AULA 12 INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE CALOR...

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Notas de aula de PME 2361 Processos de Transferência de Calor ____________________________ www.pme.poli.usp.br/sisea - © José R. Simões Moreira atualização set/2012 85 AULA 12 INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE CALOR CONVECTIVA Lei de Resfriamento de Newton Já vimos que a transferência de calor por convecção é regida pela simples de lei de resfriamento de Newton, dada por: ) ( T T Ah q S onde, T s , T temperatura da superfície aquecida e do fluido ao longe; A área de troca de calor, isto é, a área de contato do fluido com a superfície; h = coeficiente de transferência de calor por convecção. O problema fundamental da transferência de calor por convecção é a determinação do valor d h para o problema em análise. Nota-se que a expressão da transferência de calor é consideravelmente mais simples que a da condução. No presente caso, basta resolver uma equação algébrica simples para que o fluxo de calor seja obtido desde que, claro, se conheça o valor de h, enquanto que no segundo caso, exige-se a solução da equação diferencial da condução de calor. Essa aparente simplicidade é, no entanto, enganosa, pois na verdade, em geral, h é função de um grande número de variáveis, tais como as propriedades de transporte do fluido (viscosidade, densidade, condutividade térmica), velocidade do fluido, geometria de contato, entre outras. Nessa e nas demais aulas, serão apreentadas expressões e métodos de obtenção daquela grandeza para diversas condições de interesse prático. Mas, antes, vamos apresentar os números adimensionais que controlam a transferência de calor convectiva. Análise Dimensional A análise dimensional é um método de reduzir o número de variáveis de um problema para um conjunto menor de variáveis, as quais não possuem dimensão física, isto, tratam-se de números adimensionais. Alguns adimensionais que o aluno já deve estar familiarizado a essa altura são o número de Reynolds na Mecânica dos Fluidos, os números de Biot e de Fourier.

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    AULA 12 – INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE

    CALOR CONVECTIVA

    Lei de Resfriamento de Newton

    Já vimos que a transferência de calor por convecção é regida pela simples de lei de

    resfriamento de Newton, dada por:

    )( TTAhq S

    onde,

    Ts, T∞ – temperatura da superfície aquecida e do fluido ao longe;

    A – área de troca de calor, isto é, a área de contato do fluido com a superfície;

    h = coeficiente de transferência de calor por convecção.

    O problema fundamental da transferência de calor por convecção é a determinação do

    valor d h para o problema em análise. Nota-se que a expressão da transferência de calor

    é consideravelmente mais simples que a da condução. No presente caso, basta resolver

    uma equação algébrica simples para que o fluxo de calor seja obtido desde que, claro, se

    conheça o valor de h, enquanto que no segundo caso, exige-se a solução da equação

    diferencial da condução de calor. Essa aparente simplicidade é, no entanto, enganosa,

    pois na verdade, em geral, h é função de um grande número de variáveis, tais como as

    propriedades de transporte do fluido (viscosidade, densidade, condutividade térmica),

    velocidade do fluido, geometria de contato, entre outras. Nessa e nas demais aulas,

    serão apreentadas expressões e métodos de obtenção daquela grandeza para diversas

    condições de interesse prático. Mas, antes, vamos apresentar os números adimensionais

    que controlam a transferência de calor convectiva.

    Análise Dimensional

    A análise dimensional é um método de reduzir o número de variáveis de um problema

    para um conjunto menor de variáveis, as quais não possuem dimensão física, isto,

    tratam-se de números adimensionais. Alguns adimensionais que o aluno já deve estar

    familiarizado a essa altura são o número de Reynolds na Mecânica dos Fluidos, os

    números de Biot e de Fourier.

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    A maior limitação da análise dimensional é que ela não fornece qualquer informação

    sobre a natureza do fenômeno. Todas as variações que influenciam devem ser

    conhecidas de antemão. Por isso deve se ter uma compreensão física preliminar correta

    do problema em análise.

    O primeiro passo da aplicação do método consiste na determinação das dimensões

    primárias. Todas as grandezas que influenciam no problema devem ser escritas em

    função destas grandezas. Por exemplo, considere o sistema primário de grandezas

    MLtT, onde:

    Comprimento L

    Tempo t

    Massa M

    Temperatura T

    Nesse sistema de grandezas primárias, por exemplo, a grandeza força tem as seguintes

    dimensões:

    Força ML/t2

    O mesmo pode ser feito para outras grandezas de interesse:

    Condutividade térmica ML/t3T

    Calor ML2/t

    2

    Velocidade L/t

    Densidade M/L3

    Velocidade M/Lt

    Calor específico a pressão constante L2/t

    2T

    Coeficiente De transmissão de calor M/t3T

    Teorema dos Π ou de Buckingham

    Esse teorema permite obter o número de adimensionais independentes de um problema.

    É dado por:

    M = N – P

    Onde,

    M – número de grupos adimensionais independentes;

    N – número de variáveis físicas dos problemas;

    P – número de dimensões primárias;

    Sendo um adimensional genérico, pode-se escrever, então:

    0),...,( 21 mF

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    Para exemplificar, considere um fenômeno físico de 5 variáveis e três dimensões

    primarias. Logo,

    M = 5-3 = 2, de onde se obtém:

    0),( 21 F ou

    pode-se escrever um adimensional como função do outro da seguinte forma.

    )( 21 f

    Essa relação funcional pode ser teórica ou experimental, obtida em laboratório, como

    indicado no gráfico abaixo. Note que seria necessário se realizar experimentos com

    apenas uma variável (grupo adimensional 2) e observar a dependência de 1. Com

    isso, reduz-se drasticamente o número de experimentos. Caso contrário, seria necessário

    fazer experimentos envolvendo as 5 variáveis originais do problema.

    1

    2

    erimentalcurvaf exp)( 2

    Outro exemplo, seria o caso de um fenômeno descrito por 3 grupos adimensionais.

    Nesse caso, tem-se:

    0),,( 321 F , ou ),( 321 f

    Pode-se, assim, planejar experimentos laboratoriais mantendo 3 constante, e variando

    2, observando como 1 varia, como ilustrado no gráfico abaixo.

