PRESIDENTE DA COMISSÃO...

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PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA

PROF. DR. KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA

COMISSÃO CIENTÍFICA

JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO

WELLIGTON RIBEIRO FIGUEIREDO

VIRIATO CAMPELO

KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA

ANTÔNIO DE DEUS FILHO

CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA

NOELIA MARIA DE SOUSA LEAL

MARIA DO CARMO DE C. E MARTINS

LIA CRUZ VAZ DA COSTA DAMÁSIO

ANA MARIA COELHO HOLANDA

ISÂNIO VASCONCELOS MESQUITA

DORCAS LAMOUNIER COSTA

LILINE MARIA SOARES MARTINS

LUCIANA TOLSTENKO NOGUEIRA

GINIVALDO VICTOR RIBEIRO

MARIA ALINE FERREIRA DE

CERQUEIRA

ROSEMARIE BRANDIM MARQUES

ANDRÉ GONÇALVES DA SILVA

IONE MARIA RIBEIRO SOARES LOPES

SABAS CARLOS VIEIRA

VITOR YAMASHIRO ROCHA SOARES

CINTIA MARIA DE MELO MENDES

CAROLINE SOUSA COSTA

IGOR DENIZARDE BACELAR

ANDRÉ LUIZ PINHO SOBRAL

GERARDO VASCONCELOS MESQUITA

EULÁLIO DAMAZIO DA SILVA JUNIOR

HELDER DAMÁSIO DA SILVA

ANA LUCIA FRANCA DA COSTA

YURI NOGUEIRA CHAVES

EDUARDO DE CARVALHO BORGES

ERLAN PÉRCIO LOPES RUFINO

DENISE MARIA MENESES CURY

DEBORA ALENCAR FRANCO COSTA

ROBERTA LILLYAN RODRIGUES REIS

FREDERICO MAIA PRADO

RAIMUNDO FEITOSA NETO

ELIZEU PEREIRA DOS SANTOS NETO

EMERSON BRANDÃO SOUSA

DEUZUITA OLIVEIRA

JOANA ELISABETH DE S. MARTINS

FREITAS

NABOR BEZERRA DE MOURA JÚNIOR

COMISSÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

BRUNA AFONSO DOS SANTOS GUILHERME ANTONIO SILVA RIBEIRO

RENAN ROBERTO ROFRIGUES REIS LUIZA DE SÁ URTIGA SANTOS

GUSTAVO VICTOR LUCAS E SILVA DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE

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APRESENTAÇÃO

O cenário científico no Brasil é preocupante: a falta de investimentos culmina com a fuga de cérebros

brilhantes, banalização dos programas de pós-graduação e publicações de baixo fator de impacto. Nesse

cenário há muitos desafios ao pesquisador que segue no entendimento que a produção de conhecimento é

motriz ao desenvolvimento de uma nação. Um dos principais é formar novas “mentes científicas”; um

processo árduo, que requer dedicação e cujos resultados até médio prazo não se mostram palpáveis.

Assim, nesse cenário o COSAMPI/Congresso Médico da AMB-PI exerce seu papel de consolidar linhas

de pesquisas e apresentação de resultados dos estudos da região. Sobremaneira contribui para a formação

de muitas “mentes científicas” por propiciar discussões e o exercício de tal saber em uma fase de construção

do futuro médico. Assim, só resta agradecer a confiança depositada ao submeter vossos resultados para a

análise por essa missão.

Prof. Dr. Kelson James Silva de Almeida/

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SUMÁRIO

RESUMOS SIMPLES ..................................................................................................................... 1

TEMA ORAL LIVRE ..................................................................................................................... 1

AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR DIREITO POR NEUROFIBROMA GIGANTE ............ 2

PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA REFRATÁRIA EM PACIENTES PORTADORES DE

MICROCEFALIA DE UM CENTRO DE REABILITAÇÃO DE TERESINA .................................. 3

A ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA À MICROCEFALIA CONGÊNITA POR ZIKA VÍRUS

PREDOMINA EM MEMBROS SUPERIORES ................................................................................ 4

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL ........ 5

PACIENTE DE UMA FAMÍLIA COM DISTROFIA DE CINTURAS TIPO 2: RELATO DE CASO

.......................................................................................................................................................... 6

ANÁLISE DAS VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO TRATADAS NO

SERVIÇO DE NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TERESINA-PI .... 7

ANÁLISE DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM MALFORMAÇÕES ARTERIOVENOSAS

CEREBRAIS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA, TERESINA-PI .................................................. 8

CASO COM EVOLUÇÃO ATÍPICA: GRAVIDEZ BEM SUCEDIDA EM PACIENTE

PORTADORA DE ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL TIPO III .................................................. 9

ASPERGILOMA CEREBRAL EM UM PACIENTE COM LEUCEMIA AGUDA: UM RELATO DE

CASO ............................................................................................................................................. 10

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO PIAUÍ E REGIÃO

NORDESTE, 2010-2015 ................................................................................................................. 11

RELATO DE CASO: RECONSTRUÇÃO DO TENDÃO DISTAL DO MÚSCULO BÍCEPS

BRAQUIAL .................................................................................................................................... 12

TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA A

MICROCEFALIA CONGÊNITA PELO ZIKA VÍRUS .................................................................. 13

PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ESPECTRO

AUTISTA ....................................................................................................................................... 14

PSEUDOMIXOMA PERITONEAL POR TUMOR DE APÊNDICE COM METÁSTASE PARA O

OVÁRIO ......................................................................................................................................... 15

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ATUALIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA NA

REGIÃO NORDESTE ENTRE 2014 E 2017 .................................................................................. 16

GIST: UMA SÉRIE DE CASOS ..................................................................................................... 17

EFEITOS DA MANTEIGA DA SEMENTE DO BACURI (PLATONIA INSIGNIS MART.) SOBRE

PERFIL LIPÍDICO E ÍNDICE ATEROGÊNICO EM MODELO EXPERIMENTAL DE

DISLIPIDEMIA .............................................................................................................................. 18

RELATO DE CASO SOBRE ATAXIA ESPINOCEREBELAR TIPO 7 ......................................... 19

RELATO DE CASO SOBRE DOENÇA DE LYME SÍMILE ......................................................... 20

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME DE WEST EM PACIENTES COM MICROCEFALIA – UM

INÉDITO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO ...................................................................................... 21

SÍNDROME DE STIFF-PERSON, VARIANTE FOCAL E ANTI-GAD NEGATIVO – UM RELATO

DE CASO ....................................................................................................................................... 22

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM AMBULATÓRIO

ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO ............................................................ 23

PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM

TERESINA ..................................................................................................................................... 24

DA SUSPEITA AO DIAGNÓSTICO NA NESIDIOBLASTOSE DO ADULTO. ........................... 25

HEMANGIOENDOTELIOMA COMPOSTO EM OSSOS DO PÉ ESQUERDO- RELATO DE CASO

........................................................................................................................................................ 26

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO

PIAUÍ, DE 2011 A 2015. ................................................................................................................ 27

TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG: UMA RARA CAUSA DE PSEUDOPUBERDADE

PRECOCE ...................................................................................................................................... 28

REAÇÕES HANSÊNICAS: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES

ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE TERESINA – PI ..................................................... 29

PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA (SUBTIPO CEREBELAR) - UM DESAFIO

DIAGNÓSTICO ............................................................................................................................. 30

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RESUMOS SIMPLES ................................................................................................................... 31

PÔSTER ........................................................................................................................................ 31

EVOLUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA DA MORTALIDADE MATERNA POR ECLÂMPSIA NO

BRASIL .......................................................................................................................................... 32

TRAÇADO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE AS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR

NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A

2017 ................................................................................................................................................ 33

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR AVC NO ESTADO

DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A 2017.................................................................................... 34

ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL COMO CAUSA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

SECUNDÁRIA EM PACIENTE JOVEM ....................................................................................... 35

GASTRODUODENOPANCREATECTOMIA EM PACIENTE COM TUMOR DE CABEÇA DE

PÂNCREAS RESSECÁVEL: RELATO DE CASO ........................................................................ 36

HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA, UM DIAGNÓSTICO ESQUECIDO? .......... 37

HEMORRAGIA NASAL INFANTIL COMO MANIFESTAÇÃO FREQUENTE NA DOENÇA DE

VON WILLEBRAND: RELATO DE CASO .................................................................................. 38

CONTENÇÃO DE HEMORRAGIA HEPÁTICA CAUSADA POR PROJÉTIL DE ARMA DE

FOGO: RELATO DE CASO ........................................................................................................... 39

ANÁLISE DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM PACIENTES INTERNADOS EM

UM HOSPITAL DE URGÊNCIA DE TERESINA, PIAUÍ, NO PERÍODO DE 2012 A 2017. ........ 40

PIODERMA GANGRENOSO ASSOCIADO À DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO ..... 41

RESSECÇÃO DA LESÃO NO TRATAMENTO DE CÃNCER DE COLO DO ÚTERO: UM

RELATO DE CASO ....................................................................................................................... 42

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COBERTURA VACINAL E DAS DOSES APLICADAS DE

ANTI-HPV EM MENINAS DE 9 A 13 ANOS, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2014 A OUTUBRO

DE 2017, EM TERESINA- PI ......................................................................................................... 43

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS DOSES APLICADAS DA VACINA CONTRA FEBRE

AMARELA, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2010 A OUTUBRO DE 2017, EM TERESINA- PI44

SÍNDROME DO EXTRAVASAMENTO CAPILAR SISTÊMICO: RELATO DE CASO .............. 45

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DOENÇA DE DARIER: RELATO DE CASO ................................................................................ 46

EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM MELHORA APÓS

USO DE CANABIDIOL ................................................................................................................. 47

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO ESTADO DO TOCANTINS .................. 48

USO DE COMORBIDADES CLÍNICAS PARA PREDIÇÃO DE RISCO DE ÓBITO EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO, APÓS TRATAMENTO

TROMBOLÍTICO. .......................................................................................................................... 49

ANÁLISE CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR

CEREBRAL ISQUÊMICO TRATADOS COM ALTEPLASE........................................................ 50

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE CÂNCER COLORRETAL NO ESTADO DO

PIAUÍ NO PERÍODO DE 2008 A 2017 .......................................................................................... 51

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO

DE 2007 A 2017 ............................................................................................................................. 52

SÍNDROME DE FOURNIER: RELATO DE CASO ....................................................................... 53

DISTONIA AGUDA INDUZIDA PELO USO DE BROMOPRIDA: RELATO DE CASO ............ 54

SÍNDROME CORTICO-BASAL, APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA - UM RELATO DE

CASO ............................................................................................................................................. 55

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE B E SUAS

FORMAS DE TRANSMISSÃO NOTIFICADAS NO SINAN ENTRE 2007-2015 NO NORDESTE

........................................................................................................................................................ 56

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE ÓBITOS POR CAUSAS EVITÁVEIS NO PIAUÍ, 2009 A 2015

........................................................................................................................................................ 57

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER NOS NÍVEIS

SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS ..................................................................... 58

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ACERCA DAS MAMOGRAFIAS REALIZADAS NO ESTADO

DO PIAUÍ, PELO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE, DE JULHO DE 2014 A JUNHO DE 2015 .. 59

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM TERAPIA HEMODIALÍTICA EM UMA

CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DO MARANHÃO ........................................................... 60

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ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ANTROPOMÉTRICO DO PACIENTE

SUBMETIDO À TERAPIA HEMODIALÍTICA EM UM CENTRO DE DIÁLISE DE CAXIAS-MA

........................................................................................................................................................ 61

NOTIFICAÇÕES DE CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE

PARNAÍBA-PI: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO............................................................................... 62

PADRÃO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO EM PACIENTES COM

MICROCEFALIA ........................................................................................................................... 63

ATROFIA DE MÚLTIPLOS SISTEMAS: UM RELATO DE CASO ............................................. 64

NEURODEGENERAÇÃO POR ACÚMULO CEREBRAL DE FERRO:UM RELATO DE CASO 65

NEOPLASIA EM CABEÇA DE PÂNCREAS: UMA SÉRIE DE CASOS ...................................... 66

INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL EM ADULTO SECUNDÁRIA AO ADENOCARCINOMA

CECAL – RELATO DE CASO ....................................................................................................... 67

A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM ATIVA DE

EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ. ....................................... 68

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL NO

PERÍODO DE 2006 A 2015 ............................................................................................................ 69

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL: RELATO DE CASO ........................................... 70

ERITEMA NODOSO NECROTIZANTE: RELATO DE CASO ..................................................... 71

FEOCROMOCITOMA BILATERAL: UM RELATO DE CASO ................................................... 72

ANÁLISE DOS RESULTADOS DE TESTES DE BACILOSCOPIA DE ESCARRO PARA

DIAGNÓSTICO E PARA ACOMPANHAMENTO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ

E NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI ENTRE 2014 E 2016 ........................................................ 73

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS COM MENINGITE EM UM

HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA DE TERESINA-PIAUÍ ................................................ 74

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO SUICÍDIO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL ENTRE

2011 E 2015 .................................................................................................................................... 75

ESTADO EPILÉPTICO MOTOR PARCIAL SEM COMPONENTE DISTÔNICO COMO

APRESENTAÇÃO DA ENCEFALITE ANTI-RECEPTOR NMDA ............................................... 76

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE

2005 A 2015.................................................................................................................................... 77

FRATURA CERVICOTORÁCICA GRAVE, TIPO C AOSPINE, COM ÓTIMA RESOLUÇÃO

CLÍNICO- RADIOLÓGICA: UM RELATO DE CASO ................................................................. 78

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORES DE HIV COM TUBERCULOSE NO PIAUÍ DE

2012 A 2016.................................................................................................................................... 79

PROLIFERAÇÃO OSTEOCONDRAL PERIOSTEAL BIZARRA (LESÃO DE NORA) EM

SEGUNDO PODODÁCTILO DO PÉ DIREITO – RELATO DE CASO ........................................ 80

CARCINOMA MAMÁRIO INVASIVO: OLHAR ATENTO SOBRE A INVASÃO

LINFOVASCULAR E O ACOMETIMENTO LINFONODAL ....................................................... 81

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE LEPTOSPIROSE EM

HUMANOS NOTIFICADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE

NOTIFICACÃO ENTRE 200-2017 NO NORDESTE ..................................................................... 82

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E SUA RELAÇÃO COM

O ATENDIMENTO PRÉ NATAL EM TERESINA E NO PIAUÍ, DE 2008 A 2014 ...................... 83

RELATO DE CASO: TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO COMPLETA DO BÍCEPS

DISTAL POR DUPLA VIA EM PACIENTE JOVEM HALTEROFILISTA ................................... 84

ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE FRATURA DO FÊMUR NO BRASIL NO PERÍODO DE

JANEIRO DE 2013 A DEZEMBRO DE 2017 ................................................................................ 85

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO PIAUÍ,

2009-2015 ....................................................................................................................................... 86

RELAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CASOS NOVOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E O NÚMERO DE

TESTE DE SÍFILIS POR GESTANTE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI ................................ 87

ANÁLISE DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO PIAUÍ NO

PERÍODO DE 2011 A 2015 ............................................................................................................ 88

MIOCARDIOPATIA NÃO COMPACTADA DE MODO ISOLADO - RELATO DE CASO ......... 89

CEFALEIA EM SALVAS TRATADA COM LEVETIRACETAM EM NONAGENÁRIA COM

CONTRA-INDICAÇÕES AO MANEJO PADRÃO ....................................................................... 90

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR AGROTÓXICOS EM

CRIANÇAS DE ATÉ 4 ANOS DE IDADE NO NORDESTE ENTRE 2012 E 2017 ....................... 91

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MENINGITE NO PIAUÍ DE 2009 A 2017 ............................ 92

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE HEPATITE B NO

NORDESTE, DE 2007 A 2017 ....................................................................................................... 93

CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA EM PARNAÍBA: UM DESAFIO PARA

A SAÚDE PÚBLICA ...................................................................................................................... 94

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE HEPATITE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA - PI

NO PERÍODO DE 2009 A 2015 ..................................................................................................... 95

INFECÇÃO POR HEPATITE A NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2011 A 2015 ......... 96

ABORDAGEM CIRÚRGICA DO ADENOCARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR - RELATO DE

CASO ............................................................................................................................................. 97

ESTENOSE DE ARTÉRIA PULMONAR EM PORTADOR DE SÍNDROME DE WILLIAMS-

BEUREN – RELATO DE CASO .................................................................................................... 98

SARCOMA ALVEOLAR COM METÁSTASE PARA SÍTIO INCOMUM: RELATO DE CASO . 99

CASOS DE DOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA) DETECTADOS NO MUNICÍPIO DE

PARNAÍBA-PI NO PERÍODO DE 2010 A 2016 .......................................................................... 100

SITUAÇÃO VACINAL DE CRIANÇAS ENTRE 0 A 5 ANOS ATENDIDAS EM UMA UNIDADE

DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM FLORIANO-PIAUÍ ..................................... 101

A ARRISCADA RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO E OBESIDADE NA INFÂNCIA – UM

RELATO DE CASO ..................................................................................................................... 102

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR CÂNCER DE ESTÔMAGO NO PIAUÍ, DE 2005

A 2015 .......................................................................................................................................... 103

MELANOMA PRIMÁRIO RECORRENTE DE VULVA: Um relato de caso ............................... 104

PADRÃO DO DÉFICIT MOTOR PROGRESSIVO NA DOENÇA DE HUNTINGTON: UM

RELATO DE CASO ..................................................................................................................... 105

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE SÍFILIS EM GESTANTE NO PIAUÍ, 2008-2013 ................ 106

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RESUMOS EXPANDIDOS ........................................................................................................ 107

PREMIAÇÃO ............................................................................................................................. 107

PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM

TERESINA. .................................................................................................................................. 108

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM AMBULATÓRIO

ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO .......................................................... 111

EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM MELHORA APÓS

USO DE CANABIDIOL ............................................................................................................... 114

A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM ATIVA EM

ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ. ...................................................................................... 117

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER NOS NÍVEIS

SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS ................................................................... 120

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RESUMOS SIMPLES

TEMA ORAL LIVRE

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2

AMPUTAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR DIREITO POR NEUROFIBROMA GIGANTE

Geovanna Arnaldo de Sousa; Jéssica Nascimento Almeida; Lara Cavalcante Mourão; Camila de Moura

Fortes; Bruna Verçosa de Carvalho Sales, Edison de Araújo Vale.

INTRODUÇÃO: A neurofibromatose tipo 1 é uma doença genética autossômica dominante

relacionada a mutações no gene supressor de tumor NF1, associada a manchas café com leite,

neurofibromas dérmicos e plexiformes, falsas efélides axilares ou inguinais e nodulos de Lisch. As

complicações são extensas e vão desde dificuldades de aprendizagem, doenças neurovasculares,

distúrbios do sono, hipertensão e escoliose, até neurofibromas que causam desfiguração, compressão

da raiz nervosa e da medula espinhal e malignidade.² O desfiguramento e o isolamento social

representam causas potentes de sofrimento psíquico. O relato de caso a seguir é de um neurofibroma

com sucessivas recidivas que resultaram em amputação dos dois membros inferiores.

RELATO DO CASO: Paciente masculino, 22 anos, com neurofibromatose tipo I desde o

nascimento, a qual sempre impossibilitou deambulação por forte dor. Realizou há 10 anos cirurgia

para retirada de neurofibroma em coluna e há 4 anos para amputação de membro inferior esquerdo.

Evoluiu com neurofibromas em membro inferior direito, incluindo massa gigante da pelve à coxa

direita com aumento nos últimos 4 anos. Por conta disso, foi admitido para avaliação médica em

hospital de referência do Piauí em junho de 2018, apresentando grave cifoescoliose, manchas café

com leite disseminada de vários tamanhos pelo corpo e nódulos subcutâneos volumosos em membro

inferior e dorso, além de hipertensão arterial. Não apresentava alteração cognitiva ou queixas

álgicas. Com o parecer da cirurgia plástica, foi solicitada operação para remoção do gigante tumor

do MID, porém, com a expansão da doença no membro, perda da funcionalidade e potencial

descompensação hemodinâmica no intraoperatório optou-se por realizar amputação da perna direita

também. Durante a cirurgia, foi realizada incisão de pele e subcutâneo, seguida de hemostasia com

ligadura de vasos femorais e secção de fêmur. Finalizando com preparo de retalho cutâneo e

prevenção de hematoma. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os neurofibromas associados à NF-1

provavelmente se repetem ou sofrem transformação maligna. O neurofibroma gigante pode

promover significativa incapacidade funcional ou, até mesmo, desfigurar o paciente. O tratamento

cirúrgico tem cicatrização satisfatória, melhor aspecto estético e melhora da qualidade de vida do

paciente.

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3

PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA REFRATÁRIA EM PACIENTES PORTADORES DE

MICROCEFALIA DE UM CENTRO DE REABILITAÇÃO DE TERESINA

Icaro Araújo de Sousa; Augusto César Beserra Martins; Isadora Costa Coelho Gayoso e

Almendra; Larena Virna Guimarães Souza; Diego Coimbra Alencar; Jade de Brito Freire

Monteiro Alves, Kelson James Almeida

INTRODUÇÃO: Microcefalia é uma condição neurológica na qual o perímetro cefálico da criança

é dois desvios padrões (DP) abaixo da média das crianças de mesmo gênero e idade, geralmente

associada ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e à epilepsia. A epilepsia é caracterizada

pela recorrência de crises epilépticas não provocadas. Epilepsia refratária (ER) é definida como a

falha de 2 fármacos antiepilépticos (FAEs) apropriados e em dose máxima tolerada, em monoterapia

ou combinados, em manter o paciente livre de crises, de forma persistente, assim como a presença

de efeitos colaterais inaceitáveis, ainda que as crises sejam controladas. MÉTODOS: O estudo teve

como objetivo analisar a prevalência de epilepsia refratária em crianças com microcefalia de 0 a 3

anos de idade num centro de reabilitação da cidade de Teresina-PI. Se deu através do preenchimento

de questionários pelos responsáveis legais das crianças, com dados relacionados à presença ou não

de epilepsia, faixa etária, frequência das crises convulsivas e medicamentos utilizados. Foi

submetido ao comitê de ética da Faculdade Integral Diferencial – FACID/DEVRY.

RESULTADOS: Dentre as 67 crianças com microcefalia avaliadas, 38 pacientes apresentavam

microcefalia congênita associada ao vírus Zica. Da amostra estudada, 47 apresentavam epilepsia.

Dessas, 9 apresentavam um quadro controlado, porém 3 faziam uso de três FAEs. 12 crianças com

crises não controladas usavam apenas um FAE, 8 usavam dois FAEs e 12 crianças faziam uso de

três FAEs. Dessa forma, 29 crianças apresentavam epilepsia refratária, que correspondem a 61,7%

das que apresentavam epilepsia e 43,3% das crianças avaliadas. DISCUSSÃO: Estudos apontam

que, embora o prognóstico da maioria dos pacientes em terapia adequada com os fármacos

antiepilépticos seja bom, cerca de 30% não têm suas crises controladas. A causa da resistência às

drogas é multifatorial, sendo um dos fatores o início precoce das crises (antes de 2 anos de vida),

assim como presença de lesão estrutural aos exames de neuroimagem e ausência de controle das

crises ao uso adequado do primeiro FAE. A refratariedade da epilepsia leva a uma piora da

qualidade de vida dos pacientes e a uma maior predisposição a disfunções psicossociais e sequelas.

CONCLUSÃO: Diante do exposto, em crianças com microcefalia de 0 a 3 anos de idade num

centro de reabilitação da cidade de Teresina-PI, a prevalência de ER comprovou-se maior que na

população geral.

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A ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA À MICROCEFALIA CONGÊNITA POR ZIKA VÍRUS

PREDOMINA EM MEMBROS SUPERIORES

Icaro Araújo de Sousa; Laysa Moura Cardoso; Guilherme Antonio Silva RIbeiro; Gabriel Medina

Sobreira de Meneses; Francisco José Alencar; Ana Patrícia Petilo, Kelson James Almeida

INTRODUÇÃO: A microcefalia é uma anormalidade neurológica na qual o encéfalo não se

desenvolve adequadamente e o perímetro cefálico do recém-nascido é menor que o esperado para

idade e sexo. Para os casos secundários à infecção congênita, são associadas alterações motoras,

como a espasticidade, bem como alterações cognitivas. A escala de Ashworth modificada (EAM) é

a mais amplamente utilizada para quantificação da espasticidade e a medida é feita de acordo com

a resistência oferecida ao movimento angular realizado de maneira rápida e passiva. Tal trabalho

objetiva descrever o padrão de espasticidade secundária à microcefalia congênita por Zika vírus.

MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal com dados de pacientes atendidos em ambulatório de

microcefalia de outubro de 2016 a dezembro de 2017. Foram avaliados a situação dos sistemas

oftalmológico e auditivo, a ocorrência de epilepsia, e o grau de espasticidade. A variável desfecho

clínico avaliada foi a pior pontuação na EAS, ou seja, a quantificação da espasticidade no

grupamento muscular mais acometido. RESULTADOS: 20 pacientes foram incluídos: 4 (20%)

apresentaram alterações no exame oftalmológico e apenas 1 (5%) apresentou alterações auditivas.

14 (70%) pacientes foram diagnosticados com epilepsia. Com relação a pior EAM identificada, em

9 pacientes (45%) foram identificadas em membros superiores, 7 (35%) foram identificadas em

membros inferiores e os 4 restantes (20%) foram indiferentes. Diferenças na espasticidade não

foram estatisticamente significantes comparando membros superiores e inferiores. DISCUSSÃO:

Os resultados obtidos corroboraram dados encontrados em outros estudos que demonstram a

prevalência de alterações oftalmológicas e auditivas nos casos de microcefalia congênita,

provavelmente por comprometimento de componentes neurológicos nessas vias aferentes, bem

como as alterações relacionados ao quadro epiléptico. Apesar de não ter havido diferenças

estatísticas significantes entre o grau de espasticidade em membros superiores e inferiores, a maior

prevalência do pior Ashworth em membros superiores foi igual aos achados encontrados na

literatura. Tal diferença poderia ser explicada pela própria limitação do tamanho da amostra.

CONCLUSÃO: O principal achado clínico sobre a espasticidade nos pacientes com microcefalia

congênita por Zika Vírus mostrou um padrão predominante de espasticidade nos membros

superiores.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL

Camila Ramos Coelho, Augusto César Evelin Rodrigues

INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, de origem histórica na

humanidade, causada pelo Mycobacterium leprae. Sendo relacionada às condições precárias de vida

e saúde, como por exemplo, a convivência de muitas pessoas em um mesmo ambiente, facilitando

a transmissão por via aérea. Os pacientes apresentam características como: lesão ou área da pele

com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa ou tátil, espessamento de nervo periférico,

associado a alterações sensitivas, motoras ou autonômicas. OBJETIVO: O estudo objetivou

identificar e descrever o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase no

estado do Piauí e no Brasil. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo epidemiológico quantitativo e

descritivo de série temporal, utilizando a base de dados do DATASUS (Departamento de

Informática do SUS). Foram selecionados os casos diagnosticados no estado do Piauí e no Brasil

no ano de 2017 e selecionadas as variáveis: sexo e faixa etária, fazendo-se as comparações entre as

incidências, no Piauí e no Brasil. RESULTADOS: Foram diagnosticados em 2017, no Brasil,

91.984 casos novos e desses, 3.038 ocorreram no Piauí (3,30%). Em relação ao sexo, em ambos, o

sexo masculino se sobressaiu, com 45.995 (50% ) pacientes diagnosticados no Brasil e 1.665 (54.8%

) no Piauí, em comparação as 34.842 (37.9%) mulheres infectadas no país e 1373 (45.2 %) no

estado. Além disso, no país 11.147 (12.1%) indivíduos não tiveram o sexo divulgado. No que diz

respeito à faixa etária, a de maior incidência, tanto a nível nacional como estadual é a de 40 a 59

anos, sendo possível observar uma crescente dos casos a partir de 1 ano de idade, até os 59 anos e

uma redução nos casos até a idade superior a 80 anos. DISCUSSÃO: A análise dos indicadores

epidemiológicos demonstrou alta endemicidade de hanseníase no Piauí e no Brasil, apesar das

tentativas dos órgãos governamentais de reduzir a incidência da doença. Observou-se também a

maior prevalência da doença no sexo masculino e nas idades entre 40 e 59, atingindo a faixa etária

economicamente ativa e revelando o aumento dos casos entre as crianças, mostrando assim a

transmissão por contato e um baixo poder de diagnóstico de novos casos. CONCLUSÃO: Tais

dados são importantes para se direcionar a busca e o rastreio da doença nas populações de maior

risco de contaminação, para que possa ser feito o diagnóstico e tratamento precoce, melhorando a

saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

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PACIENTE DE UMA FAMÍLIA COM DISTROFIA DE CINTURAS TIPO 2: RELATO DE

CASO

Ruth Brito Costa; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro

Gonçalves; Marcos Vinícius Bertoldo Gomes; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: As distrofias musculares de cinturas escapulares (LGMDs) constituem um grupo

heterogêneo de desordens das quais produzem alterações distróficas à biópsia muscular e estão

associadas a mutações em diversos genes envolvidos na estrutura e função muscular. Também

conhecida como calpainopatia primária, a LGMD2A é ocasionada devido mutações no gene

CAPN3. Os aspectos fenotípicos incluem o envolvimento escapular, do tronco e dos músculos

pélvicos, poupando os músculos cardíacos e faciais. Além disso, não há envolvimento do estado

mental. Os primeiros sintomas dessa desordem costumam surgir por volta dos 13 anos de idade,

com início na faixa etária de 1 a 67 anos. Devido ao seu curso lentamente progressivo, a perda de

deambulação costuma atingir a vida adulta. O diagnóstico final de LGMD2A requer quantificação

da calpaína na biópsia muscular por meio de immunoblotting ou detecção de mutação no gene

CAPN3. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 25 anos, procedente de Teresina-PI.

Há 13 anos, iniciou quadro de quedas frequentes e dificuldade para deambular. Concomitante a

isso, apresentou atrofia dos membros superiores e da musculatura proximal dos membros inferiores.

Referiu história familiar positiva para distrofias musculares. Um painel molecular para investigação

de distrofia muscular demonstrou presença de uma variante provavelmente patogênica e outra

variante patogênica, ambas em heterozigose, no gene CAPN3, sendo associado ao fenótipo clínico

com distrofia muscular de cinturas tipo 2A de herança autossômica recessiva. Desde então, esse

quadro segue em lenta progressão, sendo impossibilitado de fazer esforços antes realizados, a

exemplo de subir em escadas. Ao exame físico, apresentou marcha anserina, escápula alada, atrofia

em bíceps e tríceps, reflexos profundos globalmente hipoativos. Em relação à força muscular,

demonstrou força grau IV em deltóide, bíceps grau III e tríceps grau IV, pinça mediana e ulnar grau

IV, ilio-psoas grau III, quadríceps grau III e bíceps femoral grau IV, todos bilateralmente.

Apresentou sinal de Gowers. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, a história clínica é

compatível com um padrão fenotípico pelvifemoral com fraqueza muscular primeiramente evidente

na cintura pélvica e depois na cintura escapular. Há, ainda, uma evolução insidiosa do quadro com

perda da força e trofia da região proximal dos membros. Assim, a análise clínica e genética são de

grande relevo no diagnóstico das distrofias musculares de cintura.

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ANÁLISE DAS VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO TRATADAS NO

SERVIÇO DE NEUROCIRURGIA DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TERESINA-

PI

Letícia Moura de Oliveira Barros; Bruna Afonso dos Santos; Déborah Castro Ferreira de Oliveira;

Igor Leonardo Vieira Caetano; Thaline Ravena Nunes Costa; José Nazareno Pearce de Oliveira

Brito

INTRODUÇÃO: Segundo a Brain Injury Association (BIA), o traumatismo cranioencefálico

(TCE) é definido como lesão cerebral, não degenerativa ou congênita, provocada por força física

externa. Resultado de uma combinação de mecanismo do trauma: compressão, expansão,

aceleração, desaceleração e rotação provocando danos estruturais e funcionais ao parênquima

cerebral, meninges e crânio. Representa uma das principais causas de morbimortalidade em adultos

jovens e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é um problema de saúde pública. O

sexo masculino é o mais acometido, acidentes com meios de transporte e quedas de alta energia

cinética estão entre as principais causas. O estudo objetivou analisar aspectos epidemiológicos das

vítimas de TCE tratadas no Serviço de Neurocirurgia do Hospital São Marcos (HSM). MÉTODOS:

Trata-se de um estudo retrospectivo, exploratório e descritivo, tipo corte transversal, baseado em

356 prontuários de pacientes com TCE tratados no Serviço de Neurocirurgia do HSM entre 2006 e

2017. Analisou-se as variáveis: sexo, idade, procedência, aspectos tomográficos e prognóstico. O

estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HSM (CAAE:86707018.5.0000.5584).

RESULTADOS: Dos 356 prontuários analisados, incluiu-se na pesquisa 197 casos de TCE:

Hematoma Subdural Crônico 69%(n=136), Hematoma Subdural Agudo 12,2%(n=24), Hematoma

Extradural Agudo 9,1%(n=19) e Contusão Cerebral 9,7%(n=18) foram os principais achados

tomográficos. Predomínio do sexo masculino 75,63%(n=149); a média de idade variou nos grupos

de hematomas: HSDC 72,2 HSDA 33,9 HED 43,1 e Contusão cerebral 44,2 anos.56,85% dos

pacientes residiam em Teresina-PI,43,15% eram provenientes de outro município do Piauí ou

estado. O HSDA apresentou o prognóstico mais reservado, seguido das contusões cerebrais e

HSDC. DISCUSSÃO: O predomínio do sexo masculino se justifica pela maior exposição dos

homens aos fatores de risco relacionados ao trauma. HSDC é comum em idosos; HSDA, HED e

Contusão cerebral são mais comuns em adultos jovens após quedas, acidentes de trânsito ou golpes

na cabeça. Grande parte dos pacientes são provenientes de outras cidades/estados porque a capital

possui hospitais de referência. CONCLUSÃO: A maioria das vítimas de TCE eram homens com

cerca de 40 anos provenientes de Teresina-PI. O HSDC foi o achado mais comum e mais prevalente

em idosos. Devido sua etiologia, o HSDA apresentou prognóstico mais reservado.

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ANÁLISE DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM MALFORMAÇÕES

ARTERIOVENOSAS CEREBRAIS EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA, TERESINA-PI

Letícia Moura de Oliveira Barros; Bruna Afonso dos Santos; Ingrid Leal Araújo; Isys Fialho

Nascimento; Déborah Castro Ferreira de Oliveira; Benjamim Pessoa Vale; Elis Raquel da Silva

Araújo Paraiba

INTRODUÇÃO: Malformações Arteriovenosas cerebrais (MAVs) são lesões vasculares com

shunt arteriovenoso. Com incidência entre 0,89 a 1,34 casos por 100.000 pessoas/ano. Há literatura

que reporta discreto predomínio do gênero masculino e faixa etária de apresentação entre a segunda

e quarta década de vida. A clínica é heterogênea , e varia de acordo com a classificação do grau

segundo Spetzler-Martin (Tamanho, Drenagem e Localização). O tratamento requer abordagem

multidisciplinar com combinação de microcirurgia, embolização endovascular e radiocirurgia. O

objetivo do estudo foi analisar a conduta terapêutica em pacientes portadores de MAVs cerebrais

tratados no Hospital São Marcos (HSM), Teresina-PI. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de

caráter retrospectivo, transversal e observacional de 54 prontuários de pacientes com MAV´s

cerebrais admitidos no HSM entre 2000 a 2016. Variáveis: gênero, idade, sintomatologia e conduta

terapêutica. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do HSM

(CAAE:N°62873616.9.0000.5584). RESULTADOS: Houve um leve predomínio para o gênero

masculino 51,85% (n=28), faixa etária variando de (23-50), com média de 29,55 anos. Os sintomas

mais prevalentes cefaleia crônica (31,48%), crises convulsivas (12,96%) seguido de déficit

neurológico (9,26%). A classificação de Spetzler-Martin influenciou diretamente a conduta

terapêutica: Microcirurgia foi escolha em grau I e II, a embolização nos demais graus. Do total da

casuística, 14,81% submetidos à radiocirurgia, enquanto que 68,52% à microcirurgia e 59,26% à

embolização. A combinação de técnicas em 42,6% dos casos, Embolização-Microcirurgia (27,8%),

Embolização-Radiocirurgia (11,1%). Um paciente submetido às três modalidades terapêuticas

(1.85%) e um a Microcirurgia-Radiocirugia (1,85%). DISCUSSÃO: Proporções semelhantes em

ambos os sexos, ou leve predominância para gênero masculino, idade entre 20-40 anos.

Assintomáticas na maioria dos casos, o que dificulta o diagnóstico precoce. Quando sintomáticas

predominam Cefaleia crônica, crises convulsivas, redução da consciência e déficit motor. A

Classificação de Spetzler Martin é preditiva de morbimortalidade cirúrgica, sendo ferramenta

essencial na decisão terapêutica, cirurgia (grau I e II), embolização ou combinação com cirurgia ou

radiocirurgia (grau III a V). CONCLUSÃO: O estudo apresentou resultados condizentes com a

literatura, evidenciando a abordagem multidisciplinar no tratamento das MAV’s.

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CASO COM EVOLUÇÃO ATÍPICA: GRAVIDEZ BEM SUCEDIDA EM PACIENTE

PORTADORA DE ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL TIPO III

Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Maria Clara Luz Ferreira; Marcos Vinícius Bertoldo Gomes;

Larena Virna Guimarães Souza; Diego Coimbra Alencar; Ruth Brito Costa; Kelson James Silva

de Almeida

INTRODUÇÃO: A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença neuromuscular provocada pela

modificação do gene Survivor Motor Neuron-1 (SMN1). Há diversos subtipos dessa patologia, e no

tipo III há conversão gênica tanto no SMN1 quanto no SMN2. Na AME, há degeneração dos

neurônios motores medulares, o que leva a atrofia e fraqueza muscular progressivas. Há frequente

afecção dos sistemas respiratório, gastrintestinal e osteoarticular. Em pacientes grávidas, as

patologias neuromusculares estam associadas a complicações respiratórias fatais. RELATO DE

CASO: paciente do sexo feminino, 25 anos, diagnosticada com atrofia muscular espinhal (AME)

tipo III após mapeamento genético em centro de referência. Não apresenta demais comorbidades.

Em uso de excitalopram 10mg/dia. Relata que iniciou perda de força com um ano de idade e tornou-

se cadeirante aos oito anos. Refere dispneia ocasional e dificuldade para tossir, além de dor na

região do trapézio direito com irradiação para o membro superior direito. A ressonância magnética

(RNM) cervical evidencia seringomielia ao nível C5-C6. A espirometria evidencia volume

expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) 60% e pico de fluxo expiratório (PEF) 70%.

Solicitou-se RNM de crânio e coluna torácica. A paciente retorna após 7 meses sem ter feito a

RNM, pois recebeu diagnóstico de gravidez, na ocasião com 19 semanas. Informa que está tratando

anemia com o obstetra. Relata que apresenta maior dificuldade para segurar objetos. Foi realizado

encaminhamento para pré-natal de alto risco e orientado parto cesariano e laqueadura tubária. Ao

final da gestação, a paciente apresentou dispneia. O parto foi realizado com 35 semanas de gestação,

sob anestesia geral, e a paciente demorou um pouco até conseguir ser extubada. Houve ganho

ponderal de 10 quilogramas durante a gestação e piora da fraqueza após o parto. Em uso de

topiramato 25mg pela manhã e 25mg à noite e duloxetina 30mg ao dia CONSIDERAÇÕES

FINAIS: Trata-se de um caso atípico, devido ao fato de a gravidez ter sido bem sucedida em uma

paciente portadora de AME, para a qual engravidar estava contraindicado, principalmente devido

ao VEF1 encontrava-se abaixo de 80%. Mesmo com um prognóstico ruim, a gravidez ocorreu sem

que houvesse maiores complicações para a mãe e o concepto.

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ASPERGILOMA CEREBRAL EM UM PACIENTE COM LEUCEMIA AGUDA: UM

RELATO DE CASO

Hélio Fortes Napoleão do Rêgo Neto; Luja de Carvalho Miranda; Bruno Teixeira da Silva; Letícia

Rodrigues Barros; Valdecy José de Sousa Neto; Mônica Fortes Napoleão do Rêgo

INTRODUÇÃO: Leucemias agudas são neoplasias malignas primárias de medula óssea em que

ocorre a substituição dos elementos medulares e sanguíneos normais por células imaturas,

denominadas blastos, bem como o acúmulo destas células em outros tecidos. A Leucemia Linfoide

Aguda (LLA), embora seja o tipo mais comum de leucemia na infância, representa 20 % das

leucemias nos adultos. RELATO DE CASO: J.M.S, masculino, 34 anos. Paciente diagnosticado

com LLA cromossomo Philadelphia +. Exames laboratoriais: Hematócrito – 30%, Hemoglobina –

13,6 g/dL, leucócitos – 177.000, 1% metamielócitos, 1% bastão, 1% segmentados, 96% linfócitos

e plaquetas – 56.000. Imunofenotipagem foi compatível com leucemia linfoide aguda de células B

imaturas. O paciente então foi submetido há 5 semanas de quimioterapia. Após 2 meses de

diagnóstico, e em uso de quimioterapia, foi internado com quadro de cefaleia, vômitos e crise

convulsiva; negava frebre; o exame neurológico estava normal. Realizou-se TC de crânio, em que

se notou uma área levemente hipodensa em topografia parietal esquerda, e ressonância magnética,

com formação expansiva heterogênea no lobo parietal esquerdo e na porção posterior do lobo

paracentral e o líquor foi normal. Foi realizada biópsia estereotáxica; durante o procedimento, foi

aspirado conteúdo líquido e não sólido. O histopatológico do material colhido mostrou ausência de

malignidade e constituído apenas por células mesoteliais, linfócitos, muitos neutrófilos e hemácias-

abcesso. Nessa mesma amostra, a pesquisa para bacilo álcool-ácido resistente foi negativa e

detectou-se a presença de frequentes estruturas fúngicas com morfologia de Aspergillus sp. Foi

iniciada a anfotericina B e, posteriormente, submetido à ressecção de granuloma encapsulado, cujo

histopatológico confirmou a presença de hifas fúngicas. O paciente evoluiu com um quadro de

desorientação, coma e óbito. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A aspergilose do sistema nervoso

central ocorre, especialmente, em pacientes imunossuprimidos, tendo como fatores de risco :uso de

quimioterápicos e de corticoides sistêmicos e granulocitopenia intensa. O diagnóstico é difícil em

decorrência da sintomatologia inespecífica e da ausência de síndrome febril. Desse modo, conclui-

se que a LLA, aliada ao tratamento quimioterápico do paciente J.M.S, constituíram um fator

importante para tornar o organismo susceptível a infecções oportunistas, dentre elas a aspergilose.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO PIAUÍ E REGIÃO

NORDESTE, 2010-2015

João Víctor Barbosa Santana Trajano; José Newton de Freitas Coelho Filho; Victor Elpidio

Soares Marques; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos; Laís Oliveira Lima; Carlos Gabriel

Andrade e Silva; Augusto César Evelin Rodrigues

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é um problema de saúde pública. O objetivo do estudo

foi levantar informações de acordo com faixa etária, coinfecção com HIV, critério de confirmação

e evolução acerca da situação epidemiológica da leishmaniose visceral no Piauí e no Nordeste.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo epidemiológico. Foram analisados dados de

acordo com faixa etária, coinfecção HIV, critério de confirmação e evolução, de 2010 a 2015.

