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II ANNO m DOMINGO, 39 DE JUNHO IOS 1903 N.° 5 o SEMANA RIO NOTICIOSO, LITTER ARIO E AGRÍCOLA Assignatura Anno, iSooo reis; semestre, 5 oo reis. Pagamento adeantado. j>ara o Brazil, anno, 2S5oo réis (moeda forte). Avulso, no dia da publicação, 20 réis. -José Augusto Saloio 16— LARGO DA MISERICÓRDIA- a ld k (i a. 1.1.1 :<; a Publicações Annuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, A 20 réis. Annuncios na 4.;' pagina, contracto especial. Os aut;>- í ; graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio -16 |i St u EXPEDIEN TE ,\cccitain-se com grati- <lão «jnaesíjurr noticias <jnc sejam <le iuíeresse píilíSie». Celebram-se no mez de junho as festas dos tres santos mais populares da christandade: Santo Anto nio, S.João e S. Pedro. Santo Antonio, com a sua lenda de Santo galho feiro que se entretinha a ir á fonte quebrar as bilhas ás raparigas, é o que mais prende a imaginação femi nina. Em todos aquelles ce- rebros de donzellas se abri ga a esperança de que o santo protector lhes pro porcione um noivo esbelto, elegante, que lhes faça a vida um vasto paraíso de delicias. Queimam-se alcacho fras, compram-se sortes, deitam-se ovos, para con sultar o futuro, e o santo é abençoado se a predição fòr favoravel e muitas ve zes maldito e atirado até para longe, se a resposta do destino é desfavoravel aos desejos daquellas am biciosas creaturinhas. Como é bom ter cren ça ! Como é bom ter fé! E’ uni sonho encantador a primavera da vida! Quando os gelos do in verno nos branqueiam a cabeça e nos tornam quasi insensível o coração, lem bramo-nos com saudade, ao vêr essas festas rumo rosas e sinceras, dos bons tempos em que tambem viamos 0 futuro côr de ro- ^ em que tambem sonhá vamos as mais dòces i11 u- sões. Gosae, mocidade! Quei- niae alcachofras no Santo Antonio, saltae fogueiras S. João, ride, sem cui dados no futuro, que a vi- é bella quando se tem v>nte annos e se vê o céo Permanentemente azul. Ainda assim, eu que sou quasi um descrente, vou jazer uma invocação ao taumaturgo. Santo Antonio, Santo Antonio, tu que és o de- parador de todas as coisas perdidas, grande valor te rias para mim se fosses ca paz de fazer um milagre: descobrir onde param o brio e a dignidade, que ha tanto tempo desapparece- ram de grande parte da sociedade portugueza. JOAQUIM DOS ANJOS. As ts*es MMIU&áhecas Esta Emprezaeditora que, apesar de ter apenas alguns mezes de existencia, é já hoje uma das mais conhe cidas e justamente aprecia das pelo publico, acaba de publicar o segundo tomo do Filho do Mosqueteiro, o extraordinario e sensacio nal romance de Paul Maha lin, que Alfredo de Moraes artisticamente iiiustra com primorosos desenhos, com que a Empreza tão auspicio samente iniciou as suas pu blicações. O que vale esse roman ce, que a critica franceza compara— pelo seu vivo in teresse, pela resurreição da época, pelo brilhantismo da linguagem, e pelas empol gantes peripeeias admira velmente encadeadas,— á obra immortal de Alexan dre Dumas, essa epopêa romantica Os tres Mosque teiros, já nós o dissemos n’um dos nossos números passados, e prova-o bem, o acolhimento enthusiastieo que tem tido da parte do publico. Mas a Empreza d \ 4s tres bibliothecas não se conten tando em dar aos seus assi- gnantes o romance histori co mais notável que ultima mente se tem publicado, ainda lhes offerece, como brinde extraordinario—que está sendo distribuído com o segundo tomo do Filho do Mosqueteiro, e que será entregue a todos os assi- gnantes inscriptos até 3o de junho — Um volume que representa um verdadeiro serviço prestado á littera- tura portugueza. Este volume é a Home nagem a Gril Vicente, con tendo o Auto da Alma. O pranto de Maria Parda e a Carta de D. João III, sobre o terremoto de i 53 i , tres das obras mais notáveis do fundador do Theatro Por tuguez. Tem este volume em primorosas gravura: o fac-simíle do frontispício da edição de 1 585, do Auto da Alma, o do frontispício da edição de 1 665 do Pran to de Maria Parda e o re trato da actriz Adeli na Ruas, vestida e caracterisada de Maria Parda. Abre o volu me primoroso estudo criti co do Auto da Alma , devi do á brilhantíssima penna do Visconde de Ouguel- la. A