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    INDCEINDCEINDCEINDCE

    1. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 12. INTRODUO ...................................................................................................................... 2

    3. CONCEITOS BSICOS .......................................................................................................... 4

    4. CONSIDERAES DA NBR 14.653 ..................................................................................... 12

    5. MTODOS DE AVALIAO ................................................................................................ 26

    5.1 MTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO ........................................... 27

    5.2 MTODO DA RENDA ......................................................................................................... 28

    5.3 MTODO EVOLUTIVO ....................................................................................................... 30

    6. AVALIAO DE IMVEIS RURAIS ...................................................................................... 31

    7. AVALIAO DE TERRA NUA .............................................................................................. 337.1 CLASSE DE CAPACIDADE DE USO DOS SOLOS .................................................................. 34

    7.2 SITUAO ......................................................................................................................... 46

    7.3 FATORES DE HOMOGENEIZAO ..................................................................................... 47

    7.3.1 FATORES DE CLASSE DE CAPACIDADE DE USO ............................................................... 47

    7.3.2 FATORES DE SITUAO ................................................................................................... 53

    7.3.3 FATORES DE HOMOGENEIZAO CONJUGADOS PARA CLASSE DE CAPACIDADE DE

    USO E SITUAO ............................................................................................................. 54

    7.4 PLANEJAMENTO E LEVANTAMENTO AMOSTRAL ............................................................. 58

    7.5 VISTORIA IMVEL AVALIANDO E AMOSTRAS .................................................................. 597.6 HOMOGENEIZAO .......................................................................................................... 60

    7.6.1 NOTA AGRONMICA (NA) .............................................................................................. 62

    7.6.2 DETERMINAO DAS AMOSTRAS SEMELHANTES .......................................................... 63

    7.6.3 FATOR DE ELASTICIDADE (OU OFERTA) .......................................................................... 64

    7.6.4 VALOR DA TERRA NUA (VTN) .......................................................................................... 65

    7.6.5 VALOR DA TERRA NUA INDEXADO (VTNINDEXADO) ...................................................... 66

    7.7 SANEAMENTO AMOSTRAL ............................................................................................... 68

    7.7.1 CRITRIO DA MDIA ARITMTICA ................................................................................... 69

    7.7.2 CRITRIO DO DESVIO PADRO ........................................................................................ 70

    7.7.3 CRITRIO DE CHAUVENET ............................................................................................... 71

    7.7.4 CRITRIO DE ARLEY ......................................................................................................... 72

    7.8 VALOR DA TERRA NUA DO IMVEL AVALIANDO ............................................................. 74

    7.9 INTERVALO DE CONFIANA E CAMPO DE ARBTRIO ........................................................ 75

    8. AVALIAO DE BENFEITORIAS ......................................................................................... 78

    9. AVALIAO DE CULTURAS ................................................................................................ 79

    9.1 AVALIAO DE CULTURAS DOMSTICAS ......................................................................... 80

    9.2 AVALIAO CULTURAS COMERCIAIS................................................................................ 80

    9.3 AVALIAO DE PASTAGENS.............................................................................................. 84

    10. AVALIAO CONSTRUES E EDIFICAES RURAIS ........................................................ 87

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    11. AVALIAO DE MQUINAS E IMPLEMENTOS .................................................................. 93

    12. AVALIAO DE SEMOVENTES........................................................................................... 95

    13. AVALIAO DE MATAS NATURAIS ................................................................................... 96

    14. VALOR TOTAL DO IMVEL RURAL .................................................................................... 9815. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 100

    INDCEINDCEINDCEINDCEDEDEDEDEEQUAESEQUAESEQUAESEQUAES

    EQUAO 1:MTODO DA RENDA..................................................................................................... 29

    EQUAO 2:RENDA LQUIDA........................................................................................................... 29

    EQUAO 3:ORDEM DE IMPORTNCIA DOS FATORES DE SUBCLASSE........................................................ 50

    EQUAO 4:NOTA AGRONMICA (NA) ............................................................................................ 63EQUAO 5:LIMITES DOS DADOS SEMELHANTES GRAU DE FUNDAMENTAO I .......................................... 64

    EQUAO 6:LIMITES DOS DADOS SEMELHANTES GRAU DE FUNDAMENTAO IIOU III ................................ 64

    EQUAO 7:VALOR DA TERRA NUA (VTN) ......................................................................................... 66

    EQUAO 8:VALOR DA TERRA NUA INDEXADO (VTNINDEXADO) ................................................................. 67

    EQUAO 9:MDIA ARITMTICA...................................................................................................... 69

    EQUAO 10:DESVIOPADRO........................................................................................................ 69

    EQUAO 11:LIMITES NO CRITRIO DA MDIA.................................................................................... 69

    EQUAO 12:LIMITES NO CRITRIO DO DESVIOPADRO....................................................................... 70

    EQUAO 13:D/S CRITRIO DE CHAUVENET....................................................................................... 71EQUAO 14:R DO CRITRIO DE ARLEY.............................................................................................. 72

    EQUAO 15:VALOR DA TERRA NUA DA PROPRIEDADE AVALIANDA......................................................... 75

    EQUAO 16:INTERVALO DE CONFIANA (IC) .................................................................................... 75

    EQUAO 17:CAMPO DE ARBTRIO (CA) ........................................................................................... 77

    EQUAO 18:CULTURAS DOMSTICAS.............................................................................................. 80

    EQUAO 19:VALOR ECONMICO (VE) ............................................................................................ 81

    EQUAO 20:RECEITA LQUIDA (RL) ................................................................................................. 82

    EQUAO 21:FATOR DE ATUALIZAO (FA),PARA SRIE DE PAGAMENTOS CONSTANTES (OU UNIFORMES) ..... 82

    EQUAO 22:FATOR DE ATUALIZAO (FA),PARA SRIE DE PAGAMENTOS NICOS.................................... 82EQUAO 23: VALOR ECONMICO (VE), COM FATOR DE ATUALIZAO PARA SRIE DE PAGAMENTOS

    CONSTANTES (OU UNIFORMES) ...................................................................................... 83

    EQUAO 24: VALOR ECONMICO (VE), COM FATOR DE ATUALIZAO PARA SRIE DE PAGAMENTOS

    NICOS..................................................................................................................... 83

    EQUAO 25:VALOR CULTURA,NORMA NBR8.799 .......................................................................... 83

    EQUAO 26:VALOR DAS PASTAGENS............................................................................................... 85

    EQUAO 27:VALOR DAS BENFEITORIAS NO REPRODUTIVAS................................................................ 88

    EQUAO 28:FATOR DE DEPRECIAO.............................................................................................. 89

    EQUAO 29:DEPRECIAO MQUINAS E IMPLEMENTOS..................................................................... 94

    EQUAO 30:VOLUME DE MADEIRA................................................................................................. 96

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    EQUAO 31:VALOR FINAL DA PROPRIEDADE AVALIANDA..................................................................... 98

    EQUAO 32:VALOR FINAL DA PROPRIEDADE AVALIANDA,DESCONTADO O PASSIVO................................... 99

    INDCEINDCEINDCEINDCEFIGURASFIGURASFIGURASFIGURAS

    FIGURA 1COMPOSIO DE UM IMVEL RURAL.................................................................................. 32

    FIGURA 2CRITRIOS EMPREGADOS PARA AVALIAO DE IMVEL RURAL................................................. 33

    FIGURA 3:SISTEMA DE CLASSIFICAO EM CLASSES DE CAPACIDADE DE USO.............................................. 34

    FIGURA 4RESUMO DA VARIAO DO TIPO E DA INTENSIDADE MXIMA DE UTILIZAO DA TERRA SEM RISCO

    DE EROSO ACELERADA EM FUNO DAS CLASSES DE CAPACIDADE DE USO,RETIRADO DE KOZMA

    (1984) ......................................................................................................................... 45

    FIGURA 5:EXEMPLO DE CLASSIFICAO EM CLASSES DE CAPACIDADE DE USO............................................. 46FIGURA 6:ESTRUTURA DE RELAO ENTRE IMVEL PARADIGMA E ELEMENTOS AMOSTRAIS........................... 67

    INDCEINDCEINDCEINDCEDEDEDEDETABELASTABELASTABELASTABELAS

    TABELA 1CLASSIFICAO DOS LAUDOS DE AVALIAO QUANTO FUNDAMENTAO................................ 19

    TABELA 2 PONTUAO PARA FINS DE CLASSIFICAO DAS AVALIAES QUANTO AO GRAU DE

    FUNDAMENTAO......................................................................................................... 20

    TABELA 3 GRAU DE PRECISO DA ESTIMATIVA DE VALOR NO CAOS DE UTILIZAO DO MTODO

    COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO................................................................... 22

    TABELA 4FATORES PARA CLASSIFICAO DOS SOLOS.......................................................................... 44

    TABELA 5CAPACIDADE DE USO DO SOLO E VALOR RELATIVO DE CADA CLASSE DE CAPACIDADE DE USO DO

    SOLO........................................................................................................................... 48

    TABELA 6CAPACIDADE DE USO DO SOLO E VALOR RELATIVO DE CADA CLASSE DE CAPACIDADE DE USO DO

    SOLO........................................................................................................................... 49

    TABELA 7VALORES MDIOS PERCENTUAIS EM FUNO DAS CLASSES DE CAPACIDADE SEGUNDO VRIOS

    AUTORES. .................................................................................................................... 49

    TABELA 8FATORES LIMITANTES CLASSE DE CAPACIDADE DE USO E SUAS SUBDIVISES. ............................... 51

    TABELA 9 VALORES MDIOS PERCENTUAIS EM FUNO DAS CLASSES DE CAPACIDADE DE USO E

    LIMITAES DO SOLO. .................................................................................................... 52

    TABELA 10ESCALA DE VALORES DE TERRAS SEGUNDO A SITUAO E VIABILIDADE DE CIRCULAO. ............... 53

    TABELA 11SITUAO DO IMVEL EM RELAO LOCALIZAO E ACESSO.............................................. 54

    TABELA 12FATORES DE PONDERAO NA OBTENO DO VALOR DAS TERRAS RSTICAS SEGUNDO A CLASSE

    DE CAPACIDADE DE USO E SITUAO SEGUNDO KOZMA ....................................................... 55

    TABELA 13FATORES DE PONDERAO NA OBTENO DO VALOR DAS TERRAS RSTICAS SEGUNDO A CLASSE

    DE CAPACIDADE DE USO E SITUAO SEGUNDO FRANA ...................................................... 56

    TABELA 14FATORES DE PONDERAO NA OBTENO DO VALOR DAS TERRAS RSTICAS SEGUNDO A CLASSE

    DE CAPACIDADE DE USO E SITUAO SEGUNDO O INCRA ...................................................... 56

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    TABELA 15FATORES DE PONDERAO NA OBTENO DO VALOR DAS TERRAS CONSIDERANDO A CLASSE DE