    2

    tesconsdecurvas tan31

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    Adimensionais da transferência de calor por convecção forçada

    Considere o escoamento cruzado em um tubo aquecido, como ilustrado na figura

    abaixo.

    fluido

    V

    Tubo

    aquecido

    D

    Sabe-se de antemão que as grandezas que interferem na transferência de calor são:

    Variáveis Eq. Dimensional D Diâmetro do Tubo L

    k Condutividade térmica do fluido ML/t3T

    V Velocidade do fluido L/t

    ρ Densidade do fluido M/L3

    μ Viscosidade do fluido M/Lt

    CP Calor especifico a pressão constante L2/t

    2T

    h Coef. de transferência de calor M/t3T

    Portanto, há N = 7 grandezas e P = 4 dimensões primárias, do que resulta em:

    M = 7 – 4 = 3 (3 grupos adimensionais)

    Seja um grupo adimensional genérico do tipo:

    g

    c

    f

    p

    edcba hcVKD

    Substituindo as equações dimensionais de cada grandeza, vem:

    gfedcb

    a

    Tt

    M

    Tt

    L

    Lt

    M

    L

    M

    t

    L

    Tt

    MLL

    32

    2

    33

    ou, após rearranjo, vem:

    gfbgfecbfedcbagedb TtLM 32323

    Por se tratar de um adimensional, todos os expoentes devem ser nulos, isto é:

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    0

    0323

    023

    0

    gfb

    gfecb

    fedcba

    gedb

    Há um sistema de 7 incógnitas e 4 equações. Portanto, o sistema está indefinido. O

    método pressupõe que se assumam alguns valores para os expoentes. Aqui é um ponto

    crítico do método, pois há de se fornecer valores com critérios. Por exemplo,

    (A) – Como h é uma grandeza que nos interessa, vamos assumir o seguinte conjunto de

    valores

    0

    1

    dc

    g

    Assim, pode-se resolver a equação do grupo adimensional, resultando em:

    a = 1

    b = -1

    e = f = 0

    Esse primeiro grupo adimensional recebe o nome de número de Nusselt, definido por:

    Nuk

    Dh1

    (B) – Agora vamos eliminar h e assumir outros valores

    0

    1

    0

    f

    a

    g

    (para não aparecer h)

    A solução do sistema fornece:

    b = 0

    c = d = 1

    e = -1

    De onde resulta o outro grupo adimensional relevante ao problema que é o número de

    Reynolds, dado por:

    D

    VDRe2

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    (C) - Finalmente, vamos assumir os seguintes valores

    e = f =1

    b = -1

    Daí resulta, o terceiro e último número adimensional que recebe o nome de número de

    Prandtl,

    Pr3 k

    cp

    Então, há uma função do tipo

    0),,( 321 F ou 0),,( PrReDNuF .

    Isolando o número de Nusselt, vem:

    ),( PrReDfNu

    Assim, os dados experimentais podem ser correlacionados com as 3 variáveis (os

    grupos adimensionais) ao invés de sete (as grandezas que interferem no fenômeno).

    Vimos, então, que:

    ),( PrReDfNu

    Diversos experimentos realizados com ar, óleo e água mostraram que existe uma ótima

    correlação envolvendo estes três adimensionais, conforme ilustrado no gráfico abaixo.

    Note que, ar, água e óleo apresentam propriedades de transporte bastante distintas e, no

    entanto, os coeficientes de transferência de calor nesses três fluidos podem ser

    correlacionados por meio dos números adimensionais. Isto também indica que, uma vez

    obtida a expressão que rege a transferência de calor, nos sentimos à vontade para usar

    com outros fluido, caso não existam dados experimentais de laboratório disponíveis.

    10 1001

    1

    3,0Pr

    Nu

    4,03,0 RePr82,0Nu

    água

    óleoar

    3

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    AULA 13 – CAMADA LIMITE LAMINAR SOBRE UMA

    PLACA OU SUPERFICIE PLANA

    Na aula passada vimos que a transferência de calor no escoamento externo sobre uma

    superfície resulta na existência de 3 números adimensionais que controlam o fenômeno.

    Essas grandezas são o número de Nusselt, Nu, o de Reynolds, Re, e o de Prandtl, Pr. De

    forma que existe uma relação do tipo Nu = f(Re, Pr), a qual pode ser obtida de forma

    experimental ou analítica em algumas poucas situações.

    Na aula de hoje apresentar-se-á uma situação particular em que esta relação pode ser

    obtida de forma analítica e exata. Para isso, serão apresentadas as equações diferenciais

    que regem a transferência de calor em escoamento sobre uma superfície plana em

    regime laminar. Depois será indicada a solução dessas equações. Para começar o estudo,

    considere o escoamento de um fluido sobre uma superfície ou placa plana, conforme

    ilustrado. Admita que o fluido tenha um perfil uniforme de velocidades (retangular)

    antes de atingir a placa. Quando o mesmo atinge a borda de ataque, o atrito viscoso vai

    desacelerar as porções de fluido adjacentes à placa, dando início a uma camada limite

    laminar que cresce em espessura à medida que o fluido escoa ao longo da superfície.

    Note que esta camada limite laminar vai crescer continuamente até que instabilidades

    vão induzir a uma transição de regime para dar início ao regime turbulento, se a

    extremidade da placa (borda de fuga) não for antes atingida. Admite que a transição

    ocorra para a seguinte condição 5105Re

    xuxtransição (às vezes também se usa

    3 105), onde x é a distância a partir do início da placa (borda de ataque).

    y

    u

    laminar

    xTransição Turbulento

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    No regime laminar, o fluido escoa como se fossem “lâminas” deslizantes, sendo que a

    tensão de cisalhamento (originária do atrito entre essas camadas) é dada por dy

    du

    para um fluido newtoniano (como o ar, água e óleo). Essa condição e geometria de

    escoamento permitem uma solução exata, como se verá a seguir.

    Equações da continuidade e quantidade de movimento na camada limite laminar

    Hipóteses principais:

    - Fluido incompressível - Regime permanente - Pressão constante na direção perpendicular à placa - Propriedades constantes - Força de cisalhamento na direção y constante

    Considere um elemento diferencial de fluido dentro da camada limite laminar (CLL),

    como indicado.

    x

    ydy

    dx

    Equação da continuidade ou da conservação de massa.

    dydxx

    uu )(

    dxdyy

    vv )(

    vdx

    udy

    dx

    dy

    Como entrasai mm , então substituindo os termos, vem:

    dydxx

    uudxdy

    y

    vvvdxudy )()(

    . Simplificando, tem-se

    0

    y

    v

    x

    u ou 0VDiv

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    Equação da conservação da quantidade de movimento

    Da 2ª lei de Newton, tem-se que

    extF variação do fluxo da quantidade de movimento

    Balanço de forças na direção x.