vulgarisação das obras de Gil Vicente representa sem duvida alguma um va lioso serviço prestado ao publico, e uma prova está na éxtraordinaria acceita cão que obteve este volu me— posto á venda avulsa bem como um outro con tendo os trechos da obra de Gil Vicente, recitados na sessão solemne do Con- servatorio e representados com o mais brilhante exito e em recitas successivas no theatro D. Amélia, de Lisboa. Os escriptorios da Em preza d’As' tres bibliothecas de que são proprietários os srs. Urbano de Castro e Al varo Pinheiro Chagas, estão installados na rua da Barro ca, 72. Agente da Empreza nes ta villa, o sr. Alberto Brito Valentim. «ocieílasle t.° «le IBc- zciiibro Realisou-se conforme no ticiámos no nosso ultimo numero o Sarau Artistico Musical promovido pelos insignes artistas lisbonen- ses Reynaldo Varella e Ce sar Nunes. Foi pena que estes distinctos artistas não tivessem uma boa casa. «aataosaeo Teem sido animadíssi mas as festividades feitas a S. João neste pittoresco log'ar. Muitos bailes e mui- tas fogueiras como de anti go costume. «aa-ISIaos Cirandes Queixam-se-nos desta freguezia que os poços de nominados do Concelho se acham em péssimo estado, e, devido isto, á falta d’um homem activo que zele aqui com interesse as coisas de maior necessidade. Os po ços denominados do Con celho são dois e de agua potável, mas acham-se n’um tal estado de immundici que ninguém se serve delles para coisa alguma. Consta- nos, porém, que os srs. An tonio Gomes Carvalho e João de Paiva Carromeu Sobrinho é que abastecem esta população dagua. A quem competir pedimos immed iatas providencias. Ha dias o sacristão des ta freguezia, José Izidro Lourenço, entreteve-se dei tando foguetes de flecha na direcção dos estabelecimen tos que se achavam abertos, dando este, divertimento occasião que a filhirihá do sr. Carromeu Sobrinho, ao fugir para o interior da casa cahisse, ferindo-se no ros to. O sacristão era levado pela ebriedade a praticar tal selvajaria. Acha-se bastante adean tado o coreto que aqui se está fazendo por conta da Sociedade «União e Traba lho. líesastre Na tarde de 24 do cor rente, quando o barco de pesca 10 E 161 de Aldegal lega fundeava na praia de Alcochete, um pobre pes cador cahiu do mastro on de se achava tomando a vel- la ficando num estado las- timosissimo. O infeliz cha ma-se Malaquias, e é expos to da Santa Casa da Mise ricórdia. Tem um braço fracturado e o corpo bas tante contundido. Os soc- corros médicos foram-lhe prestados em sua casa, n’es- ta villa, pelo ex.""’ sr. dr. Manuel Fernandes da Costa M o ura. E’ gra vissi mo o esta- do em que se encontra. Alcocfecíc — Catraio qui se voltou no rio Foram em passeio fluvial a esta pittoresca villa no dia 24 do corrente os srs.‘ Arthur, Carriche, Julio Au gusto d’01iveira e sua es posa. Depois de terem admirado a villa dirigiram- se ao caes para tomarem o catraio que os trouxera, onde alguem lhes disse que o mar se tinha levantado mais e que era bastante pe rigoso fazer aquella traves sia. Estes não se importan do com o que se lhes aca bava de dizer, metteram-se no barquinho, e a curta distancia uma lufada de vento voltára-o. Estavam no caes algumas pessoas que, antevendo o perigo que aquellas almas iam atravessar, deixaram-se es tar, sendo estas os salvado res daquelía tripulação que estava prestes a ser engoli da pelas vagas do Tejo com o seu prompto soccorro. O ex."10 sr. D. João Pereira Coutinho, digno adminis trador do concelho, procu rou todos os meios para que nada faltasse aos náu fragos. Louvamos s. ex.a pelo seubriosoprocedimen- to. Foi aqui muito festejado o dia de S. João havendo festa de egreja, procissão, musica e bailes. :c/>—*-£<í3S>=J-« Moita A noite de §. João nesta importante villa, foi este anno muito animada. Al- j uns cavalheiros da melhor roda moitense improvisa ram uma estudantina que deu algumas voltas á villa fazendo-se ouvir com agra do de toda a gente. Os bai les ao ar livre, as fogueiras e fogo de vistas davam á vil- a um aspecto singular. Consta-nos que a mes ma estudantina tenciona sahir no dia de S. Pedro. iFestejos a %. Pedro eni Aldegallega Começaram hontem os festejos a este popular san to com éxtraordinaria pom pa. Estes festejos são pro-

