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     Arl indo Ugul ino Netto € FISIOL OGIA € MEDICINA P2 € 2008.1

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    FAMENENETTO, Arlindo Ugulino.FISIOLOGIA II

    FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL(Professora Mônica)

    O trato alimentar fornece ao organismo suprimento cont€nuo de •gua, eletr‚litos e nutrientes. Para o

    desempenho dessa funƒ„o, … necess•rio o movimento do alimento ao longo do tubo digestivo, a secreƒ„o de sucosdigestivos e a digest„o do alimento.

    BOCA A boca representa a primeira porƒ„o do trato digestivo. A cavidade oral … revestida, internamente, pela mucosa

    oral. † delimitada, anteriormente, pelos l•bios; lateralmente, pelas mucosas jugais (bochechas); superiormente, pelopalato; e inferiormente, pelos m‡sculos do assoalho da boca. A avaliaƒ„o da boca de um paciente … um procedimentoindispens•vel, avaliando o cuidado com a higiene e cuidado com esta estrutura.

     A cavidade bucal encontra-se dividida em duas regiˆes: vestíbulo (espaƒo entre os l•bios e as gengivas edentes) e cavidade oral propriamente dita.

    LÍNGUA A l€ngua … a maior estrutura da cavidade oral. ‰rg„o

    muscular recoberto por mucosa, de participaƒ„o ativa na gustaƒ„o,deglutiƒ„o e na fala (articulaƒ„o da palavra). Observa-se no dorsoda l€ngua uma divis„o Š o sulco terminal  Š que separa a l€ngua emduas porƒˆes: corpo (parte anterior) e raiz (posterior, fixada naparede).

    Observam-se tamb…m as papilas linguais, onde selocalizam os receptores gustativos. † atrav…s desses receptoresque informaƒˆes sobre o sabor dos alimentos s„o repassadas aosnervos facial (via nervo lingual), glossofar€ngeo e vago (nervoscranianos relacionados com a gustaƒ„o).

     A an•lise da l€ngua dos pacientes pode revelar odesenvolvimento de certas doenƒas, como c‹nceres e infecƒˆes.

    O paladar … uma funƒ„o desses botˆes gustativos comcontribuiƒ„o da olfaƒ„o, uma vez que o centro do olfato e do paladar no SNC s„o pr‚ximos e interligados (isto justifica o fato de que nasgripes e resfriados ocorre uma diminuiƒ„o da apreciaƒ„o do gostodos alimentos).

    O gosto … percept€vel aos botˆes devido aos seus receptores qu€micos, ou seja, receptores de s‚dio, pot•ssio,cloro, adenosina e enosina. A percepƒ„o qu€mica … diferenciada em est€mulos nervosos para as respectivas sensaƒˆes:doce, amargo, salgado e •cido.

     As c…lulas gustat‚rias propriamente ditas est„o divididas nasseguintes partes: poro gustat‚rio e fibras nervosas gustat‚rias, que v„otransmitir o impulso nervoso da gustaƒ„o. Na superf€cie de cada uma dasc…lulas gustativas, observam-se prolongamentos finos como pŒlos,projetando-se em direƒ„o da cavidade bucal; s„o chamadosmicrovilosidades.

    Para que haja a propagaƒ„o do impulso nervoso, as c…lulas devemser previamente despolarizadas e enviem o impulso nervoso para as viasde transmiss„o at… o tronco encef•lico e, da€, ao t•lamo e c‚rtex cerebral.

    Inicialmente, os est€mulos captados pelas papilas gustativaspassam, primeiramente, pelo nervo lingual, depois pela corda do t€mpano, ealcanƒam o nervo facial, para por fim, chegar ao n‡cleo do trato solit•rio,localizado no bulbo (estrutura do tronco cerebral). Os nervosglossofar€ngeo e vago tamb…m participam da sensaƒ„o do paladar no terƒoposterior da l€ngua. Em seguida, os est€mulos s„o transmitidos ao t•lamo;do t•lamo passam ao c‚rtex gustativo prim•rio e, subsequentemente, s•reas associativas gustativas circundantes e regi„o integrativa comumque … respons•vel pela integraƒ„o de todas as sensaƒˆes.

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    OBS1: Qualquer les„o em n€vel das estruturas nervosas relacionadas com a gustaƒ„o (nervos facial, glossofar€ngeo evago; n‡cleo do trato solit•rio; t•lamo; c‚rtex gustativo), pode haver uma parada na percepƒ„o dos gostos.

    PAPILAS LINGUAISCom base em sua estrutura e funƒ„o, as papilas linguais s„o divididas em quatro tipos: filiformes, fungiformes,

    foliadas e circunvaladas. Todas elas est„o localizadas anteriormente ao sulco terminal.€ Papilas filiformes: estruturas delgadas que d„o aspecto aveludado superf€cie dorsal. N„o possuem botˆes

    gustativos.€ Papila fungiforme: assemelha-se a um cogumelo. Possuem corp‡sculos gustativos no aspecto dorsal de seu

    chap…u.€ Papilas foliadas: apresentam sulcos verticais que lembram p•ginas de um livro. Possuem corp‡sculos

    gustativos apenas na inf‹ncia.€ Papilas valadas: dispostas em V imediatamente anteriores ao sulco terminal. Possuem botˆes gustativos.

    DENTIÇÃOOs dentes s„o estruturas r€gidas e esbranquiƒadas implantadas na maxila e mand€bula respons•veis pela

    mastigaƒ„o e por dar forma porƒ„o inferior da face. Est„o divididos em trŒs partes: coroa, raiz e colo.No adulto, encontram-se 32 dentes, sendo eles

    divididos em quatro tipos, de acordo com as suas formas efunƒˆes:

    € Incisivos: oito dentes, com margem cortante e raiz‡nica.

    € Caninos: quatro dentes, com coroa cŽnicaterminando em ponta e raiz ‡nica.

    € Pré-molares: oito dentes, com coroa apresentandodois tub…rculos e raiz ‡nica ou b€fida.

    € Molares: doze dentes, coroa com trŒs a cincotub…rculos e duas a trŒs ra€zes.

    SALIVAÇÃOO volume di•rio de saliva produzida … cerca de 1000ml, com pH entre 6,0 a 7,0 (isto …: favor•vel a aƒ„o digestiva

    da ptialina). A saliva cont…m dois tipos principais de secreƒ„o prot…ica:€ Secreção s erosa: cont…m ptialina (-amilase), uma enzima respons•vel pela digest„o de amidos.€

    Secreção mucosa: cont…m mucina para lubrificaƒ„o e proteƒ„o de superf€cies. As glândulas parótidas secretam exclusivamente o tipo seroso, enquanto as glândulas subm andibular e

    sublingual secretam tanto seroso quanto mucoso.

    Íons na saliva. A saliva possui quantidade particularmente grande de €ons pot•ssio e de €ons

    bicarbonato. Por outro lado, a concentraƒ„o de €ons s‚dio e cloreto …consideravelmente mais baixa do que no plasma. Isso acontece pois os íons sódio s„oativamente reabsorvidos a partir de todos os ductos salivares, que, por sua vez,secretam íons potássio ativamente em troca do s‚dio. Com isso, a concentraƒ„o deNa+ na saliva fica reduzida, enquanto a de K+ aumenta. Por…m, a reabsorƒ„o de s‚dio… bastante excessiva em relaƒ„o a sa€da de K+ dos ductos, o que cria uma grandenegatividade nesses ductos, fazendo com que haja absorƒ„o passiva de íons cloreto.Por isso que a concentraƒ„o de Na+ e Cl- nos ductos … baixa, e na saliva, … alta.

    J• os €ons bicarbonato s„o secretados pelo epit…lio ductal para o l‡men doducto por um processo secretor ativo. Esses €ons s„o, em parte, respons•veis pormanter o pH est•vel.

    Funções da saliva.€ O fluxo de saliva ajuda a remover as bact…rias patogŒnicas, bem como part€culas alimentares.€ Cont…m diversos fatores capazes de destruir bact…rias: €ons tiocianato, lisozinas e anticorpos (combatem,

    inclusive, bact…rias que causam c•ries).€ Participa no processo conhecimento como clareamento do esôfago, que consiste na lubrificaƒ„o e limpeza da

    mucosa esof•gica a partir da saliva deglutida.