    Forças externas (pressão e atrito – gravidade desprezível)

    dxdyy

    )(

    dx

    pdydydx

    x

    pp )(

    dydxx

    ppdxdxdy

    ypdyFx )()(

    ou, simplificando, dxdyx

    pdxdy

    yFx

    Mas, por ser um fluido newtoniano, tem-se dy

    du que, substituindo, em.

    dxdyx

    pdxdy

    y

    uFx

    2

    2

    Agora, vamos calcular o fluxo de quantidade de movimento (direção x)

    dxdyy

    uudy

    y

    vv ))((

    vudx

    dydxx

    uu 2)(

    dyu2

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    Juntando todos os termos, tem-se a seguinte expressão:

    superior ordem de termos2

    )(

    )(2

    ))(()(

    2

    222

    22

    dxdyy

    vudxdy

    y

    uvdxdy

    x

    uu

    uvdxdxdyy

    u

    y

    v

    dxdyy

    vudxdy

    y

    uvvudxdyudydx

    x

    udxdy

    x

    uudyu

    uvdxdxdyy

    uudy

    y

    vvdyudydx

    x

    uu

    Ainda é possível simplificar esta equação para obter

    dxdyy

    v

    x

    uudxdy

    y

    uv

    x

    uu

    decontinuida

    0

    )()(

    dxdyx

    uv

    x

    uu )(

    Portanto, agora podemos juntar os termos de resultante das forças externas com a

    variação do fluxo da quantidade de movimento, resultando na seguinte equação:

    x

    p

    y

    u

    y

    uv

    x

    uu

    2

    2

    )(

    Equação da conservação da energia, ou primeira lei da termodinâmica

    - Condução na direção x desprezível - Energia cinética desprezível face à entalpia

    dxdyy

    uudy

    y

    vv ))((

    dydxx

    uu 2)(

    dxdyy

    uu )

    )((

    )(

    2

    2

    dyy

    T

    y

    Tkdx

    dx

    dy

    y

    Tkdx

    dxuvhdx

    uhdy

    Potência (térmica) líquida das forças viscosas

    dydyx

    hhdy

    x

    uu ))((

    dydyy

    hhdy

    y

    uu ))((

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    dydxy

    uuu

    ydydx

    y

    udxudxdy

    y

    uu

    )()(

    Conservação de energia:

    tempode unidade na

    ldiferencia controle

    de volumeo deixa

    que energia de fluxo

    tempode unidade

    na realizado

    líquido trabalho

    tempode unidade na

    ldiferencia controle

    de volumeno entra

    que energia de fluxo

    Agora, vamos tratar cada termo em particular

    Fluxo de energia que entra

    Entalpia + Condução de calor (note que a condução na direção x é desprezível)

    y

    Tkdxuhdyvhdx

    Trabalho na unidade de tempo (potência térmica gerada pelas forças viscosas)

    dxdyy

    uu

    y

    Fluxo de energia que entra

    )())(())((2

    2

    dyy

    T

    y

    Tkdxdydx

    x

    hhdx

    x

    uudxdy

    y

    hhdy

    y

    vv

    Desprezado os termos de ordem superior

    dxdyx

    ukdxdy

    y

    vhdxdy

    y

    hvdxdy

    x

    uhdxdy

    x

    hudydx

    y

    uu

    y 2

    2

    00

    2

    2

    0

    )(x

    uk

    y

    v

    x

    uh

    x

    hv

    x

    hu

    y

    uu

    y

    decontinuida

    Com Tch p e substituindo todos os termos na equação de balanço, resulta na forma

    diferencial da equação da energia para a camada limite laminar, dada abaixo:

    y

    uu

    yy

    Tk

    y

    Tvc

    x

    Tuc pp 2

    2

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    Em geral a potência térmica gerada pelas forças viscosas (último termo) é desprezível

    face ao termo da condução de calor e de transporte convectivo de energia (entalpia).

    Isso ocorre a baixas velocidades. Assim, a equação da energia pode ser simplificada

    para:

    2

    2

    y

    T

    y

    Tv

    x

    Tu

    Retornando agora à equação da conservação da quantidade de movimento. Se o

    escoamento se der à pressão constante, aquela equação pode ainda ser reescrita como:

    2

    2

    y

    u

    y

    uv

    x

    uu

    onde,

    é a viscosidade cinemática

    Comparando as duas equações acima, nota-se que quando , ou seja, 1Pr

    corresponde ao caso em que a distribuição da temperatura é idêntica a distribuição de

    velocidades, o que ocorre com as maiorias dos gases, já que 1Pr65,0 .

    Em resumo, as três equações diferenciais que regem a transferência de calor na camada

    limite laminar são:

    Conservação de massa 0

    y

    v

    x

    u

    Conservação da quantidade de movimento

    direção x

    x

    p

    y

    u

    x

    uv

    x

    uu

    2

    2

    )(

    2

    2

    y

    u

    x

    uv

    x

    uu

    pressão constante

    Conservação de energia 2

    2

    y

    T

    y

    Tv

    x

    Tu

    Ver solução das camadas limites laminares hidrodinâmica e térmico no apêndice B do

    Holman e item 7.2 do Incropera. Solução de Blasius.

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    Os principais resultados da solução dessas equações diferenciais são os seguintes:

    Crescimento da camada limite hidrodinâmica (CLH): x

    x

    Re

    5 ;

    Coeficiente local de atrito local : 2/1

    , Re664,0

    xxfc ;

    Coeficiente local de atrito médio desde a borda de ataque: 2/1

    , Re328,1

    LLfc ;

    Razão entre camadas limites hidrodinâmica (CLH) e térmica (CLT): 3/1Prt

    ;

    Número de Nusselt local: Pr6,0PrRe332,0 3/12/1

    xxNu 50

    Número de Nusselt médio: 3/12/1

    PrRe664,0 LLuN .

    Definição do coeficiente de atrito: 2/

    2

    u

    c sf

    , s tensão de cisalhamento na parede

    Os gráficos abaixo indicam o comportamento das camadas limites. Note que o número

    de Prandtl desempenha um papel importante no crescimento relativo das CLT e CLH.

    Tu ,

    )1(Pr T

    )1(Pr T

    )1(Pr T

    x

    C.L.T C.L.H

    TS

    T u

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    AULA 14 – CAMADA LIMITE LAMINAR – SOLUÇÃO

    INTEGRAL OU APROXIMADA DE VON KARMAN

    Na aula passada, vimos as equações diferenciais da camada limite laminar. Os

    resultados da solução clássica de Blasius foram apresentados. A solução per si não foi

    discutida, uma vez que o livro-texto apresenta em detalhes o procedimento de solução

    para o aluno mais interessado. Nesta aula, vamos ver uma solução aproximada baseada

    no método integral, também conhecida como solução de von Karman.