Foram avaliadas informações do banco de dados DATASUS. RESULTADOS: A faixa etária mais

atingida foi a de 15-59 anos. No Piauí, onde ocorreram 1.914 casos, com 887 casos na faixa de 15-

59 anos (46,3%); 765 de 1-14 anos (40%) e 262 com menos de 1 ano (13,7%). Na região Nordeste,

ocorreram 11.537 casos, com 5.247 casos na faixa de 15-59 anos (%); 5.149 de 1-14 anos (42,4%)

e 1.141 com menos de 1 ano (9,4%). A maioria dos casos apresenta coinfecção HIV. No Piauí,

ocorreram 1.844 casos, sendo 1.589 com coinfecção HIV (86,2%) e 255 sem coinfecção HIV

(13,8%). Na região Nordeste, ocorreram 9.144 casos, sendo 8.222 com coinfecção HIV (89,9%) e

922 sem coinfecção HIV (10,1%). O maior critério de confirmação foi laboratorial. No Piauí,

ocorreram 2.030 casos, sendo 1.775 casos confirmados por laboratório (87,4%) e 255 pelo método

clínico-epidemiológico (12,6%). Na região Nordeste, foram 12.149 casos, sendo 10.036

confirmados por laboratório (82,6%) e 2.113 pelo método clínico-epidemiológico (17,4%). A maior

parte dos casos evoluíram para cura. No Piauí, ocorreram 1.022 casos, sendo 907 curados (88,7%)

e 115 óbitos por LV (11,3%). Na região Nordeste, ocorreram 8.897 casos, sendo 7.767 curados

(87,3%) e 1.130 transferidos (12,7%). DISCUSSÃO: A ocorrência da doença em adultos é maior

devido a maior exposição aos flebotomíneos, por serem indivíduos economicamente ativos. A

coinfecção com HIV aumentou progressivamente nos últimos anos. O critério de maior confirmação

foi o laboratorial, sendo o encontro do parasita o requisito básico para o diagnóstico da doença. Na

maioria dos casos de Leishmaniose Visceral, a evolução para a cura prevalece. Isso se deve, em

grande parte, ao tratamento precoce da doença. CONCLUSÃO :O estudo epidemiológico se deu

com base nos anos de 2010 a 2015. E os resultados demonstraram que a maior parte dos casos de

leishmaniose visceral ocorrem de 15-59 anos, com coinfecção HIV, com a prevalência dos casos

por critério laboratorial, sendo a maioria evoluindo para cura.

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RELATO DE CASO: RECONSTRUÇÃO DO TENDÃO DISTAL DO MÚSCULO BÍCEPS

BRAQUIAL

Rodrigo Veras Lopes; João Víctor Barbosa Santana Trajano; João Gabriel Meirelles Silva;

Marcos Vinicius Bertoldo Gomes; Maria Luísa de Oliveira Franklin; Alciomar Veras Viana

INTRODUÇÃO: As lesões traumáticas da inserção distal do músculo bíceps braquial (LMBB)

são raras — somente 3% das lesões comprometem a porção distal¹ — e decorrentes de uma forte

contração excêntrica desse músculo com o cotovelo fletido e o antebraço supinado². Os pacientes,

geralmente com idades entre 30 e 50 anos e do sexo masculino, reportam um estalo audível no

cotovelo, seguido de dor intensa no braço e um vazio palpável onde o tendão do bíceps deveria

estar. Ainda é incerta a patogênese da LMBB, diversos fatores etiológicos como mecanismo de

impacto, degeneração e hipovascularização são fatores associados a essa lesão³. Além disso, o uso

de esteroides e anabolizantes já são citados pela literatura como um dos fatores que podem estar

atrelados a essa lesão, principalmente em casos envolvendo atletas⁴. O diagnóstico clínico

caracteriza-se por dor, edema, diminuição da força de supinação e de flexão do cotovelo e,

principalmente, pelo aparecimento do “sinal Músculo Popeye” e pela equimose da fossa cubital¹.

A lesão tendínea é palpável na inserção do bíceps braquial, que se acentua na flexão de cotovelo.

A realização de radiografia e ressonância magnética normalmente não se fazem necessárias.

Diversos métodos de reatar a ruptura do tendão do bíceps braquial foram descritos e o mais

utilizado é o método cirúrgico. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, branco, 32

anos, halterofilista, realizou esforço com peso que resultou em uma ruptura do tendão distal do

bíceps braquial, com limitação funcional do membro superior esquerdo e compareceu para a

avaliação médica no mesmo dia do ocorrido. No exame físico, o paciente apresentou equimose na

prega cubital do cotovelo esquerdo, dor na extensão do membro e o sinal do “Popeye” invertido.

Foi tratado na fase aguda da lesão, sendo submetido a um procedimento com a técnica de dupla

via com pontos transósseos. Paciente evoluiu utilizando uma tala axilo-palmar por trinta dias,

depois utilizou um imobilizador articulado de cotovelo por mais trinta dias e realizou 40 sessões

de fisioterapia. Por fim, realizou um trabalho de fortalecimento do braço para ganhar força e arco

de movimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O paciente exposto apresentou retorno às

atividades físicas seis meses após a cirurgia com auxílio de fisioterapia. Evoluiu de maneira

satisfatória com plena amplitude dos movimentos do membro afetado com retorno das atividades

laborais e esportivas.

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TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA ESPASTICIDADE SECUNDÁRIA A

MICROCEFALIA CONGÊNITA PELO ZIKA VÍRUS

Jade de Brito Freire Monteiro Alves; Vítor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Gabriel Medina

Sobreira de Meneses; Laysa Moura Cardoso; Francisco José Alencar

Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: Microcefalia é caracterizada por um perímetro cefálico inferior ao esperado para

a idade e sexo. Dentre suas etiologias, vale destacar a associação entre microcefalia e o Zika vírus,

a partir do aumento no número de recém-nascidos com microcefalia nas áreas afetadas pelo vírus.

Pelo grau de lesão cerebral na referida síndrome, há hipótese de que a prevalência de espast icidade

nesta condição é alta e seu tratamento precoce pode minimizar o prejuízo funcional. Dentre as

alternativas de tratamento da espasticidade, tem-se o bloqueio neuroquímico com a toxina

botulínica (TB) . Dessa forma, objetiva-se descrever os efeitos da TB aplicada na espasticidade

secundária à microcefalia congênita pelo Zika vírus. MÉTODOS: Trata-se de um estudo do tipo

retrospectivo, desenvolvido de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde,

após apreciação e liberação do CEP - FACID. Foram avaliados os prontuários do ambulatório de

microcefalia, no período de outubro de 2016 a dezembro de 2017, para verificar se a toxina

botulínica exerce efeitos quanto ao grau de espasticidade em crianças com microcefalia pelo zika

vírus através da escala de Ashworth (ASH) modificada antes e após a aplicação da toxina.

RESULTADOS: Foram analisados 20 prontuários, sendo 11 (55%) pacientes do sexo feminino, 12

(60%) nascidos de parto cesariano, 13 (65%) adequados para idade gestacional, 12 (60%)

procedentes da capital, sendo 8 (40%) com microcefalia grave. Dos 20 pacientes, 15 (75%)

apresentaram redução do pior ASH, 4 (20%) não mostraram redução, e apenas 1 evoluiu com piora.

Em média, a taxa de redução do pior ASH foi de 42,08%. A magnitude da redução esteve

relacionada com a localização do grupo muscular de pior espasticidade, sendo 21,85% maior em

membros superiores (p < 0,05; teste t de Student). DISCUSSÃO: A toxina botulínica do tipo A

(TBA) é um dos tratamentos mais efetivos e seguros para espasticidade e distonias focais

decorrentes de lesões do sistema nervoso central. Esse fato é observado nesse estudo, já que 75%

dos pacientes obtiveram melhora do padrão de espasticidade. A piora ou ausência de melhora nos

pacientes (25%) não é ocasionada pela utilização da TB, pois, atualmente, não foi relatada nenhum

agravo ocasionado pela sua utilização, sendo muito provavelmente em decorrência da condição

clínica. CONCLUSÃO: Dessa forma, observa-se o efeito benéfico da toxina botulínica no

tratamento da espasticidade decorrente da microcefalia congênita pelo Zika vírus.

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PREVALÊNCIA DE EPILEPSIA EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE ESPECTRO

AUTISTA

Jade de Brito Freire Monteiro Alves; Guilherme Antonio Silva Ribeiro; Louise Assunção Castro;

Palloma Parry Carneiro; Vítor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Lucas Levy Alves de

Moraes; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) corresponde a um grupo de desordens

do desenvolvimento do Sistema Nervoso que caracterizam-se por comportamentos repetitivos e

dificuldade na comunicação e interação social. Alguns estudos tem demonstrado a importância do

seguimento das comorbidades no TEA. Uma dessas comorbidades é Epilepsia, cujo manejo implica

em adequado controle da morbidade associada a referida síndrome. Dessa forma, o estudo visa

analisar a prevalência de epilepsia em pacientes diagnosticados com TEA assim como a correlação

da referida comorbidade com o grau de acometimento cognitivo no TEA. MÉTODOS: Trata-se de

um estudo epidemiológico de caráter transversal, cujo critério de inclusão foi o diagnóstico de TEA

de acordo com o DSM-V. A caracterização do perfil desses pacientes foi realizada a partir da análise

das variáveis: gênero, faixa etária, grau de acometimento cognitivo e presença de epilepsia

associada. RESULTADOS: Recrutaram-se 90 pacientes com diagnóstico de TEA. Destes, 71 são

do gênero masculino e 20 do sexo feminino. O diagnóstico de crises epilépticas foi confirmado em

22 pacientes (24,4%), descartado em 67 e não se definiu em 1 caso. A média de idade foi de 11,4

anos. Correlacionando-se gênero e crises epilépticas, a proporção foi de 6,3:1 em relação ao gênero

masculino, enquanto que na amostra total essa proporção diminui para 4,5:1. Em relação ao grau

de acometimento cognitivo no TEA dentre os pacientes com epilepsia, 76,2% (16 pacientes)

apresentaram TEA de grau moderado (14 pacientes) ou grave (2 pacientes). DISCUSSÃO:

Observou-se que ao associar sexo e crises epilépticas, proporcionalmente, pacientes do sexo

masculino parecem ter mais riscos de apresentarem crises epilépticas, pois esse quadro foi mais

prevalente nesse grupo de indivíduos do que na amostra total dos pacientes, cerca de 6,3 vezes

maior. Por fim, observa-se que crises epilépticas ocorrem mais em pacientes com TEA moderado e

grave visto que em 76,2% dos casos o acometimento cognitivo associado ao TEA foi classificado

como moderado ou grave. CONCLUSÃO: Houve maior proporção de crises epilépticas em

pacientes do sexo masculino, com TEA com acometimento cognitivo moderado e grave.

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PSEUDOMIXOMA PERITONEAL POR TUMOR DE APÊNDICE COM METÁSTASE

PARA O OVÁRIO

LAÉRCIO JÚNIOR RIBEIRO DA LUZ; DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE; BRENO BEZERRA

MARTINS; CARLOS EDUARDO MOURA CARVALHO ROCHA; GABRIEL ARRAIS CHAVES; GILVANDER

CESAR MARTINS; SABAS CARLOS VIEIRA

INTRODUÇÃO: O adenocarcinoma do apêndice cecal é uma afecção extremamente rara, bem

como o câncer de ovário, que é a neoplasia ginecológica mais letal, com sobrevida global inferior

a 40% em cinco anos. O cistoadenoma mucinoso de ovário é um tumor que se difere de outras

patologias de ovário, por apresentar crescimento rápido, atingir grandes dimensões e evoluir com

pseudomixoma peritoneal. O pseudomixoma peritoneal é um tumor incomum que se origina

geralmente de lesões no apêndice ou no ovário. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de

pseudomixoma peritoneal de câncer de apêndice com metástase para o ovário. O termo de

consentimento livre e esclarecido foi assinado para a divulgação do caso. RELATO DE CASO:

Paciente, sexo feminino, obesa, laqueada, procurou o serviço para cirurgia de lesão anexial direita

11cm, assintomática, ainda menstruando. Diagnosticada com adenocarcinoma mucinoso

apendicular de baixo grau, epiplon com mucina e acometimento bilateral de ovários. Diante disso,

realizou-se Salpingooforectomia bilateral, colectomia, epiplectomia, e implantação de cateter para

quimioterapia. Após 11 meses, antes de finalizar a tratamento, apresentou hérnia incisional e

trombose mesentérica. Para isso foi efetuado correção física e uso farmacológico de marevan, com

posterior liberação de cateter quimioterápico pós-exames, com boa resposta aos procedimentos.

Dentre os demais achados clínicos, observou-se níveis normalizados de CA 125 (14 u/mL),

anormais de CEA (antígeno carcinoembrionário) com 1,1-11,15 ng/mL, US abdominal normal,

esteatose hepática acentuada, cisto renal simples. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os

pseudomixomas peritoneais representam casos raros na literatura, sobretudo quando decorrem de

tumor primário de apêndice com metástase para ovários. Para o caso o tratamento com

salpingooforectomia bilateral, colectomia, epiplectomia e quimioterapia apresentou boa resposta

terapêutica.

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ATUALIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA NA

REGIÃO NORDESTE ENTRE 2014 E 2017

Gabriela Soares Milanez; Ana Angélica Luz Pereira; Leandra Rúbia Oliveira Moreira; Isa Maria

de Amorim Coutinho; Waldilleny Ribeiro de Araújo Moura

INTRODUÇÃO: Intoxicação exógena é definida como a consequência clínica e/ou bioquímica da

exposição às substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Exemplos dessas

substâncias são medicamentos, pesticidas e produtos químicos industriais ou de uso domiciliar.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2017 a região Nordeste (NE) ocupou o segundo lugar em

número de notificações de intoxicação perdendo apenas para o Sudeste. OBJETIVO: Descrever o

perfil epidemiológico dos casos de intoxicação exógena na região NE entre 2014 e 2017.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, exploratório e descritivo, dos

casos de intoxicação exógena ocorridos na região Nordeste entre 2014 e 2017, com uso de dados

oficiais do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). RESULTADOS: Entre

2014 e 2017 foram notificados 93974 casos de intoxicação exógena na região NE com 25199 casos

em 2014, 23885 em 2015, 22348 em 2016 e 22542 casos em 2017. O estado com maior número foi

Pernambuco com 23262 notificações quase 20 vezes mais que Sergipe que obteve 1212. Os agentes

tóxicos mais envolvidos foram os medicamentos (33,8%) seguidos pelas intoxicações por alimentos

e bebidas (12,5%). Quanto às circunstâncias em que ocorreram as intoxicações, a maioria foi por

tentativa de suicídio (23,6%) e em segundo lugar as causas acidentais (16,6%). O sexo feminino foi

mais acometido (52,5%) e a faixa etária com maior incidência foi a de 20 a 39 anos (38%) seguida

por 1 a 4 anos (13,7%). 79,7% dos casos ocorreram na zona urbana. DISCUSSÃO: Observa-se

elevada disparidade entre os números dos estados da região NE, os que exibem mais notificações

são estados possuidores de grandes centros urbanos o que corrobora com a circunstância mais

observada: tentativa de suicídio, mais comum nas grandes cidades. O uso de medicamentos como

agente tóxico também é correspondente a essa circunstância assim como a faixa etária mais

acometida (20 a 39), uma vez que as taxas de suicídio são maiores entre jovens adultos

(WAISELFISZ, 2014). A segunda faixa etária mais acometida (1 a 4) se correlaciona com a causa

acidental, segunda circunstância mais observada. CONCLUSÃO: Apesar de terem sofrido leve

queda nos últimos 4 anos, o número de casos na região Nordeste ainda é alto, além disso, observa-

se que a intoxicação por tentativa de suicídio vem aumentando ao longo dos anos, o que revela a

necessidade de ações que gerem tanto conscientização em saúde como apoio psicossocial.

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GIST: UMA SÉRIE DE CASOS

Raquel Nascimento; Francisley Monte da Costa; Wanderson Mário Cavalcante Olimpio; Markus

Vinicius Sá Cavlcanti Luz; Beatriz Nogueira Maia Cavalcanti; Josemar Rodrigues Soares

Thiago Soares Gondim Medeiros

INTRODUÇÃO: O tumor de células estromais gastrointestinais (GIST) é uma rara neoplasia do

trato gastrointestinal correspondendo a 1%-2% dos tumores da região. A maioria se desenvolve no

estômago (50%-60%) e intestino delgado (30%-40%). Apenas 5% a 10% surgem no cólon e reto.

Outras localizações menos comuns ocorrem fora do trato gastrointestinal. A localização deste tumor

é importante, pois geralmente o GIST é assintomático nas fases iniciais e nas fases avançadas, a

sintomatologia varia de acordo com a localização. Os sintomas mais comuns são dor abdominal,

empachamento, mal-estar pós prandial, náuseas, cólicas intestinais ou hemorragia digestiva. O

câncer pode ser evidenciado por meio de exames de endoscopia e colonoscopia ou exames menos

específicos como tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia. Mas a confirmação

diagnóstica se dá pelo exame histopatológico que tem como base a identificação de possíveis

padrões celulares. O prognóstico do paciente depende dentre outros aspectos do tamanho do tumor

e da presença de metástases. Sendo, o tratamento cirúrgico, indicado sempre que possível.

RELATO DE CASO: O presente relato aborda o estudo de três pacientes, sendo dois do sexo

masculino, com 30 e 37 anos cada e um do sexo feminino com 25 anos, todos, admitidos na

enfermaria da cirurgia geral com queixas de plenitude pós-prandial associada a desconforto

abdominal e um referindo percepção de massa em abdome. Este, apresentou ao exame físico massa

em hipogástrio de aproximadamente 10 cm de extensão por 6 cm de largura, fixa, indolor, sem

sinais flogísticos, já apresentava ultrassom de abdome que evidenciava lesão heterogênea em

hipogástrio e foi submetido à ressonância de abdome. Os demais foram submetidos à vídeo

endoscopia e tomografia computadorizada. Nos três casos optou-se pela ressecção por laparotomia

exploradora. Durante as operações, as massas foram ressecadas, sem danos, o que exigiu a retirada

de 40 cm de intestino delgado seguida de êntero-êntero anastomose término-terminal em um dos

casos. O laudo histopatológico e himuno-histoquímico da exérese revelou que os tumores eram do

tipo GIST. COMENTARIOS FINAIS: O reconhecimento das várias formas de apresentação

clínica do GIST é fundamental, afim de que se possa diagnosticar o tumor em fases menos

avançadas e dessa forma ofertar tratamento mais conservador, com menor morbidade e de maior

cura para o paciente.

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EFEITOS DA MANTEIGA DA SEMENTE DO BACURI (PLATONIA INSIGNIS MART.)

SOBRE PERFIL LIPÍDICO E ÍNDICE ATEROGÊNICO EM MODELO EXPERIMENTAL

DE DISLIPIDEMIA

César Felipe Sousa Rodrigues; Ana Karolinne da Silva Brito; Geovanni de Morais Lima; Janaína

Santos de Araújo; Maria Carolina dos Santos de Trindade; Paulo Humberto Moreira Nunes

Maria do Carmo Carvalho e Martins

INTRODUÇÃO: O interesse pelas plantas medicinais e seus produtos na terapêutica das

dislipidemias tem sido crescente em virtude de produtos naturais apresentarem um custo

relativamente baixo e serem amplamente utilizados pela população, especialmente nas regiões norte

e nordeste. O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) é uma planta típica do cerrado muito utilizado

na medicina popular, e que tem atividades anti-inflamatória, cicatrizante, entre outras.

OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da administração da manteiga da

semente de bacuri (MB) sobre o perfil lipídico e índice aterogênico em modelo experimental de

dislipidemia induzida por dieta. MÉTODOS: Hamsters sírios (Mesocricetus auratus), machos,

recém-desmamados, foram divididos aleatoriamente em quatro grupos, conforme os tratamentos a

seguir: 1. controle normal (CN) – mantidos com ração padrão (AIN-93G); 2. controle dislipidemia

(CD) – mantido com ração hiperlipídica (AIN-93G modificada) durante todo o período de

acompanhamento; 3. manteiga de bacuri 25 mg/kg/dia (MB-25); e 4. manteiga de bacuri 50

mg/kg/dia (MB-50). Os grupos MB (25 e 50 mg/kg/dia) também foram mantidos com ração

hiperlipídica durante todo o período de acompanhamento, sendo o tratamento iniciado após 21 dias

recebendo dieta hiperlipídica para indução de dislipidemia e mantido por 28 dias. O Índice

aterogênico (IA) foi calculado pela razão entre os níveis séricos de triglicerídeos e de HDL-c.

Projeto aprovado por Comissão de Ética em Uso de Animais. A comparação entre grupos foi

realizada por meio de análise de variância (ANOVA/one-way) seguida de pós-teste de Tukey.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os grupos recebendo MB apresentaram níveis de HDL-c

significativamente maiores (p < 0,05) e de LDL-c menores (p < 0,05) quando comparados com CD.

Além disso, os grupos tratados com MB apresentaram índice aterogênico significativamente menor

(p < 0,05) em relação a CD. Não houve diferenças entre os grupos em relação a colesterol total e

triglicerídeos. CONCLUSÃO: A manteiga da semente do bacuri, nas doses e no tempo de

tratamento aqui utilizados, produziu repercussões favoráveis no perfil lipídico dos animais, mais

precisamente nas frações de colesterol HDL e LDL, bem como promove redução no risco de

aterosclerose.

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RELATO DE CASO SOBRE ATAXIA ESPINOCEREBELAR TIPO 7

PALLOMA PARRY CARNEIRO; MARÍLIA CRISTINA SILVA MORAIS; LAYSA MOURA CARDOSO;

ALLANA RODRIGUES CÉSAR ARAÚJO LUZ; VANESSA NEPOMUCENODA FONSECA MENESES; ANA

MARIZA TEIXEIRA ALMEIDA; KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA

INTRODUÇÃO: A ataxia espinocerebelar tipo 7 (SCA7) é uma doença autossômica dominante,

de início tardio e lenta progressão. Possui incidência de cerca de 1 caso para cada 100.000

habitantes. Está relacionada a uma mutação no gene ATXN7, localizado no cromossomo 3,

resultando em perda neuronal que afeta principalmente as células do cerebelo, tronco encefálico,

complexo olivar inferior e retina. Clinicamente caracteriza-se pela perda de coordenação motora,

disartria e degeneração da retina que pode levar à perda da visão. Podem estar associados ainda:

oftalmoplegia, parkinsonismo, movimentos sacádicos lentos e fraqueza muscular. O início dos

sintomas pode ocorrer entre 6 meses e 60 anos, entretanto, quanto mais precoce o início dos

sintomas, mais veloz é o curso da doença. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 61

anos, apresentou quadro de perda visual bilateral transitória, seguida tardiamente por dificuldade

em deambular e disartria. Sintomas iniciados há 15 anos com piora progressiva. Apresentou-se à

consulta com déficit visual, desequilíbrio e incoordenação motora, além de disfagia e disartria. Ao

exame: levanta e sobe escadas com dificuldade, com auxílio das mãos e/ou apoio. Tônus e trofismo

muscular normais. Ortostase mantida com dificuldade, marcha atáxica em bloco e paraparesia

espástica com predomínio proximal. Reflexos vivos e simétricos globalmente. Reflexos

estilorradiais, patelares e cutâneo-plantares exaltados. Hipoestesia em hemiface direita. No exame

da coordenação apresentava decomposição e dismetria bilateral. No exame dos nervos cranianos

observou-se estrabismo divergente à direita e amaurose. Ressonância magnética de crânio mostrava

redução volumétrica encefálica e atrofia cerebelar. Análise molecular positiva para SCA7.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A SCA 7 é uma patologia progressiva que necessita de identificação

precoce através do teste molecular de forma a evitar sua evolução sem tratamento. Além disso, é

importante a pesquisa em indivíduos assintomáticos com casos da doença na família. A confirmação

precoce do diagnóstico direcionará para condutas adequadas visando prevenir complicações futuras.

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RELATO DE CASO SOBRE DOENÇA DE LYME SÍMILE

PALLOMA PARRY CARNEIRO; MATHEUS VILARINHO SERRA; RUTH BRITO COSTA; HANNE SARAIVA

GONÇALVES; MARÍLIA CRISTINA SILVA MORAIS; ÍTALO ARAUJO RIOS BRANDÃO

KELSON JAMES SILVA DE ALMEIDA

INTRODUÇAO: A doença de Lyme é uma infecção bacteriana sistêmica causada pela espiroqueta

Borrelia burgdofer, transmitida por carrapatos do gênero Ixodes e Amblyomma. Típica em países

do hemisfério Norte e que no Brasil apresenta perfil epidemiológico, microbiológico, clínico,

terapêutico e evolutivo distinto da observada na Doença de Lyme, sendo conhecida como Doença

de Lyme Símile. As manifestações clínicas incluem o aparecimento de eritema migratório no local

da picada, podendo ocorrer acometimento dos sistemas nervoso central, cardiovascular, ocular e

articular. Dentre as neurológicas estão: acometimento de condução nervosa, perda de reflexo,

parestesia, neuropatia craniana, radiculopatia, além de meningite, cefaléia, fadiga e mudanças

comportamentais. O diagnóstico é feito pela tríade da sintomatologia, epidemiologia e de testes

laboratoriais. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 37 anos, procedente da cidade de Piripiri-

PI, apresenta há 13 dias quadro inicial de parestesias em território radial à direita. Após um dia do

início do sintoma, houve o surgimento de parestesias em dedos de ambos os pés, marcadamente nas

plantas, com ascensão bilateral para panturrilhas e de parestesias em dedos da mão esquerda. Após

3 dias, apresentou quadro de fraqueza de MMII, além de alodínea e sensação de frio na planta dos

pés. No exame físico, constatou-se neuropatia do VII nervo craniano à esquerda. A força global foi

estimada em grau V com discreta perda de força nas pinças dos nervos mediano e ulnar, em especial

este último bilateralmente. Apresenta reflexos patelares globalmente hipoativos, hipoestesia em

calcanhares e artrestesia preservada. A confirmação laboratorial foi através da análise do LCR com

sorologia para doença de Lyme (Lyme Western Blot) sendo detectadas 5 bandas significativas de

IgG positivo para anticorpos específicos contra B.burgdorferi e IgM negativo para os mesmos

anticorpos. Na eletroforese de proteínas observou-se um aumento policlonal na região das

gamaglobulinas com ausência de bandas oligoclonais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A doença de

Lyme Símile possibilita a recuperação dos pacientes completa, se o tratamento for realizado na fase

inicial da doença. Já nos estágios mais avançados da doença, podem ocorrer sintomas recorrentes

ou persistentes caracterizando a síndrome pós-doença de Lyme. Por isso, é essencial diagnosticar

essa patologia precocemente a fim de evitar futuras complicações.

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PREVALÊNCIA DE SÍNDROME DE WEST EM PACIENTES COM MICROCEFALIA –

UM INÉDITO ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO

Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Augusto César Beserra Martins; Isadora Costa Coelho

Gayoso e Almendra; Ozacy Moita Leal Júnior; Vinícius Araújo do Vale; Jade de Brito Freire

Monteiro Alves

Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A síndrome de West é uma grave síndrome epiléptica da infância, caracterizada

clinicamente pelo surgimento de espasmos epilépticos, normalmente ao primeiro ano de vida.

Geralmente conta com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (ou mesmo involução), e o

eletroencefalograma típico consiste em um padrão caótico e desorganizado conhecido como

hipsiarritmia. Sabe-se que o baixo perímetro cefálico (microcefalia) é um fator de risco para

surgimento de epilepsia na infância. Pretende-se, neste estudo, identificar a prevalência de síndrome

de West em crianças com microcefalia atendidas em ambulatório.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico quantitativo, observacional e transversal,

aprovado pelo CEP – FACID, com dados coletados de prontuários de pacientes atendidos em um

centro de referência em Teresina - PI. A amostra consiste de crianças com diagnóstico de

microcefalia (perímetro cefálico mais de 2 desvios-padrão abaixo da média populacional, ajustada

por idade e sexo). Foi considerada apenas síndrome de West atestada com laudo

eletroencefalográfico de hipsiarritmia. RESULTADOS: Foram encontrados 67 prontuários de

crianças com microcefalia, das quais 47 (70,20%) possuíam clínica de epilepsia. Síndrome de West,

com espasmos infantis e eletroencefalograma confirmativo de hipsiarritmia, foi encontrada em

apenas 10 crianças (14,9%). A prevalência de síndrome de West for maior no subgrupo de

microcefalia por Zika vírus – 8 crianças (21,1%) DISCUSSÃO: Nenhum estudo que avaliasse a

prevalência de síndrome de West em pacientes microcefálicos foi encontrado na literatura,

evidenciando a originalidade de nossa pesquisa. No sentido inverso, foi encontrado um estudo

avaliando a prevalência de manifestações neurológicas associadas em pacientes com síndrome de

West, no qual a microcefalia se evidenciou como a mais comum (52% dos pacientes). Sabe-se que

a hipsiarritmia pode não estar presente logo após o começo dos espasmos epilépticos, de modo que

o eletroencefalograma deve ser repetido. Tal fato pode implicar uma prevalência de síndrome de

West falsamente baixa no nosso estudo. CONCLUSÃO: Síndrome de West é comumente associada

com um mau prognóstico a longo prazo, incluindo uma significativa mortalidade, espasmos infantis

resistentes ao tratamento, desenvolvimento de outros tipos de epilepsia e comprometimento

cognitivo e psicossocial. A alta prevalência em pacientes com microcefalia, encontrada em nosso

estudo, evidencia a importância de tal associação.

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SÍNDROME DE STIFF-PERSON, VARIANTE FOCAL E ANTI-GAD NEGATIVO – UM

RELATO DE CASO

Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Ademir Aragão Moura; Louise Assunção Castro; Ana Thereza

Arêa Leão de Oliveira; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Ozacy Moita Leal Júnior; Kelson

James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A síndrome de Stiff-Person (SPS) é uma rara desordem neurológica autoimune que

se apresenta com rigidez muscular e espasmos dolorosos induzidos por gatilho, normalmente afetando

a musculatura axial e proximal dos membros. O dado etiológico mais evidenciado na literatura é a

presença de anticorpos direcionados à glutamato descarboxilase (enzima limitante na síntese de

GABA). Aqui, relata-se um raro caso de SPS, variante focal e anti-GAD negativo. RELATO DO

CASO: Paciente de 60 anos, previamente hipertenso, apresentou limitação para caminhar há 3 anos.

Relatava dificuldade para movimentar a perna esquerda, o que prejudicava subir e descer escadas. O

quadro foi piorando progressivamente, com quedas frequentes. Em 2016, foi avaliado inicialmente

com hipótese diagnóstica de hidrocefalia de pressão normal, mesmo sem apresentar queixas cognitivas

ou urinárias. Relatou espasmos de piora progressiva. Andava com apoio unilateral em 2016, precisando

de cadeira de rodas há 6 meses. Realizou TAP teste, sem melhora da marcha, em 2016. Ao exame

neurológico, em 2018, assumiu ortostase com apoio bilateral e instabilidade à manobra do pull teste.

Verificou-se, ainda, força grau 5 global, reflexos profundos globalmente vivos, reflexo cutâneo plantar

flexor bilateral, movimentos involuntários em MIE, caracterizados por espasmos distais, e postura em

extensão mantida do MIE, piorada pelo toque, com características dolorosas. Investigação

complementar: painel para doenças de neurônio motor e neuropatias periféricas negativas. A ENMG

demonstrou condução nervosa dentro da normalidade, e presença de disparos de atividade motora

contínua, simultâneos em musculatura agonista e antagonista, restritos ao membro inferior esquerdo,

de forma mais evidente em musculatura distal, durante a ocorrência de espasmos clínicos. Sem sinais

de desnervação e surtos compatíveis com distonia. RNM veio sem alterações, e anticorpos anti-GAD

e anti-ampifisina negativos. Paciente foi tratado com diazepam, obtendo grande melhora dos sintomas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os critérios diagnósticos foram todos preenchidos no caso aqui

relatado: rigidez, espasmos precipitados, ENMG confirmatória e ausência de outras desordens que

melhor explicam os sintomas, além de resposta clínica a benzodiazepínicos (critério menor). De difícil

diagnóstico, principalmente por ser uma variante focal, passaram-se três anos desde o início dos

sintomas à confirmação.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM AMBULATÓRIO

ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO

José da Cruz Moura Campelo; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Isadora Costa Coelho

Gayoso e Almendra; Palloma Parry Carneiro; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) foi descrita por James Parkinson em 1817. Tem como

principais sinais: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural.

Tipicamente, o quadro inicia-se após os 50 anos e se manifesta inicialmente apenas em um hemicorpo,

progredindo com o passar do tempo. Já o Parkinsonismo atípico (PA) geralmente se instala

simetricamente, respondendo mal ao tratamento convencional da DP. É relacionado a doenças

neurológicas degenerativas como demência por corpos de Lewy, paralisia supranuclear progressiva e

atrofia de múltiplos sistemas. O objetivo deste estudo é descrever casos de Parkinsonismo Atípico

acompanhados em ambulatório especializado em distúrbios do movimento na cidade de Teresina –

Piauí no período de 2013 a 2016. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional que

incluiu todos pacientes com diagnóstico de síndrome parkinsoniana de acordo com os critérios do

banco de cérebro de Londres. Foram excluídos os pacientes com parkinsoniano secundário a lesões

observadas em RNM de crânio nos gânglios da base. RESULTADOS: Foram avaliados 95 pacientes,

dos quais 53(55,7%) apresentavam doença de Parkinson idiopática, 4(4,2%) atrofia de múltiplos

sistemas, 11(11,5%) Paralisia supranuclear progressiva,12(12,6%) Demência por corpos de

Lewy,1(1,05%) Degeneração corticobasal,8(8,4%) Parkinsonismo medicamentoso,2 (2,1%)

Parkinsonismo vascular, 4(4,2%) Parkinsonismo sem diagnóstico definido. O Parksonismo atípico

resulta de um conjunto de alterações que culminam com síndrome parksoniana associada a outras

condições que podem ser: demência, ataxia, disautonomias, dentre outras. DISCUSSÃO: É de grande

valia o conhecimento sobre as principais causas de parksonismo atípico para o adequado manejo do

quadro, pois no PA o processo degenerativo em sua maioria é mais incapacitante e de evolução mais

rápida. Observa-se que o padrão de prevalência do PA encontra-se em concordância com a literatura e

que é necessário o conhecimento por parte dos profissionais de saúde acerca dos quadros de

parkinsonismo atípico com o objetivo de evitar diagnósticos incorretos, o que culmina em terapias

inadequadas, aumento de morbimortalidade e má resposta ao tratamento medicamentoso, dentre

outros. CONCLUSÃO: A forma mais prevalente dentre os parkinsonismos atípicos acompanhados

em ambulatório especializado em distúrbios do movimento na cidade de Teresina foi demência por

corpos de lewy, correspondendo a 12,6% dos casos.

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PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE

REFERÊNCIA EM TERESINA

Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Augusto César Beserra Martins; Isadora Costa Coelho Gayoso

e Almendra; José da Cruz Moura Campêlo; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Ítalo Araújo Rios

Brandão; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A microcefalia é definida como um perímetro cefálico que é mais de 2 desvios-

padrão abaixo da média populacional, ajustada por idade e sexo. Frequentemente cursa com

deficiências motoras e intelectuais, dentre várias possíveis comorbidades, como epilepsia e paralisia

cerebral. Pretende-se, neste estudo, identificar a prevalência de várias desordens neurológicas e não

neurológicas em crianças com microcefalia. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal,

observacional e quantitativo, aprovado pelo CEP – FACID, com dados coletados de prontuários de

pacientes admitidos no ambulatório de microcefalia de um centro de referência, em Teresina-PI.

Utilizou-se uma ficha de coleta que incluía variáveis demográficas (sexo e idade) e clínicas: presença

de epilepsia, disfagia, irritabilidade e comorbidades (endocrinológicas, cardiológicas e

osteomusculares). RESULTADOS: Foram avaliados 67 prontuários de pacientes no ambulatório,

sendo 31 do sexo masculino 36 do sexo feminino, com idade média de 1A10M. As variáveis clínicas

mais prevalentes foram epilepsia, presente em 47 crianças (70,2%),e irritabilidade em 37

(55,2%).Também com elevada frequência, 22 possuíam quadro de disfagia (32,8%) e 13 apresentavam

comorbidades osteomusculares (19,4%). Apenas 3 pacientes da amostra tinham quadro de alterações

cardiológicas (4,5%), e nenhuma comorbidade endocrinológica foi encontrada. Cerca de 56,7% dos

pacientes (38 crianças) tinham Zika vírus como possível etiologia da doença. DISCUSSÃO: Outros

estudos identificaram epilepsia, paralisia cerebral e anormalidades ósseas e cardiovasculares como

comorbidades relativamente presentes em crianças com microcefalia, embora em frequências

diferentes das aqui relatadas. Poucos estudos relataram a prevalência de disfagia em si, embora

desordens orofaríngeas sejam frequentes segundo um estudo. Desordens endocrinológicas são

pobremente descritas na literatura. Uma limitação do nosso estudo é a falta de grupo controle

normocefálico, o que torna difícil a interpretação do resultado de algumas variáveis, como

irritabilidade. CONCLUSÃO: A diversidade de manifestações encontradas no perfil clínico dos

pacientes microcefálicos torna evidente a necessidade de uma abordagem interdisciplinar de

tratamento. Em termos de prevalência e comprometimento na qualidade de vida e crescimento, a

epilepsia, disfagia e comorbidades osteomusculares merecem maior atenção.

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DA SUSPEITA AO DIAGNÓSTICO NA NESIDIOBLASTOSE DO ADULTO.

Francisco Wellington Lopes Guimarães Filho; Vitória Souto Galvão de França; Antonio Henrique

Barroso do Vale Filho; Yuri Ananias de Vasconcelos; Iago Parente Ferreira Gomes; Francisco

Antônio Araújo Oliveira; José Erialdo da Silva Júnior

INTRODUÇÃO: Hipoglicemia secundária a nesidioblastose é rara em adultos, e sua patogênese

continua desconhecida. Sinais incluem hiploglicemias crônicas e recorrentes, geralmente

acompanhadas de sintomas neurológicos. Apresentamos o caso de um paciente com hipoglicemias de

repetição e lipotímias. Através da ecoendoscopia, foi visualizada lesão em pâncreas compatível com

insulinoma. Após ressecção cirúrgica e breve período assintomático, evoluiu com nova queda dos

níveis glicêmicos. Em novo estudo endossonográfico com punção aspirativa com agulha fina (PAFF),

foi identificada lesão remanescente no pâncreas, através da análise citopatológica. A este

acometimento da glândula pancreática, denominamos nesidioblastose. RELATO DE CASO: Homem

de 63 anos, iniciou quadro de hipoglicemias sintomáticas em novembro de 2010 (28-30 mg/dl),

apresentando turvação visual, lipotímias e síncopes frequentes, revertidas após infusão de glicose

hipertônica. Realizou ultrassom de abdome, tomografia e ressonância magnética, não evidenciando

lesões pancreáticas. Solicitou-se ecoendoscopia, onde identificou lesão hipoecogênica no pâncreas.

Considerando a chance de tratar-se de insulinoma, o paciente foi encaminhado à cirurgia. A análise

evidenciou tumor neuroendócrino bem diferenciado, sem invasão vascular, com margens livres.

Permaneceu assintomático por 1 ano e 2 meses. Novamente, apresentou episódios de hipoglicemia

sintomática, com níveis de 30 mg/dl. Realizou exames de imagem para estudo detalhado do pâncreas

(remanescente pós cirúrgico), não sendo encontradas novas lesões. Em novo estudo endossonográfico,

foi identificada lesão, onde realizou-se PAAF com coloração, para facilitar a enucleação cirúrgica.

Foram preparadas lâminas para histopatológico, evidenciando epitélio com raras mitoses, sendo

suspeito para neoplasia. O paciente foi novamente encaminhado à cirurgia, realizando ultrassom

transoperatório, guiado pelo corante com enucleação da lesão. O estudo anatomopatológico revelou

ausência de lesões tumorais, no entanto, havia quadro de hiperplasia e hipertrofia de ilhas beta do

tecido pancreático, quadro esse denominado nesidioblastose. Houve melhora imediata dos níveis

glicêmicos. O paciente encontra-se assintomático até a presente data. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Existem poucas séries de casos de nesidioblastose, apesar de rara, mostra-se um caso de hipoglicemia

hiperinsulinêmica persistente no adulto. Deve investigar, inicialmente, insulinoma, cuja é causa mais

frequente. No adulto, apresenta quadro clínico e laboratorial idêntico ao insulinoma. A ecoendoscopia

é fundamental no diagnóstico e planejamento da terapêutica, por possibilitar a visualização de

diminutas lesões, definir seu aspecto histológico através da punção ecoguiada, e a demarcação para

facilitar a cirurgia da nesidioblastose. Entretanto, a ultrassonografia transoperatória é necessária para

visualizar o foco da doença, evitando lesões nos ductos biliar e pancreático. O tratamento definitivo é

difícil, havendo alta possibilidade de recidivas.

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HEMANGIOENDOTELIOMA COMPOSTO EM OSSOS DO PÉ ESQUERDO- RELATO DE

CASO

Livia Maria Alcântara Vasconcelos; André Cronemberger Pires Aragão; Thomaz Oliveira de Souza

Santana Silva; Lorenna Lima de Oliveira; Álvaro Arruée Witter; Aline Arruda dos Santos; Marcelo

Barbosa Ribeiro

INTRODUÇÃO: Hemangioendotelioma é um tumor raro de origem endotelial, constitui menos de

1% das neoplasias malignas primárias do osso, que pode acometer qualquer tecido, mais relatado em

tecidos moles, fígado e pulmão. Pode ocorrer em qualquer grupo etário, tendo uma predileção para o

sexo masculino, envolvendo mais frequentemente os ossos longos tubulares. Comumente aparecem

como lesão solitária, mas podem ser multicêntricos. Quando multicêntricos, parecem ter melhor

prognóstico.RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 39 anos, apresentava lesão no pé

esquerdo sugestiva de neoplasia. Em agosto de 2016, foi solicitada, tomografia computadorizada (TC)

do pé esquerdo, biópsia percutânea orientada por TC, histopatológico e imunohistoquímico. A biópsia

mostrou presença de lesão com densidade de partes moles no 5° metatarso, o que provocou erosão

deste metatarso. Demais estruturas ósseas preservadas. Exame histopatológico revelou a presença de

lesão fusocelular de baixo grau. Avaliação imunohistoquímica confirmou o diagnóstico de

hemangioendotelioma. Em novembro de 2016, a ressonância magnética do pé e tornozelo esquerdo

mostrou lesão óssea com epicentro na base do 5° metatarso, com extensão às partes moles adjacentes,

duas outras lesões localizadas nos cuneiformes intermédio e lateral, determinando rotura da cortical e

pequena extensão ao espaço articular. RM também mostrou sinais de fasciíte plantar, com pequeno

entesófito justa insercional e pequeno derrame articular talocalcaneano. Em dezembro de 2016, foi

realizada nova biópsia com exame histopatológico que demonstrou a presença de

hemangioendotelioma composto, sem diferenciação, sem presença de invasão sanguínea, linfática e

perineural, necrose e anaplasia ausentes, celularidade moderada, índice mitótico maior que 1

mitose/mm3, padrão de crescimento infiltrativo, periósteo e tecido ósseo comprometidos pela

neoplasia. Foi indicada ressecção cirúrgica com preservação do seguimento. O procedimento ocorreu

sem intercorrências, pós-operatório sem sinais de infecção. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os

tumores vasculares malignos têm evolução clínica imprevisível, sendo que mesmo um tumor de baixo

grau pode metastizar após muitos anos de evolução. Com isso, o tratamento desses tumores deve ser

cirúrgico, com ressecção ampla da lesão, nos casos de alto grau, podendo-se complementar com

radioterapia. Nesse caso, as lesões de baixo grau e outros achados foram os fatores preponderantes

para preservação do seguimento.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO

PIAUÍ, DE 2011 A 2015.

Gustavo Guerra Oliveira dos Santos; Raimundo Nonato Vaz de Sousa Filho; Bruna Porteño Oliveira

Sales Ramos; Kledson Sousa Rolins Marques da Silva; Augusto César Evelin Rodrigues

INTRODUÇÃO: Esta patologia é definida como sendo a morte de cardiomiócitos, causada por

isquemia prolongada, em que a taxa de prevalência dessa patologia no atendimento emergencial está

elevada, estimando-se que 250.000 habitantes brasileiros morrem atualmente vítimas dessa doença. A

maior parte dos eventos é causada por roptura súbita e formação de trombo sobre placas vulneráveis,

inflamadas, ricas em lipídios e com capa fibrosa delgada. Estudos epidemiológicos revelam taxas de

mortalidade geral em torno de 30%, sendo que metade dos óbitos ocorrem nas primeiras duas horas

do evento e 14% morrem antes de receber atendimento médico. O objetivo é analisar o perfil

epidemiológico dos pacientes acometidos por infarto agudo do miocárdio no Piauí, no período de 2011

a 2015. MÉTODOS: Estudo transversal, exploratório, documental e de caráter descritivo, com dados

coletados da plataforma DataSus de acesso público, programa TABNET, secção Estatísticas vitais –

Mortalidade 1996 a 2015, pela CID 10 – Infarto agudo do miocárdio. Abrangência geográfica: Piauí.