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    Regulação nervosa da secreção salivar. A regulaƒ„o da secreƒ„o salivar … feita por sinais nervosos parassimp•ticos dos n‡cleos salivat‚rios superior e

    inferior no tronco cerebral (na ponte e no bulbo, respectivamente). Pode ser estimulada ou inibida por sinais nervososque chegam aos n‡cleos salivat‚rios provenientes dos centros superiores do SNC. O n‡cleo salivat‚rio superior enviafibras via nervo facial e nervo lingual para inervar as gl‹ndulas submandibular e sublingual; o n‡cleo salivat‚rio inferiorenvia fibras para inervar a gl‹ndula par‚tida via nervo glossofar€ngeo.

    Os sinais nervosos parassimp•ticos que induzem a salivaƒ„o copiosa tamb…m dilatam moderadamente os vasossangu€neos. Por esta raz„o, o suprimento sangu€neo das gl‹ndulas afeta a secreƒ„o salivar, j• que a secreƒ„o semprerequer um nutriƒ„o adequada. A escassez de saliva pode estar associada a lesˆes no sistema nervoso perif…rico ou

    lesˆes vasculares. A estimulaƒ„o simp•tica tamb…m pode aumentar a salivaƒ„o em grau moderado. Esses nervos simp•ticos se

    originam dos g‹nglios cervicais superiores.

    MASTIGAÇÃOOs dentes s„o admiravelmente constru€dos para a mastigaƒ„o. Nesse processo, o alimento … convertido em

    pedaƒos menores, por…m permite uma maior atuaƒ„o de enzimas digestivas, aumentando as •reas de contato. Al…mdisso, a mastigaƒ„o estimula o centro da saciedade.

    DEGLUTIÇÃO€ Fase voluntária: quando o alimento est• pronto para ser deglutido, e … voluntariamente empurrado pela l€ngua

    para a faringe.€ Fase faríngea da degluti ção: o alimento … empurrado involuntariamente para o esŽfago. Nesse processo, uma

    s…rie de m‡sculos … ativada para o fechamento das vias a…reas e abertura do esf€ncter superior do esŽfago(m‡sculo cricofar€ngeo). Esta estimulaƒ„o … intermediada por receptores na faringe para os nervosglossofar€ngeo, vago e acess‚rio, controlado pelo centro da deglutiƒ„o no bulbo (n‡cleo amb€guo).

    E S•FAGO O esŽfago … um tubo muscular com aproximadamente 25cm de comprimento, que transporta o bolo alimentar da

    faringe oral para o estŽmago.

    ESFINCTER SUPERIOR DO ESÔFAGOEst• localizado na junƒ„o faringoesofagiana, tendo como base anatŽmica os m‡sculos e a musculatura esof•gica

    abaixo dele. Tem como funƒ„o manter fechada a extremidade superior do esŽfago, impedindo a passagem de ar para omesmo e o refluxo do alimento para a faringe. A contraƒ„o tŽnica do ESE … feita pela excitaƒ„o de fibras som•ticas

    vagais. O seu relaxamento … feita pela inibiƒ„o transit‚ria dos neurŽnios centrais. Tal excitaƒ„o e inibiƒ„o s„ocoordenadas pelo centro da deglutiƒ„o, localizado no bulbo.

    O M. constrictor inferior da faringe exibe uma atividade el…trica constante com a freqŒncia de descarga proporcionalao tŽnus do M. em repouso. Quando ocorre o relaxamento, essas descargas cessam, possibilitando a passagem doalimento. O tŽnus … controlado pelas aferŒncias neurais que coordenam o relaxamento do m‡sculo, ocorrido com adeglutiƒ„o.

    CORPO DO ESÔFAGO† limitado proximalmente pelo esf€ncter superior do esŽfago e distalmente pelo esf€ncter inferior do esŽfago. †

    inervado por plexos oriundos do nervo vago.† a porƒ„o respons•vel pelo transporte do bolo alimentar pela aƒ„o dagravidade e de ondas perist•lticas.

    Doença do refluxo: normalmente, o esf€ncter c•rdico (esof•gico inferior), enquanto n„o nos alimentamos, ele permanecefechado. Pessoas que sofrem de refluxo (sensaƒ„o de asia, pirose) n„o possuem controle no fechamento dessa v•lvula, podendo

    causar regurgitaƒ„o. † uma doenƒa crŽnica e multifatorial (aumento de peso Š aumenta a press„o das v€sceras sobre oestŽmago; gen…tico; anatŽmico) de per€odos de melhora e piora.Esofagite: inflamaƒ„o causada devido aos •cidosdo estŽmago quando h• regurgitaƒ„o. Apresentagrande vermelhid„o no esŽfago diagnosticado porendoscopia, que pode evoluir para o esôfago deBarret, que … uma condiƒ„o pr…-neopl•sica.Hérnia de hiato: … o deslizamento do estŽmagoem direƒ„o ao esŽfago, fazendo com que oestŽmago se projete sobre o diafragma. Estaalteraƒ„o anatŽmica ocorre devido diferenƒaentre a alta press„o dentro do abdome emrelaƒ„o baixa press„o dentro do t‚rax.

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    OBS2: Mecanismo Anti Refluxo. Refluxo gastroesofágico é o retorno do conteúdo do estômago, como o suco gástrico(ácido) e alimentos, para o esôfago. Quando este refluxo se apresenta de forma intensa e em vários episódios durante odia, ele é chamado de refluxo gastroesofágico patológico. A doença do refluxo gastroesofágico ocorre devido aofuncionamento precário dos mecanismos anti-refluxo. Esses mecanismos podem ser de natureza anatômica e fisiológica.

    € Mecanismos funcionais€ Pressão do esfíncter inferior do esôfago: o tônus normal do esfíncter inferior do esôfago bloqueia o

    retorno de qualquer substância gástrica para o esôfago. O aumento acentuado da pressão intra-abdominal comprime o esôfago neste ponto. Esse fechamento tipo valvular da porção inferior do esôfagoevita que a elevada pressão no estômago force o conteúdo gástrico na direção do esôfago. A pressãoexercida pela musculatura diafragmática contribui no reforço deste esfíncter.

    € Peristaltismo do esôfago: a peristalse primária é simplesmente a continuação da onda peristáltica quese inicia na faringe e se propaga para o esôfago durante a fase faríngea da deglutição. A peristalseprimária, portanto, está diretamente ligada com a digestão. Se a onda peristáltica primária for insuficientepara movimentar todo o alimento que entra no esôfago em direção ao estômago, ondas peristálticassecundárias causam da distensão do esôfago pelo alimento retido. Estas ondas são idênticas àsprimárias, a não ser pelo fato de se originarem no próprio esôfago, e não na faringe. As ondasperistálticas secundárias mantêm-se até que todo o alimento tenha passado para o estômago. Doençasque afetem o peristaltismo do esôfago (como a esclerodermia ou o megaesôfago chagásico) predispõemao desenvolvimento de DRGE.

    €  Ação da sali va e cl aream ento d o esô fago : limpeza do tubo pela ação da saliva deglutida, permitindo aeste órgão uma maior capacidade de empurrar o ácido através de suas contrações. O alto teor debicarbonato e proteínas tamponantes neutraliza o ácido no esôfago. Doenças que afetem a produção desaliva podem influenciar de maneira negativa neste mecanismo (como a síndrome de Sjrögren, doença

    reumatológica que influencia na produção e secreção de saliva).€ Volume e tempo de esvaziamento do conteúdo gástrico: deve acontecer rapidamente e com pouco

    volume.€ Resistência da mucosa do esôfago: A resistência tissular não é um fator isolado, mas representa um

    conjunto de estruturas e funções que se dispõem em camadas e interagem para formar uma barreiradinâmica. Desta forma, temos:

    • Defesa pré-epitelial (muco esofágico): ação do muco produzido pelo próprio epitélio esofagiano,que reduz a ação do ácido clorídrico. O muco, com suas propriedades e viscoelasticidade, formauma excelente barreira à penetração de macromoléculas, como pepsina (não bloqueia, contudo,a passagem de íons H+).

    • Defesa epitelial (epitélio escamoso do esôfago): ação exercida pelo tecido epitelial derevestimento (T.E.R.) Estratificado Pavimentoso Não-queratinizado que reveste o esôfago, umepitélio bastante resistente. Este epitélio escamoso apresenta células firmemente aderidas entresi (por junções intercelulares muito firmes) que não permitem a passagem de íons entre as

    células. Contudo, ele não é resistente à agressão contínua exercida por enzimas pancreáticas,sais biliares e ácido clorídrico.

    • Defesa pós-epitelial (vascularização): função exercida pelo suprimento sanguíneo esofágico,responsável por carrear os radicais livres formados neste órgão.