    Neste caso, define-se um volume de controle diferencial apenas na direção x do

    escoamento, enquanto que a altura H do mesmo se estende para além da camada limite,

    isto é, H , conforme ilustrado na figura abaixo.

    x

    y

    1 2

    A A

    dx

    H

    Leis de conservação na camada limite laminar no elemento diferencial acima:

    Balanço de massa

    Fluxo mássico na face 1 – A: H

    udy0

    Fluxo mássico na face 2 – A: dxudydx

    dudy

    HH

    00

    Balanço de fluxo de quantidade de movimento

    Fluxo de Q. M. na Face 1 – A: H

    dyu0

    2

    Fluxo de Q. M. na Face 2 – A: dxdyudx

    ddyu

    HH

    0

    2

    0

    2

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    99

    Fluxo de Q. M. na Face A – A: dxudydx

    du

    H

    0

    Fluxo líquido de quantidade de movimento para fora do volume de controle

    (face 2-A) – (face A – A) – (face 1 – A) =

    Fluxo liquido de Q. M. = dxudydx

    dudxdyu

    dx

    dHH

    00

    2

    Lembrando da regra do produto de diferenciação que:

    )()()( ddd ou

    )()()( ddd

    Fazendo u

    H

    udy0

    , vem

    dxdx

    duudydxudyu

    dx

    ddxudy

    dx

    du

    HHH

    000

    dxudydx

    dudxudyu

    dx

    dHH

    00

    Agora, substituindo na expressão do fluxo líquido de Q. M, vem:

    dxudydx

    dudxudyu

    dx

    ddxdyu

    dx

    dMQfluxo

    HHH

    000

    2..

    Os dois primeiros termos da integral podem ser reunidos para obter a seguinte forma

    mais compacta:

    dxudydx

    dudxudyuu

    dx

    dMQfluxo

    HH

    00

    )(..

    Agora, vamos obter a resultante das forças externas. No presente caso, só vamos

    considerar as forças de pressão e de atrito.

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    100

    - força resultante da pressão: dxdx

    dPH

    - força de cisalhamento na parede: -dx

    0

    y

    py

    udx

    p

    dx

    dxdx

    dPP

    P

    Finalmente, a equação integral da camada limite laminar hidrodinâmica pode agora ser

    escrita (2ª lei de Newton):

    dxudydx

    dudxudyuudx

    dx

    dPH

    y

    udx

    HH

    y

    000

    )(

    Se a pressão for constante ao longo do escoamento, como ocorre com o escoamento

    sobre uma superfície plana (no caso do escoamento dentro de um canal ou tubo, essa

    hipótese não vale): 0dx

    dP

    Essa hipótese de P = cte. também implica em que a velocidade ao longe também seja

    constante, já que, fora da camada limite, é valida a eq. de Bernoulli, ou

    cteuP

    2

    De forma que, na forma diferencial: 002

    2

    duduudP

    Assim, a equação da conservação da Q. M. se resume a:

    H

    y

    udyuudx

    dp

    y

    u

    00

    )(

    Mas como H > δ a velocidade é constante u = u∞, então:

    00

    )(

    yy

    uudyuu

    dx

    d

    Esta é a forma final da equação da conservação da Q.M., válida para o escoamento

    laminar sobre uma superfície ou placa plana. Até o presente momento, o

    equacionamento é exato, pois nenhuma aproximação foi empregada. A questão é: se

    conhecermos o perfil de velocidades u(y), então, a equação acima pode ser integrada.

    Daí, pode se obter, entre outras coisas, a lei de crescimento da camada limite laminar

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    101

    hidrodinâmica, isto é, a espessura da camada limite laminar numa posição x a partir da

    borda de ataque. (x).

    A solução aproximada, objeto desta análise, começa quando se admite um perfil de

    velocidades na direção perpendicular ao escoamento, isto é, u(y). Claro que a adoção

    desse perfil deve seguir certos critérios. Pense: Se você tivesse que admitir tal perfil de

    velocidades, provavelmente faria o mesmo que o apresentado aqui. Isto é, você imporia

    um polinômio de grau tal que as condições de contorno do perfil de velocidades fossem

    satisfeitas. Certo? Pois é exatamente isso é que é feito. Então, primeiro passemos a

    analisar as condições de contorno do problema , que são:

    0/0

    /0

    /

    0/0

    2

    2

    ypy

    u

    ypy

    u

    ypuu

    ypu

    As três primeiras condições de contorno são simples e de dedução direta. A primeira

    informa que a velocidade na superfície da placa é nula (princípio de não-

    escorregamento); a segundo diz que fora da CL a velocidade é a da corrente fluida e a

    terceira diz que a transição entre a CL e a corrente livre é “suave”, daí a derivada ser

    nula. A última c.c. é um pouco mais difícil de perceber. Há de se analisar a equação

    diferencial da conservação da quantidade de movimento da camada limite laminar (aula

    anterior que requer que essa condição seja nula sobre a superfície da placa). Como são

    quatro as condições de contorno, uma distribuição que satisfaz estas condições de

    contorno é um polinômio do 3º grau, dado por:

    3

    4

    2

    321)( yCyCyCCyu

    Daí, aplicando as c.c. para se obterem as constantes C1 a C4, tem-se o perfil aproximado

    de velocidades: 3

    2

    1

    2

    3)(

    yy

    u

    yu

    Introduzindo-o na eq. da Q. M., vem:

    00

    33

    2

    2

    1

    2

    3

    2

    1

    2

    31

    yy

    udy

    yyyy

    dx

    du

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    102

    Do que resulta, após algum trabalho:

    uu

    dx

    d

    2

    3

    280

    39 2

    Integrado essa equação, lembrando que para x = 0 δ = 0 (a CL começa na borda de

    ataque):

    u

    vxx 64,4)( , ou

    xx

    x

    Re

    64,4)(

    Lembrando da aula anterior que solução exata (Blasius) fornecia: x

    x

    x

    Re

    5)(

    Ver Holman Apêndice B ou Incropera

    Considerando as aproximações realizadas, o resultado aproximado é bastante razoável.