Os dados foram organizados no programa Excel, em forma de tabelas para melhor entendimento.

RESULTADOS: Entre 2011 e 2015, foram notificados 4613 casos de infarto agudo do miocárdio no

Piauí, dentre eles, o ano de maior número de óbitos foi 2014, com 956 casos (20,7%). Evidenciou-se

que a maioria dos pacientes eram homens, sendo 3044 casos (65,9%). Quanto a faixa etária, constatou-

se maior frequência em indivíduos de 60 a 69 anos, com 1660 casos (35,9 %). A maioria dos pacientes

eram moradores da cidade de Teresina, 909 casos (19,7%). Grande partedas notificações foram em

pacientes de cor parda, com 3044 casos (60,9%), e de nenhuma escolaridade, com 1581 casos (34,2%).

Quanto ao estado civil, 2443 pacientes (52,9%) ocorreram em pessoas casadas. DISCUSSÃO:

Homens entre 60 e 69 anos são mais acometidos, pela maior exposição aos fatores de risco e por ter

maior tendência a problemas cardíacos; pouco alfabetizados, devido a terem menos acesso às medidas

preventivas; pardos, pelo fato de ser a raça que mais se declara no Brasil e moradores de Teresina, é o

maior centro médico e que concentra a maior população do Estado do Piauí. CONCLUSÃO: Desse

modo, é possível concluir que o perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por infarto agudo do

miocárdio no Piauí, entre 2011 a 2015, manifestou-se, majoritariamente, entre homens, de 60 a 69 anos

de idade, pouco alfabetizados, pardos, e moradores da cidade de Teresina.

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TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG: UMA RARA CAUSA DE PSEUDOPUBERDADE

PRECOCE

ISADORA BATISTA SILVA; DANIEL SANTOS ROCHA SOBRAL FILHO; FRANCISCO

ALVES VIEIRA DE SÁ JÚNIOR; JOÃO PAULO ARAÚJO ALVES SILVA; GEORGE

ANTÔNIO GONÇALVES VELOSO FILHO; HELDER DAMASIO DA SILVA; EULALIO

DAMAZIO DA SILVA JÚNIOR

INTRODUÇÃO: O tumor de células de Leydig é um tumor secretor de testosterona mais incidente

entre 40 e 50 anos, sendo raro em crianças. Nesta faixa etária, é uma causa incomum de

pseudopuberdade precoce isossexual, associada a um aumento na produção de androgênios e a baixos

níveis de gonadotrofinas. Relatamos um caso raro de tumor de células de Leydig em criança, no qual

optamos pela abordagem conservadora. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 6 anos, com

história de surgimento de pelos na região pubiana e aumento do pênis há 1,5 anos. Ao exame

urogenital, notou-se pilificação em região escrotal e púbis, além de aumento escrotal e do comprimento

do pênis. Estes achados foram compatíveis com um estágio de maturação sexual Tanner 3. Apresentava

assimetria testicular, sendo o direito mais volumoso que o esquerdo. A avaliação laboratorial revelou

valores aumentados de androgênios a despeito de valores normais/baixos das gonadotrofinas. USG

testicular demonstrou assimetria testicular, além de um nódulo sólido hipoecoico com

hipervascularização ao Doppler no testículo direito. TC abdominal e de tórax sem alterações. Frente

ao quadro clínico-laboratorial de pseudopuberdade precoce, levantou-se como principal hipótese o de

tumor de células de Leydig, apesar de raro nesta faixa etária. Procedeu-se com a enucleação da lesão,

com envio do material para análise histopatológica, que confirmou a suspeita. Tumores testiculares e

paratesticulares são raros em crianças e adolescentes, apresentando uma incidência de 0,5 a 2/100.000

neste grupo populacional. O tumor de células de Leydig é derivado do estroma do cordão espermático,

com prevalência entre 1-6% do total de tumores testiculares nessa faixa etária. Não se espera

malignização deste tumor, de apresentação unilateral, na faixa pediátrica, ao contrário dos adultos, em

que cerca de 10% dos tumores são malignos. Há duas opções de tratamento para esta condição:

orquiectomia radical ou cirurgia com preservação do testículo (enucleação). Dessa forma, optou-se

pela enucleação no paciente em estudo, devido à apresentação unilateral e pequeno volume do tumor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:O diagnóstico precoce do tumor, e sua característica benigna em pré-

puberes, quando unilateral, permite a realização da enucleação com segurança. Quando bem indicado,

o procedimento não é relacionado a recidivas, complicações ou metástases, e espera-se a reversão das

manifestações androgênicas precoces, associada à manutenção da autoestima do paciente.

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REAÇÕES HANSÊNICAS: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES

ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE TERESINA – PI

BRUNO SAMPAIO SANTOS; ILANNA NAIANNY LEAL RODRIGUES; FRANCISCO RODRIGUES DA CRUZ

JUNIOR; ANA LÚCIA FRANÇA DA COSTA; ANA LÚCIA FRANÇA DA COSTA

INTRODUÇÃO: Durante a evolução da hanseníase podem ocorrer fenômenos agudos ou subagudos

denominados de reações hansênicas. Existem dois tipos de reações: a tipo I que se caracteriza

clinicamente por infiltração de lesões antigas associada ao surgimento de novas lesões, edema das

extremidades e acometimento de nervos. E a reação tipo II que se manifesta com surgimento abrupto

de nódulos eritematosos que podem evoluir para necrose nas formas mais graves e comprometimento

do estado geral. Os portadores de hanseníase podem também apresentar reações mistas. Os objetivos

deste estudo foram: analisar as características clínicas e epidemiológicas dos pacientes com reação

hansênica, relacionando comorbidades, assim como neurites e/ou incapacidades. MÉTODOS: Foram

utilizados questionários específicos para coleta de dados. Variáveis como sexo, idade, classificação

operacional e tipo de reação foram avaliados, originando um estudo observacional e transversal,

qualitativo e quantitativo. A análise estatística foi realizada usando-se frequências simples. O presente

estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFPI, sob CAAE: 49410315.3.0000.5214.

RESULTADOS: A idade média dos 36 pacientes com reação hansênica foi de 46,2 anos. A maioria

era do sexo masculino (63,9%), procedente do Piauí, com nível de escolaridade até o primeiro grau

incompleto. Do total, 58,3% dos pacientes apresentaram comorbidades, destacando-se: dislipidemia,

hipertensão e osteoporose. Todos eram multibacilares. De reação tipo I, foram 38,9%; 58,3% foram

reação tipo II e 2,8% reação mista. Com relação às neurites, 16 apresentaram a condição. 20 pacientes

apresentaram grau 0 de incapacidade. DISCUSSÃO: Observou-se o predomínio de pacientes do sexo

masculino com média de 46,2 anos, reflexo de um diagnóstico tardio. Todos os pacientes eram

multibacilares por possuírem lesões extensas ou mais de 5 dessas. Houve o predomínio de reação tipo

II, mais associada ao período pós alta, contrariando outros estudos. A presença de comorbidades

demandou maior cuidado com o seguimento das intercorrências clínicas e efeitos colaterais, e as lesões

neurológicas associaram-se ao uso tardio do corticoide. CONCLUSÃO: As reações hansênicas

ocorreram com mais frequência após o tratamento, sendo a reação tipo II a mais comum, e todos

multibacilares. A dislipidemia foi a principal comorbidade, seguida por hipertensão e osteoporose.

Quase metade dos pacientes tiveram algum grau de incapacidade e/ou neurite.

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PARALISIA SUPRANUCLEAR PROGRESSIVA (SUBTIPO CEREBELAR) - UM DESAFIO

DIAGNÓSTICO

Gabriel Medina Sobreira de Meneses; Matheus Vilarinho Serra; Larissa Clementino Leite de Sá

Carvalho; Ícaro Araújo de Sousa; José da Cruz Moura Campêlo; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: Paralisia supranuclear progressiva (PSP) é uma rara doença neurodegenerativa que

se manifesta de diversas formas, e cuja confirmação diagnóstica se dá por achados neuropatológicos

post-mortem. Apesar da diversidade de sintomas e subtipos possíveis, a presença de ataxia é

geralmente considerada critério de exclusão para PSP. Entretanto, estudos recentes sugerem um

subtipo pouco esclarecido de PSP, com sintomas cerebelares juntos do quadro de paralisia supranuclear

do olhar conjugado e parkinsonismo (PSP-C), gerando confusão diagnóstica com outra conhecida

causa de parkinsonismo atípico: atrofia dos múltiplos sistemas (MAS). Aqui, relatamos um raro caso

de PSP-C provável.RELATO DE CASO: Homem de 61 anos chega ao ambulatório de neurologia em

abril de 2013 com quadro de dificuldade de marcha, mão esquerda distônica e parkinsonismo discreto,

porém sem instabilidade postural. Relatava também sintoma sugestivo de hipotensão ortostática e, no

exame físico, identificou-se sacadas oculares hipométricas. Suspeitou-se de MAS pelo sintoma

autonômico, entretanto o tilt test foi negativo e a ressonância nuclear magnética duvidosa quanto à

presença do sinal da cruz. Iniciou-se tratamento motor sintomático com selegilina e pramipexol em

doses crescentes, durante vários meses. Entretanto, apresentou pouca melhora com terapia

dopaminérgica. Paralelamente, no final de 2013, observou-se surgimento de quadro de ataxia

cerebelar, com exame físico demonstrando dismetria em membro superior esquerdo, além de referir

piora na marcha, fraqueza em membros inferiores e sintomas semelhantes a freezing. Em 2014,

paciente passou a relatar urgência urinária (pouco frequente) e repetidas quedas, e exame físico

demonstrou importante instabilidade postural. Evoluiu em 2015 com piora do quadro urinário,

referindo casos de incontinência e noctúria, sendo prescrito oxibutinina. Em 2016, mesmo sob uso de

altas doses de pramipexol e selegilina, evoluiu com piora da bradicinesia. Entrou, também, em quadro

de disfunção erétil. Em 2017, volta ao ambulatório com evidente decomposição do olhar horizontal

para esquerda e, em 2018, exame físico demonstrou paralisia do olhar para cima, levando à sugestão

de PSP-C. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A avaliação inicial sugeriu MSA, porém o seguimento por

5 anos foi importante para definir o tipo de parkinsonismo atípico. Sinais cerebelares pode

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RESUMOS SIMPLES

PÔSTER

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EVOLUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA DA MORTALIDADE MATERNA POR ECLÂMPSIA

NO BRASIL

Sofia Naira Barbosa Freitas; Lívia Maria Alcântara Vasconcelos; Gideon Batista Viana Júnior; Luciana Maria Fortes

Magalhães Castelo Branco Couto, Ana Maria Pearce Arêa Leão Pinheiro.

INTRODUÇÃO: A mortalidade materna é um dos indicadores de saúde da mulher, tendo, entre

suas principais causas, a eclâmpsia. Assim, o conhecimento dos dados acerca dessa importante

causa de mortalidade materna contribui para a avaliação da efetividade das ações de saúde

atualmente vigentes no país. Dessa forma, tem-se por objetivo analisar a evolução e a epidemiologia

da mortalidade materna por eclâmpsia no Brasil, no período de janeiro 2012 a dezembro de 2016.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento de dados foi

realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações sobre mortalidade (SIM-

DATASUS). Os resultados foram agrupados em planilhas do software Microsoft Excel e expostos

em gráficos e tabelas. RESULTADOS: Entre janeiro de 2012 e dezembro de 2016, foram

notificados 787 casos de morte materna por eclâmpsia no Brasil. Desses, 233 casos (29,6%)

ocorreram durante a gravidez, 82 (10,4%) no trabalho de parto, 168 (21,4%) no puerpério. No

intervalo em estudo, 2013 foi o ano com o maior número de casos: 175 (22,2%); seguido de 2015

com 164 (20,8%), 2016 com 155 (19,6%) e, por fim, 2012 com 153 casos (19,4%). Foram analisadas

as faixas etárias de 10 a 49 anos, havendo predomínio da faixa etária de 30 a 39 anos com 288 casos

(36,5%), seguida da de 20 a 29 anos com 286 (36,3%). Com relação à escolaridade, constatou-se

maior mortalidade materna entre as que possuíam de 8 a 11 anos de estudo, com 283 óbitos (35,9%),

seguido de 4 a 7 anos com 199 (25,2%) e 1 a 3 anos com 81 (10,2%). Uma menor mortalidade foi

observada entre as mães que possuíam 12 ou mais anos de estudo, com 53 casos (6,7%) e entre as

que não possuíam escolaridade, com 24 casos (3,0%). DISCUSSÃO: Apesar da alta cobertura da

assistência pré-natal, a mortalidade materna decorrente de quadros relacionados a hipertensão

gestacional continua elevada, podendo se presumir que um dos problemas é a qualidade do

atendimento pré-natal. Nesse estudo, podemos observar que a mortalidade materna por eclâmpsia

não apresentou redução na incidência, ao longo do tempo analisado, provavelmente, devido as

falhas na assistência pré-natal, no que se refere a identificação precoce dessa complicação na

gestação. CONCLUSÃO: Os dados observados refletem a necessidade da promoção de uma

assistência pré-natal mais atenta às alterações e aos fatores de risco relacionados a eclâmpsia, a fim

de diagnosticar e tratar, precocemente, as gestantes com esse tipo de risco.

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TRAÇADO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE AS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR

NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010

A 2017

Gideon Batista Viana Júnior; Kaiza Vilarinho da Luz; Sofia Naira Barbosa Freitas; Luciana Maria Fortes Magalhães

Castelo Branco Couto; Lívia Maria Alcântara Vasconcelos; Kelly Daysy Marques Cabral, Jéssica Samia Silva Torres

Ribeiro.

INTRODUÇÃO: O câncer gástrico é uma das neoplasias malignas mais comuns e apresenta alta

morbimortalidade, sendo considerado a segunda causa de morte por câncer mundialmente. No

Brasil, o adenocarcinoma está entre as três primeiras causas de morte por câncer no sexo masculino.

O objetivo desse trabalho foi demonstrar o levantamento epidemiológico piauiense referente à

temática da Neoplasia gástrica no período compreendido entre 2010 e 2017. METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem quantitativa. O

levantamento de dados foi realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações

Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema

Único de Saúde (DATASUS). RESULTADOS: No período de janeiro de 2010 a junho de 2017,

foram notificados 2072 casos de internação por neoplasia maligna do estômago no Piauí. No

período em estudo, 2016 foi o ano que apresentou mais casos, com 349 (16,84%). Observou-se que

1303 (62,89%) casos são pacientes do sexo masculino, enquanto que 769 (37,11%) são mulheres.

A respeito da faixa etária, houve predominância da faixa de 60 a 69 anos, com 596 (28,76%) casos.

Quanto ao caráter do atendimento, verificou-se 1039 atendimentos eletivos, apontando 50,14% do

total de atendimentos. Em 280 (13,51%) casos, o desfecho final foi o óbito. DISCUSSÃO:

Conforme os dados coletados na pesquisa, observou-se um aumento progressivo no número dos

casos de internações hospitalares por neoplasia maligna do estômago. Quando observado a faixa

etária, há um predomínio no número de casos de pessoas entre a faixa etária de 50 a 69 anos, o que

confirma que a neoplasia de estômago afeta principalmente as pessoas que estão na faixa etária dos

60 anos. Em relação ao sexo, a grande maioria das internações estão relacionadas aos homens e, no

que tange ao caráter de atendimento, não houve grande diferença entre os atendimentos de urgência

e os eletivos. Pode-se inferir também que houve um número considerável de óbitos durante o

período em estudo. CONCLUSÃO: Foi observado que dentre os pacientes portadores de neoplasia

gástrica, houve maior prevalência do sexo masculino, com idade superior que 50 anos. Além disso,

a grande maioria dos atendimentos enquadraram-se na categoria de atendimento eletivo,

corroborando com o quadro insidioso da doença, bem como diagnóstico tardio. Logo, torna-se

fundamental investir em ações que visem ao diagnóstico precoce da doença.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR AVC NO

ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2010 A 2017

Gideon Batista Viana Júnior; Kaiza Vilarinho da Luz; Sofia Naira Barbosa Freitas; Lívia Maria Alcântara

Vasconcelos; Luciana Maria Fortes Magalhães Castelo Branco Couto, Jéssica Samia Silva Torres Ribeiro.

INTRODUÇÃO: As doenças cerebrovasculares correspondem à maior causa de morte no Brasil,

constituindo-se umas das mais relevantes causas de mortalidade mundial. Dentre essas doenças, o

Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de incapacidades nos adultos. O objetivo

desse trabalho foi demonstrar o levantamento epidemiológico piauiense referente à temática do

AVC não especificado (isquêmico ou hemorrágico) no período compreendido entre 2010 e 2017.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo de caráter exploratório-descritivo com abordagem quantitativa.

O levantamento de dados foi realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações

Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema

Único de Saúde (DATASUS). RESULTADOS: No período de janeiro de 2010 a junho de 2017,

foram notificados 19510 casos de internação por acidente vascular cerebral não especificado em

isquêmico ou hemorrágico no Piauí. No período em estudo, 2016 foi o ano que apresentou mais

casos, com 3482 (17,84%); seguido por 2015, com 3363 (17,24). Observou-se que 10063 (51,58%)

casos são pacientes do sexo masculino, enquanto que 9447 (48,42%) são mulheres. A respeito da

faixa etária, houve predominância da faixa de 70 a 79 anos, com 5162 (26,46%) casos. Quanto ao

caráter do atendimento, verificou-se que a grande maioria, ou seja, 19378 foram atendimentos de

urgência, apontando 99,32% do total de atendimentos, já os atendimentos eletivos somaram apenas

132 casos, os quais representam 0,68%. Em 3241 (16,61%) casos, o desfecho final foi o óbito.

DISCUSSÃO: Conforme os dados coletados na pesquisa, observou-se um aumento progressivo no

número de casos de internações hospitalares por AVC. Quando observado a faixa etária, há um

predomínio no número de casos de pessoas com 70 anos ou mais, ultrapassando pouco mais da

metade dos casos. Em relação ao caráter de atendimento, percebe-se que a grande maioria foram

atendimentos de urgência, o que corrobora que o AVC é uma urgência médica e necessita de

atendimento imediato. CONCLUSÃO: Foi observado que dentre os pacientes internados por AVC,

houve maior prevalência do sexo masculino, com idade superior que 70 anos. Além disso, a grande

maioria dos atendimentos enquadraram-se na categoria de atendimento de urgência. Logo, torna-se

fundamental a tomada de medidas urgentes de prevenção e controle dos fatores de risco, com vistas

à diminuição do número de pessoas acometidas por AVC.

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ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL COMO CAUSA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

SISTÊMICA SECUNDÁRIA EM PACIENTE JOVEM

Antonio Henrique Barroso do Vale Filho; Francisco Tomaz da Costa Filho; Francisco Wellington Lopes Guimarães

Filho; Marina Rodrigues Lima; Vitória Souto Galvão de França; Yuri Ananias de Vasconcelos, José Antônio de

Lima Neto.

INTRODUÇÃO: A razão deste trabalho é conferida à necessidade de expor um caso incomum na

medicina brasileira: a estenose de artéria renal. A doença renovascular é uma das mais importantes

causas de hipertensão arterial sistêmica (HAS) de origem secundária. É desencadeada pela estenose

parcial ou total da artéria renal, de forma uni ou bilateral. Possui prevalência estimada em 5% dos

pacientes hipertensos. Independentemente do fator causal, é importante determinante de

morbimortalidade cardiovascular. O tratamento cirúrgico da hipertensão renovascular é

considerado um dos principais fatores para preservar a função renal.

RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 33 anos, admitida em ambulatório de cardiologia

de um hospital terciário com queixa de descontrole da pressão arterial apesar da realização do

tratamento clínico. História familiar de HAS ausente. Realizou-se um ecodopplercardiograma que

demonstrou um aspecto anatômico dentro da normalidade, o que intensificou a necessidade de

avaliar uma provável hipertensão arterial secundária. Nesse contexto, foi solicitado uma

ultrassonografia abdominal total com Doppler que evidenciou a presença de um rim direito de

volume reduzido, ecogenicidade aumentada, redução da espessura do parênquima renal e focos de

calcificações corticomedulares, compatível com nefropatia crônica. Além disso, a artéria renal

direita exibia um alto índice de resistência, com fluxo monofásico e curvas espectrais de velocidade

aumentada no ponto de estenose e reduzida na região distal ao estudo com Doppler. Com a

confirmação da hipótese diagnóstica, foi realizada uma cintilografia renal estática (DMSA) que

apresentou uma contribuição funcional relativa do rim esquerdo de 90,2% e do rim direito de 9,8%.

Diante da clínica da paciente e dos achados nos exames de imagem, optou-se pelo tratamento

cirúrgico da estenose renal por cirurgia aberta. Foi realizada a nefrectomia direita, sem

intercorrências. Após o tratamento cirúrgico, a paciente permanece em acompanhamento

ambulatorial, encontrando-se assintomática e com um controle pressórico satisfatório.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A identificação de hipertensão renovascular com critérios clínicos

mais judiciosos e com a melhor utilização dos exames complementares poderá beneficiar uma

parcela considerável da população hipertensa, com diminuição importante do custo do tratamento

e redução da morbimortalidade cardiovascular.

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GASTRODUODENOPANCREATECTOMIA EM PACIENTE COM TUMOR DE CABEÇA

DE PÂNCREAS RESSECÁVEL: RELATO DE CASO

Antonio Henrique Barroso do Vale Filho; Carlos Caike Fernando Corrêa; Francisco Wellington Lopes Guimarães

Filho; Marina Rodrigues Lima; Vitória Souto Galvão de França; Yuri Ananias de Vasconcelos, José Jaydson Saraiva

de Aguiar

INTRODUÇÃO: O câncer de pâncreas é uma das principais causas de mortalidade por câncer em

países desenvolvidos. Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino com idade superior a

70 anos, de etnia negra e tabagistas. É comum o paciente se manter assintomático até atingir estágios

avançados da doença. A pancreatectomia é o único tratamento com potencial de cura. O presente

trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de tumor de cabeça de pâncreas com

sintomatologia precoce, evidenciando uma história clínica atípica.

RELATO DO CASO: Paciente, 65 anos, sexo feminino, natural e procedente de Crateús (CE),

negra, sem antecedentes patológicos de pancreatite. Nega etilismo e tabagismo. Paciente sem

história familiar de câncer pancreático. A paciente apresentou como quadro principal icterícia

obstrutiva progressiva há 18 dias, com dor em hipocôndrio direito, sem quadro consumptivo

importante. A ultrassonografia realizada 16 dias após início da sintomatologia evidenciou dilatação

de vias biliares, indicando uma obstrução baixa na altura da ampola de Vater. A icterícia progrediu,

forçando-a a procurar atendimento médico em sua cidade. Foi referenciada para um hospital

terciário em Sobral, onde fez exames laboratoriais que evidenciaram elevação de fosfatase alcalina,

Gama GT, bilirrubina total (ao custo de bilirrubina direta), além de discreta anemia. Uma

tomografia computadorizada foi realizada, indicando a presença de um tumor sólido na região da

cabeça do pâncreas, sem metástases à distância e sem invasão de vasos. O estágio do tumor foi

determinado como T 1 N 1 M 0. Devido ao seu quadro clínico e exames complementares, uma

gastroduodenopancreatectomia foi indicada. Paciente com cursos intraoperatório e pós-operatório

satisfatórios, sem intercorrências. O diagnóstico precoce possibilitou a ressecção completa do

adenocarcinoma, ainda restrito ao órgão e bastante pequeno. A paciente recebeu alta 15 dias após o

procedimento cirúrgico. A paciente segue em boa evolução e continuará em acompanhamento

médico em sua cidade natal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O adenocarcinoma de pâncreas traz consigo um quadro dramático

e um prognóstico reservado, visto o estágio avançado em que é geralmente diagnosticado. No

entanto, quando essa doença se manifesta precocemente, uma ação eficaz dos serviços médicos e o

tratamento precoce podem mudar o curso de evolução da doença, possibilitando ao paciente um

prognóstico mais favorável, com melhora importante da qualidade de vida.

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HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA, UM DIAGNÓSTICO ESQUECIDO?

Mateus Almeida Farias dos Santos; Victor Manfrinni Magalhães Lima Martins; Francisco Oberdan Melo Araujo;

João Paulo Lima Brandão; Gabriel Arrais Chaves Nascimento, Jozelda Lemos Duarte.

INTRODUÇÃO: Hemoglobinúria paroxística noturna é caracterizada por um defeito clonal raro

da célula tronco hematopoiética, a incidência estimada é de 1,3 caso por milhão de habitantes/ano.

A evolução clínica envolve fenômenos de hemólise, trombose, insuficiência renal, e casos de

anemia aplásica. RELATO DE CASO: Mulher de 21 anos. Após apresentar quadro de dor em

hipocôndrio direito, internou para investigação, onde foi constado o diagnóstico de Síndrome Budd-

Chiari aguda. Realizou-se então uma pesquisa clínico-laboratorial para trombofilias adquiridas e

congênitas. O resultado dos exames não informou alterações. Atribuiu-se, portanto, o evento

trombótico ao uso de anticoncepcional. Optou-se por retirar o anticoncepcional e iniciar

anticoagulação. Após perda do seguimento, esta foi readmitida com quadro de hipermenorreia. A

terapia anticoagulante foi suspensa e realizou-se ultrassonografia com doppler que evidenciou

recanalização do sistema venoso hepático, e orientou-se acompanhamento ambulatorial.

Posteriormente foi readmitida, com quadro de icterícia associada a dor em hipocôndrio direito, leve

oligúria, colúria, e dor lombar. Evoluiu com piora da oligúria e episódios de vômitos biliosos. Os

exames laboratoriais evidenciaram anemia severa com padrão hemolít ico, hemoglobina: 3,74g/dL;

Hematócrito: 13% com anisocitose; bilirrubina direta: 7,2 mg/dL; bilirrubina indireta 11,2 mg/dL;

dehidrogenase láctica: 5607 U/L. O sedimento urinário revelou hemoglobinúria +++, e evidenciou-

se provável necrose tubular aguda nefrotóxica secundária à hemoglobinúria, ureia:113 mg/dL,

creatinina: 2,46 mg/dL, plaquetas: 81.800/mm3 e COOMBS direto negativo. Esses achados

laboratoriais, junto com o histórico de evento trombótico, levantaram a hipótese de Hemoglobinúria

Paroxística Noturna, confirmada pela citometria de fluxo. Realizou-se corticoterapia, transfusões

sanguíneas, hemodiálise e administrou-se ácido fólico. A paciente evoluiu com melhora clínico-

laboratorial, recebeu alta e está à espera do recebimento da medicação ecolizumab.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A patologia consiste na mutação somática do gene

fosfaditilinositolglicana classe-A (PIGA) resultando em expressão deficiente de moléculas que

servem para ligação de proteínas às células hematopoiéticas, a citometria de fluxo adquire papel

fundamental na conclusão do diagnóstico, permite a imunofenotipagem de diferentes linhas

celulares, identificando a deficiência de moléculas na superfície dos eritrócitos.

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HEMORRAGIA NASAL INFANTIL COMO MANIFESTAÇÃO FREQUENTE NA

DOENÇA DE VON WILLEBRAND: RELATO DE CASO

IHALES MICHEL CARVALHO BRANDAO SOUSA; IZAELE DE SOUSA ALVES; IGOR MICAÍAS

CARVALHO BRANDÃO SOUSA; MAXWELL CABRAL FERREIRA, JOÃO MELO E SOUSA BENTIVI.

INTRODUÇÃO: A epistaxe é uma hemorragia nasal com localização no Plexo de Kisselbach ou

área de Little em praticamente 90% dos casos, podendo ser contida por cauterização química,

tamponamento nasal anterior e eletrocoagulação. Na hemorragia nasal posterior, a conduta é o

tamponamento com sonda de Foley, esponjas ou gaze, mas quando o sangramento é intenso, é

necessária a intervenção cirúrgica. Em crianças, esse tipo de sangramento pode vir acompanhado

de processos infecciosos de vias aéreas superiores, alergias e alterações de coagulação, como:

Leucemias, Doença de Von Willebrand ou pode ser causada por fármacos. A Doença de Von

Willebrand é do tipo hemorrágico, hereditária, causada por uma diminuição ou disfunção da

proteína chamada de fator de Von Willebrand que se manifesta através da disfunção plaquetária

associada à diminuição dos níveis séricos do fator VIII coagulante. RELATO DO CASO: O.P.S.,

11 anos, masculino, chegou ao Socorrão 1 em São Luís – MA, apresentando epistaxe volumosa

bilateral há 12 horas, com história de episódios anteriores. Ao exame de rinoscopia anter ior,

apresentava epistaxe ativa sendo controlado com tamponamento nasal anterior com controle da

evasão sanguínea. Antecedentes: testes alterados, referindo doença de Von Willebrand; o TTPA,

tempo de sangramento, dosagem de fator VIII e contagem de plaquetas. O TTPA encontrava-se

prolongado devido à baixa de fator VIII, assim como tempo de sangramento. Porém a simples

dosagem baixa de fator VIII não foi possível diagnosticar a doença de Von Willebrand já que o

Fator VIII também diminui em hemofilia A. Testes específicos foram realizados para a

confirmação, em que a dosagem de antígeno de Von Willebrand feita por ensaio imunológico

apresentou boa resposta para os tipos 1 e 3, já o tipo 2 apresentou baixa na concentração de FvW.

Agregação induzida pela ristocetina onde o plasma rico em plaquetas do paciente é colocado em

contato com a ristocetina, evidenciou a deficiência do FvW com falta de agregação, sendo que o

tipo 2 B teve aumento na sensibilidade de aglutinação mesmo em concentrações menores.

CONCLUSÃO: É relevante a abordagem para uma investigação diagnóstica em um tratamento

multidisciplinar para conduta do hematologista e otorrinolaringologista, devendo ser lembrado que

a possibilidade da recorrência de epistaxe, além de hemorragia gengival, anormalidades

laboratoriais como plaquetopenia, ausência de agregação pela ristocetina com objetivo de restaurar

o equilíbrio hemodinâmico do paciente.

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CONTENÇÃO DE HEMORRAGIA HEPÁTICA CAUSADA POR PROJÉTIL DE ARMA DE

FOGO: RELATO DE CASO

IHALES MICHEL CARVALHO BRANDAO SOUSA; IGOR MICAÍAS CARVALHO BRANDÃO SOUSA;

IZAELE DE SOUSA ALVES; MAXWELL CABRAL FERREIRA, JOÃO MELO E SOUSA BENTIVI.

INTRODUÇÃO: As técnicas para controle de sangramento causado em decorrência de traumas

hepáticos, incluem ligadura de artéria hepática, ressecções, hepatorrafia, ligadura isolada de vaso

sangrante e tamponamento por balão que por sua vez foi relatado por Morimoto et AL como forma

de tamponamento por insuflação no trajeto hepático do projétil. O uso de um dreno penrose para o

controle de hemorragias, em alguns casos evita que seja realizado ressecções extensas, diminuindo

o risco de mortalidade do paciente. RELATO DE CASO: J.F.G., 32 anos, do sexo masculino,

vítima de perfuração por arma de fogo, com orifício de entrada hipocôndrio esquerdo e saída no

flanco direito, foi encaminhado ao centro cirúrgico para realização de laparotomia exploradora de

emergência, ocorrendo hemorragia em duplo segmento, sendo realizada manobra de Pringle por

alguns minutos. Utilizou-se sonda de folley (perfurado o balão), para que insuflasse o dreno penrose

que foi amarrado nas extremidades, igualmente a técnica de Morimoto. A sonda foi introduzida no

trajeto e insuflada posteriormente ocasionando o controle da hemorragia. Após 48 horas, a

tomografia mostrou discreta área isquêmica, optando por desinsuflar o balão e realizar nova

tomografia de controle após 12 horas. O estudo tomográfico posterior mostrou ausência de

sangramento, mas preferiu-se manter o dreno por mais 24 horas como conduta para drenagem de

secreção.CONCLUSÃO: A conduta utilizada em tamponamento por balão mostrou-se bastante

eficaz na terapêutica inicial em abordagem ao paciente vitima de arma de fogo como uma forma

rápida de reparo de contensão de hemorragia hepático, evitando a ocorrência de ressecção extensa,

diminuindo a possibilidade de mortalidade.

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ANÁLISE DO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO EM PACIENTES INTERNADOS

EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA DE TERESINA, PIAUÍ, NO PERÍODO DE 2012 A

2017.

Ana Luiza Ribeiro Barroso Maia; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Debora Dias Cabral; Vitória Pimentel

Martins Félix; Marina Silva Camarço Lima, Deuzuita dos Santos Freitas Viana.

INTRODUÇÃO: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é resultado de uma agressão física externa

que pode comprometer funcionalmente o crânio, couro cabeludo, meninges ou cérebro. No Brasil,

é a segunda maior causa de morte, sendo um problema de saúde pública. Diante disso, esse estudo

teve como objetivos traçar o perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de TCE internados em um

hospital público de Teresina, Piauí, de acordo com a faixa etária, sexo e taxa de mortalidade,

identificar o tempo de permanência hospitalar e verificar o valor médio gasto com as internações.

MÉTODOS: O estudo caracteriza-se como epidemiológico retrospectivo quantitativo, cuja fonte

de dados é o Sistema DataSUS, através dos dados secundários do Sistema de Informações

Hospitalares do SUS (SIH/SUS) em um hospital de urgência de Teresina, Piauí, entre 2012 e 2017.

Os dados foram analisados por meio de gráficos confeccionados através do programa Microsoft

Excel. RESULTADOS: No período analisado, foram notificadas 10614 internações de pacientes

vítimas de TCE. A maioria dos internados (84,8%) é do sexo masculino, predominando na faixa

etária de 20 a 29 anos (22,7%), seguida da faixa de 30 a 39 anos. O ano de 2016 teve o maior

número de internações (19,7%) e valor médio gasto por internação (R$1.437,76), comparando com

o valor médio geral (R$1.351,54). A taxa de mortalidade em 2017 foi menor (11,35%) que a média

do período total (13,60%). O tempo médio de permanência hospitalar foi de 5,6 dias. DISCUSSÃO:

Os resultados, acerca da faixa etária, mostram prevalência entre 15 a 39 anos, ou seja, parte da

população economicamente ativa, sendo relevante para o poder público. Quanto ao sexo, os homens

são as principais vítimas de TCE, variando entre 63,3% e 94,5%. Essa incidência em homens jovens

e adultos pode ser explicada pelas características socioculturais. No Brasil, a taxa média de

mortalidade (2,48%) e o valor médio gasto por internação (R$1.079,60) são menores que do estudo,

enquanto o tempo médio de permanência hospitalar (5,3 dias) é próximo. CONCLUSÃO: Esse

estudo permite concluir que os homens jovens e adultos são as principais vítimas de TCE, a taxa de

mortalidade e o custo pela internação no hospital em estudo são elevados e o tempo de permanência

hospitalar é semelhante ao nacional. Logo, esse estudo propõe incentivar a promoção de políticas

públicas e reunir informações para melhor administração dos recursos financeiros para a internação

do paciente de TCE.

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PIODERMA GANGRENOSO ASSOCIADO À DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO

Livia Rodrigues Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Valéria Maria Caland Morais; Liza Maria Sampaio de

Brito; Luiza Sá Urtiga Santos; Athana de Oliveira Cavalcante, Ana Lucia Franca da Costa.

INTRODUÇÃO: O pioderma gangrenoso é uma dermatose neutrofílica rara, crônica e muitas

vezes recorrente. Trata-se de doença de caráter destrutivo local, não infecciosa, recidivante,

caracterizada por ulcerações cujas bordas estão descoladas (solapadas). Os membros inferiores

constituem o local mais comumente acometido. Sua etiologia é incerta, havendo, em cerca de 50%

dos casos, associação a outras doenças, tais como: retocolite ulcerativa (mais comum), doença de

Crohn, artrites, etc. Estima-se que sua incidência ocorra entre 3 a 10 casos por milhão de

pessoas/ano. Com relação às doenças inflamatórias intestinais, o PG pode ser observado em cerca

de 5% dos casos de retocolite ulcerativa e em somente cerca de 0% a 1,2% dos casos de doença de

Crohn. O presente relato de caso pretende demonstrar a diversidade de apresentações clínicas, o

tratamento e seguimento de paciente jovem com pioderma gangrenoso associado á doença de

Crohn. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 36 anos, solteiro, lavrador, natural e procedente

de Campo Maior-PI. Paciente foi admitido com queixa de múltiplos episódios de diarréia, edema

de membros inferiores e astenia. Refere início dos sintomas em 2002, apresentando períodos longos

de constipação, alternados com períodos de diarreia, além de fraqueza muscular. Há 4 meses,

iniciou quadro de prurido nas mãos e membros inferiores, sem lesão dermatológica, com surgimento

posterior de mácula, evoluindo para vesícula/bolha e úlcera, há 2 meses. A progressão para úlcera

coincidiu com exacerbação do quadro diarreico e edemigênico. Iniciou-se corticoterapia sistêmica

com predinisona, obtendo-se cicatrização das lesões e boa tolerabilidade. CONSIDERAÇÕES

FINAIS: O Pioderma Gangrenoso pode ter um curso imprevisível e muito variável desde seu início

e durante sua evolução. O prognóstico costuma ser bom, particularmente naqueles pacientes que

respondem rapidamente aos esquemas iniciais de tratamento. Os portadores de Pioderma

gangrenoso secundário costumam obter involução das lesões após o tratamento da patologia de

base, no caso do paciente em questão, o tratamento da doença de Crohn é importante para melhora

clínica e bloqueio de recidivas do pioderma gangrenoso.

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RESSECÇÃO DA LESÃO NO TRATAMENTO DE CÃNCER DE COLO DO ÚTERO: UM

RELATO DE CASO

GABRIEL ARRAIS CHAVES NASCIMENTO; DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE; JOANA CLARA

OLIVEIRA MACEDO LIMA; BRENO BEZERRA MARTINS; PAULO HENRIQUE SPÍNDOLA SILVA;

LAÉRCIO JÚNIOR RIBEIRO DA LUZ, SABAS CARLOS VIEIRA.

INTRODUÇÃO: Para o Brasil, estimam-se 16.370 casos novos de câncer do colo do útero para

cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres,

ocupando a terceira posição. A Traquelectomia radical é uma técnica cirúrgica recente e exequível

nos casos de tumor invasivo em fase precoce (estádio IB1). Consiste na remoção do colo de útero,

de um segmento proximal contíguo dos paramétrios e da cúpula vaginal, associado a um

procedimento de linfadenectomia pélvica, sendo realizada uma anastomose corpo ou istmo-vaginal

que permite a manutenção da fertilidade. O presente estudo tem como objetivo relatar o caso de

uma paciente com câncer de colo do útero utilizando a técnica da traquelectomia. O termo de

consentimento livre e esclarecido foi assinado para a divulgação do caso. RELATO DO CASO:

Paciente, 32 anos, sexo feminino, casada, empresária, G0. Procurou o serviço para a avaliação de

lesão do colo do útero, sendo diagnosticada com adenocarcinoma moderadamente diferenciado

padrão endocervical. Antecedentes familiares: mãe com câncer de colo de útero, refere alergia:

asma, refluxo, cirurgia previa de fibroadenoma na mama. Mamas sem alterações, tumor de colo do

útero no estágio IB1, com lesão periorificial. Paciente evolui com níveis de hemoglobina normal,

vitamina D: 37,8ng/ml, FSH:0,57 mUI/ml, Raios X de tórax, ressonância magnética pélvica e

ultrassom de abdome superior dentro da normalidade. Foram oferecidos traquelectomia + LS ou

WM 4 + 1 auxiliar, paciente decidiu realizar traquelectomia radical abdominal com LS. Na técnica

cirúrgica tentou-se preservar o útero e congelar linfonodo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A

traquelectomia deve ser considerada como uma opção para decisão terapêutica quando se pretende

preservar a fertilidade de pacientes jovens com câncer de colo do útero.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COBERTURA VACINAL E DAS DOSES APLICADAS

DE ANTI-HPV EM MENINAS DE 9 A 13 ANOS, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2014 A

OUTUBRO DE 2017, EM TERESINA- PI

Livia Maria Alcântara Vasconcelos; Sofia Naira Barbosa Freitas; Gideon Batista Viana Júnior;

Luciana Maria Fortes Magalhães Castelo Branco Couto; Kelly Daysy Marques Cabral, Luciana

Tolstenko Nogueira

INTRODUÇÃO: Infecções estão ligadas às neoplasias, 20% dos cânceres tem relação com um

agente infeccioso. O papilomavírus humano (HPV) tipo 16 e 18 são responsáveis por 60% dos casos

de câncer de colo do útero. Assim, o Ministério da Saúde (MS) preconiza o uso da vacina

quadrivalente, que atua contra 4 tipos do vírus. OBJETIVO: Analisar a cobertura vacinal anti-HPV

em meninas, em Teresina-PI, nos últimos 4 anos, a partir da incorporação da vacina ao SUS.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento dos dados foi

realizado por meio do DATASUS, do Ministério da Saúde (MS).RESULTADOS: Entre janeiro de

2014 e outubro de 2017, em Teresina, aplicou-se 64680 doses da vacina em meninas de 9 a 13 anos,

em 3 doses (D1, D2 e D3). Em 2014 foram aplicadas 31566 (D1:1958, D2:11985 e D3:1), em 2015

foram 18185 (D1:10693, D2:7476, D3:16), em 2016 foram 8.086 (D1:4.464, D2:3615, D3:7), em

2017 foram 6843 (D1:3430, D2:3405, D3:8). Assim, a D1 foi mais aplicada nas meninas de 9 anos

(9602, sendo 1 em 2014, 4347 em 2015, 3023 em 2016 e 2231 em 2017) e menos aplicada nas de

13 anos (5804, 5444 em 2014, 122 em 2015, 105 em 2016 e 133 em 2017). Quanto a D2, a idade

mais vacinada foi de 11 anos (6944, 3104 em 2014, 2603 em 2015, 821 em 2016 e 416 em 2017) e

menos vacinada a de 9 anos (3222, 13 em 2014, 1188 em 2015, 892 em 2016 e 1129 em 2017). D3

foi mais aplicada em meninas de 10 anos (11) e menos nas de 13 anos (2). A cobertura vacinal foi

46,19%, D1 com 54,53% e D2 37,84%. A melhor cobertura de D1 foi entre as de 9 anos (73,52%)

e a pior entre as de 13 anos (39,39%). Já para D2, a melhor foi entre as de 11 anos (49,21%) e a

pior entre as de 9 anos (24,67%). DISCUSSÃO: A meta de cobertura do MS é 80% do público-

alvo, o que não foi atingido desde a incorporação da vacina no SUS. O público-alvo do MS em

2014 eram meninas de 11 a 13 anos e em 2015 eram de 9 a 11 anos, o que justifica as mudanças

bruscas que ocorreram nesse período, como o aumento de cobertura entre as de 9 anos e diminuição

entre as de 13. A cobertura de D2 é menor que a de D1 em todas as idades. Os dados de D3 são

devido ao esquema vacinal, com intervalo de tempo bem maior entre D2 e D3. CONCLUSÃO: As

campanhas do MS não estão obtendo êxito, com as coberturas cada vez mais distantes da meta e

com o número de doses aplicadas diminuindo, mesmo com a ampliação do público-alvo. Com isso,

deve-se investigar os motivos dessa cobertura indesejada, com o intuito de alcançar a meta

planejada.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS DOSES APLICADAS DA VACINA CONTRA FEBRE

AMARELA, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2010 A OUTUBRO DE 2017, EM TERESINA-

PI

Livia Maria Alcântara Vasconcelos; Sofia Naira Barbosa Freitas; Gideon Batista Viana Júnior;

Luciana Maria Fortes Magalhães Castelo Branco Couto; Kelly Daysy Marques Cabral, Luciana

Tolstenko Nogueira

INTRODUÇÃO: A febre amarela é uma infecção viral aguda transmitida por uma espécie

particular de mosquito. Não existe tratamento específico contra a febre amarela, apenas sintomático.