    € Mecanismos anatômicos:€ Entrada oblíqua do esôfago no estômago: tal fenômeno ameniza o impacto da deposição do bolo

    alimentar no estômago e promove o seu fechamento quando está cheio.€ Roseta da mucosa gástrica: pregas resistentes presente na porção inicial do estomago (a nível da

    cárdia) que dificulta o refluxo funcionando como uma engrenagem.€ Elementos de fixação do estômago: artéria gástrica esquerda e ligamentos frênico-esofágico

    (membrana fibroelástica que se origina de uma condensação da fáscia abdominal; quando lesado, podehaver hérnia de hiato), pilares diafragmáticos ao nível do hiato.

    € Musculatura diafragmática: as fibras do diafragma auxiliam no mecanismo funcional de defesa

    exercido pelo esfíncter inferior do esôfago.

    OBS3: O esôfago não possui a ultima camada serosa, o que o deixa mais vulnerável a perfurações.OBS4: Ao se ingerir medicamentos via oral, deve tomar líquidos para que o comprimido, no caso, não fique aderido àsparedes do esôfago, podendo irritá-las e perfura-las.

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    P RINC‚PIOS GERAIS DA MOTILIDADE GASTRINTESTINAL As paredes do trato GI … composto, basicamente, por 5 camadas, sendo

    elas, de fora para dentro (luz): serosa, camada muscular longitudinal, camadamuscular circular, submucosa (possui uma parte nervosa: plexo de Meissner)e mucosa. O esŽfago n„o possui a camada serosa, e o estŽmago possui umacamada circular m…dia a mais.

    Essas paredes tŒm funƒˆes motoras (por se tratar de ‚rg„os respons•veispor motilidade e mistura do bolo alimentar) bem como funƒ„o de sins€cio, isto…, quando um potencial de aƒ„o … desencadeado em qualquer parte no

    interior da massa muscular, percorre, geralmente, todas as direƒˆes pelom‡sculo.

    FUNÇÃO DE ATIVIDADE ELÉTRICA DO M. LISOO aparelho digestivo possui uma certa atividade elétrica

    intrínseca, ou seja, seu potencial de aƒ„o … gerado por si pr‚prio,como ocorre no automatismo do coraƒ„o.

    Essa atividade apresenta dois tipos b•sicos de ondas el…tricas:ondas lentas (3/min) e ondas em ponta.

     As ondas lentas n„o se tratam de potencial de aƒ„o, mas sim,alteraƒˆes lentas ondulantes no potencial de repouso damembrana. As ondas em ponta s„o verdadeiros potenciais deaƒ„o, que se d• pela abertura de canais lentos de c•lcio-s‚dio, oque explica a longa duraƒ„o dos potenciais de aƒ„o. Para que hajaa contraƒ„o, … necess•rio que aconteƒa uma alteraƒ„o m€nima navoltagem do potencial de repouso da membrana, como umadistens„o muscular (chegada do alimento) ou est€mulosparassimp•ticos (acetilcolina) e simp•ticos (norepinefrina).

    OBS5: Por isso, quando o indiv€duo n„o se alimenta, acontecem as chamadas contrações de fome, pois, todacontraƒ„o de um ‚rg„o oco, gera dor.OBS6: Quando uma pessoa est• nervosa ou ansiosa, h• uma descarga adren…rgica, fazendo com que o parassimp•ticoestimule a produƒ„o de •cido clor€drico, gerando dores semelhantes a gastrites. Ou seja, o stress emocional pode

    desencadear alteraƒˆes na voltagem do potencial de repouso do M. liso, causando dispepsia (sintomas semelhantes gastrite).OBS7: N„o comer tamb…m engorda, por isso que … aconselh•vel a uma pessoa em regime se alimentar em per€odosregulares. Isso acontece porque, caso o indiv€duo passe muito tempo sem se alimentar, o organismo assimila a umaescassez, e quando o indiv€duo se alimenta depois de um longo per€odo, o ele ret…m nutrientes desnecess•rios paraburlar essa ‘falta’ de alimento.

    C ONTROLE NEURAL DA FUNƒ„O GASTRINTESTINALO trato gastrintestinal tem um sistema nervoso pr‚prio, denominado de sistema nervoso ent…rico. Esse sistema

    localiza-se inteiramente na parede do intestino, comeƒando no esŽfago at… o ‹nus.O sistema nervoso ent…rico … composto basicamente por dois plexos:

    € Plexo de Auerbach (mioentérico): situado entre as camadas longitudinal e circular.€ Plexo de Meissner (submucoso): localizado na submucosa.

    Existem doenƒas que atacam primordialmente estes plexos. O Trypanossoma cruzi, de indiv€duos portadores dadoença de chagas, destr‚i os plexos nervosos, causando dist‡rbios motores como: a dilataƒ„o do esŽfago, queperde a capacidade de se contrair, causando problemas de motilidade em todo tubo digestivo; doença domegacólon chagásico; problemas de constipaƒ„o; etc.

    ÍONS CALCIO E CONTRAÇÃO MUSCULAR A contraƒ„o do m‡sculo liso ocorre em resposta a entrada de c•lcio na fibra muscular. Os €ons c•lcio, ao

    atuarem atrav…s do mecanismo de controle da calmodulina, ativam os filamentos de miosina na fibra, gerando forƒas deatraƒ„o que se desenvolvem entre os filamentos de miosina e os de actina, causando, assim, a contraƒ„o muscular.

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    As ondas lentas não são responsáveis pela entrada de cálcio na fibra muscular lisa (apenas a entrada de íonssódio). Em contrapartida, é durante os potenciais de ponta gerados nos picos das ondas lentas, que grande quantidadede íons cálcio penetra nas fibras, causando a maior parte de sua contração.

    TIPOS FUNCIONAIS DE MOVIMENTOS NO TRATO GASTRINTESTINALO trato gastrintestinal apresenta dois tipos de movimento: propulsivo

    (movimentos peristálticos propriamente ditos) e mistura (ajudam os peristaltismos, mastem uma função de misturar e homogeneizar o bolo alimentar).

    Além disso, a peristalse do esôfago pode acontecer de três formas: a peristalseprimária, provocada pelo estímulo da deglutição; a peristalse secundária, que não estárelacionada à deglutição; e a peristalse terciária, mais comum no idoso, caracterizada porcontrações do esôfago não relacionada à deglutição nem a nenhum outro fenômeno dedistensão ou de refluxo, de forma que as contrações são ineficazes, isto é, sem funçãoalguma. As contrações terciárias estão bem relacionadas com algumas patológicas, maspodem acontecer sem que haja qualquer doença associada.

    E ST•MAGO O estômago, região mais dilatada do canal alimentar, é uma estrutura semelhante a um saco que, no adulto

    médio, pode acomodar aproximadamente 1500ml de comida e suco gástrico, em sua distensão máxima. O bolo

    alimentar passa pela junção gastresofágica e penetra obliquamente no estômago onde é processado, transformando-seem um fluido viscoso denominado quimo.

    FUNÇÕES MOTORAS DO ESTÔMAGOO estômago é tido como um órgão de armazenamento a partir do momento que o alimento chega (por via

    reflexo vago vagal) ao esfíncter esfoágico inferior, o qual relaxa, permitindo a entrada e o acúmulo de alimento noestomago, o qual se acomoda, progressivamente, ao volume recebido.

    OBS8: Quanto mais o indivíduo se alimenta em proporções cada vez maiores, mais o estômago cresce (dilataçãoreceptiva).

    A função de mistura realizada pelo estômago, por intervenção das ondas constrictoras peristálticas fracas, fazcom que a porção média da parede deste órgão se mova em direção ao antro no intuito de realizar uma maiorhomogeneização do quimo com as secreções gástricas. Esse movimento é associado aos movimentos de retropulsão,

    em que o piloro se fecha, fazendo com que o alimento não ultrapasse para o duodeno, retornando para cima, paracontinuar sofrendo mistura, até que o quimo esteja bastante homogênio.

    OBS9: Contração de fome: sinal que o estômago envia ao sistema nervoso ao perceber uma baixa concentração deaçúcar no sangue, gerando tônus gástrico.

    A função de esvaziamento se dá por contrações intensas justamente por ser responsável a expulsar o alimentodo estômago. A maior parte das contrações estomacais são fracas, intensificando-se, justamente, no momento daevacuação.

