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Desde os tempos niylholoaicos — com a magic». Medea — o homem psocura resislir, por meios artifi- ciaes, aos estragos da ertade, visando, principalmente- os cabellos brancos, que são os primeiros e os mais 2vidi'ntes siguats da velhice.

Entie as linluras usadas para tal fim figuram a? de saes de chumbo, de praia, tie cobre, de mercúrio,. de cal, de bismulho. de eslanhos"e culras, que produ- zem sobre o organismo inteiro graves desordens que se mulio tarde são percebidas. As tinturas americanas são a base de sulfato de cadmium e sulphídralo de ammo- niaco. São menos lojiicas, mas irritam o ciuiro cabellu- clri e provocam a calvice rápida, Astiniurss a base de nitrato de prata, lâo espalhadas, são,dc acçáo to.xica lenta e fatal. Ha, porím, alguns productus vegeiaes inoffensivos que infelizmrnle, dâo uma coloração muita fracs e pouco durável. A única que se pôde recom- mendarsem receio e que, da rcsuli.ndos admiráveis éa "PeiaUna, com a qual se póie obter, graduando as do- ses, Iodos os tons, lUi castanho chiro ao negro azevi- che. infelizmente este prodiicto é raro em nosso meio, sendo oriunilo da Per^Lía, de onde actuaimenie só pôde vir com grande nilfieiildade.

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GAO, residente na cidade de Pesqueira, á rua 15 de Novembro, declara que se achando sof- írendo durante o espaço de 3 annos, dois dos quaes esteve em Recife, tratando-se com diver- sos médicos sem conseguir melhoras, os quaes diagnosticaram soffrer eu de um "KISTO'' no utero e ser preciso fazer uma operação.

Recolhendo-me aò "Hospital Pedro 2.'*" não quiz sujeitar-me a intervenção cirúrgica, porque julgava sucumbir na operação; obtendo alta dei- xei o Hospital.

Ao regressar a casa resolvi usar o Santo Remédio "Elixir de nogueira" do Pharmaceutico Chimico João da Siíva Silveira e com o uso de 6 vidros apenas consegui ficar curada de tão terrível moléstia.

Como" prova de reconhecimento, autoriso a publicação do presente. LEONOR SIQUEIRA ARAGÃO.

Estado de Pernambuco —■ Pesqueira, 26 de Abril de 1913.

Como testemunhas: — yilfredo Çonjes e J^anuel Shrístovam dos Sariios-

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Muitas pessoas fracas, nervosas e dyspe- mellioa iio saufíue. enriquecendo-o rapidamen- pticas, acham injustificável beu péssimo estado te; o phosptioro é o mais maravilhoso conhe- de saúde, pois alUncnlam-se bein, não traha- cido para nutrir e fortificar o systema nervo- Iham excessivamente, e descançam o necessa- so, rafrescar a memória e restaurar a ener- rio. Acabam resiynando-se áquillo. crendo que gia vital. A noz vornica, que também entra no é essa a sua irremediável sorte. Ijjiioram, po- Composto Ribctt é assaz conhecida co- rem, que são victimas de um estomafío fraco, mo ti-nico estomacal e antidyspeptico, Com o muitas vezes soffrendo de dyspepsia atoninii auxilio dn Composto Ribott as pessoas ou nervosa, e que seus orffãos de assimilação d<-beis, ne^rvosas e abatidas duplicam e mui- e dig:eativos não permiltem ao sanffue tirar ias vezes iriplic.im suas energias e forças de dos alimentos toda a nutrição que seu Or^ja- resistência rapidamente. Se V, S. senle-se fra- nismo tanto precisa. Seus alimentos passHin c(, nervoso ou abatido, se noiu que seu es- pelo seu corpo como um liquido por um coa- tumago não diverti devidamente os alimentos, dor, deixando escassamente a nutrição indis- ^ que um continuo mal estar e (requentes pensavol para não morrerem de inanição. dores de cabeça denotam a pobreza de seu

Para taas pessoas não ha nada como o Composto Ribott {phosphato - ferruginoso- orgânico,) Que é o tônico asaimilativo e anti- dyspeptico mais efficaz de que dispõe a the- rapeutica moderna.

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Sua Eminência a Carden] Arcoverdfl aflirmq que a "Roviila Femlnlnn" é redigida c?m elevação tie sentimenlos e iargueza lie viitas.

ANNO VI SÂO PAULO, JULHO DE igig NUM, 62

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V 1 A VIDA, «ncsTaJa peTq seu prisma

BDcial, divide o» homens cm duafl grandes cUatea gezaca : —

I a dos ladinos e a do3 lolos^ J São as duaa conchas òa ba-*

Tança. Uma serve á aatucia, á cupidez, á avareza, a Iodas as chagas da ambi^ào ; oulia pfsa

fe pobreea. a abnegação, a generosidade^ lodo o p«o moílo do ífníjmenlo- A guerra que ha pouco leirrinou ainda veiu explicar aos brasileiros aquflle equilíbrio aícufar das for- çai humanBB : c veiu, intelilmenle. eipficar-

rai que tinbamos sido pesados na mais íraca daqucllas eonchaq, enfie r>s toloi s os iogc-

nuoB.'. Porque eniramoi na guerrn ? Não línha-

nhamos, verdadeiramente, nenhum molívo de odio pre-exlstente de raça» como a França ■ não linhamos nenhuma razão de lemer a con- coEienòa induslríal íormidavel da AUemanha, CDfiLo a Inglalrrra ; nào (inhamos nenhuma vonlade de conquisia, como a lialia. Só aa- himr>s a combate, só fomos incoiporar-noa ás

hoiles da moiie. da detUuiçào, do eilermi- nio. só foin'>s lalar, lavrar a raetralha, aemear a obures. regar a sangue os c ampos do odio... pOT um sentimento de amor {,.. Amavamo» a França, e dehrantcmente com o nosso espíri- Io. cam a nossa carne. A França em paja nó» a sereia de voz abemolada que CTPSCÍB do outro lado dos maira como uma Ailunlidc. como uma da$ sele pleiadr». toda prirnorrs de fôrmas, suavidades de cadências, numa ronda

lutriinoça de rendas, -edas. falbafáa preciosos, com a giaça subtij de teu humoi, com a fan- tasia rn^anladora de &ua pnorte, e que no» dãva a bebei em copa lavrada de ciyttaes facetados'o vinho espumante do amor. da alegria, da grande vida de fonhoa voluptuo- sos e perturbadores.

Oh. França, França, -quanto ciaa ami- da I Qjanto coração brasileiro chegava a es- Haecei-tc de aua pátria por ti 1 Quanio cora^ ção brasileiro renegou a sua casa. a tua raça, a Eua paliTA para seguir enlevado os leus me- neios, preso pela lua seducção, desintegrado d" si próprio pela ahoha que (eu encanio creavB, e que a curiosidade de leu zequiuie ■iinifbtava 1 QkianlaE lagrima» mudas arran- c&ste do coração de nossa màe ao ver-se des- pierada nas sUBe tradiçôea, ridicularizada na sul bondade primitivo e sincera, apodada pela (id^xqueza e pela e:iponlaiieidade do SFU sen- tir 1 Aos poucos, mas mteiramerite, foste noiso espirito, rossa carne, nosEo sangue. Circulaste. FiBQça, cm todas ai nossas artérias i visitaste Dl menor de nofsaj arteriolas até a ultima

JULHO das cellulas de nosra íntimidjde. Teu vestir teu pisar, teu falar, teu comer, e mesmo leu despir, foram noiíos. ou. ainda, são nossos. Em tudo rfpelímos, deslumbrados, teus ges' tos, num aulomalismo de hypnolisados, de ín- conicienles, de obcecados. Mesmo quanto lú te rias de nói, quando m^llras a lidiculo nos- sos coslumes. no^sa [eriB, nosia ca^a. quando mofavaa de noEras liadi^õra. de nosios irmãos, de nossas umas, qinndo zombadas, mfsnío de nossas mães... das tantds velhinhas que viviam por nós Ioda a entrada dura da vida... nós nos riamos, também, e liamo-nos com o furor servjl dos que querem agradar, e pisávamos tudo, familia. Ur, pátria, oh, divina percado- ra, e gaiga'havamos as escancaia?, a adafa$ abertas, e éramos ainda mais sAlanicamente cruéis do que lú. comianto que no! pagassea com D menor de íeua soniíoi 1 Por ti empe- nhaiiamos todos os ihesouios de nossa teria, apaínonadamente perdulários, todas as praias de nossos eranoi, como filhos pródigos, ires- mo os orros imponderáveis que das almas de cada Tar sobem para a Iresla de sol que os ilEumina [... Oh. si foste amada !... Do peor, do mais doentio, do mais morlal dos amores, do amor que se encarna como ferrões das vespas, como as rai es das âncoras, como re- faites que não se extirpam sem que levem um pedaço de seu encarne.