A prevenção se faz principalmente através da vacina, que foi incorporada ao calendário de

vacinação do SUS em 1994. Apesar disso, a doença continua sendo uma questão de saúde pública

no país, uma vez que entre julho de 2016 e junho de 2017 foram confirmados 777 casos, com 261

mortes. OBJETIVO: Analisar a cobertura vacinal e as doses aplicadas da vacina de febre amarela

em Teresina-PI, entre janeiro de 2010 e outubro de 2017, período que inclui o surto ocorrido no

Brasil. MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento dos dados foi

realizado por meio de coleta de dados do banco de dados DATASUS, do Ministério da Saúde

(MS).RESULTADOS: No período de janeiro de 2010 a outubro de 2017, foram aplicadas 264.101

vacinas contra febre amarela em Teresina, o que representou uma cobertura de 78,95%. A

distribuição das doses aplicadas no decorrer dos anos foi: 29593 em 2010, 28033 em 2011, 34979

em 2012, 33176 em 2013, 33407 em 2014, 29185 em 2015, 40029 em 2016 e 35699 em 2017.

Quanto à distribuição, foram 142842 doses iniciais e 121259 reforços em todo o período. 2016 foi

o ano com maior número de reforços (25728) e 2012 o ano com mais número de doses iniciais

(20681). A faixa etária mais vacinada foi a de menores de 1 ano (86636 de 1° dose e 23 reforços) e

a menos vacinada foi a de 3 anos (453 doses iniciais e 16 reforços). Nesse mesmo período, o Piauí

apresentou uma cobertura vacinal de 82,13%, com 933.526 doses aplicadas. DISCUSSÃO: A meta

desejada pelo MS é de 95% de cobertura, o que só foi atingido pelo município de Teresina no ano

de 2012. Observou-se um aumento súbito no número de doses aplicadas em 2016, devido ao surto

ocorrido em algumas regiões do país no segundo semestre desse ano. No entanto, em 2017 houve

uma queda nesse número, mesmo com alta procura da população, pois o país atravessou um período

de escassez de vacinas. CONCLUSÃO: Apesar do surto ocorrido recentemente em algumas regiões

do país, as doses aplicadas em Teresina, que não é área de risco, se mantiveram abaixo do desejado,

o que se deve a menor oferta nos serviços de saúde, devido ao período de escassez que atravessamos.

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SÍNDROME DO EXTRAVASAMENTO CAPILAR SISTÊMICO: RELATO DE CASO

Valéria Maria Caland Morais; Liza Maria Sampaio de Brito; Lívia Rodrigues Santos; Luíza de Sá

Urtiga Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Athana de Oliveira Cavalcante, Ana Lucia

Franca Da Costa

INTRODUÇÃO: Causada por aumento da permeabilidade capilar, a síndrome de extravasamento

capilar sistêmico é rara e potencialmente fatal. Ela resulta em acúmulo de fluido e proteínas no

espaço intersticial ou extravascular, com subsequente choque hipovolêmico. Ademais, pode ser

associada a doenças cutâneas, como eritrodermia (comumente decorrente de psoríase instável) e

psoríase pustulosa e causar desordem da termorregulação, desidratação, taquicardia, além de

afecção pericárdica e pulmonar, podendo levar a morte. Nesta síndrome, o endotélio é bastante

envolvido, com aumento de VEGF (fator vascular de crescimento endotelial) e ICAM-1(molécula

de adesão intercelular), como exemplo, a psoríase pustulosa generalizada é acompanhada por

proteinúria patológica e níveis plasmáticos elevados de VEGF, o qual é produzido pela placa

psoriásica. RELATO DE CASO: Paciente do sexo masculino, 58 anos, casado, lavrador natural e

procedente de Isaias Coelho – PI. Paciente relata eritema e pústulas na região malar há 2 meses,

que disseminaram-se por todo o corpo dentro de 2 semanas, além de presença de astenia intensa.

Fez uso de creme composto de betametasona dipropionato e cetoconazol, além de ebastel,

prednisona e cefalexina antes de ser encaminhado ao serviço terciário. Neste fez uso de metotrexato

15mg/semana por 2 semanas e evoluiu com desorientação, fissuras nas áreas descamadas, úlcera

sacral e piora da função renal, sendo então manejado com piperacilina-tazobactam 4,5mg de 6 em

6 horas e vancomicina 1g de 12 em 12 horas. Ademais foram realizados curativos com vaselina

sólida e óleo de girassol, além de hidratação venosa e fisioterapia motora e respiratória. Evoluiu,

então com choque séptico, edema agudo de pulmão, insuficiência renal aguda e hipercalemia, além

de pneumotórax hipertensivo do lado esquerdo e parada cardiopulmonar de 15 minutos revertida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A síndrome do extravasamento capilar sistêmico é uma

complicação rara e potencialmente fatal da psoríase pustulosa e eritrodermia, devendo, portanto,

ser estudada e de modo a se entender melhor sua fisiopatologia visto que seu mecanismo ainda não

está totalmente estabelecido e melhorar seu diagnóstico e manejo de modo a diminuir a mortalidade

dessa afecção.

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DOENÇA DE DARIER: RELATO DE CASO

Valéria Maria Caland Morais; Liza Maria Sampaio de Brito; Luíza de Sá Urtiga Santos; Lívia

Rodrigues Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Athana de Oliveira Cavalcante, Ana

Lucia Franca Da Costa.

INTRODUÇÃO: A Doença de Darier (DD) é uma genodermatose acantolítica rara de herança

autossômica dominante ligada a mutações no gene ATP2A2 do cromossomo 12q23-24.1. A

alteração deste gene gera uma disfunção na bomba de Ca2+ do retículo endoplasmático levando à

queratinização aberrante e à adesão anormal entre os queratinócitos. Clinicamente, a DD manifesta-

se com pápulas hiperceratósicas de coloração eritêmato-acastanhada em áreas seborreicas,

anormalidades ungueais e alterações de membranas mucosas. O exame histopatológico das biópsias

das lesões cutâneas revela hiperqueratose, disqueratose focal e acantólise suprabasal, dados que são

importantes para o diagnóstico da DD, porém nem sempre conclusivos, já que se assemelham aos

achados da doença de Grover. RELATO DE CASO: Paciente sexo feminino, 50 anos, casada,

lavradora, natural de São Raimundo Nonato-PI, procedente de Bom Jesus-PI. Relatava surgimento

de pápulas eritematosas, hiperceratósicas no terço distal das pernas, há 35 anos, com posterior

disseminação das lesões e piora após a primeira gestação. Referia prurido intenso das lesões que se

exacerbou com calor e com a exposição solar. Relatava lesões semelhantes em sua mãe. Ao exame

dermatológico apresentava pápulas ceratósicas eritêmato-acastanhadas, formando placas,

distribuídas nas regiões dorsal e inframamária, nas pernas e na superfície dorsal das mãos e dos pés;

unhas das mãos frágeis e com entalhes em forma de “V”; e ausência de lesões em mucosas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Doença de Darier (DD) é uma desordem rara com prevalência

global estimada em cerca de 1/50.000 e com igual incidência em ambos sexos. As manifestações

costumam aparecer inicialmente durante ou após a puberdade, frequentemente na 3ª década, sendo

rara em idosos. A DD tem curso crônico com recaídas, podendo causar desvantagens sociais

consideráveis. A gravidade da doença é variável e os acometidos têm suscetibilidade aumentada a

infecções a herpes simples e piogênicas, além de ser observada maior frequência de anormalidade

neuropsiquiátricas nesses pacientes. Sendo uma doença genética, o aconselhamento genético deve

ser ofertado, embora o diagnóstico pré-natal não seja apropriado na maioria dos casos.

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EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM MELHORA

APÓS USO DE CANABIDIOL

Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; José da Cruz Moura Campelo; Ruth Brito Costa;

Ícaro Araújo de Sousa; Vinícius Araújo do Vale; Guilherme Antonio Silva Ribeiro, Kelson James

Silva de Almeida.

INTRODUÇÃO: Esclerose tuberosa (TSC) é uma desordem genética causada por anomalias nos

genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos 9 e 16, respectivamente. Manifesta-se através de uma

tríade clássica que engloba deficiência mental, convulsões e adenoma sebáceo. As lesões do sistema

nervoso central (SNC) mais encontradas na TSC são tubérculos corticais, nódulos subependimários

e astrocitomas subependimários de células gigantes. Um dos sintomas neurológicos mais comuns

na TSC é a epilepsia, que engloba cerca de 72-85% dos casos, iniciando-se nos primeiros três anos

de vida em 80% dos pacientes. A resistência medicamentosa à epilepsia é bastante comum, acomete

cerca de 2/3 dos pacientes e está relacionada ao seu início precoce e atraso no desenvolvimento

cognitivo. Estudos recentes demonstram que o uso do Canabidiol em pacientes refratários aos

antiepiléticos usuais apresenta uma alternativa promissora no controle da epilepsia refratária.

RELATO DO CASO: Paciente do gênero feminino, 13 anos, portadora de Esclerose Tuberosa,

diagnosticada aos 9 meses, além de Transtorno do Espectro Autista com moderado acometimento

cognitivo desde os 3 anos. Possui histórico familiar de mãe e irmã com esclerose tuberosa e

apresenta crises epilépticas refratárias do tipo clônica generalizada nos 4 membros que variam de 4

a 6 episódios por dia. Fazia uso de mais de tres classes de antiepilépticos, porém sem melhoras. À

ressonância magnética de crânio apresentou tubérculos corticais e bordas axiais, associados à

nódulos subependimários nos ventrículos laterais. O eletroencefalograma demonstrou intensa

atividade epiléptica focal em região frontal bilateral e parietal à esquerda. Diante do quadro foi

instituída a terapêutica com canabidiol na dose de 5 mg/kg. Após o início do uso a paciente passou

a ter crises uma vez por semana, passou 15 dias sem ter crises, mas voltou a ter crises na frequência

de antes. A dose foi então aumentada para 10 mg/kg, resultando em mais 15 dias sem crises, durante

um seguimento de 2 meses. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A TSC é uma enfermidade de baixa

prevalência, mas cuja sintomatologia abrange uma tríade característica, sendo frequente episódios

epiléticos, que podem cursar com comprometimento neuronal. Quando refratários ao tratamento

convencional, o tratamento com canabidiol pode ser uma alternativa em potencial, conforme

estudos em pacientes pediátricos e adolescentes, apresentando um perfil de segurança favorável.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO ESTADO DO TOCANTINS

Nathália Meincke Dal-Ros, Gedeão Batista de Oliveira

INTRODUÇÃO : Segundo a Organização Mundial de Saúde, no ano de 2014 foram notificados

213.899 novos casos de hanseníase em 121 países, com taxa de detecção de 3,78 casos/100.000

habitantes. Índia, Indonésia e Brasil são responsáveis por 81% dos casos.Este estudo objetivou

caracterizar a hanseníase no Estado do TO, segundo indicadores epidemiológicos e operacional.

METODOLOGIA: Estudo epidemiológico retrospectivo, realizado a partir de dados do

DATASUS. Foram analisados registros de novos casos confirmados de hanseníase procedentes de

todos municípios do TO, entre 2012-2015. A análise se fundamentou em indicadores:

Epidemiológicos - Coeficiente de detecção anual de casos novos de hanseníase/100.000hab., mede

à força de morbidade, magnitude e tendência da doença (Hiperendêmico >40/100.000hab. ; Muito

alto: 20-39,99/100.000hab.; Alto:10-19,99/100.000hab.; Médio: 2-9,99/100.000hab.; Baixo:

<2/100.000hab.) e Proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física entre casos

novos detectados e avaliados no ano, avalia efetividade das atividades de detecção oportuna e/ou

precoce de casos (Alto>10%; Médio 5–9,9%; Baixo<5%) - e Operacional - Proporção de casos de

novos hanseníase com grau de incapacidade física avaliado no diagnóstico, indica a qualidade do

atendimento nos serviços de saúde (Bom>90%; Regular 75–89,9%;

Precário<75%).RESULTADOS: No período foram notificados 3.818 novos casos de hanseníase

no TO. Coeficiente de detecção de casos novos/100.000hab.: 2012=72,4; 2013=59,6; 2014=69,4; e

2015=57,49. Proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no momento do

diagnóstico: 2012=5,3; 2013=5,9; 2014=5,2; e 2015=6,2. Proporção de casos novos de hanseníase

com incapacidade física avaliada no diagnóstico dentre os casos novos: 2012=28,1; 2013=25,4;

2014=25,1; e 2015=30,5.DISCUSSÃO: Entre os anos de 2013-2015 a hanseníase evidenciou

redução e estabilização, mas a região é hiperendêmica. A efetividade das atividades de detecção

oportuna e/ou precoce de casos, mostrou tendência à estabilização, contudo de média efetividade.

A qualidade do atendimento nos serviços de saúde foi <75%, precária. CONCLUSÃO:O estudo

evidencia a necessidade de políticas públicas de saúde que viabilizem o diagnóstico precoce desta

patologia, para melhoria dos indicadores epidemiológicos.

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USO DE COMORBIDADES CLÍNICAS PARA PREDIÇÃO DE RISCO DE ÓBITO EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO, APÓS

TRATAMENTO TROMBOLÍTICO.

Nathália Meincke Dal-Ros; Gedeão Batista de Oliveira

INTRODUÇÃO: O índice de comorbidades de Charlson (CCI) é uma ferramenta preditiva de

prognóstico, para o AVC hemorrágico (h) e isquêmico (i), criada com intuito de avaliar a influência

das comorbidades em diferentes condições clínicas. O CCI já foi avaliado em estudos de coortes

em pacientes com AVCh e AVCi, mostrando associação com prognóstico de mortalidade e

incapacidade.Este estudo foi realizado no intuito de investigar a associação entre as

comorbidades avaliadas pelo CCI e o risco relativo de morte em pacientes com AVCi após

trombólise. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, realizado no Hospital Metropolitano Odilon

Behrens (HMOB), Belo Horizonte/MG. Foram incluídos pacientes com AVCi submetidos a

trombólise, no período de janeiro/2012 a outubro/2015. Os dados foram analisados no GraphPad

Prism 7.0. As variáveis quantitativas foram analisadas por meio de medidas de média. Variáveis

categóricas foram analisadas pelo teste qui-quadrado e expressas como risco relativo. Aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do HMOB sob parecer n° 1.646.078/2016.

RESULTADOS: Os resultados do CCI foram agrupados e classificados em grupos de risco, sendo:

1à 2 pontos=baixo (24,6%); 3 à 4 pontos=moderado (38,3%); e ≥5 pontos=alto (37,1%).Amostra

e risco relativo (RR) de morte um ano após AVCi, considerando a associação idade/comorbidades:

11% com CCI=1 e RR=1,45; 13,7% com CCI=2 e RR=2,10; 21,9% com CCI=3 e RR=3,04; 16,4%

com CCI=4 e RR=4,35; e 37% com CCI≥5 e RR=6,38. DISCUSSÃO: Estudo de coorte

empregando o CCI observou que a taxa de morte intra-hospitalar em pacientes com AVCi estava

relacionada com a idade mais avançada e o maior número de comorbidades, isto é, pontuação ≥

3 na escala resultou em maior taxa de mortalidade a curto prazo. Deste modo, é evidente a

gravidade dos casos de AVCi atendidos no HMOB, uma vez que a amostra se constituía

majoritariamente de ICC≥3, e consequentemente o RR de morte crescente, indica uma associação

entre essas duas medidas. Resultados de outra coorte empregando o CCI mostrou a existência

de correlação entre o maior número de comorbidades com piores resultados funcionais e o risco

aumentado de morte um ano após o AVC. CONCLUSÃO: O alto índice de comorbidades

associado a idade influenciam negativamente o risco de morte em pacientes que receberam

tratamento trombolítico após AVCi.

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ANÁLISE CLÍNICO EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR

CEREBRAL ISQUÊMICO TRATADOS COM ALTEPLASE

Nathália Meincke Dal-Ros; Gedeão Batista de Oliveira.

INTRODUÇÃO: Aproximadamente 15 milhões de pessoas serão acometidas por acidente vascular

cerebral a cada ano em todo o mundo, destas 33% desenvolverão uma incapacidade permanente,

enquanto aproximadamente 40% dos casos resultará em morte. Essa patologia é classificada como

a segunda doença mais letal para os indivíduos que ultrapassam 60 anos de idade, e a quinta entre

pessoas de 15-59 anos.Este estudo foi realizado no intuito de analisar o perfil clínico

epidemiológico de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e tratados com

alteplase, no Hospital Metropolitano Odilon Behrens (HMOB), Belo Horizonte/MG.MÉTODOS:

Estudo de coorte retrospectivo, realizado no HMOB. Foram analisados prontuários de pacientes

com AVCi tratados com alteplase, de ambos os sexos, atendidos no período de janeiro de 2012 a

outubro de 2015. Os dados foram processados e analisados no programa GraphPad Prism 7.0. Este

estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do HMOB sob parecer

nº 1.646.078/2016. RESULTADOS: Foram analisados 235 prontuários de pacientes com AVCi.

Destes, 162 não atenderam aos critérios de elegibilidade para o estudo, 01 evoluiu para AVC

hemorrágico e 73 atenderam aos critérios de elegibilidade do estudo, amostra da pesquisa. Análise

sociodemográfica: idade média 68,52 anos; sexo: 53,42% masculino e 46,58% feminino.

Comorbidades: 78,08% da população possuíam comorbidades, as mais prevalentes foram a doença

vascular periférica 64,38% e o diabetes 17,81%; e 20,55% não possuíam comorbidades.

DISCUSSÃO: A idade média dos pacientes de 68,5 anos, se relaciona com outros estudos, em que

a prevalência do AVC aumenta com a idade e mais de dois terços das internações ocorrem com 65

anos ou mais3. Relativo ao sexo, encontramos maior percentual de homens com AVCi, o que

também foi observado em outras pesquisas. O elevado índice de comorbidades (78,08%), é um

achado esperado, pois idosos geralmente apresentam aumento da prevalência de comorbidades

(como dislipidemia, hipertensão, diabetes) e consequentemente maior risco de eventos

cerebrovasculares e cardiovasculares. O estado pró-inflamatório decorrente das doenças

degenerativas e do processo de envelhecimento representam a principal causa de AVC, bem como

contribuem para o risco aumentado de complicações pós-AVC, tais como doenças

tromboembólicas, fibrilação atrial ou recidivas precoces. CONCLUSÃO:Entende-se que o

aumento do número de doenças cerebrovasculares, consideradas doenças crônicas não

transmissíveis, como o AVC, são esperáveis, uma vez que a expectativa de vida cresce

consideravelmente e o avanço da idade é o principal fator de risco não modificável. Porém, torna-

se fundamental a tomada de medidas urgentes de prevenção e controle dos demais fatores de risco,

os modificáveis, devendo ser realizado no âmbito da prevenção e promoção de saúde, com vistas à

diminuição do número de pessoas acometidas por AVC.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE CÂNCER COLORRETAL NO ESTADO

DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2008 A 2017

LUCIANA MARIA FORTES MAGALHÃES CASTELO BRANCO COUTO; SOFIA NAIRA BARBOSA

FREITAS; LÍVIA MARIA ALCÂNTARA VASCONCELOS; GIDEON BATISTA VIANA JÚNIOR; KELLY

DAYSY MARQUES CABRAL;JÉSSICA SAMIA SILVA TORRES RIBEIRO.

INTRODUÇÃO: O câncer colorretal é a terceira neoplasia mais comum no Brasil e o Instituto

Nacional de Câncer (INCA) estima 36.360 novos casos em 2018. Fatores relacionados a etnia, dieta,

idade, uso de álcool e tabaco e condições como retocolite ulcerativa e doença de Crohn são

associados a etiopatogenia desse câncer. Devido à importância de detectá-lo precocemente, é

recomendada a realização de rastreamento na população acima de 50 anos pela Organização

Mundial de Saúde. Esse estudo objetivou determinar o perfil epidemiológico dos casos de cânceres

de colón e reto registrados no estado do Piauí no período de 2008 a 2017. MÉTODOS: Trata-se de

um estudo epidemiológico, transversal e descritivo. A base de dados utilizada foi o Sistema de

Informação de Agravos de Notificação. Foram verificadas as seguintes variáveis: casos por ano,

sexo, idade, raça, óbitos e taxa de mortalidade. Os dados foram consolidados e tabulados no

Microsoft Excel 2010. RESULTADOS: No período de 2008 a 2017, no Piauí, ocorreram 8369

casos de câncer colorretal. Destes, foram notificados 430 óbitos com taxa média de mortalidade em

5,48. Quanto à faixa etária, a maior incidência foi entre 60-69 anos (28,3%), seguida pela faixa

entre 50-59 anos (23,5%) e superior a 70 anos (19,9%). Em torno de 28,1% dos casos ocorreram

abaixo dos 50 anos. Quanto à raça, a parda foi maioria dos casos (92,5%) e o sexo feminino

prevaleceu (52,5%). DISCUSSÃO: Os dados verificados corroboram com o estudo de REGO et al.

(2012) realizado em Teresina-PI entre 1998 e 2008 no qual a maioria dos casos ocorreu na faixa

etária de 61 a 70 anos e 26,53% dos casos em pacientes com menos de 50 anos. Entretanto, foi visto

maior número de casos no sexo masculino, fato divergente desta pesquisa. A segunda faixa etária

com maior incidência foi a superior a 70 anos seguida da faixa entre 51-60 anos indo de encontro

ao verificado neste estudo. SAAD-HOSSNE et al. (2005) verificou maior número de casos no sexo

masculino e a idade média de 59 anos. Os dados encontrados quanto à maior ocorrência no sexo

feminino, no entanto, corroboram ao esperado pelo INCA em 2018. CONCLUSÃO: Os casos de

câncer colorretal no estado do Piauí atingem, sobretudo, mulheres, pardas entre 60 e 69 anos. É

necessário maior conhecimento do perfil epidemiológico do câncer colorretal com vistas à

elaboração de estratégias de saúde mais eficazes para rastreamento com detecção precoce de casos

visando a diminuição da mortalidade por essa neoplasia.

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52

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO PIAUÍ NO

PERÍODO DE 2007 A 2017

LUCIANA MARIA FORTES MAGALHÃES CASTELO BRANCO COUTO; SOFIA NAIRA BARBOSA

FREITAS; GIDEON BATISTA VIANA JÚNIOR; LÍVIA MARIA ALCÂNTARA VASCONCELOS; JÉSSICA

SAMIA SILVA TORRES RIBEIRO.

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma infecção sexualmente transmitida, curável e que via transmissão

vertical causa a Sífilis Congênita. Esta pode ser prevenida e sua ocorrência indica falha na

assistência pré-natal. Este estudo objetivou determinar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis

congênita registrados no estado do Piauí no período de 2007 a 2017. MÉTODOS: Trata-se de um

estudo epidemiológico, transversal e descritivo. A base de dados utilizada foi o Sistema de

Informação de Agravos de Notificação. Foram verificadas as seguintes variáveis: casos por ano,

escolaridade materna, realização do pré-natal, período do diagnóstico da sífilis materna e evolução

clínica. Os dados foram consolidados e tabulados no Microsoft Excel 2010. RESULTADOS: No

período de 2007 a 2017 foram registrados 1858 casos de sífilis congênita no Piauí, sendo a maior

incidência no ano de 2017 com 443 (23,8%) casos. Quanto à escolaridade materna, houve uma

maior prevalência em mães que cursaram até o ensino fundamental II com 537 (28,9%) casos. Cerca

de 1586 (85,3%) mães realizaram o pré-natal, 46,6% tiveram o diagnóstico durante a gestação e

33,1% foram diagnosticadas no momento do parto ou curetagem. Quanto à evolução, foram 1592

(85,6%) nascidos vivos e 42 (2,26%) óbitos pelo agravo notificado. DISCUSSÃO: Os dados

encontrados corroboram com o estudo de CAVALCANTE, PEREIRA e CASTRO (2017) realizado

entre 2007 e 2014 no qual a maioria das mães haviam feito o pré-natal (81,4%), os diagnósticos

foram feitos durante o pré-natal (48%) e no momento do parto ou curetagem (47,1%). Ademais, a

maioria (78,9%) foi classificado como nascido vivo e foram 2,5% de óbitos por sífilis congênita.

Entretanto, quanto à escolaridade, a maioria havia cursado o ensino médio completo ou incompleto

(48%) e houveram 204 casos. Isso vai de encontro ao visto neste estudo no qual a escolaridade

materna foi menor e o número de casos foi superior. Em ambos estudos é evidenciado a falha na

assistência pré-natal oferecida. CONCLUSÃO: Desse modo, o perfil epidemiológico da sífilis

congênita no Piauí entre 2007 e 2017 se caracterizou por crianças nascidas em 2017, filhas de mães

que cursaram até o ensino fundamental II e realizaram pré-natal. Os casos de sífilis materna foram

diagnosticados durante o pré-natal e a maioria das crianças foram classificadas como nascidos

vivos. Torna-se necessária a realização de um pré-natal de qualidade para que haja a identificação

e tratamento em tempo oportuno da sífilis congênita.

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SÍNDROME DE FOURNIER: RELATO DE CASO

Hiago Bruno Cardoso Costa Fonseca; Sabrina Frazão Tolentino; Virgínia Ferreira Santana;

Yasmin Elora Lobato Lopes; Maurissather Abreu Nery.

INTRODUÇÃO: Relatada pela primeira vez em 1764, a Síndrome de Fournier – também

conhecida como Gangrena de Fournier – é uma infecção microbiana que pode evoluir para fasceíte

necrotizante. Desenvolve-se sob a pele, dissecando o tecido com necrose, podendo se tornar

sistêmica, caso o tratamento adequado não seja instituído rapidamente. Assim, o objetivo do relato

é abordar aspectos gerais da doença, melhorando o entendimento acerca da patologia. RELATO

DE CASO: E. C. S., 51 anos, masculino, casado, apresentando obstrução intestinal e febre

intermitente sem melhora ao uso de medicação há 07 dias, deu entrada no HPS João Lúcio com

quadro de necrose comprometendo da região escrotal a perianal, sendo levantada a hipótese

diagnóstica de Síndrome de Fournier. Antecedentes pessoais: Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão

Arterial Sistêmica (HAS) mal controlada. Ao exame físico: paciente encontrava-se em regular

estado geral, acianótico, anictérico, hidratado, afebril, eupneico (16 irpm), hemodinamicamente

normal e estável (PA: 140x80 mmHg). Tórax e abdome sem alterações dignas de nota. Gênito-

urinário: necrose em região perianal, odor fétido, crepitação de tecidos moles, com grande

hipersensibilidade na genitália. Diante do quadro, foi encaminhado ao tratamento para

desbridamento cirúrgico. A cultura do tecido desbridado, cresceu Pseudomonas aeruginosa. Iniciou-

se antibioticoterapia com sulbactam e ampicilina sódica associado a metronidazol via oral,

concomitante com curativos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O relato apresenta um quadro de

infecção necrotizante em região perineal – Síndrome de Fournier. O paciente é do sexo masculino,

o mais comumente acometido, na proporção de 10 para 1, com faixa etária média de 50 anos, com

topografias e apresentação clínica típica, ratificando para o diagnóstico. O tratamento cirúrgico

precoce tem por finalidade a remoção de tecidos desvitalizados e curativos diários. O conhecimento

acerca da patologia descrita é importante, pois apresenta taxa de mortalidade alta, em torno de 80%

dos casos, se não identificada e tratada precocemente. Em alguns casos, pode ser necessário

realização de cirurgias complexas como colostomia, penectomia, cirurgia plástica, dentre outras.

Por isso, é indispensável, o conhecimento da patologia, assim como o seu diagnóstico e tratamento

precoces, para melhora da sobrevida do paciente.

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DISTONIA AGUDA INDUZIDA PELO USO DE BROMOPRIDA: RELATO DE CASO

Jéssica Nascimento Almeida; Cláudia de Oliveira Silva; Erlan Pércio Lopes Rufino

INTRODUÇÃO: A dopamina é um neurotransmissor monoaminérgico que possui receptores de

classes D1 e D2. Por não ser metabolizada no trato gastrointestinal, causa imobilidade intestinal e

redução do tono do esfíncter esofágico inferior. Logo, para inibição de receptores dopaminérgicos

usam-se medicamentos com efeitos antiemético e procinético. O efeito colateral mais grave desse

tipo de medicamento é a reação extrapiramidal e hiperprolactinemia, visto que os neurônios

hipotalâmicos dopaminérgicos localizam-se na hipófise, e nela, os receptores D2 bloqueiam a

secreção de prolactina. Destaca-se no caso seguinte a reação distônica aguda causada pelo uso de

Bromoprida, que raramente causa esse tipo de ação, por ligar- se fracamente ao receptor D2.

RELATO DO CASO: Paciente feminino, 15 anos de idade, deu entrada no serviço de pronto

atendimento com quadro de distonia cervical, persistindo seis horas após a entrada, associada a dor

local e discreta rigidez na nuca. Com hipótese incial de distúrbio neurovegetativo (DNV), o clínico

geral administrou Diazepam EV e analgésicos, sem melhora do quadro. Chamado neurologista para

avaliação, este descobriu, através de interrogatório complementar, que a mesma fez uso de

Bromoprida e Domperidona na emergência por conta de Refluxo Gastroesofágico no dia anterior,

com uso continuado em domicílio.Diante da hipótese de reação extrapiramidal pelo uso da

Bromoprida, Biperideno 2 mg VO foi administrado, com resolução do quadro em cinco minutos.

Teve alta sem queixas nos momentos seguintes.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Reações

extrapiramidais são mais comuns em crianças e adultos jovens e a probabilidade de aparecem

depende do medicamento, do organismo do paciente e da dose, entendendo-se que, ao ocorrer em

doses habituais, o que não é comum, pode haver inatividade da enzima hepática P450. Ocorre,

principalmente, opistótono, torcicolo, acatisia, parkinsonismo, discinesia tardia e até espasmo na

laringe, geralmente nas primeiras 72 horas após o uso do medicamento. Apesar da Bromoprida ter

menos relação com esses efeitos que a Metoclopramida há restrição de comércio nos EUA e alguns

países da Europa Os anticolinérgicos, como prometazina e biperideno, bloqueiam a acetilcolina e

aliviam os sintomas em pouco tempo. Para que esses efeitos dramáticos sejam evitados, são

necessárias criteriosas avaliações antes do uso dos antieméticos e procinéticos.

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SÍNDROME CORTICO-BASAL, APRESENTAÇÃO CLÍNICA ATÍPICA - UM RELATO

DE CASO

Ozacy Moita Leal Junior; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Isabella de Fátima de

Moura Santos; Larissa Oliveira Almeida Sousa; Ana Luisa Gomes Carreiro Neiva; Gabriel

Medina Sobreira de Meneses; Kelson James Silva de Almeida.

INTRODUÇÃO: A degeneração corticobasal (CBD) é uma doença neurodegenerativa complexa,

cuja idade média de início dos sintomas é de 62 anos, com predomínio de acometimento do

hemisfério esquerdo. É considerada uma “tauopatia”, que em autópsia de pacientes com DCB, foi

observado atrofia cortical assimétrica, principalmente nas regiões frontoparietais, além de

degeneração nos gânglios da base e substância negra. Atualmente, os critérios para diagnóstico

clínico da DCB, identificam fenótipos, geralmente assimétricos, que caracterizam a síndrome

corticobasal (SCB). Estes são: rigidez dos membros, acinesia, distonias, mioclonias, apraxias,

déficit sensorial cortical e fenômenos de membros alienígenas. O tratamento instituído é

sintomático, baseado na levodopa. Estudos mostram que apenas cerca de 29% dos pacientes

possuem algum grau de resposta à levodopa, porém não houve casos de resposta plena ou duradoura.

RELATO DE CASO: Paciente de 52 anos, gênero masculino, pardo, casado, portador de

hipertensão arterial sistêmica (HAS), em uso de enalapril e atenolol. Em julho de 2009 sofreu um

AVE hemorrágico por ruptura de aneurisma em hemisfério esquerdo. O paciente foi encaminhado

para tratamento cirúrgico que ocorreu sem complicações. No pós-operatório sob administração de

hidantal; apresentou apenas medo e ansiedade nos 4 meses pós-intervenção. Em 2011 evoluiu com

déficit de memória e há 2 anos iniciou quadro de apraxia progressiva e incontinência urinária. Em

fevereiro de 2017 iniciou uso de clorpromazina e risperidona. Em maio do mesmo ano apresentou

bradicinesia, reflexos palmomentoniano, orbicular dos olhos, rigidez plástica, movimentação ocular

preservada apenas para cima. Sendo diagnosticado com degeneração cortico-basal. Como conduta

inicial foi realizada suspensão da risperidona e início de administração de PISA. Após 1 mês o

paciente retornou com melhora da fala e da apraxia motora, porém com aumento das manifestações

de parkinsonismo rígido. Em outubro de 2017 manteve o quadro clínico com piora da apraxia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ao exame clínico do paciente percebe-se que o quadro clínico é o

de síndrome corticobasal. Porém alguns aspectos disferem da literatura, são eles: a doença

apresentou-se 17 anos antes do esperado, incontinência urinária importante e a perda da memória

episódica e semântica, além do fato de não haver relato de membro alienígena, um achado comum

da síndrome cortico-basal.

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LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITE B E

SUAS FORMAS DE TRANSMISSÃO NOTIFICADAS NO SINAN ENTRE 2007-2015 NO

NORDESTE

Raquel de Sousa Lima Rodrigues Leal; Carolina Portela Paz; Lais de Melo Rebelo; Angélica

Florinda Pacheco Barbosa de Sousa; Ellen Araújo Martins Maia; Lara Beatriz Pereira França;

Anielle Memória da Silva

INTRODUÇÃO: As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotropicos. O

vírus da hepatite B é um vírus DNA(HVB), que pertence à família Hepadnaviridae. O período de

incubação desse vírus é em torno de 30-180 dias, e os modos de transmissão ocorrem pelo sangue

(via parenteral, percutânea e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual). Essa doença cursa

de forma assintomática ou sintomática (até fulminante). Algumas pessoas desenvolvem a forma

crônica mantendo um processo inflamatório hepático por mais de 6 meses, em menores de 1 ano

chega a 90% e em adultos 5 a 10%. O objetivo desse trabalho é realizar levantamento

epidemiológico acerca dos casos confirmados de hepatite B e suas formas de transmissão

notificadas no sistema de informação de agravos de notificação entre 2007 a 2015 no Nordeste.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo epidemiológico retrospectivo, cuja fonte

de dados é o sistema DATASUS do Ministério da Saúde. Analisou-se os dados confirmados de

hepatite B notificados no sistema de informação de agravos de notificação entre 2007-2015 no

Nordeste. Os gráficos e tabelas foram confeccionados no Microsoft Office Excel 2014.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na comparação entre os estados nordestinos analisados

observou-se que o estado do Maranhão possui o maior índice de hepatite b, principalmente devido

à precária instrução da população em relação à transmissão dessa doença. Além disso, o alto número

de casos ocorre devido à desatualização do calendário vacinal, uma vez que a vacina da hepatite b

é ministrada em três doses intervaladas e grande parte da população esquece de tomar as outras

doses ou, por falta de instrução, supõe que com apenas uma dose está imune. Percebeu-se que no

Piauí a forma de transmissão sexual teve 85 casos confirmados; transfusional, 5 casos confirmados;

drogas injetáveis, 1 caso confirmado; vertical, 7 casos confirmados; acidentes de trabalho, 1 caso

confirmado; domiciliar, 7 casos confirmados; tratamento cirurgico, 1 caso confirmado e tratamento

dentário, 7 casos confirmados. A forma de transmissão por hemodiálise não obteve nenhum caso

registrado. Além disso, observa-se que no Maranhão apresenta 681 casos; Ceará, 361 casos; Rio

Grande do Norte, 110 casos; Paraíba, 432 casos; Pernambuco, 273 casos; Alagoas, 254 casos;

Sergipe, 327 casos; Bahia, 2357 e, por fim, Piauí com 129 casos. CONCLUSÃO: Conclui-se que,

no estado do Piauí, a forma de transmissão sexual foi a que obteve o maior número de casos

confirmados de hepatite B notificados. Os estados do Rio Grande do Norte e Piauí obtiveram, ao

todo, menores quantidades numéricas de casos na região Nordeste, enquanto Bahia e Maranhão

obtiveram os maiores números de casos da região.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE ÓBITOS POR CAUSAS EVITÁVEIS NO PIAUÍ, 2009 A

2015

Juliana Silva Nunes; Camyla Carvalho Almeida Pinto; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos;

Larissa Oliveira Lima; Marilia Julie Ramos Simão; Yasmin Olímpio Campos da Silva; Deuzuita

dos Santos Freitas Viana

INTRODUÇÃO: A mortalidade na infância é um importante marcador de situação de saúde. Por

isso, as taxas de mortalidade precisam ser acompanhadas e permitem o desenvolvimento de

prevenção à redução do risco de morte em menores de 5 anos. O objetivo do estudo foi realizar um

levantamento de informações com as variáveis sexo, faixa etária, causas evitáveis e local de

ocorrência no estado do Piauí, de 2009 a 2015. MÉTODOS: O estudo caracteriza-se como

quantitativo epidemiológico. Foram analisados dados sobre óbitos por causas evitáveis em menores

de 5 anos, de acordo com sexo, faixa etária, causas evitáveis e local de ocorrência no estado do

Piauí, de 2009 a 2015. Foram avaliadas informações do banco de dados DATASUS.

RESULTADOS: Foram analisados 6.406 óbitos no Piauí, sendo 3.516 do sexo masculino (55%) e

2.890 no sexo feminino (45%). Foram analisados 5.622 óbitos por causas evitáveis, sendo 3.206 de

0-6 dias (57%); 909 de 7-27 dias (12,2%) e 1.507 de 28-364 dias (30,8%). Foram analisados 4.377

óbitos, sendo 3.411 reduzíveis por atenção da gestação no parto (77,9%); 498 reduzíveis por ações

à promoção à saúde (11,4%) e 468 casos reduzíveis por ações no diagnóstico (10,7%). Foram

analisados 6.169 óbitos, sendo 5.587 casos no hospital (90,4%) e 582 no domicílio (9,6%).

DISCUSSÃO: O sexo masculino é o que apresenta a maior taxa de óbitos, pelo fato de que o sexo

masculino apresentar um amadurecimento pulmonar fetal mais tardio do que o sexo feminino. A

faixa etária mais acometida foi de a de 0-6 dias, estando relacionados com complicações da gravidez

e do parto. A maioria dos casos de óbitos relacionam-se com a atenção à gestação, parto e feto. Isso

relaciona-se com a limitada assistência pré-natal, que dificulta o diagnóstico precoce de alterações

fetais e placentárias e também aos poucos hospitais capazes de fornecer segurança aos recém-

nascidos e mães em casos graves. A maioria dos óbitos ocorrem no hospital. Isso deve-se à baixa

qualidade da assistência dada a gestante e ao neonato, o que torna clara a necessidade de

aprofundamento do cuidado do setor assistencial. CONCLUSÃO: O estudo epidemiológico foi

realizado com base nos anos de 2009 a 2015. E os resultados demonstraram que a maior taxa de

óbitos por causas evitáveis prevaleceu no sexo masculino, na faixa etária de 0- 6 dias, sendo que a

maioria relacionada com a deficiência na atenção pré-natal, intraparto e pós-natal, e também, que o

ambiente em que ocorreu a maioria desses óbitos foi o hospitalar.

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER NOS NÍVEIS

SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS

Iara Alves Coelho; Murilo Luiz Cerutti; Caroline Valente

INTRODUÇÃO: A acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa, ao qual se baseia

em estimular determinados pontos do corpo com agulha ou com calor como o laser, visando a

recuperação e promoção da saúde. A elaboração deste trabalho justifica-se pela convicção de que

estudos desta natureza contribuam com a compreensão dos mecanismos envolvidos com o cortisol

e metabolismo de lipídeos bem como na elaboração de protocolos eficazes no tratamento através

da acupuntura e laser. O objetivo foi verificar por meio da acupuntura e laser seriam capazes de

alterar as concentrações séricas de glicose, triglicerídeos, colesterol total, HDL-C, LDL-C e cortisol

após os pontos E36 (Zusanli) e EX2 (Yintang) estimulados nos ratos. MÉTODOS: O trabalho foi

aprovado pelo CEUA da FURB sob o protocolo nº 017/17, utilizando-se de 24 ratos machos,

adultos, da linhagem Wistar (Rattus norvegicus). Ficaram mantidos em ambiente com temperatura

controlada, tendo livre acesso à água e comida e para realização dos experimentos foram deixados

em jejum por 12h. Realizou-se os testes de glicose, CT, TG, HDL-C, LDL-C dos kits comerciais

da marca Bioclin® e Cortisol por quimioluminescência. Resultado: Observou-se que as

concentrações de cortisol aumentaram e as de HDL-C diminuíram mediante a técnica de laser em

relação grupo controle e acupuntura, mas sem modificações nas de glicose, CT e TG e LDL-C nos

grupo tratados com acupuntura e laser. DISCUSSÃO: Conforme a literatura, o laser de baixa

intensidade exerce efeitos fotoestimulantes promovendo alterações nas funções fotorreceptoras e

subsequentemente na sinalização e funções celulares. A hipótese às alterações observadas é que a

estimulação de histamina e serotonina, reações enzimáticas, síntese proteica, aumento do

crescimento e divisão celular são a base do efeito bioestimulante e do trofismo celular induzido por

parte da radiação à laser, proporcionando às células e tecidos, energia que intensifica, em todos os

níveis, o crescimento fisiológico normalizando as deficiências e equilibrando as concentrações dos

biomarcadores avaliados. CONCLUSÃO: O trabalho demonstra que o laser nos pontos aplicados

modula a produção de substancias liberadas durante os processos de dor e inflamação aliviando os

sintomas de estresse e aumentando as concentrações de HDL-C. Desta forma, sugere-se que uma

descrição mais detalhada seja necessária para fornecer subsídios para aprimorar a discussão do

efeito do laser na acupuntura como terapia alternativa.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ACERCA DAS MAMOGRAFIAS REALIZADAS NO

ESTADO DO PIAUÍ, PELO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE, DE JULHO DE 2014 A

JUNHO DE 2015

João Santos Lima Almendra; Luísa Gomes Oliveira; Vitor Melo Rebelo; Ana Angélica Luz

Pereira; Thiago Santos Lima Almendra

INTRODUÇÃO: A mamografia constitui um dos pilares para a prevenção do câncer de mama. É

recomendada a todas as mulheres a partir de 40 anos como exame de rotina ou de diagnóstico,

através da identificação de nódulos e microcalcificações. Tendo em vista tal importância, o presente

estudo tem como objetivo analisar dados referentes a mamografias realizadas no Piauí, no período

de julho de 2014 a junho de 2015. MÉTODOS: Estudo epidemiológico descritivo com coleta de

dados do Sistema de Informação do Câncer de Mama (SISMAMA) e do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística(IBGE). RESULTADOS: No período analisado, no Piauí, foram realizados

25.407 mamografias pela rede pública, sendo 25.402(99,98%) no sexo feminino, 2(0,008%) no sexo

masculino e 3(0,012%) com dados inconsistentes. Do total de exames, 19.582 foram avaliados como

sem risco, 2.438 como risco elevado e 3.387 com informações inconclusivas. Em 21.936(86,34%)

deles não houve achados, em 3.232(12,72%), presença de nódulo e em 239(0,94%),

microcalcificações. As faixas etárias de 40-49 e 50-59 anos concentraram a maior parcela dos

achados, com 1.474(42,47%) e 1.266(36,47%) exames. A maioria dos exames de risco elevado

também foi verificada nessas faixas etárias - 877(35,97%) e 795(32,61%), respectivamente.

DISCUSSÃO: Na maior parte dos exames não houve achados, embora parcela significativa

apresentasse nódulos ou microcalcificações em uma das mamas. Houve aumento substancial no

número de achados entre 30-39 e 40-49 anos, sendo esta a que mais concentrou esses resultados.