    O esvaziamento é controlado por fatores:€ Gástricos: liberação de gastrina, hormônio produzido na mucosa do antro, que aumenta a produção de suco

    gástrico pelas glândulas fúndicas e estimula a ação da bomba pilórica.€ Duodenais: reflexo enterogastrico (quando o alimento sai do estomago para o intestino, começam as ondas

    peristálticas no intestino); liberação de hormônios intestinais, como o CCK, inibidor do esvaziamento; presença

    de gordura retarda o esvaziamento, para que haja tempo de assimilação desses nutrientes; grau de acidez doquimo.

    OBS10: A digestão deve ser feita calmamente, pois caso haja uma surpresa moral, todo sangue destinado à receber osnutrientes será desviado para a cabeça e músculos, paralisando o esvaziamento do estômago.OBS11: Quanto maior o volume do estômago, maior será retardado o esvaziamento deste órgão. Por isso não se deveingerir muito líquido durante as refeições. Há um provérbio chinês que dita: €Saia da mesa ainda com fome• .

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    REGIÕES DO ESTÕMAGO DO PONTO DE VISTA ANATÔMICOAnatomicamente, a observação macroscópica mostra que o estômago tem quatro regiões:

    € Cárdia: região estreita, situada na junçãogastroesofágica. Possui glândulas responsáveis proproduzir muco contra ação do ácido clorídrico.

    € Fundo: uma região em forma de cúpula à esquerdado esôfago, frequentemente cheia de gás. Presença decélulas endócrinas produtoras de gastrina.

    € Corpo: a maior região, responsável pela formação doquimo. Assim como o fundo, há um maior predomíniode células parietais (produtoras do HCl) e célulasprincipais (produção de pepsionogênio) situadas nasglândulas fundicas.

    €  An tr o: porção final do estômago, dotada do espessoesfíncter pilórico, que controla a liberação intermitentedo quimo para o duodeno. Há predomínio de glândulasprodutoras de muco que reveste a mucosa doestômago que o protege da autodigestão.

    Células parietaisPresentes, principalmente, no corpo do estômago, são as responsáveis pela produção de

    ácido clorídrico. Estas células possuem receptores diferenciados (figura ao lado) queestimulam a produção do ácido: receptores de histamina, gastrina e acetilcolina, queativam essas células a secretarem ácido clorídrico.

    Na região basal dessas células, existe uma enzima chamada bomba hidrogênio-potássio-ATPase. Essa enzima, quando ativada, elimina o H+ na luz do canalículo em trocade K+. Esse H+ se une ao Cl- , previamente bombeado para fora da célula, onde secombinam em HCl . A água captada do líquido extracelular chega ao canalículo devido àosmolaridade gerada nessa região. O HCl é importante por conveter o pepsinogênio (inativo)em pepsina (ativo).

    OBS12: É possível realizar o bloqueio dessa bomba de prótons inibindo os receptores de histamina, gastrina ouacetilcolina por meio de medicamentos, porém não é aconselhável, pois, do ponto de vista fisiológico, existem outrosreceptores de histamina em variados tecidos mais importantes do corpo, que seriam inibidos também. Pode-se entãoutilizar medicamentos que inibam diretamente e temporariamente a bomba, como o Omeprazol , muito utilizado para

    doenças relacionadas à hiperacidez (ácido peptídicas, como gastrite, ulceras gástricas ou duodenas, duodenites, doençado refluxo).OBS13: Antiinflamatórios reduzem o número de prostaglandinas, responsáveis pela produção de muco e estimulação dairrigação sanguínea da parede gástrica, tornando o estomago vulnerável a ação do ácido clorídrico. A administração deantiinflamatórios deve ser feita associada a inibidores da acidez.OBS14: Ulceras gástricas podem ser causadas pela bactéria H. pylori (considerado um carcinógeno tipo 1 pela OMS)presente em 70% da população mundial, mas que só se torna patogênica em pessoas com predisposição genética. Essabactéria provoca um desequilíbrio fisiológico, resultando em uma produção desordenada de HCl, bem como na reduçãoda produção de muco. Por isso, utiliza-se antibióticos e inibidores da bomba de prótons. Essa bactéria sobrevive a açãodo ácido clorídrico por se esconder abaixo da camada de muco e por ter uma enzima urease que alcaliniza o meio.

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    OBS15: As células parietais produzem ainda o fator intrínseco, glicoproteína produzida na mucosa gástrica, que se ligaa vitamina B12 (responsável pela maturação de células da linhagem vermelha) para que ela não seja degradada noduodeno para ser absorvida no íleo.

    A Helicobacter pylori é considerada pela Organização Mundial de Saúde como um carcinógeno tipo 1, ou seja,dependendo da cepa dessa bactéria no estômago, relacionado a uma predisposição genética, o indivíduo estápropenso a adenocarcinoma gástrico. Essa bactéria, nesses casos, provoca uma reação inflamatória, em que oorganismo passa a se defender por meio de citotoxinas, substância tóxicas que tentam combater a bactéria, masdestroem as próprias células da mucosa, desenvolvendo gastrites crônicas e ulceras. Para combater essas

    patologias, deve-se combater primeiramente a bactéria com antibióticos.Gastrites crônicas, por levarem a degradação da mucosa estomacal, diminui a formação do fator intrínseco, o

    que prejudica a absorção da vitamina B12. Isso gera a anemia perniciosa, devido a falta de maturação e eritrócitospela medula vermelha.

    REGIÕES DO ESTÔMAGO DO PONTO DE VISTA FISIOLÓGICOFisiologicamente, o estômago está dividido em duas regiões apenas: porção oral (2/3 iniciais) e porção caudal

    (que corresponde ao corpo e antro).

    HORMÔNIOS RELACIONADOS AO FUNCIONAMENTO GASTRICO€ Gastrina: hormônio produzido pelas células G do estômago e intestino delgado.

    € Estimula a produção de HCl pelas células parietais do estômago, que possuem um recptor específicopara esse hormônio.

    € Crescimento da mucosa gastrintestinal: a gastrina tem função trófica que estimula a proliferação ediferenciação celular. Isso justifica a razão de não usar medicamentos que poderiam bloquear osreceptores das células parietais para esse hormônio, uma vez que bloquearia a renovação da mucosagastrica.

    € Estimula a motilidade gástrica, especialmente a contração da região pilórica (bomba pilórica) e orelaxamento do esfíncter pilórico regulando o esvaziamento gástrico.

    € Secretina: hormônio antagonista da gastrina, produzido pelas células S do intestino delgado. Sua secreçãopode ser estimulada pela acidez do quimo.

    € Estimula a produção de suco pancreático (solução alcalina, rica em bicarbonato) pelo pâncreas, queneutraliza, de certa forma, a acidez com que o quimo chega ao duodeno.

    € No estômago, estimula a produção e secreção de pepsina (quebra proteínas) e inibe a secreção deácido clorídrico.

    € No fígado, estimula a produção da bile.€ No duodeno, estimula a produção de suco entérico.

    € Colecistocinina (CCK): hormônio produzido pelas células I do intestino delgado (mucosa do jejuno)€ Estimula o crescimento celular do pâncreas e a secreção do suco pancreático.€ Provoca o esvaziamento da vesícula biliar.€ Ação inibitória no estômago.

    OBS16: O stress emocional pode estimular a secreção de HCl devido a sobrecarga do sistema nervoso simpático (reduza vascularização da parede gástrica) e parasimpático (estimula a produção de acetilcolina), estimulando a secreção deacetilcolina e diminuindo a vascularização do estômago, podendo gerar gastrites nervosas que evoluem para ulceras.

    U NIDADE SECRETORA PANCRE…TICAO pâncreas, situado paralelamente abaixo do estômago, é uma grande glândula composta cuja estrutura interna

    se assemelha à das glândulas salivares, apresentando um amplo sistema de ductos e ácinos pancreáticos (originam-se nas células acinares, completando-se nos ductos extra-lobulares), responsáveis pela produção e secreção das

    enzimas digestivas pancreáticas.

    SUCO PANCREÁTICOO pâncreas em atividade secreta soluções que vão agir sobre o quimo (bolo alimentar que já sofreu a ação de

    enzimas desde a boca ao estômago), que é extremamente ácido, e chega ao duodeno, podendo ter sua mucosa lesadapor essa propriedade.

    É por esta razão que o suco pancreático é composto de uma grande quantidade de água, enzimas e grandesquantidades de bicarbonatos, com função de neutralizar a natureza ácida do quimo.

