Para a Critica Da Politica de Aristoteles

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    Para a Crtica da Poltica de Aristteles

    Ramiro Marques

    2005

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    ndice

    Cap 1 A teoria e a prtica da Educao

    Cap 2 Sobre o liberalismo e o globalismo em Aristteles

    Cap 3 Sobre o melhor governo - 1

    Cap Sobre o melhor governo - 2

    Cap ! " melhor governo # 3

    Cap $ Cr%tica & propriedade comum dos bens e das mulheres

    Cap ' " conceito de cidado em Aristteles

    Cap( ) Sobre a escravatura em Aristteles # 1

    Cap( * Sobre a escravatura em Aristteles # 2

    +lossrio

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    Cap 1 A teoria e a prtica da Educao

    ,amiro ar.ues

    Aristteles dedica um espao importante deA Polticaao tema daeducao/ preocupando-se com a discusso de vrios assuntos0 impac%ico da Educao/ a regulamentao dos casamentos e dosnascimentos/ a educao da inncia/ o carcter e o obecto daeducao/ o papel da m4sica e os limites da ginstica(Aristteles no 5/ de orma alguma/ um liberal/ pelo menos se nsdermos ao termo o signiicado .ue Adam Smith lhe deu/ no s5culo678889 ao inv5s/ acentua a importncia do papel do Estado naEducao/ considerando .ue o processo educativo 5 assuntodemasiado comple:o e importante para ser dei:ado apenas ao cuidado

    das am%lias( ;endo estudado .uase todas as Constituincia & Educao em Esparta.ue/ em ve= de promover a elicidade e as virtudes da ustia/temperana e prud>ncia/ enati=ava a preparao e o maneo das artesda guerra/ invertendo/ dessa orma/ a correcta ordem de prioridades(

    ?ara Aristteles/ a inalidade maior subordina os obectivos menores/ omenos bom est sempre subordinado ao melhor por sua destinao/assim como o bem menor deve estar dependente do bem maior9 da%.ue a guerra/ embora necessria em certas ocasi

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    e:peri>ncia/ untamente com a ra=o( ais importante do .ue ensinaras artes da guerra 5 ensinar como viver bem em pa=/ num processo a.ue Aristteles chama de ensino das virtudes pac%icas B2(Aristteles/ ao longo de toda a sua obra/ enati=a a importncia docio/ do repouso/ sem os .uais seria imposs%vel a vida contemplativa e

    o e:erc%cio das virtudes intelectuais( Est/ portanto/ muito longe/ dasconcepncia( Deste particular/ Aristteles oi um precursor e a leitura dasua obra 5tica e pol%tica continua a iluminar o nosso pensamento e

    pode audar-nos a dar um rumo correcto & Educao/ colocando-a nos%tio certo e condu=indo-a em uno das inalidades certas e no dasmodas do momento ou dos interesses meramente materialistas/instrumentais/ propagandistas ou ideolgicos das elites dominantes(?ara Aristteles/ a Educao no deve apenas ensinar o .ue 5 4til/ ascoisas prticas/ mas tamb5m os costumes/ a arte de viver bem/ eacima de tudo as virtudes e o uso da ra=o( A importncia de todosestes obectivos 5 de tal monta .ue nenhum deles deve icar ora dombito da Educao(" debate actual entre os .ue deendem uma educao centrada na

    cognio e no racioc%nio/ vulgarmente designada de construtivista oucognitivo-desenvolvimentista Bo aluno 5 .ue constri o conhecimentoe os .ue optam por uma educao centrada na prtica/ na resoluode problemas concretos e reais Ba ideia de uma educao ligada &vida oi antecipada por Aristteles/ o .ual soube/ melhor do .ueningu5m/ encontrar soluo para essa antinomia0 tr>s coisas devemcontribuir para o lorescimento humano/ a nature=a/ o hbito e a ra=o(evemos comear pelo hbito ou pela ra=oF Gual deve ter maisimportnciaF " ilsoo responde .ue devemos dar a mesmaimportncia ao hbito e & ra=o e .ue os dois devem vir para a par(