Padrão semelhante foi observado em relação ao número de exames com avaliação de alto risco-

predominância da faixa de 40-49 anos, seguida da de 50-59 anos. Entretanto, o número de

mamografias em mulheres a partir de 40 anos foi baixo, considerando a população feminina

estimada dessa faixa etária no Piauí em 2015(535.185), segundo dados do IBGE. As mamografias

realizadas no sexo feminino representaram quase a totalidade e, as no sexo masculino, uma parcela

ínfima, apesar da possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama em homens.

CONCLUSÃO: No Piauí, entre julho de 2014 e junho de 2015, as mamografias realizadas pela

rede pública revelaram maior número de achados e maior risco para as mulheres entre 40-59 anos.

Contudo, o número de exames foi baixo, considerando a população feminina dessa faixa etária.

Além disso, o número de exames em homens foi bastante reduzido, apesar do câncer de mama

também poder se desenvolver nesse sexo.

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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM TERAPIA HEMODIALÍTICA EM

UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DO MARANHÃO

ANDRESSA TAVARES RIBEIRO; SAMANTHA MARIA LIMA DE SOUSA; ANDRÉA BEATRICE SANTOS

DA SILVA; LUCIANO ANDRÉ ASSUNÇÃO BARROS

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome complexa que consiste na perda

progressiva e lenta da capacidade excretória da função renal. Para o tratamento, os pacientes podem

depender de Terapia Renal Substitutiva, sendo a mais utilizada a hemodiálise. Porém, apesar dos

benefícios desta, que permite prolongar a vida dos indivíduos com DRC, as condições

desencadeadas pela doença e pelo próprio processo dialítico resultam em várias alterações

orgânicas, com complicações agudas e crônicas, e nutricionais, associando-se, também, a elevadas

taxas de hospitalização e mortalidade aumentada. Como objetivo, o presente trabalho visa

caracterizar o estado nutricional de pacientes submetidos à hemodiálise em um Centro de Diálise

do Município de Caxias, Maranhão, por meio do Inquérito Alimentar de 24 horas, associando-o a

aspectos clínicos e bioquímicos. MÉTODOS: Após aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa,

foram avaliados 10 pacientes na faixa etária de 18 aos 65 anos. As variáveis bioquímicas, clínicas

e de exames laboratoriais foram obtidas por meio da análise de prontuários e comparadas aos

valores específicos para pacientes em hemodiálise. RESULTADOS: Prevaleceram indivíduos do

sexo masculino (90%), de idade média 54,4 anos (80% maiores de 50 anos). A comorbidade mais

associada foi a hipertensão arterial (30%). O consumo médio calórico (29,26kcal/kg/dia), de

proteínas totais (1,59g/kg/dia) e fósforo (906,19mg/dia) foi adequado a pacientes submetidos à

hemodiálise, compatível com um bom nível nutricional. No entanto, os valores de cálcio foram

abaixo dos recomendados (136,22mg/dia). A análise nutricional foi concordante com a bioquímica

observada, em que a média de fósforo sérico (5,61mg/L) e proteínas totais (69,87g/dL)

encontraram-se dentro da normalidade, contrastando com o déficit de cálcio (8,62mg/dL).

DISCUSSÃO: Acompanhamento nutricional é uma medida de importância na manutenção da

homeostasia do organismo, melhora dos sinais clínicos e sucesso da terapia hemodialítica, sendo

capaz de garantir evolução clínica mais favorável. Tais objetivos podem ser dificultados pelo baixo

nível socioeconômico daqueles acometidos, por falta de compreensão da necessidade de controle

alimentar. CONCLUSÃO: Como em outros estudos analisados, houve uma média de indivíduos

com bom estado nutricional, prevalecendo a hipertensão como comorbidade mais associada à DRC,

o que reforça a necessidade de avaliação do consumo alimentar e dos níveis pressóricos da

população.

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ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E ANTROPOMÉTRICO DO PACIENTE

SUBMETIDO À TERAPIA HEMODIALÍTICA EM UM CENTRO DE DIÁLISE DE

CAXIAS-MA

ANDRESSA TAVARES RIBEIRO; SAMANTHA MARIA LIMA DE SOUSA; VANESSA MARIA COSTA

PEREIRA; LUCIANO ANDRÉ ASSUNÇÃO BARROS

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é uma síndrome complexa que consiste na perda

progressiva e lenta da capacidade excretória da função renal. Para o tratamento, os pacientes podem

depender de Terapia Renal Substitutiva, sendo a mais utilizada a hemodiálise. A desnutrição é um

efeito frequente nos indivíduos em hemodiálise e se aponta como fator de tal quadro inúmeros

fatores como as alterações no metabolismo proteico e energético. Estudos mostram que a

antropometria tem sido o método de avaliação da composição corporal mais utilizado para a análise

do estado nutricional, permitindo a detecção de casos de subnutrição. OBJETIVO: O presente

trabalho tem como objetivo caracterizar o perfil antropométrico de uma amostra de pacientes

submetidos à hemodiálise em um Centro de Diálise do Município de Caxias, Maranhão, por meio

do de questionário socioeconômico e aferição de medidas antropométricas como peso e altura.

MÉTODOS: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade

Estadual do Maranhão. Foram avaliados 10 pacientes de uma amostra de 153 indivíduos na faixa

etária de 18 aos 65 anos. As variáveis bioquímicas e clínicas foram obtidas por meio da análise de

prontuários e as medias antropométricas com auxílio de balança e fita métrica. RESULTADOS:

90% dos pacientes são do sexo masculino; a faixa etária predominante foi dos 50-65 anos; 80% de

cor “morena”; 20% natural da cidade de Caxias, mas 70% dos entrevistados residente atualmente

na cidade; 70% casado; 50% com escolarização fundamental incompleta; 40% trabalhador rural;

50% iniciou a terapia entre 2010 e 2014; 62,5% dos pacientes eutróficos, com valor médio de IMC

de 22,875. DISCUSSÃO: Houve predominância de adultos do sexo masculino, “morenos”, que

residem na cidade onde fazem o tratamento; uma população predominantemente de baixo nível

socioeconômico, que pode interferir no entendimento e no assentimento da categoria terapêutica

dialítica; o índice de massa corpórea (IMC) próximo do limite da normalidade traz benefícios a esta

determinada população, pois a desnutrição relaciona-se fortemente à elevação dos casos de

morbimortalidade. CONCLUSÃO: No trabalho em questão, a maioria dos pacientes eram homens

ainda na idade adulta que possuíam nível educacional e socioeconômico baixo o que pode refletir

na adesão à terapia e à dieta necessária para boa saúde, ainda assim, observou-se que os indivíduos

estavam eutróficos refletindo uma nova situação, de mudança de hábitos alimentares.

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62

NOTIFICAÇÕES DE CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NO

MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

Laís Mesquita Mororó Aragão; Luana Cristina Farias Castro; Paula Sabrina Martins Barros;

Juliana Fernandes Moreira; Maria Carolina Oliveira Azevedo; Luan Kelves Miranda de Souza

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum,

transmitida principalmente pelo sexo, mas podem ocorrer transmissões por outras vias, como a

transplacentária. O presente estudo propõe analisar o perfil epidemiológico dos casos de Sífilis

gestacional (SG) e Sífilis congênita (SC) no município de Parnaíba-PI, no período de 2009 a 2014.

METODOLOGIA: Trata-se de um levantamento quantitativo e descritivo dos casos de SG e SC,

cujos dados foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e

disponibilizados pela Secretaria de Saúde de Parnaíba-PI. Para o perfil epidemiológico de SG e SC

foram considerados: faixa etária, classificação clínica da doença e parceiro tratado.

RESULTADOS: Foram notificados 50 casos de SG e 44 casos para SC. Diante do exposto,

verificou-se que houve aumento na prevalência de SG em 2014 (30%) e de SC em 2013 (38,63%).

Observou-se que tanto para SG quanto para SC, que a faixa etária das mães foi equiparada,

apresentando os maiores casos entre 20 a 34 anos. Quanto à classificação clínica das mulheres com

SG, 30% dos casos apresentaram sífilis primária, caracterizada por feridas indolores conhecida

como crancos, enquanto 4% dos casos apresentaram sífilis terciaria, classificada como estágio final

da doença. Em 32% dos casos de SG, as mulheres informaram que os parceiros foram tratados e em

14% não houve tratamento do parceiro. Para os casos de SC, apenas 44% dos parceiros realizaram

tratamento, e 53% não realizaram tratamento adequado. No que se refere realização do pré-natal

em mães com SC, 74% dos casos realizaram o pré-natal e apenas 10% não o realizaram.

DISCUSSÃO: Diante dos resultados, observou-se que a sífilis apresenta uma maior prevalência na

área estudada. Considerando que essa doença pode ser evitada através de práticas realizadas

rotineiramente na assistência pré-natal e que o diagnóstico precoce e o tratamento da gestante são

medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção desta doença, sua ocorrência

evidencia deficiência dos serviços de saúde. CONCLUSÃO: Diante do que foi exposto sobre o

perfil epidemiológico da SG e da SC no município de Parnaíba-PI, torna-se necessário a

implementação de programas educacionais que aperfeiçoem o conhecimento da população e do

grupo de risco a respeito da sífilis.

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PADRÃO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO EM PACIENTES COM

MICROCEFALIA

José da cruz moura Campelo; Guilherme Antônio Silva Ribeiro; Jade de Brito Freire Monteiro

Alves; Lucas Levy Alves de Moraes; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Kelson James Silva de

Almeida

INTRODUÇÃO: O Vírus Zika(ZIKAV) é um flavivírus neurotrópico que tem como principal

transmissor o mosquito Aedes aegypty, e que cursa, nos casos mais severos, com comprometimento

do Sistema Nervoso Central, principalmente levando à Microcefalia. Nesses casos, um exame

fundamental é a Tomografia computadorizada(TC), cujos achados relacionados à microcefalia

congênita incluem: calcificações, distúrbio do córtex cerebral, ventriculomegalia, hipoplasia de

tronco cerebral, cerebelo, e corpo caloso. Dessa forma, o objetivo deste estudo é analisar pacientes

com microcefalia para definir prevalência de achados fonográficos sugestivos de infecção congênita

por ZIKAV. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter transversal, cujo

critério de inclusão foi o diagnóstico de microcefalia de acordo com a OMS, e o critério de exclusão

foi a ausência de registro de perímetro cefálico até 1 semana após o nascimento. Analisou-se o

padrão de TC apresentado e a sua compatibilidade com os achados de ZIKAV. RESULTADOS: A

amostra foi composta por 64 paciente. Desses, 9 (14%) possuíam microcefalia adquirida. Dentre os

55 restantes, 38 (59%) apresentaram achados tomográficos compatíveis com o ZIKAV. Sendo que,

dos pacientes com microcefalia congênita que não tiveram TC compatível com Zika, 4 (6%)

possuíam alguma condição genética, 4 (6%) apresentaram sorologia positiva para toxoplasmose

congênita, e 8 (12%) apresentavam sorologia positiva para outra infecção congênita que não zika

(como dengue, chikungunya, citomegalovírus, parvovirus b19). DISCUSSÂO: Observa-se que a

TC é importante elemento na determinação da etiologia da microcefalia. Da amostra total, 59% dos

prontuários utilizaram a TC e as análises morfológicas que lhe são intrínsecas para evidenciar a

relação entre a microcefalia e a infecção congênita por ZIKAV. O exame participa, por conseguinte,

da investigação causal e análise prognóstica. Em razão das mudanças na epidemiologia da

microcefalia provocadas pelo ZIKAV a neuroimagem torna-se fundamental para investigar a

morfologia do parênquima cerebral dos portadores. Entretanto, devido à inespecificidade das

características de imagem, a história clínica e a sorologia geralmente deve ser utilizada para o

estabelecimento do diagnóstico. CONCLUSÃO: Dessa forma, é possível analisar que a maioria

dos pacientes (59%) com microcefalia possuía padrões tomográficos compatíveis com infecção

congênita por Zika Vírus.

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ATROFIA DE MÚLTIPLOS SISTEMAS: UM RELATO DE CASO

José da cruz moura Campelo; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves; Guilherme Antônio

Silva Ribeiro; Vinícius Araújo do Vale; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A atrofia de múltiplos sistemas (AMS) é uma doença neurológica progressiva,

rara, que pode cursar com manifestações cerebelares, piramidais, extrapiramidais e autonômicas de

diversas formas. A AMS tem uma prevalência de 3,4 a 4,9 casos por 100.000 habitantes, sendo mais

frequente entre aqueles com idade superior 60 anos, em ambos os sexos. Após o início dos sintomas,

a média de vida dos pacientes é de 6 a 10 anos. A causa da patologia é desconhecida, porém as

inclusão no citoplasma de alfa sinucleína nos oligodendrócitos caracterizam a doença. O

diagnóstico é feito por meio da análise dos critérios clínicos, radiológicos e patológico. No que se

refere ao diagnóstico por imagem, a ressonância magnética é de extrema importância pois revela

achados frequentes, como o sinal da cruz e a hiperintensidade em pedúnculo cerebelar médio visto

em T2. As manifestações autonômicas são necessárias para se chegar ao diagnóstico de AMS, sendo

os sintomas urinários e a hipotensão postural os achados mais comuns. RELATO DO CASO:

Paciente do sexo masculino, 59 anos, casado, procedente de Teresina – PI, referia que há 5 anos

iniciou quadro progressivo de desequilíbrio e lentidão da fala. Procurou serviço médico após um

ano, apresentando ao exame físico: síndrome cerebelar global, com dismetria e decomposição em

segmentos apendiculares, e segmento axial decomposto. Apresentou também, manifestações

parkinsonianas, caracterizadas por bradicinesia em membro superior direito (+++/4+) e esquerdo

(+/4+), e rigidez plástica mais acentuada a direita (3+/4+). Negava qualquer comorbidade. Foi feito

a hipótese de atrofia do múltiplo-sistema (AMS-C) como provável diagnóstico, sendo prescrito

Pramipexol. Uma Ressonância Nuclear Magnética de crânio ponderada em T2 demonstrou o sinal

da cruz, confirmando o diagnóstico de AMS-C. No seguimento do paciente em 2 anos, ele evoluiu

com queixas de engasgos frequentes e vertigem rotatória em posição ortostática. Além disso, ao

exame neurológico não houve melhora da bradicinesia e da rigidez plástica, esta última progredindo

para os membros inferiores. Foi aumentada a dose de Pramipexol e introduzido Prolopa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A AMS apresenta difícil diagnóstico, cujo sinais apresentados em

alguns casos se confundem com o Parkinsonismo atípico. O tratamento é feito principalmente com

medicamentos sintomáticos, devido à falta de drogas diretamente modificadoras do curso da

doença, já que sua fisiopatologia ainda não é bem esclarecida.

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NEURODEGENERAÇÃO POR ACÚMULO CEREBRAL DE FERRO:UM RELATO DE

CASO

Larissa Clementino Leite de Sá Carvalho; José da cruz moura Campelo; Vitor de Deus da Rocha

Ribeiro Gonçalves; Guilherme Antônio Silva Ribeiro; Vinícius Araújo do Vale; Kelson James

Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: Os distúrbios neurodegenerativos com acúmulo de ferro cerebral (NBIA)

constituem um grupo clínico-genético heterogêneo de condições em que há neurodegeneração

acompanhada de níveis elevados de ferro cerebral. A NBIA é frequentemente de etiologia genética,

mas pode ser secundária a uma doença sistêmica ou neurológica adquirida. Apresentam

características de um distúrbio do movimento extrapiramidal, acompanhado de diferentes graus de

acometimento cognitivo e deposição anormal de ferro nos gânglios da base.Todas as formas de

NBIA são consideradas muito raras com menos de 1/1000000 pessoas afetadas. O diagnóstico de

NBIA é feito pela combinação de características clínicas juntamente a provas de RNM de crânio.

A mudança radiológica primária associada com NBIA decorre ao alto teor de ferro nos gânglios da

base, aparecendo como lesões hipointensas no globo pálido e na substância negra em T2 na RNM.

Objetivou-se relatar um caso com achados clínicos e radiológicos sugestivos de NBIA. RELATO

DO CASO: Paciente, masculino, 50 anos,portador de HAS e DM, sem antecedentes de etilismo e

tabagismo. Acompanhante informa que há 2 anos o paciente começou a repetir frases com

movimentos estereotipados de mostrar a mão esquerda. Deixou de trabalhar há 1 ano como

cabeleireiro e há 1 mês passou a andar sem roupa em público.Exame físico: durante o exame o

paciente interagiu pouco com o examinador e com o ambiente. Constatou-se presença de rigidez

plástica bilateralmente, pior à esquerda, presença de bradicinesia e distonia generalizada. Os

reflexos profundos em membros superiores encontravam-se assimétricos (E>D) com reflexo

cutâneo plantar em flexão bilateralmente. Em RNM de crânio, evidenciou-se hipossinal em globo

pálido bilateralmente na sequencia T2 e “sinal do panda” no mesencéfalo. Inicialmente as hipoteses

levantadas foram a Doença de Wilson, Demência Fronto-temporal e Neuroferritinopatia. Foram

solicitados exames, dentre eles cobre urinário de 24 horas e ceruloplasmina que descartaram o

diagnóstico de Doença de Wilson.A hipótese diagnóstica atual é NBIA e foi prescrito Escitalopram.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: As NBIA são considerados muito raros, tal relato evidencia os

sinais clínicos e radiológicos de um caso sugestivo desta condição. As intervenções farmacológicas

e cirúrgicas disponíveis visam o alivio dos sintomas clínicos e não a cura. A presença do sinal

radiologico do “panda” pode se manifestar em outros distúrbios extrapiramidais que não doença de

Wilson.

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NEOPLASIA EM CABEÇA DE PÂNCREAS: UMA SÉRIE DE CASOS

Francisley Monte da Costa; Wanderson Mário Cavalcante Olímpio; Raquel da Conceição Santos

Nascimento; Francisco Robert Lemos da Fonseca; Germildes Bezerra Rocha; Josemar Rodrigues

Soares; Thiago Soares Gondim Medeiros

INTRODUÇÃO: A localização retroperitoneal do Pâncreas e a sua íntima relação com outras

estruturas e órgãos intra-abdominais dificultam o reconhecimento e tratamento de suas patologias,

em especial dos tumores pancreáticos, os quais estão entres os tumores gastrointestinais mais

agressivos e com menores índices de sobrevida. O adenocarcinoma de pâncreas é o tipo histológico

mais frequente (cerca de 90%), tendo uma maior incidência a partir da sexta década de vida e sendo

mais comum em homens e em negros com associação a fatores de risco como tabagismo, Diabetes

Mellitus e obesidade. As manifestações clínicas da neoplasia de pâncreas são variadas e dependem

da região do órgão acometida, por isso os sintomas geralmente são reconhecidos em estágios mais

avançados da doença, dificultando o seu tratamento. A cirurgia desempenha papel fundamental na

terapêutica dos tumores pancreáticos, já que é a única opção de cura definitiva desta patologia,

portanto é necessário o conhecimento das suas manifestações clínicas para que o diagnóstico seja

feito o mais precocemente possível e a intervenção cirúrgica tenha maiores chances de sucesso.

RELATO DE CASO: O presente estudo analisou a história clínica de dois pacientes do sexo

masculino, um com 47 anos (portador de Hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e com

história de tabagismo pregresso) e outro com 66 anos (sem hipertensão arterial ou DM e que nega

tabagismo e etilismo), ambos admitidos no serviço de cirurgia geral em Teresina-PI, com queixas

clínicas semelhantes de dor em hipocôndrio direito e em região epigástrica com irradiação para

dorso, associado a colúria, acolia fecal, icterícia e perda de peso importante. Prosseguiu-se a

investigação com a realização de exames de imagem, Ultrassonografia e Tomografia

computadorizada, que detectou em ambos os pacientes a presença de lesão expansiva em topografia

da cabeça do pâncreas, determinando dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas. Nos dois

casos a opção de tratamento adotada foi a excisão cirúrgica do tumor através da realização de uma

duodenopancreatectomia, também conhecida como procedimento de whipple.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar do câncer de pâncreas apresentar uma incidência

relativamente baixa (cerca de 2 % dos cânceres no Brasil) o seu estudo é fundamental, já que a

doença apresenta alta mortalidade e o seu diagnóstico precoce aumenta as chances de sobrevida dos

pacientes submetidos a cirurgia, que é a opção terapêutica mais eficaz.

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INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL EM ADULTO SECUNDÁRIA AO

ADENOCARCINOMA CECAL – RELATO DE CASO

Francisley Monte da Costa; Francisco Robert Lemos da Fonseca; Raquel da Conceição Santos

Nascimento; Beatriz Nogueira Maia Cavalcanti; Manoel Filipe Dias Nery; Josemar Rodrigues

Soares; Thiago Soares Gondim Medeiros

INTRODUÇÃO: A intussuscepção ou invaginação intestinal é uma condição em que um segmento

do intestino invagina‐se no segmento imediatamente seguinte. Esta condição pode ser classificada

de acordo com a sua localização e sua etiologia. Nos casos da etiologia, pode ser neoplásica, não-

neoplásica e idiopática. A intussuscepção é uma causa incomum de obstrução intestinal em adultos.

Cerca de 95% de todas as intussuscepções ocorrem em crianças. Nos adultos, entre 80 a 90% dos

casos, a causa é conhecida, sendo as neoplasias os principais fatores que levam a esta condição.

Logo, este trabalho tem por objetivo relatar um caso de intussuscepção ileocólica causada por um

adenocarcinoma de ceco. RELATO DE CASO: P.J.S, 85 anos, feminino, admitida com histórico

de vômitos, diarreia e dor abdominal difusa à palpação superficial há aproximadamente 10 dias. A

investigação diagnóstica através de exames de imagem, evidenciou nódulos em bases pulmonares,

nódulos hepáticos e espessamento de cólons transverso e ascendente na TC de abdômen superior;

além de lesão vegetante de ângulo hepático/cólon ascendente em vídeo colonoscopia. Optou-se por

uma laparotomia onde foi realizada colectomia direita e anastomose ileocólica, que ocorreu sem

intercorrências, com anatomopatológico evidenciando adenocarcinoma moderadamente

diferenciado em região de ceco. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A intussuscepção é rara em adultos

e acomete o intestino grosso em menos de 10% dos casos. Quase sempre possui uma causa

subjacente, particularmente um pólipo ou um tumor maligno. Uma característica incomum do caso

apresentado é a causa da intussuscepção ileocólica que foi um adenocarcinoma do ceco. O

adenocarcinoma é um tumor que pode afetar vários órgãos do corpo humano: pulmões, intestinos,

pâncreas, fígado, colo do útero, mama, esôfago, estômago, próstata, vesícula biliar. Além disso,

são, normalmente, um tipo de câncer de agressividade elevada. Sintomas de intussuscepção no

adulto, diferentemente da criança, são inespecíficos e crônicos, sugerem obstrução intestinal:

náuseas, vômitos, dores abdominais. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames

complementares, ou por laparotomia exploradora quando na vigência de obstrução. Ao contrário do

que acontece em pediatria, e dada a natureza maligna da lesão, a ressecção primária sem esforço de

redução é o tratamento de escolha em adultos, seguindo, assim, os preceitos da cirurgia oncológica.

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A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM

ATIVA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ.

Cássy Geovanna Ferreira Moura; Ana Rachel de Oliveira Andrade; Juliana Fernandes Moreira;

Laís Mesquita Mororó Aragão; Maria Carolina Oliveira Azevedo; Rebeca Coêlho

Linhares;Vanessa Meneses de Brito Campelo

INTRODUÇÃO: Em resposta à rápida evolução da educação em saúde, as escolas médicas estão

incorporando as metodologias ativas em sua grade curricular. Dentre tais métodos, destaca-se a

gamificação – pautada no lúdico e na interação entre os jogadores. A utilização de jogos no processo

de ensino-aprendizagem, tem despertado a atenção de docentes e acadêmicos, considerando seu

foco na qualificação do conhecimento. Ademias, possuem um papel imprescindível na educação

em saúde, principalmente para crianças que vivem à margem da sociedade e necessitam de incentivo

a aprendizagem. O presente estudo objetiva a promoção de saúde, por meio da gamificação, assim

como o empoderamento dos escolares. MÉTODOS: Uma pesquisa exploratória e descritiva foi

conduzida, com uma abordagem qualitativa e quantitativa. Crianças, de 7 a 12 anos, matriculadas

em uma escola pública de Parnaíba – Piauí, foram selecionadas para participar do jogo. O protótipo

foi desenvolvido por acadêmicos de medicina da Liga de Pediatria (LAPED) da FAHESP/IESVAP.

Contém um tabuleiro iconográfico, que consiste de 65 casas e 86 cartas pautadas no conhecimento

aplicado das áreas de imunologia, parasitologia e microbiologia – com questionamentos e situações

problemas adequados para a faixa etária selecionada. Em dezembro de 2017, foi aplicado um estudo

piloto; 24 crianças foram aleatoriamente selecionadas e divididas em 4 partidas. A duração média

de cada partida foi 35,02 minutos. RESULTADOS: Houve uma grande discrepância entre os alunos

com 7 anos – inibidos –, e 12 anos – não demonstraram nenhum interesse no jogo, apenas o desejo

de ganhar a partida. Contudo, crianças entre 8 e 11 anos encontravam-se mais engajadas, uma vez

que respondiam mais questionamentos, além de possuírem conhecimentos prévios mais

consolidados. As regras e estratégias de jogo foram amplamente compreendidas. 37,5% dos

escolares não apresentaram conhecimentos prévios. 66% das crianças tiveram afinidade com o jogo.

DISCUSSÃO: O uso da gamificação mostrou-se efetivo na educação em saúde, uma vez que houve

uma ampliação de conhecimentos após a partida. Observou-se, ainda, que a apresentação de fatores

etiológicos foi de suma importância, pois estimulou o autocuidado dos escolares. CONCLUSÃO:

A metodologia de ensino influencia diretamente no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma,

os acadêmicos observaram a importância da inclusão de aprendizado baseado na interação, a fim

de desenvolver atitudes de autonomia e autopercepção.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE HANSENÍASE NO PIAUÍ E NO BRASIL

NO PERÍODO DE 2006 A 2015

Leandra Rúbia Oliveira Moreira; Ana Angélica Luz Pereira; Luísa Gomes Oliveira; Gabriela

Soares Milanez; Geovane Bruno Oliveira Moreira; Liana Nara Oliveira Moreira

INTRODUÇÃO: A hanseníase caracteriza-se pelo comprometimento dermato-neurológico

causado pelo Mycobacterium leprae, um bacilo de incubação longa e baixa patogenicidade, visto

que a maioria da população é naturalmente resistente. A classificação operacional subdivide a

doença a partir do número de lesões cutâneas em paucibacilar (até 5 lesões) e multibacilar (mais de

5). O objetivo deste trabalho é estabelecer e comparar os aspectos epidemiológicos da hanseníase

no Piauí e no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de estudo epidemiológico retrospectivo, com dados

coletados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN, da plataforma

DATASUS. Analisou-se os anos de 2006 a 2015 e as variáveis consideradas foram: sexo, idade,

classificação operacional e evolução dos casos. RESULTADOS: No período analisado, 361.383

casos de hanseníase foram registrados no país, sendo 12.946 no Piauí. A taxa de incidência

brasileira caiu durante todos os anos em estudo, atingindo 14,07 casos/100.000 habitantes em 2015

(queda de 40,07%), ao passo que os índices piauienses se mostraram mais elevados, embora também

decrescentes, até 31,59 casos/100.000 habitantes em 2015. A maioria acometida foi do sexo

masculino, representando 52,08% e 55,36% dos pacientes no Piauí e no Brasil, respectivamente. A

faixa etária de 20 a 69 anos abrange a maior parte dos doentes (76,77% no Piauí e 79,48% no

Brasil). A forma multibacilar predominou, com 52,08% dos casos no Piauí e 59,91% no Brasil, e a

cura deu-se em cerca de 78% dos casos nos dois territórios. DISCUSSÃO: No Brasil, existem altas

taxas de incidência de hanseníase e predomínio da forma multibacilar, mais grave, uma vez que,

embora haja um componente de resistência inata, as condições socioeconômicas desfavoráveis e o

serviço de saúde precário influem na evolução da doença, como no caso do Piauí. A hanseníase

raramente ocorre em crianças, devido ao longo período de incubação, podendo chegar a 10 anos,

aliando-se ao fato de que a população em idade ativa apresenta dificuldades de seguir o prolongado

esquema de tratamento e está mais exposta aos fatores de risco descritos. CONCLUSÃO: Os casos

de hanseníase prevalecem nos homens em idade economicamente ativa, predominando a forma

multibacilar. A maioria dos pacientes analisados evoluiu com a cura da doença, e a taxa de

ocorrência de novos casos no Piauí e na média nacional encontra-se em queda, mas ainda são

necessárias medidas para assegurar o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo.

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TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL: RELATO DE CASO

Liza Maria Sampaio de Brito; Viny Sampaio de Brito; Valéria Maria Caland Morais; André

Cronemberger Pires Aragão; Thiago Melo Diniz.

INTRODUÇÃO: Mazur e Clark cunharam o termo “Tumor Estromal Gastrointestinal” (GIST) para

indicar um grupo distinto de sarcomas. Apesar de serem os tumores mesenquimais mais comuns,

representam apenas 1 a 3% de todas as malignidades do trato gastrointestinal (TGI). A maioria dos

GIST resulta da ativação oncogênica do receptor Kit t irosina-quinase ou de seu homólogo, o

receptor alfa do fator de crescimento derivado de plaqueta (PDGFRa). O GIST ocorre em

praticamente todo o tubo digestório, com incidência de 10 a 20 casos/milhão de habitantes. A

localização mais frequente é no estômago com cerca de 60% dos casos, seguido pelo intestino

delgado (30%), cólon e reto (5%) e esôfago (5%). RELATO DE CASO: MRS, 79 anos, feminino,

natural de União-PI, sem comorbidades. Apresentou hematêmese e após tratamento de urgência foi

submetida à endoscopia digestiva alta que indicou lesão arredondada de 5 cm, pediculada, com

úlceras recobertas por fibrina e pontos de necrose em sua superfície, endurecida. À ecoendoscopia

foi indicada lesão hipoecóica, heterogênea, comprometendo até a serosa do estômago, medindo até

4,5 cm de profundidade. A tomografia computadorizada de abdome mostrou lesão expansiva com

densidade de partes moles e realce após contraste, em íntimo contato com a parede da grande

curvatura gástrica, dimensões de 6,9x5,1x4,6 cm, fígado de volume aumentado, densidade

homogênea e coeficiente de atenuação normal. Foi realizada gastrotomia anterior, vista lesão

tumoral ulcerada de 5 cm ocupando toda espessura de parede gástrica posterior, abaulando serosa,

sem extensão para outros órgãos e sem outros achados ao inventário. Ressecada lesão com margens

livres de 1 cm, síntese gástrica contínua com prolene 3-0. Após alta médica em 7º DPO, retornou

em 26º DPO, sem queixas específicas, exame físico normal, ferida operatória cicatrizada, sem

flogose. Anatomopatológico: neoplasia mesenquimal fusocelular, 4,6x3,9cm nos maiores eixos,

índice mitótico 3/50CGA, necrose em 15%, margens cirúrgicas livres, compatível com tumor

estromal gastrointestinal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O conhecimento desta entidade torna-se

importante, pois apesar de raro é o mais comum tumor mesenquimal do TGI. Ademais, a pesquisa

da expressão do Kit no tecido tumoral se tornou crítica para diagnóstico diferencial de tumores

mesenquimais do TGI, sendo marcador sensível e específico neste contexto, estabelecendo,

associado a critérios histológicos específicos, o diagnóstico de GIST.

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ERITEMA NODOSO NECROTIZANTE: RELATO DE CASO

Liza Maria Sampaio de Brito; Valéria Maria Caland Morais; Luiza de Sá Urtiga Santos; Lívia

Rodrigues Santos; Denise Evelyn Machado de Oliveira; Athana de Oliveira Cavalcante; Ana

Lúcia França da Costa

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença crônica cujo agente etiológico é o Mycobacterium

leprae, um bacilo álcool-ácido resistente que apresenta alta infectividade, porém baixa

patogenicidade. Os surtos reacionais representam episódios inflamatórios que se intercalam no

curso crônico da hanseníase e devem ser prontamente diagnosticados e tratados. Os tipos de reação

mais importantes são a reação reversa ou reação do tipo 1 e a reação do tipo 2 ou eritema nodoso

da hanseníase (ENH). As reações seguem-se a fatores desencadeantes, tais como: infecções

intercorrentes, vacinação, gravidez e puerpério, medicamentos iodados, estresse físico e emocional.

Observa-se a reação do tipo 2 ou ENH nas formas virchowianas e dimorfas em geral, após seis

meses de tratamento. Na pele, a lesão típica é o eritema nodoso (ENH) que se caracteriza por lesões

eritematosas, dolorosas, de tamanhos variados incluindo pápulas e nódulos localizados em qualquer

região da pele. Ainda na pele, descreveu-se o eritema nodoso necrotizante e o eritema polimorfo.

O tipo necrotizante é grave, podendo evoluir com êxito letal. RELATO DE CASO: Paciente do

sexo feminino, 52 anos, parda, separada, natural e procedente de Codó no Maranhão. Evoluiu com

bolhas de conteúdo purulento no dorso da mão direita com disseminação das lesões para os

membros superiores e inferiores, que logo ulceraram. Apresentou febre e perda ponderal de quase

10 kg. A paciente havia realizado tratamento incompleto para hanseníase multibacilar iniciando em

junho de 2014, tendo evoluído com nefropatia aguda em julho de 2015. Foi transferida para serviço

terciário, sendo mantida com reposição hidroeletrolítica, cuidados de curativos nas áreas ulceradas

e oxacilina 2g de 4 em 4 horas. Foi realizada biópsia e anatomopatológico evidenciou eritema

nodoso. Foi instituída terapêutica com Talidomida 300mg e reinício da poliquimioterapia

multibacilar, com melhora do quadro clínico e cicatrização paulatina das lesões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: O ENH é considerado importante causa de morbidade em meio aos

pacientes com hanseníase, e, sem pronta assistência médica, pode ocasionar danos neurais,

paralisias e deformidades. Atualmente, os episódios de ENH estão entre as principais causas de

hospitalização desses pacientes em muitas regiões endêmicas brasileiras. Dessa forma, é importante

a detecção desses casos e seu tratamento precoce a fim de diminuir as complicações decorrentes.

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FEOCROMOCITOMA BILATERAL: UM RELATO DE CASO

Maria Carolina Silva Meireles Feirreira; Iara Santos Silva; Liliana Silva Lopes Martins Santiago;

João Medeiros Tavares Neto; Matheus Silva Meireles Ferreira; Aurus Dourado Meneses

INTRODUÇÃO: O feocromocitoma é uma neoplasia rara das células cromafins, encontrada em

90% dos casos na medula adrenal, com incidência semelhante em ambos os sexos e predomínio dos

30 aos 50 anos. Em sua maioria, são benignos e únicos, todavia, 32% dos feocromocitomas são

tumores bilaterais, tendendo a aparecer em idades precoces, principalmente quando há caráter

familiar (cerca de 10% a 15%). Essas características são mais frequentemente associadas à

neoplasia endócrina múltipla (NEM) tipo 2a e 2b. Suas manifestações clínicas podem ser

paroxísticas ou crônicas e incluem a tríade clássica cefaleia, sudorese intensa e palpitações, além

de sintomas como ansiedade, dispneia, hipertensão, palidez, tremor e taquicardia. O diagnóstico

pode ser feito com testes de triagem como a dosagem de catecolaminas e metanefrinas na ur ina de

24 horas ou no plasma, além de exames de imagem como TC e RNM de abdome para localização

e auxilio no tratamento cirúrgico do tumor. O tratamento consiste na ressecção cirúrgica

(adrenalectomia) completa do feocromocitoma. RELATO DO CASO: P.L.D.S.C, masculino, 22

anos, comparece ao ambulatório de endocrinologia com queixa de taquicardia e sudorese excessiva.

O paciente apresentava histórico de tireoidectomia total devido carcinoma medular de tireóide há 2

anos, encontrava-se em uso de levotiroxina 125mcg/dia. Diante da clínica, foram solicitados exames

como catecolaminas e metanefrinas urinárias, além de RNM de abdome. As metanefrinas urinárias

totais apresentavam-se bem elevadas (2202) e a RNM apresentava lesões com hipersinal em T2 em

adrenais medindo 3,6 cm à direita e 1,0 cm à esquerda sugestivas de feocromocitoma. Devido a tais

achados, a adrenalectomia à direita foi realizada, com biópsia comprovando o diagnóstico suspeito.

Três meses após a cirurgia, paciente comparece ao ambulatório de urologia com exames ainda

alterados: metanefrinas de 939, bem elevadas e RNM de abdome com aumento de lesão na adrenal

esquerda (de 1 para 2 cm). A adrenalectomia à esquerda foi então realizada. CONSIDERAÇÕES

FINAIS: A relevância deste trabalho está no fato de tratar-se de doença rara que pode manifestar-

se clinicamente com cefaleia, sudorese intensa, palpitações, hipertensão, palidez, tremor, etc e vir

associada a outras neoplasias ou síndromes, como foi exposto neste relato, sendo necessária uma

investigação complementar (exame de imagem) quando diagnosticada. O tratamento, como

exposto, consiste na adrenalectomia completa do feocromocitoma.

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ANÁLISE DOS RESULTADOS DE TESTES DE BACILOSCOPIA DE ESCARRO PARA

DIAGNÓSTICO E PARA ACOMPANHAMENTO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO

PIAUÍ E NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI ENTRE 2014 E 2016

ISAQUE LANND CARVALHO BEZERRA BONFIM; JESSYK MARIA LOPES NUNES; MARCOS EDUARDO

VASCONCELOS; RAFAEL XAVIER DE MOURA; ANTONINO NETO COELHO MOITA.

INTRODUÇÃO: No Brasil, a baciloscopia é obrigatória para tuberculose pulmonar pois identifica

a maioria dos casos bacilíferos que são fontes importantes de transmissão além de ser um método

simples e de baixo custo. O conhecimento sobre a incidência da doença é de suma importância para

o estabelecimento de políticas públicas locais e efetivas. OBJETIVO: Analisar resultados de testes

de baciloscopia de escarro para diagnóstico e para controle da tuberculose do estado do Piauí e do

município Parnaíba-PI. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica que, em relação o

estado do Piauí, foi feita a partir de dados de 2014 a 2016 do Departamento de Informática do SUS

(DATASUS). Em relação à Parnaíba-PI, foram analisadas baciloscopias de janeiro de 2014 a

dezembro de 2016 do Laboratório de Saúde Pública da cidade. As amostras coletadas no local

proveem de encaminhamentos locais, estaduais e de instituições privadas. RESULTADOS:

Segundo DATASUS, no Piauí constam 2097 baciloscopias positivas e 900 exames referentes ao

controle do tratamento (2º e 4º mês). Deste total, 147 apresentaram-se positivos e 753 negativos. A

faixa etária mais atingidas em todos os anos foi de 40 a 59 anos e o sexo mais acometido foi o

masculino. Avaliando a amostra total de Parnaíba-PI (2057 para diagnóstico e 490 para controle do

tratamento), os resultados positivos para diagnóstico foram 379 e para o controle do tratamento 62.

Registrou-se maior incidência em no sexo masculino. A faixa etária mais atingida nos anos 2014 e

2015 foi de 20 a 40 anos. Já em 2016 foi 60 anos ou mais. DISCUSSÃO: A nível estadual, 16,3%

das baciloscopias para controle de tratamento ainda se mantém positivas. Parnaíba apresenta

porcentagem menor (12,7%), mas ainda significativa. É indicado que exame de controle seja

realizado, pelo menos, ao final do 2º,4º e 6º mês de tratamento. A faixa etária mais atingida nos

anos de 2014 e 2015 é de 20 a 40 anos e já em 2016, 60 anos ou mais. A nível municipal pode-se

inferir: maior exposição ao bacilo pela faixa etária de 60 anos ou mais; mais informação em saúde

e consequente mais prevenção e tratamento à faixa etária anterior. CONCLUSÃO: A análise dos

de Parnaíba-PI demonstram um perfil epidemiológico diferente do estadual. Dessa forma, é

importante o estabelecimento de ações direcionadas às necessidades particulares do munic ípio.

Percebe-se que a tuberculose pulmonar continua sendo um sério problema de saúde pública

demandando atenção e vigília pelos órgãos gestores.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS COM MENINGITE EM

UM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA DE TERESINA-PIAUÍ

Débora Dias Cabral; Ana Luiza Ribeiro Barroso Maia; Vitória Pimentel Martins Félix; Mariana

Morais Rebelo; Maria Augusta Rocha Dias; Marina Silva Camarço Lima; Noélia Maria de Sousa

Leal

INTRODUÇÃO: A meningite é uma patologia que tem como característica o processo inflamatório

do espaço subaracnóideo e das meninges. Os principais agentes etiológicos da doença são bactérias

e vírus. A meningite possui grande relevância social devido ao seu elevado índice de mortalidade.

O presente estudo teve como objetivo geral traçar o perfil epidemiológico dos pacientes acometidos

pela meningite e internados em um hospital de referência de Teresina-PI. Além disso tem-se como

objetivos secundários identificar a taxa de mortalidade, a média de permanência hospitalar e o valor

médio gasto com as internações, bem como comparar os dados locais com os dados nacionais.

MÉTODOS: O estudo caracteriza-se como epidemiológico retrospectivo quantitativo, cuja fonte

de dados é o Sistema DataSUS, através dos dados secundários do Sistema de Informações

Hospitalares do SUS (SIH/SUS) em um hospital de referência de Teresina - PI entre os anos de

2012 e 2017. RESULTADOS: Foram notificadas 721 internações de pacientes acometidos pela

meningite, destes apenas 7 foram por causas bacterianas, e o restante por causas virais. Houve

predomínio do sexo masculino (58,9%) em relação ao feminino (41,1%). Quanto a faixa etária, os

dados mostram prevalência entre 1 a 9 anos (33%), seguido da faixa de 20 a 39 anos (24,2%). A

taxa de mortalidade foi de 2,91%, sendo maior no sexo feminino (3,72%). O valor médio gasto por

internação foi de R$1.099,41, com uma média de permanência de 10,8 dias. DISCUSSÃO: Os

resultados acerca da faixa etária mostram uma incidência de 33% dos casos entre 1 e 9 anos seguido

da faixa de 20 a 39 anos (24,2%). Quanto ao sexo, também no Brasil há um predomínio do sexo

masculino, porém, com relação aos óbitos, o predomínio é do sexo feminino. A nível nacional, no

ano de 2017 houve uma diminuição de aproximadamente 87% quanto ao número de internações, se

comparado com o ano de 2012. Além disso, ainda em relação ao Brasil, no período de 2012 a 2017,

tanto a taxa de mortalidade (6,25%) como o valor por internação (R$1.604,47) foram superiores

aos valores locais. CONCLUSÃO: Esse estudo permite concluir que as crianças de 1 a 9 anos são

as mais acometidas pela meningite e o sexo mais afetado é o masculino. Os vírus são os maiores

responsáveis pelo maior número de internação. Além disso, os dados locais quanto ao valor médio

gasto e a média de permanência foram satisfatórios comparado à média nacional.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO SUICÍDIO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

ENTRE 2011 E 2015

GABRIELA BORGES CARVALHO; JADE DE BRITO FREIRE MONTEIRO ALVES; NAYLANA BANGOIM

CASTELO BRANCO DE ARAÚJO; VANESSA FERREIRA BALDOINO; LUNA GIOVANNA DE CARVALHO

VENEZA NASCIMENTO; LAURIMARY CAMINHA VELOSO

INTRODUÇÃO: O suicídio é considerado um problema de saúde pública presente em todas as

sociedades. No mundo, há cerca de 800 mil mortes por ano devido a lesões autoprovocadas

voluntariamente. O índice mundial se elevou em 60% em 45 anos. No Brasil, houve um aumento

de 133,5% entre 1998 e 2008, destacando a região nordeste, visto que tais índices mais que

duplicaram, com aumento de 109%, saltando de 1049 para 2109 no mesmo período. O suicídio pode

ser definido como um ato voluntário, efetuado pelo próprio indivíduo com a intenção de extinguir

a própria vida, utilizando-se de meios supostamente letais, de maneira consciente e intencional.