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D O M I N G O , 3 9 D E J U N H O IO S 1 9 0 3 N.° 5 o

SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A s s i g n a t u r aAnno, iSooo reis; semestre, 5oo reis. Pagamento adeantado. j>ara o Brazil, anno, 2S5oo réis (moeda forte).Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

-José Augusto Saloio 16— LARGO DA MISERICÓRDIA-a l d k ( i a . 1 . 1 . 1 : < ; a

P ublicaçõesAnnuncios— i.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,

A 20 réis. Annuncios na 4.;' pagina, contracto especial. Os aut;>- í ; graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio-16 |i

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E X P E D I E N T E

, \ c c c i t a i n - s e c o m g r a t i - <lão « j n a e s í j u r r n o t i c i a s <jnc s e j a m <le i u í e r e s s e píilíSie».

Celebram-se no mez de junho as festas dos tres santos mais populares da christandade: Santo Anto­nio, S.João e S. Pedro.

Santo Antonio, com a sua lenda de Santo galho­feiro que se entretinha a ir á fonte quebrar as bilhas ás raparigas, é o que mais prende a imaginação femi­nina. Em todos aquelles ce- rebros de donzellas se abri­ga a esperança de que o santo protector lhes pro­porcione um noivo esbelto, elegante, que lhes faça a vida um vasto paraíso de delicias.

Queimam-se alcacho­fras, compram-se sortes, deitam-se ovos, para con­sultar o futuro, e o santo é abençoado se a predição fòr favoravel e muitas ve­zes maldito e atirado até para longe, se a resposta do destino é desfavoravel aos desejos daquellas am­biciosas creaturinhas.

Como é bom ter cren­ça ! Como é bom ter fé! E’ uni sonho encantador a primavera da vida!

Quando os gelos do in­verno nos branqueiam a cabeça e nos tornam quasi insensível o coração, lem­bramo-nos com saudade, ao vêr essas festas rumo­rosas e sinceras, dos bons tempos em que tambem viamos 0 futuro côr de ro- ^ em que tambem sonhá­vamos as mais dòces i 11 u- sões.

Gosae, mocidade! Quei- niae alcachofras no Santo Antonio, saltae fogueiras

S. João, ride, sem cui­dados no futuro, que a vi-

é bella quando se tem v>nte annos e se vê o céo Permanentemente azul.

Ainda assim, eu que sou quasi um descrente, vou jazer uma invocação ao taumaturgo.

Santo Antonio, Santo

Antonio, tu que és o de- parador de todas as coisas perdidas, grande valor te­rias para mim se fosses ca­paz de fazer um milagre: descobrir onde param o brio e a dignidade, que ha tanto tempo desapparece- ram de grande parte da sociedade portugueza.

JO AQ UIM DOS ANJOS.

As ts*es MMIU&áhecas

Esta Emprezaeditora que, apesar de ter apenas alguns mezes de existencia, é já hoje uma das mais conhe­cidas e justamente aprecia­das pelo publico, acaba de publicar o segundo tomo do Filho do Mosqueteiro, o extraordinario e sensacio­nal romance de Paul Maha­lin, que Alfredo de Moraes artisticamente iiiustra com primorosos desenhos, com que a Empreza tão auspicio­samente iniciou as suas pu­blicações.

O que vale esse roman­ce, que a critica franceza compara— pelo seu vivo in­teresse, pela resurreição da época, pelo brilhantismo da linguagem, e pelas empol­gantes peripeeias admira­velmente encadeadas,— á obra immortal de Alexan­dre Dumas, essa epopêa romantica Os tres Mosque­teiros, já nós o dissemos n’um dos nossos números passados, e prova-o bem, o acolhimento enthusiastieo que tem tido da parte do publico.

Mas a Empreza d \4s tres bibliothecas não se conten­tando em dar aos seus assi- gnantes o romance histori­co mais notável que ultima­mente se tem publicado, ainda lhes offerece, como brinde extraordinario—que está sendo distribuído com o segundo tomo do Filho do Mosqueteiro, e que será entregue a todos os assi- gnantes inscriptos até 3o de junho — Um volume que representa um verdadeiro serviço prestado á littera- tura portugueza.

Este volume é a Home­nagem a Gril Vicente, con­tendo o Auto da Alma. O pranto de Maria Parda e a

Carta de D. João I I I , sobre o terremoto de i 53 i , tres das obras mais notáveis do fundador do Theatro Por tuguez. Tem este volume em primorosas gravura:o fac-simíle do frontispício da edição de 1585, do Auto da Alma, o do frontispício da edição de 1665 do Pran­to de Maria Parda e o re­trato da actriz A deli na Ruas, vestida e caracterisada de Maria Parda. Abre o volu­me primoroso estudo criti­co do Auto da Alma, devi­do á brilhantíssima penna do Visconde de Ouguel- la.

A vulgarisação das obras de Gil Vicente representa sem duvida alguma um va­lioso serviço prestado ao publico, e uma prova está na éxtraordinaria acceita­cão que obteve este volu­me— posto á venda avulsa bem como um outro con­tendo os trechos da obra de Gil Vicente, recitados na sessão solemne do Con- servatorio e representados com o mais brilhante exito e em recitas successivas no theatro D. Amélia, de Lisboa.

Os escriptorios da Em­preza d’As' tres bibliothecas de que são proprietários os srs. Urbano de Castro e Al­varo Pinheiro Chagas, estão installados na rua da Barro­ca, 72.

Agente da Empreza nes­ta villa, o sr. Alberto Brito Valentim.

« o c i e í l a s l e t . ° «le IBc- z c i i i b r o

Realisou-se conforme no­ticiámos no nosso ultimo numero o Sarau Artistico Musical promovido pelos insignes artistas lisbonen- ses Reynaldo Varella e Ce­sar Nunes. Foi pena que estes distinctos artistas não tivessem uma boa casa.

« a ataosaeo

Teem sido animadíssi­mas as festividades feitas a S. João neste pittoresco log'ar. Muitos bailes e mui- tas fogueiras como de anti­go costume.

