Aspectos bioecológicos de Hyperaspis pantherina Fursch … · 2006. 9. 6. · esta praga com...

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Boi. San. Veg. Plagas, 30: 347-354, 2004 Aspectos bioecológicos de Hyperaspis pantherina Fursch (Coleop- tera: Coccinellidae) predador de Orthezia insignis Browne (Homoptera: Ortheziidae) A. R FÉLIX, J. VASCONCELOS, C. I. BRAZÃO, A. M. FRANQUINHO AGUIAR, P. ROCHA O coccinelídeo Hyperaspis pantherina Fursch, predador específico de Orthezia insignis Browne, foi importado do Quénia e está a ser criado em laboratório na Ilha da Madeira desde Julho de 2002. Os adultos obtidos largados em Jacarandá mimosifolia D. Don, planta ornamental presente em arruamentos e jardins da cidade do Funchal. No presente trabalho apresentam-se alguns aspectos bioecológicos deste predador obtidos no âmbito da sua criação laboratorial, através do acompanhamento do ciclo de vida de dois casais do coccinelídeo. AP. FÉLIX, J. VASCONCELOS, P. ROCHA. Direcção de Serviços de Produção Agrícola. Divisão de Protecção Integrada. Caminho das Voltas, n° 11. 9060-329 Funchal, Madei- ra, Portugal, [email protected]; [email protected] A. M. FRANQUINHO AGUIAR, C.I. BRAZÃO. Direcção de Serviços de Investigação Agríco- la. Divisão de Fitopatologia, Secção de Entomologia. Estrada Eng.° Abel Vieira. 9135- 260 Camacha, Madeira, Portugal, [email protected]; [email protected] Palavras-chave: Hyperaspis pantherina, bioecologia, Orthezia insignis, Ilha da Madeira. INTRODUÇÃO Orthezia insignis Browne, conhecida vul- garmente por cochonilha-do-jacaranda ou cochonilha-da-lantana, é uma praga que, atendendo aos seus hábitos de elevada poli- fagia, apresenta uma extensa lista de hospe- deiros, conforme referenciado em VIEIRA et ai. (1983), nomeadamente ornamentais. Na Ilha da Madeira manifesta preferência pelos jacarandás, Jacarandá mimosifolia D. Don (Bignoniaceae), Duranta repens e por plan- tas ornamentais pertencentes aos géneros Lantana e Coleus, frequentemente utilizadas em zonas ajardinadas. Atendendo à dificuldade em combater esta praga com recurso à aplicação de insec- ticidas deu-se inicio, em 2001, a um projec- to de luta biológica clássica através da importação de um coccinelídeo, Hyperaspis pantherina Fursch (Fig. 1), originário do México, considerado predador especifico de O. insignis. BOOTH et ai. (1995) referem o sucesso da sua utilização em programas de luta biológica, contra esta cochonilha, em vários territórios de África, no Peru, Hawai e Fig. 1: Adultos do predador Hiperaspis pantherina.

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  • Boi. San. Veg. Plagas, 30: 347-354, 2004

    Aspectos bioecológicos de Hyperaspis pantherina Fursch (Coleop-tera: Coccinellidae) predador de Orthezia insignis Browne(Homoptera: Ortheziidae)

    A. R FÉLIX, J. VASCONCELOS, C. I. BRAZÃO, A. M. FRANQUINHO AGUIAR, P. ROCHA

    O coccinelídeo Hyperaspis pantherina Fursch, predador específico de Ortheziainsignis Browne, foi importado do Quénia e está a ser criado em laboratório na Ilha daMadeira desde Julho de 2002. Os adultos obtidos largados em Jacarandá mimosifolia D.Don, planta ornamental presente em arruamentos e jardins da cidade do Funchal. Nopresente trabalho apresentam-se alguns aspectos bioecológicos deste predador obtidosno âmbito da sua criação laboratorial, através do acompanhamento do ciclo de vida dedois casais do coccinelídeo.

    AP. FÉLIX, J. VASCONCELOS, P. ROCHA. Direcção de Serviços de Produção Agrícola.Divisão de Protecção Integrada. Caminho das Voltas, n° 11. 9060-329 Funchal, Madei-ra, Portugal, [email protected]; [email protected]. M. FRANQUINHO AGUIAR, C.I. BRAZÃO. Direcção de Serviços de Investigação Agríco-la. Divisão de Fitopatologia, Secção de Entomologia. Estrada Eng.° Abel Vieira. 9135-260 Camacha, Madeira, Portugal, [email protected]; [email protected]

    Palavras-chave: Hyperaspis pantherina, bioecologia, Orthezia insignis, Ilha daMadeira.