Tendo isso em vista, é necessário realizar ações no âmbito de reduzir e evitar tais acontecimentos

que constituem um problema global. OBJETIVO: Analisar epidemiologicamente os índices de

suicídio na região nordeste entre 2011 e 2015. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo

sobre taxas de mortalidade por suicídio encontradas no nordeste do Brasil entre 2011 e 2015. Os

dados foram obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Departamento de

Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O programa TabWin do

DATASUS/Ministério da Saúde foi utilizado para analisar os dados, segundo as variáveis: gênero,

idade, estado civil, nível educacional, raça. Resultados: De acordo com os dados obtidos, observou-

se que os índices de suicídio foram maiores em indivíduos da raça parda com 69,3%, sexo masculino

com 79,5%, estado civil solteiro apresentando 52,62%, escolaridade ignorada 26,78% e faixa etária

de 20 a 29 anos com 22,62%. DISCUSSÃO: O suicídio é maior entre homens devido aos meios

utilizados serem mais letais, como armas de fogo e enforcamento. A raça parda destaca-se por maior

parte da população nordestina se autodeclarar parda e pelas condições socioeconômicas

desfavoráveis. Entre os jovens, as taxas estão associadas aos fatores: desemprego, drogas e

sofrimento psíquico. A escolaridade ignorada relaciona-se a um baixo nível socioeconômico e de

interação social. Os solteiros, por não terem laços amorosos são mais suscetíveis aos abalos

emocionais e à ideia suicida. CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico do suicídio no nordeste

brasileiro é composto por homens, da raça parda, estado civil solteiro, idade entre 20 a 29 anos.

Observa-se, ainda, a necessidade da população conhecer melhor sobre as questões que levam ao ato

de suicídio, objetivando realizar intervenções necessárias com suas vítimas e familiares.

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ESTADO EPILÉPTICO MOTOR PARCIAL SEM COMPONENTE DISTÔNICO COMO

APRESENTAÇÃO DA ENCEFALITE ANTI-RECEPTOR NMDA

Jade de Brito Freire Monteiro Alves; Ozacy Moita Leal Júnior; Ítalo Araújo Rios Brandão; Maria

Clara Luz Ferreira; Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A encefalite antirreceptor NMDA é uma doença autoimune associada à resposta

humoral a tumores gonadais que causam alterações psiquiátricas e motoras polimórficas. Ocorre

pela ativação do sistema complemento por anticorpos IgG1 e IgG3, que em altos títulos no sangue

podem cruzar a barreira hematoencefálica, alcançando o parênquima cerebral. O quadro clínico

divide-se em 4 fases: prodrômica, psicótica (manifestações emocionais e cognitivas), negativista

(mutismo, acinesia, distonias), hipercinética (discinesias orofaciais e endócrinas, convulsões). O

diagnóstico é baseado na detecção de anticorpos anti-NMDA através de biópsia cerebral, estudos

de imagem e EEG. O tratamento é firmado na ressecção do tumor, plasmaférese ou gamaglobulina

e uso metilpredinisolona; para não responsivos, rituximabe e ciclofosfamida. RELATO DO

CASO: Paciente do sexo feminino, previamente saudável, 8 anos, natural de Teresina-PI,

apresentou perda de força há 15 dias, sem maiores queixas. Foi internada no Hospital de Urgência

apresentando crises motoras clônicas focais no membro inferior direito, sem componentes clínicos

distônicos. Iniciou-se anticonvulsivante (fenobarbital) e suporte clínico. Realizou-se exames de

imagem cerebral e eletroencefalograma (EEG). Não houve alterações na ressonância magnética.

Após o controle das crises, recebeu alta. O EEG mostrou ausência de ritmo posterior sem padrão

periódico. Uma semana após avaliação, internou-se referindo medo contínuo. Observou-se olhar de

pânico com automatismos orais e postura distônica na mão direita, além de movimentos

estereotipados no membro inferior esquerdo. Suspeitou-se de estado epiléptico não convulsivo e

psíquico, sem queixas psicóticas. Foi internada em hospital de referência, onde realizaram punção

liquórica, mostrando 85 células (90% monócitos e 10% linfócitos). Uma amostra de LCR (líquido

cefalorraquidiano) foi enviada para a detecção de anticorpos, sendo identificados anti-NMDA,

confirmando diagnóstico. O EEG mostrou padrão ictal de ondas agudas na região temporal. Iniciou-

se Aciclovir (14 dias), metilpredinisolona (3 dias) e imunoglobulina (5 dias). Após a internação,

ocorreu melhora do quadro clínico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Foi apresentado um caso de

encefalite anti-receptor NMDA com estado epiléptico motor parcial antes do padrão clássico de

transtorno psiquiátrico e distúrbio do movimento distônico. O estado epiléptico não convulsivo e

psíquico pode ocorrer como sintoma psiquiátrico.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO

DE 2005 A 2015

Luja de Carvalho Miranda; Marina de Oliveira ribeiro; Lucas Moura de Oliveira; Letícia marques

Wenzel; Letícia Rodrigues Barros; Augusto Cesar Evelim Rodrigues

INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma infecção bacteriana grave, transmitida por via aérea e

causada pela Mycobacterium tuberculosis. O aparecimento de cepas multirresistentes colocou a

tuberculose em destaque entre as doenças infectocontagiosas e vem preocupando as autoridades

sanitárias devido à sua crescente incidência em diversos grupos populacionais. O presente estudo

teve como objetivo analisar, entre os anos de 2005 e 2015, os casos de tuberculose notificados no

estado do Piauí. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, epidemiológico

predominantemente descritivo, em que foram coletadas informações sobre a recorrência de

tuberculose na população do estado do Piauí no período de 2005 a 2015. O levantamento

bibliográfico contido neste estudo foi obtido por meio de pesquisa em artigos científicos publicados

com recorte temporal de dez anos, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a plataforma

Datasus do Ministério da Saúde, no Estado do Piauí. RESULTADOS: Dos 10.519 casos de

tuberculose confirmados no Piauí entre 2005 e 2015, a macrorregião de saúde de maior notificação

foi Floriano, representando 56% desses casos. De 2004 para 2005 houve um crescimento do número

em mais de 1000 casos, enquanto a partir de 2007 houve uma redução brusca, até atingir 684.

Percebeu-se que 62% dos acometidos possuíam entre 20 e 59 anos de idade e 64% correspondiam

ao sexo masculino. A forma clínica predominante foi a pulmonar (84% dos casos), seguida da

extrapulmonar com apenas 13%. Durante esse período, 67% dos pacientes atingiram a cura.

DISCUSSÃO: O estudo mostrou que a faixa etária mais atingida foi entre 20 e 59 anos (62% dos

casos), atingindo principalmente a população reprodutiva e economicamente ativa. O índice de cura

de 67% está abaixo do índice preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse quadro

pode ser justificado pelas altas taxas de transferências típicas do Estado. Não foi encontrada

nenhuma explicação para predominância de casos na macrorregião de Floriano. CONCLUSÃO: A

partir do período analisado, o Estado do Piauí possui um elevado índice de casos de tuberculose,

tendo como macrorregião de saúde de maior notificação a cidade de Floriano. O estudo confirmou

que o gênero masculino foi mais afetado, devido ao maior autocuidado que as mulheres têm com a

saúde. E, devido às altas taxas de transferência para a capital do Estado, as notificações podem não

estar condizentes com cada macrorregião de saúde.

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FRATURA CERVICOTORÁCICA GRAVE, TIPO C AOSPINE, COM ÓTIMA

RESOLUÇÃO CLÍNICO- RADIOLÓGICA: UM RELATO DE CASO

Claudia de Oliveira Silva; Jéssica Nascimento Almeida; Erlan Pércio Lopes Rufino

INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 1,25 milhão de mortes

ocorrem por ano em acidentes de trânsito e 50 milhões de sobreviventes ficam com lesões e

sequelas- amputações, lesões medulares. No Brasil, de 2010 a 2015, 80% das internações no SUS

por causas externas foram por acidentes.O AOSpine Classification Group (AOSCG) classifica as

fraturas medulares em: Lesões tipo A, B e C. Quanto ao quadro neurológico, a classifcação de

Frankel é de A a E, sendo E a função sensitiva e motora normais.Lesões medulares tipo C da

AOSCG são lesões dos elementos anteriores e posteriores com rotação, associadas com a maior

porcentagem de déficit neurológico. A lesão das estruturas nervosas é causada pelo deslocamento

de fragmentos para o interior do canal vertebral ou pelo esmagamento dessas estruturas. Resultam

frequentemente em pacientes Frankel A ou B. RELATO DO CASO: 33 anos de idade, sexo

feminino, vítima de acidente automobilístico com capotamento, em uso de cinto de segurança, deu

entrada em serviço de saúde com Trauma Crânioencefálico leve, escoriações em membros inferiores

e queixava-se de cervicalgia intensa e tetraparesia (força grau 2 em mmss e grau 3 em mmii). Raio

X de coluna cervical realizado no pronto atendimento, evidenciou fratura de coluna na transição

cervicotorácica. Após Tomografia Computadorizada de coluna cervical e torácica, evidenciou-se

uma fratura-luxação C7-T1 tipo C com lístese grau 4 e bloqueio facetário bilateral, apresentando

lesão tipo C da AOSCG. À Ressonância Magnética, ausência de herniações traumáticas. Com os

resultados dos exames de imagem, o serviço de neurocirurgia foi solicitado, sendo programada

realização da cirurgia em três tempos operatórios (via posterior - via anterior - via posterior):1º

tempo (facetectomia de T1); 2º tempo (artrodese C7-T1);

3º tempo (artrodese C6-T2); Paciente evoluiu bem no pós-operatório, permanecendo apenas uma

paresia grau III em mão direita, correspondendo a Frankel E. A Ressonância Magnética pós-

operatória não apresentou sinais de contusão medular.CONSIDERAÇÕES FINAIS: Segundo o

AOSCG, lesões tipo C são altamente instáveis, com complicações vasculares potencialmente fatais

e danos neurológicos. Na maioria dos casos, uma contusão medular deixa lesões irreversíveis no

paciente. Apesar da gravidade evidenciada na literatura médica, a boa evolução clínica registrada

da paciente indica que atendimentos clínicos e cirúrgicos rápidos e eficazes são essenciais para um

bom prognóstico.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PORTADORES DE HIV COM TUBERCULOSE NO

PIAUÍ DE 2012 A 2016

Claudia de Oliveira Silva; Jéssica Nascimento Almeida; Carlos Gilvan Nunes de Carvalho

INTRODUÇÃO: A tuberculose é a doença infectocontagiosa que mais mata no mundo, segundo a

Organização Mundial da Saúde (OMS), e é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, afetando

principalmente o homem. Pessoas vivendo com HIV/ AIDS são as mais vulneráveis à doença, sendo a principal causa de óbito desse grupo através da coinfecção TB/HIV. Este artigo visa descrever o perfil

epidemiológico de tuberculose em portadores de HIV no Piauí, no intervalo de 2012 a 2016.

METODOLOGIA: Foi realizado um estudo de natureza quantitativa, retrospectiva e transversal, por meio de dados secundários retirados da base do Sistema de Informações em Saúde disponível no Departamento

de Informação do SUS – DATASUS, no intervalo entre 2012 e 2016, no estado do Piauí. As variáveis

avaliadas foram sexo, raça, idade, tabagismo, alcoolismo, uso de antirretroviral, se era ou não profissional

da saúde ou morador de rua e a forma da tuberculose. Não foi necessário submeter ao Comitê de Ética em Pesquisa por se tratar de banco de dados de domínio público. RESULTADOS: Foram notificados 195 casos

de tuberculose em portadores de HIV entre 2012 e 2016 no Estado do Piauí. Os adultos com 20 a 39 anos

foram os mais acometidos com 56,4% dos casos, seguidos pela faixa de 40 a 59 com 37%, acima dos 60 anos com 4,1% e abaixo dos 20 anos com 2,1%. O sexo mais prevalente é o masculino, com 77,4 % dos

casos, e a raça é a parda (72,3%), seguida de negros (13,8%) e brancos (8,7%). Não houve registros para

amarelos e indígenas. Apenas 16,4% confirmaram serem alcoolistas, e 7,18% tabagistas. Dos indagados

acerca do uso de antirretrovirais, 59,5% afirmaram utilizá-los, mas 81% dos pesquisados não tinham registro dessa informação. Houve confirmação de apenas um profissional de saúde com essa coinfecção. Das formas

registradas, 73,6% eram pulmonares, 18,6% extrapulmonares e 7,9% cursavam com as duas formas. Apenas

1,5% dos pesquisados eram moradores de ruas. DISCUSSÃO: Os homens adultos são os mais acometidos pela infecção associada de HIV e tuberculose, pois, segundo o IBGE, pelo menos um terço dos adultos não

usa preservativo nas relações sexuais, segundo uma pesquisa realizada entre 2012 e 2015 em alguns Estados

do país. Vale destacar que, de acordo com o Jornal Americano de Medicina, o vírus da imunodeficiência humana aumenta as probabilidades de reativação em 20 vezes de tuberculose e aumenta o risco de reinfecção

por estirpes de Mycobacterium potencialmente resistentes; por outro lado, a tuberculose provoca ativação

celular e produção excessiva de citocinas e quimiocinas, o que estimula a replicação do vírus e acelera a

evolução para AIDS, o que aumenta a vulnerabilidade de portadores de HIV. Outro fator desencadeante é a maior prevalência em pessoas com condições socioeconômicas baixas, como moradores de rua, que

provavelmente estão em baixa porcentagem por subnotificação. CONCLUSÃO: A taxa de coinfecção

HIV/TB no Piauí se justifica, provavelmente, por negligenciamento das políticas de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (no caso da AIDS) por parte da sociedade e por questões sociais, territoriais e

gerenciais que afastam o acesso à saúde pública (no caso da Tuberculose), gerando altos custos com

internações hospitalares. Medidas menos complexas, como o uso de preservativos nas relações sexuais e a investigação epidemiológica conjunta de HIV, em todos os casos notificados de tuberculose, possibilitaria

a prevenção e minimização das consequências de morbidade e mortalidade, consequentes das duas doenças.

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PROLIFERAÇÃO OSTEOCONDRAL PERIOSTEAL BIZARRA (LESÃO DE NORA) EM

SEGUNDO PODODÁCTILO DO PÉ DIREITO – RELATO DE CASO

GIUSEPHE MARQUES ALENCAR; JANELSON DOS REIS PIRES; LUANA CARVALHO MENDES;

FRANCISCO VINÍCIUS TELES ROCHA; ALINE ARRUDA DOS SANTOS; MARCELO BARBOSA RIBEIRO

INTRODUÇÃO: Proliferação Osteocondral Periosteal Bizarra ou lesão de nora é uma patologia

óssea rara (apenas 166 casos relatados na literatura desde a sua descrição em 1983), benigna que

surge normalmente ao nível da mão e é encontrado mais comumente na quarta década de vida. O

objetivo do trabalho é proporcionar uma melhor compreensão sobre esse tumor, que devido a sua

rara incidência, pode facilmente não ser diagnosticado e tratado de forma apropriada.

RELATO DE CASO: Paciente de 26 anos, sexo feminino, com tumoração em segundo pododáctilo

direito. Em consulta ambulatorial no dia 09/01/17 foi solicitado Raio X de antepé direito, sugestivo

de periostite reativa ou osteocondroma grande de falange. No dia 10/01/17 foi realizada a exérese

do tumor e no dia 13/01/17 solicitado exame histopatológico. Em análise macroscópica, foram

analisados sete fragmentos ósseos, sendo o maior deles com dimensões 2,6 x 2,0 x 1,2cm, com

superfície externa branca-acinzentada e superfície de corte correspondente a um tecido ósseo

envolto por ‘capa’ cartilagínea; os outros seis fragmentos retirados são semelhantes ao descrito

acima. Na análise microscópica diagnosticou-se proliferação osteocondral periosteal bizarra (lesão

de NORA) sem sinal de malignidade. No pós-operatório foi solicitado Raio-X de controle de pé

direito, sem achados patológicos e a paciente evoluiu sem sinais de infecção e com exame

neurovascular normal.CONSIDERAÇÕES FINAIS: O tratamento cirúrgico com a exérese do

tumor possibilitou a recuperação total da paciente, cujo caso relatado diferencia-se dos demais casos

da literatura na faixa etária e na localização. Além disso, a semelhança entre osteocondroma e lesão

de Nora dificulta seu diagnóstico e a escolha de um tratamento correto. Devido à raridade do caso,

percebe-se a importância em relatá-lo, diminuindo a escassez de discussão dessa patologia na

literatura científica.

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CARCINOMA MAMÁRIO INVASIVO: OLHAR ATENTO SOBRE A INVASÃO

LINFOVASCULAR E O ACOMETIMENTO LINFONODAL

JORDAN MATHEUS CUNHA LIMA VIANA; LORENA RAMOS BARROSO; EDIANE MORAIS DE SOUSA;

CHUADE CACHOEIRA DO NASCIMENTO; FRANCIELE BASSO FERNANDES SILVA

INTRODUÇÃO: No diagnóstico do câncer de mama, a avaliação do acometimento dos linfonodos

axilares é uma ferramenta indispensável para a conduta terapêutica e sobrevida do paciente. Dessa

forma, a via linfovascular de disseminação de células neoplásicas também se torna alvo de

investigação. Sendo assim, este estudo objetivou avaliar o acometimento linfático e vascular para a

ocorrência de metástase linfonodal axilar (MLA) em mulheres acometidas por carcinomas

mamários invasivos (CMI). MÉTODOS: Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

UFPI, foram revisados os prontuários de 24 mulheres com diagnóstico de CMI, atendidas na

UNACON de Parnaíba, no período de 2013 a 2016. Os dados foram analisados pelo teste estatístico

Exato de Fisher para verificar as associações entre as variáveis, considerando nível de significância

de 5%, com auxílio do software SPSS. RESULTADOS: Do total, 70,8% dos casos (17/24 casos)

apresentaram dados válidos para invasão linfática (IL) e 62,5% (15/24 casos) para invasão vascular

(IV). Houve associação estatisticamente significativa entre a presença de IL e a ocorrência de MLA

(p= 0,022), ou seja, 82,2 % dos casos apresentavam linfonodo axilar e vasos linfáticos acometidos

por células neoplásicas. No entanto, essa associação não se manteve quando comparados IV e MLA

(p=0,637), apenas três casos apresentaram positividade para ambos. DISCUSSÃO: Dados mostram

que mulheres acometidas por câncer de mama, mas sem comprometimento linfático apresentam

uma chance de sobrevida maior do que aquelas com linfonodos positivos. A relação entre MLA e

invasão linfovascular já é retratada em outros estudos. Porém, estudos mostram que, em pacientes

que apresentavam tumores mamários negativos para os linfonodos, a invasão linfovascular poderia

ser usada como um critério de alto risco que oferecia uma desvantagem de sobrevivência. Dessa

forma, uma grande vantagem da invasão linfovascular como fator prognóstico é que ela pode ser

avaliada rotineiramente nas amostras tumorais coradas em hematoxilina e eosina, orientando na

conduta do paciente em casos de linfonodos negativos ou na impossibilidade da avaliação dos

mesmos. CONCLUSÃO: Há associação entre a IL tumoral e a presença de MLA em carcinomas

mamários invasivos, porém não com a IV. Esse fato demonstra que a avaliação dos vasos linfáticos

deve ser considerada no momento do diagnóstico e conduta.

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LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS CONFIRMADOS DE

LEPTOSPIROSE EM HUMANOS NOTIFICADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE

AGRAVOS DE NOTIFICACÃO ENTRE 200-2017 NO NORDESTE

lara beatriz pereira frança; Iane Lopes da Rocha; Angélica Florinda Pacheco Barbosa de Sousa;

Carolina Portela Paz; Lais de Melo Rebelo; Engel Meneses de Oliveira

Anielle Memória da Silva

INTRODUÇÃO: É uma zoonose cosmopolita causada por bactérias do gênero leptospira na qual

a espécie L. interrogans é a patogênica. A leptospirose é uma doença infecciosa aguda com

envolvimento sistêmico e de caráter endêmico, podendo se apresentar na forma epidêmica sob

determinadas condições. A transmissão ocorre através do contato com água ou solo contaminados

pela urina dos animais portadores, principalmente de roedores, e mais raramente pelo contato direto

com sangue, tecido, órgão e urina de animais infectados. A infecção pode ser assintomática, sub-

clínica ou ocasionar quadros clínicos graves, anictéricos ou ictéricos com alta letalidade. Toda a

população é suscetível e os principais grupos etários afetados são dos 20 a 49 anos. OBJETIVOS:

Realizar levantamento epidemiológico acerca dos casos confirmados de leptospirose notificados no

sistema de informação de agravos de notificação entre 2007 a 2017 no Nordeste. MÉTODOS:

Trata-se de um estudo quantitativo epidemiológico retrospectivo, cuja fonte de dados é o sistema

DataSUS do Ministério da Saúde. Analisou-se os dados sobre os casos confirmados de leptospirose

notificados no sistema de informação de agravos de notificação entre 2007-2017 no Nordeste. Os

gráficos e tabelas foram confeccionados no Microsoft Office Excel 2014. RESULTADOS:

Percebeu-se que no Piauí o sexo masculino teve 18 casos confirmados, já o sexo feminino teve 6

casos confirmados. Além disso, observa-se que no Maranhão apresenta 362 casos; Ceará, 865 casos;

Rio Grande do Norte, 178 casos; Paraíba, 157 casos; Pernambuco, 2261 casos; Alagoas, 646 casos;

Sergipe, 532 casos; Bahia, 1412 e, por fim, Piauí com 24 casos. DISCUSSAO: Na comparação

entre os estados nordestinos analisados observou-se que os estados da Bahia e Alagoas possuem

maiores índices de leptospirose. Em virtude de serem áreas com maiores deficiências econômicas

e de saneamento básico, uma vez que a doença está associada a condições de vida e infraestrutura,

principalmente a nível domiciliar. Além disso, durante os períodos sazonais ocorrem grandes cheias

deixando o ambiente mais propicio para a disseminação da doença. CONCLUSÃO: Conclui-se

que no estado do Piauí o sexo masculino tem o maior número de casos confirmados de leptospirose

em humanos notificados foi de 18 e que os estados do Piauí e Paraíba obtiveram ao todo menores

quantidades numéricas de casos na região Nordeste, enquanto Bahia e Pernambuco obtiveram os

maiores números de casos da região.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E SUA RELAÇÃO

COM O ATENDIMENTO PRÉ NATAL EM TERESINA E NO PIAUÍ, DE 2008 A 2014

Luísa Gomes Oliveira; João Santos Lima Almendra; Ana Angélica Luz Pereira; Leandra Rúbia

Oliveira Moreira; Vinícius Araújo do Vale; Amâncio Ferreira Estrela Filho

Paulo André Luz Pereira

INTRODUÇÃO: A sífilis congênita constitui uma importante causa de mortalidade perinatal no

Piauí. Por ser uma doença evitável por meio de diagnóstico e tratamento precoces, o atendimento

pré-natal adequado é uma ferramenta essencial para sua prevenção. Nesse sentido, o presente

trabalho objetiva analisar a relação entre os casos de sífilis congênita e a porcentagem de nascidos

vivos com mais de sete consultas pré-natais, em Teresina e no Piauí, de 2008 a 2014. MÉTODOS:

Estudo epidemiológico quantitativo, com coleta de dados na plataforma online DATASUS, acerca

dos parâmetros citados em Teresina e no Piauí, entre 2008 e 2014. RESULTADOS: No período

analisado, registraram-se, no Piauí, 417 casos de sífilis congênita; desses, 216 (51,80%) foram

notificados em Teresina. Em 2008, dos 15 casos registrados no estado, apenas 2(13,33%) referem-

se à capital. Houve grande aumento dos casos ao longo do período – em 2014, dos 107 casos de

sífilis congênita no Piauí, 55 (51,40%) foram notificados em Teresina. Com relação à porcentagem

de nascidos vivos com mais de sete consultas pré natais, observou-se aumento no estado do Piauí

(de 45,92% em 2008 para 54,92% em 2014), mas redução em Teresina (de 62,68% para 56,44%,

nos mesmos anos). DISCUSSÃO: Observou-se aumento importante na porcentagem de nascidos

vivos no Piauí com mais de sete consultas pré-natais entre 2008 e 2014; entretanto, na capital, houve

significativa redução, evidenciando o aumento do acesso às consultas pré natais no interior do

estado. Apesar dessa tendência, houve enorme elevação no número de casos de sífilis congênita

tanto em Teresina quanto no Piauí. Pode-se inferir que, embora o acesso ao atendimento pré natal

tenha aumentado no estado, o diagnóstico e tratamento precoce da sífilis materna – essencialmente

à base de penicilina - não se dão de forma adequada, não sendo capaz de evitar, de forma efetiva, a

transmissão vertical em grande número de casos. Deve-se considerar, ainda, a possibilidade

subnotificação de casos de sífilis congênita, em especial no interior do estado. CONCLUSÃO:

Houve aumento na porcentagem de nascidos vivos com mais de sete consultas pré-natais entre 2008

e 2014 no Piauí, embora, em Teresina, tenha-se verificado significativa redução. Tal redução é

compatível com a elevação do número de casos de sífilis congênita na capital. O aumento do número

de casos da doença no estado evidencia incapacidade de tratamento eficaz da sífilis materna.

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RELATO DE CASO: TRATAMENTO CIRÚRGICO DE LESÃO COMPLETA DO BÍCEPS

DISTAL POR DUPLA VIA EM PACIENTE JOVEM HALTEROFILISTA.

Nina de Jesus Sousa Pires de Moura; Ana Catarine Moura Rodrigues Costa; João Alberto Madeira

Sobrinho; Gabriela Monteiro de Carvalho Pereira; Leticia de Melo Lustosa; Analú Ferreira

Rodrigues

Alciomar Veras Viana

Paciente do sexo masculino, branco, 32 anos, halterofilista, realizou esforço com peso que resultou

em uma ruptura do bíceps distal, com limitação funcional de membro superior esquerdo e

compareceu para avaliação médica no mesmo dia do ocorrido. No exame físico, paciente apresentou

equimose na prega cubital do cotovelo esquerdo, dor na extensão do membro e o sinal do Popeye

invertido. Foi tratado na fase aguda da lesão, sendo submetido a um procedimento com a técnica de

dupla via com pontos transósseos. Paciente evoluiu com imobilização em tala axilopalmar durante

30 dias. Após esse período, foi retirada a tala e iniciou-se o tratamento de fisioterapia, inicialmente

com movimentações passivas, depois ativa-passivas, peso e arco de movimento. Após 30 sessões

de fisioterapia, paciente teve alta com o arco de movimento completo do cotovelo tanto

flexoextensão e pronosupinação e em 6 meses foi liberado pra retornar às atividades de academia

com peso de progressão gradual.

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ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE FRATURA DO FÊMUR NO BRASIL NO PERÍODO DE

JANEIRO DE 2013 A DEZEMBRO DE 2017

Kelly Daysy Marques Cabral; Sofia Naira Barbosa Freitas; Leticia Araujo Leal; Luciana Maria

Fortes Magalhães Castelo Branco Couto; Lívia Maria Alcântara Vasconcelos; Gideon Batista

Viana Júnior

Luciana Tolstenko Nogueira

INTRODUÇÃO: A fratura do fêmur é causa de alta morbimortalidade tardia e é ocasionada,

principalmente, por traumas de alta energia em jovens e adultos e por quedas em idosos, sendo mais

suscetível em mulheres idosas devido ao maior risco de osteoporose. Assim, o estudo objetiva

analisar as internações por fratura do fêmur no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. O levantamento dos dados foi

realizado através de coleta de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).

Os resultados foram agrupados em planilhas do software Microsoft Excel e expostos em gráficos e

tabelas.RESULTADOS: No período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017, foram notificados

7848 casos de internação por fratura de fêmur no Piauí. Nesse período, 2017 foi o ano que

apresentou mais casos, com 1.709 (21,77%); seguido por 2016, com 1.690 (21,53%); 2015, com

1.607 (20,47%); 2014, com 1.472 (18,75%); e 2013, com 1.370 (17,45%). Observou-se que 4.420

(56,32%) são pacientes do sexo masculino, enquanto que 3.428 (43,68%) são mulheres, sendo 2.449

(71,44%) acima de 60 anos. A respeito da faixa etária, houve predomínio na faixa de 80 anos e

mais, com 1.738 (22,14%) casos, seguida de 20 a 29 anos com 1.125 (14,33%); e com menor número

de casos, a população menor de 1 ano, com 11 (0,14%) casos. Quanto ao caráter do atendimento,

notou-se que a grande maioria dos pacientes foi atendida em caráter de urgência (7.656 casos),

correspondendo a 97,55% das internações, já o atendimento eletivo foi observado em apenas 175

(2,22%) dos casos. Em 185 (2,35%) casos, o desfecho final foi o óbito. DISCUSSÃO: A fratura do

fêmur tem aumentado nos últimos anos, o que pode ser explicado pelo aumento dos acidentes e da

quantidade de idosos. No Estado do Piauí, essa faixa etária apresentou maior incidência dessa

fratura, e as mulheres idosas devido à osteoporose foram mais afetadas que os homens idosos. Em

seguida os jovens entre 20 e 29 anos foram os mais acometidos, o que pode ser justificado pelos

traumas de alta energia como nos acidentes de trânsito, que evidenciam também a alta taxa de

atendimento no caráter de urgência. Ademais, percebeu-se que os óbitos ocorreram em maior

quantidade nas mulheres idosas. CONCLUSÃO: O perfil descrito é importante para a análise dos

fatores relacionados à fratura do fêmur e para orientação de políticas públicas que busquem medidas

preventivas simples e eficazes para diminuição de traumas.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO

PIAUÍ, 2009-2015

Camyla Carvalho Almeida Pinto; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos; Larissa Oliveira Lima;

Marilia Julie Ramos Simão; Yasmin Olímpio Campos da Silva; Laís Oliveira Lima

Deuzuita dos Santos Freitas Viana

INTRODUÇÃO: A leishmaniose tegumentar americana é considerada uma doença de caráter

ocupacional. O objetivo do estudo foi realizar um levantamento de informações de acordo com as

variáveis forma clínica, classificação epidemiológica, critério de confirmação e evolução do caso

acerca da situação epidemiológica da leishmaniose tegumentar americana no Piauí. MÉTODOS:

O estudo caracteriza-se como quantitativo epidemiológico. Foram analisados dados sobre

leishmaniose tegumentar americana, de acordo com forma clínica, classificação epidemiológica,

critério de confirmação e evolução do caso, de 2009 a 2015. Foram avaliadas informações do banco

de dados oficial DATASUS. RESULTADOS: Foram analisados 829 casos, sendo 771 com forma

cutânea (93%) e 58 com forma mucosa (7%). Foram analisados 827 casos, sendo 826 importados

(99%) e 1 autóctone (1%). Foram analisados 829 casos, sendo 523 confirmados por método clínico-

laboratorial (63%) e 306 por método clínico-epidemiológico (27%). Foram analisados 516 casos,

sendo 489 evoluindo para cura (94,7%); 13 mudaram de diagnóstico (2,5%); 7 abandonaram o

tratamento (1,4%); 5 transferiram (0,9%) e 2 óbitos por outra causa (0,5%). DISCUSSÃO: As

principais manifestações clínicas da LTA são lesões cutâneas e mucosas. A primeira, com maior

frequência, apresenta-se como uma lesão ulcerada única, com bordas elevadas, bem definidas e

indolores. A maior parte dos casos são importados devido haver uma migração dos indivíduos

infectados para os locais de referência em busca de diagnóstico e tratamento. O critério de maior

confirmação de leishmaniose tegumentar americana no Piauí é o clínico-laboratorial. Na ocorrência

de lesões típicas de leishmaniose, o diagnóstico clínico e epidemiológico pode ser realizado. O

diagnóstico clínico-epidemiológico pode ser complementado pela Intradermorreação de

Montenegro (IDRM) positiva e eventualmente pela resposta terapêutica. A maioria da população

do Piauí tem a evolução da leishmaniose tegumentar americana em direção à cura. Isso se deve, em

grande parte, ao tratamento precoce da doença visto que isso acaba dificultando a evolução para

óbitos. CONCLUSÃO: O estudo epidemiológico foi realizado com base nos anos 2009 a 2015. E

os resultados demonstraram que a maior parte dos casos se encontra na forma cutânea, sendo a

maioria casos importados, diagnosticados por critério clínico-laboratorial e a maior parte evoluindo

para cura.

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RELAÇÃO ENTRE NÚMERO DE CASOS NOVOS DE SÍFILIS CONGÊNITA E O

NÚMERO DE TESTE DE SÍFILIS POR GESTANTE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA-PI

Andrea Carla Soares Vieira Souza; Iane Lopes da Rocha; Anne Barbosa Gonçalves Mesquita;

Esther Barata Machado Barros; Lara Beatriz Pereira França; Vanessa Cristina de Castro Aragão

Oliveira

Vanessa Cristina de Castro Aragão Oliveira

INTRODUÇÃO: A incidência de sífilis congênita no Brasil vem crescendo vertiginosamente,

principalmente a partir de 2006, no qual a taxa era de 2,0 casos/mil nascidos vivos. Em 2015,

ocorreu a incidência de 6,5 casos de sífilis/mil nascidos vivos no Brasil, sendo que as regiões

Nordeste, Sudeste e Sul apresentaram as maiores taxas, seguidas das regiões Centro-Oeste e Norte.

O objetivo do estudo é analisar a agregação das unidades de observação pelo tempo (2013 a 2015),

a partir da associação entre número de casos novos de sífilis congênita em menores de um ano de

idade em Parnaíba-PI e o número de testes de sífilis por gestante. METODOLOGIA: Trata-se de

um estudo ecológico realizado no município de Parnaíba- PI, utilizaram-se dados oriundos do

Sistema de Informação de Atenção Básica e do e-SUS Atenção Básica. Adotou-se a regressão linear

para análise estatística dos dados. RESULTADOS: O estudo mostrou que o número de testes de

sífilis por gestante, no município de Parnaíba-PI, em 2013 alcançou a meta esperada (2%), em 2014

houve um decréscimo (1,567%) e em 2015 um pequeno aumento (1,86%). Em todo o período

avaliado, observou valores menores que a meta Estadual (2%) e Nacional (2%). Foi verificado que

o número de casos novos de sífilis congênita em menores de um ano de idade manteve-se sempre

crescente em relação aos anos de 2013 (4%), 2014 (18%) e 2015 (23%). DISCUSSÃO: Na

comparação entre os dois indicadores analisados observou-se que existe uma correlação,

comprovando a hipótese de associação entre a diminuição da realização do número de teste de sífilis

por gestante e um aumento do número de casos novos de sífilis congênita. Isso acontece em razão

do baixo número de consultas pré-natal, não comparecimento de retorno da gestante com os

resultados dos exames utilizados para diagnóstico de sífilis, bem como falha do serviço na busca

ativa das gestantes, que abandonam o acompanhamento pré-natal, e na instituição de tratamento

inadequado. CONCLUSÃO: Comprovou-se a hipótese de associação entre a diminuição da

realização do número de teste de sífilis por gestante e um aumento do número de casos novos de

sífilis congênita. Dessa forma, a realização de testes avaliativos para sífilis melhorariam os

indicadores em saúde, pois é na Atenção Primaria que deve acontecer a notificação dos casos, e a

assistência pré-natal deve ter a qualidade necessária para impedir a transmissão congênita da sífilis.

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ANÁLISE DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DO PIAUÍ NO

PERÍODO DE 2011 A 2015

Ana Angélica Luz Pereira; Luisa Gomes Oliveira; Gabriela Soares Milanez; Leandra Rúbia

Oliveira Moreira; João Santos Lima Almendra

Paulo André Luz Pereira

INTRODUÇÃO: Animais peçonhentos são aqueles que produzem ou modificam veneno e

possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa ou predador. A saúde pública tem interesse,

principalmente, naqueles animais que causam acidentes classificados pelos médicos como

moderados ou graves. O clima do Piauí, predominantemente tropical quente e úmido, permite que

diversos desses animais sejam encontrados no estado. O objetivo desta análise é avaliar, de forma

epidemiológica, os casos de acidentes por animais peçonhentos no Piauí no período de 2011 a 2015.

MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de cunho quantitativo, realizada por meio de um estudo

epidemiológico retrospectivo de 2011 a 2015, com dados obtidos no Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN). Os critérios de análise são: ano de ocorrência, faixa etária, tipo

de acidente e evolução do caso. RESULTADOS: De 2011 a 2015, foram registrados no estado

8.426 acidentes por animais peçonhentos, em 2013, observou-se maior número de casos, 2.432

(28,9%), enquanto que o menor número, 1.119 (13,3%), foi registrado em 2011. A média anual foi

de 1.684,6 casos. A faixa etária de 20 a 39 anos foi mais acometida no período, havendo 2.862

(34%) acidentes, seguida pela faixa etária de 40 a 59 anos, com 2.353 (27,9%) casos. Dos 8.426

acidentes do período, 5.785 (68,6%) foram devido a alguma espécie de escorpião, enquanto que as

serpentes foram a segunda maior causa de acidentes, com 1.024 (12,2%) casos. Quanto à evolução

dos acidentes, a maioria, 7.093 (84,2%) casos, evoluiu para a cura. DISCUSSÃO: Devido ao clima

quente e úmido do Piauí, associado à constante urbanização, com invasão dos habitats de diversos

animais peçonhentos, os acidentes têm elevada média de número de casos, apesar da distribuição

variável ao longo dos anos. A faixa etária mais acometida foi a de adultos de 20 a 59 anos, isso se

deve ao fato de constituírem a parcela mais ativa da sociedade e, consequentemente, estão mais

expostos. A maior parte dos acidentes deve-se a escorpiões e serpentes, porque eles comumente têm

seu habitat invadido por casas. Cerca de 85% dos casos evoluiu para a cura, o que reflete a eficácia

do serviço de saúde em tratar tais acidentes. CONCLUSÃO: Foi alto o número de acidentes por

animais peçonhentos no Piauí de 2011 a 2015, sendo adultos os principais acometidos,

principalmente por escorpiões e serpentes e a maioria dos casos evoluiu para a cura.

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MIOCARDIOPATIA NÃO COMPACTADA DE MODO ISOLADO - RELATO DE CASO

Ana Mariza Teixeira Almeida; Macalixto Gonçalves de Melo Araújo; Allana Rodrigues César

Araújo Luz; Raquel Gonçalves Bessa; Maria Laura Monteiro Tajra Castelo Branco; Flavia

Pimenta Borges de Melo Brito

Antonio Vieira de Jesus

INTRODUÇÃO: O miocárdio não compactado é uma patologia rara, com prevalência de 0,014%,

sendo mais comum em homens. Os pacientes podem ser assintomáticos ou demonstrar sintomas de

insuficiência cardíaca, arritmias ou tromboembolismo. O diagnóstico é realizado por meio de

ecocardiografia. O tratamento utiliza betabloqueadores para a disfunção ventricular esquerda da

insuficiência cardíaca. A prevenção das complicações tromboembólicas associada à doença é

controversa. Algumas diretrizes, incluindo a brasileira, recomendam anticoagulação em função

sistólica diminuída com fração de ejeção inferior a 40%, história de tromboembolismo ou fibrilação

atrial. O prognóstico é variável: desde casos assintomáticos por toda vida até rápida deterioração

da função cardíaca e óbito precoce. Assim, o diagnóstico precoce permite melhor estratificação de

risco, rastreio sistemático das famílias afetadas e tratamento. RELATO DE CASO: C.E.B.S, 13

anos, masculino, apresentou quadro de dor abdominal, síncopes e dispneia aos médios esforços com

evolução de 3 meses, necessitando de internação hospitalar para controle dos sintomas. Ao exame

físico, hepatomegalia palpável a 4 cm do rebordo costal, anasarca, dispneia em decúbito dorsal.

Realizou Ecocardiograma Transtorácico que mostrou miocárdio hipertrabeculado, mais acentuado

na região lateral médio-apical e posterior, com uma fração de ejeção de 11%, aumento de câmeras

esquerdas, disfunção sistólica importante do VE, disfunção diastólica grau II no VE e derrame

pericárdico leve. Prescrito Carvedilol 3,125 2x/dia, Captopril 25mg, ½ comprimido 2x/dia,

Espironolactona 25mg, ½ comprimido 1x/dia, Furosemida 40mg 2x/dia. Permaneceu internado por

10 dias e recebeu alta hospitalar após controle dos sintomas para acompanhamento ambulatorial em

Hospital de referência em Recife. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A miocardiopatia não

compactada isolada provavelmente surge no período embrionário, com a parada intrauterina da

compactação miocárdica no início do desenvolvimento fetal, e que determina trabeculações

miocárdicas proeminentes com recessos intertrabeculares profundos e espessamento do miocárdio

em duas camadas distintas. O diagnóstico é cada vez mais comum em pacientes adultos que não

apresentam outra doença cardíaca. A miocardiopatia não compactada possui como principais

complicações o tromboembolismo, arritmias e insuficiência cardíaca progressiva. Entre as

arritmias, a taquicardia ventricular possui risco significativo de morte súbita.

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CEFALEIA EM SALVAS TRATADA COM LEVETIRACETAM EM NONAGENÁRIA

COM CONTRA-INDICAÇÕES AO MANEJO PADRÃO

Vinicius Araujo do Vale; Diego Coimbra Alencar; Palloma Parry Carneiro; Thiago Assis Borges

Morais; ícaro Araújo de Sousa; Maria Clara Luz Ferreira

Kelson James Silva de Almeida

INTRODUÇÃO: A cefaleia é um sintoma subjetivo de grande prevalência que se apresenta como

uma sensação de desconforto ou dor na extremidade cefálica, podendo ser de causa primária ou

secundária. Dentre as primárias, destaca-se a cefaleia em salvas, caracterizada por ataques graves e

unilaterais de dor na área periorbital, além de sintomas autonômicos e agitação craniana, com maior

prevalência em homens. Atualmente, tem profilaxia baseada no uso de Verapamil,

betabloqueadores e topiramato. Alguns estudos têm demonstrado que o Levetiracetam apresenta

eficácia na redução do número e da gravidade de crises em migrânea. Embora seu mecanismo de

ação não seja bem elucidado, esse medicamento é utilizado no tratamento de crises epilépticas com

boa tolerância e um padrão de poucos efeitos colaterais, apesar da possibilidade de sonolência e

astenia. O objetivo deste estudo é relatar o uso do Levetiracetam como tratamento profilático para

cefaléia em salvas em condição clínica pouco comum. RELATO DO CASO: Paciente do gênero

feminino, 90 anos, queixa-se de cefaleia frontal à esquerda há 6 meses. As crises duram cerca de

20 minutos e frequência de 2 a 3 vezes por semana, 2 vezes por dia. A dor se manifesta como uma

pontada e sempre está associada a lacrimejamento do olho ipsilateral, mas sem ptose ou

vermelhidão ocular. Pressão arterial aferida: 160/72mmHg. Apresenta tomografia computadorizada

de crânio sem alterações. A hipótese diagnóstica foi de cefaleia em salvas. Como a paciente é

alérgica a oxcarbazepina, ácido valproico, topiramato e lamotrigina, e apresentava cardiopatia e

diabetes delitos que contra-indicavam o uso de verapamil e lítio alem de corticoterapia,

respectivamente, fora prescrito levetiracetam 250 mg pela manhã e à noite. Após seguimento de 90

dias, a paciente retorna e refere ausência de novos episódios de cefaléia com sintomas trigeminais.

Não tolerou o aumento do medicamento para 250 mg pela manhã e 500 mg à noite.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Trata-se de um quadro atípico de cefaleia em salvas, tanto

epidemiologicamente (mulher, com a primeira crise aos 90 anos), quanto pelo tratamento escolhido

(levetiracetam, diante da alergia aos medicamentos clássicos para esse tipo de cefaleia e

comorbidades clínicas associadas). A paciente apresentou melhora clínica significativa das crises

de cefaleia com o uso de levetiracetam. Assim, necessitam-se mais ensaios acerca da eficácia desse

fármaco, diante da escassez de estudos em seu uso para cefaleia em salvas.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR AGROTÓXICOS EM

CRIANÇAS DE ATÉ 4 ANOS DE IDADE NO NORDESTE ENTRE 2012 E 2017

Vinicius Araujo do Vale; Catarina Carvalho Fontenelle de Araújo; Luciano da Silva Lopes.