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    Funções.O suco pancre•tico … respons•vel pela hidr‚lise da maioria das mol…culas de alimento, bem como, continuar a

    digest„o de carboidratos (atrav…s da aƒ„o da amilase pancreática, que fragmenta o amido em maltose) iniciada naboca pela amilase salivar; prote€nas (enzimas proteases: quimiotripsina e tripsina); gorduras (lípases ) e •cidosnucl…icos (nucleases).

     A secretina … o hormŽnio pr‚-estimulante do p‹ncreas, que ativa sua funƒ„o eletrol€tica (bicarbonatos). Emcontrapartida, … um hormŽnio inibidor do estŽmago: com o intuito de parar a funƒ„o do estŽmago e iniciar a aƒ„opancre•tica.

    Componentes. A secreƒ„o do suco pancre•tico consiste em dois componentes:

    € Componente aquoso rico em HCO3- : neutraliza o H+ que chega ao duodeno.€ Componente enzim•tico: digere carboidratos, prote€nas e lip€dios, que s„o ativadas apenas na luz do intestino.

    Essas enzimas s„o recobertas com uma membrana lisossomal para se manterem inativas at… a chegada nointestino.

    Inervação do pâncreas exócrino.€ Est€mulo parassimp•tico: estimula a secreƒ„o.€ Est€mulo simp•tico: inibe a secreƒ„o.

    Indiv€duos alcoolistas podem desenvolver um quadro de pancreatite aguda, pois o •lcool estimula a ativaƒ„oprecoce das enzimas pancre•ticas, causando necrose do tecido pancre•tico. Indiv€duos que continuambebendo, desenvolvem pancreatite crŽnica, com o tecido pancre•tico totalmente destru€do. Desse modo, oindiv€duo ser• incapaz de quebrar nutrientes e nem assimil•-los, gerando quadros de desnutriƒ„o prot…ico-cal‚ricas graves. O tratamento … feito atrav…s de reposiƒ„o de enzimas pancre•ticas ou c…lulas tronco.

     Amilase Panc reát ica (pH ent re 7,8 e 8,2).Continua a digest„o dos carboidratos que foi iniciada na boca. Sua aƒ„o … semelhante ao da ptialina,

    transformando o amido (cana, frutas, leite, batata, arroz, trigo) em maltose e glicose. Essa etapa da digest„o …importante pois esses carboidratos s„o fonte de energia em nosso organismo.

    OBS17:  A digest„o do amido … completada no intestino porque, como o alimento permanece pouco tempo na boca, aptialina n„o … capaz de quebra-lo totalmente.

    Tripsina e Quimiot ripsi na (pH 7,8 e 8,2).S„o enzimas proteol€ticas produzidas em forma inativa (tripsinogŒnio e quimiotripsinogŒnio) para n„o atacar as

    prote€nas do pr‚prio ‚rg„o produtor (p‹ncreas). A atuaƒ„o do tripsinogŒnio … ativada pela enteroquinase, enzima

    produzida pelo pr‚prio duodeno, que por sua vez, j• como tripsina, converte quimiotripsinogŒnio em quimiotripsina.Essas enzimas transformam as prote€nas decompostas no estŽmago em subst‹ncias mais simples Š os amino•cidos. Asfontes de prote€nas s„o: carne, queijo, leite, ervilha, etc.

    Lipase Pancreática. Atua na digest„o dos lip€dios, transformando triglicer€dios em glicerol e •cidos graxos. Dissociado dessa

    maneira, os enter‚citos podem absorver esses nutrientes.

    Ribonucleases (RNAse) e Desoxirribonucl eases (DNAse). Atuam na digest„o inicial dos •cidos nucl…icos que s„o adquiridos na alimentaƒ„o.

    TripsinaEnteroquinaseTripsinogŒnio

    QuimiotripsinogŒnioTripsina Quimiotripsina

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    HORMÔNIOS REGULADORES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA As c…lulas acinares, assim como as parietais g•stricas, s„o estimuladas por trŒs mediadoes: acetilcolina,

    secretina e CCK . Quando o quimo ainda est• no estŽmago, h• a secreƒ„o de gastrina para a realizaƒ„o das funƒˆes doestŽmago. Quando o quimo chega luz do duodeno, a secretina … liberada, retardando a secreƒ„o da gastrina eestimulando a secreƒ„o de suco pancre•tico. A CCK , al…m de, juntamente a secretina, inibem a secreƒ„o de gastrina,estimula a secreƒ„o da ves€cula biliar para que a bile seja secretada juntamente ao suco pancre•tico, fazendo com queambas atuem simultaneamente no quimo.

    FASES DA SECREÇÃO PANCREÁTICA

    OBS18: † por isso que dizem que ‘a digest„o comeƒa na vis„o’, pois ao observar um alimento, por est€mulo vagal,enzimas comeƒam a ser secretadas, como ocorre com a salivaƒ„o (‘•gua na boca’).

    Secre†‡o biliar  A ves€cula biliar armazena (no m•ximo 30 a 60ml), secreta e concentra (retira •gua) da bile, secreƒ„o digestiva

    produzida pelo f€gado (600 a 1000ml por dia) . A bile possui importantes funƒˆes: ajuda a emulsificar grandes part€culas de gorduras, bem como ajuda no

    processo de absorƒ„o dos produtos terminais dessa gordura digerida; serve como meio de excreƒ„o de v•rios produtosimportantes de degradaƒ„o de c…lulas sangu€neas: bilirrubina e excesso de colesterol. A primeira dessas funƒˆes n„o …realizada por meio de enzimas, uma vez que s„o inexistentes na bile, mas sim, pela aƒ„o dos ácidos biliares.

    Icterícia: excesso de bilirrubina no sangue devido a defeitos metab‚licos. Os sintomas s„o pele e escler‚tica amarelados.Pode ser causada por dist‡rbios ainda no metabolismo da bilirrubina (nas funƒˆes dos hepat‚citos) ou por obstruƒ„o nosductos de excreƒ„o (icter€cia obstrutiva)Icterícia neonatal: rec…m-nascidos, geralmente, n„o conseguem excretar a bile, elevando os n€veis de bilirrubina no sangue.† necess•ria a fototerapia, respons•vel por transformar a bilirrubina de uma forma pouco excret•vel para uma forma maisfacilmente excret•vel. Se n„o for tratado, a bilirrubina trar• problemas neurol‚gicos, por ser t‚xica e capaz de atravessar abarreira hematoencef•lica.Cálculos biliares: o colesterol, que tamb…m … excretado pela bile, em condiƒˆes anormais pode sofrer precipitaƒ„oresultando na formaƒ„o de cálculos biliares de colesterol. A concentraƒ„o de colesterol presente na bile … determinada, emparte, pela quantidade de gordura ingerida pelo indiv€duo (uma vez que o colesterol … um dos produtos do metabolismo dasgorduras). Indiv€duos que adotam dietas ricas em gorduras durante per€odos de muitos anos, est„o sujeitos formaƒ„o de

    c•lculos biliares.

    OBS19: c•lculos biliares podem se desenvolver a partir da cristalizaƒ„o do excesso de qualquer um dos componentes dabile concentrada (sais biliares, lecitina, bilirrubina e colesterol).OBS20:  A bilirrubina … o produto da destruiƒ„o do grupamento heme de hem•cias velhas, e … excretada pelo f€gado(onde … conjugada, sendo transformada de bilirrubina indireta n„o-excret•vel e insol‡vel, em bilirrubina excret•vel esol‡vel) e transportada junto albumina (por ser t‚xica) para ser excretada pela urina ou feses (urobilina).

    FASE EST MULO SECREÇ OCEF LICA

    (pouco importante)Vagal Pequeno volume

    Rico em enzimasG STRICA

    (m…dia import‹ncia)

    Contraƒˆes g•stricas

    Gastrina (j• sinaliza a secreƒ„ode secretina para estimular 

    o p‹ncreas)

    Volume m…dio

    Rica em enzimas

    FASE INTESTINAL(muito importante)

     “cido no duodenoSecretina

    CCK (contraƒ„o da ves€cula biliar)

    Grande volumeRica em HCO3-

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    SECREÇÃO DA BILE PELO FÍGADOOs hepatócitos captam a bilirrubina e a elimina pelos canalículos biliares até a luz intestinal. Até chegar à

    vesícula biliar, a bile sofre modificações. Até na vesícula, haverá alterações estruturais e bioquímicas na bile como a suaconcentração (retirada de água, Na+ e Cl- tornando-a mais espessa e osmótica) pela mucosa da vesícula, restando nabile os seguintes componetes:

    € Sais biliares€ Lecitina (lisina, que forma micelas)€ Colesterol€ Bilirrubina

    OBS21: Circulação Entero-hepática dos Sais biliares: Os sais biliares percorrem cerca de 18 vezes o circuito êntero-hepático antes de serem reabsorvidos para o sangue, ou seja, ao serem liberados na luz do intestino, são novamentereabsorvidos pelo sangue, retornando ao fígado, onde são devolvidos às células hepáticas e secretados novamente nabile.