    INTRODUÇÃO

    Orthezia insignis Browne, conhecida vul-garmente por cochonilha-do-jacaranda oucochonilha-da-lantana, é uma praga que,atendendo aos seus hábitos de elevada poli-fagia, apresenta uma extensa lista de hospe-deiros, conforme referenciado em VIEIRA etai. (1983), nomeadamente ornamentais. NaIlha da Madeira manifesta preferência pelosjacarandás, Jacarandá mimosifolia D. Don(Bignoniaceae), Duranta repens e por plan-tas ornamentais pertencentes aos génerosLantana e Coleus, frequentemente utilizadasem zonas ajardinadas.

    Atendendo à dificuldade em combateresta praga com recurso à aplicação de insec-ticidas deu-se inicio, em 2001, a um projec-to de luta biológica clássica através daimportação de um coccinelídeo, Hyperaspis

    pantherina Fursch (Fig. 1), originário doMéxico, considerado predador especifico deO. insignis. BOOTH et ai. (1995) referem osucesso da sua utilização em programas deluta biológica, contra esta cochonilha, emvários territórios de África, no Peru, Hawai e

    Fig. 1: Adultos do predador Hiperaspis pantherina.

  • na Ilha de Santa Helena. Deste modo, proce-deu-se à sua importação do Quénia, atravésdo "Kenya Forestry Research Institute"(KEFRI).

    Este predador está a ser criado num labo-ratorio dos serviços oficiais, desde Julho de2002. As primeiras largadas ocorreram nomês seguinte após um período de quarente-na, tendo sido até à data largados aproxima-damente 33 000 adultos.

    No âmbito da criação laboratorial do coc-cinelídeo H. pantherina e para proceder aestudos da sua bioecologia foi efectuado oacompanhamento do ciclo de vida de doiscasais do coccinelídeo, seguindo a metodo-logia descrita por FOWLER (1993).

    MATERIAL E MÉTODOS

    A criação laboratorial está a ser realizadaem ambiente condicionado de temperatura,humidade relativa e fotoperíodo, respectiva-mente 25°C e 55% de H.R. (dia); 19°C e50% de H.R. (noite); 16 horas de luz diária e8 horas de obscuridade, em duas câmarasFitoclimaWalkin 12500 EDTU, com 13,0m3de volume interior cada (Fig. 2).

    Foi efectuado o acompanhamento de doiscasais adultos de H. pantherina, apósemergência a 13 de Novembro de 2002: casalA (1 â:\ 9) e casal B (26â:l 9) (Quadro 1).

    Cada casal era colocado numa placa depetri com 12cm de diâmetro, revestida nofundo por papel de filtro, contendo fragmen-tos de plantas de Lantana spp. infestadascom O. insignis, para alimentação do preda-dor e para garantir a postura, pois este cocci-nelídeo parece ser um predador especifico dacochonilha deixando de efectuar posturas nasua ausência e, por outro lado, os adultosparece que canibalizam os seus própriosovos quando escasseia o hospedeiro (BOOTHet ai., 1995). As tampas destas placas pos-suíam no centro um orifício circular, com5cm de diâmetro, coberto com rede de malhafina para permitir a circulação de ar. Sobreesta rede foi colocado um suplemento ali-mentar à base de agar (15g de mel, 3g deaçúcar, Ig de agar e 100ml de água) com o

    Fig. 2: Câmara Fitoclima Walkin utilizada na criaçãode Hyperaspis pantherina.

    objectivo de proporcionar uma fonte adicio-nal de energia e fluidos.

    Ao longo de todo o processo de criaçãofoi dada especial atenção à disponibilidadede alimento, pois segundo BOOTH et ai.(1995) a duração dos vários estados dedesenvolvimento, o tamanho dos adultos, alongevidade e a fecundidade variam conside-ravelmente dependendo da disponibilidadeda presa O. insignis.

    Diariamente cada casal era transferidopara uma nova placa de petri limpa e commaterial vegetal fresco e infestado.