INTRODUÇÃO: O Nordeste do Brasil é uma região de perfil agrário. Com isso, são significativos

os casos de intoxicação exógena por agrotóxicos entre a população, sobretudo devido à toxicidade e

ao incorreto uso e estoque do produto. As crianças menores de 5 anos de idade formam um grupo

ainda mais suscetível aos acidentes, devido à falta de conhecimento e à curiosidade inerente à faixa

etária. Assim, o presente estudo visa analisar, à luz da epidemiologia, casos de intoxicação exógena

por agrotóxicos em crianças de até 4 anos, no Nordeste, a fim de evitar novos casos. MÉTODOS:

Estudo quantitativo, epidemiológico e retrospectivo, cuja fonte de dados são casos de intoxicação

exógena no Nordeste notificados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificação),

alusivos ao período de 2012 a 2017. Selecionaram-se dados conforme o objetivo do estudo, tabulando-

os através do Microsoft Excel 2017. RESULTADOS: Relatara-se 36.668 casos de intoxicação

exógena por agrotóxico no Brasil, o Nordeste com 22,80% deles. Analisando a faixa etária na região,

crianças de até 4 anos representam 10,49%. Avaliando esse grupo, verifica-se que afetam mais homens

(53%), com 82,4% na área urbana, e que 79,36% dos casos ocorreram de forma acidental, mas em

apenas 1,25% houveram óbitos, com 81,19% dos casos havendo cura total sem sequelas. Quanto ao

tipo de agrotóxico, 42,41% foi do tipo agrícola e 54,73% foi doméstico. No período analisado, há uma

oscilação no número desses casos, com média de 146,17 por ano. Entre 2016 e 2017, contudo, houve

uma redução de 33,7%. DISCUSSÃO: São relevantes os casos de intoxicação exógena acidental em

crianças de até 4 anos. Em crianças de até 1 ano, os acidentes ocorrem através do contato com adultos

que fazem mau uso do agrotóxico. Já crianças com 1 a 4 anos são suscetíveis à intoxicação exógena

devido à curiosidade, à inexperiência e ao hábito de explorar o ambiente avidamente (favorecendo

inalação, contato com a pele e ingestão dos agrotóxicos). Logo, o armazenamento incorreto dos

agrotóxicos é fator de risco para intoxicação. CONCLUSÃO: Nota-se que essa faixa etária também

está sujeita à intoxicação exógena por agrotóxicos, sobretudo de modo acidental, em especial os de

uso doméstico. Ademais, os acidentes são prevalentes em homens na zona urbana. Apesar dos poucos

óbitos e da redução nos casos no último ano, deve-se atentar para os riscos de intoxicação nessa faixa

etária, com a adoção de melhores ações protetivas para prevenir acidentes.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MENINGITE NO PIAUÍ DE 2009 A 2017

Angélica Montoril Mendes Dantas; Giusephe Marques Alencar; Pablo Samarony Gomes Costa;

Marília Francisca da Silva Pereira; Ícaro Araújo de Sousa; Salete Maria da Rocha Cipriano Brito

INTRODUÇÃO: A meningite caracteriza-se pela inflamação das membranas que revestem o tecido

nervoso encefálico e espinhal associada a agentes virais, fúngicos ou bacterianos, estes normalmente

mais graves pela maior letalidade e risco de sequelas. O objetivo deste estudo é levantar um perfil

epidemiológico de meningite no Piauí, de 2009 a 2017. METÓDOS: Trata-se de um estudo

quantitativo epidemiológico retrospectivo, utilizando como fonte dados o Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN). Analisou-se os dados de meningite referentes à faixa etária, sexo,

escolaridade, etiologia e evolução da doença no Piauí de 2009 a 2017. RESULTADOS: Notificou-se

3.745 casos, sendo 62,3% do sexo masculino e 37,7% do sexo feminino. O ano de maior ocorrência

foi 2009, correspondendo a 29,8%. As percentagens em ordem cronológica dos anos seguintes foram

17,6%; 13,5%; 12,8%; 10,5%; 7,3%; 6,1%; 5,3 e 4,5%, respectivamente. A maioria (86,1%) dos casos

evoluiu para alta e verificou-se 188 óbitos. A maior frequência de casos ocorreu em pessoas com idade

menor que 20 anos (51,4%), seguido por pessoas com idade entre 20 e 60 anos (38,3%); em maiores

de 60 anos, a percentagem foi de apenas 3,2%. Quanto à escolaridade, a maior ocorrência de

casos(13,8%) deu-se entre aqueles com ensino fundamental; houve redução na ocorrência em pessoas

no ensino médio(5,0%) e menor ocorrência entre aqueles com educação superior(0,8%). Analisando a

etiologia, a maioria caracteriza-se como meningite viral(49,7%); 25,8% casos referem-se à meningite

não especificada e 11,8% à meningite bacteriana. DISCUSSÃO: O menor nível de instrução se

relacionaria com o maior acometimento pelo menor acesso à informação e conhecimento acerca de

medidas de prevenção da doença. Já no que concerne à faixa etária, pode-se associar à menor

maturidade do sistema imunológico, que aumenta ao longo da idade, com porcentagens cada vez

menores de acometimento ao longo do envelhecimento da população avaliada. Com relação ao sexo

masculino ser o mais acometido, destaca-se a diferença de estilo de vida, alterando os fatores de risco

e gerando o grupo em questão como o mais suscetível. CONCLUSÃO: A doença é frequente em

homens e em idade menor que 20 anos. Nos casos de meningite especificada, a etiologia de maior

ocorrência foi viral, seguida de bacteriana. Reduziu-se o número de casos com o passar dos anos e, nas

pessoas alfabetizadas, notou-se que o número de casos é inversamente proporcional ao aumento da

escolaridade.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE HEPATITE B NO

NORDESTE, DE 2007 A 2017

Giusephe Marques Alencar; Pablo Samarony Gomes Costa; Marília Francisca da Silva Pereira;

Angélica Montoril Mendes Dantas; Ícaro Araújo de Sousa; Salete Maria da Rocha Cipriano Brito

INTRODUÇÃO: A hepatite B é causada por um vírus envelopado de dupla fita de DNA pertencente

à família Hepadnaviridae, cuja transmissão ocorre principalmente pelas vias parenteral e sexual. Essa

doença está relacionada a maiores riscos de cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC), principalmente

na população idosa. A identificação dos antígenos virais e seus respectivos anticorpos, colabora com

seu diagnóstico e seguimento. O objetivo do trabalho é fazer uma análise epidemiológica dos

portadores hepatite B no nordeste, de 2007 a 2017. MÉTODOS: O presente estudo tem caráter

epidemiológico, transversal, quantitativo e retrospectivo. Os dados foram levantados a partir de uma

busca ativa nos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e

Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA). Foram analisados todos os casos

confirmados segundo sexo, faixa etária, raça, manifestação clínica, sorologia e modo de confirmação,

no período de 2007 a 2017. A seguir, os dados foram analisados e tabulados estatisticamente, através

de planilha Excel®. RESULTADOS: Observou-se que, dos 15.404 casos confirmados nos referidos

anos, 46,4% eram do sexo feminino e 53,6% masculinos. Ademais, 46,7% na faixa etária de 20 a 39

anos, 37,2% na de 40 a 59 anos 4,4% de 60 a 64 anos, com menor participação das outras categorias.

Notou-se que 33,5% dos portadores se declararam brancos e 48,3%, pardos. Quanto à manifestação

clínica da doença, 69,5% apresentavam hepatite B na forma crônica e 19,5% a forma aguda, sendo que

82,3% apresentaram a sorologia e virologia de HBsAg reagente e 4,7% como não-reagente. Quanto ao

diagnóstico, 99,8% foram por testes laboratoriais e 0,02% clinico-epidemiológicos. DISCUSSÃO:

Percebeu-se que a HVB foi mais prevalente no sexo masculino, possivelmente relacionado ao estilo

de vida e a comportamentos que oferecem maior risco. Em relação à faixa etária, observou-se que a

mais afetada foi a constituída por indivíduos em idade mais sexualmente ativa, o que corrobora com a

literatura em relação a importância desta via de transmissão. A maior proporção diagnosticada na

forma crônica em detrimento da pequena taxa de cronificação do HBV pode estar relacionada aos

sintomas extremamente inespecíficos da forma aguda. CONCLUSÃO: A HVB predomina em homens

e na população adulta jovem. Quanto à raça, há um predomínio de casos de HVB em pardos. Ademais,

notou-se que o modo de confirmação da doença é essencialmente laboratorial.

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CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE CHIKUNGUNYA EM PARNAÍBA: UM DESAFIO

PARA A SAÚDE PÚBLICA

Ana Carolina Aguiar Cardoso; Vitor Monte de Castro Alencar; Tereza Cristina de Carvalho Souza

Garcês

INTRODUÇÃO:A chikungunya, uma arbovirose causada pelo Chikungunya virus, pertencente à

família Togaviridae e gênero Alphavirus, é caracterizada por uma síndrome febril associada a mialgia,

cefaleia e dor articular intensa. Diante disso, o presente trabalho objetiva caracterizar o perfil

epidemiológico da Chikungunya em Parnaíba e auxiliar no estabelecimento de medidas preventivas

junto à Vigilância Epidemiológica. MÉTODOS:Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e

retrospectivo realizado na cidade de Parnaíba-PI, cujo os dados foram obtidos através do Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (SINAN-PI) fornecidos pela Coordenação de Vigilância

Epidemiológica da Prefeitura Municipal de Parnaíba e referem-se ao período de 2016 e 2017.

RESULTADOS: Durantes os anos de 2016 e 2017 foram notificados 1.257 casos de Chikungunya em

Parnaíba, sendo 112 e 841 confirmados respectivamente, com uma taxa de incidência de 0,74 em 2016

e 5,58 em 2017 para cada 1.000 habitantes. Os dados apontam uma maior prevalência do sexo feminino

(67,8%). Em relação aos sintomas, destacam-se: exantema (62,8%), mialgia (76,5%), cefaleia (78,6%),

artralgia (85,1%) e febre (95,1%). Observa-se que em 2016 o maior índice de casos ocorreu na faixa

etária entre 15-19 anos (31,2%) e em 2017 entre 20-34 anos (27,5%) de idade. Além disso, os bairros

mais acometidos em ambos os anos foram, João XIII (21,4%), Pindorama (11,2%), Piauí (9,2%) e

Ceara (10,2%). DISCUSSÃO: Por Parnaíba ser uma área tropical, suscetível as condições do mosquito

(Ae. aegypti ou Ae. albopicus), é notável o aumento do número de casos de Chikungunya. No entanto,

ela se encontra em expansão por todo o país, denotando aumento em outras regiões, como, Sergipe e

Bahia. Acredita-se que as mulheres são maioria nos casos notificados por procurarem mais o serviço

de saúde do que os homens. A febre e a artralgia são os sintomas mais prevalentes, na fase aguda,

porém, os sintomas articulares, na fase crônica, duram de meses até anos.

CONCLUSÃO:Comparando-se os anos de 2016 e 2017, houve aumento do número de casos de

Chikungunya, em Parnaíba, assim como em outras regiões do país. Este aumento, devido a

cocirculação de diversos arbovírus, dificulta o diagnóstico entre as arboviroses. Dessa forma, são

necessárias ações de educação em saúde que auxiliem no estabelecimento de medidas de prevenção e

controle, na capacitação dos profissionais de saúde para a realização de um diagnóstico e manejo

clínico adequado do paciente.

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE HEPATITE NO MUNICÍPIO DE PARNAÍBA

- PI NO PERÍODO DE 2009 A 2015

PAULA SABRINA MARTINS BARROS; LUANA CRISTINA FARIAS CASTRO; CÁSSY

GEOVANNA FERREIRA MOURA; MARIA CAROLINA OLIVEIRA AZEVEDO; LAÍS

MESQUITA MORORÓ ARAGÃO; REBECA COELHO LINHARES; LUAN KELVES

MIRANDA DE SOUZA

INTRODUÇÃO: As hepatites virais são infecções sistêmicas ocasionadas por diferentes agentes

etiológicos, que possuem como característica comum o hepatotropismo. A intensidade desses agravos

pode ser compreendida quando se confrontam a informações epidemiológicas mais recentes e a

gravidade dos casos. O presente estudo propõe caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de

hepatites virais na cidade de Parnaíba-PI, nos anos de 2009 a 2014. MÉTODOS:Trata-se de um

levantamento retrospectivo dos casos de hepatites virais – casos registrados no Sistema de Informação

de Agravos de Notificação e disponibilizados pela Secretaria de Saúde da cidade de Parnaíba-PI, no

período de 2009 a 2014. As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, forma clínica, classificação

etiológica, e provável fonte de infecção. RESULTADOS: Foram notificados 74 casos de hepatites

virais, com 46% dos casos confirmados. Foram verificadas as seguintes prevalências: hepatite B

(41,1%), hepatite A (38,2%) e hepatite C (20,5%). Em relação as variáveis analisadas, não houve

diferenças significativas entre homens e mulheres. A maior taxa de incidência foi na faixa etária entre

20 a 49 anos, com 35,2% das notificações. A forma clinica mais observada foi a hepatite aguda

(52,9%), contrapondo 44,1% da forma crônica. Com relação a provável fonte de infecção, cerca de

20,58% dos casos foram por alimentos contaminados, 20,58% por transmissão sexual, 2,9% por

contato pessoa a pessoa, 2,9% por procedimentos cirúrgicos, 38% não souberam responder e 14,7%

dos casos a contaminação ocorreu no ambiente domiciliar. DISCUSSÃO: Diante dos resultados,

observou-se que a hepatite B apresenta uma maior prevalência na área estudada. Considerando que

essa forma apresenta uma maior gama de comobirdades e uma maior patogenicidade, refere um maior

risco para a população infectada.Isso deve agir como um fator de alerta para os órgãos de saúde

municipais, visto que devem trabalhar ainda mais na prevenção dessa doença.CONCLUSÃO: Dado

o exposto, pode-se concluir que houve uma elevada taxa de hepatite aguda, que age, na maioria das

vezes, de forma silenciosa e pode propiciar uma maior disseminação da doença. Além disso, os níveis

de hepatites B e C são preocupantes, uma vez que podem evoluir para casos de óbito mais rapidamente.

Nesse contexto, o diagnóstico e o início do tratamento são imprescindíveis.

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INFECÇÃO POR HEPATITE A NO ESTADO DO PIAUÍ NO PERÍODO DE 2011 A 2015

JANAÍNA SANTOS DE ARAUJO; CLARA DANTAS DA FONSECA; MARIA DO CARMO

CARVALHO E MARTINS

INTRODUÇÃO: A hepatite A configura-se em uma infecção aguda do fígado ocasionada pelo vírus

A (VHA). Esse vírus é muito infeccioso, apesar da sua presença no sangue ser diminuta e de curta

duração. A doença é geralmente transmitida ao comer ou beber alimentos ou água contaminados com

fezes infetadas. O período de incubação é maior em crianças do que nos adultos com duração entre 20

e 40 dias. Esse estudo objetiva estabelecer a relação entre as variáveis e a necessidade de prevenção

da hepatite A. MÉTODOS: Estudo analítico com coleta retrospectiva de dados a partir do Sistema de

Informações de Agravos e Notificação (SINAN), considerando-se os casos notificados de Hepatite A

no estado do Piauí no período de 2011 a 2015. Neste intervalo de tempo, observaram-se as diversas

faixas etárias mais acometidas, assim como sexo e municípios de maiores prevalências.

RESULTADOS: Conforme as informações de notificação, a faixa etária 10-14 anos obteve o maior

número de notificações nos anos em estudo, totalizando 90 casos no período de 2011-2014;

excetuando-se o ano de 2015, no qual a faixa etária mais prevalente foi 20-39 anos, com 11 casos

registrados, enquanto a faixa etária de 10-14 anos apresentou quatro casos. Os municípios que mais

apresentaram notificação localizam-se na microrregião de Teresina – evidenciando, assim, a carência

de saneamento básico nas regiões da periferia. Predominaram as notificações de hepatite A do sexo

masculino com cerca de 65% dos registros. DISCUSSÃO: A hepatite A possui ampla distribuição,

sendo uma problemática endêmica em muitas regiões, majoritariamente em áreas menos assistidas por

programas de estratégias em saúde. Contudo a prevalência da infecção diversifica bastante com o grau

de higiene e com as facilidades sanitárias disponíveis para as populações. A discussão acerca da

vacinação é sempre válida em zonas endêmicas, haja vista que o novo perfil epidemiológico da doença

evidencia o aumento de casos notificados na faixa etária de 5 a 9 anos. CONCLUSÃO: A prevenção

da hepatite depende de cuidados generalizados e imunoprofilaxia tanto passiva quanto ativa. A

utilização da imunoglobulina anti-A é indicada para grupos de risco: viajantes para áreas endêmicas e

contatos domiciliares. Nas regiões endêmicas, ressalta-se a irrisória infraestrutura correlacionada à

coleta de lixo, ao abastecimento de água e ao destino inadequado do esgoto sanitário.

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ABORDAGEM CIRÚRGICA DO ADENOCARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR -

RELATO DE CASO

Markus Vinicius Sá Cavalcanti Luz; Wanderson Mário Cavalcante Olimpio; Francisco Robert

Lemos da Fonseca; Beatriz Nogueira Maia Cavalcanti; Germildes Bezerra Rocha; Josemar

Rodrigues Soares; Thiago Soares Gondim Medeiros

INTRODUÇÃO: A neoplasia de vesícula biliar é uma doença relativamente rara, apesar de ser o

tumor mais frequente do trato biliar e o quinto mais frequente do trato gastrointestinal. Acomete

principalmente pacientes idosas e, apresenta uma alta taxa de mortalidade, pois na maioria das vezes

o paciente apresenta sintomas inespecíficos e já se encontra em estádios mais avançados. Devido às

suas características clínicas inespecíficas e por sintomas ausentes no câncer precoce, esta neoplasia é

frequentemente diagnosticada em um estágio tardio, quando o prognóstico é extremamente reservado,

permanecendo grave, com índice de sobrevida em cinco anos de aproximadamente 5% na maioria das

séries registradas. Nesse trabalho faremos o relato de dois casos de adenocarcinoma de vesícula

conduzidos em nosso serviço. RELATO DE CASO: Caso 1: Paciente, AMLC, 63 anos, admitida com

quadro de dor em HD, náuseas e vômitos e icterícia. Apresentando exames de imagens evidenciando

vesícula com invasão até a subserosa sem comprometimento linfonodal. Caso 2: Paciente JCSPL, 34

anos, foi admitido com quadro de dor abdominal, constante, de moderada intensidade, localizada em

HD. Realizou um US que evidenciou nódulos com vegetações em vesícula. Em ambos os casos optou-

se pela ressecção da vesícula (colecistectomia). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O adenocarcinoma de

vesícula apresenta, em seu início, sintomas inespecíficos, o que dificulta sua detecção precoce. Trata-

se de um tumor que apresenta crescimento lento e pode permanecer assintomático ou apresentar

sintomas indistinguíveis de doença benigna. Pode apresentar 3 estágios segundo o grau de invasão

tumoral (não invasivo, invasivo precoce e invasivo tardio). Para o diagnóstico dois aspectos

ultrassonográficos importantes são cálculos fixos no fundo da vesícula e dilatação dos ductos biliares

intra-hepáticos. O manuseio terapêutico e o resultado dependem do modo de apresentação da doença,

característica histológica e extensão do tumor. Nos casos relatados optou-se pela ressecção total da

vesícula.

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ESTENOSE DE ARTÉRIA PULMONAR EM PORTADOR DE SÍNDROME DE

WILLIAMS-BEUREN – RELATO DE CASO

Vitória Souto Galvão de França ¹, Francisco Wellington Lopes Guimarães Filho¹, Yuri Ananias de

Vasconcelos¹, Antônio Henrique Barroso do Vale Filho¹, Luciene Pimentel Souto França ².

INTRODUÇÃO:A síndrome de Williams-Beuren (SWB), é uma anomalia congênita rara, descrita

inicialmente por Williams e cols. em 1961 e posteriormente por Beuren em 1962, teve sua etiologia

recentemente atribuída por Ewart em 1993, a uma microdeleção envolvendo o gene da elastina no

cromossomo 7¹. Estimasse que a ocorrência seja 1/ 20.000 crianças. Apresentam uma face

característica: nariz pequeno e empinado, cabelo encaracolado, lábios cheio, dentes pequenos, sorriso

freqüente ². As anomalias cardíacas estão presentes em cerca de 70% dos casos, sendo a estenose

periférica de artérias pulmonares a segunda mais frequente ¹.RELATO DE CASO:Sexo feminino, 24

anos de idade, aos dois dias de vida apresentou uma parada cardiorrespiratória que foi revertida pela

própria mãe, não havendo repercussões clínicas e não sendo diagnosticado sua causa. Aos dois meses

de vida, foi descoberto sopro cardíaco, sendo indicado acompanhamento clínico até 2 anos de idade,

quando foi realizado ecocardiograma com sedação, diagnosticando estenose de artéria pulmonar

bilateral e indicado cateterismo. Segundo a família, houveram opiniões divergentes dos profissionais,

tendo a mesma optado pelo tratamento conservador, sem ter realizado cateterismo. O acompanhamento

foi realizado com consultas cardiológicas semestrais e ecocardiogramas anuais os quais mostravam

evolução do diâmetro das artérias compatíveis com o crescimento da paciente. Com 3 anos, a paciente

apresentou nova parada cardiorrespiratória durante indução anestésica para cirurgia de correção de

hérnia inguinal, a qual foi resolvida. Aos 5 anos foi diagnosticada como portadora de SWB através do

teste Fluorescent In Situ Hybridization. Hoje a paciente com 24 anos apresenta total compensação do

diâmetro das artérias pulmonares e ausência de sopros perceptíveis a ausculta

cardíaca.CONSIDERAÇÕES FINAIS:Pode-se inferir que a SWB cursa com várias complicações

sistêmicas, apresentando repercussões clínicas leve à grave, podendo limitar a qualidade de vida. No

caso apresentado houve uma evolução benigna diante de uma cardiopatia congênita, sem tratamento.

Mesmo a síndrome sendo atualmente mais conhecida, ainda apresenta um difícil diagnóstico clínico.

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SARCOMA ALVEOLAR COM METÁSTASE PARA SÍTIO INCOMUM: RELATO DE

CASO

Letícia Moura de Oliveira Barros; Bruna Afonso dos Santos; Ingrid Leal Araújo; José Nazareno

Pearce de Oliveira Brito; Cléciton Braga Tavares; Elis Raquel da Silva Araújo Paraiba

INTRODUÇÃO: Sarcoma alveolar é um subtipo incomum de sarcoma de partes moles (0,5-1%), com

tendência à disseminação hematogênica para os pulmões, sendo esse o principal sitio de metástase,

porém quando disseminado, pode propagar-se para o Sistema Nervoso Central (SNC) por via

hematogênica no parênquima cerebral ou por contiguidade de metástases nos ossos do crânio para as

estruturas intracranianas. O trabalho objetiva relatar um caso de uma paciente com sítio primário de

sarcoma alveolar no osso ilíaco direito com metástase cerebral. RELATO DE CASO: Paciente

feminina de 29 anos, admitida no Hospital de Urgências de Teresina com queixa de cefaleia intensa.

Segundo anamnese, teve episódios de vertigens associada à cefaleia nos últimos 2 meses e, há 3 anos,

dor em queimação no membro inferior D. Tomografia Computadorizada(TC) de Tórax: múltiplos

nódulos sólidos no pulmão E de até 4cm, sugerindo neoplasia secundária; TC de abdome total: massa

sólida de 11cm na espinha ilíaca anterossuperior, com destruição óssea no osso ilíaco de aspecto

neoplásico; Ressonância Magnética (RM) do crânio: lesão expansiva sólida metastática no giro frontal

médio E de 1,4cm. Transferida para o Hospital São Marcos, fez-se biopsia da lesão em osso ilíaco D

que identificou sarcoma alveolar de partes moles. Como tratamento coadjuvante, fez-se à radioterapia

40 GY em 16 frações seguido de quimioterapia. Para a lesão metastática cerebral, realizou-se

radiocirurgia (18 GY). Um mês após alta, iniciou quadro de cefaleia intensa, vômitos e rebaixamento

da consciência. RM evidenciou lesão com efeito de massa, realizou craniectomia descompressiva em

caráter de urgência e posteriormente ressecção da lesão intracraniana. O anatomopatológico confirmou

hipótese diagnóstica de sarcoma alveolar metastático. Paciente atualmente segue em acompanhamento

ambulatorial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sarcomas alveolares são raros, com clínica inespecífica,

assim, há interferência no diagnóstico precoce e prejudica a resposta as condutas terapêuticas padrões.

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CASOS DE DOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA) DETECTADOS NO MUNICÍPIO DE

PARNAÍBA-PI NO PERÍODO DE 2010 A 2016

Juliana Fernandes Moreira; Cássy Geovanna Ferreira Moura; Rebeca Coêlho Linhares; Luana

Cristina Farias Castro; Maria Carolina Oliveira Azevedo; Paula Sabrina Martins Barros; Luan Kelves

Miranda de Souza

INTRODUÇÃO: A Doença Diarreica Aguda (DDA) é uma síndrome caracterizada pelo aumento do

número de evacuações que geralmente possui duração menor que 14 dias. Diante disso, apesar da

redução do número de internações por DDA, tal patologia ainda é um grande fator de morbimortalidade

infantil, sendo causa de cerca de 600 mil internações por ano no Brasil (CVE, 2002). Traçar um perfil

epidemiológico dos casos de Doença Diarreica Aguda, na cidade de Parnaíba-PI, no período de 2010

a 2016. METODOLOGIA: Foi realizado um levantamento retrospectivo dos casos de diarreia aguda,

de 2010 até o ano de 2016, segundo a faixa etária e o plano de tratamento, com base nos dados coletados

do Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica de Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP-

DDA), da Secretaria Municipal de Saúde de Parnaíba-PI. RESULTADOS: Durante o período

escolhido, foram notificados 26.715 casos de DDA na cidade de Parnaíba-PI, de acordo com os dados

do SIVEP-DDA. No mesmo período, segundo o DATASUS, no estado Piauí, 18.628 crianças menores

de cinco anos foram internadas por diarreia e gastroenterite de origem infecciosa, sendo que Parnaíba,

com 1.745 internações, foi o terceiro munícipio a apresentar mais casos. Dos casos observados, 11.090

(41,5%) fizeram tratamento domiciliar com uso de solução oral de reidratação, 806 (3%) ficaram sob

observação nas Unidades Básicas de Saúde por apresentarem diarreia com desidratação e 14.815

(55,4%) apresentaram diarreia grave com desidratação, sendo necessárias reidratação venosa e

antibioticoterapia. DISCUSSÃO: De acordo com os resultados obtidos, analisou-se uma redução dos

casos registrados entre 2010 a 2012. Contudo, no ano de 2013 estes voltaram a aumentar, e entre os

anos de 2014 a 2016, foi observada a terceira maior incidência de DDA, com 4.576 casos. E neste

mesmo período, foram hospitalizadas 2951 pessoas por DDA em Parnaíba, o que mostra que as

medidas adotadas para a redução de casos foram efetivas por apenas dois anos. Além disso, a faixa

etária mais acometida foram crianças com menos de cinco anos de idade. CONCLUSÃO: Dado o

exposto, verificou-se que foram notificados muitos casos da DDA na cidade de Parnaíba, com uma das

maiores incidências do Estado. Desse modo, os dados são de suma importância para conhecer o perfil

epidemiológico deste quadro, o que possibilita a detecção precoce de alterações no padrão da doença,

além de ajudar na implantação de medidas de prevenção e controle.

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101

SITUAÇÃO VACINAL DE CRIANÇAS ENTRE 0 A 5 ANOS ATENDIDAS EM UMA

UNIDADE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM FLORIANO-PIAUÍ

Gustavo Victor Lucas e Silva; Matheus Olímpio Batista Cavalcante; Heraldo Carvalho Lopes; João

Vitor Teixeira Freire de Oliveira; Luelma Savana Soares Rocha; Lucas Inácio Araújo Cabral;

Luelma Savana Soares Rocha

INTRODUÇÃO: O conhecimento dos determinantes da situação vacinal é relevante para o

desenvolvimento de estratégias em Saúde Pública. Assim, após a realização do diagnóstico da situação

vacinal de crianças de 0 a 5 anos se poderá detectar os problemas e consequentemente atuar na

resolutividade das problemáticas encontradas, tanto na UBS em que a pesquisa foi realizada, como

também, expandir para as demais unidades. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de campo, de

abordagem quantitativa e caráter descritivo, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) situada na zona

urbana, região sul do município de Floriano – Piauí, utilizando 60 cartões de vacinação de crianças de

0 a 5 anos, analisados setembro e outubro de 2015. Para análise descritiva foram utilizadas frequência

absoluta (N) e frequências relativas (%), além da média (¯x), nas variáveis que se faziam necessárias.

Para elaboração das tabelas usou-se o software Microsoft Office Word 2007. RESULTADOS: Os

resultados apontaram que a média de filhos foi 1,93 e a mediana foi 02 filhos. Na faixa etária de 0 a 5

anos, a média de idade foi de 1,4 anos. O peso ao nascimento, 01 crianças (1,7%) possui de 1 a 2 kg,

15 (25,0%) de 2 a 3 kg, 31 (51,6%) de 3 a 4 kg, 07 (11,7%) de 4 a 5 kg, e 06 (10,0%) não informaram

o peso ao nascer, destas, apenas 01 (1,7%) apresentou prematuridade e 98,3% foram a termo.Além

disso, 36,9% (21,1% dose 12 meses e 15,8% 4 anos) das crianças não estão imunizadas com a Tríplice

viral. Do mesmo modo, a Tríplice bacteriana (dose 4 anos) apresentou índice de 15,8% de atraso

seguido da Pneumocócica (10,5% dose 1 ano), da Vitamina A (10,5%), do Rotavírus (5,3% dose 4

meses), entre outras. DISCUSSÃO: Visto que a comunidade é carente, e a escolaridade é de baixo

nível, os responsáveis são esclarecidos sobre a vacinação das crianças, com isso não demonstram

nenhuma resistência em não cumprir o calendário vacinal. No relato dos cuidadores constatou-se que

a maioria do atraso vacinal que ocorria, era por falta de vacina e falta de profissional. CONCLUSÃO:

A partir da vivencia no local de pesquisa, observou-se que a situação vacinal das crianças estava de

acordo com o que está preconizado pelo Ministério da Saúde, entretanto alguns cartões vacinais ainda

apresentam atraso por conta da grande demanda de pessoas cadastradas na UBS, e por existir uma área

descoberta próximo, e também com o quadro de funcionários escalados insuficiente.

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102

A ARRISCADA RELAÇÃO ENTRE HIPERTENSÃO E OBESIDADE NA INFÂNCIA – UM

RELATO DE CASO

LUANA CRISTINA FARIAS CASTRO; CÁSSY GEOVANNA FERREIRA MOURA; JULIANA

FERNANDES MOREIRA; LAÍS MESQUITA MORORÓ ARAGÃO; PAULA SABRINA

MARTINS BARROS; REBECA COELHO LINHARES; THELMA CRISTINA AYRES

CARVALHO

INTRODUÇÃO: A obesidade infantil é considerada uma epidemia com alto potencial de riscos

cardiovasculares, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). O estilo de vida contemporâneo,

marcado pelo sedentarismo e por uma alimentação rica em gorduras, tem propiciado um aumento na

incidência de obesidade, e consequentemente, de HAS. Diante disso, o rastreio da pressão arterial é

um componente importante e indispensável da visita ambulatorial pediátrica na sociedade vigente.

RELATO DE CASO: M.P.A.C, 9 anos, natural de Parnaíba – Piauí, está submetida em um contexto

de extrema vulnerabilidade. Tais condições, fizeram-na ser selecionada para participar de uma ação

social, que objetivava realizar triagem em crianças vulneráveis, por meio de uma consulta

ambulatorial. A garota, inicialmente sem queixas, relatou alimentação não balanceada, assim como

sedentarismo e condições socioeconômicas desfavoráveis. Com mãe diabética e avós, maternos e

paternos, portadores de síndrome metabólica, a criança apresenta um forte histórico familiar para HAS

e Diabete Mellitus (DM). Ao exame físico, apresentou altura de 133 cm e peso de 45,4 kg – IMC de

25,7kg/cm; circunferência abdominal de 85 cm; PA: 108 x 65 mmHg (PA ideal: 98x59 mmHg);

presença de acantose nigricans cervical. Mediante anamnese e exame físico, a paciente foi

diagnosticada com HAS e medicada com furosemida (70 mg), 1x/dia. Exames laboratoriais foram

solicitados, a fim de analisar a extensão dos acometimentos – USG do abdome total: ovários com

dimensões aumentadas; GAMA-GT: 20 U/L; hemograma sem alterações; glicemia: 74 mg/dL; os

demais exames não eram fornecidos pelo serviço público, portanto, não foram realizados. O pediatra

referenciou a criança para nutricionista, a fim de iniciar um processo de reeducação alimentar. No

retorno ao pediatra, a acompanhante (mãe) relatou que, com a mudança no estilo de vida, houve uma

perda de peso; relatou, ainda, que sua filha está inserida em grupos do CRAS, onde pratica exercícios

físicos. Paciente referiu tontura; continua a medicação. Ao exame físico, foram identificados: peso de

38 kg; IMC de 22,7 kg/cm; PA: 90x70mmHg; ausência de acantose nigricans cervical.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, torna-se imprescindível o rastreio do paciente pediátrico,

uma vez que age na promoção de saúde e detecção precoce de doenças. Além disso, é de suma

importância que haja um acompanhamento pediátrico para prevenir futuras comorbidades.

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103

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR CÂNCER DE ESTÔMAGO NO PIAUÍ,

DE 2005 A 2015

Donizete Tavares da Silva; Gustavo Ramos Milheiro; Italo Fernando Mendes Lima; Beatriz Teles

Aragão; Vinicius Ribeiro Escórcio; Juliana Coêlho Learth; Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas

INTRODUÇÃO: O câncer de estômago é quarto em ordem de mortalidade no Brasil, sendo o terceiro

que mais atinge homens e o quarto mais comum se considerados ambos os sexos. Não é uma doença

de sintomas específicos, o que dificulta seu diagnóstico precoce, porém manifestam-se alguns sinais

típicos, como emagrecimento, anorexia, fadiga, plenitude pós-prandial, vômitos, náuseas e dor

abdominal persistente. O objetivo deste trabalho é traçar, descrever e analisar o perfil epidemiológico

das mortes por câncer de estômago no estado do Piauí de 2005 a 2015, devido a relevância do tema e

à escassez de estudos na área. MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo,

quantitativo e retrospectivo, com dados secundários, referente aos óbitos por câncer de estômago

segundo faixa etária, sexo e local de ocorrência. Os dados foram coletados na plataforma online do

Instituto Nacional do Câncer (INCA). RESULTADOS: De 2005 a 2015 houve 1.346 mortes por

câncer de estômago no Piauí, sendo: 60,4% homens e 39,6% mulheres; 28% em Teresina, 4,5% em

Parnaíba, 3,2% em Picos, e 64,3% nos demais municípios; quanto à faixa etária foram 0,3% óbitos de

0 a 19 anos; 0,9% de 20 a 29 anos; 4,2% de 30 a 39 anos; 8,3% de 40 a 49 anos; 14,8% de 50 a 59

anos; 28,1% de 60 a 69 anos; 26,4% de 70 a 79 anos; 17% de 80 ou mais. DISCUSSÃO: Observa-se

que o número de óbitos cresce com o aumento da faixa etária até a de 60 a 69 anos, que possui a maior

proporção de óbitos, devido principalmente à descoberta do câncer já em estágios avançados. As

mortes são mais frequentes em homens, fato que pode ser explicado pela maior resistência masculina

em procurar auxílio de saúde e pelos sintomas serem subestimados, na maioria das vezes por serem

semelhantes a outras doenças gástricas. A capital Teresina engloba quase um terço dos óbitos (28,1%)

por concentrar boa parte da população do estado, pela predominância de hábitos da vida

contemporânea que estão entre as possíveis causas do câncer (alimentos ultraprocessados,

sedentarismo e alcoolismo) e por ser um polo de saúde muito procurado em todo o Meio-Norte.

CONCLUSÃO: Houve maior frequência de óbitos por câncer de estômago entre indivíduos do sexo

masculino, a partir de 50 anos, com concentração de óbitos no grupo de 60 a 69 anos. Os dados

mostram que a maioria dos óbitos ocorre nas faixas etárias mais avançadas, provavelmente por conta

do diagnóstico tardio do câncer e que a cidade de Teresina concentra quase um terço das ocorrências.

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104

MELANOMA PRIMÁRIO RECORRENTE DE VULVA: Um relato de caso

LAÉRCIO JÚNIOR RIBEIRO DA LUZ; DANILO RAFAEL DA SILVA FONTINELE; GABRIEL

ARRAIS CHAVES; BRENO BEZERRA MARTINS; PAULO HENRIQUE SPÍNDOLA SILVA;

GILVANDER CÉSAR MARTINS; SABAS CARLOS VIEIRA

INTRODUÇÃO: O melanoma vulvar recorrente é uma entidade rara e a literatura sobre seu manejo

é escassa, trata-se de uma afecção incomum. Os melanomas da mucosa compreendem menos de 1%

de todos os melanomas e o melanoma vulvovaginal é o segundo menos frequente (18%) após o do

trato urinário (3%). É o segundo tipo histológico mais comum de câncer vulvar, representando 7-10%

de todas as neoplasias malignas da vulva. Os sintomas iniciais são inespecíficos e a excisão completa

da lesão é indicada em casos de suspeita de diagnóstico. Ao afetar a uretra, seu comportamento é

especialmente agressivo, metade deles, apresentando metástase e com uma expectativa de vida muito

curta. O objetivo desse trabalho é relatar e discutir um caso de melanoma primário de vulva. O termo

de consentimento livre e esclarecido foi assinado para a divulgação do caso. RELATO DO CASO:

Paciente, sexo feminino, G0, etilismo social, HAS, antecedentes de irmã e tia com câncer de pele,

VIRGO +. Há 2 anos referiu lesão com dor na vulva, EF: pequena lesão hipercrômica no pequeno lábio

direito no terço superior próximo ao introito vaginal e na uretra terminal (1cm) duas lesões separadas,

sem mutação de BRAF. Cistoscopia: lesão na borda da uretra a direita. Proteina S 100 positivo, Melan

A positivo, HMB 45 positivo, ki-67 90%, cd45 negativo, pancitoceratina negativo. Realizado

ressecção de melanoma maligno na vagina e ureta com atelitose, margem vulvar lateral, profunda

comprometida, invasão perineural presente, crescimento vertical, LS negativo. Depois de 2 anos

realizado ressecção de duas lesões de cúpula vaginal de melanoma maligno infiltrando o estroma e

tecido adiposo. MM e US: esteatonecrose secundario a mamoplastia. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Apesar da raridade dos casos, é importante a pesquisa de alterações de pele na vulva a fim de realizar

um diagnóstico precoce, bem como novos estudos para tratamento de casos recorrentes.

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PADRÃO DO DÉFICIT MOTOR PROGRESSIVO NA DOENÇA DE HUNTINGTON: UM

RELATO DE CASO

Icaro Araújo de Sousa; Jade de Brito Freire Monteiro Alves; José da Cruz Moura Campelo; Ruth

Brito Costa; Lucas Levy Alves de Moraes; Thales Daniel de Oliveira Sampaio; Kelson James

Almeida

INTRODUÇÃO: A Doença de Huntington é uma doença neurodegenerativa progressiva causada por

mutação que gera repetição da sequência de nucleotídeos CAG na proteína huntignina. Possui padrão

dominante de hereditariedade, afetando homens e mulheres na mesma proporção, e não há distinção

significativa entre indivíduos homozigotos e seus irmãos heterozigotos. A característica patológica da

doença é a degeneração do estriado e clinicamente é definida por distúrbios motores que costumam

manifestar-se com coreia, posteriormente substituída por rigidez e bradicinesia, denotando um estágio

avançado da doença, distúrbios psíquicos e declínio cognitivo. Os pacientes geralmente manifestam

os sintomas entre 30 e 50 anos. RELATO DO CASO: A.C.S, gênero feminino, 44 anos, com queixa

de tremores nos braços há 5 anos. Paciente relata que há 5 anos iniciou um quadro de desequilíbrio

postural de caráter progressivo que evoluiu para frequentes movimentos involuntários

coreatetoides/coreiformes nas mãos e que cessavam ao adormecer. Na história familiar, relata que mãe

faleceu aos 50 anos e o irmão aos 48 anos com quadros semelhantes. Possui irmão com quadro

semelhante. Com uso de haloperidol 10mg e posterior aumento de dose para 15mg, houve melhora no

quadro de agitação psicomotora com consequente melhora do sono, porém ainda havia manutenção

dos movimentos coreiformes/coreatetoides. No exame neurológico, mostrava-se lúcida, orientada

temporoespacialmente, com presença de movimentos coreoatetoides/coreiformes em membros

superiores e inferiores, sendo mais acentuados nos membros superiores. Apresentava força e tônus

musculares preservados, disdiadococinesia, dismetria, ataxia, tremores nas manobras de coordenação.

As sensibilidades tátil e dolorosa estavam presentes em todos os dermátomos. CONSIDERAÇÕES

FINAIS: Portanto, o relato reforça o cunho progressivo do déficit motor associado à coreia e à história

familiar positiva, importantes critérios diagnósticos salientados pela bibliografia vigente. É utilizado

como recurso terapêutico um agente bloqueador de dopamina com ajuste de doses que levou a melhora

do quadro sintomatológico. Todavia, devido ao seu perfil de efeitos colaterais, esses fámacos tendem

a agravar os sintomas motores. Conclui-se que a abordagem terapêutica deve ser ajustada conforme as

necessidades do paciente e, assim, suas desvantagens não devem se sobrepor a seus ganhos.

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ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE SÍFILIS EM GESTANTE NO PIAUÍ, 2008-2013

Juliana Silva Nunes; Bruna Porteño Oliveira Sales Ramos; Camyla Carvalho Almeida Pinto; Larissa

Oliveira Lima; Yasmin Olímpio Campos da Silva; Marilia Julie Ramos Simão; Augusto César

Evelin Rodrigues

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Treponema

pallidum. Pode causar abortos, perdas fetais, óbitos neonatais, que podem evoluir com complicações

caso não haja tratamento. O objetivo do estudo foi levantar informações de acordo com as variáveis

evolução, faixa etária da criança, tratamento do parceiro e a realização do pré-natal, acerca da sífilis

na gestação no Piauí. Métodos: O estudo caracteriza-se como quantitativo epidemiológico. Foram

analisados dados sobre sífilis na gestação, de acordo com a evolução, faixa etária das crianças,

tratamento do parceiro e a realização do pré-natal, de 2008 a 2013. Foram avaliadas informações do

banco de dados DATASUS. RESULTADOS: Foram analisados 194 casos, sendo 188 evoluindo para

vida (96,9%), 6 óbitos por sífilis (3,1%). Foram analisados 212 casos, sendo 198 com até 6 dias

(92,9%), 10 com 28 dias a <1 ano (4,7%) e 4 de 7-27 dias (2,4%). Foram analisados 180 casos, sendo

130 sem tratamento do parceiro (72%) e 50 com tratamento do parceiro (28%). Foram analisados 204

casos, sendo 176 casos com realização de pré-natal (85%) e 30 sem realização de pré-natal (15%).

DISCUSSÃO: A maioria dos casos evolui para vida pelo fato de que é uma doença de fácil tratamento.

Ao ser detectada sífilis na gestação o tratamento da paciente e dos parceiros sexuais deve ser feito

precocemente, já que pode ocorrer a contaminação do feto. Com relação a faixa etária das crianças, a

intensidade das manifestações clínicas na criança depende da treponemia materna no período da

gestação em que ocorreu a infecção do concepto. Na fase primária ou secundária da doença, a

transmissão perinatal chega de 70% a 100%, reduzindo-se para 40% a 80% na fase latente precoce e

para 10% a 30% nas fases latentes tardia e terciária. Com relação aos parceiros sexuais, a maioria não

foi tratada. Isso reflete na falta de conhecimento e orientação dos parceiros diante da doença. A maioria

das gestantes que apresentaram sífilis no período gestacional realizaram pré-natal. Há profissionais de

saúde que desconhecem a importância de iniciar o tratamento imediato da doença diante do VDRL

positivo. CONCLUSÃO: O estudo epidemiológico foi realizado nos anos de 2008 a 2013. O maior

número de casos evolui para vida, com a maior parte das crianças afetadas com menos de 6 dias, com

acometimento maior de sem tratamento do parceiro, e a maior parte dos casos com realização de pré-

natal.

