duas vezes mais utilizada pelos brasileiros que japoneses (2��,4% no Japão e 54,3% no CMD�HCFMUSP) (Chau et al., ��994). Os demais tratamentos não�farmacológicos foram pouco utilizados.

No que se refere à relação entre grupos farmacológicos consumidos e mecanis�mo de dor, observou�se que dos 2��3 pacientes com dor neuropática, apenas 30,9% utilizaram antidepressivos tricíclicos para tratar a dor, 35,3% anticonvulsivantes e 34,8% opióides fracos, sugerindo que estes indivíduos estavam inadequadamente tratados, visto que diversos ensaios clínicos e revisões sistemáticas têm mostrado que os antidepressivos tricíclicos são muito eficazes no controle da dor neuropática (Saarto & Wiffen, 2005; 2007), assim como o uso de anticonvulsivantes, embora não haja completo consenso da sua efetividade (Eisenberg et al., 2007; Wiffen et al., 2000; 2005), e o uso de opióides fracos tais como tramadol (Arbaiza & Vidal, 2007; Hollingshead et al., 2006).

Os tratamentos não�farmacológicos, tais como vitaminas e remédios caseiros, foram mais utilizados pelos pacientes com dores neuropáticas que musculoes�quelética e oncológica. Entretanto este percentual ainda é bastante baixo se comparado com outros estudos que observaram que entre indivíduos com dor neuropática há cinco anos (idade media= 64 anos), 43% (n=77) faziam uso dos tratamentos não�farmacológicos/complementares visando ao alívio da dor, sendo os mais utilizados as vitaminas (35%), acupuntura (30%), remédios caseiros (22%), massagem (2��%) e técnicas de relaxamento (��9%) (Brunelli & Gorson, 2004). Estes tratamentos mostraram�se efetivos no alívio da dor em queimação (p=0,0��) e da insensibilidade (p= 0,03) e mais que um quarto dos pacientes referiram alívio significativo da dor, e utilizaram estas medidas devido ao controle inadequado da dor com apenas os tratamentos farmacológicos, visando a reduzir seus eventos adversos (Brunelli & Gorson, 2004).

Em outro estudo as medidas complementares, tais como meditação, uso de

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ervas chinesas, acupuntura e infiltração de anestésico local (procaína ��%), resul�taram numa redução média de 72,��% da dor quando associadas ao tratamento farmacológico convencional (Hui et al., ��999).

As terapias complementares deveriam ser utilizadas por indivíduos brasileiros com dor, uma vez que, desde a publicação da Portaria no. 97���3/05/2006 pelo Ministério da Saúde do Brasil, foi recomendado implementar ações e serviços relativos às Práticas Integrativas e Complementares por secretarias de saúde de estados, municípios e distritos federais, já estando disponíveis em várias unidades básicas de saúde, a exemplo do município de São Paulo. Embora as evidências da efetividade destas medidas ainda sejam moderadas, os estudos sugerem benefícios (Pittler & Emst, 2008). Deste modo, o uso deveria ser estimulado.

Estas medidas são de custo relativamente baixo e o seu uso poderia resultar em alívio da dor, melhora da qualidade de vida dos pacientes e redução da so�brecarga de pacientes em serviços de atendimento terciário, na previdência social (aposentadorias e licenças saúde) e nas unidades de atendimento de emergência (Assefi et al., 2008).

O presente estudo apresenta algumas limitações, mas que não invalidam os seus resultados ou ameaçam a sua validade interna. Primeiramente, este estudo inclui apenas pacientes atendidos em um único centro de dor, não podendo ser assegurado que perfil semelhante a este seja observado nos demais centros e clínicas brasileiros. Segundo, por ser este um estudo transversal, as associações observadas entre freqüência da dor com sexo e idade precisam ser melhor investigadas em estudos longitudinais. Terceiro, não foram avaliadas as características, caráter, impacto da dor e a presença de sintomas psiquiátricos, dados que poderiam auxiliar na caracterização dos indivíduos avaliados.

Concluindo, os pacientes que procuram atendimento em centro especializado em dor tinham, em sua maioria, dores de origem musculoesquelética, seguidos pelos com dores neuropáticas, sendo a freqüência dependente do sexo, faixa etária, escolaridade e renda. Os indivíduos eram geralmente mulheres, adultos, brancos, estudaram até o ensino fundamental, tinha dor de longa duração, fo�ram tratados principalmente com os antiinflamatórios, e em algumas situações com fisioterapia e acupuntura, que foram as terapias não�farmacológica mais freqüentemente utilizadas, independente do tipo de dor.

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Recebido em: 23/04/2008Aprovado em: 03/��2/2008

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