    CAPACIDADE DE USO E SITUAO...................................................................................... 57

    TABELA 16FATORES DE PONDERAO NA OBTENO DO VALOR DAS TERRAS RSTICAS CONSIDERANDO A

    CLASSE E SUBCLASSE DE CAPACIDADE DE USO E SITUAO,SEGUNDO FRANA(1983). ............. 57TABELA 17:MODELO DE UM QUADRO RESUMO PARA O SANEAMENTO..................................................... 68

    TABELA 18D/S CRTICO DO CRITRIO DE CHAUVENET......................................................................... 71

    TABELA 19NVEL DE ................................................................................................................. 73

    TABELA 20CRITRIO DE ARLEY RCRTICO.................................................................................... 73

    TABELA 21VALORES DO PERCENTIL DA DISTRIBUIO DE STUDENT....................................................... 76

    TABELA 22COEFICIENTES DE DEPRECIAO PARA PASTAGENS.............................................................. 86

    TABELA 23COEFICIENTES DE DEPRECIAO PARA CONSTRUES RURAIS................................................ 89

    TABELA 24RAZO DE DEPRECIAO EM FUNO DO TIPO DE CONSTRUO............................................ 89

    TABELA 25FATORES DE DEPRECIAO EM FUNO DO TIPO DE CONSTRUO E DA IDADE........................ 90TABELA 26COEFICIENTES DE DEPRECIAO FSICA E FUNCIONAL........................................................... 92

    TABELA 27COEFICIENTES DE DEPRECIAO FSICA E FUNCIONAL........................................................... 93

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    ENGENHARIA DE AVALIAES APLICADAS A IMVEIS RURAIS

    OBJETIVOS

    1

    1. A aaliao de propriedades rrais matria altamente especialiada, qe eige

    conhecimentos pormenoriados, qer no campo das atiidades agropecrias, qer no

    campo da engenharia de aaliaes. Desta forma se fa necessrio, qe o aaliador tenha

    conhecimento das tcnicas das cincias agrrias (Agronomia, Florestal, Zootecnia e otras) e

    da matemtica, alm dos conhecimentos gerais do mercado imobilirio rral, para a

    eeco da aaliao de m imel rral.Este teto tem como objetio primordial, apresentar aos profissionais de engenharia

    agronmica, agrnomos e florestais, os conceitos tericos bsicos, tiliados na eeco da

    Engenharia de Aaliaes aplicada a Imeis Rrais. Tambm tem o intito de facilitar e

    difndir os conhecimentos j pblicados por diersos profissionais, trabalhos estes qe se

    encontram alsos por todo o pas, a fim de qe os aaliadores tenham cada e mais

    segrana na determinao de jstos alores, os mais primos da perfeio.

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    ENGENHARIA DE AVALIAES APLICADAS A IMVEIS RURAIS

    INTRODUO

    2

    2. O campo de aaliaes de imeis rrais asto e necessita de profissionais

    habilitados e dispostos a trabalhar. Normalmente os mais habilitados so os Engenheiros

    Agrnomos, Agrnomos e Florestais, mas emos tambm mitos Engenheiros Ciis,

    Agrimensores e Corretores trabalhando na rea, mesmo qe sem a deida habilitao.

    A aaliao de imeis consiste na determinao tcnica do alor de m bem o de

    ses rendimentos, graames, frtos, direitos, segros, o de m empreendimento, para madata e m lgar determinado. (Glossrio de Terminologia do IBAPESP).

    No entanto, importante entender qe o alor o o resltado final de ma aaliao,

    qe na maioria das ees enole pesqisas indas das mais simples as mais compleas,

    sobre diersos temas distintos, depende de m mercado lire, onde a oferta e a procra so

    os fatores principais e qe jstificam os resltados.

    , ,

    . , , ,

    , , . (FE)

    Para ma melhor compreenso dos efeitos do mercado, normalmente obserase qe

    qanto menor for oferta de m imel, o qanto maior for sa procra, maior ser se

    alor de mercado, pois esse ser m imel raro. Em contrapartida, para qe o alor de

    mercado do imel esteja abaio de m sposto alor real, menor do qe o bem realmente

    ale, implica qe a oferta est em alta o a procra peqena.

    Para qe m imel seja considerado como rral, no basta qe se site em rea rral

    o no rbana, inclsie ele pode estar localiado em rea rbana, mas sim qe seja

    eplorado com finalidades rrais, como: prodo de gros e frtos, criao de animais,

    prodo de madeira, etc., o seja, so reas onde a melhor alternatia de eplorao

    econmica qalqer ma das atiidades agropecrias eistentes.

    No mbito da aaliao de bens imeis, fase necessrio entender tambm, qe

    alm do terreno (o terra na), eistem as benfeitorias, qe consistem em qalqer

    melhoramento concedido pelo homem, qe no pode ser retirado o remoido, sem sofrer

    algm tipo de dano o fratra. Alm disto, tambm podem ser objeto de aaliao nm

    imel rral: as mqinas e eqipamentos, os eclos, os semoentes, as florestas natias e

    os prodtos diersos.

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    ENGENHARIA DE AVALIAES APLICADAS A IMVEIS RURAIS

    INTRODUO

    3

    Assim sendo, a aaliao de m imel rral enole mito componentes de ma

    propriedade, onde cada m pode demandar conhecimentos especficos e procedimentos

    matemticos distintos, gerando ma grande compleidade ao trabalho de aaliao.

    LIMA (2002) descree mito bem a compleidade destes atribtos, citando meemplo, em qe m elemento de pesqisa chega a ter se alor final formado por at oito

    atribtos, como: rea; localiao; cltras; recrsos natrais; constres; terras; rebanhos

    e oferta.

    A metodologia indicada para a aaliao de imeis rrais recomenda decompor a

    aaliao das propriedades rrais em pelo menos dois elementos distintos: benfeitorias e

    terra na.

    Na aaliao das benfeitorias, comm separar os componentes reprodtios

    (cltras comerciais o domsticas) e no reprodtios (edificaes, obras e melhorias da

    terra, entre otros). Tambm no dee ser esqecido de comptar a tilidade eobsolescncia do item aaliado no momento da alorao deste bem, qe ser representado

    na eqao matemtica pelo coeficiente de depreciao, no caso das edificaes

    depreciao fsica e fncional.

    Entretanto, alm destas caractersticas intrnsecas das propriedades rrais citadas, o

    alor das mesmas tambm inflenciado por fatores eternos, principalmente relacionados

    aos acontecimentos do mercado agropecrio em qe est inserida a nidade de prodo

    aaliada.

    LIMA (2002) relata qe para entender o significado destas inflncias eternas

    essencial qe o aaliador rral compreenda a dependncia do alor das terras rrais naeconomia agrcola. Tratase de ma erdade de mercado qe o alor das terras tende a

    incrementar em tempos de preos de commodites eleados e decrescer qando estas

    commodites baiam de preo, assnto comproado inclsie em diersos estdos.

    Nos ltimos 50 anos srgiram s primeiras normas de aaliaes de imeis, sempre

    organiadas por entidades pblicas e/o instittos oltados para a engenharia de aaliaes.

    Todos foram trabalhos de grande importncia, qe ganharam relencia a partir da dcada

    de 60, poca do grande srto de desapropriaes, qe se estende at a dcada de 70.

    Atalmente a norma brasileira de aaliaes de imeis igente a NBR 14.653, qe

    isa consolidar os conceitos, mtodos e procedimentos gerais para os serios tcnicos de

    aaliaes de bens. Esta norma diidida em diersas partes, Parte 1 Procedimentos

    Gerais e Parte 3 Imeis Rrais consideradas como bsicas para o trabalho na rea.

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    CONCEITOSBSICOS

    4

    3. Entendese por aaliao o conjnto de operaes com as qais se podem somar jo

    sobre o alor de m bem, e, no caso especfico de bens imeis, sobre o jsto alor de ma

    propriedade o de m direito a ela relatio.

    Para mitos atores o processo aaliatrio tem por objetio fiar o alor de troca das

    coisas endeis o o qe se mede pela qantidade de otros bens qe, nma economia de

    trocas, poderia ser obtido por m bem da propriedade aalianda. o poder de aqisio qepode ser comparado com qalqer mercadoria, porm mais cmodo medilo em termos

    monetrios. Neste caso obtendo o preo do prodto, isto , o alor da troca, epresso em

    somas monetrias.

    A ideia de alor est intimamente ligada ideia de tilidade, o seja, s tem alor

    aqilo qe til. Na teoria econmica, conceitase tilidade como a capacidade qe

    possem certos bens de satisfaer ma necessidade, e, mais, para qe ma coisa seja

    considerada til, necessria a ocorrncia de trs condies:

    eistncia de algma relao entre as qalidades dessa coisa e anecessidade o desejo;

    conhecimento desta relao; possibilidade dela (relao) ser tiliada.

    A ideia de alor remonta aos mais elhos costmes de troca, desde o escambo de bens

    entre os primeiros homens. E ainda hoje, estes parmetros etstos so determinantes para

    estabelecer o alor das coisas.

    O alor dos objetos no mecanismo de trocas sempre foi reglado por trs conceitos:

    tilidade; raridade; trabalho em consegilo.

    CAIRES (1978), citado por PELLEGRINO (1983), resme o processo aaliatrio nos

    segintes termos:

    D , ,

    : A . , ,

    . , . D

    .

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    CONCEITOSBSICOS

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    A NBR 14.6531:2001 estabelece no item 3, qe para os efeitos desta norma, aplicam

    se as segintes definies, dentre elas a definio de aaliao de bens, qe :

    3.5 A : A ,

    , , ,

    ,

    , , .

    A dificldade de se obter ma definio nica e precisa para o qe enha a ser alor,

    foi responsel pelo srgimento de das escolas o correntes niersais sobre o qe se

    entende por alor:

    Escola Unialente: defende qe o alor de m determinado bem nico,nm dado momento, qalqer qe seja a finalidade da aaliao;

    Escola Plralista: defende o princpio de qe conceitao de alor podemdar, de acordo com a finalidade de sa determinao.

    Segndo PELLEGRINO (1983), os adeptos da escola o corrente plralista conferem ao

    alor m carter etremamente sbjetio, sjeito as mais diersas ariaes, em fno dos

    mais insignificantes detalhes. Assim qe srge o alor de mercado: enal; contbil;

    intrnseco, artstico; estimatio etc.