    Cabe/ por isso/ & Educao no s ortalecer a ra=o/ mas tamb5mproporcionar a oportunidade para a a.uisio de bons hbitos e acorreco dos maus hbitos( Do 5 cil o processo de a.uisio debons hbitos/ mas 5 ainda mais di%cil corrigir os maus hbitos9 porisso/ o melhor .ue os educadores devem a=er 5 certiicarem-se de .ueas crianas no t>m oportunidades para a criao dos maus hbitos(a% .ue o cuidado com o ambiente onde as crianas vivem e soeducadas/ bem como com as companhias/ constitui um assunto dee:trema importncia a .ue se deve dedicar toda a ateno( Aristtelesconsiderava .ue o poder da imitao/ da observao e do e:emploeram e:tremamente ortes no processo educativo das crianas/ pelo.ue aconselhava aos pais o maior cuidado na gesto dos ambientes e

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    das companhias( ?odemos inerir/ a partir da.ui/ .ue Aristteles/ sevivesse hoe/ consideraria e:tremamente nociva a inlu>ncia dateleviso na vida das crianas/ atendendo a .ue a .uase totalidade dosconte4dos televisivos no passa de vulgar teleli:o/ verdadeiro venenopara a mente(

    Aristteles dei:a-nos conselhos prticos sobre a educao de inncia/chamando a ateno para as dierentes ases e ade.uao do processoeducativo e do curr%culo a essas ases( At5 aos cinco anos/ a crianano deve ser submetida a .ual.uer processo de aprendi=agem ormal/pois a sua e:posio & educao ormal pode preudicar o seucrescimento( Aristteles critica/ desta orma/ a opo pela antecipaoda idade de entrada na escola/ bem como os processos deaprendi=agem precoce( A partir da.ui/ podemos a=er uma cr%tica aomodo como as sociedades actuais esto a organi=ar a chamadaeducao pr5-escolar/ escolari=ando a educao de inncia e criando

    curr%culos de tipo cognitivista para as crianas com menos de cincoanos( At5 aos cinco anos/ as crianas s devem brincar/ ouvir bulas emovimentarem-se em liberdade/ a=endo e:erc%cios corporais de ormano estruturada( S depois dos sete anos 5 .ue a criana deve ir &escola/ submetendo-se/ ento/ a aprendi=agens ormais( " curr%culoproposto por Aristteles inclui 4sica/ +instica/ +eometria eHiteratura e decorre at5 & puberdade( Segue-se um outro per%odo .uevai at5 aos vinte e um anos/ em .ue o ovem aprende ilosoia/ 5tica/artes da governao/ retrica e as mais variadas ci>ncias(Aristteles no oi um adepto da privati=ao da Educao( Como

    vimos atrs/ considerava a Educao um assunto demasiado s5rio paraser entregue &s am%lias e aos privados( A ideia de a=er negcio com aEducao/ seria vista por Aristteles como uma opo errada( ?ara oilsoo/ a educao tinha um carcter p4blico/ devendo ser assunto doEstado/ embora aceitasse .ue o Estado/ desse abertura para a criaode academias de carcter privado para educar os ovens dos 1 aos 21anos( Guer a Academia de ?lato/ .uer o Hiceu de Aristteles inclu%am-se neste caso( "iamos Aristteles0 @como no h seno um imcomum a todo o Estado/ s deve haver uma mesma educao paratodos os s4bditos( Ela deve ser eita no em particular/ como hoe/

    .uando cada um cuida dos seus ilhos/ .ue educa segundo a suaantasia e conorme lhe agrada9 ela deve ser eita em p4blico B3(

    Dotas1. Aristteles B2II2/A Poltica/ S( ?aulo/ artins Jontes/ $!2( 8dem/ $)3( 8bidem/ ')