«aa-ISIaos Cirandes

Queixam-se-nos desta freguezia que os poços de­nominados do Concelho se acham em péssimo estado, e, devido isto, á falta d’um homem activo que zele aqui com interesse as coisas de maior necessidade. Os po­ços denominados do Con­celho são dois e de agua potável, mas acham-se n’um tal estado de immundici que ninguém se serve delles para coisa alguma. Consta- nos, porém, que os srs. An­tonio Gomes Carvalho e João de Paiva Carromeu Sobrinho é que abastecem esta população dagua. A quem competir pedimosi m med i atas p rovidencias.

Ha dias o sacristão des­ta freguezia, José Izidro Lourenço, entreteve-se dei­tando foguetes de flecha na direcção dos estabelecimen­tos que se achavam abertos, dando este, divertimento occasião que a filhirihá do sr. Carromeu Sobrinho, ao fugir para o interior da casa cahisse, ferindo-se no ros­to.

O sacristão era levado pela ebriedade a praticar tal selvajaria.

Acha-se bastante adean­tado o coreto que aqui se está fazendo por conta da Sociedade «União e Traba­lho.

l í e s a s t r e

Na tarde de 24 do cor­rente, quando o barco de pesca 10 E 161 de Aldegal­lega fundeava na praia de Alcochete, um pobre pes­cador cahiu do mastro on­de se achava tomando a vel- la ficando num estado las- timosissimo. O infeliz cha­ma-se Malaquias, e é expos­to da Santa Casa da Mise­ricórdia. Tem um braço fracturado e o corpo bas­tante contundido. Os soc- corros médicos foram-lhe prestados em sua casa, n’es- ta villa, pelo ex.""’ sr. dr. Manuel Fernandes da Costa M o u ra. E’ gra vissi mo o esta- do em que se encontra.

A l c o c f e c í c — C a t r a i o q u i s e v o l t o u n o r i o

Foram em passeio fluvial a esta pittoresca villa no dia 24 do corrente os srs.‘ Arthur, Carriche, Julio Au­gusto d’01iveira e sua es­posa. Depois de terem admirado a villa dirigiram- se ao caes para tomarem o catraio que os trouxera, onde alguem lhes disse que o mar se tinha levantado mais e que era bastante pe­rigoso fazer aquella traves­sia. Estes não se importan­do com o que se lhes aca­bava de dizer, metteram-se no barquinho, e a curta distancia uma lufada de vento voltára-o. Estavam no caes algumas pessoas que, antevendo o perigo que aquellas almas iam atravessar, deixaram-se es­tar, sendo estas os salvado­res daquelía tripulação que estava prestes a ser engoli­da pelas vagas do Tejo com o seu prompto soccorro. O ex."10 sr. D. João Pereira Coutinho, digno adminis­trador do concelho, procu­rou todos os meios para que nada faltasse aos náu­fragos. Louvamos s. ex.a pelo seubriosoprocedimen- to.

Foi aqui muito festejado o dia de S. João havendo festa de egreja, procissão, musica e bailes.

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M o i t a

A noite de §. João nesta importante villa, foi este anno muito animada. Al- j uns cavalheiros da melhor

roda moitense improvisa­ram uma estudantina que deu algumas voltas á villa fazendo-se ouvir com agra­do de toda a gente. Os bai­les ao ar livre, as fogueiras e fogo de vistas davam á vil- a um aspecto singular.

Consta-nos que a mes­ma estudantina tenciona sahir no dia de S. Pedro.

i F e s t e j o s a %. P e d r o e n i Aldegallega

Começaram hontem os festejos a este popular san to com éxtraordinaria pom­pa. Estes festejos são pro-

'itfaâSSO D O M I N G O

movidos pela briosa classe piscatória que tem envida­do todos os esforços afim de conseguir este anno uma festa de grande nomeada. Está vistosamente orna­mentada a rua de José Ma- ria dos Santos, que é illu- minada á veneziana, pro­duzindo o effeito desejado. Tem um bom coreto, um elegante bazar e uma bar­raca com peão para rifa de bilhetes para ;i tourada de segunda-feira promovida pelo distincto cavalleiro Fernando d’01iveir.a, em fa­vor da Misericórdia desta villa.

Hontem, pelas 9 horas da noite, sahiu em procissão do convento de Nossa Se­nhora da Conceição a ima­gem de S. Pedro para a egreja da freguezia. Um pouco depois a mesma ir­mandade foi tambem bus­car a imagem de S. Sebas­tião para a egreja da fre­guezia. Em seguida houve ladainha a grande instru­mental.

Hoje, de manhã, sahem da egreja de Nossa Senho­ra da Conceição para a egreja da freguezia 22 creanças do sexo feminino e 8 dò sexo masculino que pela primeira vez vao to­mar a sagrada commu- nlião; missa da lesta, mis­sa cantada pelo rev. prior João Pereira Vicente Ra­mos acolytado pelos rev.' Theodoro de Sousa Rego e Amaro Teixeira; s. rev.""1 o dr. Garcia Diniz prégará ao Evangelho, sendo de­pois servido um lauto al­moço ás creanças da com- munhão por conta da ir­mandade, para o qual tem já uma verba importante estipulada no seu orçamen­to.

Pelas 5 horas da tarde sahem em procissão: ima­gem de S. Sebastião, crean­ças que commungaram, an­jinhos, imagem de S. Pedro, irmandade, pâllio, sob o qual vão os rev.s João Pe­reira Vicente Ramos condu­zindo o Santo Lenho, Theo­doro de Sousa Rego e Ama­ro Teixeíra. Fecha este sum­

ptuoso cortejo a phylarmo­nica do Lavradio.

