Post on 24-Jul-2020
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
PROF. DR. KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA
COMISSÃO CIENTÍFICA
JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO
WELLIGTON RIBEIRO FIGUEIREDO
VIRIATO CAMPELO
KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA
ANTÔNIO DE DEUS FILHO
CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA
NOELIA MARIA DE SOUSA LEAL
MARIA DO CARMO DE C. E MARTINS
LIA CRUZ VAZ DA COSTA DAMÁSIO
ANA MARIA COELHO HOLANDA
ISÂNIO VASCONCELOS MESQUITA
DORCAS LAMOUNIER COSTA
LILINE MARIA SOARES MARTINS
LUCIANA TOLSTENKO NOGUEIRA
GINIVALDO VICTOR RIBEIRO
MARIA ALINE FERREIRA DE
CERQUEIRA
ROSEMARIE BRANDIM MARQUES
ANDRÉ GONÇALVES DA SILVA
IONE MARIA RIBEIRO SOARES LOPES
SABAS CARLOS VIEIRA
VITOR YAMASHIRO ROCHA SOARES
CINTIA MARIA DE MELO MENDES
CAROLINE SOUSA COSTA
IGOR DENIZARDE BACELAR
ANDRÉ LUIZ PINHO SOBRAL
GERARDO VASCONCELOS MESQUITA
EULÁLIO DAMAZIO DA SILVA JUNIOR
HELDER DAMÁSIO DA SILVA
ANA LUCIA FRANCA DA COSTA
YURI NOGUEIRA CHAVES
EDUARDO DE CARVALHO BORGES
ERLAN PÉRCIO LOPES RUFINO
DENISE MARIA MENESES CURY
DEBORA ALENCAR FRANCO COSTA
ROBERTA LILLYAN RODRIGUES REIS
FREDERICO MAIA PRADO
RAIMUNDO FEITOSA NETO
ELIZEU PEREIRA DOS SANTOS NETO
EMERSON BRANDÃO SOUSA
DEUZUITA OLIVEIRA
JOANA ELISABETH DE S. MARTINS
FREITAS
NABOR BEZERRA DE MOURA JÚNIOR
COMISSÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
BRUNA AFONSO DOS SANTOS GUILHERME ANTONIO SILVA RIBEIRO
RENAN ROBERTO ROFRIGUES REIS LUIZA DE SÁ URTIGA SANTOS
GUSTAVO VICTOR LUCAS E SILVA DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE
APRESENTAÇÃO
O cenário científico no Brasil é preocupante: a falta de investimentos culmina com a fuga de cérebros
brilhantes, banalização dos programas de pós-graduação e publicações de baixo fator de impacto. Nesse
cenário há muitos desafios ao pesquisador que segue no entendimento que a produção de conhecimento é
motriz ao desenvolvimento de uma nação. Um dos principais é formar novas “mentes científicas”; um
processo árduo, que requer dedicação e cujos resultados até médio prazo não se mostram palpáveis.
Assim, nesse cenário o COSAMPI/Congresso Médico da AMB-PI exerce seu papel de consolidar linhas
de pesquisas e apresentação de resultados dos estudos da região. Sobremaneira contribui para a formação
de muitas “mentes científicas” por propiciar discussões e o exercício de tal saber em uma fase de construção
do futuro médico. Assim, só resta agradecer a confiança depositada ao submeter vossos resultados para a
análise por essa missão.
Prof. Dr. Kelson James Silva de Almeida/
SUMÁRIO
RESUMOS SIMPLES ..................................................................................................................... 1
TEMA ORAL LIVRE ..................................................................................................................... 1
AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR DIREITO POR NEUROFIBROMA GIGANTE ............ 2
PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA REFRATÁRIA EM PACIENTES PORTADORES DE
MICROCEFALIA DE UM CENTRO DE REABILITAÇÃO DE TERESINA .................................. 3
A ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA À MICROCEFALIA CONGÊNITA POR ZIKA VÍRUS
PREDOMINA EM MEMBROS SUPERIORES ................................................................................ 4
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL ........ 5
PACIENTE DE UMA FAMÍLIA COM DISTROFIA DE CINTURAS TIPO 2: RELATO DE CASO
.......................................................................................................................................................... 6
ANÁLISE DAS VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO TRATADAS NO
SERVIÇO DE NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TERESINA-PI .... 7
ANÁLISE DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM MALFORMAÇÕES ARTERIOVENOSAS
CEREBRAIS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA, TERESINA-PI .................................................. 8
CASO COM EVOLUÇÃO ATÍPICA: GRAVIDEZ BEM SUCEDIDA EM PACIENTE
PORTADORA DE ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL TIPO III .................................................. 9
ASPERGILOMA CEREBRAL EM UM PACIENTE COM LEUCEMIA AGUDA: UM RELATO DE
CASO ............................................................................................................................................. 10
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO PIAUÍ E REGIÃO
NORDESTE, 2010-2015 ................................................................................................................. 11
RELATO DE CASO: RECONSTRUÇÃO DO TENDÃO DISTAL DO MÚSCULO BÍCEPS
BRAQUIAL .................................................................................................................................... 12
TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA A
MICROCEFALIA CONGÊNITA PELO ZIKA VÍRUS .................................................................. 13
PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ESPECTRO
AUTISTA ....................................................................................................................................... 14
PSEUDOMIXOMA PERITONEAL POR TUMOR DE APÊNDICE COM METÁSTASE PARA O
OVÁRIO ......................................................................................................................................... 15
ATUALIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA NA
REGIÃO NORDESTE ENTRE 2014 E 2017 .................................................................................. 16
GIST: UMA SÉRIE DE CASOS ..................................................................................................... 17
EFEITOS DA MANTEIGA DA SEMENTE DO BACURI (PLATONIA INSIGNIS MART.) SOBRE
PERFIL LIPÍDICO E ÍNDICE ATEROGÊNICO EM MODELO EXPERIMENTAL DE
DISLIPIDEMIA .............................................................................................................................. 18
RELATO DE CASO SOBRE ATAXIA ESPINOCEREBELAR TIPO 7 ......................................... 19
RELATO DE CASO SOBRE DOENÇA DE LYME SÍMILE ......................................................... 20
PREVALÊNCIA DE SÍNDROME DE WEST EM PACIENTES COM MICROCEFALIA – UM
INÉDITO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO ...................................................................................... 21
SÍNDROME DE STIFF-PERSON, VARIANTE FOCAL E ANTI-GAD NEGATIVO – UM RELATO
DE CASO ....................................................................................................................................... 22
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM AMBULATÓRIO
ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO ............................................................ 23
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM
TERESINA ..................................................................................................................................... 24
DA SUSPEITA AO DIAGNÓSTICO NA NESIDIOBLASTOSE DO ADULTO. ........................... 25
HEMANGIOENDOTELIOMA COMPOSTO EM OSSOS DO PÉ ESQUERDO- RELATO DE CASO
........................................................................................................................................................ 26
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO
PIAUÍ, DE 2011 A 2015. ................................................................................................................ 27
TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG: UMA RARA CAUSA DE PSEUDOPUBERDADE
PRECOCE ...................................................................................................................................... 28
REAÇÕES HANSÊNICAS: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES
ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE TERESINA – PI ..................................................... 29
PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA (SUBTIPO CEREBELAR) - UM DESAFIO
DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................. 30
RESUMOS SIMPLES ................................................................................................................... 31
PÔSTER ........................................................................................................................................ 31
EVOLUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA DA MORTALIDADE MATERNA POR ECLÂMPSIA NO
BRASIL .......................................................................................................................................... 32
TRAÇADO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE AS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR
NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A
2017 ................................................................................................................................................ 33
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR AVC NO ESTADO
DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A 2017.................................................................................... 34
ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL COMO CAUSA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
SECUNDÁRIA EM PACIENTE JOVEM ....................................................................................... 35
GASTRODUODENOPANCREATECTOMIA EM PACIENTE COM TUMOR DE CABEÇA DE
PÂNCREAS RESSECÁVEL: RELATO DE CASO ........................................................................ 36
HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA, UM DIAGNÓSTICO ESQUECIDO? .......... 37
HEMORRAGIA NASAL INFANTIL COMO MANIFESTAÇÃO FREQUENTE NA DOENÇA DE
VON WILLEBRAND: RELATO DE CASO .................................................................................. 38
CONTENÇÃO DE HEMORRAGIA HEPÁTICA CAUSADA POR PROJÉTIL DE ARMA DE
FOGO: RELATO DE CASO ........................................................................................................... 39
ANÁLISE DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM PACIENTES INTERNADOS EM
UM HOSPITAL DE URGÊNCIA DE TERESINA, PIAUÍ, NO PERÍODO DE 2012 A 2017. ........ 40
PIODERMA GANGRENOSO ASSOCIADO À DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO ..... 41
RESSECÇÃO DA LESÃO NO TRATAMENTO DE CÃNCER DE COLO DO ÚTERO: UM
RELATO DE CASO ....................................................................................................................... 42
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COBERTURA VACINAL E DAS DOSES APLICADAS DE
ANTI-HPV EM MENINAS DE 9 A 13 ANOS, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2014 A OUTUBRO
DE 2017, EM TERESINA- PI ......................................................................................................... 43
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS DOSES APLICADAS DA VACINA CONTRA FEBRE
AMARELA, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2010 A OUTUBRO DE 2017, EM TERESINA- PI44
SÍNDROME DO EXTRAVASAMENTO CAPILAR SISTÊMICO: RELATO DE CASO .............. 45
DOENÇA DE DARIER: RELATO DE CASO ................................................................................ 46
EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM MELHORA APÓS
USO DE CANABIDIOL ................................................................................................................. 47
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO ESTADO DO TOCANTINS .................. 48
USO DE COMORBIDADES CLÍNICAS PARA PREDIÇÃO DE RISCO DE ÓBITO EM
PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO, APÓS TRATAMENTO
TROMBOLÍTICO. .......................................................................................................................... 49
ANÁLISE CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL ISQUÊMICO TRATADOS COM ALTEPLASE........................................................ 50
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE CÂNCER COLORRETAL NO ESTADO DO
PIAUÍ NO PERÍODO DE 2008 A 2017 .......................................................................................... 51
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO
DE 2007 A 2017 ............................................................................................................................. 52
SÍNDROME DE FOURNIER: RELATO DE CASO ....................................................................... 53
DISTONIA AGUDA INDUZIDA PELO USO DE BROMOPRIDA: RELATO DE CASO ............ 54
SÍNDROME CORTICO-BASAL, APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA - UM RELATO DE
CASO ............................................................................................................................................. 55
LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE B E SUAS
FORMAS DE TRANSMISSÃO NOTIFICADAS NO SINAN ENTRE 2007-2015 NO NORDESTE
........................................................................................................................................................ 56
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE ÓBITOS POR CAUSAS EVITÁVEIS NO PIAUÍ, 2009 A 2015
........................................................................................................................................................ 57
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER NOS NÍVEIS
SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS ..................................................................... 58
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ACERCA DAS MAMOGRAFIAS REALIZADAS NO ESTADO
DO PIAUÍ, PELO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE, DE JULHO DE 2014 A JUNHO DE 2015 .. 59
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM TERAPIA HEMODIALÍTICA EM UMA
CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DO MARANHÃO ........................................................... 60
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ANTROPOMÉTRICO DO PACIENTE
SUBMETIDO À TERAPIA HEMODIALÍTICA EM UM CENTRO DE DIÁLISE DE CAXIAS-MA
........................................................................................................................................................ 61
NOTIFICAÇÕES DE CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE
PARNAÍBA-PI: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO............................................................................... 62
PADRÃO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO EM PACIENTES COM
MICROCEFALIA ........................................................................................................................... 63
ATROFIA DE MÚLTIPLOS SISTEMAS: UM RELATO DE CASO ............................................. 64
NEURODEGENERAÇÃO POR ACÚMULO CEREBRAL DE FERRO:UM RELATO DE CASO 65
NEOPLASIA EM CABEÇA DE PÂNCREAS: UMA SÉRIE DE CASOS ...................................... 66
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL EM ADULTO SECUNDÁRIA AO ADENOCARCINOMA
CECAL – RELATO DE CASO ....................................................................................................... 67
A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM ATIVA DE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ. ....................................... 68
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL NO
PERÍODO DE 2006 A 2015 ............................................................................................................ 69
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL: RELATO DE CASO ........................................... 70
ERITEMA NODOSO NECROTIZANTE: RELATO DE CASO ..................................................... 71
FEOCROMOCITOMA BILATERAL: UM RELATO DE CASO ................................................... 72
ANÁLISE DOS RESULTADOS DE TESTES DE BACILOSCOPIA DE ESCARRO PARA
DIAGNÓSTICO E PARA ACOMPANHAMENTO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ
E NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI ENTRE 2014 E 2016 ........................................................ 73
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS COM MENINGITE EM UM
HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA DE TERESINA-PIAUÍ ................................................ 74
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO SUICÍDIO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL ENTRE
2011 E 2015 .................................................................................................................................... 75
ESTADO EPILÉPTICO MOTOR PARCIAL SEM COMPONENTE DISTÔNICO COMO
APRESENTAÇÃO DA ENCEFALITE ANTI-RECEPTOR NMDA ............................................... 76
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE
2005 A 2015.................................................................................................................................... 77
FRATURA CERVICOTORÁCICA GRAVE, TIPO C AOSPINE, COM ÓTIMA RESOLUÇÃO
CLÍNICO- RADIOLÓGICA: UM RELATO DE CASO ................................................................. 78
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORES DE HIV COM TUBERCULOSE NO PIAUÍ DE
2012 A 2016.................................................................................................................................... 79
PROLIFERAÇÃO OSTEOCONDRAL PERIOSTEAL BIZARRA (LESÃO DE NORA) EM
SEGUNDO PODODÁCTILO DO PÉ DIREITO – RELATO DE CASO ........................................ 80
CARCINOMA MAMÁRIO INVASIVO: OLHAR ATENTO SOBRE A INVASÃO
LINFOVASCULAR E O ACOMETIMENTO LINFONODAL ....................................................... 81
LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE LEPTOSPIROSE EM
HUMANOS NOTIFICADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE
NOTIFICACÃO ENTRE 200-2017 NO NORDESTE ..................................................................... 82
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E SUA RELAÇÃO COM
O ATENDIMENTO PRÉ NATAL EM TERESINA E NO PIAUÍ, DE 2008 A 2014 ...................... 83
RELATO DE CASO: TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO COMPLETA DO BÍCEPS
DISTAL POR DUPLA VIA EM PACIENTE JOVEM HALTEROFILISTA ................................... 84
ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE FRATURA DO FÊMUR NO BRASIL NO PERÍODO DE
JANEIRO DE 2013 A DEZEMBRO DE 2017 ................................................................................ 85
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO PIAUÍ,
2009-2015 ....................................................................................................................................... 86
RELAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CASOS NOVOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E O NÚMERO DE
TESTE DE SÍFILIS POR GESTANTE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI ................................ 87
ANÁLISE DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO PIAUÍ NO
PERÍODO DE 2011 A 2015 ............................................................................................................ 88
MIOCARDIOPATIA NÃO COMPACTADA DE MODO ISOLADO - RELATO DE CASO ......... 89
CEFALEIA EM SALVAS TRATADA COM LEVETIRACETAM EM NONAGENÁRIA COM
CONTRA-INDICAÇÕES AO MANEJO PADRÃO ....................................................................... 90
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR AGROTÓXICOS EM
CRIANÇAS DE ATÉ 4 ANOS DE IDADE NO NORDESTE ENTRE 2012 E 2017 ....................... 91
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MENINGITE NO PIAUÍ DE 2009 A 2017 ............................ 92
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE HEPATITE B NO
NORDESTE, DE 2007 A 2017 ....................................................................................................... 93
CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA EM PARNAÍBA: UM DESAFIO PARA
A SAÚDE PÚBLICA ...................................................................................................................... 94
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE HEPATITE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA - PI
NO PERÍODO DE 2009 A 2015 ..................................................................................................... 95
INFECÇÃO POR HEPATITE A NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2011 A 2015 ......... 96
ABORDAGEM CIRÚRGICA DO ADENOCARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR - RELATO DE
CASO ............................................................................................................................................. 97
ESTENOSE DE ARTÉRIA PULMONAR EM PORTADOR DE SÍNDROME DE WILLIAMS-
BEUREN – RELATO DE CASO .................................................................................................... 98
SARCOMA ALVEOLAR COM METÁSTASE PARA SÍTIO INCOMUM: RELATO DE CASO . 99
CASOS DE DOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA) DETECTADOS NO MUNICÍPIO DE
PARNAÍBA-PI NO PERÍODO DE 2010 A 2016 .......................................................................... 100
SITUAÇÃO VACINAL DE CRIANÇAS ENTRE 0 A 5 ANOS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE
DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM FLORIANO-PIAUÍ ..................................... 101
A ARRISCADA RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO E OBESIDADE NA INFÂNCIA – UM
RELATO DE CASO ..................................................................................................................... 102
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR CÂNCER DE ESTÔMAGO NO PIAUÍ, DE 2005
A 2015 .......................................................................................................................................... 103
MELANOMA PRIMÁRIO RECORRENTE DE VULVA: Um relato de caso ............................... 104
PADRÃO DO DÉFICIT MOTOR PROGRESSIVO NA DOENÇA DE HUNTINGTON: UM
RELATO DE CASO ..................................................................................................................... 105
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE SÍFILIS EM GESTANTE NO PIAUÍ, 2008-2013 ................ 106
RESUMOS EXPANDIDOS ........................................................................................................ 107
PREMIAÇÃO ............................................................................................................................. 107
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM
TERESINA. .................................................................................................................................. 108
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM AMBULATÓRIO
ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO .......................................................... 111
EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM MELHORA APÓS
USO DE CANABIDIOL ............................................................................................................... 114
A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM ATIVA EM
ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ. ...................................................................................... 117
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER NOS NÍVEIS
SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS ................................................................... 120
RESUMOS SIMPLES
TEMA ORAL LIVRE
2
AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR DIREITO POR NEUROFIBROMA GIGANTE
Geovanna Arnaldo de Sousa; Jéssica Nascimento Almeida; Lara Cavalcante Mourão; Camila de Moura
Fortes; Bruna Verçosa de Carvalho Sales, Edison de Araújo Vale.
INTRODUÇÃO: A neurofibromatose tipo 1 é uma doença genética autossômica dominante
relacionada a mutações no gene supressor de tumor NF1, associada a manchas café com leite,
neurofibromas dérmicos e plexiformes, falsas efélides axilares ou inguinais e nodulos de Lisch. As
complicações são extensas e vão desde dificuldades de aprendizagem, doenças neurovasculares,
distúrbios do sono, hipertensão e escoliose, até neurofibromas que causam desfiguração, compressão
da raiz nervosa e da medula espinhal e malignidade.² O desfiguramento e o isolamento social
representam causas potentes de sofrimento psíquico. O relato de caso a seguir é de um neurofibroma
com sucessivas recidivas que resultaram em amputação dos dois membros inferiores.
RELATO DO CASO: Paciente masculino, 22 anos, com neurofibromatose tipo I desde o
nascimento, a qual sempre impossibilitou deambulação por forte dor. Realizou há 10 anos cirurgia
para retirada de neurofibroma em coluna e há 4 anos para amputação de membro inferior esquerdo.
Evoluiu com neurofibromas em membro inferior direito, incluindo massa gigante da pelve à coxa
direita com aumento nos últimos 4 anos. Por conta disso, foi admitido para avaliação médica em
hospital de referência do Piauí em junho de 2018, apresentando grave cifoescoliose, manchas café
com leite disseminada de vários tamanhos pelo corpo e nódulos subcutâneos volumosos em membro
inferior e dorso, além de hipertensão arterial. Não apresentava alteração cognitiva ou queixas
álgicas. Com o parecer da cirurgia plástica, foi solicitada operação para remoção do gigante tumor
do MID, porém, com a expansão da doença no membro, perda da funcionalidade e potencial
descompensação hemodinâmica no intraoperatório optou-se por realizar amputação da perna direita
também. Durante a cirurgia, foi realizada incisão de pele e subcutâneo, seguida de hemostasia com
ligadura de vasos femorais e secção de fêmur. Finalizando com preparo de retalho cutâneo e
prevenção de hematoma. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os neurofibromas associados à NF-1
provavelmente se repetem ou sofrem transformação maligna. O neurofibroma gigante pode
promover significativa incapacidade funcional ou, até mesmo, desfigurar o paciente. O tratamento
cirúrgico tem cicatrização satisfatória, melhor aspecto estético e melhora da qualidade de vida do
paciente.
3
PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA REFRATÁRIA EM PACIENTES PORTADORES DE
MICROCEFALIA DE UM CENTRO DE REABILITAÇÃO DE TERESINA
Icaro Araújo de Sousa; Augusto César Beserra Martins; Isadora Costa Coelho Gayoso e
Almendra; Larena Virna Guimarães Souza; Diego Coimbra Alencar; Jade de Brito Freire
Monteiro Alves, Kelson James Almeida
INTRODUÇÃO: Microcefalia é uma condição neurológica na qual o perímetro cefálico da criança
é dois desvios padrões (DP) abaixo da média das crianças de mesmo gênero e idade, geralmente
associada ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e à epilepsia. A epilepsia é caracterizada
pela recorrência de crises epilépticas não provocadas. Epilepsia refratária (ER) é definida como a
falha de 2 fármacos antiepilépticos (FAEs) apropriados e em dose máxima tolerada, em monoterapia
ou combinados, em manter o paciente livre de crises, de forma persistente, assim como a presença
de efeitos colaterais inaceitáveis, ainda que as crises sejam controladas. MÉTODOS: O estudo teve
como objetivo analisar a prevalência de epilepsia refratária em crianças com microcefalia de 0 a 3
anos de idade num centro de reabilitação da cidade de Teresina-PI. Se deu através do preenchimento
de questionários pelos responsáveis legais das crianças, com dados relacionados à presença ou não
de epilepsia, faixa etária, frequência das crises convulsivas e medicamentos utilizados. Foi
submetido ao comitê de ética da Faculdade Integral Diferencial – FACID/DEVRY.
RESULTADOS: Dentre as 67 crianças com microcefalia avaliadas, 38 pacientes apresentavam
microcefalia congênita associada ao vírus Zica. Da amostra estudada, 47 apresentavam epilepsia.
Dessas, 9 apresentavam um quadro controlado, porém 3 faziam uso de três FAEs. 12 crianças com
crises não controladas usavam apenas um FAE, 8 usavam dois FAEs e 12 crianças faziam uso de
três FAEs. Dessa forma, 29 crianças apresentavam epilepsia refratária, que correspondem a 61,7%
das que apresentavam epilepsia e 43,3% das crianças avaliadas. DISCUSSÃO: Estudos apontam
que, embora o prognóstico da maioria dos pacientes em terapia adequada com os fármacos
antiepilépticos seja bom, cerca de 30% não têm suas crises controladas. A causa da resistência às
drogas é multifatorial, sendo um dos fatores o início precoce das crises (antes de 2 anos de vida),
assim como presença de lesão estrutural aos exames de neuroimagem e ausência de controle das
crises ao uso adequado do primeiro FAE. A refratariedade da epilepsia leva a uma piora da
qualidade de vida dos pacientes e a uma maior predisposição a disfunções psicossociais e sequelas.
CONCLUSÃO: Diante do exposto, em crianças com microcefalia de 0 a 3 anos de idade num
centro de reabilitação da cidade de Teresina-PI, a prevalência de ER comprovou-se maior que na
população geral.
4
A ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA À MICROCEFALIA CONGÊNITA POR ZIKA VÍRUS
PREDOMINA EM MEMBROS SUPERIORES
Icaro Araújo de Sousa; Laysa Moura Cardoso; Guilherme Antonio Silva RIbeiro; Gabriel Medina
Sobreira de Meneses; Francisco José Alencar; Ana Patrícia Petilo, Kelson James Almeida
INTRODUÇÃO: A microcefalia é uma anormalidade neurológica na qual o encéfalo não se
desenvolve adequadamente e o perímetro cefálico do recém-nascido é menor que o esperado para
idade e sexo. Para os casos secundários à infecção congênita, são associadas alterações motoras,
como a espasticidade, bem como alterações cognitivas. A escala de Ashworth modificada (EAM) é
a mais amplamente utilizada para quantificação da espasticidade e a medida é feita de acordo com
a resistência oferecida ao movimento angular realizado de maneira rápida e passiva. Tal trabalho
objetiva descrever o padrão de espasticidade secundária à microcefalia congênita por Zika vírus.
MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal com dados de pacientes atendidos em ambulatório de
microcefalia de outubro de 2016 a dezembro de 2017. Foram avaliados a situação dos sistemas
oftalmológico e auditivo, a ocorrência de epilepsia, e o grau de espasticidade. A variável desfecho
clínico avaliada foi a pior pontuação na EAS, ou seja, a quantificação da espasticidade no
grupamento muscular mais acometido. RESULTADOS: 20 pacientes foram incluídos: 4 (20%)
apresentaram alterações no exame oftalmológico e apenas 1 (5%) apresentou alterações auditivas.
14 (70%) pacientes foram diagnosticados com epilepsia. Com relação a pior EAM identificada, em
9 pacientes (45%) foram identificadas em membros superiores, 7 (35%) foram identificadas em
membros inferiores e os 4 restantes (20%) foram indiferentes. Diferenças na espasticidade não
foram estatisticamente significantes comparando membros superiores e inferiores. DISCUSSÃO:
Os resultados obtidos corroboraram dados encontrados em outros estudos que demonstram a
prevalência de alterações oftalmológicas e auditivas nos casos de microcefalia congênita,
provavelmente por comprometimento de componentes neurológicos nessas vias aferentes, bem
como as alterações relacionados ao quadro epiléptico. Apesar de não ter havido diferenças
estatísticas significantes entre o grau de espasticidade em membros superiores e inferiores, a maior
prevalência do pior Ashworth em membros superiores foi igual aos achados encontrados na
literatura. Tal diferença poderia ser explicada pela própria limitação do tamanho da amostra.
CONCLUSÃO: O principal achado clínico sobre a espasticidade nos pacientes com microcefalia
congênita por Zika Vírus mostrou um padrão predominante de espasticidade nos membros
superiores.
5
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL
Camila Ramos Coelho, Augusto César Evelin Rodrigues
INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, de origem histórica na
humanidade, causada pelo Mycobacterium leprae. Sendo relacionada às condições precárias de vida
e saúde, como por exemplo, a convivência de muitas pessoas em um mesmo ambiente, facilitando
a transmissão por via aérea. Os pacientes apresentam características como: lesão ou área da pele
com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa ou tátil, espessamento de nervo periférico,
associado a alterações sensitivas, motoras ou autonômicas. OBJETIVO: O estudo objetivou
identificar e descrever o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase no
estado do Piauí e no Brasil. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo epidemiológico quantitativo e
descritivo de série temporal, utilizando a base de dados do DATASUS (Departamento de
Informática do SUS). Foram selecionados os casos diagnosticados no estado do Piauí e no Brasil
no ano de 2017 e selecionadas as variáveis: sexo e faixa etária, fazendo-se as comparações entre as
incidências, no Piauí e no Brasil. RESULTADOS: Foram diagnosticados em 2017, no Brasil,
91.984 casos novos e desses, 3.038 ocorreram no Piauí (3,30%). Em relação ao sexo, em ambos, o
sexo masculino se sobressaiu, com 45.995 (50% ) pacientes diagnosticados no Brasil e 1.665 (54.8%
) no Piauí, em comparação as 34.842 (37.9%) mulheres infectadas no país e 1373 (45.2 %) no
estado. Além disso, no país 11.147 (12.1%) indivíduos não tiveram o sexo divulgado. No que diz
respeito à faixa etária, a de maior incidência, tanto a nível nacional como estadual é a de 40 a 59
anos, sendo possível observar uma crescente dos casos a partir de 1 ano de idade, até os 59 anos e
uma redução nos casos até a idade superior a 80 anos. DISCUSSÃO: A análise dos indicadores
epidemiológicos demonstrou alta endemicidade de hanseníase no Piauí e no Brasil, apesar das
tentativas dos órgãos governamentais de reduzir a incidência da doença. Observou-se também a
maior prevalência da doença no sexo masculino e nas idades entre 40 e 59, atingindo a faixa etária
economicamente ativa e revelando o aumento dos casos entre as crianças, mostrando assim a
transmissão por contato e um baixo poder de diagnóstico de novos casos. CONCLUSÃO: Tais
dados são importantes para se direcionar a busca e o rastreio da doença nas populações de maior
risco de contaminação, para que possa ser feito o diagnóstico e tratamento precoce, melhorando a
saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
6
PACIENTE DE UMA FAMÍLIA COM DISTROFIA DE CINTURAS TIPO 2: RELATO DE
CASO
Ruth Brito Costa; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro
Gonçalves; Marcos Vinícius Bertoldo Gomes; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: As distrofias musculares de cinturas escapulares (LGMDs) constituem um grupo
heterogêneo de desordens das quais produzem alterações distróficas à biópsia muscular e estão
associadas a mutações em diversos genes envolvidos na estrutura e função muscular. Também
conhecida como calpainopatia primária, a LGMD2A é ocasionada devido mutações no gene
CAPN3. Os aspectos fenotípicos incluem o envolvimento escapular, do tronco e dos músculos
pélvicos, poupando os músculos cardíacos e faciais. Além disso, não há envolvimento do estado
mental. Os primeiros sintomas dessa desordem costumam surgir por volta dos 13 anos de idade,
com início na faixa etária de 1 a 67 anos. Devido ao seu curso lentamente progressivo, a perda de
deambulação costuma atingir a vida adulta. O diagnóstico final de LGMD2A requer quantificação
da calpaína na biópsia muscular por meio de immunoblotting ou detecção de mutação no gene
CAPN3. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 25 anos, procedente de Teresina-PI.
Há 13 anos, iniciou quadro de quedas frequentes e dificuldade para deambular. Concomitante a
isso, apresentou atrofia dos membros superiores e da musculatura proximal dos membros inferiores.
Referiu história familiar positiva para distrofias musculares. Um painel molecular para investigação
de distrofia muscular demonstrou presença de uma variante provavelmente patogênica e outra
variante patogênica, ambas em heterozigose, no gene CAPN3, sendo associado ao fenótipo clínico
com distrofia muscular de cinturas tipo 2A de herança autossômica recessiva. Desde então, esse
quadro segue em lenta progressão, sendo impossibilitado de fazer esforços antes realizados, a
exemplo de subir em escadas. Ao exame físico, apresentou marcha anserina, escápula alada, atrofia
em bíceps e tríceps, reflexos profundos globalmente hipoativos. Em relação à força muscular,
demonstrou força grau IV em deltóide, bíceps grau III e tríceps grau IV, pinça mediana e ulnar grau
IV, ilio-psoas grau III, quadríceps grau III e bíceps femoral grau IV, todos bilateralmente.
Apresentou sinal de Gowers. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, a história clínica é
compatível com um padrão fenotípico pelvifemoral com fraqueza muscular primeiramente evidente
na cintura pélvica e depois na cintura escapular. Há, ainda, uma evolução insidiosa do quadro com
perda da força e trofia da região proximal dos membros. Assim, a análise clínica e genética são de
grande relevo no diagnóstico das distrofias musculares de cintura.
7
ANÁLISE DAS VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO TRATADAS NO
SERVIÇO DE NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TERESINA-
PI
Letícia Moura de Oliveira Barros; Bruna Afonso dos Santos; Déborah Castro Ferreira de Oliveira;
Igor Leonardo Vieira Caetano; Thaline Ravena Nunes Costa; José Nazareno Pearce de Oliveira
Brito
INTRODUÇÃO: Segundo a Brain Injury Association (BIA), o traumatismo cranioencefálico
(TCE) é definido como lesão cerebral, não degenerativa ou congênita, provocada por força física
externa. Resultado de uma combinação de mecanismo do trauma: compressão, expansão,
aceleração, desaceleração e rotação provocando danos estruturais e funcionais ao parênquima
cerebral, meninges e crânio. Representa uma das principais causas de morbimortalidade em adultos
jovens e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é um problema de saúde pública. O
sexo masculino é o mais acometido, acidentes com meios de transporte e quedas de alta energia
cinética estão entre as principais causas. O estudo objetivou analisar aspectos epidemiológicos das
vítimas de TCE tratadas no Serviço de Neurocirurgia do Hospital São Marcos (HSM). MÉTODOS:
Trata-se de um estudo retrospectivo, exploratório e descritivo, tipo corte transversal, baseado em
356 prontuários de pacientes com TCE tratados no Serviço de Neurocirurgia do HSM entre 2006 e
2017. Analisou-se as variáveis: sexo, idade, procedência, aspectos tomográficos e prognóstico. O
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HSM (CAAE:86707018.5.0000.5584).
RESULTADOS: Dos 356 prontuários analisados, incluiu-se na pesquisa 197 casos de TCE:
Hematoma Subdural Crônico 69%(n=136), Hematoma Subdural Agudo 12,2%(n=24), Hematoma
Extradural Agudo 9,1%(n=19) e Contusão Cerebral 9,7%(n=18) foram os principais achados
tomográficos. Predomínio do sexo masculino 75,63%(n=149); a média de idade variou nos grupos
de hematomas: HSDC 72,2 HSDA 33,9 HED 43,1 e Contusão cerebral 44,2 anos.56,85% dos
pacientes residiam em Teresina-PI,43,15% eram provenientes de outro município do Piauí ou
estado. O HSDA apresentou o prognóstico mais reservado, seguido das contusões cerebrais e
HSDC. DISCUSSÃO: O predomínio do sexo masculino se justifica pela maior exposição dos
homens aos fatores de risco relacionados ao trauma. HSDC é comum em idosos; HSDA, HED e
Contusão cerebral são mais comuns em adultos jovens após quedas, acidentes de trânsito ou golpes
na cabeça. Grande parte dos pacientes são provenientes de outras cidades/estados porque a capital
possui hospitais de referência. CONCLUSÃO: A maioria das vítimas de TCE eram homens com
cerca de 40 anos provenientes de Teresina-PI. O HSDC foi o achado mais comum e mais prevalente
em idosos. Devido sua etiologia, o HSDA apresentou prognóstico mais reservado.
8
ANÁLISE DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM MALFORMAÇÕES
ARTERIOVENOSAS CEREBRAIS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA, TERESINA-PI
Letícia Moura de Oliveira Barros; Bruna Afonso dos Santos; Ingrid Leal Araújo; Isys Fialho
Nascimento; Déborah Castro Ferreira de Oliveira; Benjamim Pessoa Vale; Elis Raquel da Silva
Araújo Paraiba
INTRODUÇÃO: Malformações Arteriovenosas cerebrais (MAVs) são lesões vasculares com
shunt arteriovenoso. Com incidência entre 0,89 a 1,34 casos por 100.000 pessoas/ano. Há literatura
que reporta discreto predomínio do gênero masculino e faixa etária de apresentação entre a segunda
e quarta década de vida. A clínica é heterogênea , e varia de acordo com a classificação do grau
segundo Spetzler-Martin (Tamanho, Drenagem e Localização). O tratamento requer abordagem
multidisciplinar com combinação de microcirurgia, embolização endovascular e radiocirurgia. O
objetivo do estudo foi analisar a conduta terapêutica em pacientes portadores de MAVs cerebrais
tratados no Hospital São Marcos (HSM), Teresina-PI. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de
caráter retrospectivo, transversal e observacional de 54 prontuários de pacientes com MAV´s
cerebrais admitidos no HSM entre 2000 a 2016. Variáveis: gênero, idade, sintomatologia e conduta
terapêutica. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HSM
(CAAE:N°62873616.9.0000.5584). RESULTADOS: Houve um leve predomínio para o gênero
masculino 51,85% (n=28), faixa etária variando de (23-50), com média de 29,55 anos. Os sintomas
mais prevalentes cefaleia crônica (31,48%), crises convulsivas (12,96%) seguido de déficit
neurológico (9,26%). A classificação de Spetzler-Martin influenciou diretamente a conduta
terapêutica: Microcirurgia foi escolha em grau I e II, a embolização nos demais graus. Do total da
casuística, 14,81% submetidos à radiocirurgia, enquanto que 68,52% à microcirurgia e 59,26% à
embolização. A combinação de técnicas em 42,6% dos casos, Embolização-Microcirurgia (27,8%),
Embolização-Radiocirurgia (11,1%). Um paciente submetido às três modalidades terapêuticas
(1.85%) e um a Microcirurgia-Radiocirugia (1,85%). DISCUSSÃO: Proporções semelhantes em
ambos os sexos, ou leve predominância para gênero masculino, idade entre 20-40 anos.
Assintomáticas na maioria dos casos, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando sintomáticas
predominam Cefaleia crônica, crises convulsivas, redução da consciência e déficit motor. A
Classificação de Spetzler Martin é preditiva de morbimortalidade cirúrgica, sendo ferramenta
essencial na decisão terapêutica, cirurgia (grau I e II), embolização ou combinação com cirurgia ou
radiocirurgia (grau III a V). CONCLUSÃO: O estudo apresentou resultados condizentes com a
literatura, evidenciando a abordagem multidisciplinar no tratamento das MAV’s.
9
CASO COM EVOLUÇÃO ATÍPICA: GRAVIDEZ BEM SUCEDIDA EM PACIENTE
PORTADORA DE ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL TIPO III
Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Maria Clara Luz Ferreira; Marcos Vinícius Bertoldo Gomes;
Larena Virna Guimarães Souza; Diego Coimbra Alencar; Ruth Brito Costa; Kelson James Silva
de Almeida
INTRODUÇÃO: A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença neuromuscular provocada pela
modificação do gene Survivor Motor Neuron-1 (SMN1). Há diversos subtipos dessa patologia, e no
tipo III há conversão gênica tanto no SMN1 quanto no SMN2. Na AME, há degeneração dos
neurônios motores medulares, o que leva a atrofia e fraqueza muscular progressivas. Há frequente
afecção dos sistemas respiratório, gastrintestinal e osteoarticular. Em pacientes grávidas, as
patologias neuromusculares estam associadas a complicações respiratórias fatais. RELATO DE
CASO: paciente do sexo feminino, 25 anos, diagnosticada com atrofia muscular espinhal (AME)
tipo III após mapeamento genético em centro de referência. Não apresenta demais comorbidades.
Em uso de excitalopram 10mg/dia. Relata que iniciou perda de força com um ano de idade e tornou-
se cadeirante aos oito anos. Refere dispneia ocasional e dificuldade para tossir, além de dor na
região do trapézio direito com irradiação para o membro superior direito. A ressonância magnética
(RNM) cervical evidencia seringomielia ao nível C5-C6. A espirometria evidencia volume
expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) 60% e pico de fluxo expiratório (PEF) 70%.
Solicitou-se RNM de crânio e coluna torácica. A paciente retorna após 7 meses sem ter feito a
RNM, pois recebeu diagnóstico de gravidez, na ocasião com 19 semanas. Informa que está tratando
anemia com o obstetra. Relata que apresenta maior dificuldade para segurar objetos. Foi realizado
encaminhamento para pré-natal de alto risco e orientado parto cesariano e laqueadura tubária. Ao
final da gestação, a paciente apresentou dispneia. O parto foi realizado com 35 semanas de gestação,
sob anestesia geral, e a paciente demorou um pouco até conseguir ser extubada. Houve ganho
ponderal de 10 quilogramas durante a gestação e piora da fraqueza após o parto. Em uso de
topiramato 25mg pela manhã e 25mg à noite e duloxetina 30mg ao dia CONSIDERAÇÕES
FINAIS: Trata-se de um caso atípico, devido ao fato de a gravidez ter sido bem sucedida em uma
paciente portadora de AME, para a qual engravidar estava contraindicado, principalmente devido
ao VEF1 encontrava-se abaixo de 80%. Mesmo com um prognóstico ruim, a gravidez ocorreu sem
que houvesse maiores complicações para a mãe e o concepto.
10
ASPERGILOMA CEREBRAL EM UM PACIENTE COM LEUCEMIA AGUDA: UM
RELATO DE CASO
Hélio Fortes Napoleão do Rêgo Neto; Luja de Carvalho Miranda; Bruno Teixeira da Silva; Letícia
Rodrigues Barros; Valdecy José de Sousa Neto; Mônica Fortes Napoleão do Rêgo
INTRODUÇÃO: Leucemias agudas são neoplasias malignas primárias de medula óssea em que
ocorre a substituição dos elementos medulares e sanguíneos normais por células imaturas,
denominadas blastos, bem como o acúmulo destas células em outros tecidos. A Leucemia Linfoide
Aguda (LLA), embora seja o tipo mais comum de leucemia na infância, representa 20 % das
leucemias nos adultos. RELATO DE CASO: J.M.S, masculino, 34 anos. Paciente diagnosticado
com LLA cromossomo Philadelphia +. Exames laboratoriais: Hematócrito – 30%, Hemoglobina –
13,6 g/dL, leucócitos – 177.000, 1% metamielócitos, 1% bastão, 1% segmentados, 96% linfócitos
e plaquetas – 56.000. Imunofenotipagem foi compatível com leucemia linfoide aguda de células B
imaturas. O paciente então foi submetido há 5 semanas de quimioterapia. Após 2 meses de
diagnóstico, e em uso de quimioterapia, foi internado com quadro de cefaleia, vômitos e crise
convulsiva; negava frebre; o exame neurológico estava normal. Realizou-se TC de crânio, em que
se notou uma área levemente hipodensa em topografia parietal esquerda, e ressonância magnética,
com formação expansiva heterogênea no lobo parietal esquerdo e na porção posterior do lobo
paracentral e o líquor foi normal. Foi realizada biópsia estereotáxica; durante o procedimento, foi
aspirado conteúdo líquido e não sólido. O histopatológico do material colhido mostrou ausência de
malignidade e constituído apenas por células mesoteliais, linfócitos, muitos neutrófilos e hemácias-
abcesso. Nessa mesma amostra, a pesquisa para bacilo álcool-ácido resistente foi negativa e
detectou-se a presença de frequentes estruturas fúngicas com morfologia de Aspergillus sp. Foi
iniciada a anfotericina B e, posteriormente, submetido à ressecção de granuloma encapsulado, cujo
histopatológico confirmou a presença de hifas fúngicas. O paciente evoluiu com um quadro de
desorientação, coma e óbito. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A aspergilose do sistema nervoso
central ocorre, especialmente, em pacientes imunossuprimidos, tendo como fatores de risco :uso de
quimioterápicos e de corticoides sistêmicos e granulocitopenia intensa. O diagnóstico é difícil em
decorrência da sintomatologia inespecífica e da ausência de síndrome febril. Desse modo, conclui-
se que a LLA, aliada ao tratamento quimioterápico do paciente J.M.S, constituíram um fator
importante para tornar o organismo susceptível a infecções oportunistas, dentre elas a aspergilose.
11
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO PIAUÍ E REGIÃO
NORDESTE, 2010-2015
João Víctor Barbosa Santana Trajano; José Newton de Freitas Coelho Filho; Victor Elpidio
Soares Marques; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos; Laís Oliveira Lima; Carlos Gabriel
Andrade e Silva; Augusto César Evelin Rodrigues
INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é um problema de saúde pública. O objetivo do estudo
foi levantar informações de acordo com faixa etária, coinfecção com HIV, critério de confirmação
e evolução acerca da situação epidemiológica da leishmaniose visceral no Piauí e no Nordeste.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo epidemiológico. Foram analisados dados de
acordo com faixa etária, coinfecção HIV, critério de confirmação e evolução, de 2010 a 2015.