    Kebgraiahttp0LLpMp(netcabo(ptLnetmendoLArtigoN2Iintrodu=N2Iaristoteles(htm

    Cap 2 Sobre o liberalismo e o globalismo em Aristteles

    5

    http://pwp.netcabo.pt/netmendo/Artigo%20introduz%20aristoteles.htmhttp://pwp.netcabo.pt/netmendo/Artigo%20introduz%20aristoteles.htmhttp://pwp.netcabo.pt/netmendo/Artigo%20introduz%20aristoteles.htmhttp://pwp.netcabo.pt/netmendo/Artigo%20introduz%20aristoteles.htm
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    ,amiro ar.ues

    " pensamento pol%tico de Aristteles tem sido usado para suportar eundamentar as mais diversas ideologias e propostas pol%ticas( Do hra=o para uma tamanha conuso( " maior comentador de Aristteles/

    ;oms de A.uino B1/ colocou o ilsoo na galeria dos pensadorescomunitaristas/ elogiando as suas posi

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    Ao longo das pginas .ue Aristteles dedica & economia e &propriedade ressalta a preocupao com a ustia e o e.uil%brio/ deorma .ue o Estado assegure .ue todos os cidados tenham o m%nimopara viver uma vida digna( Embora a concepo de ustia distributiva/em Aristteles/ no osse a de dar a todos o mesmo/ ou de dar a cada

    um segundo as suas necessidades/ o ilsoo considerava ser dever doEstado a proteco dos cidados .ue viviam no territrio e essaproteco inclu%a no s o acesso &s reei

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    cidados/ terem vindo de ora e/ portanto/ no poderem reivindicaruma cidadania por nascimento( Aristteles no parece muito & vontadesobre esta .uesto e no 5 poss%vel encontrar nas pginas deAPolticauma tese irme sobre o modo como se deve ad.uirir acidadania( Contudo/ podemos airmar .ue o ilsoo deende uma

    posio e.uilibrada0 os Estados no devem dar a cidadania comdemasiada acilidade aos estrangeiros/ mas tamb5m no devemassumir uma pol%tica :enoba em relao ao .ue vem de ora(Aristteles no se assume como globalista nem multiculturalista( "ideal grego e a cultura grega eram/ para Aristteles/ superiores a todasas outras culturas( Ele considerava os gregos mais inteligentes esabedores do .ue os povos do Dorte e/ sem d4vida/ mais coraosos do.ue os povos do "riente( " Estado era encarado como umaorgani=ao pol%tica para dar segurana e proteco aos cidados( "sconceitos actuais de globali=ao B e de multiculturalismo estavam

    longe do pensamento pol%tico de Aristteles/ o .ual sempre se aastouda perspectiva relativista e da ideia dos Estados imperiais( ?ore:emplo/ A Pnio Europeia/ a "DP e outras organi=a

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    Eu preiro chamar-lhe de globalismo por.ue se trata de umaideologia .ue integra elementos do liberalismo econmico e domundialismo e universalismo Qantiano(

    Kebgraia

    http0LLplato(stanord(eduLentriesLaristotle-politicshttp0LLen(MiQipedia(orgLMiQiL?oliticsRN2)AristotleN2*http0LLMMM(eses(ptLusrLramiroLinde:(htm

    Cap 3 Sobre o melhor governo - 1

    9

    http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-politicshttp://en.wikipedia.org/wiki/Politics_(Aristotle)http://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htmhttp://plato.stanford.edu/entries/aristotle-politicshttp://en.wikipedia.org/wiki/Politics_(Aristotle)http://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htm
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    Aristteles dedica grande parte do livro 888 deA Polticaa estudar ascondincia( Semdirigentes virtuosos/ no h governo usto/ honesto e competente( Aintelig>ncia permite ao legislador a=er as leis .ue melhor conv>m aos