A’ noite:arraial, kermes­se, fogo' de artificio, ascen­de balões, bailes e musica no coreto pela phylarmoni­ca do Lavradio.

Amanhã ainda ha arraial, fogo de artifício, bailes, etc., etc.

Aaaaaivcrsarios

Completa hoje mais um anniversario natalicio o nos­so amigo Fernando Rodri­gues Gouveia.

Os nossos sinceros para­béns.

— Tambem completa de­pois de ámanhã mais um anniversario natalicio o sr. José Maria da Conceição Guerreiro.

Parabéns.— No dia 3 do proximo

mez de julho tambem com­pleta mais um anniversario natalicio a intelligente filha do sr. Emygdio da Costa Valente.

Parabéns.

fiisferasaa

Tem passado bastante incommodada de .saude a esposa do nosso amigo Augusto Tormenta. Esti­mamos-lhe o prompto res­tabelecimento.

S ÍO e B C íliM tC 1 . ° « l e I& C Z C K 5- 5ía‘©

Sentimos muitissimo ter de sensurar 0 procedimen­to baixo dum dos directo­res desta sociedade, que ao chegar a esta villa a modesta phylarmonica do Lavradio, e usando da ama­bilidade do cumprimento, este se retirou indecorosa- mente sem desempenhar um dever que a civilidade e boa educação; mandam. Nesta occasião foi alvo de uma censura geral, dando o succedido logar a largos commentarios.

Chegamos a ter vergo­nha da publicidade cfesta noticia.

C O F R E : D E P É R O L A S

A J U S T I Ç AO' deusa immaculada, ó deusa radiante Que tens na dextra erguida a lamina brilhante

Do gladio irmanador,Do alto desse throno immenso e reluzido Encara o pobre mundo e vê prostituído

O culto só d amor.

Tu és da liberdade a filha predilecta;A h ■ange lodo o mundo a chamma que projecta

0 teu celeste olhar...Mas como sojfre o pobre, o filho da desdita,Ao vêr que tarda ainda a vir a lu% bemdila

Ãs trevas dissipar!

E 's a palavra vã que soa a meus ouvidos,D'envolta coo terror, coo.s fúnebresgemidos,

Co as notas da afjljcção.E di^em que és cumprida, ó deusa verdadeira Que abrigas em leu manto a humanidade inteira!

Mentira e irrisão!

Se lu és toda lu%! Se tu és toda aurora!Tens da verdade austera a grande vo\ sonora,

A voi do santo amor!Quem pode assim manchar leu brilho sacrosanto? Se acaso se abrigar nas dobras do teu manto,

Repellê-o com terror!

Não podes abrigar a vil hypocrisia Que em treva se occullou e nunca d lu~ do dia

A face vae mostrar.Uber rimo teu seio em vida encantadora,Essa cohorle negra, atro-, assustadora,

Não pode alimentar!

L falam na Verdade! E falam no Direito Esses a quem habita o intimo do peito

A raiva do chacal!A ser tão verdadeira aquella tlieoria,0 que é perfeito e puro á viva lu do dia

Existe só no mal!

JQ A Q Ú ÍJV l D O S ; A N J O S ,

PENSA M E NTOS

A bolanica é a arte de seccar plantasentre duas fo ­lhas de papel pardo, e de as injuriar em grego e em la­tim.— Alph. Karr.

— Se ésfelis• 7Zí?° 0 digas ao mundo: porque.o mun­do não gosta de ouvir taes confidencias.— Billings.

A N E C D O T A S

Um marido felis a outro que o não é:— Sinto que me falta alguma coisa, quando minha

mulher não está junto, de mim.— .4 mim succedê-me o contrario; quando minha

mulher está junto de mim é que me falta alguma coisa.•— 0 que é então que te falta?—-A tranquilidade.

FOLHETIM

Tradúcçiío de J. 1'OS A N JO S

UMA HISTORIADO

0 U T I 1 0Romance de aventuras

■ IX © tuim; lo seaaa

Puxou para sí o o b je c t o , q u a s i se m

esforço, por ca u sa da a g u a , m as s e n ­

tiu p e rfe it a m e n t e q u e t in h a p e so e

r e s is t e n c ía . E ra u m c o r p o .

M e s m o n a d a n d o , p ó z es^e c o r p o

aos hombros, c o m a c a b e ça fó ra da agua. E v id e n t e m e n t e e ra o M a r io ;

mas e sta v a m o rto o u d e sm a ia d o .

— A h ! e x c la m o u o Jo ã o P io u x . S e

e u ao m e n o s t iv e s s e p é . p o d ia v ê r se

o re a n im a v a . A fo g o u -s e , ó p o b > e v e ­

lh o ! L á está a n r n h a p e r n a o u t r a ve'/,

a e n t o r p e c e r ; v o u t e r o u t ra c a im b ra .