Foram avaliadas informações do banco de dados DATASUS. RESULTADOS: A faixa etária mais
atingida foi a de 15-59 anos. No Piauí, onde ocorreram 1.914 casos, com 887 casos na faixa de 15-
59 anos (46,3%); 765 de 1-14 anos (40%) e 262 com menos de 1 ano (13,7%). Na região Nordeste,
ocorreram 11.537 casos, com 5.247 casos na faixa de 15-59 anos (%); 5.149 de 1-14 anos (42,4%)
e 1.141 com menos de 1 ano (9,4%). A maioria dos casos apresenta coinfecção HIV. No Piauí,
ocorreram 1.844 casos, sendo 1.589 com coinfecção HIV (86,2%) e 255 sem coinfecção HIV
(13,8%). Na região Nordeste, ocorreram 9.144 casos, sendo 8.222 com coinfecção HIV (89,9%) e
922 sem coinfecção HIV (10,1%). O maior critério de confirmação foi laboratorial. No Piauí,
ocorreram 2.030 casos, sendo 1.775 casos confirmados por laboratório (87,4%) e 255 pelo método
clínico-epidemiológico (12,6%). Na região Nordeste, foram 12.149 casos, sendo 10.036
confirmados por laboratório (82,6%) e 2.113 pelo método clínico-epidemiológico (17,4%). A maior
parte dos casos evoluíram para cura. No Piauí, ocorreram 1.022 casos, sendo 907 curados (88,7%)
e 115 óbitos por LV (11,3%). Na região Nordeste, ocorreram 8.897 casos, sendo 7.767 curados
(87,3%) e 1.130 transferidos (12,7%). DISCUSSÃO: A ocorrência da doença em adultos é maior
devido a maior exposição aos flebotomíneos, por serem indivíduos economicamente ativos. A
coinfecção com HIV aumentou progressivamente nos últimos anos. O critério de maior confirmação
foi o laboratorial, sendo o encontro do parasita o requisito básico para o diagnóstico da doença. Na
maioria dos casos de Leishmaniose Visceral, a evolução para a cura prevalece. Isso se deve, em
grande parte, ao tratamento precoce da doença. CONCLUSÃO :O estudo epidemiológico se deu
com base nos anos de 2010 a 2015. E os resultados demonstraram que a maior parte dos casos de
leishmaniose visceral ocorrem de 15-59 anos, com coinfecção HIV, com a prevalência dos casos
por critério laboratorial, sendo a maioria evoluindo para cura.
12
RELATO DE CASO: RECONSTRUÇÃO DO TENDÃO DISTAL DO MÚSCULO BÍCEPS
BRAQUIAL
Rodrigo Veras Lopes; João Víctor Barbosa Santana Trajano; João Gabriel Meirelles Silva;
Marcos Vinicius Bertoldo Gomes; Maria Luísa de Oliveira Franklin; Alciomar Veras Viana
INTRODUÇÃO: As lesões traumáticas da inserção distal do músculo bíceps braquial (LMBB)
são raras — somente 3% das lesões comprometem a porção distal¹ — e decorrentes de uma forte
contração excêntrica desse músculo com o cotovelo fletido e o antebraço supinado². Os pacientes,
geralmente com idades entre 30 e 50 anos e do sexo masculino, reportam um estalo audível no
cotovelo, seguido de dor intensa no braço e um vazio palpável onde o tendão do bíceps deveria
estar. Ainda é incerta a patogênese da LMBB, diversos fatores etiológicos como mecanismo de
impacto, degeneração e hipovascularização são fatores associados a essa lesão³. Além disso, o uso
de esteroides e anabolizantes já são citados pela literatura como um dos fatores que podem estar
atrelados a essa lesão, principalmente em casos envolvendo atletas⁴. O diagnóstico clínico
caracteriza-se por dor, edema, diminuição da força de supinação e de flexão do cotovelo e,
principalmente, pelo aparecimento do “sinal Músculo Popeye” e pela equimose da fossa cubital¹.
A lesão tendínea é palpável na inserção do bíceps braquial, que se acentua na flexão de cotovelo.
A realização de radiografia e ressonância magnética normalmente não se fazem necessárias.
Diversos métodos de reatar a ruptura do tendão do bíceps braquial foram descritos e o mais
utilizado é o método cirúrgico. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, branco, 32
anos, halterofilista, realizou esforço com peso que resultou em uma ruptura do tendão distal do
bíceps braquial, com limitação funcional do membro superior esquerdo e compareceu para a
avaliação médica no mesmo dia do ocorrido. No exame físico, o paciente apresentou equimose na
prega cubital do cotovelo esquerdo, dor na extensão do membro e o sinal do “Popeye” invertido.
Foi tratado na fase aguda da lesão, sendo submetido a um procedimento com a técnica de dupla
via com pontos transósseos. Paciente evoluiu utilizando uma tala axilo-palmar por trinta dias,
depois utilizou um imobilizador articulado de cotovelo por mais trinta dias e realizou 40 sessões
de fisioterapia. Por fim, realizou um trabalho de fortalecimento do braço para ganhar força e arco
de movimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O paciente exposto apresentou retorno às
atividades físicas seis meses após a cirurgia com auxílio de fisioterapia. Evoluiu de maneira
satisfatória com plena amplitude dos movimentos do membro afetado com retorno das atividades
laborais e esportivas.
13
TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA A
MICROCEFALIA CONGÊNITA PELO ZIKA VÍRUS
Jade de Brito Freire Monteiro Alves; Vítor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Gabriel Medina
Sobreira de Meneses; Laysa Moura Cardoso; Francisco José Alencar
Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: Microcefalia é caracterizada por um perímetro cefálico inferior ao esperado para
a idade e sexo. Dentre suas etiologias, vale destacar a associação entre microcefalia e o Zika vírus,
a partir do aumento no número de recém-nascidos com microcefalia nas áreas afetadas pelo vírus.
Pelo grau de lesão cerebral na referida síndrome, há hipótese de que a prevalência de espast icidade
nesta condição é alta e seu tratamento precoce pode minimizar o prejuízo funcional. Dentre as
alternativas de tratamento da espasticidade, tem-se o bloqueio neuroquímico com a toxina
botulínica (TB) . Dessa forma, objetiva-se descrever os efeitos da TB aplicada na espasticidade
secundária à microcefalia congênita pelo Zika vírus. MÉTODOS: Trata-se de um estudo do tipo
retrospectivo, desenvolvido de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde,
após apreciação e liberação do CEP - FACID. Foram avaliados os prontuários do ambulatório de
microcefalia, no período de outubro de 2016 a dezembro de 2017, para verificar se a toxina
botulínica exerce efeitos quanto ao grau de espasticidade em crianças com microcefalia pelo zika
vírus através da escala de Ashworth (ASH) modificada antes e após a aplicação da toxina.
RESULTADOS: Foram analisados 20 prontuários, sendo 11 (55%) pacientes do sexo feminino, 12
(60%) nascidos de parto cesariano, 13 (65%) adequados para idade gestacional, 12 (60%)
procedentes da capital, sendo 8 (40%) com microcefalia grave. Dos 20 pacientes, 15 (75%)
apresentaram redução do pior ASH, 4 (20%) não mostraram redução, e apenas 1 evoluiu com piora.
Em média, a taxa de redução do pior ASH foi de 42,08%. A magnitude da redução esteve
relacionada com a localização do grupo muscular de pior espasticidade, sendo 21,85% maior em
membros superiores (p < 0,05; teste t de Student). DISCUSSÃO: A toxina botulínica do tipo A
(TBA) é um dos tratamentos mais efetivos e seguros para espasticidade e distonias focais
decorrentes de lesões do sistema nervoso central. Esse fato é observado nesse estudo, já que 75%
dos pacientes obtiveram melhora do padrão de espasticidade. A piora ou ausência de melhora nos
pacientes (25%) não é ocasionada pela utilização da TB, pois, atualmente, não foi relatada nenhum
agravo ocasionado pela sua utilização, sendo muito provavelmente em decorrência da condição
clínica. CONCLUSÃO: Dessa forma, observa-se o efeito benéfico da toxina botulínica no
tratamento da espasticidade decorrente da microcefalia congênita pelo Zika vírus.
14
PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ESPECTRO
AUTISTA
Jade de Brito Freire Monteiro Alves; Guilherme Antonio Silva Ribeiro; Louise Assunção Castro;
Palloma Parry Carneiro; Vítor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Lucas Levy Alves de
Moraes; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) corresponde a um grupo de desordens
do desenvolvimento do Sistema Nervoso que caracterizam-se por comportamentos repetitivos e
dificuldade na comunicação e interação social. Alguns estudos tem demonstrado a importância do
seguimento das comorbidades no TEA. Uma dessas comorbidades é Epilepsia, cujo manejo implica
em adequado controle da morbidade associada a referida síndrome. Dessa forma, o estudo visa
analisar a prevalência de epilepsia em pacientes diagnosticados com TEA assim como a correlação
da referida comorbidade com o grau de acometimento cognitivo no TEA. MÉTODOS: Trata-se de
um estudo epidemiológico de caráter transversal, cujo critério de inclusão foi o diagnóstico de TEA
de acordo com o DSM-V. A caracterização do perfil desses pacientes foi realizada a partir da análise
das variáveis: gênero, faixa etária, grau de acometimento cognitivo e presença de epilepsia
associada. RESULTADOS: Recrutaram-se 90 pacientes com diagnóstico de TEA. Destes, 71 são
do gênero masculino e 20 do sexo feminino. O diagnóstico de crises epilépticas foi confirmado em
22 pacientes (24,4%), descartado em 67 e não se definiu em 1 caso. A média de idade foi de 11,4
anos. Correlacionando-se gênero e crises epilépticas, a proporção foi de 6,3:1 em relação ao gênero
masculino, enquanto que na amostra total essa proporção diminui para 4,5:1. Em relação ao grau
de acometimento cognitivo no TEA dentre os pacientes com epilepsia, 76,2% (16 pacientes)
apresentaram TEA de grau moderado (14 pacientes) ou grave (2 pacientes). DISCUSSÃO:
Observou-se que ao associar sexo e crises epilépticas, proporcionalmente, pacientes do sexo
masculino parecem ter mais riscos de apresentarem crises epilépticas, pois esse quadro foi mais
prevalente nesse grupo de indivíduos do que na amostra total dos pacientes, cerca de 6,3 vezes
maior. Por fim, observa-se que crises epilépticas ocorrem mais em pacientes com TEA moderado e
grave visto que em 76,2% dos casos o acometimento cognitivo associado ao TEA foi classificado
como moderado ou grave. CONCLUSÃO: Houve maior proporção de crises epilépticas em
pacientes do sexo masculino, com TEA com acometimento cognitivo moderado e grave.
15
PSEUDOMIXOMA PERITONEAL POR TUMOR DE APÊNDICE COM METÁSTASE
PARA O OVÁRIO
LAÉRCIO JÚNIOR RIBEIRO DA LUZ; DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE; BRENO BEZERRA
MARTINS; CARLOS EDUARDO MOURA CARVALHO ROCHA; GABRIEL ARRAIS CHAVES; GILVANDER
CESAR MARTINS; SABAS CARLOS VIEIRA
INTRODUÇÃO: O adenocarcinoma do apêndice cecal é uma afecção extremamente rara, bem
como o câncer de ovário, que é a neoplasia ginecológica mais letal, com sobrevida global inferior
a 40% em cinco anos. O cistoadenoma mucinoso de ovário é um tumor que se difere de outras
patologias de ovário, por apresentar crescimento rápido, atingir grandes dimensões e evoluir com
pseudomixoma peritoneal. O pseudomixoma peritoneal é um tumor incomum que se origina
geralmente de lesões no apêndice ou no ovário. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de
pseudomixoma peritoneal de câncer de apêndice com metástase para o ovário. O termo de
consentimento livre e esclarecido foi assinado para a divulgação do caso. RELATO DE CASO:
Paciente, sexo feminino, obesa, laqueada, procurou o serviço para cirurgia de lesão anexial direita
11cm, assintomática, ainda menstruando. Diagnosticada com adenocarcinoma mucinoso
apendicular de baixo grau, epiplon com mucina e acometimento bilateral de ovários. Diante disso,
realizou-se Salpingooforectomia bilateral, colectomia, epiplectomia, e implantação de cateter para
quimioterapia. Após 11 meses, antes de finalizar a tratamento, apresentou hérnia incisional e
trombose mesentérica. Para isso foi efetuado correção física e uso farmacológico de marevan, com
posterior liberação de cateter quimioterápico pós-exames, com boa resposta aos procedimentos.
Dentre os demais achados clínicos, observou-se níveis normalizados de CA 125 (14 u/mL),
anormais de CEA (antígeno carcinoembrionário) com 1,1-11,15 ng/mL, US abdominal normal,
esteatose hepática acentuada, cisto renal simples. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os
pseudomixomas peritoneais representam casos raros na literatura, sobretudo quando decorrem de
tumor primário de apêndice com metástase para ovários. Para o caso o tratamento com
salpingooforectomia bilateral, colectomia, epiplectomia e quimioterapia apresentou boa resposta
terapêutica.
16
ATUALIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA NA
REGIÃO NORDESTE ENTRE 2014 E 2017
Gabriela Soares Milanez; Ana Angélica Luz Pereira; Leandra Rúbia Oliveira Moreira; Isa Maria
de Amorim Coutinho; Waldilleny Ribeiro de Araújo Moura
INTRODUÇÃO: Intoxicação exógena é definida como a consequência clínica e/ou bioquímica da
exposição às substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Exemplos dessas
substâncias são medicamentos, pesticidas e produtos químicos industriais ou de uso domiciliar.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2017 a região Nordeste (NE) ocupou o segundo lugar em
número de notificações de intoxicação perdendo apenas para o Sudeste. OBJETIVO: Descrever o
perfil epidemiológico dos casos de intoxicação exógena na região NE entre 2014 e 2017.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, exploratório e descritivo, dos
casos de intoxicação exógena ocorridos na região Nordeste entre 2014 e 2017, com uso de dados
oficiais do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). RESULTADOS: Entre
2014 e 2017 foram notificados 93974 casos de intoxicação exógena na região NE com 25199 casos
em 2014, 23885 em 2015, 22348 em 2016 e 22542 casos em 2017. O estado com maior número foi
Pernambuco com 23262 notificações quase 20 vezes mais que Sergipe que obteve 1212. Os agentes
tóxicos mais envolvidos foram os medicamentos (33,8%) seguidos pelas intoxicações por alimentos
e bebidas (12,5%). Quanto às circunstâncias em que ocorreram as intoxicações, a maioria foi por
tentativa de suicídio (23,6%) e em segundo lugar as causas acidentais (16,6%). O sexo feminino foi
mais acometido (52,5%) e a faixa etária com maior incidência foi a de 20 a 39 anos (38%) seguida
por 1 a 4 anos (13,7%). 79,7% dos casos ocorreram na zona urbana. DISCUSSÃO: Observa-se
elevada disparidade entre os números dos estados da região NE, os que exibem mais notificações
são estados possuidores de grandes centros urbanos o que corrobora com a circunstância mais
observada: tentativa de suicídio, mais comum nas grandes cidades. O uso de medicamentos como
agente tóxico também é correspondente a essa circunstância assim como a faixa etária mais
acometida (20 a 39), uma vez que as taxas de suicídio são maiores entre jovens adultos
(WAISELFISZ, 2014). A segunda faixa etária mais acometida (1 a 4) se correlaciona com a causa
acidental, segunda circunstância mais observada. CONCLUSÃO: Apesar de terem sofrido leve
queda nos últimos 4 anos, o número de casos na região Nordeste ainda é alto, além disso, observa-
se que a intoxicação por tentativa de suicídio vem aumentando ao longo dos anos, o que revela a
necessidade de ações que gerem tanto conscientização em saúde como apoio psicossocial.
17
GIST: UMA SÉRIE DE CASOS
Raquel Nascimento; Francisley Monte da Costa; Wanderson Mário Cavalcante Olimpio; Markus
Vinicius Sá Cavlcanti Luz; Beatriz Nogueira Maia Cavalcanti; Josemar Rodrigues Soares
Thiago Soares Gondim Medeiros
INTRODUÇÃO: O tumor de células estromais gastrointestinais (GIST) é uma rara neoplasia do
trato gastrointestinal correspondendo a 1%-2% dos tumores da região. A maioria se desenvolve no
estômago (50%-60%) e intestino delgado (30%-40%). Apenas 5% a 10% surgem no cólon e reto.
Outras localizações menos comuns ocorrem fora do trato gastrointestinal. A localização deste tumor
é importante, pois geralmente o GIST é assintomático nas fases iniciais e nas fases avançadas, a
sintomatologia varia de acordo com a localização. Os sintomas mais comuns são dor abdominal,
empachamento, mal-estar pós prandial, náuseas, cólicas intestinais ou hemorragia digestiva. O
câncer pode ser evidenciado por meio de exames de endoscopia e colonoscopia ou exames menos
específicos como tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia. Mas a confirmação
diagnóstica se dá pelo exame histopatológico que tem como base a identificação de possíveis
padrões celulares. O prognóstico do paciente depende dentre outros aspectos do tamanho do tumor
e da presença de metástases. Sendo, o tratamento cirúrgico, indicado sempre que possível.
RELATO DE CASO: O presente relato aborda o estudo de três pacientes, sendo dois do sexo
masculino, com 30 e 37 anos cada e um do sexo feminino com 25 anos, todos, admitidos na
enfermaria da cirurgia geral com queixas de plenitude pós-prandial associada a desconforto
abdominal e um referindo percepção de massa em abdome. Este, apresentou ao exame físico massa
em hipogástrio de aproximadamente 10 cm de extensão por 6 cm de largura, fixa, indolor, sem
sinais flogísticos, já apresentava ultrassom de abdome que evidenciava lesão heterogênea em
hipogástrio e foi submetido à ressonância de abdome. Os demais foram submetidos à vídeo
endoscopia e tomografia computadorizada. Nos três casos optou-se pela ressecção por laparotomia
exploradora. Durante as operações, as massas foram ressecadas, sem danos, o que exigiu a retirada
de 40 cm de intestino delgado seguida de êntero-êntero anastomose término-terminal em um dos
casos. O laudo histopatológico e himuno-histoquímico da exérese revelou que os tumores eram do
tipo GIST. COMENTARIOS FINAIS: O reconhecimento das várias formas de apresentação
clínica do GIST é fundamental, afim de que se possa diagnosticar o tumor em fases menos
avançadas e dessa forma ofertar tratamento mais conservador, com menor morbidade e de maior
cura para o paciente.
18
EFEITOS DA MANTEIGA DA SEMENTE DO BACURI (PLATONIA INSIGNIS MART.)
SOBRE PERFIL LIPÍDICO E ÍNDICE ATEROGÊNICO EM MODELO EXPERIMENTAL
DE DISLIPIDEMIA
César Felipe Sousa Rodrigues; Ana Karolinne da Silva Brito; Geovanni de Morais Lima; Janaína
Santos de Araújo; Maria Carolina dos Santos de Trindade; Paulo Humberto Moreira Nunes
Maria do Carmo Carvalho e Martins
INTRODUÇÃO: O interesse pelas plantas medicinais e seus produtos na terapêutica das
dislipidemias tem sido crescente em virtude de produtos naturais apresentarem um custo
relativamente baixo e serem amplamente utilizados pela população, especialmente nas regiões norte
e nordeste. O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) é uma planta típica do cerrado muito utilizado
na medicina popular, e que tem atividades anti-inflamatória, cicatrizante, entre outras.
OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da administração da manteiga da
semente de bacuri (MB) sobre o perfil lipídico e índice aterogênico em modelo experimental de
dislipidemia induzida por dieta. MÉTODOS: Hamsters sírios (Mesocricetus auratus), machos,
recém-desmamados, foram divididos aleatoriamente em quatro grupos, conforme os tratamentos a
seguir: 1. controle normal (CN) – mantidos com ração padrão (AIN-93G); 2. controle dislipidemia
(CD) – mantido com ração hiperlipídica (AIN-93G modificada) durante todo o período de
acompanhamento; 3. manteiga de bacuri 25 mg/kg/dia (MB-25); e 4. manteiga de bacuri 50
mg/kg/dia (MB-50). Os grupos MB (25 e 50 mg/kg/dia) também foram mantidos com ração
hiperlipídica durante todo o período de acompanhamento, sendo o tratamento iniciado após 21 dias
recebendo dieta hiperlipídica para indução de dislipidemia e mantido por 28 dias. O Índice
aterogênico (IA) foi calculado pela razão entre os níveis séricos de triglicerídeos e de HDL-c.
Projeto aprovado por Comissão de Ética em Uso de Animais. A comparação entre grupos foi
realizada por meio de análise de variância (ANOVA/one-way) seguida de pós-teste de Tukey.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os grupos recebendo MB apresentaram níveis de HDL-c
significativamente maiores (p < 0,05) e de LDL-c menores (p < 0,05) quando comparados com CD.
Além disso, os grupos tratados com MB apresentaram índice aterogênico significativamente menor
(p < 0,05) em relação a CD. Não houve diferenças entre os grupos em relação a colesterol total e
triglicerídeos. CONCLUSÃO: A manteiga da semente do bacuri, nas doses e no tempo de
tratamento aqui utilizados, produziu repercussões favoráveis no perfil lipídico dos animais, mais
precisamente nas frações de colesterol HDL e LDL, bem como promove redução no risco de
aterosclerose.
19
RELATO DE CASO SOBRE ATAXIA ESPINOCEREBELAR TIPO 7
PALLOMA PARRY CARNEIRO; MARÍLIA CRISTINA SILVA MORAIS; LAYSA MOURA CARDOSO;
ALLANA RODRIGUES CÉSAR ARAÚJO LUZ; VANESSA NEPOMUCENODA FONSECA MENESES; ANA
MARIZA TEIXEIRA ALMEIDA; KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA
INTRODUÇÃO: A ataxia espinocerebelar tipo 7 (SCA7) é uma doença autossômica dominante,
de início tardio e lenta progressão. Possui incidência de cerca de 1 caso para cada 100.000
habitantes. Está relacionada a uma mutação no gene ATXN7, localizado no cromossomo 3,
resultando em perda neuronal que afeta principalmente as células do cerebelo, tronco encefálico,
complexo olivar inferior e retina. Clinicamente caracteriza-se pela perda de coordenação motora,
disartria e degeneração da retina que pode levar à perda da visão. Podem estar associados ainda:
oftalmoplegia, parkinsonismo, movimentos sacádicos lentos e fraqueza muscular. O início dos
sintomas pode ocorrer entre 6 meses e 60 anos, entretanto, quanto mais precoce o início dos
sintomas, mais veloz é o curso da doença. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 61
anos, apresentou quadro de perda visual bilateral transitória, seguida tardiamente por dificuldade
em deambular e disartria. Sintomas iniciados há 15 anos com piora progressiva. Apresentou-se à
consulta com déficit visual, desequilíbrio e incoordenação motora, além de disfagia e disartria. Ao
exame: levanta e sobe escadas com dificuldade, com auxílio das mãos e/ou apoio. Tônus e trofismo
muscular normais. Ortostase mantida com dificuldade, marcha atáxica em bloco e paraparesia
espástica com predomínio proximal. Reflexos vivos e simétricos globalmente. Reflexos
estilorradiais, patelares e cutâneo-plantares exaltados. Hipoestesia em hemiface direita. No exame
da coordenação apresentava decomposição e dismetria bilateral. No exame dos nervos cranianos
observou-se estrabismo divergente à direita e amaurose. Ressonância magnética de crânio mostrava
redução volumétrica encefálica e atrofia cerebelar. Análise molecular positiva para SCA7.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A SCA 7 é uma patologia progressiva que necessita de identificação
precoce através do teste molecular de forma a evitar sua evolução sem tratamento. Além disso, é
importante a pesquisa em indivíduos assintomáticos com casos da doença na família. A confirmação
precoce do diagnóstico direcionará para condutas adequadas visando prevenir complicações futuras.
20
RELATO DE CASO SOBRE DOENÇA DE LYME SÍMILE
PALLOMA PARRY CARNEIRO; MATHEUS VILARINHO SERRA; RUTH BRITO COSTA; HANNE SARAIVA
GONÇALVES; MARÍLIA CRISTINA SILVA MORAIS; ÍTALO ARAUJO RIOS BRANDÃO
KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA
INTRODUÇAO: A doença de Lyme é uma infecção bacteriana sistêmica causada pela espiroqueta
Borrelia burgdofer, transmitida por carrapatos do gênero Ixodes e Amblyomma. Típica em países
do hemisfério Norte e que no Brasil apresenta perfil epidemiológico, microbiológico, clínico,
terapêutico e evolutivo distinto da observada na Doença de Lyme, sendo conhecida como Doença
de Lyme Símile. As manifestações clínicas incluem o aparecimento de eritema migratório no local
da picada, podendo ocorrer acometimento dos sistemas nervoso central, cardiovascular, ocular e
articular. Dentre as neurológicas estão: acometimento de condução nervosa, perda de reflexo,
parestesia, neuropatia craniana, radiculopatia, além de meningite, cefaléia, fadiga e mudanças
comportamentais. O diagnóstico é feito pela tríade da sintomatologia, epidemiologia e de testes
laboratoriais. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 37 anos, procedente da cidade de Piripiri-
PI, apresenta há 13 dias quadro inicial de parestesias em território radial à direita. Após um dia do
início do sintoma, houve o surgimento de parestesias em dedos de ambos os pés, marcadamente nas
plantas, com ascensão bilateral para panturrilhas e de parestesias em dedos da mão esquerda. Após
3 dias, apresentou quadro de fraqueza de MMII, além de alodínea e sensação de frio na planta dos
pés. No exame físico, constatou-se neuropatia do VII nervo craniano à esquerda. A força global foi
estimada em grau V com discreta perda de força nas pinças dos nervos mediano e ulnar, em especial
este último bilateralmente. Apresenta reflexos patelares globalmente hipoativos, hipoestesia em
calcanhares e artrestesia preservada. A confirmação laboratorial foi através da análise do LCR com
sorologia para doença de Lyme (Lyme Western Blot) sendo detectadas 5 bandas significativas de
IgG positivo para anticorpos específicos contra B.burgdorferi e IgM negativo para os mesmos
anticorpos. Na eletroforese de proteínas observou-se um aumento policlonal na região das
gamaglobulinas com ausência de bandas oligoclonais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A doença de
Lyme Símile possibilita a recuperação dos pacientes completa, se o tratamento for realizado na fase
inicial da doença. Já nos estágios mais avançados da doença, podem ocorrer sintomas recorrentes
ou persistentes caracterizando a síndrome pós-doença de Lyme. Por isso, é essencial diagnosticar
essa patologia precocemente a fim de evitar futuras complicações.
21
PREVALÊNCIA DE SÍNDROME DE WEST EM PACIENTES COM MICROCEFALIA –
UM INÉDITO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Augusto César Beserra Martins; Isadora Costa Coelho
Gayoso e Almendra; Ozacy Moita Leal Júnior; Vinícius Araújo do Vale; Jade de Brito Freire
Monteiro Alves
Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A síndrome de West é uma grave síndrome epiléptica da infância, caracterizada
clinicamente pelo surgimento de espasmos epilépticos, normalmente ao primeiro ano de vida.
Geralmente conta com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ou mesmo involução), e o
eletroencefalograma típico consiste em um padrão caótico e desorganizado conhecido como
hipsiarritmia. Sabe-se que o baixo perímetro cefálico (microcefalia) é um fator de risco para
surgimento de epilepsia na infância. Pretende-se, neste estudo, identificar a prevalência de síndrome
de West em crianças com microcefalia atendidas em ambulatório.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo, observacional e transversal,
aprovado pelo CEP – FACID, com dados coletados de prontuários de pacientes atendidos em um
centro de referência em Teresina - PI. A amostra consiste de crianças com diagnóstico de
microcefalia (perímetro cefálico mais de 2 desvios-padrão abaixo da média populacional, ajustada
por idade e sexo). Foi considerada apenas síndrome de West atestada com laudo
eletroencefalográfico de hipsiarritmia. RESULTADOS: Foram encontrados 67 prontuários de
crianças com microcefalia, das quais 47 (70,20%) possuíam clínica de epilepsia. Síndrome de West,
com espasmos infantis e eletroencefalograma confirmativo de hipsiarritmia, foi encontrada em
apenas 10 crianças (14,9%). A prevalência de síndrome de West for maior no subgrupo de
microcefalia por Zika vírus – 8 crianças (21,1%) DISCUSSÃO: Nenhum estudo que avaliasse a
prevalência de síndrome de West em pacientes microcefálicos foi encontrado na literatura,
evidenciando a originalidade de nossa pesquisa. No sentido inverso, foi encontrado um estudo
avaliando a prevalência de manifestações neurológicas associadas em pacientes com síndrome de
West, no qual a microcefalia se evidenciou como a mais comum (52% dos pacientes). Sabe-se que
a hipsiarritmia pode não estar presente logo após o começo dos espasmos epilépticos, de modo que
o eletroencefalograma deve ser repetido. Tal fato pode implicar uma prevalência de síndrome de
West falsamente baixa no nosso estudo. CONCLUSÃO: Síndrome de West é comumente associada
com um mau prognóstico a longo prazo, incluindo uma significativa mortalidade, espasmos infantis
resistentes ao tratamento, desenvolvimento de outros tipos de epilepsia e comprometimento
cognitivo e psicossocial. A alta prevalência em pacientes com microcefalia, encontrada em nosso
estudo, evidencia a importância de tal associação.
22
SÍNDROME DE STIFF-PERSON, VARIANTE FOCAL E ANTI-GAD NEGATIVO – UM
RELATO DE CASO
Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Ademir Aragão Moura; Louise Assunção Castro; Ana Thereza
Arêa Leão de Oliveira; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Ozacy Moita Leal Júnior; Kelson
James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A síndrome de Stiff-Person (SPS) é uma rara desordem neurológica autoimune que
se apresenta com rigidez muscular e espasmos dolorosos induzidos por gatilho, normalmente afetando
a musculatura axial e proximal dos membros. O dado etiológico mais evidenciado na literatura é a
presença de anticorpos direcionados à glutamato descarboxilase (enzima limitante na síntese de
GABA). Aqui, relata-se um raro caso de SPS, variante focal e anti-GAD negativo. RELATO DO
CASO: Paciente de 60 anos, previamente hipertenso, apresentou limitação para caminhar há 3 anos.
Relatava dificuldade para movimentar a perna esquerda, o que prejudicava subir e descer escadas. O
quadro foi piorando progressivamente, com quedas frequentes. Em 2016, foi avaliado inicialmente
com hipótese diagnóstica de hidrocefalia de pressão normal, mesmo sem apresentar queixas cognitivas
ou urinárias. Relatou espasmos de piora progressiva. Andava com apoio unilateral em 2016, precisando
de cadeira de rodas há 6 meses. Realizou TAP teste, sem melhora da marcha, em 2016. Ao exame
neurológico, em 2018, assumiu ortostase com apoio bilateral e instabilidade à manobra do pull teste.
Verificou-se, ainda, força grau 5 global, reflexos profundos globalmente vivos, reflexo cutâneo plantar
flexor bilateral, movimentos involuntários em MIE, caracterizados por espasmos distais, e postura em
extensão mantida do MIE, piorada pelo toque, com características dolorosas. Investigação
complementar: painel para doenças de neurônio motor e neuropatias periféricas negativas. A ENMG
demonstrou condução nervosa dentro da normalidade, e presença de disparos de atividade motora
contínua, simultâneos em musculatura agonista e antagonista, restritos ao membro inferior esquerdo,
de forma mais evidente em musculatura distal, durante a ocorrência de espasmos clínicos. Sem sinais
de desnervação e surtos compatíveis com distonia. RNM veio sem alterações, e anticorpos anti-GAD
e anti-ampifisina negativos. Paciente foi tratado com diazepam, obtendo grande melhora dos sintomas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os critérios diagnósticos foram todos preenchidos no caso aqui
relatado: rigidez, espasmos precipitados, ENMG confirmatória e ausência de outras desordens que
melhor explicam os sintomas, além de resposta clínica a benzodiazepínicos (critério menor). De difícil
diagnóstico, principalmente por ser uma variante focal, passaram-se três anos desde o início dos
sintomas à confirmação.
23
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM AMBULATÓRIO
ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO
José da Cruz Moura Campelo; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Isadora Costa Coelho
Gayoso e Almendra; Palloma Parry Carneiro; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) foi descrita por James Parkinson em 1817. Tem como
principais sinais: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural.
Tipicamente, o quadro inicia-se após os 50 anos e se manifesta inicialmente apenas em um hemicorpo,
progredindo com o passar do tempo. Já o Parkinsonismo atípico (PA) geralmente se instala
simetricamente, respondendo mal ao tratamento convencional da DP. É relacionado a doenças
neurológicas degenerativas como demência por corpos de Lewy, paralisia supranuclear progressiva e
atrofia de múltiplos sistemas. O objetivo deste estudo é descrever casos de Parkinsonismo Atípico
acompanhados em ambulatório especializado em distúrbios do movimento na cidade de Teresina –
Piauí no período de 2013 a 2016. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional que
incluiu todos pacientes com diagnóstico de síndrome parkinsoniana de acordo com os critérios do
banco de cérebro de Londres. Foram excluídos os pacientes com parkinsoniano secundário a lesões
observadas em RNM de crânio nos gânglios da base. RESULTADOS: Foram avaliados 95 pacientes,
dos quais 53(55,7%) apresentavam doença de Parkinson idiopática, 4(4,2%) atrofia de múltiplos
sistemas, 11(11,5%) Paralisia supranuclear progressiva,12(12,6%) Demência por corpos de
Lewy,1(1,05%) Degeneração corticobasal,8(8,4%) Parkinsonismo medicamentoso,2 (2,1%)
Parkinsonismo vascular, 4(4,2%) Parkinsonismo sem diagnóstico definido. O Parksonismo atípico
resulta de um conjunto de alterações que culminam com síndrome parksoniana associada a outras
condições que podem ser: demência, ataxia, disautonomias, dentre outras. DISCUSSÃO: É de grande
valia o conhecimento sobre as principais causas de parksonismo atípico para o adequado manejo do
quadro, pois no PA o processo degenerativo em sua maioria é mais incapacitante e de evolução mais
rápida. Observa-se que o padrão de prevalência do PA encontra-se em concordância com a literatura e
que é necessário o conhecimento por parte dos profissionais de saúde acerca dos quadros de
parkinsonismo atípico com o objetivo de evitar diagnósticos incorretos, o que culmina em terapias
inadequadas, aumento de morbimortalidade e má resposta ao tratamento medicamentoso, dentre
outros. CONCLUSÃO: A forma mais prevalente dentre os parkinsonismos atípicos acompanhados
em ambulatório especializado em distúrbios do movimento na cidade de Teresina foi demência por
corpos de lewy, correspondendo a 12,6% dos casos.
24
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE
REFERÊNCIA EM TERESINA
Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Augusto César Beserra Martins; Isadora Costa Coelho Gayoso
e Almendra; José da Cruz Moura Campêlo; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Ítalo Araújo Rios
Brandão; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A microcefalia é definida como um perímetro cefálico que é mais de 2 desvios-
padrão abaixo da média populacional, ajustada por idade e sexo. Frequentemente cursa com
deficiências motoras e intelectuais, dentre várias possíveis comorbidades, como epilepsia e paralisia
cerebral. Pretende-se, neste estudo, identificar a prevalência de várias desordens neurológicas e não
neurológicas em crianças com microcefalia. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal,
observacional e quantitativo, aprovado pelo CEP – FACID, com dados coletados de prontuários de
pacientes admitidos no ambulatório de microcefalia de um centro de referência, em Teresina-PI.
Utilizou-se uma ficha de coleta que incluía variáveis demográficas (sexo e idade) e clínicas: presença
de epilepsia, disfagia, irritabilidade e comorbidades (endocrinológicas, cardiológicas e
osteomusculares). RESULTADOS: Foram avaliados 67 prontuários de pacientes no ambulatório,
sendo 31 do sexo masculino 36 do sexo feminino, com idade média de 1A10M. As variáveis clínicas
mais prevalentes foram epilepsia, presente em 47 crianças (70,2%),e irritabilidade em 37
(55,2%).Também com elevada frequência, 22 possuíam quadro de disfagia (32,8%) e 13 apresentavam
comorbidades osteomusculares (19,4%). Apenas 3 pacientes da amostra tinham quadro de alterações
cardiológicas (4,5%), e nenhuma comorbidade endocrinológica foi encontrada. Cerca de 56,7% dos
pacientes (38 crianças) tinham Zika vírus como possível etiologia da doença. DISCUSSÃO: Outros
estudos identificaram epilepsia, paralisia cerebral e anormalidades ósseas e cardiovasculares como
comorbidades relativamente presentes em crianças com microcefalia, embora em frequências
diferentes das aqui relatadas. Poucos estudos relataram a prevalência de disfagia em si, embora
desordens orofaríngeas sejam frequentes segundo um estudo. Desordens endocrinológicas são
pobremente descritas na literatura. Uma limitação do nosso estudo é a falta de grupo controle
normocefálico, o que torna difícil a interpretação do resultado de algumas variáveis, como
irritabilidade. CONCLUSÃO: A diversidade de manifestações encontradas no perfil clínico dos
pacientes microcefálicos torna evidente a necessidade de uma abordagem interdisciplinar de
tratamento. Em termos de prevalência e comprometimento na qualidade de vida e crescimento, a
epilepsia, disfagia e comorbidades osteomusculares merecem maior atenção.
25
DA SUSPEITA AO DIAGNÓSTICO NA NESIDIOBLASTOSE DO ADULTO.
Francisco Wellington Lopes Guimarães Filho; Vitória Souto Galvão de França; Antonio Henrique
Barroso do Vale Filho; Yuri Ananias de Vasconcelos; Iago Parente Ferreira Gomes; Francisco
Antônio Araújo Oliveira; José Erialdo da Silva Júnior
INTRODUÇÃO: Hipoglicemia secundária a nesidioblastose é rara em adultos, e sua patogênese
continua desconhecida. Sinais incluem hiploglicemias crônicas e recorrentes, geralmente
acompanhadas de sintomas neurológicos. Apresentamos o caso de um paciente com hipoglicemias de
repetição e lipotímias. Através da ecoendoscopia, foi visualizada lesão em pâncreas compatível com
insulinoma. Após ressecção cirúrgica e breve período assintomático, evoluiu com nova queda dos
níveis glicêmicos. Em novo estudo endossonográfico com punção aspirativa com agulha fina (PAFF),
foi identificada lesão remanescente no pâncreas, através da análise citopatológica. A este
acometimento da glândula pancreática, denominamos nesidioblastose. RELATO DE CASO: Homem
de 63 anos, iniciou quadro de hipoglicemias sintomáticas em novembro de 2010 (28-30 mg/dl),
apresentando turvação visual, lipotímias e síncopes frequentes, revertidas após infusão de glicose
hipertônica. Realizou ultrassom de abdome, tomografia e ressonância magnética, não evidenciando
lesões pancreáticas. Solicitou-se ecoendoscopia, onde identificou lesão hipoecogênica no pâncreas.
Considerando a chance de tratar-se de insulinoma, o paciente foi encaminhado à cirurgia. A análise
evidenciou tumor neuroendócrino bem diferenciado, sem invasão vascular, com margens livres.
Permaneceu assintomático por 1 ano e 2 meses. Novamente, apresentou episódios de hipoglicemia
sintomática, com níveis de 30 mg/dl. Realizou exames de imagem para estudo detalhado do pâncreas
(remanescente pós cirúrgico), não sendo encontradas novas lesões. Em novo estudo endossonográfico,
foi identificada lesão, onde realizou-se PAAF com coloração, para facilitar a enucleação cirúrgica.
Foram preparadas lâminas para histopatológico, evidenciando epitélio com raras mitoses, sendo
suspeito para neoplasia. O paciente foi novamente encaminhado à cirurgia, realizando ultrassom
transoperatório, guiado pelo corante com enucleação da lesão. O estudo anatomopatológico revelou
ausência de lesões tumorais, no entanto, havia quadro de hiperplasia e hipertrofia de ilhas beta do
tecido pancreático, quadro esse denominado nesidioblastose. Houve melhora imediata dos níveis
glicêmicos. O paciente encontra-se assintomático até a presente data. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Existem poucas séries de casos de nesidioblastose, apesar de rara, mostra-se um caso de hipoglicemia
hiperinsulinêmica persistente no adulto. Deve investigar, inicialmente, insulinoma, cuja é causa mais
frequente. No adulto, apresenta quadro clínico e laboratorial idêntico ao insulinoma. A ecoendoscopia
é fundamental no diagnóstico e planejamento da terapêutica, por possibilitar a visualização de
diminutas lesões, definir seu aspecto histológico através da punção ecoguiada, e a demarcação para
facilitar a cirurgia da nesidioblastose. Entretanto, a ultrassonografia transoperatória é necessária para
visualizar o foco da doença, evitando lesões nos ductos biliar e pancreático. O tratamento definitivo é
difícil, havendo alta possibilidade de recidivas.
26
HEMANGIOENDOTELIOMA COMPOSTO EM OSSOS DO PÉ ESQUERDO- RELATO DE
CASO
Livia Maria Alcântara Vasconcelos; André Cronemberger Pires Aragão; Thomaz Oliveira de Souza
Santana Silva; Lorenna Lima de Oliveira; Álvaro Arruée Witter; Aline Arruda dos Santos; Marcelo
Barbosa Ribeiro
INTRODUÇÃO: Hemangioendotelioma é um tumor raro de origem endotelial, constitui menos de
1% das neoplasias malignas primárias do osso, que pode acometer qualquer tecido, mais relatado em
tecidos moles, fígado e pulmão. Pode ocorrer em qualquer grupo etário, tendo uma predileção para o
sexo masculino, envolvendo mais frequentemente os ossos longos tubulares. Comumente aparecem
como lesão solitária, mas podem ser multicêntricos. Quando multicêntricos, parecem ter melhor
prognóstico.RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 39 anos, apresentava lesão no pé
esquerdo sugestiva de neoplasia. Em agosto de 2016, foi solicitada, tomografia computadorizada (TC)
do pé esquerdo, biópsia percutânea orientada por TC, histopatológico e imunohistoquímico. A biópsia
mostrou presença de lesão com densidade de partes moles no 5° metatarso, o que provocou erosão
deste metatarso. Demais estruturas ósseas preservadas. Exame histopatológico revelou a presença de
lesão fusocelular de baixo grau. Avaliação imunohistoquímica confirmou o diagnóstico de
hemangioendotelioma. Em novembro de 2016, a ressonância magnética do pé e tornozelo esquerdo
mostrou lesão óssea com epicentro na base do 5° metatarso, com extensão às partes moles adjacentes,
duas outras lesões localizadas nos cuneiformes intermédio e lateral, determinando rotura da cortical e
pequena extensão ao espaço articular. RM também mostrou sinais de fasciíte plantar, com pequeno
entesófito justa insercional e pequeno derrame articular talocalcaneano. Em dezembro de 2016, foi
realizada nova biópsia com exame histopatológico que demonstrou a presença de
hemangioendotelioma composto, sem diferenciação, sem presença de invasão sanguínea, linfática e
perineural, necrose e anaplasia ausentes, celularidade moderada, índice mitótico maior que 1
mitose/mm3, padrão de crescimento infiltrativo, periósteo e tecido ósseo comprometidos pela
neoplasia. Foi indicada ressecção cirúrgica com preservação do seguimento. O procedimento ocorreu
sem intercorrências, pós-operatório sem sinais de infecção. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os
tumores vasculares malignos têm evolução clínica imprevisível, sendo que mesmo um tumor de baixo
grau pode metastizar após muitos anos de evolução. Com isso, o tratamento desses tumores deve ser
cirúrgico, com ressecção ampla da lesão, nos casos de alto grau, podendo-se complementar com
radioterapia. Nesse caso, as lesões de baixo grau e outros achados foram os fatores preponderantes
para preservação do seguimento.
27
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO
PIAUÍ, DE 2011 A 2015.