    O aumento de qualquer um dos componentes acima pode causar cálculos na vesícula, inclusive o excesso debilirrubina por meio de cálculos de bilirrunatos. Pacientes com anemia hemolítica, anemia falciforme,talassemia ou eristroblastose, por terem uma grande demanda de bilirrubina, passam a apresentar grandesconcentrações de bilirrubina indireta gerando icterícia. Conclui-se, então, que indivíduos ictéricos estãopropensos a desenvolver pedras na vesícula.Indivíduos com problemas de tireóide, por terem problemas no metabolismo de cálcio, podem gerar cálculos.A ausência de sais biliares, responsáveis pela digestão de gorduras, também causam distúrbios metabólicos aoorganismo: o colesterol é necessário para formação de hormônios; e os ácidos graxos são indispensáveis naformação das membranas celulares.

    ESVAZIAMENTO DA VESÍCULA BILIARQuando o alimento começa a ser digerido na porção superior do TGI, a vesicular biliar também começa a se

    esvaziar, sobretudo quando alimentos gordurosos chegam ao duodeno, cerca de 30 minutos depois da refeição. Oesvaziamento acontece pelas contrações rítmicas da parede da vesícula e pelo relaxamento simultâneo do esfíncter deOddi. Toda essa série de acontecimentos é estimulada pela CCK. Trata-se da mesma colecistocinina que induz asecreção de enzimas digestivas pelas células acinares do pâncreas, para que ambas secreções ajam juntas no alimento.

    Bile Gordura emulsificada(Bile + Agitação)

    Gordura

    emulsificada

    Lipase pancreática Ác. Graxos

    2-monoglicerídios

    HORMÔNIOS REGULADORES DA SECREÇÃO B ILIARA secretina, assim como é estimulante do pâncreas, também vai atuar estimulando a secreção de bile, para

    neutralizar o quimo ácido pela ação do bicarbonato.A colecistocinina estimula o esvaziamento da vesícula biliar, cerca de 30 minutos depois da refeição, ocorre

    concentrações da parede da vesícula e o relaxamento do esfíncter de Oddi (do colédoco para o duodeno). O pico deCCK é atingido com a chegada de gordura no estômago.

    ESTÍMULO NERVOSOA vesícula é estimulada por fibras nervosas do sistema nervoso autônomo parassimpático, através da liberação

    de acetilcolina, dos nervos vagos e do sistema nervoso entérico.

    F ISIOLOGIA H EP…TICAO fígado, pesando cerca de 1500 g, trata-se da maior glândula do corpo. Está situado no quadrante superior

    direito da cavidade abdominal, logo abaixo do diafragma. Esta glândula apresenta inúmeras funções relacionadas aometabolismo.

    Assim como o pâncreas, o fígado tem funções exócrinas e endócrinas; entretanto, ao contrário do pâncreas, amesma célula (o hepatócito) do fígado é responsável pela sua secreção exócrina (a bile) e por seus diversos outrosprodutos endócrinos. Além disso, os hepatócitos convertem substâncias nocivas em materiais não tóxicos, que sãosecretados na bile, como a bilirrubina.

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    OBS22: Do ponto de vista histol‚gico, esses hepat‚citos est„o organizados em trab…culas distribu€das de forma radial,onde no centro do lobo hep•tico est• presente a veia hepática central, e nas regiˆes angulares tŒm-se as art…ria e veiahep•tica. Em certas patologias que acometam o f€gado, incidem geralmente na regi„o central ou na circulaƒ„o portal.

    FUNÇÕES RELACIONADAS AO METABOLIMSO INTERNO€ Metabolismo da bilirrubina: transformando-a em bilirrubina conjungada, que … mais sol‡vel e excret•vel.€ Metabolismo dos carboidratos: armazenamento de energia em forma de glicogŒnio; transformaƒ„o desse

    glicogŒnio em glicose para ser usado pelo corpo.€ Metabolismo dos lip€dios: produƒ„o de outros lip€dios, fosfolip€dios de membrana e colesterol para hormŽnios.€ Metabolismo das prote€nas€ Metabolismo da bile€ Metabolismo de drogas e subst‹ncias ex‚genas: toda subst‹ncia ex‚gena (que n„o … t€pica do corpo) …

    metabolizada por um complexo enzim•tico. Alteraƒˆes nesse funcionamento hep•tico, o indiv€duo apresentar•quadros de intoxicaƒ„o.

    € Funƒ„o de reservat‚rio sangu€neo€ Funƒ„o de manutenƒ„o do equil€brio hidroeletrol€trico: manutenƒ„o da homeostase.€ Funƒ„o de defesa imunol‚gica: c…lulas de Kupfer.€ Propriedade de regeneraƒ„o.

    METABOLSMO DA BILIRRUBINA As hem•cias velhas v„o passar por um sistema de hem‚lise

    (que pode ser no f€gado, rins e ossos longos), sofrendo degradaƒ„ode seu grupo heme, tendo como subproduto a bilirrubina, que vai ser

    transportada pelo sangue juntamente a albumina, por ser umasubst‹ncia t‚xica.

     Ao chegar aos hepat‚citos, essa bilirrubina vai sofrer a aƒ„odos seguintes processos: processo de captura (feito por uma prote€naespec€fica, que houver defeitos, pode desenvolver icter€cia), sistemametab‚lico (convertendo-se em um metab‚lito conjugado e de f•cileliminaƒ„o) e liberaƒ„o nos canal€culos para ser excretado para aves€cula, para depois ser enviado ao intestino pelo canal col…doco.

    METABOLISMO DOS CARBOIDRATOSNa dieta humana normal, … ingerido na forma

    de polissacar€deos (amido) e dissacar€deos (sacarose,lactose). Esses aƒ‡cares sofrer„o aƒ„o enzim•tica naluz do intestino transformando-se emmonossacar€deos (glicose, frutose e ribose) de f•cilabsorƒ„o. A partir da€, atingiram os vasosmesent…ricos, para que, por meio da veia porta,chegem at… o f€gado para serem metabolizados emenergia. Nos hepat‚citos, ocorre a fosforilaƒ„o (glicosesendo transformada em glicose-6-fosfato), sendoarmazenada em forma de glicogŒnio. Com isso,dependendo das necessidades fisiol‚gicas, o f€gadocomandar• a glicogŒnese ou a glicogen‚lise.

    OBS23: Defeitos na mucosa do intestino causar„o d…ficits de absorƒ„o de glicose.

    OBS24

    : Defeitos na enzima glicogênio-6-fosfatase comprometem o metabolismo adequado dessa glicose.

    METABOLISMO DAS GORDURASOs triglicer€dios (…steres do glicerol com •cidos graxos) sofrem hidr‚lise parcial na luz intestinal pela aƒ„o das

    l€pases, com transporte do glicerol, que … hidrossol‡vel, ao f€gado.Os •cidos graxos podem formar complexos hidrosol‡veis com sais biliares e penetrar na parede intestinal,

    podendo haver nova s€ntese de TGs. Podem se ligar a lipoprote€nas para ser transportado pelo sangue.† no f€gado que os lip€dios s„o destinados s suas funƒˆes nas diversas vias metab‚licas do organismo, como a

    ”-oxidaƒ„o mitocondrial (via na qual a gordura … convertida em energia) ou na produƒ„o de colesterol (ester‚ides, •cidosbiliares, corpos cetŽnicos).

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    COLESTEROL† um esterol sintetizado em diferentes tecidos, inclusive no f€gado, mucosa intestinal, supra-renal e parede

    arterial, sendo excretado na bile como esterol neutro. Pode ser convertido em •cidos biliares prim•rios; … armazenado nof€gado na forma estratificada.

    OBS25: A aterosclerose pode ser desenvolvida pela ingest„o excessiva de colesterol ou pela produƒ„o exagerada desseesterol na parede dos vasos.

    METABOLISMO DE PROTEÍNAS

    O f€gado … a sede principal do metabolismo dos amino•cidos intermedi•rios e de s€ntese de prote€nas. Os AAexistem na forma livre em diversos tecidos, a maioria dos AA no f€gado n„o … essencial (que s„o produzidos pelo pr‚priocorpo: alanina, •cido glut‹mico, glutamina, glicina).