    cidados/ em determinado conte:to( A prud>ncia permite .ue se aamas leis .ue as circunstncias permitam/ respeitando sempre o princ%pioda opo pelo bem maior ou pelo mal menor(Do 5 poss%vel discutir as melhores ormas de governo sem antesresponder & seguinte pergunta0 a .uem deve caber o e:erc%cio dasoberaniaF multido/ aos ricos/ aos homens de bem/ ao homem maiseminente .uanto ao m5rito/ ou ser preer%vel um monarca absolutoFCada uma destas soluncia/ emuno dos crit5rios da liberdade/ da ustia/ da participao na vidapol%tica/ do m5rito e da eiccia na prossecuo do bem comum e davida boa para todos( "iamos Aristteles0 @Se/ por serem superioresem n4mero/ aprouver aos pobres dividir os bens dos ricos/ no serisso uma inustiaF E/ se or preciso considerar usto todo decreto .ueemanar de tal soberano/ o .ue se .ualiicar de e:trema ini.uidadeFa mesma orma/ se/ na totalidade dos habitantes/ a maioria decideusurpar os pertences da parte menos numerosa/ isto no e.uivale adesagregar a sociedadeF(((" mesmo pode ser dito das ac

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    m5rito/ a intelig>ncia e a e:cel>ncia dos governantes9 a suacapacidade para promover o bem comum e a elicidade dos cidados(Assim sendo/ Aristteles opta por ormas mistas de governo/ natentativa de incluir os aspectos melhores e a evitar os menos bons(Desse sentido/ procede & distino entre constituinciapara os assuntos do governo( A democracia ica/ portanto/ re5m dosdemagogos e sueita ao poder da invea e da cobia do alheio( Guandoos pobres esto em maioria e ocupam o governo corre-se o risco de sepraticarem inustias to lagrantes .uanto as cometidas pelosoligarcas/ havendo o perigo de usurpao dos bens dos mais ricos por

    parte da multido( U por isso .ue/ por ve=es/ a democracia 5 ocaminho mais curto para a tirania(

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    7oltaremos a este assunto no cap%tulo seguinte(Dotas

    1 Aristteles B2II1(A Poltica( S( ?aulo0 artins Jontes/ 1!2 8dem/ 1!I

    Kebgraiahttp0LLplato(stanord(eduLentriesLaristotle-politics

    Cap Sobre o melhor governo em Aristteles Bparte 2,amiro ar.ues

    S podemos compreender a opo de Aristteles pelas ormas degoverno interm5dias Bmonar.uia/ aristocracia e politeia/ se tivermos

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    http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-politicshttp://plato.stanford.edu/entries/aristotle-politics
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    presente a sua teoria do usto meio( Airma ele0 @a melhor Constituioe o melhor regime para a maioria dos Estados/ assim como para amaioria dos particulares/ no se medem nem por virtudes acima doalcance do vulgo/ nem pelo saber .ue se ad.uire apenas com talentosnaturais e com o au:%lio da ortuna/ nem por uma orma de governo

    .ual.uer/ mas sim por um g5nero de vida .ue todos possam alcanar epelo governo .ue o maior n4mero de Estados estea disposto areceber B1( A melhor vida coincide com a vida m5dia/ ou sea/ umavida moderada nos pra=eres/ suicientemente virtuosa para serconsiderada usta e digna das ami=ades e medianamente regrada noconorto material/ por.ue demasiados bens materiais constituem umestorvo/ assim como a imoderao nos pra=eres pode preudicar asa4de e sem sa4de e alguma sorte no h condincia de Aristteles por uma classe m5dia orte/ .ue seidentii.ue com dois teros dos cidados ou pelo menos um tero/ustiica-se por.ue constitui um actor dissuasor dos e:tremismos/.uer tendo origem no grupo dos muito ricos/ .uer no grupo dos muitopobres( Guando a cidade-estado 5 composta por uma grande maioriade pobres/ podem registar-se dois movimentos0 ou os pobres tomamconta do poder/ subvertendo a Constituio e instituindo uma

    democracia .ue depressa degenera em tirania9 ou a oligar.uiaBgoverno dos muito ricos tende a degenerar para um regime despticocomo resposta &s revoltas dos pobres e & necessidade de os muitoricos se sustentarem no poder(

    Dotas1 Aristteles B2II1(A Poltica( S( ?aulo0 artins Jontes/ 1)'