E. foi teu amor, só o nosso amor a^lu- cinado, a paixão que mata o raciociiiio. quem atirou á guerra a nossa ingenuidade sincera, abnegada, estoica. e que sempre pareceu sau- vcgc ao teu coração civüisado, que se mo- dela dentro de formulas de accommodsçào. A AUemanha nunca nos aggredira. nunca noa ultrajara. Empenhava-se, ao contrario, em ob- ter a nossa ami.'ade de fceguezes posâiveis de suas industrias. Convidara, pouco antes, um de noasoa chefes de Estado, para as grandes manobras de seu exercito, honra que pela pri- meiia vtz nos eia concedida por uma grande potência. Procurava, por Iodas as formas, es- treitar reloçòes comnosco. Multiplicava, entre nós seus bancos, fornecia de dinheiro confian- te as nossas iniciativas. Nenhum brasileiro, tal- vez, odiasse o allemão, aate^ de chegada a guerra. Mas nenhum brasileiro deixava de amai a França, e de amal-a como amam os

gaúchos, de um amor ciumento e orgulhoso. A Allemanba jogou contra ti as suas hoatea. O caboclo, o selvagem... estremeceu. Foi co- mo si num de seus desafios de trovador al- guém lhe tivease tocado num ho de c abei Io da amante, da mulher ou da «china*. E lú, com tua arte lefiaada de seducção. souheste excilal-o- Tiveste imprensa sincera, e impren-

sa subvencionada que picou o oifiulho do ca- boclo. E antes do que qualquer outra a vor do cfiboclo lcvantoU'te, a primeira no f^n-' do extraíiho ao combate, para veiberar a in- vasão da Bélgica, porque a invasão oa Bél- gica era o começo da invasão do leu territO'

fio, oh. nosio Ídolo, nosso feitiço, nosao en- canto 1 A victona era. ainda incerta, ou an- tes, pendia complelamenie para armas ajle-' mans. O Brasil não vacilou, nem calculou» nem mediu. Sua apparenie fraqueja, como O' aço. transfoTmou-&e em vibração, tm impulso,, em arranco. Era o gato, a onça. o jaguir que se atirava de um lalto sobre o leão. Era o- gaúcho. FaLlava um pretexto para a luta. Uni<

navio nosso íoÍ ao fundo, e outro, Houvo quem diasesie que os próprios alijados os ti- nham posto ao fundo para maii excitar a nosso orgulho- Quem in acreditar nÍ5»o ?.-, E,- que fosse exacto : nós precisavamoi, á face da. bÍ!toiia, de um prelexto paia demonstrarmo* nosio amor á França. Eslava ali o pretexto, pietexfo que nunca se poderia averiguar por-

que íicaria sepultado rio fundo do oceano. Atacamos. Formamos ao lado da nossa ama- da. Não havia dinheiro ; empenhamos Ioda a- no$sa pobreza sincera, como licos não dão lua riqueza onzenaria. Todos nós fomos á França desde aquelle momento. Com que íebre, cont que anciedade, com que delirio, e com quir giande alegria de alÜadcs, acompanhamos o luta tremenda, até que pudemoSj a pleno? puP- mòea, cantar a *ua vicloria, nossa França ido- latrada 1 E^ava vencido o in»miga cammum. Havia um espolio a dividir. Todas as nações- vencedoras acoiieram preisuro^as ao banqueta

gordo da liquidsção da vencida. £ o Biasil» indiílerente, nem pensava em mandar o seu embaixador, porque toda a sua alma transbor- dava em lesta, apenas pela vicloria de unt ideal... Não medíia. Pão calculara, não so- nhara com conquistas, não íizeia preço ante-^ cipado ao seu sacrilicio como outras,.. Tam- bém agora não pedia nada: contentava-se dv que a sua França tivesse sabido engrandecida do ultraje. E porque não se manteve assim dfr olhos fechadas para a miséria dos homens ?... Foi seu mal. seu erro, o mal e o erro da todos os amantes illudidos que pedem prova ao affecto que lhes demonstram. Quizemoiqus nos tosse feita egual justiça á que havia lid» feita aos Estados Unidos, itto í, que ficassem sendo nos&oí. rimo uma miserável, ridicufa s insignificante parcelfa de indemniiação, os na- vio3 allemães que haviamos apprehendido a que a França, habilmente, tinha transfeiid» aos seus portos por um coatiacto de arrenda- mento. QuizemoB aquillo certos que nadí pe-

<di*moi maii do que de direito, * que « m- ■çôei que haviím dividido lodo s rico eipo- lio cDlre li, não recuiatiam o dcKJo do pa- lenle pobre que le conlenlava eom uma me- tha da cabellos do defunct». Enganimo-noi. Reoiii»[ím-noi aquillo que, noWtemenle, em «guida deiprezamoi. E' iiít ■ gueira citava ítiminad». Noua piesença lornsva-ie impor- «ina. Devismoí voltsr a let o caboclo lotp», aauoage, o cstadoi de gemina» e de oiro que ló tem utilidade de le Itanslormar. quando -oppoituno, no lastaquoéie apaixonado, na rgoida espiga americana que le deíia dabu- Ihar ali a sabugo, para ir lernunar no lixo linletnscionJ. E quem no» lecuiou aquelU juiliça ? E' abi que s chaga not dóe, que noi jóe fundamente... Foi a França, a noii» Fran- ça ! E' o que noí dii o Embaiiador braii- •leiro. o nono iuluro pieiidente, no leguinte 'trecho de teu lelatorio :

-Oi Eilados-Unidoi. e maí» laide, a In. iglateria. msnifeitaT»ni-ie de accõrdo com a entrega lo Braiil dos navios ei-allemie» por

elle sppreliendidoi, chegando meimo a lavrar o protocollo neiie lentido. A França, poiím, lecuiou-ie a a«igníl-o, spesar de concoidar con ■ eieepçào. no mesmo lentido sbeda em lace dol EitadoB-Unido» da America do Norle [»

Mais um» yei o caboclo violeiro, o «co- ronel», o -seu Oiehio- da LapSal FtãexaK de Arlhur Azevedo, o Possidonio, dai Flò- rej </e Sombra, de Cláudio de Souza, volta deiilludido, machucado, com o paladsr amar- go do amanhecer doi vinhos doirado* que embriegam e lazem perder o uio d» raiio. miis uma vez, pernibambo e combalido, vol- ta a sua casa antiga, onde um logo bom o etpera á lareira, onde uma mulher primitiva, ingíoua, mas sincera lhe dará restauração na lambia alteeluois e quiela de sua historia... E esta mulher í a Pátria, tão mal prelada... Mai essa pobre e aacrificada Palria não tem confiança no regresso. O mal de muitos de teus filhos í. talvei, incurável. Ellei ducan- çaiio um pouco entre os seus, na piimeiia revolta de sua desillusào. Mas muiioi delle»

\í asilo com M ouvidoi ilerlas, fl noTaraenl* ingênuos, para ti intrigai que te esboçam naa ■ecçõei livrei d* nossos jornaei, e BOI edilo- riaet de muiloj balcãet de ímpienia, intrigai generosameale pagas para nos indisporem com a America do Norte. 8 alastac aiiim ura no- vo concurrenle que parece perigoso. Pobre cabocla 1... Sahiril ainda ■manhã, mal cura- do, de lua cata antiga e tolida de allectot; afattaijs em teu caminho, insullando-oí, lodot os teus irmãos que tentarem acordsr a lua hypnose : e no vicio de lua embriaguez, na embriaguez de tua ingenuidade, Íréi de nsva ■os bahaiels em busca das hebersgens vene- ■osai que ot fabricantes astutos sabem coblif de rótulos doiradot. de juiliça e de civiliia- ção. para a eipoitaçào... E cshirás ainda maii vezes entre o liio e a chacota dos que le depennam, (e debulham, le eitiigam e te esbagoim... Oh. pobre ral/oqouíre /

Hnna Rita Malheíros

(Pjra a Revista Feminina, de S. rmilo)

1%

Sob este litulo noticia o Rio J-mal que nas próximas ■eleições municipaês da Capital d^ Republica vae uma ■torazileira, a senhora professora Leolinda Daltro, apre- senlar-se candidata a uma cadeira de intendente, bubrt ■tal assumpto aquelles nossos coUegas eiilrevisiaram a nova candidata que nos se- guintes lermos expoz o seu programnia :

.— Naluctaque vou em- urehender — começou a sra. ILeolinda Daltro— anima-me a vontade de elevar a mo- ral dos políticos brasileiros e melliorai o regimen.

— Conta com o apoio <le que partido, minha se- nhora ?

— Conlo com a incon- dicional solidariedade de 24 aggremiações operaiias e es- ,pero forte propacandd do Partido Feminino de que sou ,a direclora inconteste.

— Por que districto vae a sra, professora lançar sua candidatura ?

— Pelo l.o. A luta será mais renhida, porém, sem- zre me acoslnmei a despre- ,par as viclorias fáceis. O meu temperamento de lutadora sente-se a vontade exacla- mente no meio das maiores refregas... «au dessus de Ia íue!ée>...

— E, niiiilia senhora, que ■impressão tem sobre o Con- ■selho e os seus membros ?

— Sobre o Conselho? Nem vale a pena dizer; so- bre os intendentes até agora não sei ainda qual o melhor...

— E a respeito do seu programma de acção, pro- priamente?

— Sempre de incondicional protecçâo a mulher, ts- íorçar-nie ei para votar leis e projectos em beneticio do sexo e, sobretudo, curarei com especial carinho dos p:o-

é m li^lp

Sen4iarliihBS, Anadilla Costa, Mar rida Vellozo, vivandeiras de Tiro Estado da BnKia.

blemas que se prendem á emancipação das seiit'oras. nào receberei subsidio; dispensaho^ei em benelitw das associações femininas.

— E como vae dirigir o movimento de propfganda em favor de sua candidatura?

— Por meio de pam- phletos. Nellesdiscutiri^i com o inaximo ardor todas as queslâes que se prendam á vida nacional em geral c ao3 interesses femininos em parti ;«lar. Farei, lambíni, a lavagem dos nossos polí- ticos.

— C tião realizará comicios politicos, á manei- ra dos norte-americanos ?

— Eis ama exccllfiite maneira em que ainda nào (inha cogitado. Talvez sirva^ me desse expediente.

— E a sra. professora será sympathica ao governo ou francamente opposicio- iiisla?

— Cm bôa poliliea, é cedo ainda para adiantar es- se ponto; já lhe fiz muitas declarações e tenlioem mui- to respeito a justificável in- discreção dos jornalislas».

A candidatura da piof«s^ sora Leolinda Daltro é, co- mo se vê. apoiada pnr 24 aggremiaçõesope rariase pelo Partido Feminino, de que nossa patrícia se dii "directora inconteste".

Infetizment« esse Parti- do Feminino, que se limita a capital da Kepublica, i mui- to diminuto, e de m«ito re- cente fundação. Um partido

feminino necessitamos nós, mas que .abranja lodo o Brasil, e tenha uma acção real nos nossos negócios sociaes. Esperamos que surja uma brasileira capa* de íaraanhaor- ganisação.

'Ia dB Brllo Melgaço e Marga- de GuGrraÍ363 de Caiinavielras,

REVISTA FEMININA,

Direito das m ulheres Finalmente e com cjue altgila I — podemai proclamar que a Jtml-

níjmo. aue já está Inleiramenie viclarioao em Iodas as granJei clvllhaçiem

munaiaes, começa a interessar alguns dos nossos grandes pensadores, En-

tre elUi, Augusto de Lima, o grande poeta, e grande chefe de eicola, a

acadêmica inilgne, o pailamenlar e o philosopho. acaba de esposar a cau-

sa das riiitinjicafõis femininas, com o artigo que a seguir transcreoemas.