    Dado a ineistncia de consenso filosfico entre alor e preo, dado qe o objetio

    final do processo aaliatrio a obteno de ma soma capa de tradir, em termosmonetrios, todos os qesitos objetios e sbjetios deste processo. Distingese, portanto,

    trs conceitos igalmente importantes: Preo de Mercado; Valor de Mercado e Valor

    Potencial.

    Preo de Mercado: o montante de dinheiro qe dee ser entrege o podeser obtido no mercado atio, sob as condies imediatas e eistentes nma

    determinada data. O preo pago pela propriedade desconsidera os

    motios, presses e o conhecimento.

    Valor de Mercado: o preo mais alto, em termos de dinheiro, qe mapropriedade alcanaria nm mercado aberto e competitio, sob todas as

    condies necessrias a ma enda jsta, na qal o comprador e o

    endedor procederiam de forma prdente, com todos os conhecimentos

    indispenseis, assmindo qe o preo no seria afetado por estmlos

    indeidos.

    Valor Potencial: representado pela capacidade qe o imel possi deprodir renda mima.

    Segndo PELLEGRINO (1983), a diferena entre preo e alor de mercado, qe, nmdado momento o alor significa o qe a propriedade ale, enqanto o preo epressa a

    qantia pela qal ele pode ser endido.

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    CONCEITOSBSICOS

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    O alor potencial tiliado em aaliao, para mostrar se, em face do alor potencial,

    m negcio imobilirio oferece atratios para a aplicao do capital.

    Embora a lei refirase a preo de mercado, o termo tcnico mais adeqado alor de

    mercado, conforme definido pelo item 3.44 da NBR 14.6531:2001:

    3.44 Valor de mercado: qantia mais proel pela qal se negociaria

    olntariamente e conscientemente m bem, nma data referncia,

    dentro das condies de mercado igentes.

    Esse alor no necessariamente o preo pelo qal este bem ser transacionado o

    ofertado, pois o alor de mercado m processo matemtico e/o estatstico de

    modelagem de dados, qe so obtidos atras de coleta de informaes sobre os preos

    pelos qais imeis com caractersticas semelhantes foram negociados o esto sendo

    ofertados. Portanto, preo e alor so conceitos distintos. Enqanto o alor de mercado se

    refere ao alor mais proel de m bem, o preo reflete a qantia monetria pela qal o

    bem est sendo transacionado. (PELLI NETO, 2005).

    Segindo o disposto na legislao, considerase jsta a indeniao qe reflita o preo

    atal de mercado do imel em sa totalidade, a incldas as terras e acesses natrais,

    matas e florestas e as benfeitorias indenieis obseradas os segintes aspectos:

    Lei n 8.629, de 25 de feereiro de 1993.

    I localiao do imel;II aptido agrcola;

    III dimenso do imel;

    IV rea ocpada e ancianidade das posses;

    V fncionalidade, tempo de so e estado de conserao das benfeitorias.

    2o Integram o preo da terra as florestas natrais, matas natias e

    qalqer otro tipo de egetao natral, no podendo o preo aprado

    sperar, em qalqer hiptese, o preo de mercado do imel.

    Segndo Demtrio (1991) do ponto de ista jrdico, terra (o "bemderai") pode ser

    conceitada como qalqer poro da sperfcie terrestre sobre o qal podem ser eercidos

    os direitos de propriedade qe diem respeito no somente rea da sperfcie, mas

    tambm a coisas tais como a cobertra egetal natral, as constres e otras benfeitorias

    feitas pelo homem e aqeles objetos qe jaem acima o abaio da sperfcie, tais como

    plantaes e pedreiras, por eemplo.

    O conceito econmico de terra, segndo BARLOWE (1972) mito amplo abrangendo

    o somatrio dos recrsos natrais e daqeles criados pelo homem, sobre os qais a

    possesso de qalqer poro da sperfcie terrestre permite controle. Sbdiidese a terracomo: espao, natrea, fator de prodo, bem de consmo, sitao, propriedade e

    capital, cjas definies so:

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    Terra como espao: espao cbico (jaidas minerais) e espao acima dasperfcie (constres e eploraes agrcolas);

    Terra como natrea: ambiente natral determinado pelas condiesclimticas, topogrficas e edficas;

    Terra como fator de prodo: fonte natral de alimentos, fibras, materiaisde constro, minerais e otras matrias primas tiliadas na sociedade

    moderna. Est estreitamente ligado ao conceito de terra como "bemde

    consmo";

    Terra como sitao: modernamente, grande importncia atribda aoconceito de terra como sitao, isto , sa localiao em relao: ao

    mercado consmidor, ias de acesso e otros aspectos socioeconmicos.

    Em Percia e Aaliao de Engenharia aplicada a Imel Rral a sitao do

    imel aparece, em escala de grandea, logo aps a capacidade de so, naestimatia do alor das terras;

    Terra como propriedade: tem conotao com os direitos eresponsabilidades qe indidos o grpos eercem sobre a posse e so

    da terra.

    Os imeis de destinao rral so aqeles cja melhor alternatia econmica de

    eplorao realiada pela atiidade agrcola, pecria, etratia egetal, florestal o agro

    indstrial, mas no significa qe obrigatoriamente esto sitados na ona rral.

    O Estatto da Terra (Lei n 4.504, de 30 / 11 / 1964), define em se artigo 4 oseginte:

    Artigo 4 Para os efeitos desta Lei, definemse:

    I Imel Rral, o prdio rstico, de rea contna qalqer qe seja a sa

    localiao qe se destina eplorao etratia agrcola, pecria o

    agroindstrial, qer atras de planos pblicos de aloriao, o qer seja,

    pela iniciatia priada;

    II "Propriedade Familiar", o imel rral qe, direta e pessoalmenteeplorado pelo agricltor e sa famlia, lhes absora toda a fora de trabalho,

    garantindolhes a sbsistncia e o progresso social e econmico, com rea

    mima fiada para cada regio e tipo de eplorao, e eentalmente

    trabalho com a ajda de terceiros;

    III "Mdlo Rral", a rea fiada nos termos do inciso anterior;

    IV "Minifndio", o imel rral de rea e possibilidades inferiores s da

    propriedade familiar;

    V "Latifndio", o imel rral qe:

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    a) eceda dimenso mima fiada na forma do artigo 46, 1, alnea "b",

    desta Lei, tendose em ista as condies ecolgicas, sistemas agrcolas

    regionais e o fim a qe se destine;

    b) no ecedendo o limite referido na alnea anterior, e tendo rea igal osperior dimenso do mdlo de propriedade rral, seja mantido

    ineplorado em relao s possibilidades fsicas, econmicas e sociais do

    meio, com fins especlatios, o seja, deficiente o inadeqadamente

    eplorado, de modo a edarlhe a inclso no conceito de empresa rral.

    Obedecendo ao disposto na fndamentao legal, a aaliao de imeis rrais

    consiste na determinao tcnica do preo de mercado do imel como m todo, estando a

    incldas as terras, ses recrsos natrais e benfeitorias.

    Tendo em ista este procedimento, separao do alor da terra na das benfeitorias,

    qando da aaliao, normalmente, os segintes componentes so separados:

    TERRAS so aaliadas em fno de sa capacidade de so, localiao eotros fatores, porm sem egetao e sem benfeitorias, dentro do

    conceito de terra na;

    RECURSOS NATURAIS (desde qe no tenham sido considerados jnto coma terra na) tdo aqilo qe pode ser considerado como ddia da

    natrea qe se encontra sobre o solo, fiado o no a ele, o mesmo logo

    abaio da sperfcie e qe possa ser etrado para ender o ser sado na

    propriedade tais como: matas e capoeiras (madeira e lenha), pedreiras e

    cascalheiras, jaidas diersas, nascentes e qedas d'ga;

    BENFEITORIAS PRODUTIVAS (capital fndirio prodtio) abrangem todasas inoaes introdidas no imel rral capaes de proporcionar

    rendimentos, orindos da enda de ses prodtos: reflorestamentos,

    pastos cltiados o melhorados, cltras permanentes (cafeais, pomares

    etc.);

    BENFEITORIAS NO PRODUTIVAS (capital fndirio ailiar) abrangemtodas as inoaes introdidas no imel rral qe no proporcionamrendimentos prprios, embora contribam para o ito das eploraes.

    o caso das edificaes em geral (casas, galpes, estblos, pocilgas, crrais

    e otras) e dos chamados melhoramentos fndirios (trabalhos de

    conserao do solo, sistemas de irrigao e drenagem, ades e otros

    trabalhos de efeito permanente o prolongado, efetados no prprio

    solo);

    SEMOVENTES (capital de eplorao fio, io) animais de lide e ailiarese os prodtores (o de rendimento);

    MOTORES, MQUINAS E IMPLEMENTOS abrangem eclos, tratores,mqinas de benefcio, conjnto motobomba, arados, grades,

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    ferramentas e tenslios, arreios, mobilirio e otros (capital de eplorao

    fio, inanimado);

    PRODUTOS E MATERIAIS DIVERSOS inclem os prodtos adqiridos nocomrcio (sementes, mdas, fertiliantes, corretios, raes, prodtosfitossanitrios, combsteis e lbrificantes) o os prodidos na

    propriedade e ainda no endidos como colheitas pendentes o

    armaenadas, sementes, estrme e otros (capital de eplorao

    circlante).

    A determinao do alor da riqea mineral no ser inclda no alor de propriedade

    rral neste trabalho, por ser matria estranha aos profissionais das cincias agrrias, e sim

    especfica do Engenheiro de Minas, Gelogo entre otros.

    No entanto, o alor destas jaidas dee o no ser incldo no alor das propriedadesdependendo dentre otros fatores, da eistncia de alar de eplorao, qer seja de

    pesqisa o lara.

    Conforme dito acima, deese separar a terra na das otras benfeitorias eistentes na

    propriedade para faer a aaliao deste imel rral, assim importante definir o qe

    terra na, mas o qe emos no h consenso sobre a definio de terra na, como se pode

    er a segir.

    O INCRA, na sa antiga Instro Normatia 08/93, em se Aneo II, item 4.1,

    apresentaa o seginte conceito de terra na:

    "C ,

    43, , 64 C C.

    Entendese, portanto por acesses natrais tdo o qe se encontrar incorporado a

    terra sem a intereno do proprietrio, o seja, so os elementos natrais eistentes na

    terra, como as reas de egetao natia, rios, etc.