    Cap ! " melhor governo em Aristteles Bparte 3

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    " livro 88 deA Poltica5 de dedicado ao in.u5rito sobre o governo idealB1( Seguindo o m5todo comparativo de Aristteles/ o livro 888apresenta e analisa vrias Constituincia rec%proca/no da igualdade/ 5 .ue mant5m o Estado em uncionamento( Se oscidados ossem todos iguais/ no haveria maneira de assegurar adiversidade de un

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    e das mulheres( Surpreende a insist>ncia e o vigor com .ue Aristtelesreuta as teses do seu ?lato( Seguindo o m5todo comparativo deAristteles/ o livro 88 apresenta e analisa vrias Constitui

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    Curioso 5 veriicar .ue esses pe.uenos Estados no s so auto-suicientes como conseguiram gerar um inegvel bem-estar para oscidados(A recusa do igualitarismo constitui um elemento essencial da pol%ticaaristot5lica( @" Estado consiste no apenas na pluralidade de homens/

    mas tamb5m nas dierentes esp5cies de homens9 no se pode a=erum Estado de homens .ue seam todos iguais B88/ 12$1V22( Aproposta igualitria de ?lato/ posta em prtica/ levaria & diluio doslaos amiliares/ aectivos e se:uais a um ponto tal .ue tornariaimposs%vel o e:erc%cio da responsabilidade sobre .uem .uer .ue osseou sobre o .ue .uer .ue osse( " princ%pio da e.uival>ncia rec%proca/no da igualdade/ 5 .ue mant5m o Estado em uncionamento( Se oscidados ossem todos iguais/ no haveria maneira de assegurar adiversidade de unm constitui

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    onde se a= o uso comum dela .uando necessrio( A%/ os escravos sousados em comum e/ .uando necessrio/ tamb5m os cavalos( Emboracada cidado tenha a sua propriedade/ uma parte dela 5 para uso dosamigos/ outra parte para uso de todos e/ por im/ uma terceira partes para uso pessoal B88/ 12$3V3I(

    Jinalmente/ Aristteles aponta uma outra ra=o de peso para a e:plicara sua preer>ncia pela propriedade privada dos bens e pelo seu usocomum0 @al5m do mais h um imenso pra=er gerado pela posse dapropriedade B88/ 12$3VI( "utra ra=o derivada da.uela 5 o pra=er.ue os amigos tiram da auda prestada aos amigos( A.ui/ Aristtelesinvoca a importncia da virtude da ami=ade para a vida boa ea eudaimonia( Sem propriedade privada/ os amigos ver-se-iamincapa=es de acudir &s necessidades dos amigos e de colocar aoservio deles alguns dos bens0 @um ponto adicional 5 .ue se tiragrande pra=er a=endo avores aos amigos/ aos estranhos e aos scios

    e isto s 5 poss%vel .uando se tem propriedade prpria B88/ 12$3VI(Sem propriedades privada/ os cidados icariam impedidos de e:ercerduas virtudes essenciais & vida boa0 a ami=ade e a liberalidade B3(

    Dotas1. Aristotle B1**2( The Politics( B8ntroduo e traduo de ;( A(

    Sinclair( Hondres0 ?enguin Classics( Deste cap%tulo/ segui aedio da ?eguin Classics( a.ui em diante/ seguirei sempre aedio da ?eguin Classics( Gual.uer reer>ncia & edio daEditora artins Jontes ou da Editorial 7ega ser devidamente

    assinalada(2. ?lato B2II$(A Repblica( Hisboa0 +uimares Editores3. Sobre estas virtudes0http0LLMMM(eses(ptLusrLramiroLinde:(htm

    Cap ' " conceito de cidado em Aristteles

    ,amiro ar.ues

    Aristteles dedica uma parte do livro 888 & deinio do conceito decidado e & distino entre o bom cidado e a pessoa virtuosa B1( "estagirita comea por deinirpolis/ mas chega & concluso .ue/ no