Gustavo Guerra Oliveira dos Santos; Raimundo Nonato Vaz de Sousa Filho; Bruna Porteño Oliveira
Sales Ramos; Kledson Sousa Rolins Marques da Silva; Augusto César Evelin Rodrigues
INTRODUÇÃO: Esta patologia é definida como sendo a morte de cardiomiócitos, causada por
isquemia prolongada, em que a taxa de prevalência dessa patologia no atendimento emergencial está
elevada, estimando-se que 250.000 habitantes brasileiros morrem atualmente vítimas dessa doença. A
maior parte dos eventos é causada por roptura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis,
inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Estudos epidemiológicos revelam taxas de
mortalidade geral em torno de 30%, sendo que metade dos óbitos ocorrem nas primeiras duas horas
do evento e 14% morrem antes de receber atendimento médico. O objetivo é analisar o perfil
epidemiológico dos pacientes acometidos por infarto agudo do miocárdio no Piauí, no período de 2011
a 2015. MÉTODOS: Estudo transversal, exploratório, documental e de caráter descritivo, com dados
coletados da plataforma DataSus de acesso público, programa TABNET, secção Estatísticas vitais –
Mortalidade 1996 a 2015, pela CID 10 – Infarto agudo do miocárdio. Abrangência geográfica: Piauí.
Os dados foram organizados no programa Excel, em forma de tabelas para melhor entendimento.
RESULTADOS: Entre 2011 e 2015, foram notificados 4613 casos de infarto agudo do miocárdio no
Piauí, dentre eles, o ano de maior número de óbitos foi 2014, com 956 casos (20,7%). Evidenciou-se
que a maioria dos pacientes eram homens, sendo 3044 casos (65,9%). Quanto a faixa etária, constatou-
se maior frequência em indivíduos de 60 a 69 anos, com 1660 casos (35,9 %). A maioria dos pacientes
eram moradores da cidade de Teresina, 909 casos (19,7%). Grande partedas notificações foram em
pacientes de cor parda, com 3044 casos (60,9%), e de nenhuma escolaridade, com 1581 casos (34,2%).
Quanto ao estado civil, 2443 pacientes (52,9%) ocorreram em pessoas casadas. DISCUSSÃO:
Homens entre 60 e 69 anos são mais acometidos, pela maior exposição aos fatores de risco e por ter
maior tendência a problemas cardíacos; pouco alfabetizados, devido a terem menos acesso às medidas
preventivas; pardos, pelo fato de ser a raça que mais se declara no Brasil e moradores de Teresina, é o
maior centro médico e que concentra a maior população do Estado do Piauí. CONCLUSÃO: Desse
modo, é possível concluir que o perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por infarto agudo do
miocárdio no Piauí, entre 2011 a 2015, manifestou-se, majoritariamente, entre homens, de 60 a 69 anos
de idade, pouco alfabetizados, pardos, e moradores da cidade de Teresina.
28
TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG: UMA RARA CAUSA DE PSEUDOPUBERDADE
PRECOCE
ISADORA BATISTA SILVA; DANIEL SANTOS ROCHA SOBRAL FILHO; FRANCISCO
ALVES VIEIRA DE SÁ JÚNIOR; JOÃO PAULO ARAÚJO ALVES SILVA; GEORGE
ANTÔNIO GONÇALVES VELOSO FILHO; HELDER DAMASIO DA SILVA; EULALIO
DAMAZIO DA SILVA JÚNIOR
INTRODUÇÃO: O tumor de células de Leydig é um tumor secretor de testosterona mais incidente
entre 40 e 50 anos, sendo raro em crianças. Nesta faixa etária, é uma causa incomum de
pseudopuberdade precoce isossexual, associada a um aumento na produção de androgênios e a baixos
níveis de gonadotrofinas. Relatamos um caso raro de tumor de células de Leydig em criança, no qual
optamos pela abordagem conservadora. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 6 anos, com
história de surgimento de pelos na região pubiana e aumento do pênis há 1,5 anos. Ao exame
urogenital, notou-se pilificação em região escrotal e púbis, além de aumento escrotal e do comprimento
do pênis. Estes achados foram compatíveis com um estágio de maturação sexual Tanner 3. Apresentava
assimetria testicular, sendo o direito mais volumoso que o esquerdo. A avaliação laboratorial revelou
valores aumentados de androgênios a despeito de valores normais/baixos das gonadotrofinas. USG
testicular demonstrou assimetria testicular, além de um nódulo sólido hipoecoico com
hipervascularização ao Doppler no testículo direito. TC abdominal e de tórax sem alterações. Frente
ao quadro clínico-laboratorial de pseudopuberdade precoce, levantou-se como principal hipótese o de
tumor de células de Leydig, apesar de raro nesta faixa etária. Procedeu-se com a enucleação da lesão,
com envio do material para análise histopatológica, que confirmou a suspeita. Tumores testiculares e
paratesticulares são raros em crianças e adolescentes, apresentando uma incidência de 0,5 a 2/100.000
neste grupo populacional. O tumor de células de Leydig é derivado do estroma do cordão espermático,
com prevalência entre 1-6% do total de tumores testiculares nessa faixa etária. Não se espera
malignização deste tumor, de apresentação unilateral, na faixa pediátrica, ao contrário dos adultos, em
que cerca de 10% dos tumores são malignos. Há duas opções de tratamento para esta condição:
orquiectomia radical ou cirurgia com preservação do testículo (enucleação). Dessa forma, optou-se
pela enucleação no paciente em estudo, devido à apresentação unilateral e pequeno volume do tumor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:O diagnóstico precoce do tumor, e sua característica benigna em pré-
puberes, quando unilateral, permite a realização da enucleação com segurança. Quando bem indicado,
o procedimento não é relacionado a recidivas, complicações ou metástases, e espera-se a reversão das
manifestações androgênicas precoces, associada à manutenção da autoestima do paciente.
29
REAÇÕES HANSÊNICAS: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES
ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE TERESINA – PI
BRUNO SAMPAIO SANTOS; ILANNA NAIANNY LEAL RODRIGUES; FRANCISCO RODRIGUES DA CRUZ
JUNIOR; ANA LÚCIA FRANÇA DA COSTA; ANA LÚCIA FRANÇA DA COSTA
INTRODUÇÃO: Durante a evolução da hanseníase podem ocorrer fenômenos agudos ou subagudos
denominados de reações hansênicas. Existem dois tipos de reações: a tipo I que se caracteriza
clinicamente por infiltração de lesões antigas associada ao surgimento de novas lesões, edema das
extremidades e acometimento de nervos. E a reação tipo II que se manifesta com surgimento abrupto
de nódulos eritematosos que podem evoluir para necrose nas formas mais graves e comprometimento
do estado geral. Os portadores de hanseníase podem também apresentar reações mistas. Os objetivos
deste estudo foram: analisar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes com reação
hansênica, relacionando comorbidades, assim como neurites e/ou incapacidades. MÉTODOS: Foram
utilizados questionários específicos para coleta de dados. Variáveis como sexo, idade, classificação
operacional e tipo de reação foram avaliados, originando um estudo observacional e transversal,
qualitativo e quantitativo. A análise estatística foi realizada usando-se frequências simples. O presente
estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFPI, sob CAAE: 49410315.3.0000.5214.
RESULTADOS: A idade média dos 36 pacientes com reação hansênica foi de 46,2 anos. A maioria
era do sexo masculino (63,9%), procedente do Piauí, com nível de escolaridade até o primeiro grau
incompleto. Do total, 58,3% dos pacientes apresentaram comorbidades, destacando-se: dislipidemia,
hipertensão e osteoporose. Todos eram multibacilares. De reação tipo I, foram 38,9%; 58,3% foram
reação tipo II e 2,8% reação mista. Com relação às neurites, 16 apresentaram a condição. 20 pacientes
apresentaram grau 0 de incapacidade. DISCUSSÃO: Observou-se o predomínio de pacientes do sexo
masculino com média de 46,2 anos, reflexo de um diagnóstico tardio. Todos os pacientes eram
multibacilares por possuírem lesões extensas ou mais de 5 dessas. Houve o predomínio de reação tipo
II, mais associada ao período pós alta, contrariando outros estudos. A presença de comorbidades
demandou maior cuidado com o seguimento das intercorrências clínicas e efeitos colaterais, e as lesões
neurológicas associaram-se ao uso tardio do corticoide. CONCLUSÃO: As reações hansênicas
ocorreram com mais frequência após o tratamento, sendo a reação tipo II a mais comum, e todos
multibacilares. A dislipidemia foi a principal comorbidade, seguida por hipertensão e osteoporose.
Quase metade dos pacientes tiveram algum grau de incapacidade e/ou neurite.
30
PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA (SUBTIPO CEREBELAR) - UM DESAFIO
DIAGNÓSTICO
Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Matheus Vilarinho Serra; Larissa Clementino Leite de Sá
Carvalho; Ícaro Araújo de Sousa; José da Cruz Moura Campêlo; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: Paralisia supranuclear progressiva (PSP) é uma rara doença neurodegenerativa que
se manifesta de diversas formas, e cuja confirmação diagnóstica se dá por achados neuropatológicos
post-mortem. Apesar da diversidade de sintomas e subtipos possíveis, a presença de ataxia é
geralmente considerada critério de exclusão para PSP. Entretanto, estudos recentes sugerem um
subtipo pouco esclarecido de PSP, com sintomas cerebelares juntos do quadro de paralisia supranuclear
do olhar conjugado e parkinsonismo (PSP-C), gerando confusão diagnóstica com outra conhecida
causa de parkinsonismo atípico: atrofia dos múltiplos sistemas (MAS). Aqui, relatamos um raro caso
de PSP-C provável.RELATO DE CASO: Homem de 61 anos chega ao ambulatório de neurologia em
abril de 2013 com quadro de dificuldade de marcha, mão esquerda distônica e parkinsonismo discreto,
porém sem instabilidade postural. Relatava também sintoma sugestivo de hipotensão ortostática e, no
exame físico, identificou-se sacadas oculares hipométricas. Suspeitou-se de MAS pelo sintoma
autonômico, entretanto o tilt test foi negativo e a ressonância nuclear magnética duvidosa quanto à
presença do sinal da cruz. Iniciou-se tratamento motor sintomático com selegilina e pramipexol em
doses crescentes, durante vários meses. Entretanto, apresentou pouca melhora com terapia
dopaminérgica. Paralelamente, no final de 2013, observou-se surgimento de quadro de ataxia
cerebelar, com exame físico demonstrando dismetria em membro superior esquerdo, além de referir
piora na marcha, fraqueza em membros inferiores e sintomas semelhantes a freezing. Em 2014,
paciente passou a relatar urgência urinária (pouco frequente) e repetidas quedas, e exame físico
demonstrou importante instabilidade postural. Evoluiu em 2015 com piora do quadro urinário,
referindo casos de incontinência e noctúria, sendo prescrito oxibutinina. Em 2016, mesmo sob uso de
altas doses de pramipexol e selegilina, evoluiu com piora da bradicinesia. Entrou, também, em quadro
de disfunção erétil. Em 2017, volta ao ambulatório com evidente decomposição do olhar horizontal
para esquerda e, em 2018, exame físico demonstrou paralisia do olhar para cima, levando à sugestão
de PSP-C. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A avaliação inicial sugeriu MSA, porém o seguimento por
5 anos foi importante para definir o tipo de parkinsonismo atípico. Sinais cerebelares pode
31
RESUMOS SIMPLES
PÔSTER
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EVOLUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA DA MORTALIDADE MATERNA POR ECLÂMPSIA
NO BRASIL
Sofia Naira Barbosa Freitas; Lívia Maria Alcântara Vasconcelos; Gideon Batista Viana Júnior; Luciana Maria Fortes
Magalhães Castelo Branco Couto, Ana Maria Pearce Arêa Leão Pinheiro.
INTRODUÇÃO: A mortalidade materna é um dos indicadores de saúde da mulher, tendo, entre
suas principais causas, a eclâmpsia. Assim, o conhecimento dos dados acerca dessa importante
causa de mortalidade materna contribui para a avaliação da efetividade das ações de saúde
atualmente vigentes no país. Dessa forma, tem-se por objetivo analisar a evolução e a epidemiologia
da mortalidade materna por eclâmpsia no Brasil, no período de janeiro 2012 a dezembro de 2016.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento de dados foi
realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações sobre mortalidade (SIM-
DATASUS). Os resultados foram agrupados em planilhas do software Microsoft Excel e expostos
em gráficos e tabelas. RESULTADOS: Entre janeiro de 2012 e dezembro de 2016, foram
notificados 787 casos de morte materna por eclâmpsia no Brasil. Desses, 233 casos (29,6%)
ocorreram durante a gravidez, 82 (10,4%) no trabalho de parto, 168 (21,4%) no puerpério. No
intervalo em estudo, 2013 foi o ano com o maior número de casos: 175 (22,2%); seguido de 2015
com 164 (20,8%), 2016 com 155 (19,6%) e, por fim, 2012 com 153 casos (19,4%). Foram analisadas
as faixas etárias de 10 a 49 anos, havendo predomínio da faixa etária de 30 a 39 anos com 288 casos
(36,5%), seguida da de 20 a 29 anos com 286 (36,3%). Com relação à escolaridade, constatou-se
maior mortalidade materna entre as que possuíam de 8 a 11 anos de estudo, com 283 óbitos (35,9%),
seguido de 4 a 7 anos com 199 (25,2%) e 1 a 3 anos com 81 (10,2%). Uma menor mortalidade foi
observada entre as mães que possuíam 12 ou mais anos de estudo, com 53 casos (6,7%) e entre as
que não possuíam escolaridade, com 24 casos (3,0%). DISCUSSÃO: Apesar da alta cobertura da
assistência pré-natal, a mortalidade materna decorrente de quadros relacionados a hipertensão
gestacional continua elevada, podendo se presumir que um dos problemas é a qualidade do
atendimento pré-natal. Nesse estudo, podemos observar que a mortalidade materna por eclâmpsia
não apresentou redução na incidência, ao longo do tempo analisado, provavelmente, devido as
falhas na assistência pré-natal, no que se refere a identificação precoce dessa complicação na
gestação. CONCLUSÃO: Os dados observados refletem a necessidade da promoção de uma
assistência pré-natal mais atenta às alterações e aos fatores de risco relacionados a eclâmpsia, a fim
de diagnosticar e tratar, precocemente, as gestantes com esse tipo de risco.
33
TRAÇADO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE AS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR
NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010
A 2017
Gideon Batista Viana Júnior; Kaiza Vilarinho da Luz; Sofia Naira Barbosa Freitas; Luciana Maria Fortes Magalhães
Castelo Branco Couto; Lívia Maria Alcântara Vasconcelos; Kelly Daysy Marques Cabral, Jéssica Samia Silva Torres
Ribeiro.
INTRODUÇÃO: O câncer gástrico é uma das neoplasias malignas mais comuns e apresenta alta
morbimortalidade, sendo considerado a segunda causa de morte por câncer mundialmente. No
Brasil, o adenocarcinoma está entre as três primeiras causas de morte por câncer no sexo masculino.
O objetivo desse trabalho foi demonstrar o levantamento epidemiológico piauiense referente à
temática da Neoplasia gástrica no período compreendido entre 2010 e 2017. METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem quantitativa. O
levantamento de dados foi realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS). RESULTADOS: No período de janeiro de 2010 a junho de 2017,
foram notificados 2072 casos de internação por neoplasia maligna do estômago no Piauí. No
período em estudo, 2016 foi o ano que apresentou mais casos, com 349 (16,84%). Observou-se que
1303 (62,89%) casos são pacientes do sexo masculino, enquanto que 769 (37,11%) são mulheres.
A respeito da faixa etária, houve predominância da faixa de 60 a 69 anos, com 596 (28,76%) casos.
Quanto ao caráter do atendimento, verificou-se 1039 atendimentos eletivos, apontando 50,14% do
total de atendimentos. Em 280 (13,51%) casos, o desfecho final foi o óbito. DISCUSSÃO:
Conforme os dados coletados na pesquisa, observou-se um aumento progressivo no número dos
casos de internações hospitalares por neoplasia maligna do estômago. Quando observado a faixa
etária, há um predomínio no número de casos de pessoas entre a faixa etária de 50 a 69 anos, o que
confirma que a neoplasia de estômago afeta principalmente as pessoas que estão na faixa etária dos
60 anos. Em relação ao sexo, a grande maioria das internações estão relacionadas aos homens e, no
que tange ao caráter de atendimento, não houve grande diferença entre os atendimentos de urgência
e os eletivos. Pode-se inferir também que houve um número considerável de óbitos durante o
período em estudo. CONCLUSÃO: Foi observado que dentre os pacientes portadores de neoplasia
gástrica, houve maior prevalência do sexo masculino, com idade superior que 50 anos. Além disso,
a grande maioria dos atendimentos enquadraram-se na categoria de atendimento eletivo,
corroborando com o quadro insidioso da doença, bem como diagnóstico tardio. Logo, torna-se
fundamental investir em ações que visem ao diagnóstico precoce da doença.
34
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR AVC NO
ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A 2017
Gideon Batista Viana Júnior; Kaiza Vilarinho da Luz; Sofia Naira Barbosa Freitas; Lívia Maria Alcântara
Vasconcelos; Luciana Maria Fortes Magalhães Castelo Branco Couto, Jéssica Samia Silva Torres Ribeiro.
INTRODUÇÃO: As doenças cerebrovasculares correspondem à maior causa de morte no Brasil,
constituindo-se umas das mais relevantes causas de mortalidade mundial. Dentre essas doenças, o
Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidades nos adultos. O objetivo
desse trabalho foi demonstrar o levantamento epidemiológico piauiense referente à temática do
AVC não especificado (isquêmico ou hemorrágico) no período compreendido entre 2010 e 2017.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem quantitativa.
O levantamento de dados foi realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS). RESULTADOS: No período de janeiro de 2010 a junho de 2017,
foram notificados 19510 casos de internação por acidente vascular cerebral não especificado em
isquêmico ou hemorrágico no Piauí. No período em estudo, 2016 foi o ano que apresentou mais
casos, com 3482 (17,84%); seguido por 2015, com 3363 (17,24). Observou-se que 10063 (51,58%)
casos são pacientes do sexo masculino, enquanto que 9447 (48,42%) são mulheres. A respeito da
faixa etária, houve predominância da faixa de 70 a 79 anos, com 5162 (26,46%) casos. Quanto ao
caráter do atendimento, verificou-se que a grande maioria, ou seja, 19378 foram atendimentos de
urgência, apontando 99,32% do total de atendimentos, já os atendimentos eletivos somaram apenas
132 casos, os quais representam 0,68%. Em 3241 (16,61%) casos, o desfecho final foi o óbito.
DISCUSSÃO: Conforme os dados coletados na pesquisa, observou-se um aumento progressivo no
número de casos de internações hospitalares por AVC. Quando observado a faixa etária, há um
predomínio no número de casos de pessoas com 70 anos ou mais, ultrapassando pouco mais da
metade dos casos. Em relação ao caráter de atendimento, percebe-se que a grande maioria foram
atendimentos de urgência, o que corrobora que o AVC é uma urgência médica e necessita de
atendimento imediato. CONCLUSÃO: Foi observado que dentre os pacientes internados por AVC,
houve maior prevalência do sexo masculino, com idade superior que 70 anos. Além disso, a grande
maioria dos atendimentos enquadraram-se na categoria de atendimento de urgência. Logo, torna-se
fundamental a tomada de medidas urgentes de prevenção e controle dos fatores de risco, com vistas
à diminuição do número de pessoas acometidas por AVC.
35
ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL COMO CAUSA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA SECUNDÁRIA EM PACIENTE JOVEM
Antonio Henrique Barroso do Vale Filho; Francisco Tomaz da Costa Filho; Francisco Wellington Lopes Guimarães
Filho; Marina Rodrigues Lima; Vitória Souto Galvão de França; Yuri Ananias de Vasconcelos, José Antônio de
Lima Neto.
INTRODUÇÃO: A razão deste trabalho é conferida à necessidade de expor um caso incomum na
medicina brasileira: a estenose de artéria renal. A doença renovascular é uma das mais importantes
causas de hipertensão arterial sistêmica (HAS) de origem secundária. É desencadeada pela estenose
parcial ou total da artéria renal, de forma uni ou bilateral. Possui prevalência estimada em 5% dos
pacientes hipertensos. Independentemente do fator causal, é importante determinante de
morbimortalidade cardiovascular. O tratamento cirúrgico da hipertensão renovascular é
considerado um dos principais fatores para preservar a função renal.
RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 33 anos, admitida em ambulatório de cardiologia
de um hospital terciário com queixa de descontrole da pressão arterial apesar da realização do
tratamento clínico. História familiar de HAS ausente. Realizou-se um ecodopplercardiograma que
demonstrou um aspecto anatômico dentro da normalidade, o que intensificou a necessidade de
avaliar uma provável hipertensão arterial secundária. Nesse contexto, foi solicitado uma
ultrassonografia abdominal total com Doppler que evidenciou a presença de um rim direito de
volume reduzido, ecogenicidade aumentada, redução da espessura do parênquima renal e focos de
calcificações corticomedulares, compatível com nefropatia crônica. Além disso, a artéria renal
direita exibia um alto índice de resistência, com fluxo monofásico e curvas espectrais de velocidade
aumentada no ponto de estenose e reduzida na região distal ao estudo com Doppler. Com a
confirmação da hipótese diagnóstica, foi realizada uma cintilografia renal estática (DMSA) que
apresentou uma contribuição funcional relativa do rim esquerdo de 90,2% e do rim direito de 9,8%.
Diante da clínica da paciente e dos achados nos exames de imagem, optou-se pelo tratamento
cirúrgico da estenose renal por cirurgia aberta. Foi realizada a nefrectomia direita, sem
intercorrências. Após o tratamento cirúrgico, a paciente permanece em acompanhamento
ambulatorial, encontrando-se assintomática e com um controle pressórico satisfatório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A identificação de hipertensão renovascular com critérios clínicos
mais judiciosos e com a melhor utilização dos exames complementares poderá beneficiar uma
parcela considerável da população hipertensa, com diminuição importante do custo do tratamento
e redução da morbimortalidade cardiovascular.
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GASTRODUODENOPANCREATECTOMIA EM PACIENTE COM TUMOR DE CABEÇA
DE PÂNCREAS RESSECÁVEL: RELATO DE CASO
Antonio Henrique Barroso do Vale Filho; Carlos Caike Fernando Corrêa; Francisco Wellington Lopes Guimarães
Filho; Marina Rodrigues Lima; Vitória Souto Galvão de França; Yuri Ananias de Vasconcelos, José Jaydson Saraiva
de Aguiar
INTRODUÇÃO: O câncer de pâncreas é uma das principais causas de mortalidade por câncer em
países desenvolvidos. Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino com idade superior a
70 anos, de etnia negra e tabagistas. É comum o paciente se manter assintomático até atingir estágios
avançados da doença. A pancreatectomia é o único tratamento com potencial de cura. O presente
trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de tumor de cabeça de pâncreas com
sintomatologia precoce, evidenciando uma história clínica atípica.
RELATO DO CASO: Paciente, 65 anos, sexo feminino, natural e procedente de Crateús (CE),
negra, sem antecedentes patológicos de pancreatite. Nega etilismo e tabagismo. Paciente sem
história familiar de câncer pancreático. A paciente apresentou como quadro principal icterícia
obstrutiva progressiva há 18 dias, com dor em hipocôndrio direito, sem quadro consumptivo
importante. A ultrassonografia realizada 16 dias após início da sintomatologia evidenciou dilatação
de vias biliares, indicando uma obstrução baixa na altura da ampola de Vater. A icterícia progrediu,
forçando-a a procurar atendimento médico em sua cidade. Foi referenciada para um hospital
terciário em Sobral, onde fez exames laboratoriais que evidenciaram elevação de fosfatase alcalina,
Gama GT, bilirrubina total (ao custo de bilirrubina direta), além de discreta anemia. Uma
tomografia computadorizada foi realizada, indicando a presença de um tumor sólido na região da
cabeça do pâncreas, sem metástases à distância e sem invasão de vasos. O estágio do tumor foi
determinado como T 1 N 1 M 0. Devido ao seu quadro clínico e exames complementares, uma
gastroduodenopancreatectomia foi indicada. Paciente com cursos intraoperatório e pós-operatório
satisfatórios, sem intercorrências. O diagnóstico precoce possibilitou a ressecção completa do
adenocarcinoma, ainda restrito ao órgão e bastante pequeno. A paciente recebeu alta 15 dias após o
procedimento cirúrgico. A paciente segue em boa evolução e continuará em acompanhamento
médico em sua cidade natal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O adenocarcinoma de pâncreas traz consigo um quadro dramático
e um prognóstico reservado, visto o estágio avançado em que é geralmente diagnosticado. No
entanto, quando essa doença se manifesta precocemente, uma ação eficaz dos serviços médicos e o
tratamento precoce podem mudar o curso de evolução da doença, possibilitando ao paciente um
prognóstico mais favorável, com melhora importante da qualidade de vida.
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HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA, UM DIAGNÓSTICO ESQUECIDO?
Mateus Almeida Farias dos Santos; Victor Manfrinni Magalhães Lima Martins; Francisco Oberdan Melo Araujo;
João Paulo Lima Brandão; Gabriel Arrais Chaves Nascimento, Jozelda Lemos Duarte.
INTRODUÇÃO: Hemoglobinúria paroxística noturna é caracterizada por um defeito clonal raro
da célula tronco hematopoiética, a incidência estimada é de 1,3 caso por milhão de habitantes/ano.
A evolução clínica envolve fenômenos de hemólise, trombose, insuficiência renal, e casos de
anemia aplásica. RELATO DE CASO: Mulher de 21 anos. Após apresentar quadro de dor em
hipocôndrio direito, internou para investigação, onde foi constado o diagnóstico de Síndrome Budd-
Chiari aguda. Realizou-se então uma pesquisa clínico-laboratorial para trombofilias adquiridas e
congênitas. O resultado dos exames não informou alterações. Atribuiu-se, portanto, o evento
trombótico ao uso de anticoncepcional. Optou-se por retirar o anticoncepcional e iniciar
anticoagulação. Após perda do seguimento, esta foi readmitida com quadro de hipermenorreia. A
terapia anticoagulante foi suspensa e realizou-se ultrassonografia com doppler que evidenciou
recanalização do sistema venoso hepático, e orientou-se acompanhamento ambulatorial.
Posteriormente foi readmitida, com quadro de icterícia associada a dor em hipocôndrio direito, leve
oligúria, colúria, e dor lombar. Evoluiu com piora da oligúria e episódios de vômitos biliosos. Os
exames laboratoriais evidenciaram anemia severa com padrão hemolít ico, hemoglobina: 3,74g/dL;
Hematócrito: 13% com anisocitose; bilirrubina direta: 7,2 mg/dL; bilirrubina indireta 11,2 mg/dL;
dehidrogenase láctica: 5607 U/L. O sedimento urinário revelou hemoglobinúria +++, e evidenciou-
se provável necrose tubular aguda nefrotóxica secundária à hemoglobinúria, ureia:113 mg/dL,
creatinina: 2,46 mg/dL, plaquetas: 81.800/mm3 e COOMBS direto negativo. Esses achados
laboratoriais, junto com o histórico de evento trombótico, levantaram a hipótese de Hemoglobinúria
Paroxística Noturna, confirmada pela citometria de fluxo. Realizou-se corticoterapia, transfusões
sanguíneas, hemodiálise e administrou-se ácido fólico. A paciente evoluiu com melhora clínico-
laboratorial, recebeu alta e está à espera do recebimento da medicação ecolizumab.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A patologia consiste na mutação somática do gene
fosfaditilinositolglicana classe-A (PIGA) resultando em expressão deficiente de moléculas que
servem para ligação de proteínas às células hematopoiéticas, a citometria de fluxo adquire papel
fundamental na conclusão do diagnóstico, permite a imunofenotipagem de diferentes linhas
celulares, identificando a deficiência de moléculas na superfície dos eritrócitos.
38
HEMORRAGIA NASAL INFANTIL COMO MANIFESTAÇÃO FREQUENTE NA
DOENÇA DE VON WILLEBRAND: RELATO DE CASO
IHALES MICHEL CARVALHO BRANDAO SOUSA; IZAELE DE SOUSA ALVES; IGOR MICAÍAS
CARVALHO BRANDÃO SOUSA; MAXWELL CABRAL FERREIRA, JOÃO MELO E SOUSA BENTIVI.
INTRODUÇÃO: A epistaxe é uma hemorragia nasal com localização no Plexo de Kisselbach ou
área de Little em praticamente 90% dos casos, podendo ser contida por cauterização química,
tamponamento nasal anterior e eletrocoagulação. Na hemorragia nasal posterior, a conduta é o
tamponamento com sonda de Foley, esponjas ou gaze, mas quando o sangramento é intenso, é
necessária a intervenção cirúrgica. Em crianças, esse tipo de sangramento pode vir acompanhado
de processos infecciosos de vias aéreas superiores, alergias e alterações de coagulação, como:
Leucemias, Doença de Von Willebrand ou pode ser causada por fármacos. A Doença de Von
Willebrand é do tipo hemorrágico, hereditária, causada por uma diminuição ou disfunção da
proteína chamada de fator de Von Willebrand que se manifesta através da disfunção plaquetária
associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante. RELATO DO CASO: O.P.S.,
11 anos, masculino, chegou ao Socorrão 1 em São Luís – MA, apresentando epistaxe volumosa
bilateral há 12 horas, com história de episódios anteriores. Ao exame de rinoscopia anter ior,
apresentava epistaxe ativa sendo controlado com tamponamento nasal anterior com controle da
evasão sanguínea. Antecedentes: testes alterados, referindo doença de Von Willebrand; o TTPA,
tempo de sangramento, dosagem de fator VIII e contagem de plaquetas. O TTPA encontrava-se
prolongado devido à baixa de fator VIII, assim como tempo de sangramento. Porém a simples
dosagem baixa de fator VIII não foi possível diagnosticar a doença de Von Willebrand já que o
Fator VIII também diminui em hemofilia A. Testes específicos foram realizados para a
confirmação, em que a dosagem de antígeno de Von Willebrand feita por ensaio imunológico
apresentou boa resposta para os tipos 1 e 3, já o tipo 2 apresentou baixa na concentração de FvW.
Agregação induzida pela ristocetina onde o plasma rico em plaquetas do paciente é colocado em
contato com a ristocetina, evidenciou a deficiência do FvW com falta de agregação, sendo que o
tipo 2 B teve aumento na sensibilidade de aglutinação mesmo em concentrações menores.
CONCLUSÃO: É relevante a abordagem para uma investigação diagnóstica em um tratamento
multidisciplinar para conduta do hematologista e otorrinolaringologista, devendo ser lembrado que
a possibilidade da recorrência de epistaxe, além de hemorragia gengival, anormalidades
laboratoriais como plaquetopenia, ausência de agregação pela ristocetina com objetivo de restaurar
o equilíbrio hemodinâmico do paciente.
39
CONTENÇÃO DE HEMORRAGIA HEPÁTICA CAUSADA POR PROJÉTIL DE ARMA DE
FOGO: RELATO DE CASO
IHALES MICHEL CARVALHO BRANDAO SOUSA; IGOR MICAÍAS CARVALHO BRANDÃO SOUSA;
IZAELE DE SOUSA ALVES; MAXWELL CABRAL FERREIRA, JOÃO MELO E SOUSA BENTIVI.
INTRODUÇÃO: As técnicas para controle de sangramento causado em decorrência de traumas
hepáticos, incluem ligadura de artéria hepática, ressecções, hepatorrafia, ligadura isolada de vaso
sangrante e tamponamento por balão que por sua vez foi relatado por Morimoto et AL como forma
de tamponamento por insuflação no trajeto hepático do projétil. O uso de um dreno penrose para o
controle de hemorragias, em alguns casos evita que seja realizado ressecções extensas, diminuindo
o risco de mortalidade do paciente. RELATO DE CASO: J.F.G., 32 anos, do sexo masculino,
vítima de perfuração por arma de fogo, com orifício de entrada hipocôndrio esquerdo e saída no
flanco direito, foi encaminhado ao centro cirúrgico para realização de laparotomia exploradora de
emergência, ocorrendo hemorragia em duplo segmento, sendo realizada manobra de Pringle por
alguns minutos. Utilizou-se sonda de folley (perfurado o balão), para que insuflasse o dreno penrose
que foi amarrado nas extremidades, igualmente a técnica de Morimoto. A sonda foi introduzida no
trajeto e insuflada posteriormente ocasionando o controle da hemorragia. Após 48 horas, a
tomografia mostrou discreta área isquêmica, optando por desinsuflar o balão e realizar nova
tomografia de controle após 12 horas. O estudo tomográfico posterior mostrou ausência de
sangramento, mas preferiu-se manter o dreno por mais 24 horas como conduta para drenagem de
secreção.CONCLUSÃO: A conduta utilizada em tamponamento por balão mostrou-se bastante
eficaz na terapêutica inicial em abordagem ao paciente vitima de arma de fogo como uma forma
rápida de reparo de contensão de hemorragia hepático, evitando a ocorrência de ressecção extensa,
diminuindo a possibilidade de mortalidade.
40
ANÁLISE DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM PACIENTES INTERNADOS
EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA DE TERESINA, PIAUÍ, NO PERÍODO DE 2012 A
2017.
Ana Luiza Ribeiro Barroso Maia; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Debora Dias Cabral; Vitória Pimentel
Martins Félix; Marina Silva Camarço Lima, Deuzuita dos Santos Freitas Viana.
INTRODUÇÃO: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é resultado de uma agressão física externa
que pode comprometer funcionalmente o crânio, couro cabeludo, meninges ou cérebro. No Brasil,
é a segunda maior causa de morte, sendo um problema de saúde pública. Diante disso, esse estudo
teve como objetivos traçar o perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de TCE internados em um
hospital público de Teresina, Piauí, de acordo com a faixa etária, sexo e taxa de mortalidade,
identificar o tempo de permanência hospitalar e verificar o valor médio gasto com as internações.
MÉTODOS: O estudo caracteriza-se como epidemiológico retrospectivo quantitativo, cuja fonte
de dados é o Sistema DataSUS, através dos dados secundários do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS) em um hospital de urgência de Teresina, Piauí, entre 2012 e 2017.
Os dados foram analisados por meio de gráficos confeccionados através do programa Microsoft
Excel. RESULTADOS: No período analisado, foram notificadas 10614 internações de pacientes
vítimas de TCE. A maioria dos internados (84,8%) é do sexo masculino, predominando na faixa
etária de 20 a 29 anos (22,7%), seguida da faixa de 30 a 39 anos. O ano de 2016 teve o maior
número de internações (19,7%) e valor médio gasto por internação (R$1.437,76), comparando com
o valor médio geral (R$1.351,54). A taxa de mortalidade em 2017 foi menor (11,35%) que a média
do período total (13,60%). O tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,6 dias. DISCUSSÃO:
Os resultados, acerca da faixa etária, mostram prevalência entre 15 a 39 anos, ou seja, parte da
população economicamente ativa, sendo relevante para o poder público. Quanto ao sexo, os homens
são as principais vítimas de TCE, variando entre 63,3% e 94,5%. Essa incidência em homens jovens
e adultos pode ser explicada pelas características socioculturais. No Brasil, a taxa média de
mortalidade (2,48%) e o valor médio gasto por internação (R$1.079,60) são menores que do estudo,
enquanto o tempo médio de permanência hospitalar (5,3 dias) é próximo. CONCLUSÃO: Esse
estudo permite concluir que os homens jovens e adultos são as principais vítimas de TCE, a taxa de
mortalidade e o custo pela internação no hospital em estudo são elevados e o tempo de permanência
hospitalar é semelhante ao nacional. Logo, esse estudo propõe incentivar a promoção de políticas
públicas e reunir informações para melhor administração dos recursos financeiros para a internação
do paciente de TCE.
41
PIODERMA GANGRENOSO ASSOCIADO À DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO
Livia Rodrigues Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Valéria Maria Caland Morais; Liza Maria Sampaio de
Brito; Luiza Sá Urtiga Santos; Athana de Oliveira Cavalcante, Ana Lucia Franca da Costa.
INTRODUÇÃO: O pioderma gangrenoso é uma dermatose neutrofílica rara, crônica e muitas
vezes recorrente. Trata-se de doença de caráter destrutivo local, não infecciosa, recidivante,
caracterizada por ulcerações cujas bordas estão descoladas (solapadas). Os membros inferiores
constituem o local mais comumente acometido. Sua etiologia é incerta, havendo, em cerca de 50%
dos casos, associação a outras doenças, tais como: retocolite ulcerativa (mais comum), doença de
Crohn, artrites, etc. Estima-se que sua incidência ocorra entre 3 a 10 casos por milhão de
pessoas/ano. Com relação às doenças inflamatórias intestinais, o PG pode ser observado em cerca
de 5% dos casos de retocolite ulcerativa e em somente cerca de 0% a 1,2% dos casos de doença de
Crohn. O presente relato de caso pretende demonstrar a diversidade de apresentações clínicas, o
tratamento e seguimento de paciente jovem com pioderma gangrenoso associado á doença de
Crohn. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 36 anos, solteiro, lavrador, natural e procedente
de Campo Maior-PI. Paciente foi admitido com queixa de múltiplos episódios de diarréia, edema
de membros inferiores e astenia. Refere início dos sintomas em 2002, apresentando períodos longos
de constipação, alternados com períodos de diarreia, além de fraqueza muscular. Há 4 meses,
iniciou quadro de prurido nas mãos e membros inferiores, sem lesão dermatológica, com surgimento
posterior de mácula, evoluindo para vesícula/bolha e úlcera, há 2 meses. A progressão para úlcera
coincidiu com exacerbação do quadro diarreico e edemigênico. Iniciou-se corticoterapia sistêmica
com predinisona, obtendo-se cicatrização das lesões e boa tolerabilidade. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: O Pioderma Gangrenoso pode ter um curso imprevisível e muito variável desde seu início
e durante sua evolução. O prognóstico costuma ser bom, particularmente naqueles pacientes que
respondem rapidamente aos esquemas iniciais de tratamento. Os portadores de Pioderma
gangrenoso secundário costumam obter involução das lesões após o tratamento da patologia de
base, no caso do paciente em questão, o tratamento da doença de Crohn é importante para melhora
clínica e bloqueio de recidivas do pioderma gangrenoso.
42
RESSECÇÃO DA LESÃO NO TRATAMENTO DE CÃNCER DE COLO DO ÚTERO: UM
RELATO DE CASO
GABRIEL ARRAIS CHAVES NASCIMENTO; DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE; JOANA CLARA
OLIVEIRA MACEDO LIMA; BRENO BEZERRA MARTINS; PAULO HENRIQUE SPÍNDOLA SILVA;
LAÉRCIO JÚNIOR RIBEIRO DA LUZ, SABAS CARLOS VIEIRA.
INTRODUÇÃO: Para o Brasil, estimam-se 16.370 casos novos de câncer do colo do útero para
cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres,
ocupando a terceira posição. A Traquelectomia radical é uma técnica cirúrgica recente e exequível
nos casos de tumor invasivo em fase precoce (estádio IB1). Consiste na remoção do colo de útero,
de um segmento proximal contíguo dos paramétrios e da cúpula vaginal, associado a um
procedimento de linfadenectomia pélvica, sendo realizada uma anastomose corpo ou istmo-vaginal
que permite a manutenção da fertilidade. O presente estudo tem como objetivo relatar o caso de
uma paciente com câncer de colo do útero utilizando a técnica da traquelectomia. O termo de
consentimento livre e esclarecido foi assinado para a divulgação do caso. RELATO DO CASO:
Paciente, 32 anos, sexo feminino, casada, empresária, G0. Procurou o serviço para a avaliação de
lesão do colo do útero, sendo diagnosticada com adenocarcinoma moderadamente diferenciado
padrão endocervical. Antecedentes familiares: mãe com câncer de colo de útero, refere alergia:
asma, refluxo, cirurgia previa de fibroadenoma na mama. Mamas sem alterações, tumor de colo do
útero no estágio IB1, com lesão periorificial. Paciente evolui com níveis de hemoglobina normal,
vitamina D: 37,8ng/ml, FSH:0,57 mUI/ml, Raios X de tórax, ressonância magnética pélvica e
ultrassom de abdome superior dentro da normalidade. Foram oferecidos traquelectomia + LS ou
WM 4 + 1 auxiliar, paciente decidiu realizar traquelectomia radical abdominal com LS. Na técnica
cirúrgica tentou-se preservar o útero e congelar linfonodo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A
traquelectomia deve ser considerada como uma opção para decisão terapêutica quando se pretende
preservar a fertilidade de pacientes jovens com câncer de colo do útero.
43
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COBERTURA VACINAL E DAS DOSES APLICADAS
DE ANTI-HPV EM MENINAS DE 9 A 13 ANOS, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2014 A
OUTUBRO DE 2017, EM TERESINA- PI
Livia Maria Alcântara Vasconcelos; Sofia Naira Barbosa Freitas; Gideon Batista Viana Júnior;
Luciana Maria Fortes Magalhães Castelo Branco Couto; Kelly Daysy Marques Cabral, Luciana
Tolstenko Nogueira
INTRODUÇÃO: Infecções estão ligadas às neoplasias, 20% dos cânceres tem relação com um
agente infeccioso. O papilomavírus humano (HPV) tipo 16 e 18 são responsáveis por 60% dos casos
de câncer de colo do útero. Assim, o Ministério da Saúde (MS) preconiza o uso da vacina
quadrivalente, que atua contra 4 tipos do vírus. OBJETIVO: Analisar a cobertura vacinal anti-HPV
em meninas, em Teresina-PI, nos últimos 4 anos, a partir da incorporação da vacina ao SUS.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento dos dados foi
realizado por meio do DATASUS, do Ministério da Saúde (MS).RESULTADOS: Entre janeiro de
2014 e outubro de 2017, em Teresina, aplicou-se 64680 doses da vacina em meninas de 9 a 13 anos,
em 3 doses (D1, D2 e D3). Em 2014 foram aplicadas 31566 (D1:1958, D2:11985 e D3:1), em 2015
foram 18185 (D1:10693, D2:7476, D3:16), em 2016 foram 8.086 (D1:4.464, D2:3615, D3:7), em
2017 foram 6843 (D1:3430, D2:3405, D3:8). Assim, a D1 foi mais aplicada nas meninas de 9 anos
(9602, sendo 1 em 2014, 4347 em 2015, 3023 em 2016 e 2231 em 2017) e menos aplicada nas de
13 anos (5804, 5444 em 2014, 122 em 2015, 105 em 2016 e 133 em 2017). Quanto a D2, a idade
mais vacinada foi de 11 anos (6944, 3104 em 2014, 2603 em 2015, 821 em 2016 e 416 em 2017) e
menos vacinada a de 9 anos (3222, 13 em 2014, 1188 em 2015, 892 em 2016 e 1129 em 2017). D3
foi mais aplicada em meninas de 10 anos (11) e menos nas de 13 anos (2). A cobertura vacinal foi
46,19%, D1 com 54,53% e D2 37,84%. A melhor cobertura de D1 foi entre as de 9 anos (73,52%)
e a pior entre as de 13 anos (39,39%). Já para D2, a melhor foi entre as de 11 anos (49,21%) e a
pior entre as de 9 anos (24,67%). DISCUSSÃO: A meta de cobertura do MS é 80% do público-
alvo, o que não foi atingido desde a incorporação da vacina no SUS. O público-alvo do MS em
2014 eram meninas de 11 a 13 anos e em 2015 eram de 9 a 11 anos, o que justifica as mudanças
bruscas que ocorreram nesse período, como o aumento de cobertura entre as de 9 anos e diminuição
entre as de 13. A cobertura de D2 é menor que a de D1 em todas as idades. Os dados de D3 são
devido ao esquema vacinal, com intervalo de tempo bem maior entre D2 e D3. CONCLUSÃO: As
campanhas do MS não estão obtendo êxito, com as coberturas cada vez mais distantes da meta e
com o número de doses aplicadas diminuindo, mesmo com a ampliação do público-alvo. Com isso,
deve-se investigar os motivos dessa cobertura indesejada, com o intuito de alcançar a meta
planejada.
44
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS DOSES APLICADAS DA VACINA CONTRA FEBRE
AMARELA, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2010 A OUTUBRO DE 2017, EM TERESINA-
PI
Livia Maria Alcântara Vasconcelos; Sofia Naira Barbosa Freitas; Gideon Batista Viana Júnior;
Luciana Maria Fortes Magalhães Castelo Branco Couto; Kelly Daysy Marques Cabral, Luciana
Tolstenko Nogueira
INTRODUÇÃO: A febre amarela é uma infecção viral aguda transmitida por uma espécie
particular de mosquito. Não existe tratamento específico contra a febre amarela, apenas sintomático.