,/íugusío de Lima é o nosso extraordinário poeta-philosopho, o maior de

nofsos panlheislas, cuja concepçào ardida, aiiebolada e pw/andamente hu-

mana, seduz, conqubla, domina. Tudo nos jeui uerjoJ i a harmonia Ja

vida, é o ih\>thmo universal, é' o cadência de Joihas que caem ; de vert

tos que passam, ora aijanies, ora litillanles, ora num vicio, ora ululan-

tes. E v queixa mansa da dor contusa doa regatos, ou o esitiavejar es-

pecloculoso e acachaado das paiiHes que se precipitam. S'o pêndulo, que

oscilla, ou n cyclone que deicqulllha e arraza. E' a oida, i o mundo, i

o oníueiío. E' o poeta cosmicn. Sru pincele grande élmmoilal. Sua hei-

lexa é clássica, Saas jormulas profundas. Seu unioersalíimo reconjoilante.

Bílac proclamaca-o o maior de ncsios cantores. (5 por tudo liso é e deve

ser o orgullro pátrio, o symbolo liclieniío de nosso culto á pcifeição. É

por tudo Isso aeoem rejubllar se as brasileiras com a sua adhesSa, S por

tudo isso, por todos aquelles títulos de granJeta epIca que ao poeta lat-

mojlnl concedeu a Nalwein sua amiga, deoem comprehender os néscios quanto de ridícula prjreolee

lhes cre ce em baixa eegcloçào dos cerrh-os manlnhoi, quando pretendem n.etter a ridículo com chufat

encaneciJas e irracloraes a movimento de leivlndlcaçòes, que ao lado de t dos as demais classes de pe-

quenos e de opprimldos, tenta a mulher nesta prima ora de um mundo que se pretende renooar pela

tíontade de Justiça . , .

•Certo é que o itctu quo é muilo commodo, porque não exige o dispendío de energia. Toda a novi- -dade ou mudança acarreta esforço, de que resulla o cançaço. Melhor é a inércia, que não produz qiiédas nem- surprezaa. Fiquemos onde estíiiios, é o conselho do instincto, toda vez que se sente garantido nas suas con- dições biológicas. Dà se o mesmo plienomeno deante das novas necessidades sociaes. O que primeiro occor- te ao nosso egoísmo é a lepulsâo a qualquer reforma que pôde trazer deslocações, alterar o equilíbrio, desor- ganisar o que está tíito pela sabedoria dos antigos, pela experiência dos séculos. Assim, em face do proble- ma feminino, que só é UTI problema, pela teimosia do liomeni em cerrar os olhos á evidencia. Todos sabem que a mulher é egual ao homem perante a lei; que o Código Civil não lhe nega nenhum dos direitos concer- nentes á personalidade, á liberdade, á propriedade, que outorgam ao homem.

Todos estão convencidos de que o sentimento de patriotismo, desdobramento do sentimento familiar, e as aspirações mais nobres do progresso e da cultura social não são menores, menos intensos no sexo femi- nino que no masculino. Nâo ha ninguém que conteste o mesmo g:au de responsabilidade civil, criminal e mo- ral existente tanto no homem como na mulher.

A penalidade não distingue os sexos, nem a sancção e a garantia civil se recusam á mulher, porque é mulher. Havia de recuiar.se a garantia constitucional? Porque? A Constituição diz: «São cidadãos brasllei-

■ ros os que nascerem no Brasil, etc.» A mulher é tão cidadão brasileiro como o homem. Para ser excluída, seria necessário que a Conati-

'tuião dissesse : "Sâo cidadãos brasileiros os homens, etc* Não havendo reslricção de sexo, é claro que preva- lece a regra do direito romano, isto é, que o masculino comprehende o feminino, de que é uma appiicação do Digesto : "Hoc aerlium si quis tam másculos quam jemlnas ctmpieclitur," Si a mulher tem a cidadania, sendo maior de 21 annos, sabendo ler e escrever e lendo a residência legal, náo pôde deixar de ser capaz de votar e ser vo- tada, a não ser que se refurme a Constituição, para não ser violada. Não ha como refutar o qae é evidente.

, Mas a appiicação da lei vem alterar hábitos estabelecidos, perturbar methodos eleitoraes já automáticos. O elei- torado feminino seiã uma novidade que os chefes de partido ainda nâo puderam estudar. Não convém abrir a

-porta a esse elemento dísconhecido, que pôde trazer alguma psy,;hoiogia nova ás urnas. E' o receio do im- previsto. Teme-se o obumbramento de uma luz nova. Dahi os sophismas sobre a fragilidade do sexo e da ex- clusiva vocação da mulher,., para ser escrava do homem.

• E' a rainha do lar-, diz o conselheiro Accacio ; «nâo deve aviltar-se aos comícios populares* ; o que nâo impede de se empenhar com ella, nas vésperas da eleição, para mandar votar o cosinheiro, o copeiro, o jardineiro, os filhos maiores e até o o preprio marido. Só ella não pôde votar. Em face da lei, porém, só nSo

■■vota, porque não quer, ou porque é mais commodo não votar.

y\UGUSTO DE LIMA. (Da Academia Brasileira.)

REVISTA FEMININA

O Feminismo em marcha fl ReüísfQ Feminina e o moDimento Feminisía brasileiro^

^ .Revijía- apoia janto aa sr. Ministra da Faztnda a leguerfmenlo de uma se- nhora íiosHeira que deseja ínicieoer-se para o concurso a um cargo daqutUt MinhUtio. A tRtalsIat está piompta a patrocinar todas as causas idênticas.

Devemos, antes do que vamos dizet. reíffirmar o <)ue, desde o nosso primeiro numero, proclamou a nossa amada e saudosa fundadora, ao traçar o nosso program- ma de acçào, O que nós chamamos feminismo não é nenhum ideal revolucionário ou reaceionario, como o entendem espirites menos fixados nos aspectos teaes da vida. O feminismo pelo qual nos batemos é o que ten- de a melhorar as condições da mulher brasileira, man- tendo-a, porém, a escrava do seu lar, esposa amantis- sima, mãe carinhosa, submissa aos seus deveres de honra como mulher e como esposa. O que nós enten- demos por feminismo é principalmente, «nâo desampa- rar com leis de assistência, o esforço feminino, .quan- do elle se tornar necessário-. Porque por mero sport, por simples deafaslio não aconselharíamos, nem appro- variamos, que a mulher abandonasse o seu lar, despre- zasse todos os en:antos de sua feminilidade, para ten- tar a conquista dos vícios políticos e sociaes dos ho- mens. Não. E' preciso, porém, que nào esqueçamos que si ha mulheres «que podem ser mulheres-, e «simples- mente nuilheres', pelas suas condições de fortuna e de independência, elias são em muito menor numero do que a legião de outras que são forçadas a despedir-se de todas as regalias que á fraqueza feminina concedeu a naturcía, para se atirarem, como os homens, ás du- ras fadigas da luta pelo pão...

Aos que em ar de chacota, dessa chacota tão ridí- cula dos néscios, exclamam numa gargalhada : Uma mu- lher deputada I Teria gtaça 1 — responderia o nosso fe- minismo racional: — Nào teria mais graça do que uma mulher advogada, uma mulher medica, uma mulher te- legraphista, agente de correio, caixa de um grande es- tabelecimento commercial, escripluratía de uma reparti- ção publica, etc.

E aos que, suppondo apresentar um argumento iran- chant. exclamam em outro tom : Mas isso é a desorga- nização da família, do lar, responderíamos i Essa des- organização começou no dia em que o homem pediu á mulher que viesse para a tua, ajudal-o a ganhara vida, porque seu esforço já não bastava para socconer de pão aos seus... Desde que a mulher foi requerida para todos os misteres da vida social, é de justiça elemen- tar, flagrante, inelutavel e inilludivel que lhe conceda a lei as garantias e as regalias de que se faz cercar o es- forço masculino. Porque, em caso contrario, além de sua fraqueia natural, ella teria contra si, contra seu es- forço, uma concuTtencia deslealmente amparada pelo Es- tado. E' uma covardia pretender assim explorar o tra- balho feminino, dentro de uma escravidão que nào tem direito de voto, de opinião, de parecer, e que se deve deixar extorquir sem um gemido, sem uma lamentação, sem um aí...

E' assim que entendemos o feminismo : como a cor- renle social que tende a reconhecer ás mulheres que são forçadas ao trabalho as mesmas defezas e a mesma assistência que aos homens se concedem. Ora, natural- mtnte desde que se adquire aquelle primeiro fundamen- to um coroilario se impõe, e neste corollario se incluem outras aclividades necessárias. Si não pudermos votar, por exemplo, como podemos elEger representantes nos-

'sos que advoguem aqueües direitos? Si não tivermos rruüieres jornalistas, conio nós, que ha cinco annos es- tamos levando a termo este faliganle e yenoso sacrifí- cio, quem clamará por aquella justiça ?

Como em todas as manifestações humanas, que sur- gem espontaneamente da evolução das idéas e dos po- vos, o feminismo bem comprehendido não pôde deixar- de merecer a attençâo dos espíritos amadurecidos.

Felizmente no Brasil elle se vae operando, dentro- dos hábitos de tão grande magestade de nossa historia pacifica, annunciando-nos uma nova phase social que se- inaugura como todas as grandes phases de nossa evo- lução desde a independência até a abolição da escrava- tura e a republica.

As senhoras brasileiras esião enveredando pelo ca- minho pratico e real da vida, sem as especlaculosidades dos comícios, da rhetorica balofa, e das arruaças que- tanto ridículo chamaram sobre as iemiiiistas exaltadas, de certos paizes. E a Itcoiita Feminina, dentro de seu pro- gramma catholico, de moral intransigente e perseveran- te, herdada do grande e reclo espirito que foi Virgilina de Souza Salles. uma das maiores brasileiras, acompa- nhamos com prazer aquelle movimento e nelle tomamos nossa parte, como agora ainda acabamos de fazer junto do Ministério da Fazenda, apoiando a pretenção de uma de nossas patrícias.

Trata-se de D. Luzia Oraziella César, do Amazonas,, que dirigiu ao sr. ministro da Fazenda o seguinte re- querimento :

• Htms. Sr, ministro das 3^egocios da Fazenda,—Lu- zia Graziella César, cidado brasileiia. naluial do Eitado do Amazonas, piajtàsoia diplomada peta Fiscoía tAConnal deite Estado, casada e no goso de seus direitos cieis, de con/or- mldade cem a legislação palria em vigor. Bem respeitosa' mente solicitar a U. firo. je digne dar solvçào ã consulta seguinte .-

'Pôde a consultonlc inscrever-se em concurso de primeira tntrancia paia um logar em repartição Jederal ?