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    http://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htmhttp://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htm
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    havendo unanimidade em torno da deinio/ 5 preciso primeiro deinircidado( Contudo/ tamb5m no h unanimidade em torno do conceitode cidado/ pelo .ue se torna necessria uma deinio deconstituio( Pma ve= .ue e:istem dierentes tipos de constituio/ 5lgico .ue haa dierentes deinincias necessrias para o e:erc%cio da cidadania/ .uer por altade maturidade intelectual e de carcter .uer por alta deconhecimentos( "s escravos/ por e:ecutarem as tareas mecnicas e

    servis/ no tinham o tempo livre necessrio ao e:erc%cio da vidapol%tica( ?or outro lado/ no sendo livres/ no podiam governar neme:ercer magistraturas( "s estrangeiros residentes dedicavam-se/ regrageral/ ao com5rcio e ao artesanato/ pelo .ue no dispunham/ tamb5m/de tempo livre para o e:erc%cio da cidadania( ?or outro lado/ sendo oEstado uma associao de pessoas livres .ue tinham em comum apartilha da l%ngua/ da religio e dos costumes/ no a=ia sentido alargara cidadania a .uem no partilhava algum desses atributos( ?odemoscontrapor .ue muitos dos metecosBestrangeiros com autori=ao deresid>ncia em Atenas eram gregos de outras origens e .ue/ por isso/partilhavam com os atenienses a l%ngua e a religio e/ em muitoscasos/ os costumes( ?ara compreendermos a posio de Aristteles

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    temos de ter em conta .ue as cidades gregas rivali=avam entre si emuitas ve=es guerreavam os vi=inhos/ osse por ra=

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    Dotas1 Aristotle B1*)1( Politics( B8ntroduo/ traduo e notas de ;( A(

    Sinclair( Hondres0 penguin Classics/ 888/ 12'b32

    Cap( ) Sobre a escravatura em Aristteles Bparte 1

    ,amiro ar.ues

    Aristteles oi um dos primeiros ilsoos a promover uma discussoaproundada sobre o conceito de escravatura/ tipos de escravaturas esobre a sua legitimidade( Essa discusso 5 eita no livro 8 deAPolticaB1/ mas ora ensaiada antes/ no livro 888 da tica a

    Nicmaco B2 e tamb5m/ em menor parte/ na tica a EudemoB3(

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    " livro 8 de A ?ol%tica ocupa-se da administrao dom5sticaBoionomia e das relancia de uma 4nica esp5cie de homens( Com eeito/ paraAristteles/ o .ue distingue os homens dos animais 5 .ue os primeirosso dotados de uma alma e de um corpo e a.uela comanda este( Al5mdisso/ a alma tem uma parte racional/ ou sea/ deliberativa/ a .ualdomina a parte desiderativa/ ou sea/ a parte responsvel pelosapetites( "ra/ Aristteles no pode negar aos escravos a posse dessesre.uisitos sob pena de os dei:ar de considerar homens( " .uedistingue os escravos dos homens livres no 5 a posse dessesre.uisitos/ mas sim o uso .ue uns e outros a=em da parte racional da

    alma0 en.uanto os homens livres so capa=es de a=erem uso dacomponente deliberativa da alma e/ portanto/ esto aptos paracomandar/ os escravos no so capa=es de a=er uso dessacomponente/ estando limitados apenas a compreenderem e aobedecerem ao comando( "u sea/ sendo dotados de ra=o/ nodisp

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    obedecerem( a mesma orma/ h uma dierena entre o dom%nioe:ercido sobre os homens livres e o dom%nio e:ercido sobre osescravos0 o primeiro 5 chamado de pol%tico e o segundo de desptico(A comunidade pol%tica era vista por Aristteles como @unidade orgnicade partes dierentes e desiguais/ unidade na .ual cada elemento ocupa

    o seu lugar natural e e:ercita a sua uno espec%ica( Esse princ%piolegitima e ustiica a e:ist>ncia de distin