    Camada Limite Térmica Laminar

    Uma vez resolvido o problema hidrodinâmico acima, agora pode-se resolver o problema

    térmico. O objetivo é o cálculo do coeficiente de transferência de calor, h. Note que

    junto à superfície todo calor transferido da mesma para o fluido se dá por condução de

    calor e depois este fluxo de calor vai para o fluido. De forma, que pode-se igualar os

    dois termos da seguinte maneira:

    0

    )(

    y

    py

    TkTTh , ou

    TT

    y

    Tk

    hp

    y 0

    Assim, para se obter o coeficiente de transferência de calor é preciso conhecer a

    distribuição de temperaturas T(y). De forma semelhante ao que foi feito para o caso

    hidrodinâmico, pode-se aplicar as seguintes c.c. para a distribuição de temperaturas:

    Condições de contorno

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    103

    0/0

    /

    /0

    0/

    2

    2

    ypy

    T

    ypTT

    ypy

    T

    ypTT

    t

    t

    p

    Método integral (aproximado)

    x

    y

    x0

    t

    u

    T

    cteTp

    Considere a figura acima, em que o aquecimento da superfície começa a partir de um

    ponto x0, a partir da borda de ataque. De forma análoga ao caso hidrodinâmico,

    desenvolvendo um balanço de energia num V.C. de espessura maior que δ, vem:

    (ver Holmam)

    00

    2

    0

    )(

    y

    H

    p

    H

    y

    Tdy

    dy

    du

    cudyTT

    dx

    d

    Admitindo uma distribuição polinomial de grau 3 para a distribuição de temperaturas e

    aplicando as c.c., vai se obter a seguinte curva aproximada: 3

    2

    1

    2

    3)()(

    ttp

    p yy

    TT

    TyTy

    (o mesmo que o de velocidades, pois as c.c. são as mesmas)

    Desprezando o termo de dissipação viscosa, obtém-se a seguinte relação entre as

    espessuras de camadas limites:

    3/1

    4/3

    03/1 1Pr026,1

    1

    x

    xt

    Se a placa for aquecida desde a borda, x0 = 0, temos

    3/1Pr026,1

    1

    t

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    104

    No desenvolvimento admitiu-se δt < δ o que é razoável para gases e líquidos

    11

    11

    /Pr

    t

    Finalmente, agora, podemos calcular o h, por substituição da distribuição de

    velocidades, calculada junto à parede

    tttp

    p

    p

    y

    x

    kk

    TT

    TTk

    TT

    y

    Tk

    h

    2

    3

    2

    3

    2

    3

    )(

    )(0, ou

    3/14/3

    03/1

    1Pr026,1

    2

    3

    x

    xkhx

    , ou ainda

    3/1

    4/3

    0

    2/1

    3/1 1Pr332,0

    x

    x

    x

    ukhx

    Lembrando da definição do número de Nusselt, k

    xhNu xx , vem:

    3/14/3

    02/13/1 1RePr332,0

    x

    xNu xx

    As equações anteriores são para valores locais.

    O coeficiente médio de transferência de calor será, se x0 = 0:

    L

    x

    dxu

    L

    dxh

    h

    LL

    x

    L

    0

    2/1

    2/1

    3/1

    0

    Pr332,0

    , ou

    2/

    Pr332,0 2/12/1

    3/1

    L

    Lu

    hL

    , ou finamente:

    LxL hL

    uh

    2Pr332,02

    2/1

    3/1

    Analogamente, para esse caso:

    LxL Nuk

    LhuN 2

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    105

    Quando a diferença de temperatura do fluido e da placa for substancial, as

    propriedades de transporte do fluido devem ser avaliadas á temperatura de película, Tf

    2

    TTT

    p

    f

    E se o fluxo de calor for uniforme ao longo da placa, tem-se:

    3/12/1 PrRe453,0 LLk

    hLNu

    Ver exercícios resolvidos do Holmam 5.4 e 5.5

    Exemplo resolvido (extraído do livro de Pitts e Sissom)

    Num processo farmacêutico, óleo de rícino (mamona) a 40ºC escoa sobre uma placa

    aquecida muito larga de 6 m de comprimento, com velocidade de 0,06 m/s. Para uma

    temperatura de 90ºC. Determine:

    (a) a espessura da camada limite hidrodinâmica ao final da placa

    (b) a espessura da camada limite térmica t no final da placa (c) o coeficiente de transferência de calor local e médio ao final da placa (d) o fluxo de calor total transferido da superfície aquecida.

    São dados:

    Propriedades calculadas a CT f065

    2

    9040

    = 7,3810-8 ms/s

    fk = 0,213 W/moC

    = 6,510-5 m2/s

    = 9,57102 kg/m3

    = 6,2210-2 N.s/m2

    pC = 3016 Ck

    J

    g

    CTp 90

    u

    T

    t

    Solução

    Verificação se o escoamento é laminar ai final da placa

    )105(Re5538105,6

    606,0Re 5

    5

    transiçãoL

    Lu

    (a) x

    x Re

    5

    ; x = L = 6m

    m40,05538

    65

    (b) 3/1

    8

    53/13/1 881

    1038,7

    105,6)/(Pr

    t

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    106

    mt 042,0881

    4,03/1

    (c)

    2/1

    3/1Pr332,0

    L

    ukhx

    Cm

    Whx

    2

    2/1

    5

    3/1 4,86105,6

    06,0)881(213,0332,0

    Cm

    Whh LxL

    28,164,822

    (d) )( TThAq s m

    WTTLh

    L

    qs

    p

    5040)4090(68,16)(

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    107

    AULA 15 – ANALOGIA DE TRANSFERÊNCIA DE

    CALOR E DE ATRITO – REYNOLDS-COLBURN E

    CAMADA LIMITE TURBULENTA E TRANSFERÊNCIA

    DE CALOR EM ESCOAMENTO EXTERNO

    2.5 – Analogia de Reynolds – Colburn

    Como visto nas aulas anteriores, a transferência de calor e de quantidade de movimento

    (atrito superficial) são regidas por equações diferenciais análogas. Na verdade, esta

    analogia entre os dois fenômenos é muito útil e será explorada nesta aula. Essa é a

    chamada analogia de Reynolds-Colburn que, portanto, relaciona o atrito superficial com

    a transferência de calor. Qual a sua utilidade? Bem, em geral dados de medição

    laboratorial de atrito superficial podem ser empregados para estimativas do coeficiente

    de transferência de calor. Isto é uma grande vantagem, pois, pelo menos no passado, os

    dados de atrito eram bem mais abundantes que os de transferência de calor.