A iavor da prtiençào da consulente, Exmo. Sr., oiA Uta o despacho do Sr. ministra das Relações Ex- teriores, "Dr. Ü^llo Peçanba. esarado no requerimento de D. Maria josi Mendes Ratello. no concuiío para prooi- mento do logar de 3.o officíal da respectiva Secretaria de Estado. Nesse sentido Joi ouvido o Dr. consultor Juiidice, que, em luminosa decisào, demoeeu o Sr. ministro de man- dar effectuar a inscrlpçào.

O coso á análogo t por isio rogo a V. Exa. decIsSo favorável «aTondoi. 14 de maio de 1919. —Luzia Qra- tella César.-

Este requerimento só em junho p. p. chegou a seu destino. Tendo tomado couhecímenlo de seu 'en, a Revista Feminina, que é O orgão legítimo e único militan- te das senhoras brasileiras, dirigiu ao sr. ministro da Fazenda o seguinte lelegramma :

• Ministro da Fazenda.—%lú. —Vimos respeilasimenle lembrar V. Exa. relação consulto dona Luzia Graziella Ceiar nio somente Ministério Exleilor accordo porícsr Rag (Barbosa e Clovis Sjecilacqua occeitou inscipção senhoras seus concursos como lambem Ministério Vlaçãa no concurso esciiplurarlas Estrada Central, parecendo firmado dentro es- pirito nosta Constilaiçào direito senhoras brasileiras inseri- pção todos os concursos provimento cargos públicos admi- nlílratloos. Saudações. — ^Revista Feminina', de S. Paaio.i

REVISTA FEMININA

— Nío íaLia que eilavaa iKí, -ueü» inaralo ! — diise-lhe ell». íorrir» pniríhJo-LKe HH sala de irabalho» ondft NAZftrio. <J; pyj*'

na, ao pé dd janella, curvado aobie a SUA banch de charão, car- regada de livioi, parecia sonhar, ímmovel» absoito na contemplação de umaa íolha» de papel, com a BUH cauíta abaüdonada ao Uda.

Estava ella uma belleza. neua manhAii, muílo roeada. ác volia da inhBa. no leu vesiido de guipure negro, que lhe moldava o cor- po clcgflole e irnhoríK deínando-lhe perceber, com diícriçâo. o con- torno das espaduB», ai curvas do teu bualo, as linhai Aeiiveia dos itiit quadijs.

NaiBEÍo levBDlou para ella a cabeça: olhou-a tambom a sorrir. MAI^A Elita. enlào. correu pata elle ; precipLlou'Be a abraçsl-o pelo píicoço, deffloTBndo-se a beijocaUo teinamenle na nuca ; depoii. foi a íungar que lhe esfregou pela cara o seu oaiiiioho, cicjando-lhe abafadamenle num transporte de amor :

— Enrãi>, diji-me lá, anJa I E' verdade, stm ? Tu queres sem- pre á lua mulherjinha, — sempre como lhe queiiai ouir^ora 7

E Nazario, «nguiçado e airoubado. envolvendo a pela cinlüra, ictpondia-lhe, lodo elle a desentfanhar se em affecLot, como oo mais doce dos idyllios :

— Por que nào te hei-de eu querer ? Por que não te heÍ-de eu quçiei" ?

A subjlas, porém, simulando siaudeza, deAprendeu-ee-lhe ella dúi braçDj ; inteiiiçou o corpo, e «igiu-lbe uma satisfação :

— Se auim o é. porque motivos te moslraaie, bonlem, I&o amuado. quando te fallei no baile que se vae realisar, ao üm desie me;, no Municipal > Eni&o, nào queres mais que eu me divirta, uào ?.-. que vá mais a parte alguma ? E' ciúme isso, i >

— Nem uma, D«m outra cousB, rneu amor 1 E^ que, quando mv fajaste nessa lesta, occorreu-me á lembrança uma cousa. que. diai antes, me havjas dito. e, lem o querer, ãquei pensativo,., tive lÉLidades de «mim mesmo» 1

Ella Ítz-K admirada, encetando um ar enire severo e sorridente ; — Uma cousa que, diss antes, te havia eu dito 7 l— e Bcaste

cem saudade de «li mesmoi' ? 1,.. Hom'essa E Que extravagância! Que (ousa tão grave poderia ler sido esta !

E Nazario accentuau num recolhimento melancólico : — Muito grave. sim. com enfeito [ Logo cm seguida, mudando de lom, procurou avivar-the a me-

mória :

— Não te recordas dn que me contaste da lua piunn Henri- queta, e o commenlaiio que lhe n^esEe a lespeito ?...

— Ah. sim l Que a encontiei, indidcienEe, a conversar e a

iir'se com diversos rapazes, como se Ibe não houveise morrida o msrido, h^ ijio pouco (empo?

— Precisamenle I — E que tem i»o que ver com o baile que se vae realisar.

10 6m d«tc mc2, no Municipal ? — Uma correlação immensa, como nem podes calcular I Msria Elisa sorriu-se de novo. mas dessa vez contrafeita, e

tbandonando tigciramente os hombros : — Has-de ter sempre o mesmo homem l Poeta que és I Sem-

prc nesses teus eternas myslerios t Palavra, cada vez le compieben- do menos 1 E no emtanlo. deila vez. me va» comprehender imme- diatamente. Senta-te ahi junto de mím. anda I

E. ãs pressas. Foi-lhe elle buscar uma poltrona, num recanto

Munbrio do seu gabinete. d'ao pé de uma estante de livros, sobre a

Deienlio de FERRKjMflC

qual sorria UTI buíto de Volíalre ; troux?-lh'a. e tomando-lhc affe^ ctuosamenle as mãos, feUa sentar-se, fitando-a conslantemente nos- olhoR, como se lhe quÍ£e»e penetrar no atm abscondito do seu lòio, no intimo da sua alma.

— S^bcs o quanto le quero, não é verdade, Maria Eüsa > Creio que ]á lenho dado sobejos penhorrs, sobejas provas I Façcr- tudo quanto po-so por le tornar ftiÜz E Procuro satiifazer-te noi teus- minímoi caprichos l E. ainda, não ha muito, por occatião da grip- pe, quando le vi entre a vida e a morte, só Deus sabe o queso^ri !

Oi sem olhos v idearam-se-lhe de lagrimas ; Maiia Elisa enter- neceu-le :

— Mai. tu também nào te podes quei:tor, meu amor ; nBoen- contrarias uma mulherzjnha que te quíjeise mais do que eu. que te? foue maii affecluosa I

— B im o tei, bem o sei : nào me queixo f Mas é que,,, E elle inlerrompeU'Se como que arrependido ; ella insiitiu ; — Continua I Diie'me U : «mas i que...» — Não, não Vdie a pena I — e pastando a mão pela leUM^

peloi cabritos : — Paia quÊ ? Tu te vaes zangar I — Juro-r'o; não me zangarei ! Estamoi a conversar como doía-

bons camaradaSi como dois bons amigos ! DÍze-mc lá: — «mas éi que..."

— E' que nào posso comprebender. revolta-me a vida t^nc leva, hoje em dia. a mulher, sempre fora ái caia, a correr os chás„ o coiso, o« theatros, os cinemas, a inventar toda sorte de parJtdat que a afastem do lar T Como que se aborrece ella dentro de casa. e se vae, aos poucos, tomando uma eK!ranha ao lado do ma- rido: penia e sente difiereniemenie delíe; ao íim, são dois entu- que convivem sob o mesmo lecio, unicamente pela loiça das cii- cumstancias, porque assim o eiige o contFacto matrimonial. E dahk e»a annulaçào de aíEectos que :e v£ : homens que vão procurar» fora, a felicidade que não encontram em caia. Esse índiffereniismo, que tu mrsma loste a primeira a censurar na pessoa da lua prima Hen- riqueta. Tivessem imbos vivido, eLIa maJs o marido, uma vida mai> apartada da sociedade, mais intima, amando esses mil pequenino» objectos que nos rodeiam dentro de casa e que formam a alma ds «foyejB, sabendo descobrir poesia no tic-tac de um relógio, demo- rando mais o olhar pela cor do papel das paredes, num quadro que pende daqui, no arranjo de uma jardineira florida acolá, a um can-* to, —e tu enião, ouvirias dizer a muita gente : ^ -Eitá ínconsolaveb a viuva do Hernani ! Também não admira : eltes estimavam-se tan- lo 1 *... Quando me casei comligo, ela essa precisamente, Maria Eli- sa, a vida que eu almejava viver junto de ti, na minba casinha bem confortável, bem arranjadinha, mas sem grandes luios. — que: não é o luxo estardalhaçante qve íaz a lelicidade, acredita I Queri» veMe sempre enirctida nos teus arranjos domésticos, toda concen- trada na educação dos nossos filhos; esperando^me radiante, de bra- ços abertos, ás horas das refeições, quando voltasse eu do meu tra- balho, feriamos, então, alguns amigos, amigos muito Íntimos, que nos viriam fazei companhia, de quando em vez ; jantar, paesar & noitada comnosco ; iríamos ao ihealro sim. mas quando houvesse U uma boa companhia; a um cínema. a um baile, uma vezou oulia.., Mas, querermos a lodo o transe, levar aqui, — no sitio em que se encontra o nosso -chomei*. — essa vida vagabunde, que se leva quan- do se viaja, quando se «st &, de passagem, numa cidade como Pariz ^ querermos, á viva lorça imilar, em todas as suas extravagância», umA sociedade equivoca, como a que se arrasta a bocejar, liesnoitadap

REVISTA FEMININA

pelai beitai do Medilemneo, — de Nice * Monie Cario, — nio le

,l)iiei:e um absurdo ? uma couia desairazoad* ?... E, mais eilremosamenle sinda, aperlou Nazarío, nas luai, as

mãoiinhai enluvadas da sua mulheninha. que elle laato estremecia 1 Ella eicu!aVB-a iisanha. lem um pioleito, tem um pe!laiie{ar siquer; depois de um moracDlo de concentração, ponderou-lhe elle mais:

— S;m duvida, conforme reia, na sui immensa sabedoria, o

proioquio fíance7, — "ã quelí/ue ehose malheur esl kan I > Na tna convalescença da gcippe. neue me;: todo que (oste obrigada a ficar em caia, — como que le tenli mais minha, que I? approiimavas um pouco mais de mim I A's vezes, expontânea mente, vinhas ler, boi' dar paia aqui; ouvia: com attensão, interesiavai-te pelai meui lia-

balhos; tivesle mes- mo um dia, para com um dellei. um reparo que me dei- xou maravilhado I

E, dando á voz -um lom melJHuo. cheio de meiguice, elle scctescentou como num paien- ihesii 1

— Que lu, in- contestável mente, o ^s, minha Maria Eliia, uma mulhei- linha muito intelli'

C^nte ! E, n&o se po'

dendo conter, le-

vantou-se a beijal-a oia (esta.