A prevenção se faz principalmente através da vacina, que foi incorporada ao calendário de
vacinação do SUS em 1994. Apesar disso, a doença continua sendo uma questão de saúde pública
no país, uma vez que entre julho de 2016 e junho de 2017 foram confirmados 777 casos, com 261
mortes. OBJETIVO: Analisar a cobertura vacinal e as doses aplicadas da vacina de febre amarela
em Teresina-PI, entre janeiro de 2010 e outubro de 2017, período que inclui o surto ocorrido no
Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento dos dados foi
realizado por meio de coleta de dados do banco de dados DATASUS, do Ministério da Saúde
(MS).RESULTADOS: No período de janeiro de 2010 a outubro de 2017, foram aplicadas 264.101
vacinas contra febre amarela em Teresina, o que representou uma cobertura de 78,95%. A
distribuição das doses aplicadas no decorrer dos anos foi: 29593 em 2010, 28033 em 2011, 34979
em 2012, 33176 em 2013, 33407 em 2014, 29185 em 2015, 40029 em 2016 e 35699 em 2017.
Quanto à distribuição, foram 142842 doses iniciais e 121259 reforços em todo o período. 2016 foi
o ano com maior número de reforços (25728) e 2012 o ano com mais número de doses iniciais
(20681). A faixa etária mais vacinada foi a de menores de 1 ano (86636 de 1° dose e 23 reforços) e
a menos vacinada foi a de 3 anos (453 doses iniciais e 16 reforços). Nesse mesmo período, o Piauí
apresentou uma cobertura vacinal de 82,13%, com 933.526 doses aplicadas. DISCUSSÃO: A meta
desejada pelo MS é de 95% de cobertura, o que só foi atingido pelo município de Teresina no ano
de 2012. Observou-se um aumento súbito no número de doses aplicadas em 2016, devido ao surto
ocorrido em algumas regiões do país no segundo semestre desse ano. No entanto, em 2017 houve
uma queda nesse número, mesmo com alta procura da população, pois o país atravessou um período
de escassez de vacinas. CONCLUSÃO: Apesar do surto ocorrido recentemente em algumas regiões
do país, as doses aplicadas em Teresina, que não é área de risco, se mantiveram abaixo do desejado,
o que se deve a menor oferta nos serviços de saúde, devido ao período de escassez que atravessamos.
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SÍNDROME DO EXTRAVASAMENTO CAPILAR SISTÊMICO: RELATO DE CASO
Valéria Maria Caland Morais; Liza Maria Sampaio de Brito; Lívia Rodrigues Santos; Luíza de Sá
Urtiga Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Athana de Oliveira Cavalcante, Ana Lucia
Franca Da Costa
INTRODUÇÃO: Causada por aumento da permeabilidade capilar, a síndrome de extravasamento
capilar sistêmico é rara e potencialmente fatal. Ela resulta em acúmulo de fluido e proteínas no
espaço intersticial ou extravascular, com subsequente choque hipovolêmico. Ademais, pode ser
associada a doenças cutâneas, como eritrodermia (comumente decorrente de psoríase instável) e
psoríase pustulosa e causar desordem da termorregulação, desidratação, taquicardia, além de
afecção pericárdica e pulmonar, podendo levar a morte. Nesta síndrome, o endotélio é bastante
envolvido, com aumento de VEGF (fator vascular de crescimento endotelial) e ICAM-1(molécula
de adesão intercelular), como exemplo, a psoríase pustulosa generalizada é acompanhada por
proteinúria patológica e níveis plasmáticos elevados de VEGF, o qual é produzido pela placa
psoriásica. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 58 anos, casado, lavrador natural e
procedente de Isaias Coelho – PI. Paciente relata eritema e pústulas na região malar há 2 meses,
que disseminaram-se por todo o corpo dentro de 2 semanas, além de presença de astenia intensa.
Fez uso de creme composto de betametasona dipropionato e cetoconazol, além de ebastel,
prednisona e cefalexina antes de ser encaminhado ao serviço terciário. Neste fez uso de metotrexato
15mg/semana por 2 semanas e evoluiu com desorientação, fissuras nas áreas descamadas, úlcera
sacral e piora da função renal, sendo então manejado com piperacilina-tazobactam 4,5mg de 6 em
6 horas e vancomicina 1g de 12 em 12 horas. Ademais foram realizados curativos com vaselina
sólida e óleo de girassol, além de hidratação venosa e fisioterapia motora e respiratória. Evoluiu,
então com choque séptico, edema agudo de pulmão, insuficiência renal aguda e hipercalemia, além
de pneumotórax hipertensivo do lado esquerdo e parada cardiopulmonar de 15 minutos revertida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A síndrome do extravasamento capilar sistêmico é uma
complicação rara e potencialmente fatal da psoríase pustulosa e eritrodermia, devendo, portanto,
ser estudada e de modo a se entender melhor sua fisiopatologia visto que seu mecanismo ainda não
está totalmente estabelecido e melhorar seu diagnóstico e manejo de modo a diminuir a mortalidade
dessa afecção.
46
DOENÇA DE DARIER: RELATO DE CASO
Valéria Maria Caland Morais; Liza Maria Sampaio de Brito; Luíza de Sá Urtiga Santos; Lívia
Rodrigues Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Athana de Oliveira Cavalcante, Ana
Lucia Franca Da Costa.
INTRODUÇÃO: A Doença de Darier (DD) é uma genodermatose acantolítica rara de herança
autossômica dominante ligada a mutações no gene ATP2A2 do cromossomo 12q23-24.1. A
alteração deste gene gera uma disfunção na bomba de Ca2+ do retículo endoplasmático levando à
queratinização aberrante e à adesão anormal entre os queratinócitos. Clinicamente, a DD manifesta-
se com pápulas hiperceratósicas de coloração eritêmato-acastanhada em áreas seborreicas,
anormalidades ungueais e alterações de membranas mucosas. O exame histopatológico das biópsias
das lesões cutâneas revela hiperqueratose, disqueratose focal e acantólise suprabasal, dados que são
importantes para o diagnóstico da DD, porém nem sempre conclusivos, já que se assemelham aos
achados da doença de Grover. RELATO DE CASO: Paciente sexo feminino, 50 anos, casada,
lavradora, natural de São Raimundo Nonato-PI, procedente de Bom Jesus-PI. Relatava surgimento
de pápulas eritematosas, hiperceratósicas no terço distal das pernas, há 35 anos, com posterior
disseminação das lesões e piora após a primeira gestação. Referia prurido intenso das lesões que se
exacerbou com calor e com a exposição solar. Relatava lesões semelhantes em sua mãe. Ao exame
dermatológico apresentava pápulas ceratósicas eritêmato-acastanhadas, formando placas,
distribuídas nas regiões dorsal e inframamária, nas pernas e na superfície dorsal das mãos e dos pés;
unhas das mãos frágeis e com entalhes em forma de “V”; e ausência de lesões em mucosas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Doença de Darier (DD) é uma desordem rara com prevalência
global estimada em cerca de 1/50.000 e com igual incidência em ambos sexos. As manifestações
costumam aparecer inicialmente durante ou após a puberdade, frequentemente na 3ª década, sendo
rara em idosos. A DD tem curso crônico com recaídas, podendo causar desvantagens sociais
consideráveis. A gravidade da doença é variável e os acometidos têm suscetibilidade aumentada a
infecções a herpes simples e piogênicas, além de ser observada maior frequência de anormalidade
neuropsiquiátricas nesses pacientes. Sendo uma doença genética, o aconselhamento genético deve
ser ofertado, embora o diagnóstico pré-natal não seja apropriado na maioria dos casos.
47
EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM MELHORA
APÓS USO DE CANABIDIOL
Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; José da Cruz Moura Campelo; Ruth Brito Costa;
Ícaro Araújo de Sousa; Vinícius Araújo do Vale; Guilherme Antonio Silva Ribeiro, Kelson James
Silva de Almeida.
INTRODUÇÃO: Esclerose tuberosa (TSC) é uma desordem genética causada por anomalias nos
genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos 9 e 16, respectivamente. Manifesta-se através de uma
tríade clássica que engloba deficiência mental, convulsões e adenoma sebáceo. As lesões do sistema
nervoso central (SNC) mais encontradas na TSC são tubérculos corticais, nódulos subependimários
e astrocitomas subependimários de células gigantes. Um dos sintomas neurológicos mais comuns
na TSC é a epilepsia, que engloba cerca de 72-85% dos casos, iniciando-se nos primeiros três anos
de vida em 80% dos pacientes. A resistência medicamentosa à epilepsia é bastante comum, acomete
cerca de 2/3 dos pacientes e está relacionada ao seu início precoce e atraso no desenvolvimento
cognitivo. Estudos recentes demonstram que o uso do Canabidiol em pacientes refratários aos
antiepiléticos usuais apresenta uma alternativa promissora no controle da epilepsia refratária.
RELATO DO CASO: Paciente do gênero feminino, 13 anos, portadora de Esclerose Tuberosa,
diagnosticada aos 9 meses, além de Transtorno do Espectro Autista com moderado acometimento
cognitivo desde os 3 anos. Possui histórico familiar de mãe e irmã com esclerose tuberosa e
apresenta crises epilépticas refratárias do tipo clônica generalizada nos 4 membros que variam de 4
a 6 episódios por dia. Fazia uso de mais de tres classes de antiepilépticos, porém sem melhoras. À
ressonância magnética de crânio apresentou tubérculos corticais e bordas axiais, associados à
nódulos subependimários nos ventrículos laterais. O eletroencefalograma demonstrou intensa
atividade epiléptica focal em região frontal bilateral e parietal à esquerda. Diante do quadro foi
instituída a terapêutica com canabidiol na dose de 5 mg/kg. Após o início do uso a paciente passou
a ter crises uma vez por semana, passou 15 dias sem ter crises, mas voltou a ter crises na frequência
de antes. A dose foi então aumentada para 10 mg/kg, resultando em mais 15 dias sem crises, durante
um seguimento de 2 meses. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A TSC é uma enfermidade de baixa
prevalência, mas cuja sintomatologia abrange uma tríade característica, sendo frequente episódios
epiléticos, que podem cursar com comprometimento neuronal. Quando refratários ao tratamento
convencional, o tratamento com canabidiol pode ser uma alternativa em potencial, conforme
estudos em pacientes pediátricos e adolescentes, apresentando um perfil de segurança favorável.
48
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO ESTADO DO TOCANTINS
Nathália Meincke Dal-Ros, Gedeão Batista de Oliveira
INTRODUÇÃO : Segundo a Organização Mundial de Saúde, no ano de 2014 foram notificados
213.899 novos casos de hanseníase em 121 países, com taxa de detecção de 3,78 casos/100.000
habitantes. Índia, Indonésia e Brasil são responsáveis por 81% dos casos.Este estudo objetivou
caracterizar a hanseníase no Estado do TO, segundo indicadores epidemiológicos e operacional.
METODOLOGIA: Estudo epidemiológico retrospectivo, realizado a partir de dados do
DATASUS. Foram analisados registros de novos casos confirmados de hanseníase procedentes de
todos municípios do TO, entre 2012-2015. A análise se fundamentou em indicadores:
Epidemiológicos - Coeficiente de detecção anual de casos novos de hanseníase/100.000hab., mede
à força de morbidade, magnitude e tendência da doença (Hiperendêmico >40/100.000hab. ; Muito
alto: 20-39,99/100.000hab.; Alto:10-19,99/100.000hab.; Médio: 2-9,99/100.000hab.; Baixo:
<2/100.000hab.) e Proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física entre casos
novos detectados e avaliados no ano, avalia efetividade das atividades de detecção oportuna e/ou
precoce de casos (Alto>10%; Médio 5–9,9%; Baixo<5%) - e Operacional - Proporção de casos de
novos hanseníase com grau de incapacidade física avaliado no diagnóstico, indica a qualidade do
atendimento nos serviços de saúde (Bom>90%; Regular 75–89,9%;
Precário<75%).RESULTADOS: No período foram notificados 3.818 novos casos de hanseníase
no TO. Coeficiente de detecção de casos novos/100.000hab.: 2012=72,4; 2013=59,6; 2014=69,4; e
2015=57,49. Proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no momento do
diagnóstico: 2012=5,3; 2013=5,9; 2014=5,2; e 2015=6,2. Proporção de casos novos de hanseníase
com incapacidade física avaliada no diagnóstico dentre os casos novos: 2012=28,1; 2013=25,4;
2014=25,1; e 2015=30,5.DISCUSSÃO: Entre os anos de 2013-2015 a hanseníase evidenciou
redução e estabilização, mas a região é hiperendêmica. A efetividade das atividades de detecção
oportuna e/ou precoce de casos, mostrou tendência à estabilização, contudo de média efetividade.
A qualidade do atendimento nos serviços de saúde foi <75%, precária. CONCLUSÃO:O estudo
evidencia a necessidade de políticas públicas de saúde que viabilizem o diagnóstico precoce desta
patologia, para melhoria dos indicadores epidemiológicos.
49
USO DE COMORBIDADES CLÍNICAS PARA PREDIÇÃO DE RISCO DE ÓBITO EM
PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO, APÓS
TRATAMENTO TROMBOLÍTICO.
Nathália Meincke Dal-Ros; Gedeão Batista de Oliveira
INTRODUÇÃO: O índice de comorbidades de Charlson (CCI) é uma ferramenta preditiva de
prognóstico, para o AVC hemorrágico (h) e isquêmico (i), criada com intuito de avaliar a influência
das comorbidades em diferentes condições clínicas. O CCI já foi avaliado em estudos de coortes
em pacientes com AVCh e AVCi, mostrando associação com prognóstico de mortalidade e
incapacidade.Este estudo foi realizado no intuito de investigar a associação entre as
comorbidades avaliadas pelo CCI e o risco relativo de morte em pacientes com AVCi após
trombólise. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, realizado no Hospital Metropolitano Odilon
Behrens (HMOB), Belo Horizonte/MG. Foram incluídos pacientes com AVCi submetidos a
trombólise, no período de janeiro/2012 a outubro/2015. Os dados foram analisados no GraphPad
Prism 7.0. As variáveis quantitativas foram analisadas por meio de medidas de média. Variáveis
categóricas foram analisadas pelo teste qui-quadrado e expressas como risco relativo. Aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do HMOB sob parecer n° 1.646.078/2016.
RESULTADOS: Os resultados do CCI foram agrupados e classificados em grupos de risco, sendo:
1à 2 pontos=baixo (24,6%); 3 à 4 pontos=moderado (38,3%); e ≥5 pontos=alto (37,1%).Amostra
e risco relativo (RR) de morte um ano após AVCi, considerando a associação idade/comorbidades:
11% com CCI=1 e RR=1,45; 13,7% com CCI=2 e RR=2,10; 21,9% com CCI=3 e RR=3,04; 16,4%
com CCI=4 e RR=4,35; e 37% com CCI≥5 e RR=6,38. DISCUSSÃO: Estudo de coorte
empregando o CCI observou que a taxa de morte intra-hospitalar em pacientes com AVCi estava
relacionada com a idade mais avançada e o maior número de comorbidades, isto é, pontuação ≥
3 na escala resultou em maior taxa de mortalidade a curto prazo. Deste modo, é evidente a
gravidade dos casos de AVCi atendidos no HMOB, uma vez que a amostra se constituía
majoritariamente de ICC≥3, e consequentemente o RR de morte crescente, indica uma associação
entre essas duas medidas. Resultados de outra coorte empregando o CCI mostrou a existência
de correlação entre o maior número de comorbidades com piores resultados funcionais e o risco
aumentado de morte um ano após o AVC. CONCLUSÃO: O alto índice de comorbidades
associado a idade influenciam negativamente o risco de morte em pacientes que receberam
tratamento trombolítico após AVCi.
50
ANÁLISE CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL ISQUÊMICO TRATADOS COM ALTEPLASE
Nathália Meincke Dal-Ros; Gedeão Batista de Oliveira.
INTRODUÇÃO: Aproximadamente 15 milhões de pessoas serão acometidas por acidente vascular
cerebral a cada ano em todo o mundo, destas 33% desenvolverão uma incapacidade permanente,
enquanto aproximadamente 40% dos casos resultará em morte. Essa patologia é classificada como
a segunda doença mais letal para os indivíduos que ultrapassam 60 anos de idade, e a quinta entre
pessoas de 15-59 anos.Este estudo foi realizado no intuito de analisar o perfil clínico
epidemiológico de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e tratados com
alteplase, no Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HMOB), Belo Horizonte/MG.MÉTODOS:
Estudo de coorte retrospectivo, realizado no HMOB. Foram analisados prontuários de pacientes
com AVCi tratados com alteplase, de ambos os sexos, atendidos no período de janeiro de 2012 a
outubro de 2015. Os dados foram processados e analisados no programa GraphPad Prism 7.0. Este
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do HMOB sob parecer
nº 1.646.078/2016. RESULTADOS: Foram analisados 235 prontuários de pacientes com AVCi.
Destes, 162 não atenderam aos critérios de elegibilidade para o estudo, 01 evoluiu para AVC
hemorrágico e 73 atenderam aos critérios de elegibilidade do estudo, amostra da pesquisa. Análise
sociodemográfica: idade média 68,52 anos; sexo: 53,42% masculino e 46,58% feminino.
Comorbidades: 78,08% da população possuíam comorbidades, as mais prevalentes foram a doença
vascular periférica 64,38% e o diabetes 17,81%; e 20,55% não possuíam comorbidades.
DISCUSSÃO: A idade média dos pacientes de 68,5 anos, se relaciona com outros estudos, em que
a prevalência do AVC aumenta com a idade e mais de dois terços das internações ocorrem com 65
anos ou mais3. Relativo ao sexo, encontramos maior percentual de homens com AVCi, o que
também foi observado em outras pesquisas. O elevado índice de comorbidades (78,08%), é um
achado esperado, pois idosos geralmente apresentam aumento da prevalência de comorbidades
(como dislipidemia, hipertensão, diabetes) e consequentemente maior risco de eventos
cerebrovasculares e cardiovasculares. O estado pró-inflamatório decorrente das doenças
degenerativas e do processo de envelhecimento representam a principal causa de AVC, bem como
contribuem para o risco aumentado de complicações pós-AVC, tais como doenças
tromboembólicas, fibrilação atrial ou recidivas precoces. CONCLUSÃO:Entende-se que o
aumento do número de doenças cerebrovasculares, consideradas doenças crônicas não
transmissíveis, como o AVC, são esperáveis, uma vez que a expectativa de vida cresce
consideravelmente e o avanço da idade é o principal fator de risco não modificável. Porém, torna-
se fundamental a tomada de medidas urgentes de prevenção e controle dos demais fatores de risco,
os modificáveis, devendo ser realizado no âmbito da prevenção e promoção de saúde, com vistas à
diminuição do número de pessoas acometidas por AVC.
51
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE CÂNCER COLORRETAL NO ESTADO
DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2008 A 2017
LUCIANA MARIA FORTES MAGALHÃES CASTELO BRANCO COUTO; SOFIA NAIRA BARBOSA
FREITAS; LÍVIA MARIA ALCÂNTARA VASCONCELOS; GIDEON BATISTA VIANA JÚNIOR; KELLY
DAYSY MARQUES CABRAL;JÉSSICA SAMIA SILVA TORRES RIBEIRO.
INTRODUÇÃO: O câncer colorretal é a terceira neoplasia mais comum no Brasil e o Instituto
Nacional de Câncer (INCA) estima 36.360 novos casos em 2018. Fatores relacionados a etnia, dieta,
idade, uso de álcool e tabaco e condições como retocolite ulcerativa e doença de Crohn são
associados a etiopatogenia desse câncer. Devido à importância de detectá-lo precocemente, é
recomendada a realização de rastreamento na população acima de 50 anos pela Organização
Mundial de Saúde. Esse estudo objetivou determinar o perfil epidemiológico dos casos de cânceres
de colón e reto registrados no estado do Piauí no período de 2008 a 2017. MÉTODOS: Trata-se de
um estudo epidemiológico, transversal e descritivo. A base de dados utilizada foi o Sistema de
Informação de Agravos de Notificação. Foram verificadas as seguintes variáveis: casos por ano,
sexo, idade, raça, óbitos e taxa de mortalidade. Os dados foram consolidados e tabulados no
Microsoft Excel 2010. RESULTADOS: No período de 2008 a 2017, no Piauí, ocorreram 8369
casos de câncer colorretal. Destes, foram notificados 430 óbitos com taxa média de mortalidade em
5,48. Quanto à faixa etária, a maior incidência foi entre 60-69 anos (28,3%), seguida pela faixa
entre 50-59 anos (23,5%) e superior a 70 anos (19,9%). Em torno de 28,1% dos casos ocorreram
abaixo dos 50 anos. Quanto à raça, a parda foi maioria dos casos (92,5%) e o sexo feminino
prevaleceu (52,5%). DISCUSSÃO: Os dados verificados corroboram com o estudo de REGO et al.
(2012) realizado em Teresina-PI entre 1998 e 2008 no qual a maioria dos casos ocorreu na faixa
etária de 61 a 70 anos e 26,53% dos casos em pacientes com menos de 50 anos. Entretanto, foi visto
maior número de casos no sexo masculino, fato divergente desta pesquisa. A segunda faixa etária
com maior incidência foi a superior a 70 anos seguida da faixa entre 51-60 anos indo de encontro
ao verificado neste estudo. SAAD-HOSSNE et al. (2005) verificou maior número de casos no sexo
masculino e a idade média de 59 anos. Os dados encontrados quanto à maior ocorrência no sexo
feminino, no entanto, corroboram ao esperado pelo INCA em 2018. CONCLUSÃO: Os casos de
câncer colorretal no estado do Piauí atingem, sobretudo, mulheres, pardas entre 60 e 69 anos. É
necessário maior conhecimento do perfil epidemiológico do câncer colorretal com vistas à
elaboração de estratégias de saúde mais eficazes para rastreamento com detecção precoce de casos
visando a diminuição da mortalidade por essa neoplasia.
52
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO PIAUÍ NO
PERÍODO DE 2007 A 2017
LUCIANA MARIA FORTES MAGALHÃES CASTELO BRANCO COUTO; SOFIA NAIRA BARBOSA
FREITAS; GIDEON BATISTA VIANA JÚNIOR; LÍVIA MARIA ALCÂNTARA VASCONCELOS; JÉSSICA
SAMIA SILVA TORRES RIBEIRO.
INTRODUÇÃO: A sífilis é uma infecção sexualmente transmitida, curável e que via transmissão
vertical causa a Sífilis Congênita. Esta pode ser prevenida e sua ocorrência indica falha na
assistência pré-natal. Este estudo objetivou determinar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis
congênita registrados no estado do Piauí no período de 2007 a 2017. MÉTODOS: Trata-se de um
estudo epidemiológico, transversal e descritivo. A base de dados utilizada foi o Sistema de
Informação de Agravos de Notificação. Foram verificadas as seguintes variáveis: casos por ano,
escolaridade materna, realização do pré-natal, período do diagnóstico da sífilis materna e evolução
clínica. Os dados foram consolidados e tabulados no Microsoft Excel 2010. RESULTADOS: No
período de 2007 a 2017 foram registrados 1858 casos de sífilis congênita no Piauí, sendo a maior
incidência no ano de 2017 com 443 (23,8%) casos. Quanto à escolaridade materna, houve uma
maior prevalência em mães que cursaram até o ensino fundamental II com 537 (28,9%) casos. Cerca
de 1586 (85,3%) mães realizaram o pré-natal, 46,6% tiveram o diagnóstico durante a gestação e
33,1% foram diagnosticadas no momento do parto ou curetagem. Quanto à evolução, foram 1592
(85,6%) nascidos vivos e 42 (2,26%) óbitos pelo agravo notificado. DISCUSSÃO: Os dados
encontrados corroboram com o estudo de CAVALCANTE, PEREIRA e CASTRO (2017) realizado
entre 2007 e 2014 no qual a maioria das mães haviam feito o pré-natal (81,4%), os diagnósticos
foram feitos durante o pré-natal (48%) e no momento do parto ou curetagem (47,1%). Ademais, a
maioria (78,9%) foi classificado como nascido vivo e foram 2,5% de óbitos por sífilis congênita.
Entretanto, quanto à escolaridade, a maioria havia cursado o ensino médio completo ou incompleto
(48%) e houveram 204 casos. Isso vai de encontro ao visto neste estudo no qual a escolaridade
materna foi menor e o número de casos foi superior. Em ambos estudos é evidenciado a falha na
assistência pré-natal oferecida. CONCLUSÃO: Desse modo, o perfil epidemiológico da sífilis
congênita no Piauí entre 2007 e 2017 se caracterizou por crianças nascidas em 2017, filhas de mães
que cursaram até o ensino fundamental II e realizaram pré-natal. Os casos de sífilis materna foram
diagnosticados durante o pré-natal e a maioria das crianças foram classificadas como nascidos
vivos. Torna-se necessária a realização de um pré-natal de qualidade para que haja a identificação
e tratamento em tempo oportuno da sífilis congênita.
53
SÍNDROME DE FOURNIER: RELATO DE CASO
Hiago Bruno Cardoso Costa Fonseca; Sabrina Frazão Tolentino; Virgínia Ferreira Santana;
Yasmin Elora Lobato Lopes; Maurissather Abreu Nery.
INTRODUÇÃO: Relatada pela primeira vez em 1764, a Síndrome de Fournier – também
conhecida como Gangrena de Fournier – é uma infecção microbiana que pode evoluir para fasceíte
necrotizante. Desenvolve-se sob a pele, dissecando o tecido com necrose, podendo se tornar
sistêmica, caso o tratamento adequado não seja instituído rapidamente. Assim, o objetivo do relato
é abordar aspectos gerais da doença, melhorando o entendimento acerca da patologia. RELATO
DE CASO: E. C. S., 51 anos, masculino, casado, apresentando obstrução intestinal e febre
intermitente sem melhora ao uso de medicação há 07 dias, deu entrada no HPS João Lúcio com
quadro de necrose comprometendo da região escrotal a perianal, sendo levantada a hipótese
diagnóstica de Síndrome de Fournier. Antecedentes pessoais: Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) mal controlada. Ao exame físico: paciente encontrava-se em regular
estado geral, acianótico, anictérico, hidratado, afebril, eupneico (16 irpm), hemodinamicamente
normal e estável (PA: 140x80 mmHg). Tórax e abdome sem alterações dignas de nota. Gênito-
urinário: necrose em região perianal, odor fétido, crepitação de tecidos moles, com grande
hipersensibilidade na genitália. Diante do quadro, foi encaminhado ao tratamento para
desbridamento cirúrgico. A cultura do tecido desbridado, cresceu Pseudomonas aeruginosa. Iniciou-
se antibioticoterapia com sulbactam e ampicilina sódica associado a metronidazol via oral,
concomitante com curativos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O relato apresenta um quadro de
infecção necrotizante em região perineal – Síndrome de Fournier. O paciente é do sexo masculino,
o mais comumente acometido, na proporção de 10 para 1, com faixa etária média de 50 anos, com
topografias e apresentação clínica típica, ratificando para o diagnóstico. O tratamento cirúrgico
precoce tem por finalidade a remoção de tecidos desvitalizados e curativos diários. O conhecimento
acerca da patologia descrita é importante, pois apresenta taxa de mortalidade alta, em torno de 80%
dos casos, se não identificada e tratada precocemente. Em alguns casos, pode ser necessário
realização de cirurgias complexas como colostomia, penectomia, cirurgia plástica, dentre outras.
Por isso, é indispensável, o conhecimento da patologia, assim como o seu diagnóstico e tratamento
precoces, para melhora da sobrevida do paciente.
54
DISTONIA AGUDA INDUZIDA PELO USO DE BROMOPRIDA: RELATO DE CASO
Jéssica Nascimento Almeida; Cláudia de Oliveira Silva; Erlan Pércio Lopes Rufino
INTRODUÇÃO: A dopamina é um neurotransmissor monoaminérgico que possui receptores de
classes D1 e D2. Por não ser metabolizada no trato gastrointestinal, causa imobilidade intestinal e
redução do tono do esfíncter esofágico inferior. Logo, para inibição de receptores dopaminérgicos
usam-se medicamentos com efeitos antiemético e procinético. O efeito colateral mais grave desse
tipo de medicamento é a reação extrapiramidal e hiperprolactinemia, visto que os neurônios
hipotalâmicos dopaminérgicos localizam-se na hipófise, e nela, os receptores D2 bloqueiam a
secreção de prolactina. Destaca-se no caso seguinte a reação distônica aguda causada pelo uso de
Bromoprida, que raramente causa esse tipo de ação, por ligar- se fracamente ao receptor D2.
RELATO DO CASO: Paciente feminino, 15 anos de idade, deu entrada no serviço de pronto
atendimento com quadro de distonia cervical, persistindo seis horas após a entrada, associada a dor
local e discreta rigidez na nuca. Com hipótese incial de distúrbio neurovegetativo (DNV), o clínico
geral administrou Diazepam EV e analgésicos, sem melhora do quadro. Chamado neurologista para
avaliação, este descobriu, através de interrogatório complementar, que a mesma fez uso de
Bromoprida e Domperidona na emergência por conta de Refluxo Gastroesofágico no dia anterior,
com uso continuado em domicílio.Diante da hipótese de reação extrapiramidal pelo uso da
Bromoprida, Biperideno 2 mg VO foi administrado, com resolução do quadro em cinco minutos.
Teve alta sem queixas nos momentos seguintes.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Reações
extrapiramidais são mais comuns em crianças e adultos jovens e a probabilidade de aparecem
depende do medicamento, do organismo do paciente e da dose, entendendo-se que, ao ocorrer em
doses habituais, o que não é comum, pode haver inatividade da enzima hepática P450. Ocorre,
principalmente, opistótono, torcicolo, acatisia, parkinsonismo, discinesia tardia e até espasmo na
laringe, geralmente nas primeiras 72 horas após o uso do medicamento. Apesar da Bromoprida ter
menos relação com esses efeitos que a Metoclopramida há restrição de comércio nos EUA e alguns
países da Europa Os anticolinérgicos, como prometazina e biperideno, bloqueiam a acetilcolina e
aliviam os sintomas em pouco tempo. Para que esses efeitos dramáticos sejam evitados, são
necessárias criteriosas avaliações antes do uso dos antieméticos e procinéticos.
55
SÍNDROME CORTICO-BASAL, APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA - UM RELATO
DE CASO
Ozacy Moita Leal Junior; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Isabella de Fátima de
Moura Santos; Larissa Oliveira Almeida Sousa; Ana Luisa Gomes Carreiro Neiva; Gabriel
Medina Sobreira de Meneses; Kelson James Silva de Almeida.
INTRODUÇÃO: A degeneração corticobasal (CBD) é uma doença neurodegenerativa complexa,
cuja idade média de início dos sintomas é de 62 anos, com predomínio de acometimento do
hemisfério esquerdo. É considerada uma “tauopatia”, que em autópsia de pacientes com DCB, foi
observado atrofia cortical assimétrica, principalmente nas regiões frontoparietais, além de
degeneração nos gânglios da base e substância negra. Atualmente, os critérios para diagnóstico
clínico da DCB, identificam fenótipos, geralmente assimétricos, que caracterizam a síndrome
corticobasal (SCB). Estes são: rigidez dos membros, acinesia, distonias, mioclonias, apraxias,
déficit sensorial cortical e fenômenos de membros alienígenas. O tratamento instituído é
sintomático, baseado na levodopa. Estudos mostram que apenas cerca de 29% dos pacientes
possuem algum grau de resposta à levodopa, porém não houve casos de resposta plena ou duradoura.
RELATO DE CASO: Paciente de 52 anos, gênero masculino, pardo, casado, portador de
hipertensão arterial sistêmica (HAS), em uso de enalapril e atenolol. Em julho de 2009 sofreu um
AVE hemorrágico por ruptura de aneurisma em hemisfério esquerdo. O paciente foi encaminhado
para tratamento cirúrgico que ocorreu sem complicações. No pós-operatório sob administração de
hidantal; apresentou apenas medo e ansiedade nos 4 meses pós-intervenção. Em 2011 evoluiu com
déficit de memória e há 2 anos iniciou quadro de apraxia progressiva e incontinência urinária. Em
fevereiro de 2017 iniciou uso de clorpromazina e risperidona. Em maio do mesmo ano apresentou
bradicinesia, reflexos palmomentoniano, orbicular dos olhos, rigidez plástica, movimentação ocular
preservada apenas para cima. Sendo diagnosticado com degeneração cortico-basal. Como conduta
inicial foi realizada suspensão da risperidona e início de administração de PISA. Após 1 mês o
paciente retornou com melhora da fala e da apraxia motora, porém com aumento das manifestações
de parkinsonismo rígido. Em outubro de 2017 manteve o quadro clínico com piora da apraxia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao exame clínico do paciente percebe-se que o quadro clínico é o
de síndrome corticobasal. Porém alguns aspectos disferem da literatura, são eles: a doença
apresentou-se 17 anos antes do esperado, incontinência urinária importante e a perda da memória
episódica e semântica, além do fato de não haver relato de membro alienígena, um achado comum
da síndrome cortico-basal.
56
LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE B E
SUAS FORMAS DE TRANSMISSÃO NOTIFICADAS NO SINAN ENTRE 2007-2015 NO
NORDESTE
Raquel de Sousa Lima Rodrigues Leal; Carolina Portela Paz; Lais de Melo Rebelo; Angélica
Florinda Pacheco Barbosa de Sousa; Ellen Araújo Martins Maia; Lara Beatriz Pereira França;
Anielle Memória da Silva
INTRODUÇÃO: As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotropicos. O
vírus da hepatite B é um vírus DNA(HVB), que pertence à família Hepadnaviridae. O período de
incubação desse vírus é em torno de 30-180 dias, e os modos de transmissão ocorrem pelo sangue
(via parenteral, percutânea e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual). Essa doença cursa
de forma assintomática ou sintomática (até fulminante). Algumas pessoas desenvolvem a forma
crônica mantendo um processo inflamatório hepático por mais de 6 meses, em menores de 1 ano
chega a 90% e em adultos 5 a 10%. O objetivo desse trabalho é realizar levantamento
epidemiológico acerca dos casos confirmados de hepatite B e suas formas de transmissão
notificadas no sistema de informação de agravos de notificação entre 2007 a 2015 no Nordeste.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo epidemiológico retrospectivo, cuja fonte
de dados é o sistema DATASUS do Ministério da Saúde. Analisou-se os dados confirmados de
hepatite B notificados no sistema de informação de agravos de notificação entre 2007-2015 no
Nordeste. Os gráficos e tabelas foram confeccionados no Microsoft Office Excel 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na comparação entre os estados nordestinos analisados
observou-se que o estado do Maranhão possui o maior índice de hepatite b, principalmente devido
à precária instrução da população em relação à transmissão dessa doença. Além disso, o alto número
de casos ocorre devido à desatualização do calendário vacinal, uma vez que a vacina da hepatite b
é ministrada em três doses intervaladas e grande parte da população esquece de tomar as outras
doses ou, por falta de instrução, supõe que com apenas uma dose está imune. Percebeu-se que no
Piauí a forma de transmissão sexual teve 85 casos confirmados; transfusional, 5 casos confirmados;
drogas injetáveis, 1 caso confirmado; vertical, 7 casos confirmados; acidentes de trabalho, 1 caso
confirmado; domiciliar, 7 casos confirmados; tratamento cirurgico, 1 caso confirmado e tratamento
dentário, 7 casos confirmados. A forma de transmissão por hemodiálise não obteve nenhum caso
registrado. Além disso, observa-se que no Maranhão apresenta 681 casos; Ceará, 361 casos; Rio
Grande do Norte, 110 casos; Paraíba, 432 casos; Pernambuco, 273 casos; Alagoas, 254 casos;
Sergipe, 327 casos; Bahia, 2357 e, por fim, Piauí com 129 casos. CONCLUSÃO: Conclui-se que,
no estado do Piauí, a forma de transmissão sexual foi a que obteve o maior número de casos
confirmados de hepatite B notificados. Os estados do Rio Grande do Norte e Piauí obtiveram, ao
todo, menores quantidades numéricas de casos na região Nordeste, enquanto Bahia e Maranhão
obtiveram os maiores números de casos da região.
57
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE ÓBITOS POR CAUSAS EVITÁVEIS NO PIAUÍ, 2009 A
2015
Juliana Silva Nunes; Camyla Carvalho Almeida Pinto; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos;
Larissa Oliveira Lima; Marilia Julie Ramos Simão; Yasmin Olímpio Campos da Silva; Deuzuita
dos Santos Freitas Viana
INTRODUÇÃO: A mortalidade na infância é um importante marcador de situação de saúde. Por
isso, as taxas de mortalidade precisam ser acompanhadas e permitem o desenvolvimento de
prevenção à redução do risco de morte em menores de 5 anos. O objetivo do estudo foi realizar um
levantamento de informações com as variáveis sexo, faixa etária, causas evitáveis e local de
ocorrência no estado do Piauí, de 2009 a 2015. MÉTODOS: O estudo caracteriza-se como
quantitativo epidemiológico. Foram analisados dados sobre óbitos por causas evitáveis em menores
de 5 anos, de acordo com sexo, faixa etária, causas evitáveis e local de ocorrência no estado do
Piauí, de 2009 a 2015. Foram avaliadas informações do banco de dados DATASUS.
RESULTADOS: Foram analisados 6.406 óbitos no Piauí, sendo 3.516 do sexo masculino (55%) e
2.890 no sexo feminino (45%). Foram analisados 5.622 óbitos por causas evitáveis, sendo 3.206 de
0-6 dias (57%); 909 de 7-27 dias (12,2%) e 1.507 de 28-364 dias (30,8%). Foram analisados 4.377
óbitos, sendo 3.411 reduzíveis por atenção da gestação no parto (77,9%); 498 reduzíveis por ações
à promoção à saúde (11,4%) e 468 casos reduzíveis por ações no diagnóstico (10,7%). Foram
analisados 6.169 óbitos, sendo 5.587 casos no hospital (90,4%) e 582 no domicílio (9,6%).
DISCUSSÃO: O sexo masculino é o que apresenta a maior taxa de óbitos, pelo fato de que o sexo
masculino apresentar um amadurecimento pulmonar fetal mais tardio do que o sexo feminino. A
faixa etária mais acometida foi de a de 0-6 dias, estando relacionados com complicações da gravidez
e do parto. A maioria dos casos de óbitos relacionam-se com a atenção à gestação, parto e feto. Isso
relaciona-se com a limitada assistência pré-natal, que dificulta o diagnóstico precoce de alterações
fetais e placentárias e também aos poucos hospitais capazes de fornecer segurança aos recém-
nascidos e mães em casos graves. A maioria dos óbitos ocorrem no hospital. Isso deve-se à baixa
qualidade da assistência dada a gestante e ao neonato, o que torna clara a necessidade de
aprofundamento do cuidado do setor assistencial. CONCLUSÃO: O estudo epidemiológico foi
realizado com base nos anos de 2009 a 2015. E os resultados demonstraram que a maior taxa de
óbitos por causas evitáveis prevaleceu no sexo masculino, na faixa etária de 0- 6 dias, sendo que a
maioria relacionada com a deficiência na atenção pré-natal, intraparto e pós-natal, e também, que o
ambiente em que ocorreu a maioria desses óbitos foi o hospitalar.
58
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER NOS NÍVEIS
SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS
Iara Alves Coelho; Murilo Luiz Cerutti; Caroline Valente
INTRODUÇÃO: A acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa, ao qual se baseia
em estimular determinados pontos do corpo com agulha ou com calor como o laser, visando a
recuperação e promoção da saúde. A elaboração deste trabalho justifica-se pela convicção de que
estudos desta natureza contribuam com a compreensão dos mecanismos envolvidos com o cortisol
e metabolismo de lipídeos bem como na elaboração de protocolos eficazes no tratamento através
da acupuntura e laser. O objetivo foi verificar por meio da acupuntura e laser seriam capazes de
alterar as concentrações séricas de glicose, triglicerídeos, colesterol total, HDL-C, LDL-C e cortisol
após os pontos E36 (Zusanli) e EX2 (Yintang) estimulados nos ratos. MÉTODOS: O trabalho foi
aprovado pelo CEUA da FURB sob o protocolo nº 017/17, utilizando-se de 24 ratos machos,
adultos, da linhagem Wistar (Rattus norvegicus). Ficaram mantidos em ambiente com temperatura
controlada, tendo livre acesso à água e comida e para realização dos experimentos foram deixados
em jejum por 12h. Realizou-se os testes de glicose, CT, TG, HDL-C, LDL-C dos kits comerciais
da marca Bioclin® e Cortisol por quimioluminescência. Resultado: Observou-se que as
concentrações de cortisol aumentaram e as de HDL-C diminuíram mediante a técnica de laser em
relação grupo controle e acupuntura, mas sem modificações nas de glicose, CT e TG e LDL-C nos
grupo tratados com acupuntura e laser. DISCUSSÃO: Conforme a literatura, o laser de baixa
intensidade exerce efeitos fotoestimulantes promovendo alterações nas funções fotorreceptoras e
subsequentemente na sinalização e funções celulares. A hipótese às alterações observadas é que a
estimulação de histamina e serotonina, reações enzimáticas, síntese proteica, aumento do
crescimento e divisão celular são a base do efeito bioestimulante e do trofismo celular induzido por
parte da radiação à laser, proporcionando às células e tecidos, energia que intensifica, em todos os
níveis, o crescimento fisiológico normalizando as deficiências e equilibrando as concentrações dos
biomarcadores avaliados. CONCLUSÃO: O trabalho demonstra que o laser nos pontos aplicados
modula a produção de substancias liberadas durante os processos de dor e inflamação aliviando os
sintomas de estresse e aumentando as concentrações de HDL-C. Desta forma, sugere-se que uma
descrição mais detalhada seja necessária para fornecer subsídios para aprimorar a discussão do
efeito do laser na acupuntura como terapia alternativa.
59
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ACERCA DAS MAMOGRAFIAS REALIZADAS NO
ESTADO DO PIAUÍ, PELO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE, DE JULHO DE 2014 A
JUNHO DE 2015
João Santos Lima Almendra; Luísa Gomes Oliveira; Vitor Melo Rebelo; Ana Angélica Luz
Pereira; Thiago Santos Lima Almendra
INTRODUÇÃO: A mamografia constitui um dos pilares para a prevenção do câncer de mama. É
recomendada a todas as mulheres a partir de 40 anos como exame de rotina ou de diagnóstico,
através da identificação de nódulos e microcalcificações. Tendo em vista tal importância, o presente
estudo tem como objetivo analisar dados referentes a mamografias realizadas no Piauí, no período
de julho de 2014 a junho de 2015. MÉTODOS: Estudo epidemiológico descritivo com coleta de
dados do Sistema de Informação do Câncer de Mama (SISMAMA) e do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística(IBGE). RESULTADOS: No período analisado, no Piauí, foram realizados
25.407 mamografias pela rede pública, sendo 25.402(99,98%) no sexo feminino, 2(0,008%) no sexo
masculino e 3(0,012%) com dados inconsistentes. Do total de exames, 19.582 foram avaliados como
sem risco, 2.438 como risco elevado e 3.387 com informações inconclusivas. Em 21.936(86,34%)
deles não houve achados, em 3.232(12,72%), presença de nódulo e em 239(0,94%),
microcalcificações. As faixas etárias de 40-49 e 50-59 anos concentraram a maior parcela dos
achados, com 1.474(42,47%) e 1.266(36,47%) exames. A maioria dos exames de risco elevado
também foi verificada nessas faixas etárias - 877(35,97%) e 795(32,61%), respectivamente.
DISCUSSÃO: Na maior parte dos exames não houve achados, embora parcela significativa
apresentasse nódulos ou microcalcificações em uma das mamas. Houve aumento substancial no
número de achados entre 30-39 e 40-49 anos, sendo esta a que mais concentrou esses resultados.