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    por outro/ no dei:a de ser um homem9 contudo/ separa-o do homemlivre uma suposta incapacidade para usar a parte deliberativa da alma(Esta contradio nunca ser resolvida por Aristteles( Do undo/ oilsoo est perante uma aporia sem soluo0 o escravo 5 humano/mas 5 simultaneamente um instrumento animado9 o escravo tem alma

    e 5 capa= de compreender/ mas alta-lhe a parte deliberativa Btobouletin9 pode compreender a ra=o e obedecer &s ordens/ mas nopode e:ercit-la( ais do .ue isso0 a dierena no 5 meramente.uantitativa/ mas de tipo .ualitativo( " escravo no possui menosra=o do .ue o homem livre9 possui/ isso sim/ um tipo dierente dera=o( Esse tipo dierente de ra=o e:plica a aus>ncia da partedeliberativa(Aristteles dedica uma parte do livro 8 deA Polticaa encontrarustiica

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    9. A Poltica/ 8/ 12!V1'-12!!V3

    Cap( * Sobre a escravatura em Aristteles Bparte 2

    ,amiro ar.ues

    Aristteles dedica uma parte do livro 8 de A ?ol%tica a ustiicar opretenso carcter natural da escravatura B1( A ustiicao baseia-sena teoria teleolgica e na lei natural0 e:iste uma ordem e umahierar.uia no universo9 cada obecto e cada ser tem uma uno

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    primordial e 5 tanto mais e:celente Baret" .uanto melhordesempenhar essa uno( Essa hierar.uia 5 um padro universal ee:pressa-se nos binmios melhorLpior9 homemLanimal9homemLmulher9 senhorLescravo9 almaLcorpo9 racionalLirracional( "escravo est para o seu senhor como a alma est para o corpo e a=

    sentido a sua e:ist>ncia por.ue o modo de vida grego seria imposs%velsem a escravatura e/ nesse sentido/ a escravatura 5 boa .uer para oescravo .uer para o senhor( U claro .ue Aristteles no consegue irmuito al5m na e:plicao da tese da bondade da escravatura para oescravo9 muito menos/ no caso da escravatura convencional/ emconse.u>ncia da captura em cenrio de guerra( Como 5 .ueAristteles/ um pensador genial .ue undou a Ziologia e a Hgica/poderia dar-se por satiseito na ustiicao encontradaF A 4nicae:plicao poss%vel para este parado:o 5 airmarmos .ue essaustiicao 5 meramente ideolgica( Aristteles oi um optimista

    realista/ um pragmtico/ um pensador pol%tico .ue consideravae:celentes a cultura grega e o modo de vida grego/ pelo .ue no podiaconsiderar a hiptese de os @instrumentos animados dei:arem de sero suporte da economia e/ portanto/ do modo de vida grego( Emconse.u>ncia da sua teleologia/ Aristteles admitia como natural ae:ist>ncia de homens dotados para governar e homens destinados aserem governados9 os primeiros/ dotados de capacidades racionais edeliberativas9 os segundos/ privados do uso do poder da ra=o/ emboradotados da capacidade de compreenso( Estavam/ neste caso/ osescravos( e outra orma/ altar-lhes-ia o re.uisito undamental para

    serem considerados homens( E Aristteles no podia negar essere.uisito aos escravos/ sob pena de p[r em causa toda a sua ontologia(Ao longo do te:to B12!!V3-b1!/ ressalta o acto de Aristteles no terconseguido ser completamente convincente na apresentao daustiicao da escravatura/ sobretudo por.ue ica a ideia de .ue aescravatura pela ora ica ora da sua e:plicao teleolgica e nopode ser ustiicada & lu= da lei natural( A no ser .ue se considere .uea derrota numa guerra se deve/ no a ra=

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    1. A Poltica/ 8/ 12!V1'-12!!V32. A obraA Polticaoi muito pouco divulgada nos s5culos

    posteriores & morte de Aristteles/ sendo desconhecida de .uasetodos os pensadores romanos( A sua redescoberta/ no s5culo6888/ viria a inluenciar a ci>ncia pol%tica medieval( ,einou como

    obra incontestado at5 ao s5culo 6788( A publicao do 'eviat(/por ;homas Oobbes/ marcou o seu decl%nio(