— Lembras-(c ? ■squella chronica que escrevi sobre a pue- Jisfl Lúcia d'Aze- vedo 7... Disseste- <IUB co.-n muito geito pata me aio íeric: — • Não me desgosio delia : eslá bem fei- la. fluente, bem ob- servada. E' bem o seu lypo : quem o, coEihece lem a im- pieseio de eitac a Tel-a. Sómenle, no final, t que não concordo comlico I Acho-o um pouco l^""""- •" FERRIQtsn^

-aspcto demais. — brulal meimo ! Uestõa dos teui habilas de ho' -mem educado: como <^ue descalçaB » luai luv», para empunhales uma peilDB de (oliculario bilioio \ «... E, tiveile maii. una lindí imagem, que commumquci desvanecido a diveiãos LcTUadua, amigos meui. "Sabes o que me in lembrar eisa lua chtonica ?'.,, — loi asíim que (a expiessaste .— «Um linda quadro, o relrala dí uma linda mulhcF amada« que eitivease a pintar o seu amado, um pin- 'ior de genio.^com um caiinho «itremo, com umns linta; muLio do- <:«. illuminado por unia luz ainda uiaii doce. que EC COB»C alravís dai vidraças do seu aleiier. — c que nunt dado momento, levado por oim arruío violento com o modelo, reioivei^e não maij concluÍI-o, piasaado-lbe um traço nt%io pelo busto>»^.^ E eu rífl-cti : achei que

linha* raião I Ao dia seguinte, vim paia iqui: refiz todo o meu Irabalho. E o lesultado quo colhi,—não íotam. graças a lí, aquellas

innumeraB cartas elogios» que me vieram ler ás mãos i>... Maria Elisa sentia-se lisonjeada - nunca ouvira ía!ar-lhe ftrsím o

marido ; como que lhe incendia o roslo um prazer lodo novo para

ella. Volvidos alguns inilanies. Nazario pro&eguiu : — Se te dissff que live saudades de -mim meímo>, foi por-

que também live, um dia. uma grande saudade de ti, vendj-Le de- lirar, abrazada em febie, ao fundo da tua cama.-. Entrei no nosso quarto... eia de tarde.„ junlo do tapete, — abandonados. - ritavam os teus chinelíinhos... Olhei paia ellcs... pareceu-me que não vivias maíi, e as lagrimas puzeraoi-me um DÓ na garganta...

Filando a com a peiegiino amor, que lhe flvfltsalldvo o co- ração, cominoveu-se elle de novo, c ca- |oU'ie um mon.enlo.

— Qiijndo me Jailasle ncise baile, occoneu-me. então, á memória a hiato- rÍ9 da lua juicna. o que me hnviai dilo B respeito delia ^ a vida que tempte ella levara mais o mari- do, ünia vkla d: mundanUmíi, defei-

las constantes, num (orvelhinho »em íim. Pensei coinmigo : —

E te eu morresEe, mostrar-se-ia lam- bem indtlTereDle Maria Elisa? Seria comiodiileiença que peneiraria aqui, ns minha sala de Ira- balho. que olhaiia para os meui li- vros, para eslas pe- queninas couias. pe- queninas reliquiaj. ninharias, leslos de mim mesmo, que me fa^em sonhar. c que lanlo eu et- timo ?...

Maria Elisa pegou de Icemer, interrompeu-o, üxou o com um olhar

doloroso, e. ariancando do peiEo um suspiio, murmurou :

— Nazarlo T... E tu tiveile esse pensamento í I... Pudesle du- vidar um in&EBnte do immenso amor que te tenho?!..,

— Duvidar, propriamente, nào è o termo, minha queiida f Sei perltilameote que me queres muito | Mas é que, eHc «ben querer» precisa de ser alimentado no calor do -foyer» . ..

Réné Thiollier

( Villa Forlunata )

%

TROVAS SEF^TANEJAS Eu passei por tuii porta E bati na fechadura ; Cliaiiiei-te, nüo resjioncleste, Coração de pedra dura I

Coração de pedra dura Como pedra de amolar, A pedra no togo abranda. Só tu não has de abrandar!

Vou-me embora desta terra, E' mentira, não vou, não ; Quem vae ú o ineu corpo só, Mas não vae o coração.

No coração moram sonhos, Como os pombos nos pombaes ; Mas os pombos vão e voltara, Elles vão, não voltam mais.

REVISTA FEMININA,

A "GUI/V DA^ JVlOÇ/^3" NO BF^ASIL O Sr. ffiorcío^p que i>f/u ao Brasil, por inieresses {ndusii aes^

trouxe, icmbfm, uma incumbência da »Giii Çuídes^, de Londres, para eatabelecet entre nós uma filiat daquella instiíuiçàa feminina inglcza.

Um doK memtircii da caniini»ão da Fed^raçãa ds Induatriai Rruriidai da Iti^Ulciia, quí veiu ao Braiil em viagenn de prdpi- gfladj*^ Ircuxe ft incumbência de cjrgAnÍ2tiT cnire nÓ£ umi filial d& Gíf/ Guides. Que vem a sei esia iniíiluição 7 E" UAI eipecie de «gtupBmenti> cujo íín principal é reivívar entre suas Ao::tai oi p/in- cipiQs de rnaral e de religião (é preciso aÍ.o eiquecer que elEa se ülra. coma A Anociaçao Chrliían de Moçoi, ao prote^lanUsmi)» e Biiimtr o FSpirilo de aiaociação, ou se]0. de solidiriedade humina.

A seguir vào ler ai nossas ieiiorat um resumo de scui eslalu- loí» que melhor Jdea IKps daiá dos fini da Çíil Cuides.

O »r. Barday leu aquelUa legras «m uiaa reunião d? IVQKD-

ras cBfiocBs, etias, ao que pare- ce, acceiraram o patiocimo da idéa. lendo noticiado os [ornaes que ae havin formado um comitê •brasileiro", que ficou composlo das ^las. Lynch, Msckenzie e de uma senhora hra&ileirí. a srB. Eu- freniB de Barroi.

Terá alflum íuluro no Biasil « Qirl Cuides? Nio cremos. E não cremos porque é uma organi- 23ÇBO exlranhfl ao nosso fcilio, ao nojso lemperamcnto. e que lem por si apenas uma {[rande ... ín- (peniLidade. a pioveibia! ingenuida-

de JDglera. Leiam aquellfs dez manda-

ni:nto3, desde o l.o : A honra da Çiil é ±agrada, at£ o ultimo : A giri é pura em seus pensamen- tos*, e digam-nos si lüdo aquilJo não é o que pralicam as que pre- zam B sua honestidade, e si laea juramenlos adfanlam alguma coisa ii que já nasceram com a inclina- çSo do mal, Aquellas nao neces- sitam de«guias> outras que não «jam as nalurnes e precaiadas gui- ai do [ar, as mães. que Lhes dão B beber os ensinamentos moraes : e as ultimas, não seiá por certo com umas reuníòcs quinzenaes ou mensaes que íe afervorarào em piaticas que lodo o ensinamento c}uotidiaiio do lar não comeguiu lhes incutir no espirito.

Emfim é uma novidade, c uniB novidade inglesa. Haverá sem- pre snoha que lhe proclamem a eicellencia. e que , - . delia se «queçam como das modas que pflEsam. Ahi v«e em resumo o que é a Çirí Cuidei.

E' constituída tio somente para auiiliar a& meninas de Iodas rs clas- £FS e edades a se tornarem mu- lheres capaze», intelÜgentea e de tida boa para o futuro. O «y«te- ma de ensinar as meuinat é pu- ramente de educação própria. A( meninas estão reunidas em com- ^^^^ l>anKias de cerca de 30. Cada companhia e&lá sob as oídeni de um oãicial. chamado capitSo, que lem lambem sub'of1icLal para auxilía|-a. chamado tenente, To' <Jas se encontram uma ou duaa vezei por semana na sua sala pró- pria e praticam suas diversas actividades.

As meninas agradam em perleucer á uma innondadQ e ligan- ilo-&e a uma corapanhta. desenvolvem grande espirito de colleguis- mo, sentimento que Iodos devem desenvolver, comp orlando-se bem e lomando-se esplendidas meninas, dignas de manter a honra do tua companhia; e assim as meninas fortalecem os seus caracteres pefo seu próprio desejo de ierem «Guiai de PrimeL'a Claise". Os

quatro prirtcipaes pontos almejados para o desenvolvimento sãv^r caracter e inlellígencia ; destreza em trabalhos manuaes : saúde o.- dísenvoivimínto physico. e sa=rific[o pioprio para servir a ouLrem.

Djvem ainda as meninas uiar um uniforme que pode ser. co'- mo na e^^ola matriz, saias e blusas d? azul escuro, chap^o azuU escuro, gravara azuUescuro, cinto de couro marron. sapatos c meia* p-etai e um broche apiopríado ; o u^o desie vesluuia favorece &: simplicidade e dissuade do gasio extravagante de dinheiro em jfu- lilidades e ao mesmo lentpo impEle grande respeito próprio a lodtfc «^^^^ menina que o veste-

As moças ficam também divi- didas em classes na sr^uinle íórma:

Os membros inferiores de I \ annos são (nome a escolhei)?

Os membros aupeíiores de 1 F annos são Meninas Guias.

Os membros acima de 16 an- nos são Guias Maiores-

EXPEDIENTE da RevJsta Feminina Fündad.i por VIRGILINA DE SOUZA SALLES

Secturiu: AVELl.NA DE SOUZA SALLES

Redacção: PRAÇA ANTÔNIO PHADO {Palacele Brlccola) Z.o andar Balas i - 3 6 5 - Teleplione n, 5661 - Cenlral

Corrrspondetirin ; 'IVitii toTre.s|]üiiili?ncía *íol>re üssiiiiiptos femininos, iHic^oiniiicilJ^Jí dn 1i:il>^lliü.q, etc, deve ser ilirii(ldíi íi ieorelari.i AVELIXA UK SOUZA SAL- LES. Toda corto»íponileiiFÍn rfJnhva. a iiüinmistrn- cao da Ilevislii, p^ilidos ãís Ii3ãig:i.i1iirri»t emjssrioftc vnlles nnstnen cIc, deve ser ondorfçoila ao directoi- JOÃO SALLES.