Padrão semelhante foi observado em relação ao número de exames com avaliação de alto risco-
predominância da faixa de 40-49 anos, seguida da de 50-59 anos. Entretanto, o número de
mamografias em mulheres a partir de 40 anos foi baixo, considerando a população feminina
estimada dessa faixa etária no Piauí em 2015(535.185), segundo dados do IBGE. As mamografias
realizadas no sexo feminino representaram quase a totalidade e, as no sexo masculino, uma parcela
ínfima, apesar da possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama em homens.
CONCLUSÃO: No Piauí, entre julho de 2014 e junho de 2015, as mamografias realizadas pela
rede pública revelaram maior número de achados e maior risco para as mulheres entre 40-59 anos.
Contudo, o número de exames foi baixo, considerando a população feminina dessa faixa etária.
Além disso, o número de exames em homens foi bastante reduzido, apesar do câncer de mama
também poder se desenvolver nesse sexo.
60
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM TERAPIA HEMODIALÍTICA EM
UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DO MARANHÃO
ANDRESSA TAVARES RIBEIRO; SAMANTHA MARIA LIMA DE SOUSA; ANDRÉA BEATRICE SANTOS
DA SILVA; LUCIANO ANDRÉ ASSUNÇÃO BARROS
INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome complexa que consiste na perda
progressiva e lenta da capacidade excretória da função renal. Para o tratamento, os pacientes podem
depender de Terapia Renal Substitutiva, sendo a mais utilizada a hemodiálise. Porém, apesar dos
benefícios desta, que permite prolongar a vida dos indivíduos com DRC, as condições
desencadeadas pela doença e pelo próprio processo dialítico resultam em várias alterações
orgânicas, com complicações agudas e crônicas, e nutricionais, associando-se, também, a elevadas
taxas de hospitalização e mortalidade aumentada. Como objetivo, o presente trabalho visa
caracterizar o estado nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise em um Centro de Diálise
do Município de Caxias, Maranhão, por meio do Inquérito Alimentar de 24 horas, associando-o a
aspectos clínicos e bioquímicos. MÉTODOS: Após aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa,
foram avaliados 10 pacientes na faixa etária de 18 aos 65 anos. As variáveis bioquímicas, clínicas
e de exames laboratoriais foram obtidas por meio da análise de prontuários e comparadas aos
valores específicos para pacientes em hemodiálise. RESULTADOS: Prevaleceram indivíduos do
sexo masculino (90%), de idade média 54,4 anos (80% maiores de 50 anos). A comorbidade mais
associada foi a hipertensão arterial (30%). O consumo médio calórico (29,26kcal/kg/dia), de
proteínas totais (1,59g/kg/dia) e fósforo (906,19mg/dia) foi adequado a pacientes submetidos à
hemodiálise, compatível com um bom nível nutricional. No entanto, os valores de cálcio foram
abaixo dos recomendados (136,22mg/dia). A análise nutricional foi concordante com a bioquímica
observada, em que a média de fósforo sérico (5,61mg/L) e proteínas totais (69,87g/dL)
encontraram-se dentro da normalidade, contrastando com o déficit de cálcio (8,62mg/dL).
DISCUSSÃO: Acompanhamento nutricional é uma medida de importância na manutenção da
homeostasia do organismo, melhora dos sinais clínicos e sucesso da terapia hemodialítica, sendo
capaz de garantir evolução clínica mais favorável. Tais objetivos podem ser dificultados pelo baixo
nível socioeconômico daqueles acometidos, por falta de compreensão da necessidade de controle
alimentar. CONCLUSÃO: Como em outros estudos analisados, houve uma média de indivíduos
com bom estado nutricional, prevalecendo a hipertensão como comorbidade mais associada à DRC,
o que reforça a necessidade de avaliação do consumo alimentar e dos níveis pressóricos da
população.
61
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ANTROPOMÉTRICO DO PACIENTE
SUBMETIDO À TERAPIA HEMODIALÍTICA EM UM CENTRO DE DIÁLISE DE
CAXIAS-MA
ANDRESSA TAVARES RIBEIRO; SAMANTHA MARIA LIMA DE SOUSA; VANESSA MARIA COSTA
PEREIRA; LUCIANO ANDRÉ ASSUNÇÃO BARROS
INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome complexa que consiste na perda
progressiva e lenta da capacidade excretória da função renal. Para o tratamento, os pacientes podem
depender de Terapia Renal Substitutiva, sendo a mais utilizada a hemodiálise. A desnutrição é um
efeito frequente nos indivíduos em hemodiálise e se aponta como fator de tal quadro inúmeros
fatores como as alterações no metabolismo proteico e energético. Estudos mostram que a
antropometria tem sido o método de avaliação da composição corporal mais utilizado para a análise
do estado nutricional, permitindo a detecção de casos de subnutrição. OBJETIVO: O presente
trabalho tem como objetivo caracterizar o perfil antropométrico de uma amostra de pacientes
submetidos à hemodiálise em um Centro de Diálise do Município de Caxias, Maranhão, por meio
do de questionário socioeconômico e aferição de medidas antropométricas como peso e altura.
MÉTODOS: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade
Estadual do Maranhão. Foram avaliados 10 pacientes de uma amostra de 153 indivíduos na faixa
etária de 18 aos 65 anos. As variáveis bioquímicas e clínicas foram obtidas por meio da análise de
prontuários e as medias antropométricas com auxílio de balança e fita métrica. RESULTADOS:
90% dos pacientes são do sexo masculino; a faixa etária predominante foi dos 50-65 anos; 80% de
cor “morena”; 20% natural da cidade de Caxias, mas 70% dos entrevistados residente atualmente
na cidade; 70% casado; 50% com escolarização fundamental incompleta; 40% trabalhador rural;
50% iniciou a terapia entre 2010 e 2014; 62,5% dos pacientes eutróficos, com valor médio de IMC
de 22,875. DISCUSSÃO: Houve predominância de adultos do sexo masculino, “morenos”, que
residem na cidade onde fazem o tratamento; uma população predominantemente de baixo nível
socioeconômico, que pode interferir no entendimento e no assentimento da categoria terapêutica
dialítica; o índice de massa corpórea (IMC) próximo do limite da normalidade traz benefícios a esta
determinada população, pois a desnutrição relaciona-se fortemente à elevação dos casos de
morbimortalidade. CONCLUSÃO: No trabalho em questão, a maioria dos pacientes eram homens
ainda na idade adulta que possuíam nível educacional e socioeconômico baixo o que pode refletir
na adesão à terapia e à dieta necessária para boa saúde, ainda assim, observou-se que os indivíduos
estavam eutróficos refletindo uma nova situação, de mudança de hábitos alimentares.
62
NOTIFICAÇÕES DE CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO
MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Laís Mesquita Mororó Aragão; Luana Cristina Farias Castro; Paula Sabrina Martins Barros;
Juliana Fernandes Moreira; Maria Carolina Oliveira Azevedo; Luan Kelves Miranda de Souza
INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum,
transmitida principalmente pelo sexo, mas podem ocorrer transmissões por outras vias, como a
transplacentária. O presente estudo propõe analisar o perfil epidemiológico dos casos de Sífilis
gestacional (SG) e Sífilis congênita (SC) no município de Parnaíba-PI, no período de 2009 a 2014.
METODOLOGIA: Trata-se de um levantamento quantitativo e descritivo dos casos de SG e SC,
cujos dados foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e
disponibilizados pela Secretaria de Saúde de Parnaíba-PI. Para o perfil epidemiológico de SG e SC
foram considerados: faixa etária, classificação clínica da doença e parceiro tratado.
RESULTADOS: Foram notificados 50 casos de SG e 44 casos para SC. Diante do exposto,
verificou-se que houve aumento na prevalência de SG em 2014 (30%) e de SC em 2013 (38,63%).
Observou-se que tanto para SG quanto para SC, que a faixa etária das mães foi equiparada,
apresentando os maiores casos entre 20 a 34 anos. Quanto à classificação clínica das mulheres com
SG, 30% dos casos apresentaram sífilis primária, caracterizada por feridas indolores conhecida
como crancos, enquanto 4% dos casos apresentaram sífilis terciaria, classificada como estágio final
da doença. Em 32% dos casos de SG, as mulheres informaram que os parceiros foram tratados e em
14% não houve tratamento do parceiro. Para os casos de SC, apenas 44% dos parceiros realizaram
tratamento, e 53% não realizaram tratamento adequado. No que se refere realização do pré-natal
em mães com SC, 74% dos casos realizaram o pré-natal e apenas 10% não o realizaram.
DISCUSSÃO: Diante dos resultados, observou-se que a sífilis apresenta uma maior prevalência na
área estudada. Considerando que essa doença pode ser evitada através de práticas realizadas
rotineiramente na assistência pré-natal e que o diagnóstico precoce e o tratamento da gestante são
medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção desta doença, sua ocorrência
evidencia deficiência dos serviços de saúde. CONCLUSÃO: Diante do que foi exposto sobre o
perfil epidemiológico da SG e da SC no município de Parnaíba-PI, torna-se necessário a
implementação de programas educacionais que aperfeiçoem o conhecimento da população e do
grupo de risco a respeito da sífilis.
63
PADRÃO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO EM PACIENTES COM
MICROCEFALIA
José da cruz moura Campelo; Guilherme Antônio Silva Ribeiro; Jade de Brito Freire Monteiro
Alves; Lucas Levy Alves de Moraes; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Kelson James Silva de
Almeida
INTRODUÇÃO: O Vírus Zika(ZIKAV) é um flavivírus neurotrópico que tem como principal
transmissor o mosquito Aedes aegypty, e que cursa, nos casos mais severos, com comprometimento
do Sistema Nervoso Central, principalmente levando à Microcefalia. Nesses casos, um exame
fundamental é a Tomografia computadorizada(TC), cujos achados relacionados à microcefalia
congênita incluem: calcificações, distúrbio do córtex cerebral, ventriculomegalia, hipoplasia de
tronco cerebral, cerebelo, e corpo caloso. Dessa forma, o objetivo deste estudo é analisar pacientes
com microcefalia para definir prevalência de achados fonográficos sugestivos de infecção congênita
por ZIKAV. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter transversal, cujo
critério de inclusão foi o diagnóstico de microcefalia de acordo com a OMS, e o critério de exclusão
foi a ausência de registro de perímetro cefálico até 1 semana após o nascimento. Analisou-se o
padrão de TC apresentado e a sua compatibilidade com os achados de ZIKAV. RESULTADOS: A
amostra foi composta por 64 paciente. Desses, 9 (14%) possuíam microcefalia adquirida. Dentre os
55 restantes, 38 (59%) apresentaram achados tomográficos compatíveis com o ZIKAV. Sendo que,
dos pacientes com microcefalia congênita que não tiveram TC compatível com Zika, 4 (6%)
possuíam alguma condição genética, 4 (6%) apresentaram sorologia positiva para toxoplasmose
congênita, e 8 (12%) apresentavam sorologia positiva para outra infecção congênita que não zika
(como dengue, chikungunya, citomegalovírus, parvovirus b19). DISCUSSÂO: Observa-se que a
TC é importante elemento na determinação da etiologia da microcefalia. Da amostra total, 59% dos
prontuários utilizaram a TC e as análises morfológicas que lhe são intrínsecas para evidenciar a
relação entre a microcefalia e a infecção congênita por ZIKAV. O exame participa, por conseguinte,
da investigação causal e análise prognóstica. Em razão das mudanças na epidemiologia da
microcefalia provocadas pelo ZIKAV a neuroimagem torna-se fundamental para investigar a
morfologia do parênquima cerebral dos portadores. Entretanto, devido à inespecificidade das
características de imagem, a história clínica e a sorologia geralmente deve ser utilizada para o
estabelecimento do diagnóstico. CONCLUSÃO: Dessa forma, é possível analisar que a maioria
dos pacientes (59%) com microcefalia possuía padrões tomográficos compatíveis com infecção
congênita por Zika Vírus.
64
ATROFIA DE MÚLTIPLOS SISTEMAS: UM RELATO DE CASO
José da cruz moura Campelo; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Guilherme Antônio
Silva Ribeiro; Vinícius Araújo do Vale; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A atrofia de múltiplos sistemas (AMS) é uma doença neurológica progressiva,
rara, que pode cursar com manifestações cerebelares, piramidais, extrapiramidais e autonômicas de
diversas formas. A AMS tem uma prevalência de 3,4 a 4,9 casos por 100.000 habitantes, sendo mais
frequente entre aqueles com idade superior 60 anos, em ambos os sexos. Após o início dos sintomas,
a média de vida dos pacientes é de 6 a 10 anos. A causa da patologia é desconhecida, porém as
inclusão no citoplasma de alfa sinucleína nos oligodendrócitos caracterizam a doença. O
diagnóstico é feito por meio da análise dos critérios clínicos, radiológicos e patológico. No que se
refere ao diagnóstico por imagem, a ressonância magnética é de extrema importância pois revela
achados frequentes, como o sinal da cruz e a hiperintensidade em pedúnculo cerebelar médio visto
em T2. As manifestações autonômicas são necessárias para se chegar ao diagnóstico de AMS, sendo
os sintomas urinários e a hipotensão postural os achados mais comuns. RELATO DO CASO:
Paciente do sexo masculino, 59 anos, casado, procedente de Teresina – PI, referia que há 5 anos
iniciou quadro progressivo de desequilíbrio e lentidão da fala. Procurou serviço médico após um
ano, apresentando ao exame físico: síndrome cerebelar global, com dismetria e decomposição em
segmentos apendiculares, e segmento axial decomposto. Apresentou também, manifestações
parkinsonianas, caracterizadas por bradicinesia em membro superior direito (+++/4+) e esquerdo
(+/4+), e rigidez plástica mais acentuada a direita (3+/4+). Negava qualquer comorbidade. Foi feito
a hipótese de atrofia do múltiplo-sistema (AMS-C) como provável diagnóstico, sendo prescrito
Pramipexol. Uma Ressonância Nuclear Magnética de crânio ponderada em T2 demonstrou o sinal
da cruz, confirmando o diagnóstico de AMS-C. No seguimento do paciente em 2 anos, ele evoluiu
com queixas de engasgos frequentes e vertigem rotatória em posição ortostática. Além disso, ao
exame neurológico não houve melhora da bradicinesia e da rigidez plástica, esta última progredindo
para os membros inferiores. Foi aumentada a dose de Pramipexol e introduzido Prolopa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A AMS apresenta difícil diagnóstico, cujo sinais apresentados em
alguns casos se confundem com o Parkinsonismo atípico. O tratamento é feito principalmente com
medicamentos sintomáticos, devido à falta de drogas diretamente modificadoras do curso da
doença, já que sua fisiopatologia ainda não é bem esclarecida.
65
NEURODEGENERAÇÃO POR ACÚMULO CEREBRAL DE FERRO:UM RELATO DE
CASO
Larissa Clementino Leite de Sá Carvalho; José da cruz moura Campelo; Vitor de Deus da Rocha
Ribeiro Gonçalves; Guilherme Antônio Silva Ribeiro; Vinícius Araújo do Vale; Kelson James
Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: Os distúrbios neurodegenerativos com acúmulo de ferro cerebral (NBIA)
constituem um grupo clínico-genético heterogêneo de condições em que há neurodegeneração
acompanhada de níveis elevados de ferro cerebral. A NBIA é frequentemente de etiologia genética,
mas pode ser secundária a uma doença sistêmica ou neurológica adquirida. Apresentam
características de um distúrbio do movimento extrapiramidal, acompanhado de diferentes graus de
acometimento cognitivo e deposição anormal de ferro nos gânglios da base.Todas as formas de
NBIA são consideradas muito raras com menos de 1/1000000 pessoas afetadas. O diagnóstico de
NBIA é feito pela combinação de características clínicas juntamente a provas de RNM de crânio.
A mudança radiológica primária associada com NBIA decorre ao alto teor de ferro nos gânglios da
base, aparecendo como lesões hipointensas no globo pálido e na substância negra em T2 na RNM.
Objetivou-se relatar um caso com achados clínicos e radiológicos sugestivos de NBIA. RELATO
DO CASO: Paciente, masculino, 50 anos,portador de HAS e DM, sem antecedentes de etilismo e
tabagismo. Acompanhante informa que há 2 anos o paciente começou a repetir frases com
movimentos estereotipados de mostrar a mão esquerda. Deixou de trabalhar há 1 ano como
cabeleireiro e há 1 mês passou a andar sem roupa em público.Exame físico: durante o exame o
paciente interagiu pouco com o examinador e com o ambiente. Constatou-se presença de rigidez
plástica bilateralmente, pior à esquerda, presença de bradicinesia e distonia generalizada. Os
reflexos profundos em membros superiores encontravam-se assimétricos (E>D) com reflexo
cutâneo plantar em flexão bilateralmente. Em RNM de crânio, evidenciou-se hipossinal em globo
pálido bilateralmente na sequencia T2 e “sinal do panda” no mesencéfalo. Inicialmente as hipoteses
levantadas foram a Doença de Wilson, Demência Fronto-temporal e Neuroferritinopatia. Foram
solicitados exames, dentre eles cobre urinário de 24 horas e ceruloplasmina que descartaram o
diagnóstico de Doença de Wilson.A hipótese diagnóstica atual é NBIA e foi prescrito Escitalopram.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: As NBIA são considerados muito raros, tal relato evidencia os
sinais clínicos e radiológicos de um caso sugestivo desta condição. As intervenções farmacológicas
e cirúrgicas disponíveis visam o alivio dos sintomas clínicos e não a cura. A presença do sinal
radiologico do “panda” pode se manifestar em outros distúrbios extrapiramidais que não doença de
Wilson.
66
NEOPLASIA EM CABEÇA DE PÂNCREAS: UMA SÉRIE DE CASOS
Francisley Monte da Costa; Wanderson Mário Cavalcante Olímpio; Raquel da Conceição Santos
Nascimento; Francisco Robert Lemos da Fonseca; Germildes Bezerra Rocha; Josemar Rodrigues
Soares; Thiago Soares Gondim Medeiros
INTRODUÇÃO: A localização retroperitoneal do Pâncreas e a sua íntima relação com outras
estruturas e órgãos intra-abdominais dificultam o reconhecimento e tratamento de suas patologias,
em especial dos tumores pancreáticos, os quais estão entres os tumores gastrointestinais mais
agressivos e com menores índices de sobrevida. O adenocarcinoma de pâncreas é o tipo histológico
mais frequente (cerca de 90%), tendo uma maior incidência a partir da sexta década de vida e sendo
mais comum em homens e em negros com associação a fatores de risco como tabagismo, Diabetes
Mellitus e obesidade. As manifestações clínicas da neoplasia de pâncreas são variadas e dependem
da região do órgão acometida, por isso os sintomas geralmente são reconhecidos em estágios mais
avançados da doença, dificultando o seu tratamento. A cirurgia desempenha papel fundamental na
terapêutica dos tumores pancreáticos, já que é a única opção de cura definitiva desta patologia,
portanto é necessário o conhecimento das suas manifestações clínicas para que o diagnóstico seja
feito o mais precocemente possível e a intervenção cirúrgica tenha maiores chances de sucesso.
RELATO DE CASO: O presente estudo analisou a história clínica de dois pacientes do sexo
masculino, um com 47 anos (portador de Hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e com
história de tabagismo pregresso) e outro com 66 anos (sem hipertensão arterial ou DM e que nega
tabagismo e etilismo), ambos admitidos no serviço de cirurgia geral em Teresina-PI, com queixas
clínicas semelhantes de dor em hipocôndrio direito e em região epigástrica com irradiação para
dorso, associado a colúria, acolia fecal, icterícia e perda de peso importante. Prosseguiu-se a
investigação com a realização de exames de imagem, Ultrassonografia e Tomografia
computadorizada, que detectou em ambos os pacientes a presença de lesão expansiva em topografia
da cabeça do pâncreas, determinando dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas. Nos dois
casos a opção de tratamento adotada foi a excisão cirúrgica do tumor através da realização de uma
duodenopancreatectomia, também conhecida como procedimento de whipple.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do câncer de pâncreas apresentar uma incidência
relativamente baixa (cerca de 2 % dos cânceres no Brasil) o seu estudo é fundamental, já que a
doença apresenta alta mortalidade e o seu diagnóstico precoce aumenta as chances de sobrevida dos
pacientes submetidos a cirurgia, que é a opção terapêutica mais eficaz.
67
INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL EM ADULTO SECUNDÁRIA AO
ADENOCARCINOMA CECAL – RELATO DE CASO
Francisley Monte da Costa; Francisco Robert Lemos da Fonseca; Raquel da Conceição Santos
Nascimento; Beatriz Nogueira Maia Cavalcanti; Manoel Filipe Dias Nery; Josemar Rodrigues
Soares; Thiago Soares Gondim Medeiros
INTRODUÇÃO: A intussuscepção ou invaginação intestinal é uma condição em que um segmento
do intestino invagina‐se no segmento imediatamente seguinte. Esta condição pode ser classificada
de acordo com a sua localização e sua etiologia. Nos casos da etiologia, pode ser neoplásica, não-
neoplásica e idiopática. A intussuscepção é uma causa incomum de obstrução intestinal em adultos.
Cerca de 95% de todas as intussuscepções ocorrem em crianças. Nos adultos, entre 80 a 90% dos
casos, a causa é conhecida, sendo as neoplasias os principais fatores que levam a esta condição.
Logo, este trabalho tem por objetivo relatar um caso de intussuscepção ileocólica causada por um
adenocarcinoma de ceco. RELATO DE CASO: P.J.S, 85 anos, feminino, admitida com histórico
de vômitos, diarreia e dor abdominal difusa à palpação superficial há aproximadamente 10 dias. A
investigação diagnóstica através de exames de imagem, evidenciou nódulos em bases pulmonares,
nódulos hepáticos e espessamento de cólons transverso e ascendente na TC de abdômen superior;
além de lesão vegetante de ângulo hepático/cólon ascendente em vídeo colonoscopia. Optou-se por
uma laparotomia onde foi realizada colectomia direita e anastomose ileocólica, que ocorreu sem
intercorrências, com anatomopatológico evidenciando adenocarcinoma moderadamente
diferenciado em região de ceco. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A intussuscepção é rara em adultos
e acomete o intestino grosso em menos de 10% dos casos. Quase sempre possui uma causa
subjacente, particularmente um pólipo ou um tumor maligno. Uma característica incomum do caso
apresentado é a causa da intussuscepção ileocólica que foi um adenocarcinoma do ceco. O
adenocarcinoma é um tumor que pode afetar vários órgãos do corpo humano: pulmões, intestinos,
pâncreas, fígado, colo do útero, mama, esôfago, estômago, próstata, vesícula biliar. Além disso,
são, normalmente, um tipo de câncer de agressividade elevada. Sintomas de intussuscepção no
adulto, diferentemente da criança, são inespecíficos e crônicos, sugerem obstrução intestinal:
náuseas, vômitos, dores abdominais. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames
complementares, ou por laparotomia exploradora quando na vigência de obstrução. Ao contrário do
que acontece em pediatria, e dada a natureza maligna da lesão, a ressecção primária sem esforço de
redução é o tratamento de escolha em adultos, seguindo, assim, os preceitos da cirurgia oncológica.
68
A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM
ATIVA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ.
Cássy Geovanna Ferreira Moura; Ana Rachel de Oliveira Andrade; Juliana Fernandes Moreira;
Laís Mesquita Mororó Aragão; Maria Carolina Oliveira Azevedo; Rebeca Coêlho
Linhares;Vanessa Meneses de Brito Campelo
INTRODUÇÃO: Em resposta à rápida evolução da educação em saúde, as escolas médicas estão
incorporando as metodologias ativas em sua grade curricular. Dentre tais métodos, destaca-se a
gamificação – pautada no lúdico e na interação entre os jogadores. A utilização de jogos no processo
de ensino-aprendizagem, tem despertado a atenção de docentes e acadêmicos, considerando seu
foco na qualificação do conhecimento. Ademias, possuem um papel imprescindível na educação
em saúde, principalmente para crianças que vivem à margem da sociedade e necessitam de incentivo
a aprendizagem. O presente estudo objetiva a promoção de saúde, por meio da gamificação, assim
como o empoderamento dos escolares. MÉTODOS: Uma pesquisa exploratória e descritiva foi
conduzida, com uma abordagem qualitativa e quantitativa. Crianças, de 7 a 12 anos, matriculadas
em uma escola pública de Parnaíba – Piauí, foram selecionadas para participar do jogo. O protótipo
foi desenvolvido por acadêmicos de medicina da Liga de Pediatria (LAPED) da FAHESP/IESVAP.
Contém um tabuleiro iconográfico, que consiste de 65 casas e 86 cartas pautadas no conhecimento
aplicado das áreas de imunologia, parasitologia e microbiologia – com questionamentos e situações
problemas adequados para a faixa etária selecionada. Em dezembro de 2017, foi aplicado um estudo
piloto; 24 crianças foram aleatoriamente selecionadas e divididas em 4 partidas. A duração média
de cada partida foi 35,02 minutos. RESULTADOS: Houve uma grande discrepância entre os alunos
com 7 anos – inibidos –, e 12 anos – não demonstraram nenhum interesse no jogo, apenas o desejo
de ganhar a partida. Contudo, crianças entre 8 e 11 anos encontravam-se mais engajadas, uma vez
que respondiam mais questionamentos, além de possuírem conhecimentos prévios mais
consolidados. As regras e estratégias de jogo foram amplamente compreendidas. 37,5% dos
escolares não apresentaram conhecimentos prévios. 66% das crianças tiveram afinidade com o jogo.
DISCUSSÃO: O uso da gamificação mostrou-se efetivo na educação em saúde, uma vez que houve
uma ampliação de conhecimentos após a partida. Observou-se, ainda, que a apresentação de fatores
etiológicos foi de suma importância, pois estimulou o autocuidado dos escolares. CONCLUSÃO:
A metodologia de ensino influencia diretamente no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma,
os acadêmicos observaram a importância da inclusão de aprendizado baseado na interação, a fim
de desenvolver atitudes de autonomia e autopercepção.
69
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL
NO PERÍODO DE 2006 A 2015
Leandra Rúbia Oliveira Moreira; Ana Angélica Luz Pereira; Luísa Gomes Oliveira; Gabriela
Soares Milanez; Geovane Bruno Oliveira Moreira; Liana Nara Oliveira Moreira
INTRODUÇÃO: A hanseníase caracteriza-se pelo comprometimento dermato-neurológico
causado pelo Mycobacterium leprae, um bacilo de incubação longa e baixa patogenicidade, visto
que a maioria da população é naturalmente resistente. A classificação operacional subdivide a
doença a partir do número de lesões cutâneas em paucibacilar (até 5 lesões) e multibacilar (mais de
5). O objetivo deste trabalho é estabelecer e comparar os aspectos epidemiológicos da hanseníase
no Piauí e no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de estudo epidemiológico retrospectivo, com dados
coletados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN, da plataforma
DATASUS. Analisou-se os anos de 2006 a 2015 e as variáveis consideradas foram: sexo, idade,
classificação operacional e evolução dos casos. RESULTADOS: No período analisado, 361.383
casos de hanseníase foram registrados no país, sendo 12.946 no Piauí. A taxa de incidência
brasileira caiu durante todos os anos em estudo, atingindo 14,07 casos/100.000 habitantes em 2015
(queda de 40,07%), ao passo que os índices piauienses se mostraram mais elevados, embora também
decrescentes, até 31,59 casos/100.000 habitantes em 2015. A maioria acometida foi do sexo
masculino, representando 52,08% e 55,36% dos pacientes no Piauí e no Brasil, respectivamente. A
faixa etária de 20 a 69 anos abrange a maior parte dos doentes (76,77% no Piauí e 79,48% no
Brasil). A forma multibacilar predominou, com 52,08% dos casos no Piauí e 59,91% no Brasil, e a
cura deu-se em cerca de 78% dos casos nos dois territórios. DISCUSSÃO: No Brasil, existem altas
taxas de incidência de hanseníase e predomínio da forma multibacilar, mais grave, uma vez que,
embora haja um componente de resistência inata, as condições socioeconômicas desfavoráveis e o
serviço de saúde precário influem na evolução da doença, como no caso do Piauí. A hanseníase
raramente ocorre em crianças, devido ao longo período de incubação, podendo chegar a 10 anos,
aliando-se ao fato de que a população em idade ativa apresenta dificuldades de seguir o prolongado
esquema de tratamento e está mais exposta aos fatores de risco descritos. CONCLUSÃO: Os casos
de hanseníase prevalecem nos homens em idade economicamente ativa, predominando a forma
multibacilar. A maioria dos pacientes analisados evoluiu com a cura da doença, e a taxa de
ocorrência de novos casos no Piauí e na média nacional encontra-se em queda, mas ainda são
necessárias medidas para assegurar o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo.
70
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL: RELATO DE CASO
Liza Maria Sampaio de Brito; Viny Sampaio de Brito; Valéria Maria Caland Morais; André
Cronemberger Pires Aragão; Thiago Melo Diniz.
INTRODUÇÃO: Mazur e Clark cunharam o termo “Tumor Estromal Gastrointestinal” (GIST) para
indicar um grupo distinto de sarcomas. Apesar de serem os tumores mesenquimais mais comuns,
representam apenas 1 a 3% de todas as malignidades do trato gastrointestinal (TGI). A maioria dos
GIST resulta da ativação oncogênica do receptor Kit t irosina-quinase ou de seu homólogo, o
receptor alfa do fator de crescimento derivado de plaqueta (PDGFRa). O GIST ocorre em
praticamente todo o tubo digestório, com incidência de 10 a 20 casos/milhão de habitantes. A
localização mais frequente é no estômago com cerca de 60% dos casos, seguido pelo intestino
delgado (30%), cólon e reto (5%) e esôfago (5%). RELATO DE CASO: MRS, 79 anos, feminino,
natural de União-PI, sem comorbidades. Apresentou hematêmese e após tratamento de urgência foi
submetida à endoscopia digestiva alta que indicou lesão arredondada de 5 cm, pediculada, com
úlceras recobertas por fibrina e pontos de necrose em sua superfície, endurecida. À ecoendoscopia
foi indicada lesão hipoecóica, heterogênea, comprometendo até a serosa do estômago, medindo até
4,5 cm de profundidade. A tomografia computadorizada de abdome mostrou lesão expansiva com
densidade de partes moles e realce após contraste, em íntimo contato com a parede da grande
curvatura gástrica, dimensões de 6,9x5,1x4,6 cm, fígado de volume aumentado, densidade
homogênea e coeficiente de atenuação normal. Foi realizada gastrotomia anterior, vista lesão
tumoral ulcerada de 5 cm ocupando toda espessura de parede gástrica posterior, abaulando serosa,
sem extensão para outros órgãos e sem outros achados ao inventário. Ressecada lesão com margens
livres de 1 cm, síntese gástrica contínua com prolene 3-0. Após alta médica em 7º DPO, retornou
em 26º DPO, sem queixas específicas, exame físico normal, ferida operatória cicatrizada, sem
flogose. Anatomopatológico: neoplasia mesenquimal fusocelular, 4,6x3,9cm nos maiores eixos,
índice mitótico 3/50CGA, necrose em 15%, margens cirúrgicas livres, compatível com tumor
estromal gastrointestinal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O conhecimento desta entidade torna-se
importante, pois apesar de raro é o mais comum tumor mesenquimal do TGI. Ademais, a pesquisa
da expressão do Kit no tecido tumoral se tornou crítica para diagnóstico diferencial de tumores
mesenquimais do TGI, sendo marcador sensível e específico neste contexto, estabelecendo,
associado a critérios histológicos específicos, o diagnóstico de GIST.
71
ERITEMA NODOSO NECROTIZANTE: RELATO DE CASO
Liza Maria Sampaio de Brito; Valéria Maria Caland Morais; Luiza de Sá Urtiga Santos; Lívia
Rodrigues Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Athana de Oliveira Cavalcante; Ana
Lúcia França da Costa
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença crônica cujo agente etiológico é o Mycobacterium
leprae, um bacilo álcool-ácido resistente que apresenta alta infectividade, porém baixa
patogenicidade. Os surtos reacionais representam episódios inflamatórios que se intercalam no
curso crônico da hanseníase e devem ser prontamente diagnosticados e tratados. Os tipos de reação
mais importantes são a reação reversa ou reação do tipo 1 e a reação do tipo 2 ou eritema nodoso
da hanseníase (ENH). As reações seguem-se a fatores desencadeantes, tais como: infecções
intercorrentes, vacinação, gravidez e puerpério, medicamentos iodados, estresse físico e emocional.
Observa-se a reação do tipo 2 ou ENH nas formas virchowianas e dimorfas em geral, após seis
meses de tratamento. Na pele, a lesão típica é o eritema nodoso (ENH) que se caracteriza por lesões
eritematosas, dolorosas, de tamanhos variados incluindo pápulas e nódulos localizados em qualquer
região da pele. Ainda na pele, descreveu-se o eritema nodoso necrotizante e o eritema polimorfo.
O tipo necrotizante é grave, podendo evoluir com êxito letal. RELATO DE CASO: Paciente do
sexo feminino, 52 anos, parda, separada, natural e procedente de Codó no Maranhão. Evoluiu com
bolhas de conteúdo purulento no dorso da mão direita com disseminação das lesões para os
membros superiores e inferiores, que logo ulceraram. Apresentou febre e perda ponderal de quase
10 kg. A paciente havia realizado tratamento incompleto para hanseníase multibacilar iniciando em
junho de 2014, tendo evoluído com nefropatia aguda em julho de 2015. Foi transferida para serviço
terciário, sendo mantida com reposição hidroeletrolítica, cuidados de curativos nas áreas ulceradas
e oxacilina 2g de 4 em 4 horas. Foi realizada biópsia e anatomopatológico evidenciou eritema
nodoso. Foi instituída terapêutica com Talidomida 300mg e reinício da poliquimioterapia
multibacilar, com melhora do quadro clínico e cicatrização paulatina das lesões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O ENH é considerado importante causa de morbidade em meio aos
pacientes com hanseníase, e, sem pronta assistência médica, pode ocasionar danos neurais,
paralisias e deformidades. Atualmente, os episódios de ENH estão entre as principais causas de
hospitalização desses pacientes em muitas regiões endêmicas brasileiras. Dessa forma, é importante
a detecção desses casos e seu tratamento precoce a fim de diminuir as complicações decorrentes.
72
FEOCROMOCITOMA BILATERAL: UM RELATO DE CASO
Maria Carolina Silva Meireles Feirreira; Iara Santos Silva; Liliana Silva Lopes Martins Santiago;
João Medeiros Tavares Neto; Matheus Silva Meireles Ferreira; Aurus Dourado Meneses
INTRODUÇÃO: O feocromocitoma é uma neoplasia rara das células cromafins, encontrada em
90% dos casos na medula adrenal, com incidência semelhante em ambos os sexos e predomínio dos
30 aos 50 anos. Em sua maioria, são benignos e únicos, todavia, 32% dos feocromocitomas são
tumores bilaterais, tendendo a aparecer em idades precoces, principalmente quando há caráter
familiar (cerca de 10% a 15%). Essas características são mais frequentemente associadas à
neoplasia endócrina múltipla (NEM) tipo 2a e 2b. Suas manifestações clínicas podem ser
paroxísticas ou crônicas e incluem a tríade clássica cefaleia, sudorese intensa e palpitações, além
de sintomas como ansiedade, dispneia, hipertensão, palidez, tremor e taquicardia. O diagnóstico
pode ser feito com testes de triagem como a dosagem de catecolaminas e metanefrinas na ur ina de
24 horas ou no plasma, além de exames de imagem como TC e RNM de abdome para localização
e auxilio no tratamento cirúrgico do tumor. O tratamento consiste na ressecção cirúrgica
(adrenalectomia) completa do feocromocitoma. RELATO DO CASO: P.L.D.S.C, masculino, 22
anos, comparece ao ambulatório de endocrinologia com queixa de taquicardia e sudorese excessiva.
O paciente apresentava histórico de tireoidectomia total devido carcinoma medular de tireóide há 2
anos, encontrava-se em uso de levotiroxina 125mcg/dia. Diante da clínica, foram solicitados exames
como catecolaminas e metanefrinas urinárias, além de RNM de abdome. As metanefrinas urinárias
totais apresentavam-se bem elevadas (2202) e a RNM apresentava lesões com hipersinal em T2 em
adrenais medindo 3,6 cm à direita e 1,0 cm à esquerda sugestivas de feocromocitoma. Devido a tais
achados, a adrenalectomia à direita foi realizada, com biópsia comprovando o diagnóstico suspeito.
Três meses após a cirurgia, paciente comparece ao ambulatório de urologia com exames ainda
alterados: metanefrinas de 939, bem elevadas e RNM de abdome com aumento de lesão na adrenal
esquerda (de 1 para 2 cm). A adrenalectomia à esquerda foi então realizada. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: A relevância deste trabalho está no fato de tratar-se de doença rara que pode manifestar-
se clinicamente com cefaleia, sudorese intensa, palpitações, hipertensão, palidez, tremor, etc e vir
associada a outras neoplasias ou síndromes, como foi exposto neste relato, sendo necessária uma
investigação complementar (exame de imagem) quando diagnosticada. O tratamento, como
exposto, consiste na adrenalectomia completa do feocromocitoma.
73
ANÁLISE DOS RESULTADOS DE TESTES DE BACILOSCOPIA DE ESCARRO PARA
DIAGNÓSTICO E PARA ACOMPANHAMENTO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO
PIAUÍ E NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI ENTRE 2014 E 2016
ISAQUE LANND CARVALHO BEZERRA BONFIM; JESSYK MARIA LOPES NUNES; MARCOS EDUARDO
VASCONCELOS; RAFAEL XAVIER DE MOURA; ANTONINO NETO COELHO MOITA.
INTRODUÇÃO: No Brasil, a baciloscopia é obrigatória para tuberculose pulmonar pois identifica
a maioria dos casos bacilíferos que são fontes importantes de transmissão além de ser um método
simples e de baixo custo. O conhecimento sobre a incidência da doença é de suma importância para
o estabelecimento de políticas públicas locais e efetivas. OBJETIVO: Analisar resultados de testes
de baciloscopia de escarro para diagnóstico e para controle da tuberculose do estado do Piauí e do
município Parnaíba-PI. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica que, em relação o
estado do Piauí, foi feita a partir de dados de 2014 a 2016 do Departamento de Informática do SUS
(DATASUS). Em relação à Parnaíba-PI, foram analisadas baciloscopias de janeiro de 2014 a
dezembro de 2016 do Laboratório de Saúde Pública da cidade. As amostras coletadas no local
proveem de encaminhamentos locais, estaduais e de instituições privadas. RESULTADOS:
Segundo DATASUS, no Piauí constam 2097 baciloscopias positivas e 900 exames referentes ao
controle do tratamento (2º e 4º mês). Deste total, 147 apresentaram-se positivos e 753 negativos. A
faixa etária mais atingidas em todos os anos foi de 40 a 59 anos e o sexo mais acometido foi o
masculino. Avaliando a amostra total de Parnaíba-PI (2057 para diagnóstico e 490 para controle do
tratamento), os resultados positivos para diagnóstico foram 379 e para o controle do tratamento 62.
Registrou-se maior incidência em no sexo masculino. A faixa etária mais atingida nos anos 2014 e
2015 foi de 20 a 40 anos. Já em 2016 foi 60 anos ou mais. DISCUSSÃO: A nível estadual, 16,3%
das baciloscopias para controle de tratamento ainda se mantém positivas. Parnaíba apresenta
porcentagem menor (12,7%), mas ainda significativa. É indicado que exame de controle seja
realizado, pelo menos, ao final do 2º,4º e 6º mês de tratamento. A faixa etária mais atingida nos
anos de 2014 e 2015 é de 20 a 40 anos e já em 2016, 60 anos ou mais. A nível municipal pode-se
inferir: maior exposição ao bacilo pela faixa etária de 60 anos ou mais; mais informação em saúde
e consequente mais prevenção e tratamento à faixa etária anterior. CONCLUSÃO: A análise dos
de Parnaíba-PI demonstram um perfil epidemiológico diferente do estadual. Dessa forma, é
importante o estabelecimento de ações direcionadas às necessidades particulares do munic ípio.
Percebe-se que a tuberculose pulmonar continua sendo um sério problema de saúde pública
demandando atenção e vigília pelos órgãos gestores.
74
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS COM MENINGITE EM
UM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA DE TERESINA-PIAUÍ
Débora Dias Cabral; Ana Luiza Ribeiro Barroso Maia; Vitória Pimentel Martins Félix; Mariana
Morais Rebelo; Maria Augusta Rocha Dias; Marina Silva Camarço Lima; Noélia Maria de Sousa
Leal
INTRODUÇÃO: A meningite é uma patologia que tem como característica o processo inflamatório
do espaço subaracnóideo e das meninges. Os principais agentes etiológicos da doença são bactérias
e vírus. A meningite possui grande relevância social devido ao seu elevado índice de mortalidade.
O presente estudo teve como objetivo geral traçar o perfil epidemiológico dos pacientes acometidos
pela meningite e internados em um hospital de referência de Teresina-PI. Além disso tem-se como
objetivos secundários identificar a taxa de mortalidade, a média de permanência hospitalar e o valor
médio gasto com as internações, bem como comparar os dados locais com os dados nacionais.
MÉTODOS: O estudo caracteriza-se como epidemiológico retrospectivo quantitativo, cuja fonte
de dados é o Sistema DataSUS, através dos dados secundários do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS) em um hospital de referência de Teresina - PI entre os anos de
2012 e 2017. RESULTADOS: Foram notificadas 721 internações de pacientes acometidos pela
meningite, destes apenas 7 foram por causas bacterianas, e o restante por causas virais. Houve
predomínio do sexo masculino (58,9%) em relação ao feminino (41,1%). Quanto a faixa etária, os
dados mostram prevalência entre 1 a 9 anos (33%), seguido da faixa de 20 a 39 anos (24,2%). A
taxa de mortalidade foi de 2,91%, sendo maior no sexo feminino (3,72%). O valor médio gasto por
internação foi de R$1.099,41, com uma média de permanência de 10,8 dias. DISCUSSÃO: Os
resultados acerca da faixa etária mostram uma incidência de 33% dos casos entre 1 e 9 anos seguido
da faixa de 20 a 39 anos (24,2%). Quanto ao sexo, também no Brasil há um predomínio do sexo
masculino, porém, com relação aos óbitos, o predomínio é do sexo feminino. A nível nacional, no
ano de 2017 houve uma diminuição de aproximadamente 87% quanto ao número de internações, se
comparado com o ano de 2012. Além disso, ainda em relação ao Brasil, no período de 2012 a 2017,
tanto a taxa de mortalidade (6,25%) como o valor por internação (R$1.604,47) foram superiores
aos valores locais. CONCLUSÃO: Esse estudo permite concluir que as crianças de 1 a 9 anos são
as mais acometidas pela meningite e o sexo mais afetado é o masculino. Os vírus são os maiores
responsáveis pelo maior número de internação. Além disso, os dados locais quanto ao valor médio
gasto e a média de permanência foram satisfatórios comparado à média nacional.
75
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO SUICÍDIO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
ENTRE 2011 E 2015
GABRIELA BORGES CARVALHO; JADE DE BRITO FREIRE MONTEIRO ALVES; NAYLANA BANGOIM
CASTELO BRANCO DE ARAÚJO; VANESSA FERREIRA BALDOINO; LUNA GIOVANNA DE CARVALHO
VENEZA NASCIMENTO; LAURIMARY CAMINHA VELOSO
INTRODUÇÃO: O suicídio é considerado um problema de saúde pública presente em todas as
sociedades. No mundo, há cerca de 800 mil mortes por ano devido a lesões autoprovocadas
voluntariamente. O índice mundial se elevou em 60% em 45 anos. No Brasil, houve um aumento
de 133,5% entre 1998 e 2008, destacando a região nordeste, visto que tais índices mais que
duplicaram, com aumento de 109%, saltando de 1049 para 2109 no mesmo período. O suicídio pode
ser definido como um ato voluntário, efetuado pelo próprio indivíduo com a intenção de extinguir
a própria vida, utilizando-se de meios supostamente letais, de maneira consciente e intencional.