    As placas, de onde se retiravam os adultos,eram observadas à lupa para detectar e conta-bilizar a presença de ovos. Os ovos existenteseram seguidamente colocados, em placas depetri, com 9cm de diâmetro e revestidas porpapel de filtro (cerca de cinco ovos porplaca). Estas observações eram efectuadasminuciosamente pois os ovos poderiam serencontrados quer no papel de filtro, quer nasfolhas da planta e, ainda, nos vários estadosde desenvolvimento de O. insignis, commaior frequência nas fêmeas adultas o quevai de encontro ao descrito por BOOTH et ai.(1995) que concluíram que mais de 90% dosovos foram colocados em fêmeas adultas deO. insignis sobretudo nas superfícies dorsaisdo abdómen ou do ovissaco.

  • Quadro 1 - Datas de emergência e morte dos casais A e B de Hyperaspis pantherina, longevidade e número totalde posturas por casal.

    * Permanecem vivos (com aproximadamente 12 meses)

    As placas com ovos eram mantidas até àeclosão, numa outra câmara de ambientecondicionado com os mesmos parâmetros detemperatura e fotoperíodo, excepto a humi-dade relativa que era de 60%. Observou-se eregistou-se a duração do período de incu-bação dos ovos.

    Após eclosão dos mesmos seleccionaram-se e individualizaram-se 52 larvas em placasde petri com 7cm de diâmetro e revestidaspor papel de filtro, contendo alimento emquantidade suficiente. Diariamente procedia-se à limpeza das placas, remoção e substi-tuição do alimento.

    Quando cada larva iniciava o estado depupa era colocada numa placa de petri, com4cm de diâmetro e o fundo revestido porpapel de filtro, até à emergência do adulto.

    Diariamente quantificou-se o número deovos colocados por cada uma das fêmeas, oque permitiu verificar a fecundidade dasmesmas. Registou-se, também, a longevida-de dos adultos de cada casal.

    Efectuaram-se observações pormenoriza-das, de modo a identificar e a registar aduração média dos vários estados de desen-volvimento e duração total do estado de ovo aadulto de H.pantherina. Das 52 larvas indivi-dualizadas morreram algumas, pelo que

    seleccionaram-se 30 larvas e os dados obtidosforam baseados nesses 30 indivíduos de H.pantherina. Com base nesta amostra efec-tuou-se ainda, a identificação dos quatro dife-rentes instares larvares e registou-se o tempode duração do desenvolvimento dos mesmos.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    O estudo efectuado com base nos casais:casal A (1

  • No que diz respeito ao número de ovoscolocados, segundo um estudo efectuado porBOOTH et ai. (1995), num período de 57 dias,uma fêmea colocou cerca de 325 ovos. Noentanto, nas condições laboratoriais descri-tas, e para igual período de tempo, obteve-seum número de ovos aproximadamente trêsvezes maior: 922 ovos (9 A) e 762 (9 B)(Quadro 2).

    Na Fig. 3 apresentam-se graficamente asposturas semanais dos casais A e B de H.pantherina utilizados neste estudo.

    A fêmea do casal A iniciou a postura a 20de Novembro de 2002, com 13 ovos, prolon-gando-se durante 24 semanas. A referidafêmea sobreviveu ainda mais duas semanas.Quanto à fêmea do casal B iniciou a postura,apenas com dois ovos, a 22 de Novembro,tendo-se prolongado durante 20 semanas. Noentanto, esta fêmea sobreviveu mais setesemanas mas sem efectuar posturas adicio-nais.

    Segundo FOWLER (1993) o acasalamentoinicia-se um dia após a emergência e a postu-ra pode começar poucos dias depois, enquan-to que BOOTH et ai. (1995) referem que ocorre

    após um período de cerca de 10-14 dias. Noentanto, os resultados obtidos são coinciden-tes apenas com o primeiro autor.

    Foram observados picos de posturascorrespondentes à terceira, sexta, sétima eoitava semanas, após as quais se verificouum decréscimo acentuado a partir da décimasemana. Comparando as posturas das duasfêmeas verificou-se que a fêmea A efectuouum maior número de posturas, na maiorparte das vezes, evidenciando uma diferençasignificativa, excepto no período entre adécima primeira e a décima quarta semanas,relativo ao mês de Fevereiro (Fig. 3).