, . ASSIGNATURA ANNUAL lOÍOOO ASSIÍnStUrãS > Asslgnalura atinual cani regltlro IStOOO

AsBigaaIura para o eitrangelro 20(000

An BnsiiínnluraR podem oomecnr oin qualquer mez, terijiínaDdo uni anuo dc]>oií<, no nien correspondeu te.

Toda senliora que nos arrnnjnr 10 nssignnluras dfl kinia s6 v«K, leiá ijEiin jis.si jactai ura grátis.

AviS'iMOS ns ftpiihori-^ nusignniitfs pujas assiffinituyos íertniJiom -ip^íe IJ.Pí, q}i' ili-vm munilnr irformol-tis quanto ontt^n, fvitando assim iinv thrs a^ja stimiensa a retn*'asa díi JtEVJSTA.

SUCCURSAES:

RKCIFE: a cargo do Snr. João Uclioa, a ni.i Ho Príncipe, 10B com poderes especiaps para represenliir a Hevísln, an- ^;iriar assignaturas, conlractar annuncio-^t publicações iilio. logr.ipliicaa, riíporlaKCiis eti'., uom iiirisditão noa Ealadoí <it PoinambucH, .Magoas p T'arahyba. iíIO GKANDr DO NOllTIí: n cargo do Sur, Josí Comes, em Natiil á tua Dr. Tfaràta N. *i, com poderes eppeciaos para repríscntantar a RBi-Í:s'a, angariar assignatnrfts, con- tractar annunoios. publica^ijes, et<i., etc. IttO GRANDE UO 51,1.:» cirgo dos .^nrs. rornandea da Cunha .Tiinioi A Filho, vm Parlo Alegiei rua Voluntarioí da Pátria n. 3BS, com poderes especiaes para represeiilar a lievisln, ang.iriar nssignaluras, contractar annunoios, pu- blicações, etc. otc.

AGENCIAS:

Para angariar asíignaiurai e OfFitla avcf/ia :

Eslado do Ceará — Fortaleza — Lui; Severisno Ribeiro 5 de Sta. Calharína — FlorianopoÜB —Gil Amadeu Beck » * S. Paulo — Can^pinas -— P. Genoud • x S. Peuio — Ribeirão Preto — Joií Selles • . Malto Cioüo ^ Corumbá — João Anlonio Esteves

Rio de Janeiro — Brai Lauria — rus Gonçalvej Diai, 78 Eli. de Minas —Bello Horizonte — Giacomo AIluolo & Irmão Eltt. do Pará - Capital - Ag. Martins—Trav. Campos Salles. I 5 . » Amazonas- Msnaoj — Jm. F. Coutei lio- Henr, Dias,2 J • ■■ Paraná —Cuiityba —LeopoldinoRocha—rual5Noy.53 « ■ Bahia—Capital — Livraria Callilina—Sloi. Dumont 6

Oa capitães devem ter maií de 21 anno?. e os tenenlei mais dt Io annoí, sendo que ninguém pre- cisará deixar a Obra por cau- ta da edade.

Na de occaaiHo de serem ad— mi Ilidas a es» a assodação IC' rio as moças de preslai oí eeguin- |F» compromissos :

Ser leal para com Deus ^ sua Pátria.

Ajudar ao próximo em (adaa< a» occasioes.

Obedecei ao "Código das. Guias-^

Esla promessa deve ser feit* por todos os membros das ■ GÍf| Gui-:^ des."

O «Código das Cuias» é *y seguinle i

\ — A Honra da *GuÍa» é sagrada e lua palavra merece to- da coaüaDça.

II — A (Guia* í leal e sin- cera para com a tua Palria e seuv reprçicnianles, seus pães e seusi chefes,

III — E' dever da •Guia«- ser ulil ao próximo.

IV — A «Guia» é amiga de Iodos, é uma írmK para lO'- das as 'Guias>, qualquer que seja a classe social a que perleo- çam.

V — A »GUÍB» í corlet e delicada,

VI — A íGoia» é amiga^ dos animaes. não OI mataodo nunca.

Vil — A <(Cuia> obede- ce com dilhgencia e boa vontad*^ ás suas superiores,

canta em todas as diJUcuIdades.

é econômica, sóbria e respeiudora do

VIU - A .Gui,

iX — A -Guia

bem alheio.

X — A «Guiac í pura cm seus pemamentoB» palavras e acçõcs.

E sobre estas bases acima relatadas &cou fundada a succursal

brasileira da <Girl Cuides-, sob o patrocinio das Gias. Lyncb>

Eugenia de Barros e MackeDSÍe.

FEViSTA FEMININA

DIÁRIO DE UM CACHORRINHO ]]aneiro, 3

Meu nome é "MaTÍsco" e sou o coinp»nlieÍro de mlle. Lilí, -que me mima com beijos c biacoitinhos, Quem acrediíaria que um ■simples cãosinha como eu pudcise eacrever um diário 1 Pois aqui «■ tou a eícrevel-o, não com papel, linla c peima. como fai a minha ama, ma? por um pioceato que nó nós, o5 cSe*. enleudemos - - . Sou pequenina, maa não inaigni fica ale. Nem iodos oi fêtes pequenos são deslilüidos do valor. Ao contrario, o cão do viainho da írcnle. é um gfande molloaso, de colmilhos ameaçadorea, e, segundo penso,

■deve valer muilo pouco. Chama-se "Neio", e não pa«a de umbiu- 'Io. Nào sabe íazer oulra ooiaa aenão roncai. Tanho-lhc ódio e me- do. Sei que não sou insignifioante, porque, iodai as vczea que saio ^ rua nas braçoi de minUa ams, aa gcnboras me olham sorrindo c muiios moços ha, que param, nào 4eÍ se para me aihar ou para o- ihar a minha ams. que é ião boniia . . . Um dia, uma senhora, ao passar por mi.n, disse, num mu=hocho e com um grande ar de des-

prezo : Chi [ um cachoirinho lão

vulgar 1 Müe. Lili fingiu que a

nào e»cii">u, e vingou-ae -da aJFion, ' dando-me na- 4jueUe mom^.ilo um heijo Jio alto da cabeça. Depois

■eu soube qvt a lal senho- ra é uma dal peores ini- migas da mmha ama. Das pessoas inimigaa não se de- ve capeiar senão provoca- 'çòei. £lla fez á minha ama ft que "Neio"" faz a mim constante me nle. Ha, porém, iimi ditTelença: as pessoas fnordem-ae umas ás outras <om phrases e dichotea; nós mordemos de verdade.com

■OI denlei. Nào aeí. entre- ;an(o, se a inimizade en- ire os cães aerá peor que

■entre as pessoas, Um dia hei de refieclir sobre o ■caao.

Mlle. Lili. como di^fe, -é boniia. Bonita c elegan- Çi te. E' pelo menos assim * que a vejo. Verdade é que eu lhe que^o muito, oh l muilo I EHa tem oa cabel- JoB cBStanhoi. oa olhoa vcr- ■des côr de azeitona c uns

Jabioi... Nem sempre os 4eus lábios são vermelhos. Bm casa, quando não ha visitae, são sempre pailidos. Só sào vermelhos quando »e á rua. Porque? Um dia hei de reílectir sobre o

<aio. Sempre que me vê, abaixasse para ficar lão pequenina como «u, c ri. ri, diícndo-me uma porção de meiguiccs em voi de lalse- ic. Eu compiehcndo tudo que elU dii, mas não tei responder-lhe se- não fazendo "au 1" "au !" ou lambendo-thc as màoíinhas.

Minha ama é alta, muita alia. Sempre que me ergue á altura do colloi lenho a ímpieasão de um vôo para dma, A principio ti- «iha receio de cahir, Hoje não.

— Marisco I Marisco!

E. a voz da minha ama, que me chama. E' hora da ceia. Continuarei noutro dia o meu diário,

Jaiwiro, 15

Fui obrigado a inlenomper o meu diário por alguns dias. Te- nho tido muitos affazerea, isto é, passeios, bailes e outras divec^òes. Sào aJÍazeres que rae pesam muito. Um banho pela manhã, depois ■a seccagem do pelo por meio de um ventilador de ai quente, uma iricção de periume, a que não me posso habituar, e mil outros abor-

recimentos oara completar a minha "loilelte \ A's vezes di^irto-me, Honiecn. por exemplo, loi um día cheio, ou quasi. Íamos nós, Lili e eix. atravessando uma das luas do centro d^ cidade. Pouia gente áquella hora. Foi antes do almoço. Hivia muito BOI, e minhi ama

parecia alegre, como se o sol te houvesse infiltrado nella, penetran- do-a com a sua alegria. Djpois de ir a vaciaa casas de mi lis, pa- rou deante de um mosiruario de chapéoi. Eu ealava no chia, pre- so pela Lrelaainha de couro. Não sei por qu* minha acna tem tanla receio que eu lhe fuja... lolícesl ElJa olhava, exsmin^va os cha- péos, extaaiada. Da repente, uma senhora, nma senhora Lindissima delem-ae lambem deante do moaliuario. Ah I que aasombio ! Presa á trela, ella trazia uma cacKacrinha, a maia encantadora cãi<:horrLnha que lenho vÍEto. Era branca, completamente branca, de pclio sedo- fo e uns olhos escuros, que brilhavam. Logo que a vi, coni a ella.

Ella recuou um pouco, erguendo no ar uma daa patinhas. No mo- mento em que ia apreaentar'me a ella. dizer-lhe quem era eu e as mil coiiaa confu^aa que sentia, a senhora entrou na loja. levando- a comsígo pela trela. Qje penal A. cachorrinha, ao entrar, ainda

olhou para mim com sem grandes olhos cor de azei- tona, como se me convi- dasse a acompanhal-a. Im- po^biveL Minha ama, num repelão. puxou^m?: para ai, Reslava-me a esppiançadc que minha ama mtrasie «amhem na loja. Mas não entiou- Qíie pena ! Sinlo- me. ainda agora, profunda- mente desolado.