     Ap‚s a al imentaƒ„o ocorrem picos de amino•cidos no sistema porta, que foram ingeridos na forma de prote€nas,desintegradas pelo processo digestivo em amino•cidos. Ao chegar ao f€gado, esses amino•cidos s„o transformados emnovas prote€nas para realizarem novas funƒˆes.

    OBS26:  A amŽnia (subst‹ncia t‚xica) produzida por bact…rias intestinais … absorvida pela mucosa do intestino, para serexcretado pelo trato digestivo ou pela respiraƒ„o.OBS27:  A ur…ia … o produto do metabolismo do nitrogŒnio, sendo facilmente excret•vel pelo rin. Pode ser hidrolisadapara amŽnia no TGI, sendo um meio eficaz de detoxificaƒ„o desta. Indiv€duos podem ter intoxicaƒ„o pelo aumento deamŽnia ou por ur…ia, no caso de insuficiŒncia renal ou hep•tica.

    Pacientes com cirrose hepática em estado avanƒado apresentam dist‡rbios mentais (encefalopatia hepática),

    por n„o conseguir metabolizar e eliminar amŽnia, que atravessa a barreia hematoencef•lica, deixando oindiv€duo confuso mentalmente, podendo melhorar por uso de antibi‚ticos, que v„o atacar as bact…riasintestinais que transformam ur…ia em amŽnia.

     A maioria das prote€nas plasm•ticas … sintetizada no f€gado, como albumina, fibrionogŒnio, fatores (V, VII, IV, X;ligados a vitamina K), fator VIII (parcialmente), hepatoglobinas, transferrina (transporta o ferro no sague), ceruloplasmina(prote€na que anula o efeito t‚xico do cobre e excreta esse metal pesado), globulinas -1 e -2 (sistema imunol‚gicos) eas lipoprote€nas (HDL, LDL e VLDL) que transportam a gordura no sangue.

    OBS28: InsuficiŒncia hep•tica que traga falta de albumina, pode acarretar edemas devido o extravio de l€quidos para otecido. Al…m disso, a falta de fibrinogŒnio e os fatores ligados vitamina K trar• malef€cios coagulaƒ„o sangu€ena.

    METABOLISMO DE DROGAS E SUBSTÂNCIAS EXÓGENAS A maior parte do metabolismo das drogas e outros compostos ex‚genos ocorrem no f€gado, atrav…s da aƒ„o de

    enzimas localizadas nos microssomos do ret€culo endoplasm•tico liso e de co-fatores, como o NADPH, citocromo P450(liga-se a subst‹ncia promovendo o seu metabolismo).

    Toda droga ingerida tem seu endereƒo certo para ser metabolizada no f€gado pelo sistema P450, para que setorne uma subst‹ncia n„o t‚xica, apta para a eliminaƒ„o. Esta desintoxicaƒ„o est• dividida em duas fases:

    € 1 fase: oxidaƒ„o, reduƒ„o, hidr‚lise.€ 2 fase: conjungaƒ„o com •cido glicurŽnico ou AA (glicina, glutamina), tornando a droga ou metab‚lito mais

    sol‡vel ou mais polar (mais facilmente eliminado), com diminuiƒ„o da atividade biol‚gica do composto.

    OBS29: Existem medicamentos que competem com o f€gado, ou seja, o indiv€duo pode estar fazendo uso de doismedicamento em que um bloqueie a aƒ„o das enzimas, impedindo a desintoxicaƒ„o do outro. Com isso, o segundomedicamento, ser• considerado t‚xico.

    FUNÇÃO DE RESERVATÓRIO DE SANGUE As grandes dimensˆes do f€gado, ‚rg„o ricamente vascularizado e localizado entre as circulaƒˆes porta e

    sistŒmica, conferem-lhe a propriedade de reservat‚rio de sangue e l€quido extra-celular, podendo aumentar ou diminuir asua capacidade em resposta a situaƒˆes patol‚gicas e fisiol‚gicas (Ex: insuficiência cardíaca congestiva, em que ocoraƒ„o n„o d• conta de bombear o volume de sangue a ser bombeado, gerando uma hepatomegalia).

    OBS30: Indiv€duos que sofrem hemorragias intensas, geralmente apresentam hepatomegalia e esplenomegalia, paramanter a press„o sangu€nea aproximadamente constante.

    FUNÇÃO DE MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICOConsiderando que toda •gua e eletr‚litos ingeridos e absorvidos passam atrav…s do f€gado, este ‚rg„o

    apresentar• papel importante na manutenƒ„o do equil€brio hidroeletrol€tico. Al…m disso, o f€gado produz subst‹nciashormonais respons•veis pela homeostase.

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    FUNÇÃO DE DEFESA IMUNOLÓGICAO f€gado exerce funƒ„o imunol‚gica atrav…s de macr‚fagos nomeados de células de Kupfer (representantes do

    sistema ret€culo endotelial do f€gado) que est„o relacionados com a produƒ„o de gamaglobulinas, anticorpos e atividadefagoc€tica.

    Essa aƒ„o … importante por neutralizar bact…rias e toxinas oriundas do sistema porta, vindas junto aosnutrientes. † por isso que o f€gado … tido como um ‚rg„o de filtraƒ„o.

    OBS31: Indiv€duos com funƒ„o hep•tica reduzida est„o propensos ao desenvolvimento de infecƒˆes.

    PROPRIEDADES DE REGENERAÇÃOOs hepat‚citos s„o c…lulas com elevada atividade metab‚lica, mesmo ap‚s a remoƒ„o de 70% de sua massa

    parenquimatosa. Ap‚s a hepatectomia parcial, observa-se aumento das mitocŽndrias, da atividade lisossomal e intensaatividade mit‚tica.

    Essa propriedade … importante em ressecaƒˆes de tumores, transplantes, etc.

    OBS32: Nódulo no f€gado … uma elevaƒ„o s‚lida, enquanto cisto … de conte‡do l€quido. O emangiŽma … um n‚dulobenigno de origem vascular hep•tico.

    I NTESTINO DELGADO † o ‚rg„o mais longo do trato alimentar. O intestino delgado est• divido em trŒs

    regiˆes: duodeno (porƒ„o proximal do intestino delgado, que recebe secreƒˆes pancre•ticase biliares para neutralizar o quimo •cido do estŽmago e continuar o processo digestivo do

    alimento),  jej uno (regi„o m…dia, mais longa e onde ocorre maior absorƒ„o de nutrientes) eíleo (porƒ„o final, em contato com o intestino grosso). Esse ‚rg„o digere material alimentar eabsorve finais do processo digestivo.

    FUNÇÕESDo ponto de vista digestivo, o intestino delgado … respons•vel por neutralizar a acidez

    do quimo proveniente do estŽmago, adicionar enzimas digestivas e bile a este quimo, quebrarprote€nas, carboidratos e lip€dios para a maior absorƒ„o desses materiais. 95% da absorƒ„oacontece nesse ‚rg„o.

    OBS33:  A mucosa (T.E.R. Simples Cil€ndrico com Vilosidades) intestinal … dotada devilosidades altamente irrigadas especializadas na absorƒ„o dos alimentos. Indiv€duos com

    falta de vilosidades, com mucosa lisa, apresentar„o desnutriƒ„o devido absorƒ„o deficiente.

    MOVIMENTOS DO INTESTINO DELGADO

    € Movimentos segmentares (Contrações de Mistura): o quimo no ID provoca um tipo de contraƒ„o chamada desegmentar, por ser •cido e hiperosmolar, que causa pequenas septaƒˆes no intestino misturando o quimo comas secreƒˆes intestinais liberadas.

    € Movimentos propulsivos (movimentos peristálticos): a distens„o do ID pelo quimo desencadeia ondasperist•lticas que se deslocam em direƒ„o ao ‹nus, numa velocidade de 0,5 a 2 cm/s. S„o contraƒˆes fracas,fazendo com que o quimo se desloque lentamente para ter o tempo necess•rio para absorƒ„o realmente efetiva,durante cerca de 3 a 5h do piloro at… a v•lvula €leo-cecal. Este tipo de movimento … controlado de duasmaneiras:

    o Mecanismo nervoso: o sistema nervoso autŽnomo parasimp•tico (estimula, por participar de um sistemapr‚-digest„o) e simp•tico (retardando, atrav…s de adrenalina, desviando o sangue da digest„o para

    ‘‚rg„os nobres’: coraƒ„o, musculos e c…rebro) controlam esses movimentos. Os reflexos gastrent…ricos,desencadeados pela distens„o do estŽmago, estimulam o plexo mioent…rico aumentando a intensidadedos movimentos perist•lticos.

    o Mecanismo hormonal: reflexo da gastrina, CCK, serotonina, insulina; os quais estimular„o, da mesmaforma, o plexo mioent…rico.