    +lossrio de ;ermos Psados por Aristteles

    ,amiro ar.ues

    Aco0pra$isCidado0polit)sCidade-estado0polisComunidade0 oin*niaConstituio0politeia

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    E:cel>ncia0 aret)Hivre0 eleutherosZom0 a!athosJelicidade0 eudaimoniaJeli=0 eudaim*n

    Xustia0 diaiosun)Hei0 nomosHegislador0 nomothet)sSenhor0 despot)sDature=a0phusisDobre0 +alon?ol%tico0politiosCi>ncia pol%tica0politi) epist)m)?rtica0pratiosSabedoria prtica0phron)sis

    Auto-suiciente0 autar)sSoberano0 urios

    Glossrio de termos usados por Aristteles

    ,amiro ar.ues Bpublicado em 1' de aio de 2II'

    Aco #pra$isActividade # ener!eia

    Zom # agathos7ergonha # aids7ergonhoso # aischros?ercepo # aisth5sisCausa # aitia8ntemperana # aQolasia

    8ncontin>ncia # aQrasiaDecessidade # ananQ5,aiva # org5Animal # =on?u==le # aporiaApetite # epithumia7irtude # aret5Auto-suiciente # autarQ5seseo # boul5sisCausa # aitios

    Carcter # 5thosCultivado # charieis

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    Comunidade # QoinniaCorrecto # orthos;ratamento correctivo # Qola=eineseo # ore:isJa=er ustia # diQaiopragein

    Cometer inustia # adiQeinCapacidade # dunamisEducao # paideiaJorma # eidos+eneroso # eleutheriosE:peri>ncia # empeiriaJinalidade # ;elosContinente # enQrat5secente # epieQ5sCi>ncia # epist5m5

    Apetite # epithumia8gual # isosJuno # ergonAmor ertico # erosObito # ethosCarcter # 5thosJelicidade # eudaimoniaE:acto # aQrib5sE:celente # spoudaiosHiberdade # e:ousia

    E:peri>ncia # empeiriae acordo com # QataSentimento # pathosZelo # QalosAdmirvel # QalosSorte # tuch5Ami=ade # philiaCivili=ado # eleutherioseus # theos8ncondicional # Qapls

    ?ra=er # h5don57oluntrio # heQousiosOonra # tim5Ser humano # anthrpsSuposio # hupol5psis8ncontinente # aQrat5s8ner>ncia # sullogismos8ntelig>ncia # phron5sisXustia # diQaiosun57icioso # QaQos9 mochth5rosPniversal # Qatholou?articular # Qath\heQaston

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    Em si prprio # Qath\hautoovimento # Qin5sisComum # QoinosHei # nomos,a=o # logos

    A maior parte das pessoas # hoi polloi8nterm5dio # mesot5siservel # athliosDature=a # phusisDecessidade # ananQ5Compreenso # nous"rigem # arch5Correcto # orthosSubstncia # ousia?erdo # sungnm5

    ?ercepo # aisth5sis?rodu=ir # poieinCi>ncia ?ol%tica # politiQ5uitos # polloi?roduo # poi5siseciso # prohairesis?r:imo de # oiQosClculo racional # logismosever # dein;emperana # sphrosun5

    Alama # psuch5Sabedoria # sophia7alor # a:ia

    Bibliograia

    Aristotle B1*)!( Nichomachean Ethics( B8ntroduo/ traduo e notasde ;erence 8rMin( 8ndianapolis0 OaQett

    Kebgraia

    http0LLMMM(eses(ptLusrLramiroLinde:(htmhttp0LLplato(stanord(eduLentriesLaristotle-politics

    30

    http://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htmhttp://plato.stanford.edu/entries/aristotle-politicshttp://www.eses.pt/usr/ramiro/index.htmhttp://plato.stanford.edu/entries/aristotle-politics
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