A cachorrinha e eu não nos lalámos. Não live lempo de lhe dizer nadf. nem um «^oquente «au>» «au U paia lhe exprimir toda a arden- te sympalhia que roe ins- pirara.

Honlem foi um dia cheív ou quasi.

O meu consolo, o meu unlco consolo é pensar nella.

janeiro, 28

Lili vae a um baile. Te- nha de Açaí em caaa, »- sinho. Potque não me le- vaiá ella? Ella leceia que eu morda alguém. Tem IB-

7BO. Ha uns moços qur, sob pretexto de dançsr, t' garram'n'a pela cintura ea arrastam pela sala. Não gosto difso. lenho vonta- de de mordel-c9. Não gos- lo desses moçoa e lenho horror as crcanças. Ascre- ançBS malualam^me com seus carinhos brulaea. A"

vezes lhes ronco, arreganhando os dentes. Minha ama, enião, nusi gesto severo, grila : "Marisco l" E eu calo-me. Aboireço-me muita

nos bailes. Fico sempre sentado numa cadeira a ver rodopiar os pa- re?. Não desço ao chão com receio que me pisem. Coiaa cstupid*

um baile ! A única cojsa interessante é o *butfel». Minha ama me di

sempre chocolate e biscoilinboa salgados. Devoio os biscoitos cooi muito appetite. Mas. quando recomeçam as dínça;, minha ama me leva para o outro salão. Porque não me deixa ella no alao do «bülfet ^« E' sempre mais agradável lamber chocolate que ver

dançar. O noivo de Lili foi ao baile mais tarde. Líli recebeu-o íris-

le- Seniaram-se juntos. Nos pcimeiroa minutos não dísseranii palai/ra. Elle, para ae dislrahir, poz-me ao collo e começou a alisar o mcii pello. Deu-me um beijo no focinho; quando eu ia corresponder-lhe com uma linguada, elle lugiu com o rosto. Comprehendi o seu a- crupulo. Receou que eu lhe apagasse o pó d'arroz, E' um hello rt' paz. Chama-se Carlos. Depois de Lili, é a pessoa aquém raaisquc'

REVISTA FEMININA

TO, TcnHa a iatuiçrío de qu; elle vo« &cr meu amv. E' lão cci-

Ficn o resto para outro difl. E' Urde, e lenho aomno,

feyçreiro, 18

Ljli amanheceu trislc. QUí será? Anufoi com o noivo, cocn

certeza. Andacn sempre ás turras- Amb^í aãi» muilo f jurncnlos-Q JIR'

-do Lili me chamou ao quarjo pára m? dir a lamber as le^lof do -seu chocolate, notei loga uma grande (riãtezi ni» eekti olhok eipre»' «ivos. Qiando me vju, fez-me sallnr para o leico, e abraçin- do-rae, como ae quizcíie me(ter-me deniro do coração, diiie-m? :

— Só tu é que me Tísias. «Maii&CDB | Não creio. Qjalquer dia destes o int^rato virá, arrependidi da

aua culpa, e lhe pídiTa perdão. Uio é coi^a qu? acaurece Ecmpie. Ha momentos em que lhe quera maL C*rtA vez. esEava eu ni collo de Cario», e elle acariciava-m^ com as mioi (recnulaa; minha ami, ao lado. soluçava, tom o roílo eicondijo entre ai mios. SJICCI do joelho de Cirlos para nào o mord-r ft mbi para o rejiço dí L^Li. Ella molhou-me toda d= lagrimas.

'— Não tenho senào a ti no mundo. di»ae «Na. Carlos ajoelhju-se-lhe aos péi. choiando também, e apoiou a

cabeça sobre os joelhos delia. D ahi a pouco, eilavam de mãoi da- das, muito tirias. Co no é ridi^uLa a «eriedad: do^ nsmoradas I

Espero que Carlos venha logo para di»ipar a t,'t''£a d: Lili, Uma vez ouvi a umas senhoras velhas qiie níngu-'i<t deve fiar

dos homens. Quiz (ransmitlir eale conceito á minha ama, mas ella não me entendeu, ou Êngiu nãa entender, porqu? coniinúi ^ con- fiai no noivo. As mulheres são como os cães: iUudeQ-s: U- ilmeJite com os carinhos.

Fevereiro, 25

Como tiu linha previsto, elle voltou. Isso era certo. Depoia de doii dias de ausência, sem cana nem recado pelo telephone, os doiâ namorados se encontraram e íiteram ai p^izei. EIJe escreveu-lhe as- sim : «Fui injusto. Querei pecdoar-me ? Depois (e explicarei. Se queres, vamo& fa^er um passeio esta tarde.» Lih, ao Eer a carta, correu paia mim, muito alegre, abraçou-me e delatou a chorar. Eram lagrimas de íeticídade. A felicidade se assemelha tanto k dòr. que n&D ha distinguir entre uma e outra, porqu; ambas se manifestam ,poí lagrimas. Mais tarde Carlos falou pelo lelephone, convidando-a para o passeio. Ella nào accedeu de promplo. Oppo:; alguns obstá- culos. Por hm accedeu. Passámos por um hndo jaidim, oiide ha um Lago e uns grandes cysncs brancos que sulcam a» águas de manso.

.Lindos os cy&nes. Aos que me perguntarem como íoi qac 11 a carta de Carlos,

■dir-lhes-ei que a não n, porque não sei ler^ Mmha ama leu-a em voz alia. duas, tres. nào sei quantas vezes, e eu de::olri-a. E^-me muito difhcil decorar as palavras. Só tenho Eacil a memoiii doi fidos.

Março, 30

Fui obrigado a interromper o meu diário. De então para cá

lemie dado tanCa coisa I Durante a primeira semana deste mez, es- tive doente. Pensei morrer. Qraças aos cnidadoi d; minha ama e de um habjL medi:o. recuperei a saúde, não de pEompto, mas aos

poucos. Sõ agora é que me ainlo inteiramerkle reaCabelecido. Oh l quanto snlTri I O medico disse o nome da minha doença, Não me lembra. Um nome atrevezadi. Disse que é uma doença commum eatre os cãesinhos de regaço. A coisa começou pela falta de appe-

tile, vômitos e lebre. Na anciã de vomitar, devorei quasi toda a grama do jardim, Deram-mc azeite e mais drogas desagradáveis. Um horror 1 Tive de ingerir as drogas á (orça. Depoii, como recusava lodo aiimentOn davam-me colherinhas de leiie com água de cal. Mas meu estômago não supportava nada. Tudo quanio comia vomi- lava. O medico receitou-me banhos tépidos e clyster. Coisa incom- moda o clyster, Fiquei exlenuad", O pror de tudo é que lentia multas eólicas e uma sede devoradoia. Minha ama dava-me constan- temente Bgua fresca. Hoje. pela fnanhã, minha ama me poz deaüte do espelho. Emmagreci muito. Olhando-me de perfil, pude contar as minhas coslellas. Mas ]á estou bom.

Abril, 5

Mudámos de casa. Ando triste. A toda hora me auaUa o de- sejo de correr á outra casa. Nesta, íudo me parece eilranho. Ain- da não me habituei inteiramente a ella. A' noite, quando todos re- pousam, afiguTa'se'me suspeita qualquer rumor que ouço. Durmo

mal. Paia compemar as noites mal dormidas, repouso durante o dia. e isso altera profundamente os meus habitoa. Nào conheço os vizi' nhos. Honiemi á janella, puz-me a observar os vizinhos c os Uia-

aeunles. Tudo geme desconhecida, A casa é muíto grande, com jar- dim ao lado. onde ha roseiiaa que trepam pelo muro, e arvores n» pom^r. Rua arga e arborizada. Passam autos fonfonando e lançando

fumo, Pois prefiro a casa antiga. E' menos elegante e menos con- forlave. mas eu estava Eamüiarisado com todos oi seus recantos. Ainda me lembra, na outra casa, um cantioho atraí do armaiio da dispensa, de onde surgiam ái vezes as bapMai A« mais audaciosas arriscavam-9B atá a andar pela parede. Eta um regalo -yva mim dar-lhes caça. Aqui. nem ha baratas. O oulio bairro era maia soce- gaHo. Poucos automóveis na rua. ma*, em compensação, mais cãesi- nhos vagabundos. Alguns interessante». Todos me conheciam e con- vidavam-me a descer á rua paia brincar com elles. Nunca provei esíe prazer. Lili não consente que eu ande em má co^ipanhia, le- ceiosa, talveí, que eu apnnhe hábitos pouco dislincToi. Numa casa da frente faz-se musica á noite. Instrumentos de arco e piano. Ha uma senhora que canta. Cisto de ouvil-a cantar. Qjando ella dá uma nota aguda, eu acompanho-a ganindo, e coaiigo reproduzir a mesma nota. Lili ri-se muito nessas occasioes. U.na vei chaq^ou a attenção de Carlos ^Uf ainda não me tinha ouvido. A lal senhora cantava, e Ciilo» drspo^ ^e a ouvir-me. Lili esperava, com impa- ciência, que eu secuodasse o canto com o meu ganido. Mas eu, qu; estava aborrecido, manhve-me calado. Lilii num gesto de máo humor, chamou-me «aemsahorão». Sahi da sala.

• Mimi'. a gatiuha preta, ainda nio se acostumou com a casa.

Anda miando peios corredores. Dizem que os gaios são mais ami- gos da casa que dos donoi. Ocve ser verdade. Gasto de «Mimi» e de dormir ao lado delia ouvindo o seu ron-ion. Preguiçosa, viva sempre a bocejar pelos cantos. At^ agora ainda não aprendi a sua linguagem. Algumas vezes que tentei emitiar-lhe a minha. íajendo- Ihe X au E » <■ au 1 e ella recuou, bufando. Tenho medo it tUM unhas. Já as experimentei uma vez,

Hoje Lili foi vititada por um moço, que ha muito tempo n3a apparecc por casa. Fui recebel-o ao portão, j roncando. Lili, rindo,

disse-lhe : — bMariscoc não aprecia o senhor. — Já o notei. E" injusto o ».Maiisco>, porque sempre o tra-

tei com carinho. — E" porque elle observou que o senhor é meu inimigo, — Inimigo da senhora? Eu ? Ah I que loucura ! Odeio esse homem. Algumas vezes me Eez carinhos, nas eu

fugi'lhe. Odeio-a porque elle não é, de facto, amigo de minha ama. SurprehenJi-o, em diversas oocasiões. a falar mal deila.