E p e n s a v a :— M ; s este r io s u b t e r r â n e o n áo

a ca b a ? O n J e fica a m a rg e m ? N áo é

u m r io , é u m la g o . Is to n á o p o d e d u ­

r a r s e m p re . O h ! h e i d e i r até o f im .

d e ix o -m e a fo g a r c ò m e lle . m as n a o o

là rg o .E c o n tin u a v a a a n d a r , e x h a u s to ,

sem fo le g o . Q u e r ia c o r t a r t ra n s v e r ­

s a lm e n te a c o r r e n t e e p e n s a v a q u e

a ssim , e n c o n t r a r ia u m a m u ra lh a de r o ­

c h a . u m b a n c o d e a re ia , u m a co isa

q u a lq u e r e m !’ m . A cabeç.» p e s rd a do

M a r io o s c illa v a de e n c o n t r o á! sua:

Más t iv e r a o c u id a d o de o p ô r de

fó rm a q u e a b ò c t a d o a n r g o . e x p o s ­

ta ao a r , n á o estava s u je ita a. n g u rg i-

t a r-se , m a is de ag ua . C o m a m ã o e s ­

q u e r d a , o Jo ã o tin h a -o s e g u ro de e n ­

c o n t r o ao h o m b r o e c o m a d ire it a

ejo rtáva a ag ua t o m ' fo rç a .

Mas o e s fo rç o c a d e m a s ia d o , s o b r e ­

tu d o d e j o is d as in n m e ra s fa d ig a s e

das. séis h o ra s d e f r io q u e t iv e r a de

s p í r e r d e s d e a v é s p e r a . S e n tia ; f u g ir-

lh e o v ig o r , o .c o r p o to rn a va -se ;-Ih e c a ­

da Vez m ais p e s a d o , a re s p ira ç ã o olTe-

g a r ; e. o s p é s d o r m e n t e s ca b ia m -lh e

in e r t e s na a g u s , ;e m lo c a r n o fu n d o .

V iu - s e p e r d id o , p o s to n a a lte rn a tiv a

de d e ix a r o M a r io e s a lv a r-s e s ó s in h o

ò u m o r r e r c o m e lle . N ã o h e s ito u .

— E s t a m o s p e r d id o s , disse, e ra voz

al a. T e m o s de m o r r e r a q u i. E u d e ix o -

n ie a fu n d a r.

— í le in ? r e s p o n d e u o M a r io c o m

v o z fraca.

O Jo ã o já tin h a agua até á b o c ç a ,

m as ao m e sm o te m p o c o m os p é s e n ­

c o n t r o u a r o c h a . E s ta v a m s a lv o s .

C o n t in u o u a a v a n ç a r. Ia s a h in d o da

agua, a p o u c o e p o u c o . D e u m ais tre s

p a ss o s e só a tin h a p e lo p e it o . E m

u m m in u to d u p lic a r a m - s e -lh e as f o r ­

ças p e la a le g ria . D e u q u a t r o o u c in c o

pu Jo s c o m o s e u fa rd o na s o m b ra , ás

ce g a s, in p r u d e n t e m e n t e , c o m r i; ç o

de q u e b r a r a c a b e ça d e e n c o n t r o a

u m a p a r e d e . M as n ã o ! e n ç o n t r o u - s e

em t e r r a c o m o c o m p a n h e ir o , qu e v o lta v a a si.

— M a r io , m eu v e lh o í d is s e e lle .e s ta

m o s e m s e g u ra n ç a . Já n ã o e sta m o s

d e n t r o de a g u a . O lh a !

O M a r io n ã o v ia n a d a , p o r q u e e sta ­

v a tu d o ás e s c u ra s .

— A h ! q u e b r u t o q u e e u s o u ! d is ­

se o Jo ã o . E s q u e c ia -m e d e q u e n áo

ha c la r id a d e . M a s sentes- o ch ã o d e ­

b a ix o d o s p é s . n ã o s e n t e s ? , E s t a m o s

s a k o s , h e ip ? -

Hoje, do meio dia ás tres horas ha leilão de mobilias e outros objectos no pateo da casa do Meritissimo Juiz de Direito A. A. No­gueira Souto, no largo da Calçada (predio do Laran­ja). ’

’ LITTERATURA

UMA AVENTURA DE S. PEDRO

Pouco depois de ser no­meado porteiro do céo, pe­diu S. Pedro licença ao Se­nhor para vir á terra visi­tai’ uns velhos amigos que tinha por cá.

—- Pois sim, diz-lhe o Se­nhor ; tens oito dias de li­cença.

Já havia passado mais de um mez, quando o portei­ro do céo, voltando ao seu emprego, se apresentou ao bom Deus, envergonhado, e um pouco receioso pela demora.

— Tinhas por lá muitos amigos, Pedro!

— Desculpae-me, bom Senhor, mas graças á vos­sa infinita bondade, aterra estava tão agradavel, tão formosa, que me esqueci completamente do tempo que passava: todos os dias um sol esplendido; as aves e as flores enchiam o ar de harmonias e de íragran- cias; as arvores vergavam com os fruetos, e assearas maduras ondulavam aca­riciadas . pela brisa, que temperava, a atmosphera de suave frescura; o mar espreguiçava-se no seu vas­to leito, e acompanhava com o murmurio das on~ daso canto, dos pescadores; por toda a parte a alegria, a abundancia, a felicidade. Um paraiso! Não haviadoenças, não se ouviam

> 7 . ! • :

queixumes, nem orações . . ., --Muito bem, diz-lhe 0

bom Deus, que o tinha es-

— O n d e e sta m o s, d i< e ! T e n h o n ca­

b e ça p e s a d a e o c o r a ç ã o tra n sto rn a ­

d o .— P u d e r a ! ja s - t e a fo g a n d o .