    O antigo Cdigo Ciil apresentaa a seginte definio:

    Artigo 43 So bens imeis;

    Inciso I: "O solo com a sa sperfcie, os ses acessrios e adjacncias

    natrais, compreendendo as rores e frtos pendentes, o espao areo e o

    sbsolo.

    Artigo 64 No se consideram benfeitorias os melhoramentos sobreindos

    coisa sem a intereno do proprietrio, possidor o detentor.

    Analisando os citados artigos, eremos qe primeiro define bem imel e o segndo,

    de forma no mito clara, define benfeitoria.

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    Com a entrada em igor do noo Cdigo Ciil (Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002)

    hoe mdanas nos artigos e definies sobre o qe so bens imeis e benfeitorias, qe

    se encontram transcritos abaio:

    Artigo 79. So bens imeis o solo e tdo qanto se lhe incorporar natral o

    artificialmente.

    Artigo 96. As benfeitorias podem ser olptrias, teis o necessrias.

    1o So olptrias as de mero deleite o recreio, qe no amentam o so

    habital do bem, ainda qe o tornem mais agradel, o sejam, de eleado

    alor.

    2o So teis as qe amentam o facilitam o so do bem.

    3o So necessrias as qe tm por fim conserar o bem o eitar qe se

    deteriore.

    Artigo 97. No se consideram benfeitorias os melhoramentos o acrscimos

    sobreindos ao bem sem a intereno do proprietrio, possidor o detentor.

    Notem qe os conceitos se alteraram m poco, mas qe ainda possem o mesmo

    significado, principalmente se nos atier aos artigos 79 e 97 para definir o conceito de terra

    na.

    A Constitio Federal, no se artigo 184 di qe os imeis desapropriados sero

    indeniados em ttlos da dida agrria e as benfeitorias teis e necessrias em dinheiro,mas em nenhm momento se refere definio de terra na. Podese dedir qe eclindo

    as benfeitorias teis necessrias todo o restante terra na.

    O Estatto da Terra (Lei 4.504/64) e a Lei 8.629/93 em nenhm momento deiam claro

    o conceito de terra na, mas a medida proisria 199734, de 13 de janeiro de 2000, qe

    altero algns artigos destas leis, di o seginte:

    Art. 3 Os artigos 2, 6, 7, 11, 12, 17 e 18 da Lei n. 8.629, de 25 de

    feereiro de 1993, passam a igorar com as segintes alteraes:

    Art. 12 Considerase jsta a indeniao qe reflita o preo atal de mercadodo imel em sa totalidade, a incldas as terras e acesses natrais, matas e

    florestas e as benfeitorias indenieis obseradas os segintes aspectos:

    I localiao do imel;

    II aptido agrcola;

    III dimenso do imel;

    IV rea ocpada e ancianidade das posses;

    V fncionalidade, tempo de so e estado de conserao das benfeitorias.

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    1 Verificado o preo atal de mercado da totalidade do imel,

    procederse dedo do alor das benfeitorias indenieis a serem

    pagas em dinheiro, obtendose o preo da terra a ser indeniado em TDA.

    2 Integram o preo da terra as florestas natrais, matas natias eqalqer otro tipo de egetao natral, no podendo o preo aprado

    sperar, em qalqer hiptese, o preo de mercado do imel.

    A norma ABNT NBR 14.6533 / 2004, admite para fins de clclo de alor da terra na

    a seginte condio, estabelecida pelo artigo 10.1.2:

    A 10.1.2

    ,

    .

    Conclindo, recomendase qe conste no lado e/o parecer tcnico a definio de

    terra na, para dirimir qaisqer didas.

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    4. 14.653Para a determinao do alor de m imel rral, dee ser definido m procedimento,

    onde so segidos regras e fatores. Atalmente os trabalhos de Percias e Aaliaes de

    Engenharia para Imeis Rrais so normatiados pela Associao Brasileira de Normas

    Tcnicas (ABNT), e esto especificados na NBR 14.653, Parte 1 Procedimentos Gerais

    (2001) e Parte 3 Aaliao de Bens: Imeis Rrais (2004).

    A segir destacarseo os principais aspectos da norma igente, assim como teceralgns comentrios sobre a sa aplicao prtica.

    1. Objetio

    1.1. Esta parte da ABNT NBR 14.6533/2004 detalha as diretries e padres

    especficos de procedimentos para a aaliao de imeis rrais,

    especialmente qanto a:

    institio de terminologia, definies, smbolos e abreiatras;

    classificao de sa natrea; descrio das atiidades bsicas;

    definio da metodologia bsica;

    identificao do alor de mercado o otra referncia de alor;

    especificao das aaliaes;

    reqisitos bsicos de lados e pareceres tcnicos de aaliao.

    1.2. Esta parte da ABNT NBR 14.6533/2004 eigel em todas as

    manifestaes tcnicas escritas, incladas s atiidades de Engenharia de

    Aaliaes de Imeis Rrais.1.3. Esta parte da ABNT NBR 14.6353/2004 no tem a inteno de esgotar a

    matria e, sempre qe for jlgado coneniente, deer ser complementada

    o ataliada para atender aos ses objetios.

    Atentem para o fato de qe a norma ma nanimidade, sendo inclsie mito aceita

    nos tribnais, mas no imtel, conforme especificado no item 1.3, o seja, pode e dee

    ser ataliada com o passar dos anos.

    Relacionado ao captlo anterior norma apresenta no item 3.12 o conceito para terra

    na:

    3.12 : .

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    Segndo especifica a norma, a terra na dee ser classificada segndo o Manal

    Brasileiro para Leantamento da Capacidade de Uso da Terra III aproimao o o qe ir a

    sbstitlo para fins de aaliao de imeis rrais, conforme apresentado a segir:

    5.2 Classificao dos componentes dos imeis rrais

    5.2.1 Terras

    5.2.1.1 As terras so enqadradas segndo o Sistema de Classificao da

    Capacidade de Uso das Terras, conforme o Manal Brasileiro para

    Leantamento da Capacidade de Uso da Terra III aproimao, o o qe

    ier a sbstitlo para fins de aaliao de imeis rrais.

    A segir, algns conceitos bsicos e fndamentais para o scesso do trabalho, qe seenqadram nas atiidades bsicas de aaliao de imeis rrais.

    7. Atiidades Bsicas

    7.1. Generalidades: recomendel qe o Engenheiro de Aaliaes

    esclarea, por ocasio da contratao, aspectos essenciais para definir o

    mtodo aaliatrio e eentais neis de fndamentao e preciso qe

    pretende atingir, entre otros:

    # finalidade: desapropriao, aqisio, arrendamento, alienao, daoem pagamento, permta, garantia, fins contbeis, segro, arrematao,

    adjdicao1e otros;

    # objetio: alor de mercado, de compra e enda o de arrendamento;

    otros alores, tais como: alor em risco, alor patrimonial, csto de

    reedio, preo de liqidao forada; indicadores de iabilidade e otros;

    # prao limite preisto para a apresentao do lado;

    # condies a serem tiliadas, no caso de lados de so restrito.

    As atiidades bsicas correspondem s segintes etapas:

    # conhecimento e reqisio de docmentao;

    # istoria;

    # coleta de dados;

    # diagnstico do mercado;

    # escolha e jstificatia dos mtodos e critrios de aaliao;

    # tratamento dos dados de mercado;

    # clclo do alor do imel.

    1 Adjdicao: Ato pelo qal os bens penhorados ao deedor, e leados praa, o leilo, so transmitidos ao

    credor eeqente, o otro deidamente habilitado, a se reqerente e para pagamento do se crdito, por preo igal ao

    da aaliao, qando no hoe licitantes, o pelo alor do maior lano, qando arrematado por terceiros.

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    de fndamental importncia a ateno a todas as etapas citadas para qe o trabalho

    seja feito de maneira criteriosa e correta, possibilitando obter o jsto alor do imel

    aaliando, assim como garantido o cmprimento da imparcialidade do Engenheiro de

    Aaliaes contratado para o serio.De acordo com a norma ABNT NBR 14.6533/2004, no item 7.3, definese istoria

    como:

    A E A ,

    ,

    , . A AB

    B 14.6531/2004,

    , ,

    , 7.3.1 7.3.2.

    No mesmo momento da istoria, o aaliador tem a oportnidade de leantar otras

    informaes itais para a caracteriao do imel e da sa regio de inflncia, fatores

    estes qe podem ser releantes para a aprao do alor da propriedade aalianda.

    drante a istoria qe o aaliador dee faer ma minciosa caracteriao da regio

    e do prprio imel aaliando, qe ai embasar a anlise do mercado agropecrio da regio

    e qal a sa inflncia sobre o preo das terras. Otra tilidade destas informaes destina

    se ao planejamento da pesqisa de elementos amostrais.

    Para todos os trabalhos deese faer antecipadamente m planejamento da pesqisa,

    qe permita m adeqado leantamento de dados de campo, conforme as orientaes dos

    segintes itens da norma igente:

    7.4 Pesqisa para estimatia do alor de mercado

    7.4.1 Planejamento da pesqisa na pesqisa, o qe se pretende a

    composio de ma amostra representatia de dados de mercado de imeis

    com caractersticas, tanto qanto possel, semelhantes s do aaliando,

    sandose toda a eidncia disponel. Esta etapa dee iniciarse pela

    caracteriao e delimitao do mercado em anlise, com o alio de teoriase conceitos eistentes adindas de eperincias adqiridas pelo aaliador

    sobre a formao do alor.

    Na estrtra da pesqisa so eleitas as arieis qe, em princpio, so

    releantes para eplicar a formao de alor e estabelecidas s spostas

    relaes entre si e com a ariel dependente.

    A estratgia de pesqisa referese abrangncia da amostragem e s tcnicas

    a serem tiliadas na coleta e anlise dos dados, como a seleo e abordagem

    de fontes de informao, bem como a escolha do tipo de anlise (qantitatia

    o qalitatia) e a elaborao dos respectios instrmentos para a coleta de

    dados (fichas, planilhas, roteiros de entreista, entre otros).

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    7.4.2 Identificao das arieis do modelo As arieis do modelo so

    identificadas como:

    # ariel dependente: para a especificao correta da ariel dependente,

    necessria ma inestigao no mercado em relao sa condta e s

    formas de epresso dos preos (por eemplo, preo total o nitrio, moeda

    de referncia, formas de pagamento). tambm necessrio obserar a

    homogeneidade nas nidades de medida;

    # ariel independente: as arieis independentes referemse s

    caractersticas fsicas (rea, classes de capacidade de so das terras, entre

    otros), de sitao (acesso, localiao, distncia a centro de referncia,

    entre otros) e econmicas (ofertas o transaes, poca, condio do

    negcio ista o a prao). As arieis deem ser escolhidas com base em

    teorias eistentes, conhecimentos adqiridos, senso comm e otros

    atribtos qe se reelem importantes no decorrer dos trabalhos, pois algmas

    arieis consideradas importantes no planejamento da pesqisa podem se

    mostrar poco releantes posteriormente e iceersa.