    Da descendência destes casais foram selec-cionadas 52 larvas, no entanto apenas se obti-veram 30 adultos (19 machos e 11 fêmeas)(Quadro 3). O elevado número de mortalida-de verificada no estado larvar deveu-se, pro-vavelmente, ao manuseamento do mesmo,pois verificou-se uma relação proporcionalentre a taxa de mortalidade nas larvas e omanuseamento, o que nos levou a reavaliar oprocedimento experimental utilizado nametodologia de criação e a introduzir ajusta-mentos no mesmo (FÉLIX et aL, em prep.).

    Fig. 3 - Variação semanal do número de ovos dos casais A e B d e Hyperaspis pantherina.

  • Quadro 3 - Número de larvas, pupas e adultos de Hyperaspis pantherina, obtido a partir do total de 52 larvas.

    Hyperaspis pantherina

    Larvas

    Pupas

    Adultos

    mortos

    18

    2

    2

    Número

    vivos

    34

    32

    3O(19d(J ; l l$9)

    Quadro 4 - Duração média, em dias, dos diferentes estados de desenvolvimento, de 30 indivíduos de Hyperaspispantherina.

    Ovo Larva Pupa Ovo - adulto

    Duração média (dias)

    Intervalo de valores observados

    Quadro 5 - Duração média, em dias, dos diferentes estados de desenvolvimento de Hyperaspis pantherina, segun-do FOWLER (1993) & BOOTH et ai. (1995).

    Ovo Larva Pupa Ovo - adulto

    Duração média (dias)

    A duração média, em dias, dos diferentesestados de desenvolvimento e duração totaldo estado de ovo a adulto de H. pantherina,é apresentada no Quadro 4, onde se verificaque o estado larvar é o que apresenta umaduração média superior relativamente aosoutros estados, com um intervalo de valoresobservados entre 14 e 25 dias.

    FOWLER (1993) & BOOTH et ai. (1995)procederam ao mesmo estudo, com 18 indi-víduos, tendo-se registado algumas dife-renças quanto à duração, em dias, dos dife-rentes estados de desenvolvimento de H.pantherina (Quadro 5). As diferenças maisrelevantes encontradas referem-se à duraçãodos estados de ovo e pupa. No primeiroregistou-se uma diminuição de cerca de qua-tro dias. Em relação ao segundo obteve-se

    uma duração inferior a três dias (Quadros 4e 5). Consequentemente a duração total dodesenvolvimento obtida foi cerca de 35 dias(Fig. 4), no entanto, os mesmos autores obti-veram um valor médio de cerca de 42 dias(Quadro 5).

    Efectuou-se, ainda, a identificação dosquatro diferentes estados larvares de H.pantherina e registou-se o tempo deduração do desenvolvimento dos mesmos(Quadro 6) onde se pode observar que oúltimo instar larvar foi o que registou umamaior duração. O mesmo tipo de estudo foiefectuado por FOWLER (1993) tendo osresultados sido ligeiramente similares.Segundo este a duração do desenvolvimen-to do Io instar foi cerca de 5 dias e de cadaum dos restantes cerca de 3 a 4 dias. Rela-

    Quadro 6 - Duração média, em dias, dos estados de desenvolvimento e dos diferentes instares larvares de Hype-raspis pantherina.

    Duração média (dias)Intervalo de valores observados

    1°3,63-4

    3,02-3,3

    Instar3o

    3,02-3

    4o

    7,05-7

  • tivamente à duração total do desenvolvi-mento larvar quer em laboratório quersegundo FOWLER (1993) os resultadosforam coincidentes tal como se pode verifi-car nos Quadros 4 e 5.

    A Fig. 4 representa o ciclo de vida e aduração média, em dias, dos diferentes esta-dos de desenvolvimento de H. pantherinaque nas condições laboratoriais referidasregistou um total de cerca de 35 dias.

    Fig. 4 - Ciclo de vida de Hyperaspis pantherina.

  • CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A criação do predador H. pantherinaseguiu, inicialmente, a metodologia descritana bibliografia. No entanto, introduziram-sealgumas alterações tendo-se conseguidocondições de criação desta joaninha de umaforma mais expedita e económica em termosde recursos humanos, comparativamentecom a utilizada em Santa Helena.

    As alterações introduzidas basearam-se,essencialmente, no não manuseamento dasdiferentes fases de desenvolvimento de H.pantherina, reduzindo-se desta forma a mor-talidade. Verificou-se, assim, um aumento nonúmero de adultos obtidos, em cerca de75%, para o mesmo período de tempo,

    tendo-se igualmente reduzido o tempo e otrabalho dispendidos nas várias etapas da suaprodução.