    Por definição, o coeficiente de atrito é dado por:

    2

    2

    u

    Cp

    f

    Mas, por outro lado, para um fluido newtoniano (todos os que vamos lidar neste curso),

    a tensão de cisalhamento na parede é:

    0

    y

    py

    u

    Usando o perfil de velocidades desenvolvido na aula 14, ou seja:

    3

    2

    1

    2

    3

    yy

    u

    u,

    temos que a derivada junto à parede resulta em:

    u

    y

    u

    y2

    3

    0

    Por outro lado, usando o resultado da solução integral ou aproximada da espessura da

    camada limite, isto é, x

    x Re

    64,4

    que, mediante substituição na definição da tensão de

    cisalhamento na parede, resulta em:

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    108

    x

    uu xp

    Re323,0

    2

    3

    Substituindo este resultado na equação da definição do coeficiente de atrito, vem:

    x

    xfx

    xu

    uC

    Re

    323,0Re323,0

    2 2

    Por outro lado, da aula anterior, chegou-se à seguinte expressão para o número de

    Nusselt,2/13/1 RePr332,0 xxNu que, mediante algum rearranjo pode ser escrito como:

    2/13/2 RePr332,0PrRe

    x

    St

    x

    x

    x

    Nu

    , onde Stx

    uc

    h

    p

    x

    é o número de Stanton. Então,

    reescrevendo de forma compacta:

    x

    xStRe

    332,0Pr 3/2

    Comparando as duas equações anteriores em destaque, notamos que eles são iguais a

    menos de uma diferença de cerca de 3% no valor da constante, então, esquecendo desta

    pequena diferença podemos igualar as duas expressões para obter:

    2Pr 3/2

    fx

    x

    cSt

    Esta é a chamada analogia de Reynolds-Colburn. Ela relaciona o coeficiente de atrito

    com a transferência de calor em escoamento laminar sobre uma placa plana. Dessa

    forma, a transferência de calor pode ser determinada a partir das medidas da força de

    arrasto sobre a placa. Ela também pode ser aplicada para regime turbulento (que será

    visto adiante) sobre uma placa plana e modificada para escoamento turbulento no

    interior de tubos. Ela é válida tanto para valores locais, como para valores médios.

    ______________________________________________________________________

    Exemplo resolvido – continuação do anterior

    Calcule a força de arrasto sobre a placa do exemplo anterior (aula 14).

    Sabe-se que 3/2Pr2

    tSC f

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    109

    Por outro lado, 52

    1070,906,030161057,9

    8,16

    uc

    htS

    p

    L

    Assim da analogia, podemos obter 23/25 1078,1881107,92 fC , de forma

    que a tensão de cisalhamento na superfície é:

    2

    2222

    1007,32

    )06,0(9571078,1

    2 m

    NuC fp

    Finalmente, a força de atrito por unidade de comprimento é:

    m

    NL

    L

    Fp

    p

    184,061007,3 2

    ______________________________________________________________________

    Camada Limite Turbulenta

    A transferência de calor covectiva na camada limite turbulenta é fenomenologicamente

    diferente da que ocorre na camada limite laminar. Para entender o mecanismo da

    transferência de calor na camada limite turbulenta, considere que a mesma possui três

    subcamadas, como ilustrado no esquema abaixo:

    x

    yturbulenta

    Camada amortecedora

    Sub camada laminar

    A CLT é subdividida em:

    - subcamada laminar – semelhante ao escoamento laminar – ação molecular - camada amortecedora – efeitos moleculares ainda são sentidas - turbulento – misturas macroscópicas de fluido

    Para entender os mecanismos turbulentos, considere o exercício de observar o

    comportamento da velocidade local, o que é ilustrado no gráfico temporal abaixo.

    t

    u

    u

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    110

    Do gráfico ilustrado, depreende -se que a velocidade instantânea, u, flutua

    consideravelmente em torno de um valor médio, u . Este fato de flutuação da

    velocidade local em conjunção com a flutuação de outras grandezas, embora possa

    parecer irrelevante, é o que introduz as maiores dificuldades do perfeito

    equacionamento do problema turbulento. Para analisar o problema, costuma-se dividir a

    velocidade instantânea em dois componentes: um valor médio e outro de flutuação,

    como indicado:

    velocidade na direção paralela: 'uuu

    velocidade na direção transversal: 'vvv

    pressão: fluctuacàomedio

    táneoinsvalor

    PPP '

    tan

    Em todos os casos, uma barra sobre a grandeza indica um valor médio e um apóstrofe,

    valor de flutuação. Os termos de flutuação são responsáveis pelo surgimento de forças

    aparentes que são chamadas de tensões aparentes de Reynolds, as quais devem ser

    consideradas na análise.

    Para se ter uma visão fenomenológica das tensões aparentes, considere a ilustração da

    camada limite turbulenta abaixo. Diferentemente do caso laminar em que o fluido se

    “desliza” sobre a superfície, no caso turbulento há misturas macroscópicas de “porções”

    de fluido. No exemplo ilustrado, uma “porção” de fluido (1) está se movimentando para

    cima levando consigo sua velocidade (quantidade de movimento) e energia interna

    (transferência de calor). Evidentemente, uma “porção”correspondente (2) desce para

    ocupar o lugar da outra. Isso é o que dá origem às flutuações. Do ponto de vista de

    modelagem matemática, essas “simples” movimentações do fluido dentro da camada

    limite dão origem às maiores dificuldades de modelagem.

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    111

    Uma análise mais detalhada do problema da transferência de calor turbulenta foge do

    escopo deste curso. Assim, referira-se a uma literatura mais específica para uma análise

    mais profunda. No entanto, abaixo se mostra os passos principais da modelagem.

    O primeiro passo é escrever as equações de conservação (massa e quantidade de

    movimento) – aula 13. Em seguida, substituem-se os valores instantâneos pelos termos

    correspondentes de média e flutuação, isto é, 'uuu , 'vvv e 'PPP . Em

    seguida, realiza-se uma integral sobre um período de tempo longo o suficiente, isto é,

    realiza-se uma média temporal. Ao final, vai se obter a seguinte equação diferencial:

    ''

    1uv

    y

    u

    yx

    P

    y

    uv

    x

    uu

    No processo de obtenção desta equação, admitiu-se que a média temporal das flutuações

    e suas derivadas são nulas. Com isso surgiram termos que envolvem a média temporal

    do produto das flutuações (últimos dois termos à direita). Aqui reside grande parte do

    problema da turbulência que é justamente se estabelecer modelos para estimar estes

    valores não desprezíveis. Estes termos dão origem às chamadas tensões aparentes de

    Reynolds que têm um tratamento à parte e não vamos nos preocupar aqui.