    7.4.3 Leantamento de dados

    7.4.3.1 Tem como objetio a obteno de ma amostra representatia para

    eplicar o comportamento do mercado, no qal o imel aaliando est

    inserido.

    7.4.3.3 O leantamento de dados constiti a base do processo aaliatrio.

    Nesta etapa, o Engenheiro de Aaliaes inestiga o mercado, coleta dados e

    informaes confieis preferencialmente a respeito de negociaes

    realiadas e ofertas, contemporneas data de referncia da aaliao, com

    sas principais caractersticas econmicas, fsicas e de localiao. As fontes

    deem ser diersificadas tanto qanto possel. A necessidade de

    identificao das fontes dee ser objeto de acordo entre os interessados. No

    caso de aaliaes jdiciais obrigatria a identificao das fontes.

    7.4.3.4 Os dados de oferta so indicaes importantes do alor de mercado.

    Entretanto, deese considerar sperestimatias qe em geral acompanham

    esses preos e, sempre qe possel, qantificlas pelo confronto com dados

    de transaes.

    7.4.3.6 Os dados de mercado deem ter sas caractersticas descritas pelo

    Engenheiro de Aaliaes at o gra de detalhamento qe permita compar

    los com o bem aaliando, de acordo com as eigncias dos gras de preciso e

    de fndamentao.

    7.4.3.7 Especial ateno dee ser dada classificao de terras dos dados demercado.

    7.4.3.8 Somente sero aceitos os segintes dados de mercado:

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    # transaes;

    # ofertas;

    # opinies de Engenheiros de Aaliaes ligados ao setor imobilirio rral;

    # opinies de profissionais ligados ao setor imobilirio rral;# informaes de rgos oficiais.

    Agora possel compreender melhor a importncia da istoria da propriedade

    aalianda e do planejamento de pesqisa, pois so eles qe o estabelecer as diretries

    para m adeqado e eficiente trabalho de leantamento de dados, conforme eposto nas

    orientaes da norma.

    Todas as propriedades qe compem a amostragem deem, preferencialmente, ser

    istoriadas pelo Engenheiro de Aaliaes, para qe o mesmo possa checar as informaes

    coletadas, possibilitando a correta caracteriao das mesmas. Deese dar preferncia por

    trabalhar com transaes (o negcios realiados) e ofertas, eitandose ao mimo a

    tiliao de opinies o informaes de rgos oficiais.

    Depois de coletados os dados os mesmos deem sofrer m tratamento com o intito

    de checar sa iabilidade de tiliao na determinao de alor da propriedade aalianda,

    conforme descrito a segir:

    7.7 Tratamento dos dados

    7.7.1 Preliminares

    7.7.1.1 recomendel, preliminarmente, a smariao das informaes

    obtidas sob a forma de grficos qe mostrem as distribies de

    freqncia para cada ma das arieis, bem como as relaes entre elas.

    Nesta etapa, erificamse o eqilbrio da amostra, a inflncia das posseis

    arieischae sobre os preos e a forma de ariao, posseis

    dependncias entre elas, identificao de pontos atpicos, entre otros.

    Assim, podemse confrontar as respostas obtidas no mercado com as

    crenas a priori do Engenheiro de Aaliaes, bem como permitir a

    formlao de noas hipteses.7.7.1.2 Nos casos de transformao de pagamento parcelado o a prao de

    m dado de mercado para preo ista, esta dee ser realiada com a

    adoo de ma taa de desconto, efetia, lqida e representatia da

    mdia praticada pelo mercado, data correspondente a esse dado,

    discriminandose a fonte.

    7.7.1.3 No tratamento dos dados podem ser tiliados, alternatiamente e

    em fno da qalidade e da qantidade de dados e informaes

    disponeis:

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    17

    # tratamento por fatores homogeneiao por fatores e critrios,

    fndamentados por estdos conforme 7.7.2.1, e posterior anlise

    estatstica dos resltados homogeneiados;

    # tratamento cientfico tratamento de eidncias empricas pelo so demetodologia cientfica qe lee indo de modelo alidado para o

    comportamento do mercado

    7.7.1.4 Deese lear em conta qe qalqer modelo ma representao

    simplificada do mercado, ma e qe no considera todas as sas

    informaes. Por isso, precisam ser tomados cidados cientficos na sa

    elaborao, desde a preparao da pesqisa e o trabalho de campo, at o

    eame final dos resltados.

    7.7.2 Tratamento por fatores

    7.7.2.1 Os fatores a serem tiliados neste tratamento deem ser indicados

    periodicamente pelas entidades tcnicas regionais reconhecidas, reisados

    periodicamente e deem especificar claramente a regio para a qal so

    apliceis. Alternatiamente, podem ser adotados fatores de

    homogeneiao medidos no mercado, desde qe o estdo de mercado

    especfico qe lhes de origem seja aneado ao lado.

    7.7.2.3 No caso de tiliao de tratamento por fatores, dee ser

    obserado o aneo B.

    7.8.2 O alor de mercado dee considerar o aproeitamento eficiente do

    imel.

    Complementando o tratamento por fatores, eistem algns pontos importantes qe

    esto relatados no Aneo B, transcritos na seqncia.

    B.1 Generalidades

    B.1.1 Neste tratamento de dados, aplicel ao mtodo comparatio direto de

    dados de mercado, admitida a priori a alidade da eistncia de relaes

    fias entre os atribtos especficos e os respectios preos.

    Para isso, so tiliados fatores de homogeneiao calclados conforme

    7.7.2.1, qe reflitam, em termos relatios, o comportamento do mercado com

    determinada abrangncia espacial e temporal.

    B.1.2 recomendel qe sejam tiliados dados de mercado:

    a) com atribtos mais semelhantes posseis aos do imel aaliando;

    b) qe sejam contemporneos. Nos casos de eame de dados no

    contemporneos, desaconselhel a ataliao do mercado imobilirio

    atras de ndices econmicos, qando no hoer paridade entre eles,

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    deendo, neste caso, o preo ser ataliado mediante conslta direta

    fonte. Qando a ataliao na forma mencionada for impraticel, s ser

    admitida a correo dos dados por ndices resltantes de pesqisa no

    mercado.

    Esta noa norma, NBR 14.653 Parte 3, institi o conceito de trabalhar apenas com

    dados semelhantes ao aaliando, segndo critrio estabelecido pela prpria norma, mas

    ariando segndo o gra de fndamentao do trabalho.

    Abaio ma das referncias da norma qanto aos dados semelhantes:

    B.1.2.1 Para a tiliao deste tratamento, considerase como dado de mercado

    com atribtos semelhantes aqeles em qe cada m dos fatores de

    homogeneiao, calclados em relao ao aaliando, estejam contidos entre

    0,50 e 1,50.

    Voltando a anlise da norma, agora disctindo conceitos relacionados com a

    metodologia de aaliao.

    8 Metodologia aplicel

    8.1 Mtodo comparatio direto de dados de mercado Ao tiliar a inferncia

    estatstica com modelos de regresso linear, consltar os reqisitos mnimos

    estabelecidos no aneo A. No caso de tiliao de tratamento por fatores,consltar o aneo B.

    8.2 Mtodo da capitaliao da renda

    8.2.2 No caso de aaliaes de prodes egetais, deem ser obserados

    os procedimentos de 8.2.2.1 a 8.2.2.3.

    8.2.2.1 Os rendimentos lqidos esperados deem ser considerados a

    partir da data de referncia da aaliao at o final da ida til da

    prodo egetal.

    8.2.2.2 Na determinao da renda lqida, deese considerar a receita

    brta, dedido os cstos diretos e indiretos, inclsie o csto da terra

    na, os impostos e o csto de erradicao, se hoer.

    8.2.2.2.1 No clclo do csto da terra na, podese tiliar o csto de

    oportnidade sobre o capital qe ela representa o o alor do se

    arrendamento.

    Atalmente, a norma igente da ABNT institi os conceitos de gra de preciso e de

    fndamentao, em sbstitio aos tipos de lados: epedito, norma e rigoroso da norma

    antiga. Agora feita ma classificao do trabalho do aaliador, segndo o nel de precisodo trabalho apresentado, conforme resmo a segir:

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    9 Especificaes das aaliaes

    9.1 Generalidades

    9.1.1 A especificao de ma aaliao est relacionada tanto com oempenho do Engenheiro de Aaliaes, como com o mercado e as

    informaes qe possam ser dele etradas. O estabelecimento inicial pelo

    contratante do gra de fndamentao desejado tem por objetio a

    determinao do empenho no trabalho aaliatrio, mas no representa

    garantia de alcance de gras eleados de preciso. Qanto ao gra de

    preciso, este depende eclsiamente das caractersticas do mercado e da

    amostra coletada e, por isso, no passel de fiao a priori.

    9.2 Qanto fndamentao

    9.2.1 Os lados de aaliao so classificados qanto fndamentao nos

    gras indicados na tabela 1, de acordo com a soma dos pontos em fno

    das informaes apresentadas.

    Tabela 1 Classificao dos lados de aaliao qanto fndamentao

    Gra

    I II III

    Limite mnimo 12 36 71

    Limite mimo 35 70 100

    Fonte: ABNT NBR 14.653 Parte 3

    Notem qe a classificao dos trabalhos nos respectios gras de fndamentao fica

    cada e mais rigorosa, qe seja pela pontao qe tem qe ser alcanada o pelas

    restries impostas alm da pontao.

    9.2.2 Esta pontao obtida segndo os critrios especificados na norma.

    Qando a finalidade for a aaliao do imel rral como m todo,

    tiliandose o mtodo comparatio direto de dados de mercado,

    conjgado o no com os mtodos de csto e da capitaliao da renda.

    9.2.2.2 O Engenheiro de Aaliaes dee enqadrar se trabalho em

    cada item da tabela 2 da norma (Pontao para fins de classificao

    das aaliaes qanto ao gra de fndamentao). A soma dos pontos

    obtidos nos de itens dee ser tiliada para conferir o gra de

    fndamentao conforme a tabela 1, obseradas as restries de 9.2.3.

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    Tabela 2 Pontao para fins de classificao das aaliaes qanto ao gra de fndamentao

    Item Especificaes das aaliaes de imeis rraisPara determinao da pontao, os alores na horiontal no so cmlatios

    Condio Pts. Condio Pts. Condio Pts.