— M a s já p a ss o u o d ia ; co m e ça va a

n a s c e r o so l q u a n d o fo m o s separados.

— E s ta m o s n 'u m a g r u ta , m e u aaii'

g o , n ã o se i on ie. M a s c o m o havemos

d e s a h ir d 'aq.ui?

— V e r e m o s is s o d e p o is . P o r agora,

v a m o s c o m e r a lg u m a co isa e dorm ir.

N in g u é m v ir á p r o c u r a r - n o s cá dentro.

T ir a r a m ás a p a lp a d t lla s a lg u m pá°

d o s sa c co s. E m b o r a e stiv e ss e molhado r e g a ra m -n ’0 co m u m a p o u c a de aguar­

d e n t e ; d e p o is , a p e s a r d a d u re z a 4a

r o c h a e d a h u m id a d e d o s fa to s, puze-

ram -s.e a d o r m ir e até a re s o n a r cons-

c ie n c io s a m e n te .

• iÇontinual

O DOMI NGOcutado com attenção; esti­mo que gostasses do pas­seio è te divertisses; volta para o teu logar.

Passou-se tempo, e o santo porteiro, cada vez com mais saudades daquel- las primeiras férias que ti­nha gosado, pediu outra vez ao bom Deus mais oito dias de licença.

— Pois sim, diz-lhe o Se­nhor, pódes-te demorar um mez.

Ao cabo de quatro dias eil-o de volta.

— Quê!?Tão cèdo? per­gunta-lhe o bom Deus.

— Ai, Senhor! O que láj vae por baixo! Não se pó-1

de lá parar nem um dia. Que miséria, que inferno! Ventanias, trovoadas, tem­pestades incessantes; as searas destruídas; a peste e a fome dizimam as popu­lações. Não se ouvem se­não lamentos de dôr, im­precações de desespero. As procissões de penitenciasão aos centos...

— Ahi tens tu, interrom­peu o Senhor, ahi tens... Podéste desenganar-te, vêr com os teus olhos quanto a prosperidade torna os ho­mens ingratos, e como pre­cisam de ser visitados pelo infortúnio para se approxi- marem de mim.

CENTROCOMMERCIAL

DEJof.o Antonio Ribeiro

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O proprietário d’este estabelecimento.recommenda a todos os seus estimáveis freguezes, que tem em fazendas brancas o que ha de melhor por preços sem competencia.

Vl as tle vêr as eslraordisEárins vaastagems qne este Importante estfthelecinieiBto offerece !£

PRAÇA SERPA PINTO, 52— R. DIREITA, 2, ald eg alleg a

João Antonio Ribeiro.

ANNUNCIOS

A N N U N C I O

M C A DF, ALDEGALLEI)

( i . a l*Hl>SiC!Bção)

No dia i 3 de julho pro­ximo, pelo meio dia, á por­ta do tribunal judicial d’es- ta villa de Aldegallega, na execução hypothecaria que Antonio Caetano da Silva

' Oliveira, move contra os herdeiros de João Gomes Patego, viuvo,' morador que foi no sitio da Ponte dos Cavallos, se ha de ven­der e arrematar-em hasta publica a quem maior lanço offerecer sobre o valor abai xo designado, uma fazenda composta de terra de se­meadura, vinha e uma casa em ruinas, no sitio da Pon te dos Cavallos, limites de Sarilhos Grandes, a qual çonstilue um praso subem phyteutico em 400 réis an­nuaes, a José Antonio Valente, e é senhorio dire­cto um cios herdeiros dc José Almeida Gonçalves, avaliada em 226^800 réis. Pelo presente são citados os cédores incertos, para as­

sistirem á dita arrematação, e ahi usarem dos reitos.

seus di-

Aldegallega do Ribatejo, 17 de junho de 1902.

O E S C R IV Á O

Antonio Augusto da Silva Coelho.

Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.

A N N U N C I O

ROTULASVende-se um par ainda

novas. Na redacção deste jornal se di\.

(@.a cação)

Pelo Juizo de Direito .de esta comarca e cartorio do 2°. officio, e pelo inven­tario entre maiores a que se procede por obito de Idalina Roza e marido José Duarte Ervedozo, que fo ram residentes nesta villa, e cabeça do casal o coher- deiro José .Luiz Duarte Er­vedozo, ha de ter logar á porta do. tribunal d esta co­marca no dia 6 de julhò proximo, pelo meio dia, a venda em hasta publica pelo maior lanço, e supe­rior aos valores abaixo de­

clarados, os seguintes pré­dios do casa! inventariado: Verba numero 18. — Uma casa abarracada com quin­tal na rua do Norte, desta villa, foreira com i 5oo réis annuaes a Dona Ántonia Dorotheia Salazar Leite, no valor de 33o$õoo réis. N". 19. — Uma morada de casas abarracadas, constan­tes ele casa de habitação, adega, quintal e poço no Bairro Serrano, desta vil­la, predio foreiro em réis 4^900 annuaes a Dona Maria da Nazareth Gomes Coelho, no valor de réis 642 í$ooo. Os arrematan­tes, além das despezas da praça, pagarão por inteiro a respectiva contribuição de registo.