    OBS34: Caso haja uma maior necessidade metab‚lica de gorduras, prote€nas e carboidratos, as vilosidades do IDaumentam para acontecer uma maior absorƒ„o de nutrientes.

     Amebíase: o protozo•rio ameba atravessa a mucosa do ID recobrindo as vilosidades, impedindo a absorƒ„oeficaz dos nutrientes. Os indiv€duos acometidos apresentar„o diarr…ia e desnutriƒ„o.

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    SECREÇÕES DO INTESTINO DELGADO A mucosa do intestino delgado secreta o suco ent…rico,

    soluƒ„o rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Umadessas enzimas … a enteroquinase. Outras enzimas s„o asdissacaridases, que hidrolisam dissacar€deos emmonossacar€deos (sacarase, lactase, maltase). No suco ent…ricoh• enzimas que d„o seqŒncia hidr‚lise das prote€nas.

    I NTESTINO G ROSSO Est• subdivido em ceco, c‚lon (ascendente, transverso, descendente e

    sigm‚ide), reto e ‹nus; tendo aproximadamente 1,5m de comprimento.Ele n„o est• ligado a absorƒ„o de micronutrientes, mas sim, pela maior

    absorƒ„o de •gua e €ons do quimo provenientes do intestino delgado, compactando o

    quimo em fezes que ser„o elminadas. Al…m da produƒ„o de vitamina K e B porbact…rias simbi‚ticas.

     As funƒˆes do cólon s„o:€  Absorƒ„o de •gua e de eletr‚litos do quimo Š c‚lon direito.€  Armazenamento da mat…ria fecal at… que possa ser excretada (colon

    esquerdo).OBS35: O vibri„o col…rico produz uma toxina que bloqueia a absorƒ„o de •gua es‚dio pelos enter‚citos, gerando uma diarr…ia volumosa.

    MOVIMENTOS DO INTESTINO GROSSO€ Movimentos de mistura (haustrações): … semelhante aos movimentos do ID, por…m de forma mais lenta.

    € Movimentos porpulsivos (de massa): quando o colo fica excessivamente cheio, ocorre contraƒ„o de um

    segmento do colo forƒando o conte‡do fecal a deslocar-se em massa colo abaixo em 30 segundos, comrelaxamento de 2 a 4 minutos at… um novo movimento. Esse movimento de massa perdura por apenas 10 a 30minutos, e se n„o houver defecaƒ„o, um novo movimento vir• em torno de 12 a 24h.

    ESTÍMULOS PARA OS MOVIMENTOS DE MASSAExistem alguns est€mulos intr€nsecos do aparelho intestinal que fazem com que a massa fecal seja deslocada.

    € Reflexo gastrocólico: Desencadeado pela distens„o do estŽmago ap‚s uma refeiƒ„o. Caso o indiv€duo recebaum sinal gastroc‚lico, percebendo a necessidade de defecar, e tente regula-lo voluntariamente, esse reflexopode ser perdido ao longo do tempo, causando constipaƒ„o.

    € Reflexo duodenocólico: Desencadeado pela distens„o do duodeno ap‚s uma refeiƒ„o, que ocorre emseqŒncia do reflexo gastroc‚lico.

    € Estimulação parassimpática

    DEFECAÇÃO

    Normalmente, o reto n„o cont…m fezes, uma vez que o esf€ncter funcional (junƒ„o do colo sigm‚ide e do reto)est• a 20 cm do ‹nus. Quando o movimento de massa forƒa a passagem de fezes para o reto, ocorre um tipo especialde reflexo Š o reflexo da defecação  Š que provoca:

    € Contraƒ„o reflexa do reto: encurtam-se as fibras do reto€ Relaxamento do esf€ncter anal€ Prensa abdominal: press„o do diafragma e v€sceras abdominais.

    OBS37:  A defecaƒ„o pode ser inibida at… certo ponto devido a contraƒ„o da musculatura estriada esquel…tica doesf€ncter anal externo. O controle da defecaƒ„o … feita justamente pela constriƒ„o do esf€ncter anal interno (m‡sculo liso)e esf€ncter anal externo (m‡sculo estriado).

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    REFLEXO DA DEFECAÇÃOO enchimento das porções finais do intestino grosso estimula terminações nervosas presentes em sua parede,

    através da distenção da mesma. Impulsos nervosos parassimpáticos são, então, em intensidade e frequência cada vezmaior, dirigidos a um segmento da medula espinhal (sacral) e acabam por desencadear uma importante resposta motoraque vai provocar um aumento significativo e intenso nas ondas peristálticas por todo o intestino grosso, ao mesmo tempoem que ocorre um relaxamento no esfincter interno do ânus.

    Desta forma ocorre o reflexo da defecação. Se, durante este momento, o esfinter externo do ânus tambémestiver relaxado, as fezes serão eliminadas para o exterior do corpo, através do ânus. Caso contrário, às fezespermanecem retidas no interior do reto e o reflexo desaparece, retornando alguns minutos ou horas mais tarde.

    C ̂ LULAS E NTEROEND‰CRINAS O tubo gastrointestinal contém um número pequeno de células endócrinas ou endocriniformes, denominadas

    células enteroendócrinas ou argentafins, concentradas especialmente no estômago e no intestino delgado. Essas célulasenteroendócrinas recebem nomes individuais de acordo com a substancia produzida. Em geral, um único tipo de célulasecreta somente um agente, apesar de tipos celulares ocasionais poderem secretar dois agentes diferentes. Há pelomenos 13 tipo de células enteroendócrinas, das quais alguns estão localizados na própria mucosa gástrica.

    São classificadas quanto a presença de microvilosidades ou não no seu ápice:€ Tipo aberto: ápice com microvilos (fariam a secreção exócrinas).€ Tipo fechado: ápice recoberto com células epiteliais (fariam à secreção endócrina) sendo elas a grande

    maioria no TGI.

    rgão Célula Hormônio

    Produzido

     Ação do Hormonio

    Estômago eIntestinoDelgado

    AGlucagon

    (enteroglucagon)Estimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando assim, osníveis de glicose do sangue

    Estômago,intestinosdelgado e

    grosso

    Enterocromafim Serotonina Aumenta os movimentos peristálticos

    Estômago Semelhante àEnterocromafim

    Histamina Estimulação e secreção de HCl

    Estômago,intestinosdelgado e

    grosso

    D SomatostatinaInibe a liberação de hormônios pelas células DNES em suavizinhança

    Estômago eIntestinodelgado

    Produtora de gastrina Gastrina

    Estimula a secreção de HCl, a motilidade gástrica (especialmente

    a contração da região pilórica e o relaxamento do esfíncterpilórico regulando o esvaziamento gástrico) e a proliferação dascélulas regeneradoras do corpo do estômago

    Estômago,intestinosdelgado e

    grosso

    Produtora deglicentina

    GlicentinaEstimula a glicogenólise pelos hepatócitos, elevando os níveis deglicose do sangue.

    Estômago eIntestino Grosso

    Célula produtora depolipeptídeopancreático

    Polipeptídeopancreático

    Estimula a liberação de enzimas para as células principais.Diminui a liberação do HCl pelas células parietais. Inibe aliberação do pâncreas exócrino.

    Estômago,intestinosdelgado e

    grosso

    Produtora de peptídeointestinal vasoativo

    Peptídeo intestinalvasoativo

    Aumenta a ação peristáltica dos intestinos delgado e grosso eestimula a eliminação de água e íons pelo trato GI

    Intestinodelgado

    I Colecistoquinina(CCK)

    Estimula a liberação do hormônio pancreático e a contração davesícula biliar.

    Intestinodelgado

    K Peptídio inibidor dagastrina

    Inibe a secreção de HCl

    Intestinodelgado

    Célula produtora demotilina

    Motilina Aumenta o peristaltismo intestinal

    Intestinodelgado

    Célula produtora deneurotensina

    Neurotensina Aumenta o fluxo sanguíneo para o íleo e diminui a açãoperistáltica dos intestinos delgado e grosso

    Intestinodelgado

    S Secretina Estimula a liberação de fluido rico embicarbonato pelo pâncreas