    1Nmero de dados de mercado efetiamente

    tiliados 3 + 1e no

    mnimo 518 > 5 9 0

    2Qalidade dos dados colhidos no mercado de mesma

    eplorao, conforme 5.1.2Todos 15 Maioria 7

    Minoria o

    asncia0

    3Visita dos dados de mercado por Engenheiro de

    AaliaesTodos 10 Maioria 6

    Minoria o

    asncia0

    4Critrios adotados para aaliar constres e

    instalaes

    Csto de reedio

    por planilha

    especfica

    5

    Csto de

    reedio por

    caderno de

    preos

    3

    Como

    ariel,

    conforme

    aneo A

    3

    5 Critrio adotado para aaliar prodes egetais Conforme 10.3 5

    Por caderno de

    preos 3

    Como

    ariel,

    conforme

    aneo A

    3

    6 Apresentao do Lado, conforme seo 11 Completo 16 Simplificado 1 0

    7Utiliao do mtodo comparatio direto de dados

    de mercado

    Tratamento

    cientfico,

    conforme 7.7.3 e

    aneo A

    15

    Tratamento por

    fatores,

    conforme em

    7.7.2 e aneo B

    12Otros

    tratamentos2

    8 Identificao dos dados amostrais

    Fotogrfica 2 0 0

    Coordenadas

    geodsicas o

    geogrficas

    2

    Roteiro de

    acesso o croqi

    de localiao

    1 0

    9Docmentao do aaliando qe permita sa

    identificao e localiao

    Fotogrfica 4

    Coordenadas

    geodsicas o

    geogrficas

    4 0 0

    10Docmentao do imel aaliando apresentada

    pelo contratante referese a

    Certido dominial

    ataliada2 0 0

    Leantamento

    topogrfico

    planimtrico de

    acordo com

    normas

    2

    Leantamento

    topogrfico

    planimtrico

    2 0

    SOMATRIO PONTUAO

    Fonte: ABNT NBR 14.653 Parte 3

    9.2.3 Obseraes referentes tabela 2 esto descritas de 9.2.3.1 a

    9.2.3.10.

    9.2.3.1 No item 1, se hoer maioria de opinies, fica caracteriado o

    gra I.

    9.2.3.2 k = nmero de arieis independentes:

    # ariel dependente: preo o preo nitrio;

    # arieis independentes (eemplos): rea, classe de solo, sitao

    etc.

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    9.2.3.3 So obrigatrios em qalqer gra:

    # eplicitao do critrio adotado e dos dados colhidos no mercado;

    # istoria do imel aaliando;

    # identificao das fontes;

    # no mnimo trs dados de mercado, efetiamente tiliados.

    9.2.3.4 No caso da impossibilidade de istoria do imel aaliando, o

    profissional pode admitir ma sitao paradigma, conforme em 7.3.2

    da ABNT NBR 14.6531:2001.

    9.2.3.5 obrigatrio nos gras II e III o seginte:

    # a apresentao de frmlas e parmetros tiliados;

    # no mnimo cinco dados de mercado efetiamente tiliados;# a apresentao de informaes relatias a todos os dados

    amostrais e arieis tiliados na modelagem;

    # qe, no caso da tiliao de fatores de homogeneiao, o

    interalo admissel de ajste para cada fator e para o conjnto de

    fatores esteja compreendido entre 0,80 e 1,20.

    9.2.3.6 condio para o enqadramento no gra III:

    # a istoria do imel e dos dados de mercado por engenheiro deaaliaes;

    # a apresentao do lado completo;

    # a tiliao efetia de no mnimo 3(k+1) dados de mercado;

    # qe o nel de significncia (somatrio do alor das das cadas)

    mimo para a rejeio da hiptese nla de cada regressor (teste

    bicadal) seja de 10%;

    # qe o nel de significncia mimo admitido nos demais testes

    estatsticos realiados seja de 1%.

    9.2.3.7 No caso de tiliao de arieis qalitatias qe podem

    assmir n sitaes bem definidas (cdigos alocados), como, por

    eemplo, a sitao (boa, reglar e rim), recomendase considerar (n

    1) arieis dicotmicas para descreer as diferenas qalitatias.

    Qando isto no for possel, a aaliao ter gra de fndamentao

    mimo II.

    9.2.3.8 Se os dados no forem de mesma eplorao (conforme em

    5.12), o modelo adotado pode inclir arieis dicotmicas qe

    eidenciem as diferenas dos respectios mercados.

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    9.2.3.9 Na ineistncia de prodes egetais, constres o

    instalaes o qando estas no forem objeto da aaliao, dee ser

    atribdo o alor mimo nos itens 4 e 5 da tabela 2 para no penaliar

    o enqadramento na tabela 1.9.2.3.10 Para a determinao da pontao, os alores na horiontal

    no so cmlatios e a soma realiada apenas na ertical.

    9.3 Qanto preciso As aaliaes de imeis rrais sero especificadas

    qanto preciso no caso em qe for tiliado eclsiamente o mtodo

    comparatio direto de dados de mercado, conforme a tabela a segir:

    Tabela 3 Gra de preciso da estimatia de alor no caos de tiliao do mtodo comparatio

    direto de dados de mercado

    DescrioGra

    III II I

    Amplitde do interalo de confiana de 80% em

    torno do alor central da estimatia 50%

    Nota: Obserar sbseo 9.1

    Fonte: ABNT NBR 14.653 Parte 3

    A segir destacaremos os procedimentos especficos para a aaliao dos diersos

    componentes eistentes nas propriedades rrais.

    10 Procedimentos especficos

    10.1 Terras Nas

    10.1.1 Na aaliao das terras nas, dee ser empregado,

    preferencialmente, o mtodo comparatio direto de dados de mercado.

    10.1.3 Fatores de homogeneiao No caso de tiliao de fatores de

    homogeneiao, recomendase qe a determinao destes tenha origemnos estdos fndamentados estatisticamente e enola arieis como,

    por eemplo, escalas de fatores de classes de capacidade de so, fatores

    de sitao e recrsos hdricos. Os dados bsicos deem ser obtidos na

    mesma regio geoeconmica onde est localiado o imel aaliando e

    tratados conforme aneo B.

    Importante destacar m ponto do Aneo B, referente ao saneamento amostral:

    B.1.3 Aps a homogeneiao, deem ser tiliados critrios estatsticos

    consagrados de eliminao de dados discrepantes, para o saneamento da

    amostra.

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    23

    Importante ressaltar qe os procedimentos apresentados so fndamentais

    aaliao do bem, mas sa correta aplicao no garantia de scesso, pois no eiste

    tratamento matemtico capa de corrigir as distores deriadas de ma istoria mal feita

    o deficiente, o seja, o trabalho de campo bem feito certea de scesso.Voltando aos procedimentos especficos para a aaliao dos diersos componentes

    eistentes nas propriedades rrais, temse o seginte:

    10.2 Constres e instalaes

    10.2.1 As aaliaes, qando no sado o mtodo comparatio direto de

    dados de mercado, deem ser feitas por oramentos qalitatios e

    qantitatios, compateis com o gra de fndamentao.

    10.2.3 A depreciao dee lear em conta:

    # aspectos fsicos em fno da idade aparente, da ida til e do estado

    de conserao;

    # aspectos fncionais, considerando o aproeitamento da benfeitoria no

    conteto socioeconmico do imel e da regio em conjnto, a

    obsolescncia e a fncionalidade do item.

    10.3 Prodes egetais Na aaliao em separado das prodes egetais

    deese obserar o descrito em 10.3.1 a 10.3.3.

    10.3.1 Dee ser empregado o mtodo da capitaliao da renda para a

    identificao do alor econmico.

    10.3.2 No caso de cltras de ciclo longo no primeiro ano de implantao,

    recomendamse tiliar, alternatiamente ao mtodo da capitaliao da

    renda, o csto de implantao, incldos os cstos diretos e indiretos.

    10.3.3 Nas pastagens, empregase o csto de formao, com a aplicao de

    m fator de depreciao decorrente da diminio da capacidade de

    sporte da pastagem.

    10.3.3.1 Tambm pode ser tiliado o alor presente lqido dos alores

    mdios regionais de arrendamento de pastagens nas mesmas

    condies, pelo perodo restante de sa ida til, dedidos os cstos

    diretos e indiretos, inclsie o csto da terra.

    Um dos pontos criticados na noa norma referese a eclso da aaliao de cltras

    domsticas, atalmente a nfase dada apenas as cltras comerciais, portanto neste

    material reiteramos a necessidade de se aaliar as cltras domsticas, conforme

    metodologia da NBR 8.799 / 1985.

    Voltando aos procedimentos especficos para a aaliao dos diersos componentes

    eistentes nas propriedades rrais, temse o seginte:

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    10.4 Florestas Natias Para a identificao do alor da terra em conjnto com a

    sa floresta natia, deese segir o descrito em 10.4.1 e 10.4.2.

    10.4.1 Dee ser tiliado, sempre qe possel, o mtodo comparatio direto

    de dados de mercado.

    10.4.2 Qando eistir eplorao econmica atoriada pelo rgo

    competente pode ser tiliado o mtodo da capitaliao da renda, onde

    deem ser considerados os cstos diretos e indiretos. Neste caso, se for

    necessrio o inentrio florestal, este dee ser eectado para a rea

    aalianda.

    10.6 Eqipamentos e mqinas agrcolas A aaliao pode ser feita pelo

    mtodo comparatio direto de dados de mercado o pela aprao do csto de

    reedio, qando no eistir mercado para o bem. Recomendase a citao das

    fontes de conslta e apresentao dos clclos efetados.

    10.7 Obras e trabalhos de melhorias das terras Qando estas obras e trabalhos

    de melhoria das terras no tierem sido contemplados em otros itens da

    aaliao, a identificao do alor dee ser feita pelo csto de reedio.

    recomendada a citao das fontes consltadas e apresentao dos clclos

    efetados.

    De acordo com a norma da ABNT NBR 14.6533/2004, na apresentao dos lados de

    aaliao deem constar obrigatoriamente o seginte:

    11 Apresentao de Lados de Aaliao Os lados de aaliao deem ser

    apresentados no modelo completo o simplificado, conforme 11.1 e 11.2.