    O importante é saber que existem dois regimes de transferência de calor: laminar e

    turbulento. Também existe uma região de transição entre os dois regimes. Expressões

    apropriadas para cada regime em separado e em combinação estão indicadas na tabela

    7.9 do Incropera e Witt.

    Local : 318,0 PrRe0296,0 xxNu 60Pr6,010Re8 x

    Médio : 318,0 Pr871Re037,0 LLNu 810Re L

    2,0Re37,0 xx

    810Re L

    Nota: outras expressões ver livro-texto – ou tabela ao final desta aula.

    As propriedades de transporte são avaliadas à temperatura de mistura (média

    entre superfície e ao longe). Reynolds crítico = 5 105

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    112

    ______________________________________________________________________

    Exemplo resolvido (Holman 5-7)

    Ar a 20oC e 1 atm escoa sobre uma placa plana a 35 m/s. A placa tem 75 cm de

    comprimento e é mantida a 60ºC. Calcule o fluxo de calor transferido da placa.

    Propriedades avaliadas à CT

    402

    6020

    Ckg

    kJc p

    007,1

    3128,1

    m

    kg 7,0Pr

    Cm

    Wk

    02723,0

    ms

    kgx 510007,2

    610475,1Re xVL

    L

    2055)871Re037,0(Pr8,03/1 LL

    k

    LhNu

    CmWNuL

    kh L

    2/6,74

    WTTAhq s 2238)2060.(1.75,0.6,74)(

    ______________________________________________________________________

    Escoamento Cruzado sobre Cilindros e Tubos

    No caso do escoamento externo cruzado sobre cilindros e tubos, análise se torna mais

    complexa. O número de Nusselt local, dado em função do ângulo de incidência , isto é,

    Nu(), é fortemente influenciado pelo efeito do descolamento da camada limite.

    A figura ao lado indica o que acontece com o

    número local de Nusselt. Para ReD 105, o

    número de Nusselt decresce como conseqüência

    do crescimento da camada limite laminar (CLL)

    até cerca de 80o. Após este ponto, o escoamento

    se descola da superfície destruindo a CLL e

    gerando um sistema de vórtices e mistura que

    melhora a transferência de calor (aumento de

    Nu(). Para ReD > 105, ocorre a transição e

    formação da camada limite turbulenta (CLT). Na

    fase de transição (80o a 100

    o) ocorre a melhora

    da transferência de calor. Uma vez iniciada a

    CLT, novamente se verifica a diminuição do

    coeficiente local de transferência de calor devido

    ao crescimento da CLT para, em torno de 140o,

    descolar o escoamento da superfície que destrói

    a CLT para, então, gerar o sistema de vórtices e

    mistura que volta a melhorar a transferência de

    calor. No caso turbulento há, portanto, dois

    mínimos.

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    113

    Embora do ponto de vista de melhoria da transferência de calor possa ser importante

    analisar os efeitos locais do número de Nusselt, do ponto de vista do engenheiro e de

    outros usuários é mais proveitoso que se tenha uma expressão para a transferência de

    calor média. Assim, uma expressão bastante antiga tem ainda sido usada, trata-se da

    correlação empírica de Hilpert, dada por:

    3

    1

    PrRemDD Ck

    DhNu

    onde, D é o diâmetro do tubo. As constantes C e m são dadas na tabela abaixo como

    função do número de Reynolds.

    ReD C m

    0,4 – 4 0,989 0,330

    4 – 40 0,911 0,385

    40 – 4.000 0,683 0,466

    4.000 – 40000 0,193 0,618

    40.000 – 400.000 0,027 0,805

    No caso de escoamento cruzado de um gás sobre outras seções transversais, a mesma

    expresssão de Hipert pode ser usada, tendo outras constantes C e m como indicado na

    próxima tabela (Jakob, 1949).

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    114

    Para o escoamento cruzado de outros fluidos sobre cilindros circulares, uma expressão

    mais atual bastante usada é devida a Zhukauskas, dada por

    4/1

    Pr

    PrPrRe

    s

    nm

    DD CNu válida para

    610Re1

    500Pr7,0

    D

    ,

    onde as constantes C e m são obtidas da tabela abaixo. Todas às propriedades são

    avaliadas à T∞, exceto Prs que é avaliado na temperatura de superfície (parede). Se Pr

    10, use n = 0,37 e, se Pr > 10, use n = 0,36.

    ReD C m 1 – 40 0,75 0,4

    40 – 1.000 0,51 0,5

    1.000 – 2105 0,26 0,6

    2105 – 10

    6 0,076 0,7

    ____________________________________________________________

    Escoamento sobre Banco de Tubos

    Escoamento cruzado sobre um banco de tubos é muito comum em trocadores de calor.

    Um dos fluidos escoa perpendicularmente aos tubos, enquanto que o outro circula

    internamente. No arranjo abaixo, apresentam-se dois arranjos típicos. O primeiro é

    chamado de arranjo em linha e o outro de arranjo desalinhado ou em quicôncio.

    Arranjos em linha ou quicôncio

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    115

    Existem várias expressões práticas para a transferência de calor sobre banco de tubos.

    Para o ar, pode se usar a expressão de Grimison, que também pode ser modificada para

    outros fluidos, como discutido em Incropera (Seção 7.6). Mais recentemente,

    Zhukauskas apresentou a seguinte expressão:

    4/1

    36,0

    max,Pr

    PrPrRe

    s

    m

    DD CNu

    válida para

    6

    max, 10.2Re1000

    500Pr7,0

    20

    D

    LN

    onde, NL é o número de fileiras de tubos e todas as propriedades, exceto Prs (que é

    avaliada à temperatura da superfície dos tubos) são avaliadas à temperatura média entre

    a entrada e a saída do fluido e as constantes C e m estão listadas na tabela abaixo.

    Configuração ReD,max C m

    Alinhada 10-102 0,80 0,40

    Em quicôncio 10-102 0,90 0,40

    Alinhada

    Em quicôncio

    102-10

    3 Aproximado como um único

    102-10

    3 cilíndro (isolado)

    Alinhada

    (ST/SL>0,7)a

    103-210

    5 0,27 0,63

    Em quicôncio

    (ST/SL2) 10

    3-210

    5 0,40 0,60

    Alinhada 2x105-210

    6 0,021 0,84

    Em quicôncio 2x105-210

    6 0,022 0,84

    a Para ST/SL>0,7 a transferência de calor é ineficiente, e tubos alinhados não deveriam ser utilizados.