Aldegallega do Ribatejo,12 de junho de 1902.

V erifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.O E S C R IV Á O

Antonio Julio Pereira Moutinho.

A N N U N C I O

nhas NAVES e NOVA, es­tão sujeitas ao arrenda­mento feito pela inventa­riada ao cabeça de casal Manuel Rollo dos Santos, pela quantia de 200 S 000 réis, por 19 annos, que ter­minam em 3 i de dezem­bro de 1 í> 13 ; As marinhas CQSINHE1RA e JO S É CAETANO, são livres do mesmo arrendamento.

Pelo presente são cita­dos quaesquer crédores in­certos para assistirem á di­ta arrematação, e ahi usa­rem dos seus direitos sob pena de.revelia.

Aldegallega do Ribatejo, 19 de junho de 1902.

O E S C R IV Á O

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

V erifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT )

N. Souto.

A N N U N C I O

COMARCA PE ALDEGALLEGA

( 8 . “ E ® s a l i§ lc a ç íâ o )

No dia 29 do corrente, pelo meio dia, á porta do tribunal judicial de esta vil­la de Aldegallega do Riba­tejo, no inventario orpha- nologico por obito de Ale­xandrina Henriqueta, viuva, moradora que foi na Quin­ta dos Fundilhões, se hão de vender em hasta publi­ca a quem maior lanço of­ferecer sobre os valores abaixo designados, os pré­dios seguintes: — Uma ma­rinha denominada AS NA­VES, no sitio da Quinta dos Fundilhões, no valor ds rs. 1:600$000; — Outra ma­rinha denominada A CO- S1NHEIRA, á qual perten­ce metade do Pinhal de Areia, no mesmo sitio da Quinta dos Fundilhões, no valor de 85o. 000 réis; — Outra marinha denomina­da o JOSÉ CAETANO, á qual pertence a outra me­tade do Pinhal d‘Areia, no dito sitio, no valor de réis i:o5o$ooo; — Outra ma­rinha denominada A NO VA, com uma casa que serve de abegoaria, no re­ferido sitio, no valor de i:20oSooo réis. As mari­

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Cadafasciculo por sema­na, 24 paginas ê muitas gravuras 40 réis. Cada to­mo 200 réis.

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0 FILIIO DO

( t . a I* a iI> !icação )

Pelo Juizo de Direito de esta comarca, no inventa- ■io por obito de Jacintha

dAssumpção, e no qual é inventariante Anna dAs­sumpção, hão de ser pos­tos em praça á porta do tribunal deste Juizo, no dia 6 de julho proximo pe­lo meio dia os seguintes dominios uteis: O domi­nio util de um prazo de­nominado a QUIN FA NO­VA, as RONGAS e a courella da CABANA, fo­reiro em 35$000 réis an­nuaes com laudemio de vintena a Dona Sophia da Silveira Nunes, de Lisboa, sito em Sarilhos Grandes110 valor de 4:5oo|> 000 'éis; este predio acha-se arrendado a José dos San­tos Mingat.es, e 0 arrenda­mento finda no dia 3o de setembro de 1913, perten­cendo ao rendeiro as bem- feitorias feitas por elle. O dominio util de um prazo foreiro em i$ooo réis an­nuaes á Fazenda Nacional ignorando-se o laudemio, no sitio das Pereiras, fre­guezia de Sarilhos no va­lor de 80 3 000 réis.

Aldegallega do Ribatejo,23 de junho de 1902.Verifiquei a exactidão.

O i.° substituto de

o j u i z d i : d i r e i t o

Joaquim José Marques Guimarães.

0 E S C R IV Á O

José Maria de Mendonça.

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PEDIDOS A LUCAS & C,A — ALDEGALLEGA

RELOJOARIA GARANTIDAD E

AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE

R e>og;os de o u r o . d e p ra ta , d e a ç o , d e n ic k e l , d e p la q u e t, 4® P^‘ j e5. s.a. a m -jr u a n o s . s u is s o ; de p a re d e , n ia r it im o s , d e s p e rt a d o r e s americano»* p e ta d o re s d c p h a n ta s ia . d e s p e r t a d o r e s c o m m u s ic a , s u iss o s de : lgibelra c o rd a p a ra o it o d ia s. . .Rc

R e c o m n é n d a - s e o r e lo g io d e A V E L I N O M A R Q U E S C O N T R A M ^ S I n ■ , • 'J m b ° m . e sc a p e d a n c o v a m u ito fo rte p o r 5S o o o ré isO w d a m -s e c a ix a s d a ço c o m a m n xm v. p e r fe iç ã o . G a ra n te m -se to U o s o V c o n c e rt o s O p r o p r ie t á r io d est,. r e lo jo . n a c o m p r a o u r o e p ra ta p e lo p r e ç o m a is c l e v a d ^ ’

1 — R UJ A D O P O Ç O - i — ALDEGALLEGA DO RIBATE-*0