Tendo isso em vista, é necessário realizar ações no âmbito de reduzir e evitar tais acontecimentos
que constituem um problema global. OBJETIVO: Analisar epidemiologicamente os índices de
suicídio na região nordeste entre 2011 e 2015. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo
sobre taxas de mortalidade por suicídio encontradas no nordeste do Brasil entre 2011 e 2015. Os
dados foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O programa TabWin do
DATASUS/Ministério da Saúde foi utilizado para analisar os dados, segundo as variáveis: gênero,
idade, estado civil, nível educacional, raça. Resultados: De acordo com os dados obtidos, observou-
se que os índices de suicídio foram maiores em indivíduos da raça parda com 69,3%, sexo masculino
com 79,5%, estado civil solteiro apresentando 52,62%, escolaridade ignorada 26,78% e faixa etária
de 20 a 29 anos com 22,62%. DISCUSSÃO: O suicídio é maior entre homens devido aos meios
utilizados serem mais letais, como armas de fogo e enforcamento. A raça parda destaca-se por maior
parte da população nordestina se autodeclarar parda e pelas condições socioeconômicas
desfavoráveis. Entre os jovens, as taxas estão associadas aos fatores: desemprego, drogas e
sofrimento psíquico. A escolaridade ignorada relaciona-se a um baixo nível socioeconômico e de
interação social. Os solteiros, por não terem laços amorosos são mais suscetíveis aos abalos
emocionais e à ideia suicida. CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico do suicídio no nordeste
brasileiro é composto por homens, da raça parda, estado civil solteiro, idade entre 20 a 29 anos.
Observa-se, ainda, a necessidade da população conhecer melhor sobre as questões que levam ao ato
de suicídio, objetivando realizar intervenções necessárias com suas vítimas e familiares.
76
ESTADO EPILÉPTICO MOTOR PARCIAL SEM COMPONENTE DISTÔNICO COMO
APRESENTAÇÃO DA ENCEFALITE ANTI-RECEPTOR NMDA
Jade de Brito Freire Monteiro Alves; Ozacy Moita Leal Júnior; Ítalo Araújo Rios Brandão; Maria
Clara Luz Ferreira; Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A encefalite antirreceptor NMDA é uma doença autoimune associada à resposta
humoral a tumores gonadais que causam alterações psiquiátricas e motoras polimórficas. Ocorre
pela ativação do sistema complemento por anticorpos IgG1 e IgG3, que em altos títulos no sangue
podem cruzar a barreira hematoencefálica, alcançando o parênquima cerebral. O quadro clínico
divide-se em 4 fases: prodrômica, psicótica (manifestações emocionais e cognitivas), negativista
(mutismo, acinesia, distonias), hipercinética (discinesias orofaciais e endócrinas, convulsões). O
diagnóstico é baseado na detecção de anticorpos anti-NMDA através de biópsia cerebral, estudos
de imagem e EEG. O tratamento é firmado na ressecção do tumor, plasmaférese ou gamaglobulina
e uso metilpredinisolona; para não responsivos, rituximabe e ciclofosfamida. RELATO DO
CASO: Paciente do sexo feminino, previamente saudável, 8 anos, natural de Teresina-PI,
apresentou perda de força há 15 dias, sem maiores queixas. Foi internada no Hospital de Urgência
apresentando crises motoras clônicas focais no membro inferior direito, sem componentes clínicos
distônicos. Iniciou-se anticonvulsivante (fenobarbital) e suporte clínico. Realizou-se exames de
imagem cerebral e eletroencefalograma (EEG). Não houve alterações na ressonância magnética.
Após o controle das crises, recebeu alta. O EEG mostrou ausência de ritmo posterior sem padrão
periódico. Uma semana após avaliação, internou-se referindo medo contínuo. Observou-se olhar de
pânico com automatismos orais e postura distônica na mão direita, além de movimentos
estereotipados no membro inferior esquerdo. Suspeitou-se de estado epiléptico não convulsivo e
psíquico, sem queixas psicóticas. Foi internada em hospital de referência, onde realizaram punção
liquórica, mostrando 85 células (90% monócitos e 10% linfócitos). Uma amostra de LCR (líquido
cefalorraquidiano) foi enviada para a detecção de anticorpos, sendo identificados anti-NMDA,
confirmando diagnóstico. O EEG mostrou padrão ictal de ondas agudas na região temporal. Iniciou-
se Aciclovir (14 dias), metilpredinisolona (3 dias) e imunoglobulina (5 dias). Após a internação,
ocorreu melhora do quadro clínico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi apresentado um caso de
encefalite anti-receptor NMDA com estado epiléptico motor parcial antes do padrão clássico de
transtorno psiquiátrico e distúrbio do movimento distônico. O estado epiléptico não convulsivo e
psíquico pode ocorrer como sintoma psiquiátrico.
77
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO
DE 2005 A 2015
Luja de Carvalho Miranda; Marina de Oliveira ribeiro; Lucas Moura de Oliveira; Letícia marques
Wenzel; Letícia Rodrigues Barros; Augusto Cesar Evelim Rodrigues
INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma infecção bacteriana grave, transmitida por via aérea e
causada pela Mycobacterium tuberculosis. O aparecimento de cepas multirresistentes colocou a
tuberculose em destaque entre as doenças infectocontagiosas e vem preocupando as autoridades
sanitárias devido à sua crescente incidência em diversos grupos populacionais. O presente estudo
teve como objetivo analisar, entre os anos de 2005 e 2015, os casos de tuberculose notificados no
estado do Piauí. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, epidemiológico
predominantemente descritivo, em que foram coletadas informações sobre a recorrência de
tuberculose na população do estado do Piauí no período de 2005 a 2015. O levantamento
bibliográfico contido neste estudo foi obtido por meio de pesquisa em artigos científicos publicados
com recorte temporal de dez anos, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a plataforma
Datasus do Ministério da Saúde, no Estado do Piauí. RESULTADOS: Dos 10.519 casos de
tuberculose confirmados no Piauí entre 2005 e 2015, a macrorregião de saúde de maior notificação
foi Floriano, representando 56% desses casos. De 2004 para 2005 houve um crescimento do número
em mais de 1000 casos, enquanto a partir de 2007 houve uma redução brusca, até atingir 684.
Percebeu-se que 62% dos acometidos possuíam entre 20 e 59 anos de idade e 64% correspondiam
ao sexo masculino. A forma clínica predominante foi a pulmonar (84% dos casos), seguida da
extrapulmonar com apenas 13%. Durante esse período, 67% dos pacientes atingiram a cura.
DISCUSSÃO: O estudo mostrou que a faixa etária mais atingida foi entre 20 e 59 anos (62% dos
casos), atingindo principalmente a população reprodutiva e economicamente ativa. O índice de cura
de 67% está abaixo do índice preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse quadro
pode ser justificado pelas altas taxas de transferências típicas do Estado. Não foi encontrada
nenhuma explicação para predominância de casos na macrorregião de Floriano. CONCLUSÃO: A
partir do período analisado, o Estado do Piauí possui um elevado índice de casos de tuberculose,
tendo como macrorregião de saúde de maior notificação a cidade de Floriano. O estudo confirmou
que o gênero masculino foi mais afetado, devido ao maior autocuidado que as mulheres têm com a
saúde. E, devido às altas taxas de transferência para a capital do Estado, as notificações podem não
estar condizentes com cada macrorregião de saúde.
78
FRATURA CERVICOTORÁCICA GRAVE, TIPO C AOSPINE, COM ÓTIMA
RESOLUÇÃO CLÍNICO- RADIOLÓGICA: UM RELATO DE CASO
Claudia de Oliveira Silva; Jéssica Nascimento Almeida; Erlan Pércio Lopes Rufino
INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1,25 milhão de mortes
ocorrem por ano em acidentes de trânsito e 50 milhões de sobreviventes ficam com lesões e
sequelas- amputações, lesões medulares. No Brasil, de 2010 a 2015, 80% das internações no SUS
por causas externas foram por acidentes.O AOSpine Classification Group (AOSCG) classifica as
fraturas medulares em: Lesões tipo A, B e C. Quanto ao quadro neurológico, a classifcação de
Frankel é de A a E, sendo E a função sensitiva e motora normais.Lesões medulares tipo C da
AOSCG são lesões dos elementos anteriores e posteriores com rotação, associadas com a maior
porcentagem de déficit neurológico. A lesão das estruturas nervosas é causada pelo deslocamento
de fragmentos para o interior do canal vertebral ou pelo esmagamento dessas estruturas. Resultam
frequentemente em pacientes Frankel A ou B. RELATO DO CASO: 33 anos de idade, sexo
feminino, vítima de acidente automobilístico com capotamento, em uso de cinto de segurança, deu
entrada em serviço de saúde com Trauma Crânioencefálico leve, escoriações em membros inferiores
e queixava-se de cervicalgia intensa e tetraparesia (força grau 2 em mmss e grau 3 em mmii). Raio
X de coluna cervical realizado no pronto atendimento, evidenciou fratura de coluna na transição
cervicotorácica. Após Tomografia Computadorizada de coluna cervical e torácica, evidenciou-se
uma fratura-luxação C7-T1 tipo C com lístese grau 4 e bloqueio facetário bilateral, apresentando
lesão tipo C da AOSCG. À Ressonância Magnética, ausência de herniações traumáticas. Com os
resultados dos exames de imagem, o serviço de neurocirurgia foi solicitado, sendo programada
realização da cirurgia em três tempos operatórios (via posterior - via anterior - via posterior):1º
tempo (facetectomia de T1); 2º tempo (artrodese C7-T1);
3º tempo (artrodese C6-T2); Paciente evoluiu bem no pós-operatório, permanecendo apenas uma
paresia grau III em mão direita, correspondendo a Frankel E. A Ressonância Magnética pós-
operatória não apresentou sinais de contusão medular.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Segundo o
AOSCG, lesões tipo C são altamente instáveis, com complicações vasculares potencialmente fatais
e danos neurológicos. Na maioria dos casos, uma contusão medular deixa lesões irreversíveis no
paciente. Apesar da gravidade evidenciada na literatura médica, a boa evolução clínica registrada
da paciente indica que atendimentos clínicos e cirúrgicos rápidos e eficazes são essenciais para um
bom prognóstico.
79
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORES DE HIV COM TUBERCULOSE NO
PIAUÍ DE 2012 A 2016
Claudia de Oliveira Silva; Jéssica Nascimento Almeida; Carlos Gilvan Nunes de Carvalho
INTRODUÇÃO: A tuberculose é a doença infectocontagiosa que mais mata no mundo, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), e é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, afetando
principalmente o homem. Pessoas vivendo com HIV/ AIDS são as mais vulneráveis à doença, sendo a principal causa de óbito desse grupo através da coinfecção TB/HIV. Este artigo visa descrever o perfil
epidemiológico de tuberculose em portadores de HIV no Piauí, no intervalo de 2012 a 2016.
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo de natureza quantitativa, retrospectiva e transversal, por meio de dados secundários retirados da base do Sistema de Informações em Saúde disponível no Departamento
de Informação do SUS – DATASUS, no intervalo entre 2012 e 2016, no estado do Piauí. As variáveis
avaliadas foram sexo, raça, idade, tabagismo, alcoolismo, uso de antirretroviral, se era ou não profissional
da saúde ou morador de rua e a forma da tuberculose. Não foi necessário submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa por se tratar de banco de dados de domínio público. RESULTADOS: Foram notificados 195 casos
de tuberculose em portadores de HIV entre 2012 e 2016 no Estado do Piauí. Os adultos com 20 a 39 anos
foram os mais acometidos com 56,4% dos casos, seguidos pela faixa de 40 a 59 com 37%, acima dos 60 anos com 4,1% e abaixo dos 20 anos com 2,1%. O sexo mais prevalente é o masculino, com 77,4 % dos
casos, e a raça é a parda (72,3%), seguida de negros (13,8%) e brancos (8,7%). Não houve registros para
amarelos e indígenas. Apenas 16,4% confirmaram serem alcoolistas, e 7,18% tabagistas. Dos indagados
acerca do uso de antirretrovirais, 59,5% afirmaram utilizá-los, mas 81% dos pesquisados não tinham registro dessa informação. Houve confirmação de apenas um profissional de saúde com essa coinfecção. Das formas
registradas, 73,6% eram pulmonares, 18,6% extrapulmonares e 7,9% cursavam com as duas formas. Apenas
1,5% dos pesquisados eram moradores de ruas. DISCUSSÃO: Os homens adultos são os mais acometidos pela infecção associada de HIV e tuberculose, pois, segundo o IBGE, pelo menos um terço dos adultos não
usa preservativo nas relações sexuais, segundo uma pesquisa realizada entre 2012 e 2015 em alguns Estados
do país. Vale destacar que, de acordo com o Jornal Americano de Medicina, o vírus da imunodeficiência humana aumenta as probabilidades de reativação em 20 vezes de tuberculose e aumenta o risco de reinfecção
por estirpes de Mycobacterium potencialmente resistentes; por outro lado, a tuberculose provoca ativação
celular e produção excessiva de citocinas e quimiocinas, o que estimula a replicação do vírus e acelera a
evolução para AIDS, o que aumenta a vulnerabilidade de portadores de HIV. Outro fator desencadeante é a maior prevalência em pessoas com condições socioeconômicas baixas, como moradores de rua, que
provavelmente estão em baixa porcentagem por subnotificação. CONCLUSÃO: A taxa de coinfecção
HIV/TB no Piauí se justifica, provavelmente, por negligenciamento das políticas de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (no caso da AIDS) por parte da sociedade e por questões sociais, territoriais e
gerenciais que afastam o acesso à saúde pública (no caso da Tuberculose), gerando altos custos com
internações hospitalares. Medidas menos complexas, como o uso de preservativos nas relações sexuais e a investigação epidemiológica conjunta de HIV, em todos os casos notificados de tuberculose, possibilitaria
a prevenção e minimização das consequências de morbidade e mortalidade, consequentes das duas doenças.
80
PROLIFERAÇÃO OSTEOCONDRAL PERIOSTEAL BIZARRA (LESÃO DE NORA) EM
SEGUNDO PODODÁCTILO DO PÉ DIREITO – RELATO DE CASO
GIUSEPHE MARQUES ALENCAR; JANELSON DOS REIS PIRES; LUANA CARVALHO MENDES;
FRANCISCO VINÍCIUS TELES ROCHA; ALINE ARRUDA DOS SANTOS; MARCELO BARBOSA RIBEIRO
INTRODUÇÃO: Proliferação Osteocondral Periosteal Bizarra ou lesão de nora é uma patologia
óssea rara (apenas 166 casos relatados na literatura desde a sua descrição em 1983), benigna que
surge normalmente ao nível da mão e é encontrado mais comumente na quarta década de vida. O
objetivo do trabalho é proporcionar uma melhor compreensão sobre esse tumor, que devido a sua
rara incidência, pode facilmente não ser diagnosticado e tratado de forma apropriada.
RELATO DE CASO: Paciente de 26 anos, sexo feminino, com tumoração em segundo pododáctilo
direito. Em consulta ambulatorial no dia 09/01/17 foi solicitado Raio X de antepé direito, sugestivo
de periostite reativa ou osteocondroma grande de falange. No dia 10/01/17 foi realizada a exérese
do tumor e no dia 13/01/17 solicitado exame histopatológico. Em análise macroscópica, foram
analisados sete fragmentos ósseos, sendo o maior deles com dimensões 2,6 x 2,0 x 1,2cm, com
superfície externa branca-acinzentada e superfície de corte correspondente a um tecido ósseo
envolto por ‘capa’ cartilagínea; os outros seis fragmentos retirados são semelhantes ao descrito
acima. Na análise microscópica diagnosticou-se proliferação osteocondral periosteal bizarra (lesão
de NORA) sem sinal de malignidade. No pós-operatório foi solicitado Raio-X de controle de pé
direito, sem achados patológicos e a paciente evoluiu sem sinais de infecção e com exame
neurovascular normal.CONSIDERAÇÕES FINAIS: O tratamento cirúrgico com a exérese do
tumor possibilitou a recuperação total da paciente, cujo caso relatado diferencia-se dos demais casos
da literatura na faixa etária e na localização. Além disso, a semelhança entre osteocondroma e lesão
de Nora dificulta seu diagnóstico e a escolha de um tratamento correto. Devido à raridade do caso,
percebe-se a importância em relatá-lo, diminuindo a escassez de discussão dessa patologia na
literatura científica.
81
CARCINOMA MAMÁRIO INVASIVO: OLHAR ATENTO SOBRE A INVASÃO
LINFOVASCULAR E O ACOMETIMENTO LINFONODAL
JORDAN MATHEUS CUNHA LIMA VIANA; LORENA RAMOS BARROSO; EDIANE MORAIS DE SOUSA;
CHUADE CACHOEIRA DO NASCIMENTO; FRANCIELE BASSO FERNANDES SILVA
INTRODUÇÃO: No diagnóstico do câncer de mama, a avaliação do acometimento dos linfonodos
axilares é uma ferramenta indispensável para a conduta terapêutica e sobrevida do paciente. Dessa
forma, a via linfovascular de disseminação de células neoplásicas também se torna alvo de
investigação. Sendo assim, este estudo objetivou avaliar o acometimento linfático e vascular para a
ocorrência de metástase linfonodal axilar (MLA) em mulheres acometidas por carcinomas
mamários invasivos (CMI). MÉTODOS: Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UFPI, foram revisados os prontuários de 24 mulheres com diagnóstico de CMI, atendidas na
UNACON de Parnaíba, no período de 2013 a 2016. Os dados foram analisados pelo teste estatístico
Exato de Fisher para verificar as associações entre as variáveis, considerando nível de significância
de 5%, com auxílio do software SPSS. RESULTADOS: Do total, 70,8% dos casos (17/24 casos)
apresentaram dados válidos para invasão linfática (IL) e 62,5% (15/24 casos) para invasão vascular
(IV). Houve associação estatisticamente significativa entre a presença de IL e a ocorrência de MLA
(p= 0,022), ou seja, 82,2 % dos casos apresentavam linfonodo axilar e vasos linfáticos acometidos
por células neoplásicas. No entanto, essa associação não se manteve quando comparados IV e MLA
(p=0,637), apenas três casos apresentaram positividade para ambos. DISCUSSÃO: Dados mostram
que mulheres acometidas por câncer de mama, mas sem comprometimento linfático apresentam
uma chance de sobrevida maior do que aquelas com linfonodos positivos. A relação entre MLA e
invasão linfovascular já é retratada em outros estudos. Porém, estudos mostram que, em pacientes
que apresentavam tumores mamários negativos para os linfonodos, a invasão linfovascular poderia
ser usada como um critério de alto risco que oferecia uma desvantagem de sobrevivência. Dessa
forma, uma grande vantagem da invasão linfovascular como fator prognóstico é que ela pode ser
avaliada rotineiramente nas amostras tumorais coradas em hematoxilina e eosina, orientando na
conduta do paciente em casos de linfonodos negativos ou na impossibilidade da avaliação dos
mesmos. CONCLUSÃO: Há associação entre a IL tumoral e a presença de MLA em carcinomas
mamários invasivos, porém não com a IV. Esse fato demonstra que a avaliação dos vasos linfáticos
deve ser considerada no momento do diagnóstico e conduta.
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LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE
LEPTOSPIROSE EM HUMANOS NOTIFICADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE
AGRAVOS DE NOTIFICACÃO ENTRE 200-2017 NO NORDESTE
lara beatriz pereira frança; Iane Lopes da Rocha; Angélica Florinda Pacheco Barbosa de Sousa;
Carolina Portela Paz; Lais de Melo Rebelo; Engel Meneses de Oliveira
Anielle Memória da Silva
INTRODUÇÃO: É uma zoonose cosmopolita causada por bactérias do gênero leptospira na qual
a espécie L. interrogans é a patogênica. A leptospirose é uma doença infecciosa aguda com
envolvimento sistêmico e de caráter endêmico, podendo se apresentar na forma epidêmica sob
determinadas condições. A transmissão ocorre através do contato com água ou solo contaminados
pela urina dos animais portadores, principalmente de roedores, e mais raramente pelo contato direto
com sangue, tecido, órgão e urina de animais infectados. A infecção pode ser assintomática, sub-
clínica ou ocasionar quadros clínicos graves, anictéricos ou ictéricos com alta letalidade. Toda a
população é suscetível e os principais grupos etários afetados são dos 20 a 49 anos. OBJETIVOS:
Realizar levantamento epidemiológico acerca dos casos confirmados de leptospirose notificados no
sistema de informação de agravos de notificação entre 2007 a 2017 no Nordeste. MÉTODOS:
Trata-se de um estudo quantitativo epidemiológico retrospectivo, cuja fonte de dados é o sistema
DataSUS do Ministério da Saúde. Analisou-se os dados sobre os casos confirmados de leptospirose
notificados no sistema de informação de agravos de notificação entre 2007-2017 no Nordeste. Os
gráficos e tabelas foram confeccionados no Microsoft Office Excel 2014. RESULTADOS:
Percebeu-se que no Piauí o sexo masculino teve 18 casos confirmados, já o sexo feminino teve 6
casos confirmados. Além disso, observa-se que no Maranhão apresenta 362 casos; Ceará, 865 casos;
Rio Grande do Norte, 178 casos; Paraíba, 157 casos; Pernambuco, 2261 casos; Alagoas, 646 casos;
Sergipe, 532 casos; Bahia, 1412 e, por fim, Piauí com 24 casos. DISCUSSAO: Na comparação
entre os estados nordestinos analisados observou-se que os estados da Bahia e Alagoas possuem
maiores índices de leptospirose. Em virtude de serem áreas com maiores deficiências econômicas
e de saneamento básico, uma vez que a doença está associada a condições de vida e infraestrutura,
principalmente a nível domiciliar. Além disso, durante os períodos sazonais ocorrem grandes cheias
deixando o ambiente mais propicio para a disseminação da doença. CONCLUSÃO: Conclui-se
que no estado do Piauí o sexo masculino tem o maior número de casos confirmados de leptospirose
em humanos notificados foi de 18 e que os estados do Piauí e Paraíba obtiveram ao todo menores
quantidades numéricas de casos na região Nordeste, enquanto Bahia e Pernambuco obtiveram os
maiores números de casos da região.
83
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E SUA RELAÇÃO
COM O ATENDIMENTO PRÉ NATAL EM TERESINA E NO PIAUÍ, DE 2008 A 2014
Luísa Gomes Oliveira; João Santos Lima Almendra; Ana Angélica Luz Pereira; Leandra Rúbia
Oliveira Moreira; Vinícius Araújo do Vale; Amâncio Ferreira Estrela Filho
Paulo André Luz Pereira
INTRODUÇÃO: A sífilis congênita constitui uma importante causa de mortalidade perinatal no
Piauí. Por ser uma doença evitável por meio de diagnóstico e tratamento precoces, o atendimento
pré-natal adequado é uma ferramenta essencial para sua prevenção. Nesse sentido, o presente
trabalho objetiva analisar a relação entre os casos de sífilis congênita e a porcentagem de nascidos
vivos com mais de sete consultas pré-natais, em Teresina e no Piauí, de 2008 a 2014. MÉTODOS:
Estudo epidemiológico quantitativo, com coleta de dados na plataforma online DATASUS, acerca
dos parâmetros citados em Teresina e no Piauí, entre 2008 e 2014. RESULTADOS: No período
analisado, registraram-se, no Piauí, 417 casos de sífilis congênita; desses, 216 (51,80%) foram
notificados em Teresina. Em 2008, dos 15 casos registrados no estado, apenas 2(13,33%) referem-
se à capital. Houve grande aumento dos casos ao longo do período – em 2014, dos 107 casos de
sífilis congênita no Piauí, 55 (51,40%) foram notificados em Teresina. Com relação à porcentagem
de nascidos vivos com mais de sete consultas pré natais, observou-se aumento no estado do Piauí
(de 45,92% em 2008 para 54,92% em 2014), mas redução em Teresina (de 62,68% para 56,44%,
nos mesmos anos). DISCUSSÃO: Observou-se aumento importante na porcentagem de nascidos
vivos no Piauí com mais de sete consultas pré-natais entre 2008 e 2014; entretanto, na capital, houve
significativa redução, evidenciando o aumento do acesso às consultas pré natais no interior do
estado. Apesar dessa tendência, houve enorme elevação no número de casos de sífilis congênita
tanto em Teresina quanto no Piauí. Pode-se inferir que, embora o acesso ao atendimento pré natal
tenha aumentado no estado, o diagnóstico e tratamento precoce da sífilis materna – essencialmente
à base de penicilina - não se dão de forma adequada, não sendo capaz de evitar, de forma efetiva, a
transmissão vertical em grande número de casos. Deve-se considerar, ainda, a possibilidade
subnotificação de casos de sífilis congênita, em especial no interior do estado. CONCLUSÃO:
Houve aumento na porcentagem de nascidos vivos com mais de sete consultas pré-natais entre 2008
e 2014 no Piauí, embora, em Teresina, tenha-se verificado significativa redução. Tal redução é
compatível com a elevação do número de casos de sífilis congênita na capital. O aumento do número
de casos da doença no estado evidencia incapacidade de tratamento eficaz da sífilis materna.
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RELATO DE CASO: TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO COMPLETA DO BÍCEPS
DISTAL POR DUPLA VIA EM PACIENTE JOVEM HALTEROFILISTA.
Nina de Jesus Sousa Pires de Moura; Ana Catarine Moura Rodrigues Costa; João Alberto Madeira
Sobrinho; Gabriela Monteiro de Carvalho Pereira; Leticia de Melo Lustosa; Analú Ferreira
Rodrigues
Alciomar Veras Viana
Paciente do sexo masculino, branco, 32 anos, halterofilista, realizou esforço com peso que resultou
em uma ruptura do bíceps distal, com limitação funcional de membro superior esquerdo e
compareceu para avaliação médica no mesmo dia do ocorrido. No exame físico, paciente apresentou
equimose na prega cubital do cotovelo esquerdo, dor na extensão do membro e o sinal do Popeye
invertido. Foi tratado na fase aguda da lesão, sendo submetido a um procedimento com a técnica de
dupla via com pontos transósseos. Paciente evoluiu com imobilização em tala axilopalmar durante
30 dias. Após esse período, foi retirada a tala e iniciou-se o tratamento de fisioterapia, inicialmente
com movimentações passivas, depois ativa-passivas, peso e arco de movimento. Após 30 sessões
de fisioterapia, paciente teve alta com o arco de movimento completo do cotovelo tanto
flexoextensão e pronosupinação e em 6 meses foi liberado pra retornar às atividades de academia
com peso de progressão gradual.
85
ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE FRATURA DO FÊMUR NO BRASIL NO PERÍODO DE
JANEIRO DE 2013 A DEZEMBRO DE 2017
Kelly Daysy Marques Cabral; Sofia Naira Barbosa Freitas; Leticia Araujo Leal; Luciana Maria
Fortes Magalhães Castelo Branco Couto; Lívia Maria Alcântara Vasconcelos; Gideon Batista
Viana Júnior
Luciana Tolstenko Nogueira
INTRODUÇÃO: A fratura do fêmur é causa de alta morbimortalidade tardia e é ocasionada,
principalmente, por traumas de alta energia em jovens e adultos e por quedas em idosos, sendo mais
suscetível em mulheres idosas devido ao maior risco de osteoporose. Assim, o estudo objetiva
analisar as internações por fratura do fêmur no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento dos dados foi
realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
Os resultados foram agrupados em planilhas do software Microsoft Excel e expostos em gráficos e
tabelas.RESULTADOS: No período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017, foram notificados
7848 casos de internação por fratura de fêmur no Piauí. Nesse período, 2017 foi o ano que
apresentou mais casos, com 1.709 (21,77%); seguido por 2016, com 1.690 (21,53%); 2015, com
1.607 (20,47%); 2014, com 1.472 (18,75%); e 2013, com 1.370 (17,45%). Observou-se que 4.420
(56,32%) são pacientes do sexo masculino, enquanto que 3.428 (43,68%) são mulheres, sendo 2.449
(71,44%) acima de 60 anos. A respeito da faixa etária, houve predomínio na faixa de 80 anos e
mais, com 1.738 (22,14%) casos, seguida de 20 a 29 anos com 1.125 (14,33%); e com menor número
de casos, a população menor de 1 ano, com 11 (0,14%) casos. Quanto ao caráter do atendimento,
notou-se que a grande maioria dos pacientes foi atendida em caráter de urgência (7.656 casos),
correspondendo a 97,55% das internações, já o atendimento eletivo foi observado em apenas 175
(2,22%) dos casos. Em 185 (2,35%) casos, o desfecho final foi o óbito. DISCUSSÃO: A fratura do
fêmur tem aumentado nos últimos anos, o que pode ser explicado pelo aumento dos acidentes e da
quantidade de idosos. No Estado do Piauí, essa faixa etária apresentou maior incidência dessa
fratura, e as mulheres idosas devido à osteoporose foram mais afetadas que os homens idosos. Em
seguida os jovens entre 20 e 29 anos foram os mais acometidos, o que pode ser justificado pelos
traumas de alta energia como nos acidentes de trânsito, que evidenciam também a alta taxa de
atendimento no caráter de urgência. Ademais, percebeu-se que os óbitos ocorreram em maior
quantidade nas mulheres idosas. CONCLUSÃO: O perfil descrito é importante para a análise dos
fatores relacionados à fratura do fêmur e para orientação de políticas públicas que busquem medidas
preventivas simples e eficazes para diminuição de traumas.
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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO
PIAUÍ, 2009-2015
Camyla Carvalho Almeida Pinto; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos; Larissa Oliveira Lima;
Marilia Julie Ramos Simão; Yasmin Olímpio Campos da Silva; Laís Oliveira Lima
Deuzuita dos Santos Freitas Viana
INTRODUÇÃO: A leishmaniose tegumentar americana é considerada uma doença de caráter
ocupacional. O objetivo do estudo foi realizar um levantamento de informações de acordo com as
variáveis forma clínica, classificação epidemiológica, critério de confirmação e evolução do caso
acerca da situação epidemiológica da leishmaniose tegumentar americana no Piauí. MÉTODOS:
O estudo caracteriza-se como quantitativo epidemiológico. Foram analisados dados sobre
leishmaniose tegumentar americana, de acordo com forma clínica, classificação epidemiológica,
critério de confirmação e evolução do caso, de 2009 a 2015. Foram avaliadas informações do banco
de dados oficial DATASUS. RESULTADOS: Foram analisados 829 casos, sendo 771 com forma
cutânea (93%) e 58 com forma mucosa (7%). Foram analisados 827 casos, sendo 826 importados
(99%) e 1 autóctone (1%). Foram analisados 829 casos, sendo 523 confirmados por método clínico-
laboratorial (63%) e 306 por método clínico-epidemiológico (27%). Foram analisados 516 casos,
sendo 489 evoluindo para cura (94,7%); 13 mudaram de diagnóstico (2,5%); 7 abandonaram o
tratamento (1,4%); 5 transferiram (0,9%) e 2 óbitos por outra causa (0,5%). DISCUSSÃO: As
principais manifestações clínicas da LTA são lesões cutâneas e mucosas. A primeira, com maior
frequência, apresenta-se como uma lesão ulcerada única, com bordas elevadas, bem definidas e
indolores. A maior parte dos casos são importados devido haver uma migração dos indivíduos
infectados para os locais de referência em busca de diagnóstico e tratamento. O critério de maior
confirmação de leishmaniose tegumentar americana no Piauí é o clínico-laboratorial. Na ocorrência
de lesões típicas de leishmaniose, o diagnóstico clínico e epidemiológico pode ser realizado. O
diagnóstico clínico-epidemiológico pode ser complementado pela Intradermorreação de
Montenegro (IDRM) positiva e eventualmente pela resposta terapêutica. A maioria da população
do Piauí tem a evolução da leishmaniose tegumentar americana em direção à cura. Isso se deve, em
grande parte, ao tratamento precoce da doença visto que isso acaba dificultando a evolução para
óbitos. CONCLUSÃO: O estudo epidemiológico foi realizado com base nos anos 2009 a 2015. E
os resultados demonstraram que a maior parte dos casos se encontra na forma cutânea, sendo a
maioria casos importados, diagnosticados por critério clínico-laboratorial e a maior parte evoluindo
para cura.
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RELAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CASOS NOVOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E O
NÚMERO DE TESTE DE SÍFILIS POR GESTANTE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI
Andrea Carla Soares Vieira Souza; Iane Lopes da Rocha; Anne Barbosa Gonçalves Mesquita;
Esther Barata Machado Barros; Lara Beatriz Pereira França; Vanessa Cristina de Castro Aragão
Oliveira
Vanessa Cristina de Castro Aragão Oliveira
INTRODUÇÃO: A incidência de sífilis congênita no Brasil vem crescendo vertiginosamente,
principalmente a partir de 2006, no qual a taxa era de 2,0 casos/mil nascidos vivos. Em 2015,
ocorreu a incidência de 6,5 casos de sífilis/mil nascidos vivos no Brasil, sendo que as regiões
Nordeste, Sudeste e Sul apresentaram as maiores taxas, seguidas das regiões Centro-Oeste e Norte.
O objetivo do estudo é analisar a agregação das unidades de observação pelo tempo (2013 a 2015),
a partir da associação entre número de casos novos de sífilis congênita em menores de um ano de
idade em Parnaíba-PI e o número de testes de sífilis por gestante. METODOLOGIA: Trata-se de
um estudo ecológico realizado no município de Parnaíba- PI, utilizaram-se dados oriundos do
Sistema de Informação de Atenção Básica e do e-SUS Atenção Básica. Adotou-se a regressão linear
para análise estatística dos dados. RESULTADOS: O estudo mostrou que o número de testes de
sífilis por gestante, no município de Parnaíba-PI, em 2013 alcançou a meta esperada (2%), em 2014
houve um decréscimo (1,567%) e em 2015 um pequeno aumento (1,86%). Em todo o período
avaliado, observou valores menores que a meta Estadual (2%) e Nacional (2%). Foi verificado que
o número de casos novos de sífilis congênita em menores de um ano de idade manteve-se sempre
crescente em relação aos anos de 2013 (4%), 2014 (18%) e 2015 (23%). DISCUSSÃO: Na
comparação entre os dois indicadores analisados observou-se que existe uma correlação,
comprovando a hipótese de associação entre a diminuição da realização do número de teste de sífilis
por gestante e um aumento do número de casos novos de sífilis congênita. Isso acontece em razão
do baixo número de consultas pré-natal, não comparecimento de retorno da gestante com os
resultados dos exames utilizados para diagnóstico de sífilis, bem como falha do serviço na busca
ativa das gestantes, que abandonam o acompanhamento pré-natal, e na instituição de tratamento
inadequado. CONCLUSÃO: Comprovou-se a hipótese de associação entre a diminuição da
realização do número de teste de sífilis por gestante e um aumento do número de casos novos de
sífilis congênita. Dessa forma, a realização de testes avaliativos para sífilis melhorariam os
indicadores em saúde, pois é na Atenção Primaria que deve acontecer a notificação dos casos, e a
assistência pré-natal deve ter a qualidade necessária para impedir a transmissão congênita da sífilis.
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ANÁLISE DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO PIAUÍ NO
PERÍODO DE 2011 A 2015
Ana Angélica Luz Pereira; Luisa Gomes Oliveira; Gabriela Soares Milanez; Leandra Rúbia
Oliveira Moreira; João Santos Lima Almendra
Paulo André Luz Pereira
INTRODUÇÃO: Animais peçonhentos são aqueles que produzem ou modificam veneno e
possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa ou predador. A saúde pública tem interesse,
principalmente, naqueles animais que causam acidentes classificados pelos médicos como
moderados ou graves. O clima do Piauí, predominantemente tropical quente e úmido, permite que
diversos desses animais sejam encontrados no estado. O objetivo desta análise é avaliar, de forma
epidemiológica, os casos de acidentes por animais peçonhentos no Piauí no período de 2011 a 2015.
MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de cunho quantitativo, realizada por meio de um estudo
epidemiológico retrospectivo de 2011 a 2015, com dados obtidos no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN). Os critérios de análise são: ano de ocorrência, faixa etária, tipo
de acidente e evolução do caso. RESULTADOS: De 2011 a 2015, foram registrados no estado
8.426 acidentes por animais peçonhentos, em 2013, observou-se maior número de casos, 2.432
(28,9%), enquanto que o menor número, 1.119 (13,3%), foi registrado em 2011. A média anual foi
de 1.684,6 casos. A faixa etária de 20 a 39 anos foi mais acometida no período, havendo 2.862
(34%) acidentes, seguida pela faixa etária de 40 a 59 anos, com 2.353 (27,9%) casos. Dos 8.426
acidentes do período, 5.785 (68,6%) foram devido a alguma espécie de escorpião, enquanto que as
serpentes foram a segunda maior causa de acidentes, com 1.024 (12,2%) casos. Quanto à evolução
dos acidentes, a maioria, 7.093 (84,2%) casos, evoluiu para a cura. DISCUSSÃO: Devido ao clima
quente e úmido do Piauí, associado à constante urbanização, com invasão dos habitats de diversos
animais peçonhentos, os acidentes têm elevada média de número de casos, apesar da distribuição
variável ao longo dos anos. A faixa etária mais acometida foi a de adultos de 20 a 59 anos, isso se
deve ao fato de constituírem a parcela mais ativa da sociedade e, consequentemente, estão mais
expostos. A maior parte dos acidentes deve-se a escorpiões e serpentes, porque eles comumente têm
seu habitat invadido por casas. Cerca de 85% dos casos evoluiu para a cura, o que reflete a eficácia
do serviço de saúde em tratar tais acidentes. CONCLUSÃO: Foi alto o número de acidentes por
animais peçonhentos no Piauí de 2011 a 2015, sendo adultos os principais acometidos,
principalmente por escorpiões e serpentes e a maioria dos casos evoluiu para a cura.
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MIOCARDIOPATIA NÃO COMPACTADA DE MODO ISOLADO - RELATO DE CASO
Ana Mariza Teixeira Almeida; Macalixto Gonçalves de Melo Araújo; Allana Rodrigues César
Araújo Luz; Raquel Gonçalves Bessa; Maria Laura Monteiro Tajra Castelo Branco; Flavia
Pimenta Borges de Melo Brito
Antonio Vieira de Jesus
INTRODUÇÃO: O miocárdio não compactado é uma patologia rara, com prevalência de 0,014%,
sendo mais comum em homens. Os pacientes podem ser assintomáticos ou demonstrar sintomas de
insuficiência cardíaca, arritmias ou tromboembolismo. O diagnóstico é realizado por meio de
ecocardiografia. O tratamento utiliza betabloqueadores para a disfunção ventricular esquerda da
insuficiência cardíaca. A prevenção das complicações tromboembólicas associada à doença é
controversa. Algumas diretrizes, incluindo a brasileira, recomendam anticoagulação em função
sistólica diminuída com fração de ejeção inferior a 40%, história de tromboembolismo ou fibrilação
atrial. O prognóstico é variável: desde casos assintomáticos por toda vida até rápida deterioração
da função cardíaca e óbito precoce. Assim, o diagnóstico precoce permite melhor estratificação de
risco, rastreio sistemático das famílias afetadas e tratamento. RELATO DE CASO: C.E.B.S, 13
anos, masculino, apresentou quadro de dor abdominal, síncopes e dispneia aos médios esforços com
evolução de 3 meses, necessitando de internação hospitalar para controle dos sintomas. Ao exame
físico, hepatomegalia palpável a 4 cm do rebordo costal, anasarca, dispneia em decúbito dorsal.
Realizou Ecocardiograma Transtorácico que mostrou miocárdio hipertrabeculado, mais acentuado
na região lateral médio-apical e posterior, com uma fração de ejeção de 11%, aumento de câmeras
esquerdas, disfunção sistólica importante do VE, disfunção diastólica grau II no VE e derrame
pericárdico leve. Prescrito Carvedilol 3,125 2x/dia, Captopril 25mg, ½ comprimido 2x/dia,
Espironolactona 25mg, ½ comprimido 1x/dia, Furosemida 40mg 2x/dia. Permaneceu internado por
10 dias e recebeu alta hospitalar após controle dos sintomas para acompanhamento ambulatorial em
Hospital de referência em Recife. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A miocardiopatia não
compactada isolada provavelmente surge no período embrionário, com a parada intrauterina da
compactação miocárdica no início do desenvolvimento fetal, e que determina trabeculações
miocárdicas proeminentes com recessos intertrabeculares profundos e espessamento do miocárdio
em duas camadas distintas. O diagnóstico é cada vez mais comum em pacientes adultos que não
apresentam outra doença cardíaca. A miocardiopatia não compactada possui como principais
complicações o tromboembolismo, arritmias e insuficiência cardíaca progressiva. Entre as
arritmias, a taquicardia ventricular possui risco significativo de morte súbita.
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CEFALEIA EM SALVAS TRATADA COM LEVETIRACETAM EM NONAGENÁRIA
COM CONTRA-INDICAÇÕES AO MANEJO PADRÃO
Vinicius Araujo do Vale; Diego Coimbra Alencar; Palloma Parry Carneiro; Thiago Assis Borges
Morais; ícaro Araújo de Sousa; Maria Clara Luz Ferreira
Kelson James Silva de Almeida
INTRODUÇÃO: A cefaleia é um sintoma subjetivo de grande prevalência que se apresenta como
uma sensação de desconforto ou dor na extremidade cefálica, podendo ser de causa primária ou
secundária. Dentre as primárias, destaca-se a cefaleia em salvas, caracterizada por ataques graves e
unilaterais de dor na área periorbital, além de sintomas autonômicos e agitação craniana, com maior
prevalência em homens. Atualmente, tem profilaxia baseada no uso de Verapamil,
betabloqueadores e topiramato. Alguns estudos têm demonstrado que o Levetiracetam apresenta
eficácia na redução do número e da gravidade de crises em migrânea. Embora seu mecanismo de
ação não seja bem elucidado, esse medicamento é utilizado no tratamento de crises epilépticas com
boa tolerância e um padrão de poucos efeitos colaterais, apesar da possibilidade de sonolência e
astenia. O objetivo deste estudo é relatar o uso do Levetiracetam como tratamento profilático para
cefaléia em salvas em condição clínica pouco comum. RELATO DO CASO: Paciente do gênero
feminino, 90 anos, queixa-se de cefaleia frontal à esquerda há 6 meses. As crises duram cerca de
20 minutos e frequência de 2 a 3 vezes por semana, 2 vezes por dia. A dor se manifesta como uma
pontada e sempre está associada a lacrimejamento do olho ipsilateral, mas sem ptose ou
vermelhidão ocular. Pressão arterial aferida: 160/72mmHg. Apresenta tomografia computadorizada
de crânio sem alterações. A hipótese diagnóstica foi de cefaleia em salvas. Como a paciente é
alérgica a oxcarbazepina, ácido valproico, topiramato e lamotrigina, e apresentava cardiopatia e
diabetes delitos que contra-indicavam o uso de verapamil e lítio alem de corticoterapia,
respectivamente, fora prescrito levetiracetam 250 mg pela manhã e à noite. Após seguimento de 90
dias, a paciente retorna e refere ausência de novos episódios de cefaléia com sintomas trigeminais.
Não tolerou o aumento do medicamento para 250 mg pela manhã e 500 mg à noite.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Trata-se de um quadro atípico de cefaleia em salvas, tanto
epidemiologicamente (mulher, com a primeira crise aos 90 anos), quanto pelo tratamento escolhido
(levetiracetam, diante da alergia aos medicamentos clássicos para esse tipo de cefaleia e
comorbidades clínicas associadas). A paciente apresentou melhora clínica significativa das crises
de cefaleia com o uso de levetiracetam. Assim, necessitam-se mais ensaios acerca da eficácia desse
fármaco, diante da escassez de estudos em seu uso para cefaleia em salvas.