    11.1 O lado completo dee inclir:

    # identificao da pessoa fsica o jrdica o se representante legal qe

    tenha solicitado o trabalho;

    # objetio (eemplo: alor de mercado o otro alor) e finalidade

    (eemplo: garantia, dao em pagamento, enda e compra) da aaliao;

    # presspostos conforme, 7.2.2 ABNT NBR 14.6531/2001, ressalas e

    fatores limitantes;

    # roteiro do acesso ao imel;

    # planta esqemtica de localiao;

    # descrio da regio, conforme 7.3.1;

    # identificao e caracteriao do bem aaliado, conforme 7.3.2;

    # data da istoria;

    # descrio detalhada das terras (7.3.2.2), constres, instalaes(7.3.2.3) e prodes egetais (7.3.2.4);

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    25

    # descrio detalhada das mqinas e eqipamentos (7.3.2.6); # obras e

    trabalhos de melhorias das terras (7.3.2.5);

    # classificao conforme seo 5;

    # indicao do(s) mtodo(s) tiliado(s), com jstificatia da escolha;# pesqisa de alores, atendidas as disposies de 7.4;

    # descrio detalhada das terras, do imel da amostra conforme 5.2.1;

    # memria de clclo do trabalho tiliado;

    # diagnstico de mercado;

    # data da istoria, conclso, resltado da aaliao e sa data de

    referncia;

    # especificao da aaliao, com gra de fndamentao e preciso;

    # local e data do lado;

    # qalificao legal completa e assinatra do(s) profissional(ais)responsel(ais) pela aaliao.

    11.2 O lado simplificado dee inclir:

    # identificao da pessoa fsica o jrdica e / o se representante legal

    qe tenha solicitado o trabalho;

    # objetio da aaliao;

    # roteiro de acesso ao imel aaliando;

    # identificao e caracteriao do bem aaliando (terras, prodes

    egetais, etc.);

    # indicao do(s) mtodo(s) tiliado(s), com jstificatia da escolha;

    # especificao da aaliao;

    # data da istoria, conclso, resltado da aaliao e sa data de

    referncia;

    # qalificao legal completa e assinatra do(s) profissional(ais)

    responsel(eis) pela aaliao;

    # local e data do lado.

    Otras consideraes sobre a norma sero apresentadas no decorrer do trabalho,

    qando necessrio para esclarecer os procedimentos recomendados para a aaliao de m

    determinado item.

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    MTODOSDEAVALIAO

    26

    5. Uma constante preocpao da Engenharia de Aaliaes qe a determinao do

    alor de mercado de m bem seja feita de forma tcnica e segindo ma determinada

    metodologia, apresentando m resltado de qalidade e bem fndamentado, com o menor

    gra possel interferncia da sbjetiidade do aaliador no resltado final.

    O objetio principal a alorao de bens, qe se fa atras de baliamento pelo

    alor de mercado qe se estima, normalmente, atras de obseraes dos preospraticados no referido mercado.

    A escolha da metodologia de aaliao a ser empregada pode ser baseada no

    atendimento das segintes condies:

    natrea do bem a aaliar; finalidade da aaliao; disponibilidade, qantidade e qalidade de informaes; dee ser jstificada; sportar o conencimento do alor.

    Partindose do pressposto de qe o objetio deste trabalho a determinao do

    alor de mercado de m imel, qais so as metodologias disponeis para esta

    identificao?

    O Mtodo Comparatio (o The Sales Comparison Approach), qe como o prprio

    nome di, isa determinar o alor baseandose na comparao direta com otros imeis

    ofertados o transacionados no mercado, efetando claro, as correes deidas s

    diferenas entre eles. Pode ser tiliado por meio do tratamento por fatores o o

    tratamento cientfico.O Mtodo da Renda (o The Income Capitaliation Approach) se baseia na

    capitaliao de m rendimento obtido na eplorao do imel rral, a ma taa de

    mercado, para determinar o alor total da propriedade.

    O Mtodo Inoltio aqele qe identifica o alor do bem aaliando por meio de m

    projeto hipottico, o seja, o aaliador tem qe elaborar m projeto de eplorao da

    propriedade, bscando o aproeitamento eficiente de todos os recrsos disponeis no

    imel, mas dentro da realidade de mercado local. Utiliado para imeis atpicos o qando

    no h elementos semelhantes para comparao.

    O Mtodo Eoltio identifica o alor do bem pelo somatrio dos alores de sescomponentes, o seja, da terra na mais as benfeitorias, para a identificao do alor de

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    MTODOSDEAVALIAO

    27

    mercado, dee ser considerado o fator de comercialiao, qe sere para adeqar o alor

    encontrado ao alor de mercado.

    Todos os mtodos so eficientes desde qe aplicados adeqadamente. Independente

    do mtodo escolhido haer sempre a necessidade do conhecimento do mercado, o qe spode ser obtido a partir de ma boa base de informaes.

    Alm destes, eistem os segintes mtodos para identificar o csto de m bem:

    Mtodo Comparatio Direto de Csto: identifica o csto do bem por meiode tratamento tcnico dos atribtos dos elementos compareis,

    constitintes da amostra;

    Mtodo da Qantificao de Csto: identifica o csto do bem o de saspartes por meio de oramentos sintticos o analticos a partir das

    qantidades de serios e respectios cstos diretos e indiretos.

    5.1 O mtodo comparatio tambm conhecido como mtodo direto o sinttico, pois se

    baseia na comparao direta do imel aaliando com otros imeis ofertados o

    negociados no mercado, procedendo s correes das diferenas entre eles, isto qe no

    eistem imeis igais.

    Essas correes bscam transpor as condies encontradas nos imeis pesqisados

    para as do imel aaliando, tiliandose, para isso, da homogeneiao dos elementos qe

    eercem inflncia no alor das terras, qais sejam:

    caractersticas fsicas; localiao e acesso; benfeitorias; cltras; entre otros, especficos para cada propriedade o regio.

    Esta metodologia dependente da coleta de elementos no mercado imobilirio da

    regio, imeis ofertados o negociados, os qais deem ser erificados e analisados, por

    meio de ma istoria criteriosa, tal como a eectada na propriedade aalianda. Qanto

    mais precisas s descries dos elementos a serem tiliados, menor a margem de erro na

    transposio dos mesmos (homogeneiao).

    Uma considerao releante qe dee ser feita, a dificldade de se consegir

    elementos amostrais no meio rral, as amostras so mito mais escassas do qe na ona

    rbana, dada as caractersticas das propriedades rrais e do mercado de imeis rrais de

    ma regio.

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    Deese lembrar de qe este mtodo considerado eficiente, apenas onde hoer

    abndncia de informaes, tanto do prprio imel aaliando como do mercado, imeis

    comparatios. Caso contrrio, o mtodo falho, e isso possel de se acontecer em

    determinadas regies do pas, o em certas pocas, qando os dados no estejamataliados e a moimentao do mercado de compra e enda de imeis esteja estagnada.

    A dificldade deste mtodo consiste eatamente na comparao, pois conhecido qe

    as faendas tm caractersticas distintas, como: reas cltiadas; qantidade e tamanho de

    benfeitorias no reprodtias; prodes diferentes; tipos de solos; disponibilidade de ga;

    cobertra egetal natral (matas) etc.

    Alm disso, dee estar claro qe sa aplicao para a aaliao de imeis rrais

    mito trabalhosa, pois o mais comm neste mtodo, para a aaliao de imeis rrais, a

    sa tiliao ia tratamento por fatores, qe so os responseis pela transposio das

    informaes do mercado para a propriedade aalianda.Na opo de tratamento por fatores, recomendase qe dee eistir m fator para

    cada ariel independente, e qe, preferencialmente, este fator dee eitar o so de notas,

    dado a sbjetiidade dos mesmos, assim facilmente eistiria mais de 05 fatores para m

    trabalho considerado simples, podendo chegar a mais de 10 em trabalhos mais compleos

    o elaborados.

    Assim, imaginem a qantidade de elementos amostrais qe deeria ser empregada

    para tornar a amostra significatia, principalmente no caso de ma aaliao de gra de

    fndamentao III, o qe torna a aplicao do mtodo etremamente oneroso e difcil.

    Na prtica ocorre qe o mtodo comparatio de dados de mercado ser o mtodomais tiliado para a aaliao de terra na, como eremos a segir.

    5.2 Tambm denominado de indireto, o mtodo da renda consiste em determinar o alor

    da propriedade aalianda por meio da capitaliao da renda lqida na sa eplorao.Em matemtica financeira, sempre qe se conhece a renda proeniente de m capital,

    podese determinlo qando sbmetido a ma determinada taa de jros. Por analogia, o

    mesmo princpio se aplica aos imeis rrais em geral, o seja, conhecendo a sa renda

    lqida, efetia o potencial, podese determinar o se alor.

    Esse mtodo s tem condies de ser aplicado com segrana nas propriedades rrais

    bem organiadas e com contabilidade em ordem. Mesmo assim, deese ter mita catela

    na escolha da taa de capitaliao da renda lqida a ser aplicada.

    Para se scesso o mtodo depende da anlise dos balanos dos ltimos anos (03 a

    05) da propriedade e da criteriosa escolha da taa de jros, pois ambas as arieis serotiliadas para aferir o alor da propriedade.

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    Os problemas do mtodo so:

    redido nmero de imeis rrais com balanos confieis e bemestrtrados;

    didas qanto a taa de jros qe ser aplicada.Este mtodo parte do pressposto qe o preo de ma propriedade rral est

    relacionado com a renda qe ela capa de prodir, capitaliada a ma determinada taa

    de jros, cja eqao matemtica pode ser representada da seginte forma:

    = 100Equao 1: Mtodo da Renda

    onde;Vp= alor da propriedade;Rl = renda lqida/ha;i= taa de jros.Importante frisar qe no clclo da renda lqida (Rl) deemse considerar as receitas

    totais e os cstos totais da propriedade, enfatiando qe os cstos totais deem inclir os

    cstos diretos (csteio) e indiretos, como: depreciao, jros e amortiaes.

    = Equao 2: Renda lquida

    onde;Rl= renda lqida;2Rb= renda brta;Ct= cstos totais.A grande dificldade do mtodo consiste na determinao da taa de capitaliao qe

    ser tiliada no trabalho, j qe no eistem estdos tcnicos, embasados estatisticamente,

    qe informe qal a taa de renda para imeis rrais.

    Assim, deido falta de trabalhos pblicados relacionados com este tema, sgerese o

    seginte: sempre qe o profissional elaborar m lado com o mtodo comparatio direto de

    dados de mercado, ele pode determinar a renda lqida possel da referida propriedade.

    Com estes dois alores podese calclar a taa de renda atal daqele imel com sas

    caractersticas espelhadas na aaliao. Uma taa mdia, resltado de diersas erificaes

    na mesma regio, pode ento ser tiliada e jstificada em otros lados onde a aaliao

    ser feita tiliandose tambm do mtodo da renda.2O alor da renda lqida dee ser preferencialmente calclado na nidade R$/ha, medida padro em Engenharia

    de Aaliaes para o alor da terra de imeis rrais.