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RESUMOS EXPANDIDOS

PREMIAÇÃO

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PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM MICROCEFALIA EM CENTRO DE

REFERÊNCIA EM TERESINA.

Gabriel Medina Sobreira de Meneses1, Augusto César Beserra Martins2, Isadora Costa Coelho

Gayoso e Almendra2, José da Cruz Moura Campêlo3, Thales Daniel de Oliveira Sampaio2, Ítalo Araújo Rios

Brandão1 e Kelson James de Almeida4

1. Acadêmico do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí.

2. Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade Integra Diferencial Wyden.

3. Acadêmico do curso de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi. 4. Doutor em Ciências pelo programa de Neurologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo.

INTRODUÇÃO: A microcefalia é um distúrbio neurológico raro, com muitas causas

subjacentes, definida como um perímetro cefálico que é mais de 2 desvios-padrão abaixo

da média populacional, ajustada por idade e sexo. Frequentemente cursa com deficiências

motoras e intelectuais, dentre várias outras possíveis comorbidades, como epilepsia e

paralisia cerebral. Além disso, malformações capilares generalizadas de pele, espasticidade

com convulsões e atrofia óptica são comuns¹. Quando de etiologia primária, a microcefalia

tem sua patogenicidade associada a 18 genes causadores dessa síndrome mitótica

neurogênica. Dentre os loci mapeados até hoje a partir de várias populações ao redor do

mundo, foram obtidos os seguintes genes: Microcefalina, WDR62, CDK5RAP2, CASC5,

ASPM, CENPJ, STIL, CEP135, CEP152, ZNF335, PHC1, CDK6, CENPE, SASS6,

MFSD2A, TORNOZELO2, CIT e WDFY3, esclarecendo nossa compreensão sobre a base

molecular da microcefalia como desordem genética². A microcefalia secundária teve sua

epidemiologia alterada pela epidemia de infecção por zika vírus que acometeu o nordeste

brasileiro. Entre os meses de outubro, novembro e dezembro de 2015, as taxas de incidência

atingiram 4,46, 6,33 e 3,86 para cada 1000 nascidos vivos, respectivamente, no estado do

Piauí. Dentre os achados clínicos destacaram-se a rarefação e atrofia do epitélio pigmentar

da retina ao exame oftalmológico. Foram observadas ainda ausência de emissões

otoacústicas e atrofia muscular dos membros inferiores³. Em um estudo de coorte que

avaliou a patogenicidade da microcefalia foram identificadas causas genéticas em cerca de

metade dos doentes. O dano cerebral perinatal foi responsável por 45% e dano cerebral pós-

natal em 3% dos casos. A Microcefalia foi associada com prejuízo intelectual em 65% dos

participantes, epilepsia foi diagnosticada em 43%, e distúrbios oftalmológicos foram

encontrados em 30%4. Pretende-se, neste estudo, identificar a prevalência de várias

desordens neurológicas e não neurológicas em crianças com microcefalia. MÉTODOS:

Trata-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, aprovado pelo CEP –

FACID, com dados coletados de prontuários de pacientes admitidos no ambulatório de

microcefalia de um centro de referência, em Teresina-PI. Utilizou-se uma ficha de coleta

que incluía variáveis demográficas (sexo e idade) e clínicas: presença de epilepsia, disfagia,

irritabilidade e comorbidades (endocrinológicas, cardiológicas e osteomusculares).

RESULTADOS: Foram avaliados 67 prontuários de pacientes no ambulatório, revelando

o acometimento relativamente equivalente em ambos os sexos, sendo 31 do sexo masculino

36 do sexo feminino, com

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109

dade média de 1A10M. As variáveis clínicas mais prevalentes foram epilepsia, presente em

47 crianças (70,2%), e irritabilidade em 37 (55,2%).Também com elevada frequência, 22

possuíam quadro de disfagia (32,8%) e 13 apresentavam comorbidades osteomusculares

(19,4%). Apenas 3 pacientes da amostra tinham quadro de alterações cardiológicas (4,5%),

e nenhuma comorbidade endocrinológica foi encontrada. Cerca de 56,7% dos pacientes (38

crianças) tinham Zika vírus como possível etiologia da doença. DISCUSSÃO: É crescente

na literatura a associação etiológica entre a infecção por vírus Zika e microcefalia. Em um

estudo que avaliou essa relação entre os anos de 2005 e 2014 na América do Sul,

imediatamente antes do início da epidemia de em 2015, mostrava 4,4 para cada 10 000

nascidos vivos5 .Além da comprovada relação temporal entre aumento da notificação de

casos de microcefalia e o surto de vírus Zika, principalmente no Nordeste do Brasil6, é

possível verificar que a infecção por vírus zika atualmente predomina em relação as demais

etiologias de microcefalia, uma vez que representa 56,7% do universo amostral analisado.

A epilepsia se mostra prevalente na amostra estudada, estando presente em 70,2% dos casos.

A microcefalia provoca diversas manifestações neurológicas, dentre elas os episódios

convulsivos. Esses são caracterizados por excitabilidade das células neuronais de forma

contínua e recrutando um grande número de neurônios ao mesmo tempo7. Embora a

disfagia tenha apresentada relativa frequência nas informações obtidas nesta análise

(32,8%), são escassos os estudos que o quantificam. Uma pesquisa qualitativa avaliou as

características da disfagia em nove pacientes pediátricos no Brasil com microcefalia

causada por infecção congênita pelo vírus Zika. Todos as crianças tiveram um grau de dano

neurológico e mostraram anormalidades na fase oral da deglutição. Dos 9 lactentes, 8 não

apresentavam sensibilidade ao trato respiratório superior e oral, levando a atrasos na

iniciação da fase faríngea. Esses atrasos, combinados com uma disfunção oral acentuada,

aumentaram o risco de aspiração de alimentos e, por isso, caracterizada como grave8. Ao

avaliar os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) foram

calculados coeficientes segundo regiões e características das mães e nascidos vivos. Dentre

esses coeficientes foi observado que, entre os nascidos vivos com microcefalia, foram

registradas 456 anomalias múltiplas em 259 crianças. O sistema com as maior frequência

de envolvimento foi o osteomuscular com 41% (n=186/456)9, contrastando com os dados

obtidos neste estudo que revelou o acometimento de apenas 19,4%. Esse menor número

deve-se a abrangência etária deste estudo (entre 3 e 35 anos de idade) e a sobrevida reduzida

destes pacientes. O comprometimento cardiovascular é reduzido (4,5%) e condiz com os

dados observados na literatura vigente. Ao descrever os primeiros casos de microcefalia

possivelmente relacionados ao vírus Zika em nascidos vivos notificados na Região

Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, evidenciou-se que das seis crianças que

nasceram com malformação congênita apenas uma apresentou alterações cardiológicas10.

Outro estudo que descreve as características clínicas e epidemiológicas dos casos de

microcefalia em nascidos vivos no estado de Sergipe, Brasil, e calcula as prevalências em

seus municípios

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110

demonstra que apenas 1 recém-nascido apresentou malformações cardiovasculares dentre

outros 17 nascidos vivos com comorbidades11. Assim, outros estudos identificaram

epilepsia, paralisia cerebral e anormalidades ósseas e cardiovasculares como comorbidades

relativamente presentes em crianças com microcefalia, embora em frequências diferentes

das aqui relatadas. Poucos estudos relataram a prevalência de disfagia per si, embora

desordens orofaríngeas sejam frequentes segundo um estudo. Desordens endocrinológicas

são pobremente descritas na literatura. Uma limitação do nosso estudo é a falta de grupo

controle normocefálico, o que torna difícil a interpretação do resultado de algumas

variáveis, como irritabilidade. CONCLUSÃO: Os casos de microcefalia apresentados

evidenciaram discreta diferença numérica em relação ao sexo, além disso, Epilepsia,

Irritabilidade, disfagia configuram como os achados clínicos mais frequentes nesses

pacientes em que a média de idade é de 1 ano e 1 mês. Manifestações cardiológicas anormais

somam menos de 5% dos casos. Tendo em vista a diversidade de manifestações encontradas

no perfil clínico dos pacientes microcefálicos, torna-se evidente a necessidade de uma

abordagem Multidisciplinar de tratamento. É imperativo, ainda, que seja desenvolvido um

maior número de pesquisas que abordem quantitativamente e qualitativamente os achados

clínicos entre os portadores de Microcefalia. Em termos de predominância e

comprometimento na qualidade de vida e crescimento, a epilepsia, disfagia e comorbidades

osteomusculares merecem maior atenção.

REFERÊNCIAS

1- Naseer, M. I. et al. Microcephaly-Capillary Malformation Syndrome: Brothers With a

Homozygous STAMBP Mutation, Uncovered by Exome Sequencing. Am J Med Genet Part A,

p. 1-5, jun 2016. Disponível em: https://doi.10.1002/ajmg.a.37845. Acesso em: 10 de janeiro de

2018.

2- Naveed, M. et al. Comprehensive review on the molecular genetics of autosomal recessive primary

microcephaly (MCPH). Genetics Research, v. 100, n. 7, p. 1–16, jun 2018. Disponível em: https://

doi.org/10.1017/ S0016672318000046. Acesso em: 10 de janeiro de 2018.

3- Almeida, I. M. et al. Clinical and epidemio-logical aspects of microcephaly in the state of Piauí,

northeastern Brazil, 2015---2016. J Pediatr, Rio de Janeiro, Article in press. p. 1 - 9 Abr 2018.

Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jped.2018.04.013. Acesso em: 5 de maio de 2018.

4- Hagen, M. V. D. et al. Diagnostic approach to microcephaly in childhood: a two-center study and

review of the literature. Developmental Medicine & Child Neurology, p 1-10, jan 2014.

Disponível em: https:// doi.10.1111/dmcn.12425 . Acesso em: 10 de janeiro de 2018.

5- Orioli, I. M. et al. Prevalence and clinical profile of microcephaly in South America pre-Zika,

2005-14: prevalence and case-control study. BMJ. v. 359, p. 1-10, out 2017. Disponível em:

https://doi.10.1136/bmj.j5018. Acesso em: 10 de janeiro de 2018.

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111

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PARKINSONISMO ATÍPICO EM

AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO EM DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO

José da Cruz Moura Campelo¹; Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves²; Isadora Costa Coelho Gayoso e

Almendra²; Palloma Parry Carneiro²; Kelson James Silva de Almeida³

1- Discente do curso de Medicina da UNINOVAFAPI; 2- Discentes do curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial - FACID| Wyden;

3- Docente do curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial, Doutor em Neurologia pela USP

INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) foi descrita por James Parkinson em 1817.

Teve como definição inicial uma doença progressiva caracterizada por movimentos

involuntários trêmulos, diminuição da força muscular, alteração da marcha, o que levaria a

quedas frequentes, tendo os sentidos e intelecto inalterados. Posteriormente, Jean-Martin

Charcot sugeriu a alteração do nome da enfermidade de paralisia agitante para Doença de

Parkinson, a diferenciando da esclerose múltipla (EM) pelo tipo de tremor, onde o tremor

da DP seria lento e o da EM seria acelerado, estabelecendo os principais sinais da doença

como: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural.

Tipicamente, o quadro inicia-se após os 50 anos e se manifesta inicialmente apenas em um

hemicorpo, progredindo com o passar do tempo¹,2. Além disso, na DP, nenhuma outra

anormalidade neurológica está associada. Já o Parkinsonismo atípico (PA), o quadro clínico

é semelhante ao da DP, porém o modo como a doença progride e a resposta ao tratamento

medicamentoso são diferentes. Geralmente se instala simetricamente, respondendo mal a

drogas anticolinérgicas, inclusive a levodopa (tratamento convencional da DP). É

relacionado a doenças neurológicas degenerativas como demência por corpos de Lewy,

paralisia supranuclear progressiva e atrofia de múltiplos sistemas³. O objetivo deste estudo

é descrever casos de Parkinsonismo Atípico acompanhados em ambulatório especializado

em distúrbios do movimento na cidade de Teresina – Piauí no período de 2013 a 2016.

MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional que incluiu todos pacientes

com diagnóstico de síndrome parkinsoniana de acordo com os critérios do banco de cérebro

de Londres. Foram excluídos os pacientes com parkinsoniano secundário a lesões

observadas em RNM de crânio nos gânglios da base. Associada ao levantamento de dados

em sites temáticos relacionados à Doença de Parkinson e artigos. RESULTADOS: Foram

avaliados 95 pacientes, dos quais 53 (55,7%) apresentavam doença de Parkinson idiopática,

4 (4,2%) atrofia de múltiplos sistemas, 11 (11,5%) Paralisia supranuclear progressiva, 12

(12,6%) Demência por corpos de Lewy, 1 (1,05%) Degeneração corticobasal, 8 (8,4%)

Parkinsonismo medicamentoso, 2 (2,1%) Parkinsonismo vascular, 4 (4,2%) Parkinsonismo

sem diagnóstico definido. O Parksonismo atípico resulta de um conjunto de alterações que

culminam com síndrome parksoniana associada a outras condições que podem ser:

demência, ataxia, disautonomias, dentre outras. DISCUSSÃO: Verificou-se neste estudo

que a Doença por corpos de Lewy foi a principal causa do Parkinsonismo Atípico (12,6%).

Esta condição faz parte do grupo das sinucleinopatias, grupo de patologias relacionadas a

proteína alfa-sinucleína, que está relacionada, em casos de alterações no seu metabolismo,

a situações

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onde há déficit cognitivo, comprometimentos motor, dentre outros. Embora sua

fisiopatologia não seja totalmente esclarecida, sabe-se que o mecanismo da doença envolve

depósitos disseminados de aglomerados anormais da proteína alfa-sinucleína nos

neurônios4. Já a Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) atingiu 11,5% dos pacientes

analisados. Tal condição neurológica é rara. Seu quadro clínico se caracteriza por

oftalmoparesia supranuclear, instabilidade postural e demência. O desenvolvimento da

doença geralmente se dá na terceira/quarta década de vida e não há relatos na literatura da

doença em pessoas abaixo dos 40 anos. Após a confirmação da hipótese diagnóstica da

doença, que em geral leva de 3 a 9 anos, é necessário o acompanhamento do paciente por

uma equipe multidisciplinar, assim como as demais desordens neurológicas descritas neste

estudo5. A Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) representou 4,2% dos casos de PA. A AMS

é uma desordem neurogenerativa que culmina com comprometimentos cerebelar,

disautonomias e parkinsonimo. Faz parte do grupo das sinucleinopatias juntamente com a

doença por corpúsculos de lewy. Tem caráter progressivo e necessita da presença de

sintomas disautonômicos para ser devidamente diagnosticada. No que se refere ao

Parkinsonismo Medicamentoso, este tem relação direta com o uso de determinados

fármacos que em geral são utilizados para outras doenças. Temos como exemplo o caso do

Haloperidol. No entanto outras drogas podem acarretar esses sintomas e mimetizar um

parkinsonismo, o que sugere que uma anamnese detalha e criteriosa ajuda na formulação da

hipótese diagnóstica correta. Os sintomas melhoram cerca de uma a quatro semanas após

suspender a medicação, porém podem levar até seis meses para remissão completa. O

Parkinsonismo vascular está relacionado com alterações patológicas dos vasos e apresenta

um quadro progressivo e que geralmente tem uma piora seguindo padrões de

comprometimento em degraus, o que significa que as capacidades da pessoa deterioram-se

depois de um enfarte e ficam estabilizadas até ao próximo. Os casos de Parkinsonismo

Atípico idiopático configuram como situações em que não foi possível identificar a etiologia

mesmo com exame clínico e com a utilização de exames complementares. As demais causas

de parkinsonismo plus neste estudo, embora em menor porcentagem, representam condições

neurodegenerativas progressivas que a exemplo das demais etiologias retratadas devem ser

acompanhadas por uma equipe de saúde capacitada e com os recursos de infraestrutura e de

exames complementares adequados. No geral, pode-se afirmar que o Parksonismo Plus ou

atípico resulta de um conjunto de alterações que culminam com síndrome parksoniana

associada a outras condições que podem ser: demência, ataxia, disautonomias, dentre outras

e que geralmente não apresentam boa resposta ao tratamento convencional da Doença de

Parkinson. É de grande valia o conhecimento sobre as principais causas de parksonismo

atípico para o adequado manejo do quadro, pois no Parkinsonismo Atípico o processo

degenerativo em sua maioria é mais incapacitante e de evolução mais rápida. Observa-se

que o padrão de prevalência do PA encontra-se em concordância com a literatura e que é

necessário o conhecimento por parte dos profissionais de saúde acerca dos quadros de

parkinsonismo atípico com o objetivo de evitar diagnósticos incorretos, o que culmina em

terapias inadequadas, aumento de morbimortalidade e má resposta ao tratamento

medicamentoso, dentre outros.

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CONCLUSÃO: Diante dos dados apresentados verifica-se que a forma mais prevalente

dentre os parkinsonismos atípicos acompanhados em ambulatório especializado em

distúrbios do movimento na cidade de Teresina foi demência por corpos de lewy,

correspondendo a 12,6% dos casos. Sua neuropatologia é caracterizada pela presença de

corpos de Lewy tanto em regiões corticais como em áreas subcorticais do encéfalo. Os

principais sinais e sintomas clínicos, além dos sinais parkinsonianos, incluem: declínio

cognitivo progressivo, alucinações visuais recorrentes e flutuação no estado cognitivo.

Observa-se maior sensibilidade a efeitos indesejáveis de medicamentos neurolépticos e a

resposta a medicações inibidoras da acetilcolinesterase são na maioria das vezes satisfatória.

REFERÊNCIAS

1- PARKINSON, J. An Essay on the Shaking Palsy. Londres: Whittingham and Rowland, 1887.

2- O’sullivan SB, Schimitz TJ. Doença de Parkinson. Fisioterapia: avaliação e tratamento. São Paulo:

Manole, 2004, p.747-73.

3- Litvan I. Recent advances in atypical parkinsonian disorders. Curr Opini Neurol 1999; 12: 441-446.

4- SUNG, J.Y.; KIM, J.; PAIK, S.R.; PARK, J.H.; AHN, Y.S.; CHUNG, K.C. Induction of Neuronal

Cell Death by Rab5A-dependent Endocytosis of Alpha-synuclein. J Biol Chem Apr 20, 2001.

5- Barsottini, O. G. P., Felício, A. C., Aquino, C. C. H. de, & Pedroso, J. L. (2010). Progressive

supranuclear palsy: new concepts. Arq. Neuro-Psiquiatr., 68(6), 938-946.

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EPILEPSIA REFRATÁRIA SECUNDÁRIA A ESCLEROSE TUBEROSA COM

MELHORA APÓS USO DE CANABIDIOL

Vitor de Deus da Rocha Ribeiro Gonçalves1; José da Cruz Moura Campelo²; Ruth Brito Costa1; Ícaro Araújo

de Sousa3; Vinícius Araújo do Vale³; Guilherme Antônio Silva Ribeiro4; Kelson James Silva de Almeida5

1 Discentes do curso de Medicina da Faculdade Integral Diferencial - FACID|Wyden; 2Discente do curso de

Medicina da UNINOVAFAPI; 3Discentes do curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí – UFPI; 4Discente do curso de Medicina da Universidade Estadual do Piauí – UESPI; 5Docente do curso de Medicina

da Faculdade Integral Diferencial, Doutor em Ciências pela USP

INTRODUÇÃO: Esclerose tuberosa (TSC) é uma desordem genética causada por

anomalias nos genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos 9 e 16, respectivamente1,2.

Manifesta-se através de uma tríade clássica que engloba deficiência mental, convulsões e

adenoma sebáceo. As lesões do sistema nervoso central (SNC) mais encontradas na TSC

são tubérculos corticais, nódulos subependimários e astrocitomas subependimários de

células gigantes2,3,4. Um dos sintomas neurológicos mais comuns na TSC é a epilepsia, que

engloba cerca de 72-85% dos casos, iniciando-se nos primeiros três anos de vida em 80%

dos pacientes4. A resistência medicamentosa à epilepsia é bastante comum, sendo

considerada quando existe falha de resposta ao tratamento apropriado para alçar a remissão

das crises de modo sustentado, seja em esquema de monoterapia ou combinação de dois

antiepilépticos tolerados5. Essa refratariedade acomete cerca de 2/3 dos pacientes e está

relacionada ao seu início precoce e atraso no desenvolvimento cognitivo1,4. Estudos recentes

demonstram que o uso do Canabidiol em pacientes refratários aos antiepiléticos usuais

apresenta uma alternativa promissora no controle da epilepsia refratária5,6. Essa droga é um

princípio ativo isolado da Cannabis sativa, esta considerada uma droga de abuso no Brasil.

Assim, até recentemente existiam barreiras culturais, políticas e legais que restringiam a

prescrição do canabidiol para fins terpêuticos. Por meio desse trabalho objetiva-se relatar

um caso de epilepsia refratária secundário a esclerose tuberosa, que melhorou ao uso do

canabidiol. RELATO DO CASO: Paciente do gênero feminino, 13 anos, portadora de

Esclerose Tuberosa, diagnosticada aos 9 meses, além de Transtorno do Espectro Autista

com moderado acometimento cognitivo desde os 3 anos. Possui histórico familiar de mãe

e irmã com esclerose tuberosa e apresenta crises epilépticas refratárias do tipo tônica dos 4

membros que variam de 4 a 6 episódios por dia. Fazia uso de mais de três classes de

antiepilépticos, porém sem melhoras. À ressonância magnética de crânio apresentou

tubérculos corticais e bordas axiais, associados à nódulos subependimários nos ventrículos

laterais. O eletroencefalograma demonstrou intensa atividade epiléptica focal em região

frontal bilateral e parietal à esquerda. Diante do quadro foi instituída a terapêutica com

canabidiol na dose de 5 mg/kg. Após o início do uso a paciente passou a ter crises uma vez

por semana, passou 15 dias sem ter crises, mas voltou a ter crises na frequência de antes. A

dose foi então aumentada para 10 mg/kg, resultando em mais 15 dias sem crises, durante

um seguimento de 2 meses. DISCUSSÃO: A esclerose tuberosa (TSC), conhecida também

como Síndrome de Bourneville-Pringle, é uma doença genética de herança autossômica

dominante, causada por anomalias nos

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genes hamartina (TSC1) e tuberina (TSC2) dos cromossomos 9 e 16, respectivamente1,2.

Ela é caracterizada por uma tríade representada por crises convulsivas, retardo mental e

lesões cutâneas, a exemplo dos adenomas sebáceos. Além disso, possui caráter

multissistêmico, podendo comprometer também rins, olhos, pulmões e coração1,3,7. Em

relação ao acometimento do sistema nervoso central (SNC), a esclerose tuberosa manifesta-

se através de tumores benignos (astrocitomas subependimários de células gigantes), nódulos

subependimários e tubérculos corticais, sendo identificados através de exames de imagem

como tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM)2,3,4,7.

Quanto aos sintomas neurológicos, a deficiência mental e o atraso do desenvolvimento

neuropsicomotor estão presentes em aproximadamente metade dos pacientes com TSC,

sendo, logo após a epilepsia, os sinais mais frequentes de acometimento do SNC1,2,7. Várias

condições psiquiátricas também podem ser relacionadas a essa síndrome, a exemplo da

esquizofrenia, transtorno do espectro autista (TEA) e déficit de atenção e hiperatividade1.

As crises epilépticas engloba cerca de 72-85% dos casos, iniciando-se nos primeiros três

anos de vida em 80% dos pacientes, havendo prevalência das crises tônico-crônicas

generalizadas e dos espasmos4. A refratariedade dessas crises está presente em 2/3 dos

pacientes e correlacionam com o seu início precoce, sendo um fator de impacto negativo

sobre o desenvolvimento neuropsicomotor1,4. O mecanismo de refratariedade ainda é

desconhecido, porém destacam-se uma elevada expressão da glicoproteína P (P-gp), esta

que é responsável pela depuração das drogas antiepilépticas1. Estudos recentes demonstram

que o uso do Canabidiol em pacientes refratários aos antiepiléticos usuais apresenta uma

alternativa promissora no controle da epilepsia refratária. Essa droga é um princípio ativo

isolado da Cannabis sativa, uma planta que possui usos medicinais documentados anos

antes de Cristo. Durante o século XIX acreditava-se na sua eficácia no tratamento da

epilepsia, porém tornou-se ilegal no século XX, sendo deixado de lado essa crença. No

Brasil, a Cannabis sativa é considerada uma droga de abuso. Assim, até recentemente

existiam barreiras culturais, políticas e legais que restringiam a sua utilização e de qualquer

derivado para fins medicinais, apesar de seus efeitos conhecidos de longa data5,6. Porém,

nos últimos anos, o país acompanhou reivindicações por parte de familiares de pacientes

com crises epilépticas refratárias que queriam a legalização da importação de produtos

contendo a substância e a regulamentação de sua prescrição por meio da Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (ANVISA), alegando melhora significativa das crises com o uso do

canabidiol. Essa realidade mudou em 2016, na qual foi permitido a prescrição de

medicamentos que contenham em sua composição a planta Cannabis sp., suas partes ou

derivados, assim como para a importação5. De fato, no relato apresentado a paciente

apresentou uma redução significativa na frequências das crises epilépticas passando de 4 a

6 episódios por dia, para um período de até 15 dias sem crises documentadas, em um

seguimento de dois meses. Vale ressaltar a melhora na qualidade de vida não só da paciente,

mas de todo o aparato familiar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A TSC é uma enfermidade

de baixa prevalência, mas cuja sintomatologia abrange uma tríade característica, sendo

frequente episódios epiléticos, que podem cursar com comprometimento neuronal. Quando

refratários ao tratamento convencional, o tratamento das crises epilépticas com canabidiol

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pode ser uma alternativa em potencial, conforme estudos em pacientes pediátricos e

adolescentes, apresentando um perfil de segurança favorável. De acordo com o caso aqui

relatado, observamos uma redução significativa das frequências das crises epilépticas,

implicando em uma melhor qualidade de vida da paciente. Porém, ressalta-se que estudos

ainda são necessários para delinear doses terapêuticas, assegurando o perfil de segurança,

além de esclarecer eventuais efeitos adversos.

REFERÊNCIAS

1. Geraldini M, Liberalesso PBN, Zeigelboim BS, et al. Esclerose tuberosa: análise de 24 casos

pediátricos. Revista Brasileira de Medicina. 2012;69:15-20

2. Curatolo P, Bombardieri R. Tuberous sclerosis. Handbook of clinical neurology. 2007;87:129-151.

3. Inoue Y, Nemoto Y, Murata R, Tashiro T, Shakudo M, Kohno K, et al. CT and MR imaging of cerebral

tuberous sclerosis. Brain Dev 1998; 20(4):209-21.

4. Savini MN, Mingarelli A, Vignoli A, et al. Ictal signs in tuberous sclerosis complex: Clinical and

vídeo-EEG features in a large series of recorded seizures. Epilepsy Behav. 2008;85:14-20.

5. Seibel DR, Limberger JB. Uso de canabidiol no tratamento de síndromes epilépticas resistentes a

terapia convencional. Disciplinarum Scientia. 2017;18(2):363-380.

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A GAMIFICAÇÃO UTILIZADA COMO UMA ESTRATÉGIA DE

APRENDIZAGEM ATIVA EM ESCOLARES DE PARNAÍBA - PIAUÍ.

Moura, C.G.F1; Andrade, A.R.O3; Moreira, J.F2; Aragão, L.M.M2; Azevedo, M.C.O2; Linhares, R.C2;

Vanessa Meneses de Brito Campelo3.

1 Discente da Universidade Federal do Piauí

2 Discente do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba

3 Docente do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba

INTRODUÇÃO: As práticas pedagógicas centravam-se em ações individualistas, sem

considerar as condições de vida cuja os estudantes estavam inseridos. Diante do déficit

apresentado pelas escolas brasileiras, salienta-se o uso insatisfatório de metodologias que

melhorem a educação em saúde, principalmente para crianças que estão inseridas em um

contexto de extrema vulnerabilidade. Diante disso, em resposta à rápida evolução da

educação em saúde, as escolas médicas estão incorporando as metodologias ativas em sua

grade curricular. Além disso, evidencia-se, ainda, a necessidade de metodologias interativas

que abranjam os princípios de promoção de saúde. Dentre tais métodos, destaca-se o uso

da gamificação – aprendizagem ativa por meio de jogos, pautada no lúdico e na interação

entre os jogadores. Essa estratégia de aprendizagem atua como uma importante ferramenta

na educação em saúde de crianças. OBJETIVO: O presente estudo tem por objetivo

promover educação em saúde por meio de uma abordagem lúdica-educativa. Além disso, a

dinâmica aplicada visa estimular a capacitação dos alunos no autocuidado. Objetiva-se,

ainda, analisar a efetividade da gamificação no processo de ensino-aprendizado.

METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem

quantitativa e qualitativa. Conduziu-se o estudo exploratório, a fim de adaptar as regras do

jogo e, assim, aperfeiçoá-lo. O estudo teve como público alvo crianças de 7 a 12

anos matriculadas regularmente na escola municipal Monsenhor Mario José de Menezes em

Parnaíba, Piauí. Em dezembro de 2017, foram realizadas as aplicações do jogo, como parte

de um estudo piloto, em que 30 crianças foram escolhidas ao acaso e divididas em 5 testes.

Os jogadores foram subdivididos em 3 duplas. Cidade da Saúde consiste em um tabuleiro

iconográfico, que engloba várias situações cotidianas dos alunos. Contém 65 casas, assim

distribuídas: 21 casas amarelas de questionamentos específicos; 13 casas laranjas

relacionadas às cartas “Você Sabia?”; 8 casas verdes relacionadas as cartas “Agressão e

Defesa”; 10 casas azuis em alusão à ambientação do tabuleiro; 13 casas brancas, onde o

jogador permanece sem alterações. O jogo contém 2 dados, sendo um numerado e outro

dividido em 3 cores, em que cada face é distribuída igualmente dentre as áreas de

Imunologia (azul), Parasitologia (vermelho) e Microbiologia (amarelo). Ademais, o

tabuleiro inclui 45 cartas de conhecimentos específicos – subdivididas entre as disciplinas

de Imunologia, Microbiologia e Parasitologia –, 28 cartas de curiosidades e ensinamentos –

denominadas “Você sabia? ” – e 16 cartas intituladas “Agressão e Defesa”. Com o intuito

de ampliar os conceitos de educação em saúde das crianças, os estudantes responsáveis pela

aplicação jogo promoveram explicações acerca dos questionamentos abordados. Ao final

de cada partida foi realizada uma análise, com fito de verificar a necessidade de mudanças

das estratégias e regras.

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Além disso, foram analisadas as seguintes variáveis: 1) interesse pelo jogo; 2) afinidade

com o jogo; 3) conhecimentos prévios; 4) entendimento das regras; 5) vontade de conquista;

6) perfil dos jogadores.

RESULTADOS: Foram realizadas 4 partidas, com participação de 24 escolares – 14

meninos e 10 meninas – e com duração média de 35,2 minutos por partida. Durante a

preparação do ambiente e escolha das crianças, muitas demonstraram interesse em conhecer

o jogo, de forma geral. Durante a aplicação, observou-se que houve uma discrepância entre

os extremos da faixa etária escolhida. As crianças de 7 anos demonstraram-se mais inibidas

e com pouca interação entre si. Em contrapartida, as crianças de 12 anos não apresentavam

nenhum interesse pelo jogo, apenas vontade de conquista, sem interesses adicionais.

Apresentando um comportamento divergente das demais, as crianças de 8 a 11 anos

mostraram-se mais empenhadas com o jogo, responderam mais perguntas, e tinham mais

conhecimentos prévios relacionados à área da saúde. (Gráfico 1)

GRÁFICO 1: Relação entre a idade dos participantes e o interesse pelo jogo, demonstrado no decorrer da partida.

Houve uma compreensão plena (100% dos participantes) das regras e estratégias de jogo.

62,5% das crianças apresentavam conhecimentos prévios acerca dos assuntos abordados;

daquelas crianças que não possuíam conhecimentos prévios, 66% eram meninos e 33%

meninas. Salienta-se, ainda, que 66% dos escolares apresentaram afinidade com o jogo.

Segundo relatos, o conhecimento prévio demonstrado pelos participantes foi, em grande

parte, adquirido através de outras atividades de educação e conscientização em saúde

organizadas pelos mesmos acadêmicos que desenvolveram o jogo. DISCUSSÃO: A

educação em saúde é um importante suporte na Atenção Básica, visto que age como uma

forma de facilitar a construção do conhecimento de escolares. Nesse contexto, a utilização

de jogos auxilia os participantes a produzirem estímulos distintos a respeito da resposta que

será proferida, estimulando a interação entre os jogadores, além de instigar o aprendizado

através de formas lúdicas.5,4Através das situações problemas impostas no jogo, a criança

conduz seu raciocínio e comportamento conforme a situação apresentada, exigindo uma

interpretação constante durante o jogo. Estudos evidenciam, de maneira geral, que o uso de

jogos e estratégias lúdicas são uma importante ferramenta para atingir objetivos de

educação em saúde. 6.

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Idade x Interesse pelo jogo

IDADE INTERESSE

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Uma vez que ocorre a inserção de conceitos básicos que facilitam o entendimento das

crianças acerca da educação em saúde. Dessa forma, relaciona-se os altos índices de

afinidade e compreensão dos participantes com o jogo, à eficácia da ludicidade na

construção de aprendizagem dessa faixa etária. Cidade da Saúde é um jogo de regras simples

e de fácil entendimento, visto que foi amplamente compreendido entre todos os

participantes. Esse método foi utilizado para informar aos escolares, de forma lúdica, sobre

estratégias de prevenção e autocuidado, além de mostrar a importância de atividades

preventivas como uma forma de evitar futuras comorbidades. Percebeu-se durante a

aplicação do jogo, a participação ativa dos escolares na atividade, como também, o interesse

deles pela competição que se estabelecia a partir do jogo de tabuleiro, confirmando a ideia

que o jogo é um meio que fornece a criança um ambiente agradável, motivador, planejado

e enriquecedor para a aprendizagem de várias habilidades.4 CONCLUSÃO: Conclui-se,

então, que as metodologias de ensino influenciam diretamente no processo de ensino-

aprendizagem. Dessa forma, durante a aplicação do jogo, os acadêmicos observaram a

importância da necessidade de uma aprendizagem baseada na interação, a fim de

desenvolver atitudes de autonomia e autopercepção. Portanto, o jogo intitulado “cidade da

Saúde” mostrou-se eficaz na promoção e prevenção de saúde, além do estimulo ao

autocuidado e a auto percepção dos escolares, por meio da educação em saúde.

REFERÊNCIAS

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3. Johnson D, Deterding S, Kuhn K, Staneva A, Stoyanov S, Hides, L. Gamification for health and

wellbeing: A systematic review of the literature. Ver Internet interventions, nov 2016; 6: 89-106

4. Mendes F. As vulnerabilidades da Educação para a Saúde. In: Lopes M, Mendes F, Moreira A. (Orgs.). Exercícios de diálogo e convergência. Coimbra: Formasau, 2009. p.55-67.

5. Rebolho MCT, Casarotto RA, João SMA. Estratégias para ensino de hábitos posturais em crianças:

história em quadrinhos versus experiência prática. Ver Fisioter. Pesqui. 2009; 16 (1): 46-51

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O EFEITO DA ACUPUNTURA E LASER

NOS NÍVEIS SÉRICOS DE CORTISOL E LIPÍDIOS EM RATOS

Iara Alves Coelho1, Murilo Luiz Cerutti1, Caroline Valente1

1 Universidade Regional de Blumenau (FURB)

INTRODUÇÃO

A acupuntura é uma das terapias complementares mais conhecidas, utilizada com

finalidade preventiva e terapêutica, a qual tem sido importante para os povos orientais há

milhares de anos. É uma terapia que possui pouco ou quase nenhum efeito colateral, sendo

que os efeitos pretendidos são em boa parte alcançados de forma rápida, auxiliando também

na melhora da qualidade de vida dos usuários uma vez que uma das principais finalidades

dessa técnica seria potencializar a sensação de bem-estar físico e mental ao corpo. Tais

efeitos estão relacionados com hormônios e neurotransmissores como: endorfina,

serotonina, dopamina e ocitocina. Sendo assim, as concentrações hormonais adequadas são

essenciais para a saúde física e psicológica4

. O Laser por sua vez, é a união de duas técnicas,

a acupuntura que é utilizada a milênios e a laserterapia que surgiu em 1970 1. Comparações

entre o efeito da Acupuntura e do Laser nos pontos E36 e EX2 são inéditas e importantes

visto que Yintang (EX2) ser um ponto no qual não apresenta relação e/ou conexão com os

meridianos, por essa razão é denominado ponto extra, diminuindo o estresse, acalmando a

mente e diminuindo a agitação. O Zusanli (E36) aumenta a imunidade assim como atua

equilibrando o metabolismo e restaurando as funções do organismo. A busca por terapias

complementares que apresentem efeitos positivos diminuindo a necessidade de consumo

de medicamentos é crescente. Por esse motivo, estudos nessa área são de grande relevância

e devem ser feitos não só para diminuir o estresse e melhorar a qualidade de vida como

também para elevar a prática da acupuntura às bases científicas4. Sendo assim, a elaboração

deste trabalho justifica-se pela convicção de que estudos desta natureza possam contribuir

com a compreensão dos mecanismos envolvidos com as oscilações da concentração do

cortisol e colesterol bem como na elaboração de protocolos eficazes no tratamento através

da Acupuntura e Laser. OBJETIVOS: Analisar o efeito do tratamento com Acupuntura e

Laser nas concentrações séricas de colesterol (HDL e LDL) e cortisol nos pontos E36

(Zusanli) e (EX2) Yintang mapeados em ratos. MATERIAIS E MÉTODO: Utilizou-se

24 ratos Wistar (Rattus norvegicus) machos adultos (160-200g), provenientes do Biotério

central da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Santa Catarina. Os ratos foram

-escuro de 12 horas e livre acesso a água

e ração. Os procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comissão de Ética no Uso

de Animais - CEUA da FURB, conforme protocolo nº 017/17. Após aclimatação de 15

dias no biotério do bloco T do campus 1 da FURB, os animais foram divididos em 3 grupos

de oito animais, sendo: Grupo controle (sem intervenção), grupo acupuntura e laser.

Previamente a experimentação, eles ficaram em jejum por 12h e aclimatados no laboratório

por um período de 1h. Todos os procedimentos foram conduzidos de acordo com as normas

de cuidados com animais de laboratório e as diretrizes éticas para

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investigação em animais conscientes. Para inserção da agulha o animal foi gentilmente

contido e as agulhas colocadas uma a uma nos pontos E36 e EX2 onde permaneceram por

30 minutos. Durante este período os animais foram observados para garantir que todas as

agulhas permaneceriam em seu ponto, caso o animal as removesse, elas eram

imediatamente recolocadas. Utilizou-se agulhas de 0,18 x 8,0 mm. O Laser utilizado foi o

de baixa intensidade (TF Premier Plus da MMO) com o comprimento de onda de 808 nm

(analgésico) e a energia adicinada é de 1 J (25 J/cm2, 100 mW por 10/s). Os pontos de

referência foram escolhidos à partir dos efeitos observados em humanos e mapeados em

ratos .Para a coleta das amostras os animais foram sedados com uma mistura de cetamina e

xilazina (70mg\Kg e 10mg\Kg respectivamente). Posteriormente, a amostra de sangue foi

coletada por punção cardíaca e transferida imediatamente para tubo com gel separador e

centrifugadas a 3500 RPM por 10 minutos. Para as análises, utilizou-se kits Bioclin®

comercial. Para a dosagem do perfil lipídico utilizou-se analisador semiautomático

Bioplus, e o cortisol por sua vez, foi mensurado através da

técnica de quimioluminescência. Os resultados foram analisados no programa Graph Pad

Prism versão 5.01. Eles foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) e

avaliados através da análise de variância (ANOVA) de uma via seguido pelo teste pos-hoc

de Newman-Keuls. Valores de p menores que 0,05 (p<0,05) foram considerados

estatisticamente significativos.

RESULTADOS

Figura 1

Concentração de Cortisol sérico. Os valores são expressos como a média de 7-8 animais ± EPM (erro

padrão da média). O asterisco (*) representa uma diminuição significativo na concentração de cortisol

sérico. * P < 0,05.

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Figura 2

Concentração de HDL. Os valores são expressos como a média de 7-8 animais ± EPM (erro padrão da

média). O asterisco (*) representa um aumento significativo estatisticamente. ** P < 0,01.

Figura 3

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Figura 3. Concentração Glicose (A), C. total (B), Triglicerídeos (C) e LDL-c (D) séricos. Os

valores são expressos como a média de 7-8 animais ± EPM (erro padrão da média). Não teve

alterações significativas estatisticamente.

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DISCUSSÃO: Na literatura não foi encontrado nenhuma relação direta entre o Laser com

o cortisol e o HDL, mas temos hipóteses de que como estresse pode ser patológico ao

metabolismo, ao crescimento, ao processo de regeneração tecidual e a resposta

imunológica este seria contraposto pelos amplos campos de ações do laser, nos quais

estudos vem mostrando a contribuição no processo de reparo tecidual, particularmente a

respeito da influência na modulação de certos tipos celulares no processo de cicatrização.

É evidenciado um aumento da cicatrização das feridas após terapia com laser, havendo

aumento na atividade mitótica, número de fibroblastos, síntese de colágeno e

neovascularização dos tecidos lesados. Assim, diante dos resultados expostos acima,

sugere-se que o Laser de baixa potência, pela ação de absorção dos cromóforos, possui

importantes efeitos celulares desde bioquímicos, bioelétricos e biofísicos. Dentre eles,

pode-se citar a troca de potenciais de membrana, equilíbrio da bomba sódio e potássio,

repolarização e a hiperpolarização da membrana, aumento do potencial de ação nervoso,

estímulo à microcirculação, absorção de exsudatos, modulação da síntese de

prostaglandinas, aceleração dos processos metabólicos celulares e o aumento da síntese

de ATP 3

.Dessa forma, às alterações observadas é que a eliminação de substâncias como

bradicinina, histamina e acetilcolina e a redução de citocinas e da enzima COX2 foram

induzidos por parte da radiação à laser, proporcionando às células e tecidos, uma energia

que intensifica, em todos os níveis, o crescimento fisiológico normalizando as

deficiências e equilibrando as concentrações dos biomarcadores avaliados2

.

CONCLUSÃO: Conclui-se que o laser utilizado nos pontos E36 (Zusanli) e (EX2)

Yintang mapeados em ratos, foi capaz de levar à respostas significativas estatisticamente

nos níveis séricos de HDL-C e cortisol. Sendo percebido, em relação ao grupo controle,

uma diminuição de aproximadamente 30% do cortisol e um aumento de mais ou menos

38% do HDL-C.

REFERÊNCIAS

1. ALMEIDA-LOPES, L. Laserpuntura: Bases Científicas e Aplicações - Revisão Bibliográfica.

São Carlos, 2010. Monografia (Especialização em Medicina Tradicional Chinesa), Escola

Spaço Alternativo.

2. ARTES-RIBAS, M., ARNABAT-DOMINGUEZ, J. e PUIGDOLLERS, A. Analgesic effect of

a low-level laser therapy (830 nm) in early orthodontic treatment. Lasers Med Sci, v.28, n.1,

p.335-41, Jan, 2013.

3. BARATTO, L., CALZA, L., CAPRA, R., GALLAMINI, M., GIARDINO, L., GIULIANI, A.,

LORENZINI, L. e TRAVERSO, S. Ultra-low-level laser therapy. Lasers Med Sci, v.26, n.1,

p.103-12, Jan, 2011.

4. CARVALHO, Janete de Fátima da Costa. Influência da acupuntura sobre o nível de estresse

em bombeiros: uma análise por meio do cortisol. 2012.

5. Chae HY, Bong HL, Sung HS. A Possible Mechanism Underlying the Effectiveness of

Acupuncture in the Treatment of Drug Addiction. eCAM. 2007.