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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR AGROTÓXICOS EM
CRIANÇAS DE ATÉ 4 ANOS DE IDADE NO NORDESTE ENTRE 2012 E 2017
Vinicius Araujo do Vale; Catarina Carvalho Fontenelle de Araújo; Luciano da Silva Lopes.
INTRODUÇÃO: O Nordeste do Brasil é uma região de perfil agrário. Com isso, são significativos
os casos de intoxicação exógena por agrotóxicos entre a população, sobretudo devido à toxicidade e
ao incorreto uso e estoque do produto. As crianças menores de 5 anos de idade formam um grupo
ainda mais suscetível aos acidentes, devido à falta de conhecimento e à curiosidade inerente à faixa
etária. Assim, o presente estudo visa analisar, à luz da epidemiologia, casos de intoxicação exógena
por agrotóxicos em crianças de até 4 anos, no Nordeste, a fim de evitar novos casos. MÉTODOS:
Estudo quantitativo, epidemiológico e retrospectivo, cuja fonte de dados são casos de intoxicação
exógena no Nordeste notificados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificação),
alusivos ao período de 2012 a 2017. Selecionaram-se dados conforme o objetivo do estudo, tabulando-
os através do Microsoft Excel 2017. RESULTADOS: Relatara-se 36.668 casos de intoxicação
exógena por agrotóxico no Brasil, o Nordeste com 22,80% deles. Analisando a faixa etária na região,
crianças de até 4 anos representam 10,49%. Avaliando esse grupo, verifica-se que afetam mais homens
(53%), com 82,4% na área urbana, e que 79,36% dos casos ocorreram de forma acidental, mas em
apenas 1,25% houveram óbitos, com 81,19% dos casos havendo cura total sem sequelas. Quanto ao
tipo de agrotóxico, 42,41% foi do tipo agrícola e 54,73% foi doméstico. No período analisado, há uma
oscilação no número desses casos, com média de 146,17 por ano. Entre 2016 e 2017, contudo, houve
uma redução de 33,7%. DISCUSSÃO: São relevantes os casos de intoxicação exógena acidental em
crianças de até 4 anos. Em crianças de até 1 ano, os acidentes ocorrem através do contato com adultos
que fazem mau uso do agrotóxico. Já crianças com 1 a 4 anos são suscetíveis à intoxicação exógena
devido à curiosidade, à inexperiência e ao hábito de explorar o ambiente avidamente (favorecendo
inalação, contato com a pele e ingestão dos agrotóxicos). Logo, o armazenamento incorreto dos
agrotóxicos é fator de risco para intoxicação. CONCLUSÃO: Nota-se que essa faixa etária também
está sujeita à intoxicação exógena por agrotóxicos, sobretudo de modo acidental, em especial os de
uso doméstico. Ademais, os acidentes são prevalentes em homens na zona urbana. Apesar dos poucos
óbitos e da redução nos casos no último ano, deve-se atentar para os riscos de intoxicação nessa faixa
etária, com a adoção de melhores ações protetivas para prevenir acidentes.
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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MENINGITE NO PIAUÍ DE 2009 A 2017
Angélica Montoril Mendes Dantas; Giusephe Marques Alencar; Pablo Samarony Gomes Costa;
Marília Francisca da Silva Pereira; Ícaro Araújo de Sousa; Salete Maria da Rocha Cipriano Brito
INTRODUÇÃO: A meningite caracteriza-se pela inflamação das membranas que revestem o tecido
nervoso encefálico e espinhal associada a agentes virais, fúngicos ou bacterianos, estes normalmente
mais graves pela maior letalidade e risco de sequelas. O objetivo deste estudo é levantar um perfil
epidemiológico de meningite no Piauí, de 2009 a 2017. METÓDOS: Trata-se de um estudo
quantitativo epidemiológico retrospectivo, utilizando como fonte dados o Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN). Analisou-se os dados de meningite referentes à faixa etária, sexo,
escolaridade, etiologia e evolução da doença no Piauí de 2009 a 2017. RESULTADOS: Notificou-se
3.745 casos, sendo 62,3% do sexo masculino e 37,7% do sexo feminino. O ano de maior ocorrência
foi 2009, correspondendo a 29,8%. As percentagens em ordem cronológica dos anos seguintes foram
17,6%; 13,5%; 12,8%; 10,5%; 7,3%; 6,1%; 5,3 e 4,5%, respectivamente. A maioria (86,1%) dos casos
evoluiu para alta e verificou-se 188 óbitos. A maior frequência de casos ocorreu em pessoas com idade
menor que 20 anos (51,4%), seguido por pessoas com idade entre 20 e 60 anos (38,3%); em maiores
de 60 anos, a percentagem foi de apenas 3,2%. Quanto à escolaridade, a maior ocorrência de
casos(13,8%) deu-se entre aqueles com ensino fundamental; houve redução na ocorrência em pessoas
no ensino médio(5,0%) e menor ocorrência entre aqueles com educação superior(0,8%). Analisando a
etiologia, a maioria caracteriza-se como meningite viral(49,7%); 25,8% casos referem-se à meningite
não especificada e 11,8% à meningite bacteriana. DISCUSSÃO: O menor nível de instrução se
relacionaria com o maior acometimento pelo menor acesso à informação e conhecimento acerca de
medidas de prevenção da doença. Já no que concerne à faixa etária, pode-se associar à menor
maturidade do sistema imunológico, que aumenta ao longo da idade, com porcentagens cada vez
menores de acometimento ao longo do envelhecimento da população avaliada. Com relação ao sexo
masculino ser o mais acometido, destaca-se a diferença de estilo de vida, alterando os fatores de risco
e gerando o grupo em questão como o mais suscetível. CONCLUSÃO: A doença é frequente em
homens e em idade menor que 20 anos. Nos casos de meningite especificada, a etiologia de maior
ocorrência foi viral, seguida de bacteriana. Reduziu-se o número de casos com o passar dos anos e, nas
pessoas alfabetizadas, notou-se que o número de casos é inversamente proporcional ao aumento da
escolaridade.
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE HEPATITE B NO
NORDESTE, DE 2007 A 2017
Giusephe Marques Alencar; Pablo Samarony Gomes Costa; Marília Francisca da Silva Pereira;
Angélica Montoril Mendes Dantas; Ícaro Araújo de Sousa; Salete Maria da Rocha Cipriano Brito
INTRODUÇÃO: A hepatite B é causada por um vírus envelopado de dupla fita de DNA pertencente
à família Hepadnaviridae, cuja transmissão ocorre principalmente pelas vias parenteral e sexual. Essa
doença está relacionada a maiores riscos de cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC), principalmente
na população idosa. A identificação dos antígenos virais e seus respectivos anticorpos, colabora com
seu diagnóstico e seguimento. O objetivo do trabalho é fazer uma análise epidemiológica dos
portadores hepatite B no nordeste, de 2007 a 2017. MÉTODOS: O presente estudo tem caráter
epidemiológico, transversal, quantitativo e retrospectivo. Os dados foram levantados a partir de uma
busca ativa nos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e
Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Foram analisados todos os casos
confirmados segundo sexo, faixa etária, raça, manifestação clínica, sorologia e modo de confirmação,
no período de 2007 a 2017. A seguir, os dados foram analisados e tabulados estatisticamente, através
de planilha Excel®. RESULTADOS: Observou-se que, dos 15.404 casos confirmados nos referidos
anos, 46,4% eram do sexo feminino e 53,6% masculinos. Ademais, 46,7% na faixa etária de 20 a 39
anos, 37,2% na de 40 a 59 anos 4,4% de 60 a 64 anos, com menor participação das outras categorias.
Notou-se que 33,5% dos portadores se declararam brancos e 48,3%, pardos. Quanto à manifestação
clínica da doença, 69,5% apresentavam hepatite B na forma crônica e 19,5% a forma aguda, sendo que
82,3% apresentaram a sorologia e virologia de HBsAg reagente e 4,7% como não-reagente. Quanto ao
diagnóstico, 99,8% foram por testes laboratoriais e 0,02% clinico-epidemiológicos. DISCUSSÃO:
Percebeu-se que a HVB foi mais prevalente no sexo masculino, possivelmente relacionado ao estilo
de vida e a comportamentos que oferecem maior risco. Em relação à faixa etária, observou-se que a
mais afetada foi a constituída por indivíduos em idade mais sexualmente ativa, o que corrobora com a
literatura em relação a importância desta via de transmissão. A maior proporção diagnosticada na
forma crônica em detrimento da pequena taxa de cronificação do HBV pode estar relacionada aos
sintomas extremamente inespecíficos da forma aguda. CONCLUSÃO: A HVB predomina em homens
e na população adulta jovem. Quanto à raça, há um predomínio de casos de HVB em pardos. Ademais,
notou-se que o modo de confirmação da doença é essencialmente laboratorial.
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CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA EM PARNAÍBA: UM DESAFIO
PARA A SAÚDE PÚBLICA
Ana Carolina Aguiar Cardoso; Vitor Monte de Castro Alencar; Tereza Cristina de Carvalho Souza
Garcês
INTRODUÇÃO:A chikungunya, uma arbovirose causada pelo Chikungunya virus, pertencente à
família Togaviridae e gênero Alphavirus, é caracterizada por uma síndrome febril associada a mialgia,
cefaleia e dor articular intensa. Diante disso, o presente trabalho objetiva caracterizar o perfil
epidemiológico da Chikungunya em Parnaíba e auxiliar no estabelecimento de medidas preventivas
junto à Vigilância Epidemiológica. MÉTODOS:Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e
retrospectivo realizado na cidade de Parnaíba-PI, cujo os dados foram obtidos através do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN-PI) fornecidos pela Coordenação de Vigilância
Epidemiológica da Prefeitura Municipal de Parnaíba e referem-se ao período de 2016 e 2017.
RESULTADOS: Durantes os anos de 2016 e 2017 foram notificados 1.257 casos de Chikungunya em
Parnaíba, sendo 112 e 841 confirmados respectivamente, com uma taxa de incidência de 0,74 em 2016
e 5,58 em 2017 para cada 1.000 habitantes. Os dados apontam uma maior prevalência do sexo feminino
(67,8%). Em relação aos sintomas, destacam-se: exantema (62,8%), mialgia (76,5%), cefaleia (78,6%),
artralgia (85,1%) e febre (95,1%). Observa-se que em 2016 o maior índice de casos ocorreu na faixa
etária entre 15-19 anos (31,2%) e em 2017 entre 20-34 anos (27,5%) de idade. Além disso, os bairros
mais acometidos em ambos os anos foram, João XIII (21,4%), Pindorama (11,2%), Piauí (9,2%) e
Ceara (10,2%). DISCUSSÃO: Por Parnaíba ser uma área tropical, suscetível as condições do mosquito
(Ae. aegypti ou Ae. albopicus), é notável o aumento do número de casos de Chikungunya. No entanto,
ela se encontra em expansão por todo o país, denotando aumento em outras regiões, como, Sergipe e
Bahia. Acredita-se que as mulheres são maioria nos casos notificados por procurarem mais o serviço
de saúde do que os homens. A febre e a artralgia são os sintomas mais prevalentes, na fase aguda,
porém, os sintomas articulares, na fase crônica, duram de meses até anos.
CONCLUSÃO:Comparando-se os anos de 2016 e 2017, houve aumento do número de casos de
Chikungunya, em Parnaíba, assim como em outras regiões do país. Este aumento, devido a
cocirculação de diversos arbovírus, dificulta o diagnóstico entre as arboviroses. Dessa forma, são
necessárias ações de educação em saúde que auxiliem no estabelecimento de medidas de prevenção e
controle, na capacitação dos profissionais de saúde para a realização de um diagnóstico e manejo
clínico adequado do paciente.
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE HEPATITE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA
- PI NO PERÍODO DE 2009 A 2015
PAULA SABRINA MARTINS BARROS; LUANA CRISTINA FARIAS CASTRO; CÁSSY
GEOVANNA FERREIRA MOURA; MARIA CAROLINA OLIVEIRA AZEVEDO; LAÍS
MESQUITA MORORÓ ARAGÃO; REBECA COELHO LINHARES; LUAN KELVES
MIRANDA DE SOUZA
INTRODUÇÃO: As hepatites virais são infecções sistêmicas ocasionadas por diferentes agentes
etiológicos, que possuem como característica comum o hepatotropismo. A intensidade desses agravos
pode ser compreendida quando se confrontam a informações epidemiológicas mais recentes e a
gravidade dos casos. O presente estudo propõe caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de
hepatites virais na cidade de Parnaíba-PI, nos anos de 2009 a 2014. MÉTODOS:Trata-se de um
levantamento retrospectivo dos casos de hepatites virais – casos registrados no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação e disponibilizados pela Secretaria de Saúde da cidade de Parnaíba-PI, no
período de 2009 a 2014. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, forma clínica, classificação
etiológica, e provável fonte de infecção. RESULTADOS: Foram notificados 74 casos de hepatites
virais, com 46% dos casos confirmados. Foram verificadas as seguintes prevalências: hepatite B
(41,1%), hepatite A (38,2%) e hepatite C (20,5%). Em relação as variáveis analisadas, não houve
diferenças significativas entre homens e mulheres. A maior taxa de incidência foi na faixa etária entre
20 a 49 anos, com 35,2% das notificações. A forma clinica mais observada foi a hepatite aguda
(52,9%), contrapondo 44,1% da forma crônica. Com relação a provável fonte de infecção, cerca de
20,58% dos casos foram por alimentos contaminados, 20,58% por transmissão sexual, 2,9% por
contato pessoa a pessoa, 2,9% por procedimentos cirúrgicos, 38% não souberam responder e 14,7%
dos casos a contaminação ocorreu no ambiente domiciliar. DISCUSSÃO: Diante dos resultados,
observou-se que a hepatite B apresenta uma maior prevalência na área estudada. Considerando que
essa forma apresenta uma maior gama de comobirdades e uma maior patogenicidade, refere um maior
risco para a população infectada.Isso deve agir como um fator de alerta para os órgãos de saúde
municipais, visto que devem trabalhar ainda mais na prevenção dessa doença.CONCLUSÃO: Dado
o exposto, pode-se concluir que houve uma elevada taxa de hepatite aguda, que age, na maioria das
vezes, de forma silenciosa e pode propiciar uma maior disseminação da doença. Além disso, os níveis
de hepatites B e C são preocupantes, uma vez que podem evoluir para casos de óbito mais rapidamente.
Nesse contexto, o diagnóstico e o início do tratamento são imprescindíveis.
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INFECÇÃO POR HEPATITE A NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2011 A 2015
JANAÍNA SANTOS DE ARAUJO; CLARA DANTAS DA FONSECA; MARIA DO CARMO
CARVALHO E MARTINS
INTRODUÇÃO: A hepatite A configura-se em uma infecção aguda do fígado ocasionada pelo vírus
A (VHA). Esse vírus é muito infeccioso, apesar da sua presença no sangue ser diminuta e de curta
duração. A doença é geralmente transmitida ao comer ou beber alimentos ou água contaminados com
fezes infetadas. O período de incubação é maior em crianças do que nos adultos com duração entre 20
e 40 dias. Esse estudo objetiva estabelecer a relação entre as variáveis e a necessidade de prevenção
da hepatite A. MÉTODOS: Estudo analítico com coleta retrospectiva de dados a partir do Sistema de
Informações de Agravos e Notificação (SINAN), considerando-se os casos notificados de Hepatite A
no estado do Piauí no período de 2011 a 2015. Neste intervalo de tempo, observaram-se as diversas
faixas etárias mais acometidas, assim como sexo e municípios de maiores prevalências.
RESULTADOS: Conforme as informações de notificação, a faixa etária 10-14 anos obteve o maior
número de notificações nos anos em estudo, totalizando 90 casos no período de 2011-2014;
excetuando-se o ano de 2015, no qual a faixa etária mais prevalente foi 20-39 anos, com 11 casos
registrados, enquanto a faixa etária de 10-14 anos apresentou quatro casos. Os municípios que mais
apresentaram notificação localizam-se na microrregião de Teresina – evidenciando, assim, a carência
de saneamento básico nas regiões da periferia. Predominaram as notificações de hepatite A do sexo
masculino com cerca de 65% dos registros. DISCUSSÃO: A hepatite A possui ampla distribuição,
sendo uma problemática endêmica em muitas regiões, majoritariamente em áreas menos assistidas por
programas de estratégias em saúde. Contudo a prevalência da infecção diversifica bastante com o grau
de higiene e com as facilidades sanitárias disponíveis para as populações. A discussão acerca da
vacinação é sempre válida em zonas endêmicas, haja vista que o novo perfil epidemiológico da doença
evidencia o aumento de casos notificados na faixa etária de 5 a 9 anos. CONCLUSÃO: A prevenção
da hepatite depende de cuidados generalizados e imunoprofilaxia tanto passiva quanto ativa. A
utilização da imunoglobulina anti-A é indicada para grupos de risco: viajantes para áreas endêmicas e
contatos domiciliares. Nas regiões endêmicas, ressalta-se a irrisória infraestrutura correlacionada à
coleta de lixo, ao abastecimento de água e ao destino inadequado do esgoto sanitário.
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ABORDAGEM CIRÚRGICA DO ADENOCARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR -
RELATO DE CASO
Markus Vinicius Sá Cavalcanti Luz; Wanderson Mário Cavalcante Olimpio; Francisco Robert
Lemos da Fonseca; Beatriz Nogueira Maia Cavalcanti; Germildes Bezerra Rocha; Josemar
Rodrigues Soares; Thiago Soares Gondim Medeiros
INTRODUÇÃO: A neoplasia de vesícula biliar é uma doença relativamente rara, apesar de ser o
tumor mais frequente do trato biliar e o quinto mais frequente do trato gastrointestinal. Acomete
principalmente pacientes idosas e, apresenta uma alta taxa de mortalidade, pois na maioria das vezes
o paciente apresenta sintomas inespecíficos e já se encontra em estádios mais avançados. Devido às
suas características clínicas inespecíficas e por sintomas ausentes no câncer precoce, esta neoplasia é
frequentemente diagnosticada em um estágio tardio, quando o prognóstico é extremamente reservado,
permanecendo grave, com índice de sobrevida em cinco anos de aproximadamente 5% na maioria das
séries registradas. Nesse trabalho faremos o relato de dois casos de adenocarcinoma de vesícula
conduzidos em nosso serviço. RELATO DE CASO: Caso 1: Paciente, AMLC, 63 anos, admitida com
quadro de dor em HD, náuseas e vômitos e icterícia. Apresentando exames de imagens evidenciando
vesícula com invasão até a subserosa sem comprometimento linfonodal. Caso 2: Paciente JCSPL, 34
anos, foi admitido com quadro de dor abdominal, constante, de moderada intensidade, localizada em
HD. Realizou um US que evidenciou nódulos com vegetações em vesícula. Em ambos os casos optou-
se pela ressecção da vesícula (colecistectomia). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O adenocarcinoma de
vesícula apresenta, em seu início, sintomas inespecíficos, o que dificulta sua detecção precoce. Trata-
se de um tumor que apresenta crescimento lento e pode permanecer assintomático ou apresentar
sintomas indistinguíveis de doença benigna. Pode apresentar 3 estágios segundo o grau de invasão
tumoral (não invasivo, invasivo precoce e invasivo tardio). Para o diagnóstico dois aspectos
ultrassonográficos importantes são cálculos fixos no fundo da vesícula e dilatação dos ductos biliares
intra-hepáticos. O manuseio terapêutico e o resultado dependem do modo de apresentação da doença,
característica histológica e extensão do tumor. Nos casos relatados optou-se pela ressecção total da
vesícula.
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ESTENOSE DE ARTÉRIA PULMONAR EM PORTADOR DE SÍNDROME DE
WILLIAMS-BEUREN – RELATO DE CASO
Vitória Souto Galvão de França ¹, Francisco Wellington Lopes Guimarães Filho¹, Yuri Ananias de
Vasconcelos¹, Antônio Henrique Barroso do Vale Filho¹, Luciene Pimentel Souto França ².
INTRODUÇÃO:A síndrome de Williams-Beuren (SWB), é uma anomalia congênita rara, descrita
inicialmente por Williams e cols. em 1961 e posteriormente por Beuren em 1962, teve sua etiologia
recentemente atribuída por Ewart em 1993, a uma microdeleção envolvendo o gene da elastina no
cromossomo 7¹. Estimasse que a ocorrência seja 1/ 20.000 crianças. Apresentam uma face
característica: nariz pequeno e empinado, cabelo encaracolado, lábios cheio, dentes pequenos, sorriso
freqüente ². As anomalias cardíacas estão presentes em cerca de 70% dos casos, sendo a estenose
periférica de artérias pulmonares a segunda mais frequente ¹.RELATO DE CASO:Sexo feminino, 24
anos de idade, aos dois dias de vida apresentou uma parada cardiorrespiratória que foi revertida pela
própria mãe, não havendo repercussões clínicas e não sendo diagnosticado sua causa. Aos dois meses
de vida, foi descoberto sopro cardíaco, sendo indicado acompanhamento clínico até 2 anos de idade,
quando foi realizado ecocardiograma com sedação, diagnosticando estenose de artéria pulmonar
bilateral e indicado cateterismo. Segundo a família, houveram opiniões divergentes dos profissionais,
tendo a mesma optado pelo tratamento conservador, sem ter realizado cateterismo. O acompanhamento
foi realizado com consultas cardiológicas semestrais e ecocardiogramas anuais os quais mostravam
evolução do diâmetro das artérias compatíveis com o crescimento da paciente. Com 3 anos, a paciente
apresentou nova parada cardiorrespiratória durante indução anestésica para cirurgia de correção de
hérnia inguinal, a qual foi resolvida. Aos 5 anos foi diagnosticada como portadora de SWB através do
teste Fluorescent In Situ Hybridization. Hoje a paciente com 24 anos apresenta total compensação do
diâmetro das artérias pulmonares e ausência de sopros perceptíveis a ausculta
cardíaca.CONSIDERAÇÕES FINAIS:Pode-se inferir que a SWB cursa com várias complicações
sistêmicas, apresentando repercussões clínicas leve à grave, podendo limitar a qualidade de vida. No
caso apresentado houve uma evolução benigna diante de uma cardiopatia congênita, sem tratamento.
Mesmo a síndrome sendo atualmente mais conhecida, ainda apresenta um difícil diagnóstico clínico.
99
SARCOMA ALVEOLAR COM METÁSTASE PARA SÍTIO INCOMUM: RELATO DE
CASO
Letícia Moura de Oliveira Barros; Bruna Afonso dos Santos; Ingrid Leal Araújo; José Nazareno
Pearce de Oliveira Brito; Cléciton Braga Tavares; Elis Raquel da Silva Araújo Paraiba
INTRODUÇÃO: Sarcoma alveolar é um subtipo incomum de sarcoma de partes moles (0,5-1%), com
tendência à disseminação hematogênica para os pulmões, sendo esse o principal sitio de metástase,
porém quando disseminado, pode propagar-se para o Sistema Nervoso Central (SNC) por via
hematogênica no parênquima cerebral ou por contiguidade de metástases nos ossos do crânio para as
estruturas intracranianas. O trabalho objetiva relatar um caso de uma paciente com sítio primário de
sarcoma alveolar no osso ilíaco direito com metástase cerebral. RELATO DE CASO: Paciente
feminina de 29 anos, admitida no Hospital de Urgências de Teresina com queixa de cefaleia intensa.
Segundo anamnese, teve episódios de vertigens associada à cefaleia nos últimos 2 meses e, há 3 anos,
dor em queimação no membro inferior D. Tomografia Computadorizada(TC) de Tórax: múltiplos
nódulos sólidos no pulmão E de até 4cm, sugerindo neoplasia secundária; TC de abdome total: massa
sólida de 11cm na espinha ilíaca anterossuperior, com destruição óssea no osso ilíaco de aspecto
neoplásico; Ressonância Magnética (RM) do crânio: lesão expansiva sólida metastática no giro frontal
médio E de 1,4cm. Transferida para o Hospital São Marcos, fez-se biopsia da lesão em osso ilíaco D
que identificou sarcoma alveolar de partes moles. Como tratamento coadjuvante, fez-se à radioterapia
40 GY em 16 frações seguido de quimioterapia. Para a lesão metastática cerebral, realizou-se
radiocirurgia (18 GY). Um mês após alta, iniciou quadro de cefaleia intensa, vômitos e rebaixamento
da consciência. RM evidenciou lesão com efeito de massa, realizou craniectomia descompressiva em
caráter de urgência e posteriormente ressecção da lesão intracraniana. O anatomopatológico confirmou
hipótese diagnóstica de sarcoma alveolar metastático. Paciente atualmente segue em acompanhamento
ambulatorial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sarcomas alveolares são raros, com clínica inespecífica,
assim, há interferência no diagnóstico precoce e prejudica a resposta as condutas terapêuticas padrões.
100
CASOS DE DOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA) DETECTADOS NO MUNICÍPIO DE
PARNAÍBA-PI NO PERÍODO DE 2010 A 2016
Juliana Fernandes Moreira; Cássy Geovanna Ferreira Moura; Rebeca Coêlho Linhares; Luana
Cristina Farias Castro; Maria Carolina Oliveira Azevedo; Paula Sabrina Martins Barros; Luan Kelves
Miranda de Souza
INTRODUÇÃO: A Doença Diarreica Aguda (DDA) é uma síndrome caracterizada pelo aumento do
número de evacuações que geralmente possui duração menor que 14 dias. Diante disso, apesar da
redução do número de internações por DDA, tal patologia ainda é um grande fator de morbimortalidade
infantil, sendo causa de cerca de 600 mil internações por ano no Brasil (CVE, 2002). Traçar um perfil
epidemiológico dos casos de Doença Diarreica Aguda, na cidade de Parnaíba-PI, no período de 2010
a 2016. METODOLOGIA: Foi realizado um levantamento retrospectivo dos casos de diarreia aguda,
de 2010 até o ano de 2016, segundo a faixa etária e o plano de tratamento, com base nos dados coletados
do Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica de Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP-
DDA), da Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba-PI. RESULTADOS: Durante o período
escolhido, foram notificados 26.715 casos de DDA na cidade de Parnaíba-PI, de acordo com os dados
do SIVEP-DDA. No mesmo período, segundo o DATASUS, no estado Piauí, 18.628 crianças menores
de cinco anos foram internadas por diarreia e gastroenterite de origem infecciosa, sendo que Parnaíba,
com 1.745 internações, foi o terceiro munícipio a apresentar mais casos. Dos casos observados, 11.090
(41,5%) fizeram tratamento domiciliar com uso de solução oral de reidratação, 806 (3%) ficaram sob
observação nas Unidades Básicas de Saúde por apresentarem diarreia com desidratação e 14.815
(55,4%) apresentaram diarreia grave com desidratação, sendo necessárias reidratação venosa e
antibioticoterapia. DISCUSSÃO: De acordo com os resultados obtidos, analisou-se uma redução dos
casos registrados entre 2010 a 2012. Contudo, no ano de 2013 estes voltaram a aumentar, e entre os
anos de 2014 a 2016, foi observada a terceira maior incidência de DDA, com 4.576 casos. E neste
mesmo período, foram hospitalizadas 2951 pessoas por DDA em Parnaíba, o que mostra que as
medidas adotadas para a redução de casos foram efetivas por apenas dois anos. Além disso, a faixa
etária mais acometida foram crianças com menos de cinco anos de idade. CONCLUSÃO: Dado o
exposto, verificou-se que foram notificados muitos casos da DDA na cidade de Parnaíba, com uma das
maiores incidências do Estado. Desse modo, os dados são de suma importância para conhecer o perfil
epidemiológico deste quadro, o que possibilita a detecção precoce de alterações no padrão da doença,
além de ajudar na implantação de medidas de prevenção e controle.
101
SITUAÇÃO VACINAL DE CRIANÇAS ENTRE 0 A 5 ANOS ATENDIDAS EM UMA
UNIDADE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM FLORIANO-PIAUÍ
Gustavo Victor Lucas e Silva; Matheus Olímpio Batista Cavalcante; Heraldo Carvalho Lopes; João
Vitor Teixeira Freire de Oliveira; Luelma Savana Soares Rocha; Lucas Inácio Araújo Cabral;
Luelma Savana Soares Rocha
INTRODUÇÃO: O conhecimento dos determinantes da situação vacinal é relevante para o
desenvolvimento de estratégias em Saúde Pública. Assim, após a realização do diagnóstico da situação
vacinal de crianças de 0 a 5 anos se poderá detectar os problemas e consequentemente atuar na
resolutividade das problemáticas encontradas, tanto na UBS em que a pesquisa foi realizada, como
também, expandir para as demais unidades. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de campo, de
abordagem quantitativa e caráter descritivo, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) situada na zona
urbana, região sul do município de Floriano – Piauí, utilizando 60 cartões de vacinação de crianças de
0 a 5 anos, analisados setembro e outubro de 2015. Para análise descritiva foram utilizadas frequência
absoluta (N) e frequências relativas (%), além da média (¯x), nas variáveis que se faziam necessárias.
Para elaboração das tabelas usou-se o software Microsoft Office Word 2007. RESULTADOS: Os
resultados apontaram que a média de filhos foi 1,93 e a mediana foi 02 filhos. Na faixa etária de 0 a 5
anos, a média de idade foi de 1,4 anos. O peso ao nascimento, 01 crianças (1,7%) possui de 1 a 2 kg,
15 (25,0%) de 2 a 3 kg, 31 (51,6%) de 3 a 4 kg, 07 (11,7%) de 4 a 5 kg, e 06 (10,0%) não informaram
o peso ao nascer, destas, apenas 01 (1,7%) apresentou prematuridade e 98,3% foram a termo.Além
disso, 36,9% (21,1% dose 12 meses e 15,8% 4 anos) das crianças não estão imunizadas com a Tríplice
viral. Do mesmo modo, a Tríplice bacteriana (dose 4 anos) apresentou índice de 15,8% de atraso
seguido da Pneumocócica (10,5% dose 1 ano), da Vitamina A (10,5%), do Rotavírus (5,3% dose 4
meses), entre outras. DISCUSSÃO: Visto que a comunidade é carente, e a escolaridade é de baixo
nível, os responsáveis são esclarecidos sobre a vacinação das crianças, com isso não demonstram
nenhuma resistência em não cumprir o calendário vacinal. No relato dos cuidadores constatou-se que
a maioria do atraso vacinal que ocorria, era por falta de vacina e falta de profissional. CONCLUSÃO:
A partir da vivencia no local de pesquisa, observou-se que a situação vacinal das crianças estava de
acordo com o que está preconizado pelo Ministério da Saúde, entretanto alguns cartões vacinais ainda
apresentam atraso por conta da grande demanda de pessoas cadastradas na UBS, e por existir uma área
descoberta próximo, e também com o quadro de funcionários escalados insuficiente.
102
A ARRISCADA RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO E OBESIDADE NA INFÂNCIA – UM
RELATO DE CASO
LUANA CRISTINA FARIAS CASTRO; CÁSSY GEOVANNA FERREIRA MOURA; JULIANA
FERNANDES MOREIRA; LAÍS MESQUITA MORORÓ ARAGÃO; PAULA SABRINA
MARTINS BARROS; REBECA COELHO LINHARES; THELMA CRISTINA AYRES
CARVALHO
INTRODUÇÃO: A obesidade infantil é considerada uma epidemia com alto potencial de riscos
cardiovasculares, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). O estilo de vida contemporâneo,
marcado pelo sedentarismo e por uma alimentação rica em gorduras, tem propiciado um aumento na
incidência de obesidade, e consequentemente, de HAS. Diante disso, o rastreio da pressão arterial é
um componente importante e indispensável da visita ambulatorial pediátrica na sociedade vigente.
RELATO DE CASO: M.P.A.C, 9 anos, natural de Parnaíba – Piauí, está submetida em um contexto
de extrema vulnerabilidade. Tais condições, fizeram-na ser selecionada para participar de uma ação
social, que objetivava realizar triagem em crianças vulneráveis, por meio de uma consulta
ambulatorial. A garota, inicialmente sem queixas, relatou alimentação não balanceada, assim como
sedentarismo e condições socioeconômicas desfavoráveis. Com mãe diabética e avós, maternos e
paternos, portadores de síndrome metabólica, a criança apresenta um forte histórico familiar para HAS
e Diabete Mellitus (DM). Ao exame físico, apresentou altura de 133 cm e peso de 45,4 kg – IMC de
25,7kg/cm; circunferência abdominal de 85 cm; PA: 108 x 65 mmHg (PA ideal: 98x59 mmHg);
presença de acantose nigricans cervical. Mediante anamnese e exame físico, a paciente foi
diagnosticada com HAS e medicada com furosemida (70 mg), 1x/dia. Exames laboratoriais foram
solicitados, a fim de analisar a extensão dos acometimentos – USG do abdome total: ovários com
dimensões aumentadas; GAMA-GT: 20 U/L; hemograma sem alterações; glicemia: 74 mg/dL; os
demais exames não eram fornecidos pelo serviço público, portanto, não foram realizados. O pediatra
referenciou a criança para nutricionista, a fim de iniciar um processo de reeducação alimentar. No
retorno ao pediatra, a acompanhante (mãe) relatou que, com a mudança no estilo de vida, houve uma
perda de peso; relatou, ainda, que sua filha está inserida em grupos do CRAS, onde pratica exercícios
físicos. Paciente referiu tontura; continua a medicação. Ao exame físico, foram identificados: peso de
38 kg; IMC de 22,7 kg/cm; PA: 90x70mmHg; ausência de acantose nigricans cervical.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, torna-se imprescindível o rastreio do paciente pediátrico,
uma vez que age na promoção de saúde e detecção precoce de doenças. Além disso, é de suma
importância que haja um acompanhamento pediátrico para prevenir futuras comorbidades.
103
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR CÂNCER DE ESTÔMAGO NO PIAUÍ,
DE 2005 A 2015
Donizete Tavares da Silva; Gustavo Ramos Milheiro; Italo Fernando Mendes Lima; Beatriz Teles
Aragão; Vinicius Ribeiro Escórcio; Juliana Coêlho Learth; Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas
INTRODUÇÃO: O câncer de estômago é quarto em ordem de mortalidade no Brasil, sendo o terceiro
que mais atinge homens e o quarto mais comum se considerados ambos os sexos. Não é uma doença
de sintomas específicos, o que dificulta seu diagnóstico precoce, porém manifestam-se alguns sinais
típicos, como emagrecimento, anorexia, fadiga, plenitude pós-prandial, vômitos, náuseas e dor
abdominal persistente. O objetivo deste trabalho é traçar, descrever e analisar o perfil epidemiológico
das mortes por câncer de estômago no estado do Piauí de 2005 a 2015, devido a relevância do tema e
à escassez de estudos na área. MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo,
quantitativo e retrospectivo, com dados secundários, referente aos óbitos por câncer de estômago
segundo faixa etária, sexo e local de ocorrência. Os dados foram coletados na plataforma online do
Instituto Nacional do Câncer (INCA). RESULTADOS: De 2005 a 2015 houve 1.346 mortes por
câncer de estômago no Piauí, sendo: 60,4% homens e 39,6% mulheres; 28% em Teresina, 4,5% em
Parnaíba, 3,2% em Picos, e 64,3% nos demais municípios; quanto à faixa etária foram 0,3% óbitos de
0 a 19 anos; 0,9% de 20 a 29 anos; 4,2% de 30 a 39 anos; 8,3% de 40 a 49 anos; 14,8% de 50 a 59
anos; 28,1% de 60 a 69 anos; 26,4% de 70 a 79 anos; 17% de 80 ou mais. DISCUSSÃO: Observa-se
que o número de óbitos cresce com o aumento da faixa etária até a de 60 a 69 anos, que possui a maior
proporção de óbitos, devido principalmente à descoberta do câncer já em estágios avançados. As
mortes são mais frequentes em homens, fato que pode ser explicado pela maior resistência masculina
em procurar auxílio de saúde e pelos sintomas serem subestimados, na maioria das vezes por serem
semelhantes a outras doenças gástricas. A capital Teresina engloba quase um terço dos óbitos (28,1%)
por concentrar boa parte da população do estado, pela predominância de hábitos da vida
contemporânea que estão entre as possíveis causas do câncer (alimentos ultraprocessados,
sedentarismo e alcoolismo) e por ser um polo de saúde muito procurado em todo o Meio-Norte.
CONCLUSÃO: Houve maior frequência de óbitos por câncer de estômago entre indivíduos do sexo
masculino, a partir de 50 anos, com concentração de óbitos no grupo de 60 a 69 anos. Os dados
mostram que a maioria dos óbitos ocorre nas faixas etárias mais avançadas, provavelmente por conta
do diagnóstico tardio do câncer e que a cidade de Teresina concentra quase um terço das ocorrências.
104
MELANOMA PRIMÁRIO RECORRENTE DE VULVA: Um relato de caso
LAÉRCIO JÚNIOR RIBEIRO DA LUZ; DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE; GABRIEL
ARRAIS CHAVES; BRENO BEZERRA MARTINS; PAULO HENRIQUE SPÍNDOLA SILVA;
GILVANDER CÉSAR MARTINS; SABAS CARLOS VIEIRA
INTRODUÇÃO: O melanoma vulvar recorrente é uma entidade rara e a literatura sobre seu manejo
é escassa, trata-se de uma afecção incomum. Os melanomas da mucosa compreendem menos de 1%
de todos os melanomas e o melanoma vulvovaginal é o segundo menos frequente (18%) após o do
trato urinário (3%). É o segundo tipo histológico mais comum de câncer vulvar, representando 7-10%
de todas as neoplasias malignas da vulva. Os sintomas iniciais são inespecíficos e a excisão completa
da lesão é indicada em casos de suspeita de diagnóstico. Ao afetar a uretra, seu comportamento é
especialmente agressivo, metade deles, apresentando metástase e com uma expectativa de vida muito
curta. O objetivo desse trabalho é relatar e discutir um caso de melanoma primário de vulva. O termo
de consentimento livre e esclarecido foi assinado para a divulgação do caso. RELATO DO CASO:
Paciente, sexo feminino, G0, etilismo social, HAS, antecedentes de irmã e tia com câncer de pele,
VIRGO +. Há 2 anos referiu lesão com dor na vulva, EF: pequena lesão hipercrômica no pequeno lábio
direito no terço superior próximo ao introito vaginal e na uretra terminal (1cm) duas lesões separadas,
sem mutação de BRAF. Cistoscopia: lesão na borda da uretra a direita. Proteina S 100 positivo, Melan
A positivo, HMB 45 positivo, ki-67 90%, cd45 negativo, pancitoceratina negativo. Realizado
ressecção de melanoma maligno na vagina e ureta com atelitose, margem vulvar lateral, profunda
comprometida, invasão perineural presente, crescimento vertical, LS negativo. Depois de 2 anos
realizado ressecção de duas lesões de cúpula vaginal de melanoma maligno infiltrando o estroma e
tecido adiposo. MM e US: esteatonecrose secundario a mamoplastia. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Apesar da raridade dos casos, é importante a pesquisa de alterações de pele na vulva a fim de realizar
um diagnóstico precoce, bem como novos estudos para tratamento de casos recorrentes.
105
PADRÃO DO DÉFICIT MOTOR PROGRESSIVO NA DOENÇA DE HUNTINGTON: UM
RELATO DE CASO
Icaro Araújo de Sousa; Jade de Brito Freire Monteiro Alves; José da Cruz Moura Campelo; Ruth
Brito Costa; Lucas Levy Alves de Moraes; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Kelson James
Almeida
INTRODUÇÃO: A Doença de Huntington é uma doença neurodegenerativa progressiva causada por
mutação que gera repetição da sequência de nucleotídeos CAG na proteína huntignina. Possui padrão
dominante de hereditariedade, afetando homens e mulheres na mesma proporção, e não há distinção
significativa entre indivíduos homozigotos e seus irmãos heterozigotos. A característica patológica da
doença é a degeneração do estriado e clinicamente é definida por distúrbios motores que costumam
manifestar-se com coreia, posteriormente substituída por rigidez e bradicinesia, denotando um estágio
avançado da doença, distúrbios psíquicos e declínio cognitivo. Os pacientes geralmente manifestam
os sintomas entre 30 e 50 anos. RELATO DO CASO: A.C.S, gênero feminino, 44 anos, com queixa
de tremores nos braços há 5 anos. Paciente relata que há 5 anos iniciou um quadro de desequilíbrio
postural de caráter progressivo que evoluiu para frequentes movimentos involuntários
coreatetoides/coreiformes nas mãos e que cessavam ao adormecer. Na história familiar, relata que mãe
faleceu aos 50 anos e o irmão aos 48 anos com quadros semelhantes. Possui irmão com quadro
semelhante. Com uso de haloperidol 10mg e posterior aumento de dose para 15mg, houve melhora no
quadro de agitação psicomotora com consequente melhora do sono, porém ainda havia manutenção
dos movimentos coreiformes/coreatetoides. No exame neurológico, mostrava-se lúcida, orientada
temporoespacialmente, com presença de movimentos coreoatetoides/coreiformes em membros
superiores e inferiores, sendo mais acentuados nos membros superiores. Apresentava força e tônus
musculares preservados, disdiadococinesia, dismetria, ataxia, tremores nas manobras de coordenação.
As sensibilidades tátil e dolorosa estavam presentes em todos os dermátomos. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: Portanto, o relato reforça o cunho progressivo do déficit motor associado à coreia e à história
familiar positiva, importantes critérios diagnósticos salientados pela bibliografia vigente. É utilizado
como recurso terapêutico um agente bloqueador de dopamina com ajuste de doses que levou a melhora
do quadro sintomatológico. Todavia, devido ao seu perfil de efeitos colaterais, esses fámacos tendem
a agravar os sintomas motores. Conclui-se que a abordagem terapêutica deve ser ajustada conforme as
necessidades do paciente e, assim, suas desvantagens não devem se sobrepor a seus ganhos.
106
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE SÍFILIS EM GESTANTE NO PIAUÍ, 2008-2013
Juliana Silva Nunes; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos; Camyla Carvalho Almeida Pinto; Larissa
Oliveira Lima; Yasmin Olímpio Campos da Silva; Marilia Julie Ramos Simão; Augusto César
Evelin Rodrigues
INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Treponema
pallidum. Pode causar abortos, perdas fetais, óbitos neonatais, que podem evoluir com complicações
caso não haja tratamento. O objetivo do estudo foi levantar informações de acordo com as variáveis
evolução, faixa etária da criança, tratamento do parceiro e a realização do pré-natal, acerca da sífilis
na gestação no Piauí. Métodos: O estudo caracteriza-se como quantitativo epidemiológico. Foram
analisados dados sobre sífilis na gestação, de acordo com a evolução, faixa etária das crianças,
tratamento do parceiro e a realização do pré-natal, de 2008 a 2013. Foram avaliadas informações do
banco de dados DATASUS. RESULTADOS: Foram analisados 194 casos, sendo 188 evoluindo para
vida (96,9%), 6 óbitos por sífilis (3,1%). Foram analisados 212 casos, sendo 198 com até 6 dias
(92,9%), 10 com 28 dias a <1 ano (4,7%) e 4 de 7-27 dias (2,4%). Foram analisados 180 casos, sendo
130 sem tratamento do parceiro (72%) e 50 com tratamento do parceiro (28%). Foram analisados 204
casos, sendo 176 casos com realização de pré-natal (85%) e 30 sem realização de pré-natal (15%).
DISCUSSÃO: A maioria dos casos evolui para vida pelo fato de que é uma doença de fácil tratamento.