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    5.3 Como acima eposto, o mtodo EVOLUTIVO se fndamenta na aaliao de m bem

    pela soma de cstos de sas parcelas componentes, como por eemplo: o alor da

    propriedade aalianda o resltado da soma da aaliao do terreno e da benfeitoria, cada

    qal aaliado segndo ma metodologia distinta, consistindo assim, nma conjgao de

    mtodos.

    Segindo o eposto, para cada informao do conjnto amostral deese faer a

    decomposio do se alor total do imel (VTI) em alor em terra na e em benfeitorias,aps a decomposio do alor nos diersos elementos, cada m dee ser aaliado segndo a

    metodologia recomendada o mais iel para aprar o alor do componente. Ao trmino

    deste procedimento qe se encontra o alor da terra na de cada elemento amostral, qeser tiliado na aaliao da terra na da propriedade aalianda.

    O alor total (o final) da propriedade aalianda o resltado do somatrio do

    resltado da aaliao de cada m dos ses componentes, aprado cada m segndo

    diferente metodologias, caracterstica chae do mtodo eoltio.

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    6. Conforme eposto, o mtodo comparatio direto de dados de mercado seria iniel,

    pois o eleado nmero de arieis independentes eigiria m eleado nmero de amostras

    para sa anlise, sendo este eleado nmero de amostras o fator limitante, conhecidas as

    limitaes do mercado de terras em cada regio.

    O inconeniente do mtodo da renda recai sobre a asncia de balanos confieis,

    dada baia o mesmo asncia de escritrao nas propriedades rrais, somado aincertea qanto taa de jros a ser empregada.

    Desta forma, analisando as metodologias de aaliao de bens disponeis, possel

    afirmar qe a aaliao de m imel rral deer ser feita pelo mtodo eoltio.

    O mtodo eoltio determina o alor de m bem, por meio do somatrio do alor

    indiidal de cada parcela da propriedade, determinado segndo sa prpria metodologia

    de aaliao.

    O desmembramento destes elementos gera ma sensel redo dos fatores de

    homogeneiao tiliados para a terra na, facilitando e iabiliando os trabalhos do

    aaliador de imeis rrais.Corriqeiramente oimos dier qe no eistem imeis igais, cada m tem sas

    prprias caractersticas, para imeis rrais isto ainda mais erdadeiro, dado o grande

    nmero de arieis independentes qe podem ser atribdas a ele.

    Os imeis rrais, diferentemente de otros imeis, possem mitas ees ma

    complea estrtra prodtia, qe engloba diersos elementos diferentes interagindo para a

    epresso mima de sa capacidade prodtia. Estes elementos podem ser natrais, como:

    terra; recrsos hdricos; recrsos florestais; etc., o no, como: cltras; constres e

    edificaes, obras e melhorias do terreno, etc.

    Por isso importante faer a separao destes elementos em grpos, como pode serfacilmente isaliado na figra 1.

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    Figra 1 Composio de m

    Dada compleidad

    sobre a aaliao de im

    mesmo em terra na e ben

    Segndo recomend

    comparatio direto de

    recomendado em irtde

    de cstos.

    Ao trmino da aali

    ser feito o somatrio desta

    ENGENHARIA DE AVALI

    A

    imel rral

    dos imeis rrais, alm de isto algns c

    eis rrais, o aaliador dee proceder, no m

    feitorias.

    es da norma, a terra na dee ser a

    ados de mercado, enqanto as benfe

    e sas caractersticas, mas qe ariam entr

    o de cada m dos elementos eistentes

    s parcelas para a aprao do alor total do

    Terra Na Cltras

    Constres Mqinas e

    Implementos

    Semoentes Prodtos

    diersos

    RecrsosNatrais

    Otros

    ES APLICADAS A IMVEIS RURAIS

    ALIAODEIMVEISRURAIS

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    onceitos e legislaes

    nimo, a separao do

    aliada pelo mtodo

    itorias pelo mtodo

    o mtodo da renda e

    na propriedade, dee

    imel rral.

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    7. O mtodo comparat

    pela ABNT, na norma bra

    Rrais) para a aaliao da

    Normalmente o alo

    algns fatores (denominad

    Figra 2 Critrios empregad

    Dentre os fatores qde capacidade de so e a s

    aaliadores de imeis rr

    so apenas poco sais,

    do trabalho a ser eectad

    Para acompanhar o

    seqncia, com as informa

    distribdo nos eerccios

    tpicos do assnto.

    Classe de

    Capacidadede Uso

    ENGENHARIA DE AVALI

    io direto de dados de mercado a meto

    ileira NBR 14.6533:2004 (Aaliao de Be

    terra na.

    r da terra na (qe a ariel dependente

    os arieis independentes), como por ee

    os para aaliao de imel rral

    inflenciam o alor da terra na, maior nitao, pois so os fatores mais sais e t

    ais. Isto no significa qe os otros fatores

    mas no menos importantes dadas s cond

    o.

    estdo de clclo do alor da terra na (V es pertinentes, os dados para a aprao

    a , apresentados oportnamente conform

    Imel

    Rral

    Sitao Recrsos

    Natrais Dimenso

    Benfeitorias

    ES APLICADAS A IMVEIS RURAIS

    AVALIAODETERRANUA

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    dologia recomendada

    ns Parte 3: Imeis

    ) flta em fno de

    plo:

    ase ser dada a classeiliados pelos diersos

    no so importantes,

    ies e caractersticas

    N) apresentado nado alor da terra na,

    so apresentados os

    Otros

    Otros

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    7.1 Segndo BERTOLINI (1994), no mbito da cincia do solo, as inmeras classificaes

    eistentes podem ser renidas em das categorias distintas: classificao pedolgica (o

    taonmica) e classificao tcnica.

    A classificao tcnica aqela eectada em faor de ma determinada caracterstica

    especfica de interesse do pesqisador (o aaliador), com algm carter especfico o

    prtico, como por eemplo, em classes de capacidade de so.

    No eame das propriedades rrais o aaliador ter qe obserar certas caractersticas

    fsicas qe so importantes para a fiao do alor, dentre eles esto os solos das

    propriedades.

    As diferentes denominaes regionais dos solos, no permitem a qalqer profissionaldeterminar com preciso sobre qal tipo de solo estse referindo. Visando eitar qe tais

    denominaes resltem em didas e procrando trabalhar com informaes tcnicas, se

    fa necessrio tiliar m critrio capa de caracteriar os diersos tipos de solos nm

    mesmo parmetro, possibilitando comparao entre diferentes propriedades, inclsie de

    diferentes regies.

    Para tanto foi escolhido o sistema de classificao em classes de capacidade de so,

    qe foi desenolido para a conserao do solo, pelo Serio de Conserao de Solo dos

    Estados Unidos, representando m grpamento qalitatio de tipos de solos sem considerar

    a localiao o as caractersticas econmicas da terra, isando obter classes homogneasde terras, com mima capacidade de so sem risco de degradao do solo.

    Nos trabalhos de aaliao de imeis rrais, o critrio est baseado no Manal para

    Leantamento Utilitrio do Meio Fsico e Classificao de Terras no Sistema de Capacidade

    de Uso, III Aproimao.

    Neste critrio, as terras esto diididas em trs grpos principais e, estes grpos

    diididos em oito classes de capacidade de so e, estas em at qatro sbclasses cada

    (eceo classe I).

    Figra 3: Sistema de classificao em classes de capacidade de so

    Classe I

    Classe II

    Classe III

    Classe IV

    Classe V

    Classe VI

    Classe

    VII

    Classe

    VIII

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    Os grpos foram estabelecidos com base nos tipos de intensidade de so das terras. As

    classes baseadas no gra de limitao de so e as sbclasses na natrea da limitao de

    so. Eistem ainda as nidades de capacidade de so qe no faem parte deste estdo.

    Para possibilitar o enqadramento das terras nesta classificao seria recomendelqe o profissional tenha em mos a anlise dos solos do imel aaliando o ento qe

    tenha conhecimentos de pedologia para qe, no momento da istoria, detalhar os principais

    solos.

    Segndo LEPSCH (1983) toda classificao tcnica dee ser apoiada em determinado

    nmero de pressposies, estabelecidas em fno dos objetios qe se tem em ista e das

    condies socioeconmicas da rea de trabalho. A segir transcreemos estas

    pressposies:

    A classificao de capacidade de so das terras, desenolida para ailiar o

    planejamento de prticas de conserao do solo, dee ser feita pela interpretao doleantamento do meio fsico, efetado com o so de mtodos comptacionais e/o

    fotogrametria, para as interpretaes prias e trabalhos de campo. Ela baseada em

    combinaes de efeito do clima, caractersticas e propriedades da terra relacionadas com os

    riscos de eroso, limitaes de so, capacidade prodtia e manejo do solo.

    So consideradas como restries permanentes, dentre otras: o declie, a tetra, a

    profndidade efetia do solo, os efeitos anteriores da eroso, a permeabilidade, a

    capacidade de reteno de ga, o tipo de argilominerais. J os arbstos, rores o tocos

    posseis de serem remoidos o deficincias de fertilidade do solo qe podem ser

    normalmente corrigidas com corretios do solo (calcrio o gesso) e adbos, no soconsideradas como caractersticas permanentes. Em resmo, as condies temporrias,

    ainda qe possam ser importantes para o planejamento, no serem de base classificao.

    Ao se proceder a classificao, temse qe lear em conta o nel de manejo referente

    ao gra de tiliao das tcnicas agrcolas comproadas pela eperimentao e pesqisa

    agronmica, e qe refletem determinado gra de aplicao de capital e de tecnologia.

    Terras enqadradas em ma mesma classe de capacidade de so podem ser similares

    apenas no qe di respeito ao gra de limitao de so para fins agrcolas e/o risco de

    depaperamento do solo, qando cltiadas. Uma classe pode estar presente em diferentes

    tipos de solos, e mitos destes podem reqerer so e manejo diferentes. Por essa rao,

    generaliaes segras sobre tipos mais apropriados de cltios e necessidades de manejo

    no podem ser feitas ao nel de classe, sem lear em conta todas as caractersticas e

    propriedades dos solos (para isso, geralmente necessrio determinar a nidade de

    capacidade de so).

    A classificao da capacidade de so no m grpamento de acordo com o so

    econmico da terra o obrigatoriamente com se alor de aqisio, mas sim m sistema

    destinado a promoer a conserao dos solos.

    Contdo, as classes apresentam m ordenamento dec