    Se o número de fileiras de tubos for inferior a 20, isto é, NL < 20, então deve-se corrigir

    a expressão acima, multiplicando o resultado obtido por uma constante C2, conforme

    expressão abaixo e valores dados na segunda tabela abaixo.

    202

    20

    LL ND

    ND NuCNu

    Tabela com o fator de correção C2 para NL103)

    NL 1 2 3 4 5 7 10 13 16

    Alinhada 0,70 0,80 0,86 0,90 0,92 0,95 0,97 0,98 0,99

    Em quicôncio 0,64 0,76 0,84 0,89 0,92 0,95 0,97 0,98 0,99

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    116

    O número de Reynolds ReD,max é calculado para a velocidade máxima do fluido que

    percorre o banco de tubos. No arranjo em linha, a velocidade máxima ocorre em

    VDS

    SV

    T

    T

    max , onde as grandezas podem ser vistas na figura anterior. No arranjo em

    quicôncio ou desalinhado, a velocidade máxima pode ocorrer em duas regiões,

    conforme ilustrado na figura anterior. Vmax ocorrerá na seção A2 se a seguinte condição

    for satisfeita )()(2 DSDS TD que, após uma análise trigonométrica simples, se

    obtém a seguinte condição equivalente 22

    212

    2 DSSSS TTLD

    . Se isso

    acontecer, então: VDS

    SV

    D

    T

    )(2max

    . Caso essa condição não seja satisfeita, então, a

    velocidade máxima ocorre em A1 e, portanto, usa-se novamente VDS

    SV

    T

    T

    max .

    Tabelas- resumo com as equações (Incropera & Witt)

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    117

    ______________________________________________________________________

    Exercício de Aplicação

    Verifica-se um escoamento de ar a uma velocidade de 4 m/s e temperatura de 30°C.

    Neste escoamento de ar é colocada uma fina placa plana, paralelamente ao mesmo, de

    25 cm de comprimento e 1 m de largura. A temperatura da placa é de 60°C.

    Posteriormente, a placa é enrolada (no sentido do comprimento) formando um cilindro

    sobre o qual o escoamento de ar vai se dar de forma cruzada. Todas as demais

    condições são mantidas. Pede-se:

    (a) Em qual caso a troca de calor é maior.

    (b) Qual o fluxo de calor trocado em ambos os casos.

    (c) Analisar se sempre há maior troca de calor numa dada configuração do que na

    outra, independentemente do comprimento e velocidade do ar. Justifique sua

    resposta através de um memorial de cálculo.

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    118

    Solução

    Propriedades do ar à CTT

    Tp

    452

    ν = 1,68 x 10-5

    m2/s

    k = 2,69 x 10-2

    W/mK

    Pr = 0,706

    Placa

    L=0,25m

    CTp 60

    smu /4

    CT 30

    critL xLu

    Re1095,51068,1

    25,04Re 4

    5

    5105

    2,144)706,0()1095,5(664,0PrRe664,0 3/12/143/12/1

    xNu LL

    Assim CmWL

    kNuhL

    2/56,15

    25,0

    02697,02,144

    Cilindro

    D

    CTs 60 Tu ,

    πD = L D = 0,25/π = 0,0796 m

    Assim, 45

    10895,11068,1

    0796,04Re

    D

    Usando a expressão de Hilpert (a mais simples) (Eq. 7.55b)

    3/1PrRemDD CNu p/ReD=1,89510

    4 C = 0,193

    m = 0,618

    Assim, 63,75)706,0()10895,1(193,0 3/1618,04 DNu

    de forma que: KmWD

    kNuh

    DD

    2/63,250796,0

    02697,063,75

    a) A transferência de calor é maior no caso do cilindro pois LD hh e a área de troca de

    calor é a mesma.

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    119

    ]b)

    Placa

    WQ

    TTAhQ

    placa

    ppplaca

    7,116

    3025,056,15

    )(

    Cilindro

    WQ

    TTAhQ

    cil

    pccil

    2,192

    3025,063,25

    )(

    c) Porção laminar 5, 105Re Lcrit

    Note que 51059,1Re/ReRe DLD sendo equivalente ao crítico.

    3/12/1 PrRe664,0

    LL

    L

    kh

    (A)

    m

    D

    m

    DD CL

    kC

    D

    kh Re

    PrRePr

    3/13/1 (B)

    Portanto de (A), 2/1

    3/1

    Re664,0

    Pr

    L

    Lh

    L

    k , que, pode ser subst. em (B), para obter

    Lm

    D

    D

    Lm

    DD hC

    hCh 5,0

    2/1Re669,2

    Re664,0

    Re

    Ou 5,0Re669,2 mDL

    DC

    h

    h para o caso laminar na placa

    Porção laminar-turbulenta ReL> Recrit =5105

    3/18,0 Pr)871Re037,0( LLNu (Eq. 7.41 p/camada limite mista)

    De donde 3/18,0 Pr)871Re037,0( LL

    k

    Lh e

    871Re037,0

    Pr8,0

    3/1

    L

    Lh

    L

    k (C)

    sub. em (B), vem 871Re037,0

    Re8,0

    L

    Lm

    DD

    hCh

    Subs. ReL = πReD, vem: 871Re037,0

    Re8,0

    L

    m

    D

    L

    D C

    h

    h

    Finalmente para o caso laminar e turbulento na placa

    871Re037,0

    Re8,0

    L

    m

    D

    L

    D C

    h

    h

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    120

    Os diversos valores de C e m da expressão de Hilpert foram substituídos nas expressões

    das razões entre os coeficientes de transferência de calor e aparecem na tabela abaixo e,

    em forma gráfica. Evidentemente, a transferência de calor será sempre maior no caso do

    cilindro (na faixa de validade das expressões)

    ReD C m hD/hL regime

    4 0,898 0,33 2,09 laminar

    40 0,911 0,385 1,59 “

    4000 0,683 0,466 1,38 “

    40000 0,193 0,618 1,8 “

    159000 0,027 0,805 2,78 “

    200000 0,027 0,805 2,15 lam-turb

    400000 0,027 0,805 1,43 “

    L

    D

    h

    h

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    3,00

    1 10 100 1000 10000 100000 1000000

    ReD