Ao ser detectada sífilis na gestação o tratamento da paciente e dos parceiros sexuais deve ser feito
precocemente, já que pode ocorrer a contaminação do feto. Com relação a faixa etária das crianças, a
intensidade das manifestações clínicas na criança depende da treponemia materna no período da
gestação em que ocorreu a infecção do concepto. Na fase primária ou secundária da doença, a
transmissão perinatal chega de 70% a 100%, reduzindo-se para 40% a 80% na fase latente precoce e
para 10% a 30% nas fases latentes tardia e terciária. Com relação aos parceiros sexuais, a maioria não
foi tratada. Isso reflete na falta de conhecimento e orientação dos parceiros diante da doença. A maioria
das gestantes que apresentaram sífilis no período gestacional realizaram pré-natal. Há profissionais de
saúde que desconhecem a importância de iniciar o tratamento imediato da doença diante do VDRL
positivo. CONCLUSÃO: O estudo epidemiológico foi realizado nos anos de 2008 a 2013. O maior
número de casos evolui para vida, com a maior parte das crianças afetadas com menos de 6 dias, com
acometimento maior de sem tratamento do parceiro, e a maior parte dos casos com realização de pré-
natal.
107
RESUMOS EXPANDIDOS
PREMIAÇÃO
108
PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE
REFERÊNCIA EM TERESINA.
Gabriel Medina Sobreira de Meneses1, Augusto César Beserra Martins2, Isadora Costa Coelho
Gayoso e Almendra2, José da Cruz Moura Campêlo3, Thales Daniel de Oliveira Sampaio2, Ítalo Araújo Rios
Brandão1 e Kelson James de Almeida4
1. Acadêmico do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí.
2. Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade Integra Diferencial Wyden.
3. Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi. 4. Doutor em Ciências pelo programa de Neurologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo.
INTRODUÇÃO: A microcefalia é um distúrbio neurológico raro, com muitas causas
subjacentes, definida como um perímetro cefálico que é mais de 2 desvios-padrão abaixo
da média populacional, ajustada por idade e sexo. Frequentemente cursa com deficiências
motoras e intelectuais, dentre várias outras possíveis comorbidades, como epilepsia e
paralisia cerebral. Além disso, malformações capilares generalizadas de pele, espasticidade
com convulsões e atrofia óptica são comuns¹. Quando de etiologia primária, a microcefalia
tem sua patogenicidade associada a 18 genes causadores dessa síndrome mitótica
neurogênica. Dentre os loci mapeados até hoje a partir de várias populações ao redor do
mundo, foram obtidos os seguintes genes: Microcefalina, WDR62, CDK5RAP2, CASC5,
ASPM, CENPJ, STIL, CEP135, CEP152, ZNF335, PHC1, CDK6, CENPE, SASS6,
MFSD2A, TORNOZELO2, CIT e WDFY3, esclarecendo nossa compreensão sobre a base
molecular da microcefalia como desordem genética². A microcefalia secundária teve sua
epidemiologia alterada pela epidemia de infecção por zika vírus que acometeu o nordeste
brasileiro. Entre os meses de outubro, novembro e dezembro de 2015, as taxas de incidência
atingiram 4,46, 6,33 e 3,86 para cada 1000 nascidos vivos, respectivamente, no estado do
Piauí. Dentre os achados clínicos destacaram-se a rarefação e atrofia do epitélio pigmentar
da retina ao exame oftalmológico. Foram observadas ainda ausência de emissões
otoacústicas e atrofia muscular dos membros inferiores³. Em um estudo de coorte que
avaliou a patogenicidade da microcefalia foram identificadas causas genéticas em cerca de
metade dos doentes. O dano cerebral perinatal foi responsável por 45% e dano cerebral pós-
natal em 3% dos casos. A Microcefalia foi associada com prejuízo intelectual em 65% dos
participantes, epilepsia foi diagnosticada em 43%, e distúrbios oftalmológicos foram
encontrados em 30%4. Pretende-se, neste estudo, identificar a prevalência de várias
desordens neurológicas e não neurológicas em crianças com microcefalia. MÉTODOS:
Trata-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, aprovado pelo CEP –
FACID, com dados coletados de prontuários de pacientes admitidos no ambulatório de
microcefalia de um centro de referência, em Teresina-PI. Utilizou-se uma ficha de coleta
que incluía variáveis demográficas (sexo e idade) e clínicas: presença de epilepsia, disfagia,
irritabilidade e comorbidades (endocrinológicas, cardiológicas e osteomusculares).
RESULTADOS: Foram avaliados 67 prontuários de pacientes no ambulatório, revelando
o acometimento relativamente equivalente em ambos os sexos, sendo 31 do sexo masculino
36 do sexo feminino, com
109
dade média de 1A10M. As variáveis clínicas mais prevalentes foram epilepsia, presente em
47 crianças (70,2%), e irritabilidade em 37 (55,2%).Também com elevada frequência, 22
possuíam quadro de disfagia (32,8%) e 13 apresentavam comorbidades osteomusculares
(19,4%). Apenas 3 pacientes da amostra tinham quadro de alterações cardiológicas (4,5%),
e nenhuma comorbidade endocrinológica foi encontrada. Cerca de 56,7% dos pacientes (38
crianças) tinham Zika vírus como possível etiologia da doença. DISCUSSÃO: É crescente
na literatura a associação etiológica entre a infecção por vírus Zika e microcefalia. Em um
estudo que avaliou essa relação entre os anos de 2005 e 2014 na América do Sul,
imediatamente antes do início da epidemia de em 2015, mostrava 4,4 para cada 10 000
nascidos vivos5 .Além da comprovada relação temporal entre aumento da notificação de
casos de microcefalia e o surto de vírus Zika, principalmente no Nordeste do Brasil6, é
possível verificar que a infecção por vírus zika atualmente predomina em relação as demais
etiologias de microcefalia, uma vez que representa 56,7% do universo amostral analisado.
A epilepsia se mostra prevalente na amostra estudada, estando presente em 70,2% dos casos.
A microcefalia provoca diversas manifestações neurológicas, dentre elas os episódios
convulsivos. Esses são caracterizados por excitabilidade das células neuronais de forma
contínua e recrutando um grande número de neurônios ao mesmo tempo7. Embora a
disfagia tenha apresentada relativa frequência nas informações obtidas nesta análise
(32,8%), são escassos os estudos que o quantificam. Uma pesquisa qualitativa avaliou as
características da disfagia em nove pacientes pediátricos no Brasil com microcefalia
causada por infecção congênita pelo vírus Zika. Todos as crianças tiveram um grau de dano
neurológico e mostraram anormalidades na fase oral da deglutição. Dos 9 lactentes, 8 não
apresentavam sensibilidade ao trato respiratório superior e oral, levando a atrasos na
iniciação da fase faríngea. Esses atrasos, combinados com uma disfunção oral acentuada,
aumentaram o risco de aspiração de alimentos e, por isso, caracterizada como grave8. Ao
avaliar os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) foram
calculados coeficientes segundo regiões e características das mães e nascidos vivos. Dentre
esses coeficientes foi observado que, entre os nascidos vivos com microcefalia, foram
registradas 456 anomalias múltiplas em 259 crianças. O sistema com as maior frequência
de envolvimento foi o osteomuscular com 41% (n=186/456)9, contrastando com os dados
obtidos neste estudo que revelou o acometimento de apenas 19,4%. Esse menor número
deve-se a abrangência etária deste estudo (entre 3 e 35 anos de idade) e a sobrevida reduzida
destes pacientes. O comprometimento cardiovascular é reduzido (4,5%) e condiz com os
dados observados na literatura vigente. Ao descrever os primeiros casos de microcefalia
possivelmente relacionados ao vírus Zika em nascidos vivos notificados na Região
Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, evidenciou-se que das seis crianças que
nasceram com malformação congênita apenas uma apresentou alterações cardiológicas10.
Outro estudo que descreve as características clínicas e epidemiológicas dos casos de
microcefalia em nascidos vivos no estado de Sergipe, Brasil, e calcula as prevalências em
seus municípios
110
demonstra que apenas 1 recém-nascido apresentou malformações cardiovasculares dentre
outros 17 nascidos vivos com comorbidades11. Assim, outros estudos identificaram
epilepsia, paralisia cerebral e anormalidades ósseas e cardiovasculares como comorbidades
relativamente presentes em crianças com microcefalia, embora em frequências diferentes
das aqui relatadas. Poucos estudos relataram a prevalência de disfagia per si, embora
desordens orofaríngeas sejam frequentes segundo um estudo. Desordens endocrinológicas
são pobremente descritas na literatura. Uma limitação do nosso estudo é a falta de grupo
controle normocefálico, o que torna difícil a interpretação do resultado de algumas
variáveis, como irritabilidade. CONCLUSÃO: Os casos de microcefalia apresentados
evidenciaram discreta diferença numérica em relação ao sexo, além disso, Epilepsia,
Irritabilidade, disfagia configuram como os achados clínicos mais frequentes nesses
pacientes em que a média de idade é de 1 ano e 1 mês. Manifestações cardiológicas anormais
somam menos de 5% dos casos. Tendo em vista a diversidade de manifestações encontradas
no perfil clínico dos pacientes microcefálicos, torna-se evidente a necessidade de uma
abordagem Multidisciplinar de tratamento. É imperativo, ainda, que seja desenvolvido um
maior número de pesquisas que abordem quantitativamente e qualitativamente os achados
clínicos entre os portadores de Microcefalia. Em termos de predominância e
comprometimento na qualidade de vida e crescimento, a epilepsia, disfagia e comorbidades
osteomusculares merecem maior atenção.
REFERÊNCIAS
1- Naseer, M. I. et al. Microcephaly-Capillary Malformation Syndrome: Brothers With a
Homozygous STAMBP Mutation, Uncovered by Exome Sequencing. Am J Med Genet Part A,
p. 1-5, jun 2016. Disponível em: https://doi.10.1002/ajmg.a.37845. Acesso em: 10 de janeiro de
2018.
2- Naveed, M. et al. Comprehensive review on the molecular genetics of autosomal recessive primary
microcephaly (MCPH). Genetics Research, v. 100, n. 7, p. 1–16, jun 2018. Disponível em: https://
doi.org/10.1017/ S0016672318000046. Acesso em: 10 de janeiro de 2018.
3- Almeida, I. M. et al. Clinical and epidemio-logical aspects of microcephaly in the state of Piauí,
northeastern Brazil, 2015---2016. J Pediatr, Rio de Janeiro, Article in press. p. 1 - 9 Abr 2018.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jped.2018.04.013. Acesso em: 5 de maio de 2018.
4- Hagen, M. V. D. et al. Diagnostic approach to microcephaly in childhood: a two-center study and
review of the literature. Developmental Medicine & Child Neurology, p 1-10, jan 2014.
Disponível em: https:// doi.10.1111/dmcn.12425 . Acesso em: 10 de janeiro de 2018.
5- Orioli, I. M. et al. Prevalence and clinical profile of microcephaly in South America pre-Zika,
2005-14: prevalence and case-control study. BMJ. v. 359, p. 1-10, out 2017. Disponível em:
https://doi.10.1136/bmj.j5018. Acesso em: 10 de janeiro de 2018.
111
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM
AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO
José da Cruz Moura Campelo¹; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves²; Isadora Costa Coelho Gayoso e
Almendra²; Palloma Parry Carneiro²; Kelson James Silva de Almeida³
1- Discente do curso de Medicina da UNINOVAFAPI; 2- Discentes do curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial - FACID| Wyden;
3- Docente do curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial, Doutor em Neurologia pela USP
INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) foi descrita por James Parkinson em 1817.
Teve como definição inicial uma doença progressiva caracterizada por movimentos
involuntários trêmulos, diminuição da força muscular, alteração da marcha, o que levaria a
quedas frequentes, tendo os sentidos e intelecto inalterados. Posteriormente, Jean-Martin
Charcot sugeriu a alteração do nome da enfermidade de paralisia agitante para Doença de
Parkinson, a diferenciando da esclerose múltipla (EM) pelo tipo de tremor, onde o tremor
da DP seria lento e o da EM seria acelerado, estabelecendo os principais sinais da doença
como: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural.
Tipicamente, o quadro inicia-se após os 50 anos e se manifesta inicialmente apenas em um
hemicorpo, progredindo com o passar do tempo¹,2. Além disso, na DP, nenhuma outra
anormalidade neurológica está associada. Já o Parkinsonismo atípico (PA), o quadro clínico
é semelhante ao da DP, porém o modo como a doença progride e a resposta ao tratamento
medicamentoso são diferentes. Geralmente se instala simetricamente, respondendo mal a
drogas anticolinérgicas, inclusive a levodopa (tratamento convencional da DP). É
relacionado a doenças neurológicas degenerativas como demência por corpos de Lewy,
paralisia supranuclear progressiva e atrofia de múltiplos sistemas³. O objetivo deste estudo
é descrever casos de Parkinsonismo Atípico acompanhados em ambulatório especializado
em distúrbios do movimento na cidade de Teresina – Piauí no período de 2013 a 2016.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional que incluiu todos pacientes
com diagnóstico de síndrome parkinsoniana de acordo com os critérios do banco de cérebro
de Londres. Foram excluídos os pacientes com parkinsoniano secundário a lesões
observadas em RNM de crânio nos gânglios da base. Associada ao levantamento de dados
em sites temáticos relacionados à Doença de Parkinson e artigos. RESULTADOS: Foram
avaliados 95 pacientes, dos quais 53 (55,7%) apresentavam doença de Parkinson idiopática,
4 (4,2%) atrofia de múltiplos sistemas, 11 (11,5%) Paralisia supranuclear progressiva, 12
(12,6%) Demência por corpos de Lewy, 1 (1,05%) Degeneração corticobasal, 8 (8,4%)
Parkinsonismo medicamentoso, 2 (2,1%) Parkinsonismo vascular, 4 (4,2%) Parkinsonismo
sem diagnóstico definido. O Parksonismo atípico resulta de um conjunto de alterações que
culminam com síndrome parksoniana associada a outras condições que podem ser:
demência, ataxia, disautonomias, dentre outras. DISCUSSÃO: Verificou-se neste estudo
que a Doença por corpos de Lewy foi a principal causa do Parkinsonismo Atípico (12,6%).
Esta condição faz parte do grupo das sinucleinopatias, grupo de patologias relacionadas a
proteína alfa-sinucleína, que está relacionada, em casos de alterações no seu metabolismo,
a situações
112
onde há déficit cognitivo, comprometimentos motor, dentre outros. Embora sua
fisiopatologia não seja totalmente esclarecida, sabe-se que o mecanismo da doença envolve
depósitos disseminados de aglomerados anormais da proteína alfa-sinucleína nos
neurônios4. Já a Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) atingiu 11,5% dos pacientes
analisados. Tal condição neurológica é rara. Seu quadro clínico se caracteriza por
oftalmoparesia supranuclear, instabilidade postural e demência. O desenvolvimento da
doença geralmente se dá na terceira/quarta década de vida e não há relatos na literatura da
doença em pessoas abaixo dos 40 anos. Após a confirmação da hipótese diagnóstica da
doença, que em geral leva de 3 a 9 anos, é necessário o acompanhamento do paciente por
uma equipe multidisciplinar, assim como as demais desordens neurológicas descritas neste
estudo5. A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) representou 4,2% dos casos de PA. A AMS
é uma desordem neurogenerativa que culmina com comprometimentos cerebelar,
disautonomias e parkinsonimo. Faz parte do grupo das sinucleinopatias juntamente com a
doença por corpúsculos de lewy. Tem caráter progressivo e necessita da presença de
sintomas disautonômicos para ser devidamente diagnosticada. No que se refere ao
Parkinsonismo Medicamentoso, este tem relação direta com o uso de determinados
fármacos que em geral são utilizados para outras doenças. Temos como exemplo o caso do
Haloperidol. No entanto outras drogas podem acarretar esses sintomas e mimetizar um
parkinsonismo, o que sugere que uma anamnese detalha e criteriosa ajuda na formulação da
hipótese diagnóstica correta. Os sintomas melhoram cerca de uma a quatro semanas após
suspender a medicação, porém podem levar até seis meses para remissão completa. O
Parkinsonismo vascular está relacionado com alterações patológicas dos vasos e apresenta
um quadro progressivo e que geralmente tem uma piora seguindo padrões de
comprometimento em degraus, o que significa que as capacidades da pessoa deterioram-se
depois de um enfarte e ficam estabilizadas até ao próximo. Os casos de Parkinsonismo
Atípico idiopático configuram como situações em que não foi possível identificar a etiologia
mesmo com exame clínico e com a utilização de exames complementares. As demais causas
de parkinsonismo plus neste estudo, embora em menor porcentagem, representam condições
neurodegenerativas progressivas que a exemplo das demais etiologias retratadas devem ser
acompanhadas por uma equipe de saúde capacitada e com os recursos de infraestrutura e de
exames complementares adequados. No geral, pode-se afirmar que o Parksonismo Plus ou
atípico resulta de um conjunto de alterações que culminam com síndrome parksoniana
associada a outras condições que podem ser: demência, ataxia, disautonomias, dentre outras
e que geralmente não apresentam boa resposta ao tratamento convencional da Doença de
Parkinson. É de grande valia o conhecimento sobre as principais causas de parksonismo
atípico para o adequado manejo do quadro, pois no Parkinsonismo Atípico o processo
degenerativo em sua maioria é mais incapacitante e de evolução mais rápida. Observa-se
que o padrão de prevalência do PA encontra-se em concordância com a literatura e que é
necessário o conhecimento por parte dos profissionais de saúde acerca dos quadros de
parkinsonismo atípico com o objetivo de evitar diagnósticos incorretos, o que culmina em
terapias inadequadas, aumento de morbimortalidade e má resposta ao tratamento
medicamentoso, dentre outros.
113
CONCLUSÃO: Diante dos dados apresentados verifica-se que a forma mais prevalente
dentre os parkinsonismos atípicos acompanhados em ambulatório especializado em
distúrbios do movimento na cidade de Teresina foi demência por corpos de lewy,
correspondendo a 12,6% dos casos. Sua neuropatologia é caracterizada pela presença de
corpos de Lewy tanto em regiões corticais como em áreas subcorticais do encéfalo. Os
principais sinais e sintomas clínicos, além dos sinais parkinsonianos, incluem: declínio
cognitivo progressivo, alucinações visuais recorrentes e flutuação no estado cognitivo.
Observa-se maior sensibilidade a efeitos indesejáveis de medicamentos neurolépticos e a
resposta a medicações inibidoras da acetilcolinesterase são na maioria das vezes satisfatória.
REFERÊNCIAS
1- PARKINSON, J. An Essay on the Shaking Palsy. Londres: Whittingham and Rowland, 1887.
2- O’sullivan SB, Schimitz TJ. Doença de Parkinson. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo:
Manole, 2004, p.747-73.
3- Litvan I. Recent advances in atypical parkinsonian disorders. Curr Opini Neurol 1999; 12: 441-446.
4- SUNG, J.Y.; KIM, J.; PAIK, S.R.; PARK, J.H.; AHN, Y.S.; CHUNG, K.C. Induction of Neuronal
Cell Death by Rab5A-dependent Endocytosis of Alpha-synuclein. J Biol Chem Apr 20, 2001.
5- Barsottini, O. G. P., Felício, A. C., Aquino, C. C. H. de, & Pedroso, J. L. (2010). Progressive
supranuclear palsy: new concepts. Arq. Neuro-Psiquiatr., 68(6), 938-946.
114
EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM
MELHORA APÓS USO DE CANABIDIOL
Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves1; José da Cruz Moura Campelo²; Ruth Brito Costa1; Ícaro Araújo
de Sousa3; Vinícius Araújo do Vale³; Guilherme Antônio Silva Ribeiro4; Kelson James Silva de Almeida5
1 Discentes do curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial - FACID|Wyden; 2Discente do curso de
Medicina da UNINOVAFAPI; 3Discentes do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí – UFPI; 4Discente do curso de Medicina da Universidade Estadual do Piauí – UESPI; 5Docente do curso de Medicina
da Faculdade Integral Diferencial, Doutor em Ciências pela USP
INTRODUÇÃO: Esclerose tuberosa (TSC) é uma desordem genética causada por
anomalias nos genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos 9 e 16, respectivamente1,2.
Manifesta-se através de uma tríade clássica que engloba deficiência mental, convulsões e
adenoma sebáceo. As lesões do sistema nervoso central (SNC) mais encontradas na TSC
são tubérculos corticais, nódulos subependimários e astrocitomas subependimários de
células gigantes2,3,4. Um dos sintomas neurológicos mais comuns na TSC é a epilepsia, que
engloba cerca de 72-85% dos casos, iniciando-se nos primeiros três anos de vida em 80%
dos pacientes4. A resistência medicamentosa à epilepsia é bastante comum, sendo
considerada quando existe falha de resposta ao tratamento apropriado para alçar a remissão
das crises de modo sustentado, seja em esquema de monoterapia ou combinação de dois
antiepilépticos tolerados5. Essa refratariedade acomete cerca de 2/3 dos pacientes e está
relacionada ao seu início precoce e atraso no desenvolvimento cognitivo1,4. Estudos recentes
demonstram que o uso do Canabidiol em pacientes refratários aos antiepiléticos usuais
apresenta uma alternativa promissora no controle da epilepsia refratária5,6. Essa droga é um
princípio ativo isolado da Cannabis sativa, esta considerada uma droga de abuso no Brasil.
Assim, até recentemente existiam barreiras culturais, políticas e legais que restringiam a
prescrição do canabidiol para fins terpêuticos. Por meio desse trabalho objetiva-se relatar
um caso de epilepsia refratária secundário a esclerose tuberosa, que melhorou ao uso do
canabidiol. RELATO DO CASO: Paciente do gênero feminino, 13 anos, portadora de
Esclerose Tuberosa, diagnosticada aos 9 meses, além de Transtorno do Espectro Autista
com moderado acometimento cognitivo desde os 3 anos. Possui histórico familiar de mãe
e irmã com esclerose tuberosa e apresenta crises epilépticas refratárias do tipo tônica dos 4
membros que variam de 4 a 6 episódios por dia. Fazia uso de mais de três classes de
antiepilépticos, porém sem melhoras. À ressonância magnética de crânio apresentou
tubérculos corticais e bordas axiais, associados à nódulos subependimários nos ventrículos
laterais. O eletroencefalograma demonstrou intensa atividade epiléptica focal em região
frontal bilateral e parietal à esquerda. Diante do quadro foi instituída a terapêutica com
canabidiol na dose de 5 mg/kg. Após o início do uso a paciente passou a ter crises uma vez
por semana, passou 15 dias sem ter crises, mas voltou a ter crises na frequência de antes. A
dose foi então aumentada para 10 mg/kg, resultando em mais 15 dias sem crises, durante
um seguimento de 2 meses. DISCUSSÃO: A esclerose tuberosa (TSC), conhecida também
como Síndrome de Bourneville-Pringle, é uma doença genética de herança autossômica
dominante, causada por anomalias nos
115
genes hamartina (TSC1) e tuberina (TSC2) dos cromossomos 9 e 16, respectivamente1,2.
Ela é caracterizada por uma tríade representada por crises convulsivas, retardo mental e
lesões cutâneas, a exemplo dos adenomas sebáceos. Além disso, possui caráter
multissistêmico, podendo comprometer também rins, olhos, pulmões e coração1,3,7. Em
relação ao acometimento do sistema nervoso central (SNC), a esclerose tuberosa manifesta-
se através de tumores benignos (astrocitomas subependimários de células gigantes), nódulos
subependimários e tubérculos corticais, sendo identificados através de exames de imagem
como tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM)2,3,4,7.
Quanto aos sintomas neurológicos, a deficiência mental e o atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor estão presentes em aproximadamente metade dos pacientes com TSC,
sendo, logo após a epilepsia, os sinais mais frequentes de acometimento do SNC1,2,7. Várias
condições psiquiátricas também podem ser relacionadas a essa síndrome, a exemplo da
esquizofrenia, transtorno do espectro autista (TEA) e déficit de atenção e hiperatividade1.
As crises epilépticas engloba cerca de 72-85% dos casos, iniciando-se nos primeiros três
anos de vida em 80% dos pacientes, havendo prevalência das crises tônico-crônicas
generalizadas e dos espasmos4. A refratariedade dessas crises está presente em 2/3 dos
pacientes e correlacionam com o seu início precoce, sendo um fator de impacto negativo
sobre o desenvolvimento neuropsicomotor1,4. O mecanismo de refratariedade ainda é
desconhecido, porém destacam-se uma elevada expressão da glicoproteína P (P-gp), esta
que é responsável pela depuração das drogas antiepilépticas1. Estudos recentes demonstram
que o uso do Canabidiol em pacientes refratários aos antiepiléticos usuais apresenta uma
alternativa promissora no controle da epilepsia refratária. Essa droga é um princípio ativo
isolado da Cannabis sativa, uma planta que possui usos medicinais documentados anos
antes de Cristo. Durante o século XIX acreditava-se na sua eficácia no tratamento da
epilepsia, porém tornou-se ilegal no século XX, sendo deixado de lado essa crença. No
Brasil, a Cannabis sativa é considerada uma droga de abuso. Assim, até recentemente
existiam barreiras culturais, políticas e legais que restringiam a sua utilização e de qualquer
derivado para fins medicinais, apesar de seus efeitos conhecidos de longa data5,6. Porém,
nos últimos anos, o país acompanhou reivindicações por parte de familiares de pacientes
com crises epilépticas refratárias que queriam a legalização da importação de produtos
contendo a substância e a regulamentação de sua prescrição por meio da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), alegando melhora significativa das crises com o uso do
canabidiol. Essa realidade mudou em 2016, na qual foi permitido a prescrição de
medicamentos que contenham em sua composição a planta Cannabis sp., suas partes ou
derivados, assim como para a importação5. De fato, no relato apresentado a paciente
apresentou uma redução significativa na frequências das crises epilépticas passando de 4 a
6 episódios por dia, para um período de até 15 dias sem crises documentadas, em um
seguimento de dois meses. Vale ressaltar a melhora na qualidade de vida não só da paciente,
mas de todo o aparato familiar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A TSC é uma enfermidade
de baixa prevalência, mas cuja sintomatologia abrange uma tríade característica, sendo
frequente episódios epiléticos, que podem cursar com comprometimento neuronal. Quando
refratários ao tratamento convencional, o tratamento das crises epilépticas com canabidiol
116
pode ser uma alternativa em potencial, conforme estudos em pacientes pediátricos e
adolescentes, apresentando um perfil de segurança favorável. De acordo com o caso aqui
relatado, observamos uma redução significativa das frequências das crises epilépticas,
implicando em uma melhor qualidade de vida da paciente. Porém, ressalta-se que estudos
ainda são necessários para delinear doses terapêuticas, assegurando o perfil de segurança,
além de esclarecer eventuais efeitos adversos.
REFERÊNCIAS
1. Geraldini M, Liberalesso PBN, Zeigelboim BS, et al. Esclerose tuberosa: análise de 24 casos
pediátricos. Revista Brasileira de Medicina. 2012;69:15-20
2. Curatolo P, Bombardieri R. Tuberous sclerosis. Handbook of clinical neurology. 2007;87:129-151.
3. Inoue Y, Nemoto Y, Murata R, Tashiro T, Shakudo M, Kohno K, et al. CT and MR imaging of cerebral
tuberous sclerosis. Brain Dev 1998; 20(4):209-21.
4. Savini MN, Mingarelli A, Vignoli A, et al. Ictal signs in tuberous sclerosis complex: Clinical and
vídeo-EEG features in a large series of recorded seizures. Epilepsy Behav. 2008;85:14-20.
5. Seibel DR, Limberger JB. Uso de canabidiol no tratamento de síndromes epilépticas resistentes a
terapia convencional. Disciplinarum Scientia. 2017;18(2):363-380.
117
A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE
APRENDIZAGEM ATIVA EM ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ.
Moura, C.G.F1; Andrade, A.R.O3; Moreira, J.F2; Aragão, L.M.M2; Azevedo, M.C.O2; Linhares, R.C2;
Vanessa Meneses de Brito Campelo3.
1 Discente da Universidade Federal do Piauí
2 Discente do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba
3 Docente do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba
INTRODUÇÃO: As práticas pedagógicas centravam-se em ações individualistas, sem
considerar as condições de vida cuja os estudantes estavam inseridos. Diante do déficit
apresentado pelas escolas brasileiras, salienta-se o uso insatisfatório de metodologias que
melhorem a educação em saúde, principalmente para crianças que estão inseridas em um
contexto de extrema vulnerabilidade. Diante disso, em resposta à rápida evolução da
educação em saúde, as escolas médicas estão incorporando as metodologias ativas em sua
grade curricular. Além disso, evidencia-se, ainda, a necessidade de metodologias interativas
que abranjam os princípios de promoção de saúde. Dentre tais métodos, destaca-se o uso
da gamificação – aprendizagem ativa por meio de jogos, pautada no lúdico e na interação
entre os jogadores. Essa estratégia de aprendizagem atua como uma importante ferramenta
na educação em saúde de crianças. OBJETIVO: O presente estudo tem por objetivo
promover educação em saúde por meio de uma abordagem lúdica-educativa. Além disso, a
dinâmica aplicada visa estimular a capacitação dos alunos no autocuidado. Objetiva-se,
ainda, analisar a efetividade da gamificação no processo de ensino-aprendizado.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem
quantitativa e qualitativa. Conduziu-se o estudo exploratório, a fim de adaptar as regras do
jogo e, assim, aperfeiçoá-lo. O estudo teve como público alvo crianças de 7 a 12
anos matriculadas regularmente na escola municipal Monsenhor Mario José de Menezes em
Parnaíba, Piauí. Em dezembro de 2017, foram realizadas as aplicações do jogo, como parte
de um estudo piloto, em que 30 crianças foram escolhidas ao acaso e divididas em 5 testes.
Os jogadores foram subdivididos em 3 duplas. Cidade da Saúde consiste em um tabuleiro
iconográfico, que engloba várias situações cotidianas dos alunos. Contém 65 casas, assim
distribuídas: 21 casas amarelas de questionamentos específicos; 13 casas laranjas
relacionadas às cartas “Você Sabia?”; 8 casas verdes relacionadas as cartas “Agressão e
Defesa”; 10 casas azuis em alusão à ambientação do tabuleiro; 13 casas brancas, onde o
jogador permanece sem alterações. O jogo contém 2 dados, sendo um numerado e outro
dividido em 3 cores, em que cada face é distribuída igualmente dentre as áreas de
Imunologia (azul), Parasitologia (vermelho) e Microbiologia (amarelo). Ademais, o
tabuleiro inclui 45 cartas de conhecimentos específicos – subdivididas entre as disciplinas
de Imunologia, Microbiologia e Parasitologia –, 28 cartas de curiosidades e ensinamentos –
denominadas “Você sabia? ” – e 16 cartas intituladas “Agressão e Defesa”. Com o intuito
de ampliar os conceitos de educação em saúde das crianças, os estudantes responsáveis pela
aplicação jogo promoveram explicações acerca dos questionamentos abordados. Ao final
de cada partida foi realizada uma análise, com fito de verificar a necessidade de mudanças
das estratégias e regras.
118
Além disso, foram analisadas as seguintes variáveis: 1) interesse pelo jogo; 2) afinidade
com o jogo; 3) conhecimentos prévios; 4) entendimento das regras; 5) vontade de conquista;
6) perfil dos jogadores.
RESULTADOS: Foram realizadas 4 partidas, com participação de 24 escolares – 14
meninos e 10 meninas – e com duração média de 35,2 minutos por partida. Durante a
preparação do ambiente e escolha das crianças, muitas demonstraram interesse em conhecer
o jogo, de forma geral. Durante a aplicação, observou-se que houve uma discrepância entre
os extremos da faixa etária escolhida. As crianças de 7 anos demonstraram-se mais inibidas
e com pouca interação entre si. Em contrapartida, as crianças de 12 anos não apresentavam
nenhum interesse pelo jogo, apenas vontade de conquista, sem interesses adicionais.
Apresentando um comportamento divergente das demais, as crianças de 8 a 11 anos
mostraram-se mais empenhadas com o jogo, responderam mais perguntas, e tinham mais
conhecimentos prévios relacionados à área da saúde. (Gráfico 1)
GRÁFICO 1: Relação entre a idade dos participantes e o interesse pelo jogo, demonstrado no decorrer da partida.
Houve uma compreensão plena (100% dos participantes) das regras e estratégias de jogo.
62,5% das crianças apresentavam conhecimentos prévios acerca dos assuntos abordados;
daquelas crianças que não possuíam conhecimentos prévios, 66% eram meninos e 33%
meninas. Salienta-se, ainda, que 66% dos escolares apresentaram afinidade com o jogo.
Segundo relatos, o conhecimento prévio demonstrado pelos participantes foi, em grande
parte, adquirido através de outras atividades de educação e conscientização em saúde
organizadas pelos mesmos acadêmicos que desenvolveram o jogo. DISCUSSÃO: A
educação em saúde é um importante suporte na Atenção Básica, visto que age como uma
forma de facilitar a construção do conhecimento de escolares. Nesse contexto, a utilização
de jogos auxilia os participantes a produzirem estímulos distintos a respeito da resposta que
será proferida, estimulando a interação entre os jogadores, além de instigar o aprendizado
através de formas lúdicas.5,4Através das situações problemas impostas no jogo, a criança
conduz seu raciocínio e comportamento conforme a situação apresentada, exigindo uma
interpretação constante durante o jogo. Estudos evidenciam, de maneira geral, que o uso de
jogos e estratégias lúdicas são uma importante ferramenta para atingir objetivos de
educação em saúde. 6.
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Idade x Interesse pelo jogo
IDADE INTERESSE
119
Uma vez que ocorre a inserção de conceitos básicos que facilitam o entendimento das
crianças acerca da educação em saúde. Dessa forma, relaciona-se os altos índices de
afinidade e compreensão dos participantes com o jogo, à eficácia da ludicidade na
construção de aprendizagem dessa faixa etária. Cidade da Saúde é um jogo de regras simples
e de fácil entendimento, visto que foi amplamente compreendido entre todos os
participantes. Esse método foi utilizado para informar aos escolares, de forma lúdica, sobre
estratégias de prevenção e autocuidado, além de mostrar a importância de atividades
preventivas como uma forma de evitar futuras comorbidades. Percebeu-se durante a
aplicação do jogo, a participação ativa dos escolares na atividade, como também, o interesse
deles pela competição que se estabelecia a partir do jogo de tabuleiro, confirmando a ideia
que o jogo é um meio que fornece a criança um ambiente agradável, motivador, planejado
e enriquecedor para a aprendizagem de várias habilidades.4 CONCLUSÃO: Conclui-se,
então, que as metodologias de ensino influenciam diretamente no processo de ensino-
aprendizagem. Dessa forma, durante a aplicação do jogo, os acadêmicos observaram a
importância da necessidade de uma aprendizagem baseada na interação, a fim de
desenvolver atitudes de autonomia e autopercepção. Portanto, o jogo intitulado “cidade da
Saúde” mostrou-se eficaz na promoção e prevenção de saúde, além do estimulo ao
autocuidado e a auto percepção dos escolares, por meio da educação em saúde.
REFERÊNCIAS
1. Beinner MA, Morais EAH,Reis IA,Reis EA, Oliveira SR. O uso de jogo de tabuleiro na educação
em saúde sobre dengue em escola pública. Rev enferm UFPE on line. Abril 2015 9(4):7304-13.
2. Grübel JM, BezMR. Jogos educativos. Novas tecnologias na educação. Cintedufrgs. 2006; 4: 2.
3. Johnson D, Deterding S, Kuhn K, Staneva A, Stoyanov S, Hides, L. Gamification for health and
wellbeing: A systematic review of the literature. Ver Internet interventions, nov 2016; 6: 89-106
4. Mendes F. As vulnerabilidades da Educação para a Saúde. In: Lopes M, Mendes F, Moreira A. (Orgs.). Exercícios de diálogo e convergência. Coimbra: Formasau, 2009. p.55-67.
5. Rebolho MCT, Casarotto RA, João SMA. Estratégias para ensino de hábitos posturais em crianças:
história em quadrinhos versus experiência prática. Ver Fisioter. Pesqui. 2009; 16 (1): 46-51
120
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER
NOS NÍVEIS SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS
Iara Alves Coelho1, Murilo Luiz Cerutti1, Caroline Valente1
1 Universidade Regional de Blumenau (FURB)
INTRODUÇÃO
A acupuntura é uma das terapias complementares mais conhecidas, utilizada com
finalidade preventiva e terapêutica, a qual tem sido importante para os povos orientais há
milhares de anos. É uma terapia que possui pouco ou quase nenhum efeito colateral, sendo
que os efeitos pretendidos são em boa parte alcançados de forma rápida, auxiliando também
na melhora da qualidade de vida dos usuários uma vez que uma das principais finalidades
dessa técnica seria potencializar a sensação de bem-estar físico e mental ao corpo. Tais
efeitos estão relacionados com hormônios e neurotransmissores como: endorfina,
serotonina, dopamina e ocitocina. Sendo assim, as concentrações hormonais adequadas são
essenciais para a saúde física e psicológica4
. O Laser por sua vez, é a união de duas técnicas,
a acupuntura que é utilizada a milênios e a laserterapia que surgiu em 1970 1. Comparações
entre o efeito da Acupuntura e do Laser nos pontos E36 e EX2 são inéditas e importantes
visto que Yintang (EX2) ser um ponto no qual não apresenta relação e/ou conexão com os
meridianos, por essa razão é denominado ponto extra, diminuindo o estresse, acalmando a
mente e diminuindo a agitação. O Zusanli (E36) aumenta a imunidade assim como atua
equilibrando o metabolismo e restaurando as funções do organismo. A busca por terapias
complementares que apresentem efeitos positivos diminuindo a necessidade de consumo
de medicamentos é crescente. Por esse motivo, estudos nessa área são de grande relevância
e devem ser feitos não só para diminuir o estresse e melhorar a qualidade de vida como
também para elevar a prática da acupuntura às bases científicas4. Sendo assim, a elaboração
deste trabalho justifica-se pela convicção de que estudos desta natureza possam contribuir
com a compreensão dos mecanismos envolvidos com as oscilações da concentração do
cortisol e colesterol bem como na elaboração de protocolos eficazes no tratamento através
da Acupuntura e Laser. OBJETIVOS: Analisar o efeito do tratamento com Acupuntura e
Laser nas concentrações séricas de colesterol (HDL e LDL) e cortisol nos pontos E36
(Zusanli) e (EX2) Yintang mapeados em ratos. MATERIAIS E MÉTODO: Utilizou-se
24 ratos Wistar (Rattus norvegicus) machos adultos (160-200g), provenientes do Biotério
central da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Santa Catarina. Os ratos foram
-escuro de 12 horas e livre acesso a água
e ração. Os procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comissão de Ética no Uso
de Animais - CEUA da FURB, conforme protocolo nº 017/17. Após aclimatação de 15
dias no biotério do bloco T do campus 1 da FURB, os animais foram divididos em 3 grupos
de oito animais, sendo: Grupo controle (sem intervenção), grupo acupuntura e laser.
Previamente a experimentação, eles ficaram em jejum por 12h e aclimatados no laboratório
por um período de 1h. Todos os procedimentos foram conduzidos de acordo com as normas
de cuidados com animais de laboratório e as diretrizes éticas para
121
investigação em animais conscientes. Para inserção da agulha o animal foi gentilmente
contido e as agulhas colocadas uma a uma nos pontos E36 e EX2 onde permaneceram por
30 minutos. Durante este período os animais foram observados para garantir que todas as
agulhas permaneceriam em seu ponto, caso o animal as removesse, elas eram
imediatamente recolocadas. Utilizou-se agulhas de 0,18 x 8,0 mm. O Laser utilizado foi o
de baixa intensidade (TF Premier Plus da MMO) com o comprimento de onda de 808 nm
(analgésico) e a energia adicinada é de 1 J (25 J/cm2, 100 mW por 10/s). Os pontos de
referência foram escolhidos à partir dos efeitos observados em humanos e mapeados em
ratos .Para a coleta das amostras os animais foram sedados com uma mistura de cetamina e
xilazina (70mg\Kg e 10mg\Kg respectivamente). Posteriormente, a amostra de sangue foi
coletada por punção cardíaca e transferida imediatamente para tubo com gel separador e
centrifugadas a 3500 RPM por 10 minutos. Para as análises, utilizou-se kits Bioclin®
comercial. Para a dosagem do perfil lipídico utilizou-se analisador semiautomático
Bioplus, e o cortisol por sua vez, foi mensurado através da
técnica de quimioluminescência. Os resultados foram analisados no programa Graph Pad
Prism versão 5.01. Eles foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) e
avaliados através da análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste pos-hoc
de Newman-Keuls. Valores de p menores que 0,05 (p<0,05) foram considerados
estatisticamente significativos.
RESULTADOS
Figura 1
Concentração de Cortisol sérico. Os valores são expressos como a média de 7-8 animais ± EPM (erro
padrão da média). O asterisco (*) representa uma diminuição significativo na concentração de cortisol
sérico. * P < 0,05.
122
Figura 2
Concentração de HDL. Os valores são expressos como a média de 7-8 animais ± EPM (erro padrão da
média). O asterisco (*) representa um aumento significativo estatisticamente. ** P < 0,01.
Figura 3
123
Figura 3. Concentração Glicose (A), C. total (B), Triglicerídeos (C) e LDL-c (D) séricos. Os
valores são expressos como a média de 7-8 animais ± EPM (erro padrão da média). Não teve
alterações significativas estatisticamente.
124
DISCUSSÃO: Na literatura não foi encontrado nenhuma relação direta entre o Laser com
o cortisol e o HDL, mas temos hipóteses de que como estresse pode ser patológico ao
metabolismo, ao crescimento, ao processo de regeneração tecidual e a resposta
imunológica este seria contraposto pelos amplos campos de ações do laser, nos quais
estudos vem mostrando a contribuição no processo de reparo tecidual, particularmente a
respeito da influência na modulação de certos tipos celulares no processo de cicatrização.
É evidenciado um aumento da cicatrização das feridas após terapia com laser, havendo
aumento na atividade mitótica, número de fibroblastos, síntese de colágeno e
neovascularização dos tecidos lesados. Assim, diante dos resultados expostos acima,
sugere-se que o Laser de baixa potência, pela ação de absorção dos cromóforos, possui
importantes efeitos celulares desde bioquímicos, bioelétricos e biofísicos. Dentre eles,
pode-se citar a troca de potenciais de membrana, equilíbrio da bomba sódio e potássio,
repolarização e a hiperpolarização da membrana, aumento do potencial de ação nervoso,
estímulo à microcirculação, absorção de exsudatos, modulação da síntese de
prostaglandinas, aceleração dos processos metabólicos celulares e o aumento da síntese
de ATP 3
.Dessa forma, às alterações observadas é que a eliminação de substâncias como
bradicinina, histamina e acetilcolina e a redução de citocinas e da enzima COX2 foram
induzidos por parte da radiação à laser, proporcionando às células e tecidos, uma energia
que intensifica, em todos os níveis, o crescimento fisiológico normalizando as
deficiências e equilibrando as concentrações dos biomarcadores avaliados2
.
CONCLUSÃO: Conclui-se que o laser utilizado nos pontos E36 (Zusanli) e (EX2)
Yintang mapeados em ratos, foi capaz de levar à respostas significativas estatisticamente
nos níveis séricos de HDL-C e cortisol. Sendo percebido, em relação ao grupo controle,
uma diminuição de aproximadamente 30% do cortisol e um aumento de mais ou menos
38% do HDL-C.
REFERÊNCIAS
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São Carlos, 2010. Monografia (Especialização em Medicina Tradicional Chinesa), Escola
Spaço Alternativo.
2. ARTES-RIBAS, M., ARNABAT-DOMINGUEZ, J. e PUIGDOLLERS, A. Analgesic effect of
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p.335-41, Jan, 2013.
3. BARATTO, L., CALZA, L., CAPRA, R., GALLAMINI, M., GIARDINO, L., GIULIANI, A.,
LORENZINI, L. e TRAVERSO, S. Ultra-low-level laser therapy. Lasers Med Sci, v.26, n.1,
p.103-12, Jan, 2011.
4. CARVALHO, Janete de Fátima da Costa. Influência da acupuntura sobre o nível de estresse
em bombeiros: uma análise por meio do cortisol. 2012.
5. Chae HY, Bong HL, Sung HS. A Possible Mechanism Underlying the Effectiveness of
Acupuncture in the Treatment of Drug Addiction. eCAM. 2007.