    A par do processo de criação realizaram-se determinados estudos bioecológicos nosentido de compara-los com os descritos nabibliografia, podendo concluir-se que não seregistaram discrepancias nos resultados. Noentanto, em determinados parâmetros,nomeadamente no que se refere à longevida-de e ao número de ovos colocados por cadafêmea os valores obtidos foram mais produ-tivos. Refere-se ainda que a duração do ciclode vida de H. pantherina, comparativamentecom o referenciado na bibliografia, foi maiscurto. Situação esta que veio permitir opti-mizar o processo de criação.

    RESUMEN

    FÉLIX A. P., J. VASCONCELOS, C. I. BRAZÃO, A. M. FRANQUINHO AGUIAR, P. ROCHA.2004. Aspectos bioecológicos de Hyperaspis pantherina Fürsch (Coleóptera: Coccinelli-dae) depredador de Orthezia insignis Browne (Homoptera: Ortheziidae).. Bol. San. Veg.Plagas, 30: 347-354.

    El coccinélido Hyperaspis pantherina Fürsch, depredador específico de la cochinillaOrthezia insignis Browne, ha sido importado de Kenia y está siendo reproducido en labo-ratorio desde Julio de 2002 en la Isla de Madeira. Los adultos obtenidos han sido libera-dos sobre Jacaranda mimosifolia D. Don, árbol ornamental utilizado en las calles y jar-dines de la ciudad de Funchal, actualmente muy afectados por la cochinilla. En este artí-culo se presentan algunos aspectos bioecológicos del coccinélido obtenidos del estudiodel ciclo de vida de dos parejas en condiciones de multiplicación en laboratorio.

    Palabras clave: Hyperaspis pantherina, bioecología, Orthezia insignis, Madeira.

    ABSTRACT

    FÉLIX A. P., J. VASCONCELOS, C. I. BRAZÃO, A. M. FRANQUINHO AGUIAR, P. ROCHA.2004. Bio-ecological aspects of Hyperaspis pantherina Fürsch (Coleóptera: Coccinelli-dae) a predator of the Lantana Bug, Orthezia insignis Browne (Homoptera: Ortheziidae).Bol. San. Veg. Plagas, 30: 347-354.

    Hyperaspis pantherina Fürsch is a specific predator of the Jacaranda or Lantana BugOrthezia insignis Browne. Imported from Kenya to Madeira Island to be used as a bio-logical control agent, it has been reared since July 2002 in a laboratory and adults arebeing released on O. insignis infested Jacaranda mimosifolia D. Don trees, present insidewalks and on many gardened areas of the downtown Capital city of Madeira Island(Funchal).

    In this paper the life cycle and some bio-ecological aspects of this predator are redes-cribed as a result of careful observations made during the rearing process of this ladybird.

    Key-words: Hyperaspis pantherina, bio-ecological, Orthezia insignis, MadeiraIsland.

  • REFERÊNCIAS

    BEGGS J. (2001). Biological control - A success Story.Stowaways. (1):15.

    BOOTH, R. G.; CROSS, A. E.; FOWLER, S. V. & SHAW, R.H. (1995). The biology and taxonomy of Hyperaspispantherina (Coleóptera: Coccinellidae) and die clas-sical biological control of its prey, Orthezia insignis(Homoptera: Ortheziidae). Bulletin entomologicalResearch.S5,301-3U.

    FELIX, A. P.; ROCHA, P.; BRAZÃO, C. & AGUIAR, A. M.FRANQUINHO (em prep.). Criação laboratorial deHyperaspis pantherina FÜRSCH (Coleóptera: Coc-cinellidae) predador de Orthezia insignis Browne(Homoptera: Ortheziidae).

    FOWLER, S. V. (1993). Report on a visit to St Helena, 6-25 June 1993. International Institute of BiologicalControl, Silwood Park, UK, 36pp.

    VIEIRA, R. M. S.; CARMONA, M. M. & PITA, M. S.(1983). Sobre os coccídeos do Arquipélago daMadeira (Homoptera: Cocoidea). Bol. Museu Mun.Funchal. (XXXV, Art. 153): 81-162.

    (Recepción: 28 octubre 2003)(Aceptación: 12 febrero 2004)