Março, 5

LiLi e Carlos casam-se aminhà. Toda a casa está em movimento. Lili não me disse utm palavra. Vejo-a apprehensiva. Como a felicidade assusta os homens 1 Dir-seia que elles têm terror de ser feli- zes. Nós não somos assim. Corremos para a felicidade saUando e latindo I Ouvi di'

zer que não hav;rá festa. Jsio penalisa- me. Depois de realisada a ceremonia, em- barcarão para uma praia de banhos. Ouvi

dizer que me levam comiigo. tiso ale- gra-me.

Março, 8

Nunía vi o mar. Nào faço idiajdo que iisj 4E;3, mis deve nsr interesianle

REVISTA FEMININA

porque Lilí c Carlos ídam constanlemente nitio, ScL apenas que i togar piopiio pBT9 banhos, Se é liso tó. não vejo razào para que se IrAnipoileni afé U, com bagagens lão volumoa». Ne$ta ca^a ha latDbpm uma sala áe banhos, com água na« loineiraa e um enorme banlieiro, Elles querem provavclmenlc uma col&a maioi c mais vas- U. Não lhes bailando a água da» lorneirbs^ exigem águas mais abun- danLes. Porque? Alé agora não atinei com a neceaíidade do ba- nho. E' eiTranhavel o gosto que os homens lêm pelas coisas des- egraf^aveis. Seja como for, vamoi ao mar. Vou de boa vontade. A idéa da viagem, de ver novos horizoctes e. principalmente, de me enconlrar com aquella carborrinha bianca que vi ao pé do moslrua- rio de chapéo», encanta-me. Não perdi de Lodo a esperança de en- conlral-a. Creio no deslino. O que i cerlo é que nunca a encon- Irarei se não sahír de casa. Viajemos, pois. LHi e Carlos vão ao mar, eu vou a eUa.

Março, 11 Casaram-se. Lili chorou, chorou abundaniemenie sob o seu lon-

go véo branco. Que leima em chorar nos momenLos íelizes I Via-

jámos liei horas de Irem. MonUnhaj, campinas e rios a correr como% hlas pela janellinha do carro, Nunca vi coisas tão inlerejsanles. Che- gámos á hora do ianlar, Um grande holel. No enorme aalào illumína' do vejo ?'nhoiaa e cavalheiros a conversar. Por enlre as gradas do rerraço olhu o mar, Na praia brincam creancinKas descalças. ComO' islo ludo acjul é l-cí o ! A vida é uma coiia realmente digna de go&ai. 5ÍnlO'me f?liz. L^li e CJIIOS são lambem felizes. Vejo-os aempre de mãos dadas, com os olhos fixos um no nuiro COPIO «e le viaseca pela primeira vez^ Eu, como os observo de longe, tenho vontade de rir^ Uli nunca compiíhendeu o 'neu liso. Só comprehende o meu lastio e- oB meus aborrecimentos.

A praia eati cheia de gente. Que encanto 1 Estou a pensar na raiva que teria uNero^ f - oubeiâe que eu estou Fazendo também a minha estação de banhos. Sò de pensar naquelle feio cão sinTit. um pouco de azedume na minha íeLicidade.

Maria fímelia

Um perigo imminente o momento actua! é para a mulher talvez o de mais

responsabilidade que as circumslancias lhe lÊin impos- to. E' o niomento solemne em que ella começa a com- inungar a hóstia santa da sublime aspiração de todos os tempos: — o direito, Mas, minhas caras patrícias, ciêde-me : eu, enlhusiasta pelo nosso progresso educa- tivo e inielleetual, eu, devotada em extremo pela evo- lução social (e sendo a mulher parte integrante, senão a base da sociedade, não se pode eomprehender o a- diantamento desta, sem o progressivo desenvolvimento daquella) em vez de me alegrar com esse triumpho que nos vae chegando, tico entristecida ao pensar que a posse do ideal tão almejado, tão disputado pela tribu- na, pelos jornaes, pela força l)ruta e íinalmente pelo meio legitimo que foi a revelação das múltiplas aptidões femininas até então desconhecidas ou, melhor, postas em duvida pelo homem e lâo sobejamente pótenteadas no desenrolar da terrível guerra que ora finda, possa causar-nos decepções amargas! E'que não estamos ain- da preparadas para descortinar os vastos horisonles que os acontecimentos acima nos alargaram.

A mulher provou fartamente que pôde desempenhar cargos até hoje exercidos exclusivamente pelo homem e o advento de uma nova phase em que ella desdobra- rá sob mil novos aspecios seu papel já danies tão im- portante na sociedade, vae-se progiessivamente acceii- tundo pela expontânea outorga de direitos aié enião negados, feita pelo homem como um juslissimo signal de gratidão á incansável e abnegada companheira.

Mas (e eu própria me entristeço de sempre ter um •nos a repetir) agora mais do que nunca necessitamos manter a integridade do nosso caracter para que de mo- do algum desmereçamos a confiança que nos vão dis- pensando. Precisamos revesiir-nos de muiia energia e prudência para o estricto cumprimento dos almejados deveres que dentro em breve leremos de desempenhar quando as viclorias das nossas irmãs de além mar se retiectirem no nosso meio.

E para isto é mister illuslrar o nosso espirito. E' chegado também o tempo de trabalhar pela can-

sa santa do engrandecimenlo de nossa pátria, neste mo- mento palpitante em que todas as nações se erguem, despertando e congraçando todas as energias para um estagio interminável de paz universal a cuja bandeira se desenvolvam e piosperern as sciencias, artes e in- dusírias indispensáveis ao bem estar physico, moral e íocial da humanidade.

E para este fim o concuiso da mulher se impõe sob differentes modalidades : mãe, deve ella contribuir di- rectamente para a formação do caracter nacional infil-

(Especíol para a "Reulsta Feminina").'

trando idéas puras de civismo e uma noção exacta do cun:prÍmento do dever nas tenras almas de seus filhi- nhos.

A influencia materna nos destinos da humanidade- é incontestável, e muitos homens superiores o têm con- fessado. Professora, outros tantos deveres tem ella da cumprir e, finalmente, como membro da sociedade, em cada ramo de vida tem um campo de aeção onde deve aproveitar suas aptidões recem-demonstradas.

Devemos, pois, jã e já ampliar o âmbito de nossas habilitações profissionaes, tendo sempre em mente que da união nasce a força.

Esta Revista é o elo affecluoso que encorrenfará todas as nossas energias dispersas neste magestoso e vastíssimo Brasil e, ó minhas estremecidas patrícias, seja ella também o céo de alerta para que todas des- pertemos do lelhargo em que vivemos.

Nos paizes adiantados, a mulher desenvolve suas faculdades inlellectuaes e prepars-se para a luta pela vida ganhando seu sustento mais suavemente quando lhe falta o apoio de um braço masculino; aqui (princi- palmente no nordeste do pai?) a mulher que estuda é um animal raro — excepçáo única Qa mulher professo- ra que em alguns estados como o da Parahyba, contam- se ás centenas, muitas das quaes nunca chegam a obter coUocaçâo- E' bem faeil, porém, demonstrar que a mis- são de professora primaria não pode ser a única de- sempenhada pela mulher.

Agora mesmo chegaram seis moças, todas diploma- das em sciencias diiíerentes, que vieram dns listados Unidos para dirigir os diveisos cursos da Escola Do-- mestica de Natal — Rio Grande do Norte — único es- tabelecimento brasileiro no gênero.

Essas moças, que, habilitadas por um diploma de escola superior, e especiallsadas em sciencias e artes de ulil applicação aos misteres que reclamam a activi- dade da mulher contemporânea, deixam seu próprio paiz e vÊni, ao mesmo lempo, ganhar a vida e contribuir pata o progresso de nossa terra, dão-nos um bello ex- emplo dos deveres de que vos falei ha pouco.

Animo, pois, minhas gentis leitoras I E' uma triste- za ver todos os estabelecimentos de ensino, com exce- pção das Escolas Normaes, despresados pelas brasilei- ras. Nada vos falta para seguir o caminho apontado,. senão coragem e decisão.

Avante ! Lydia Qutdes

{Morte — Rio-Orandense)

Parahyba, Sabbadode Alleluia, 919

REVISTA FEMININA

O movimento feminista brasileiro

(5' com viva safis/açãtt <juc a fOssa Rcffísía üae consíaiantlo cada uma tias novas aílhciScs masculi- nas çuc ae vão declarando peía mtlhor/a da» condi- çõfs aaciaes da mulhtr biatiUfra. O moüimenh Je- minisia que ora te agita cm tadai as sociedades ci- vilisadas não podia deixar de imptesslonar os nos- sos pensadores. ^ é comofador para o espirito jcmi-

■nino brasileiro, até hofe lão deszurada, sentir o apoio que lhe trazem grandes menlalidades pátrias, ^'s por- •qae Iranscievemos, a seguir, um ariigo de Gil 'Oidal, pseudônimo do bfiUianle polemista Ltão Velloso que, -diariamente, peh "Correio da ^^arthà" eoangelisa -as maii alias noçdes sociaes, como um mestre da •penna e um das mais formosos espiri/os brasileiros. Em seu artigo Leão Velloso reproduz os conceitos <Ie Sydnei/ {Vebb. çue provou com o argumento con- creto dos Jactos que a entrada das ntulheres para a politica ingUza joi um focta decisivo de melhoria da administração. Chamamos para aquetles tópicos do magnífico artigo de Gil IJidat a otirnçãa de to-

ados os que se riem, inconscientemente, da acçào sO' -ciai jeminina. <j chamamos a attençào de nossas leitoras para o êxito incontesíaval que vai obtendo a acção da "TteVíJÍa Peminina", primeira actaaçiio social Sy^stemafisada das mulheres brasileiros e que ha seis annos se üem batendo denodadamente peta

■causa feminina, ^stão agora surgindo em lodo o íQra- sil os frucfos promissores da grande obra de *Oirgi- lina de Souza Saltes, nosso saudosa iundadora, c CUJO nome fica escripta na Historia do ^'asil, co- mo O de uma grande iniciadora, de uma activa com- -batente e de uma das maiires brasileiras de sua e- poça. As nossas leitoras não deoem, pt^tanto, a~ bandonar a nossa obra. Cada noüa assignatura que nos é enüfada representa uma parcella de collabora- ção ulil para a melhoria aociaL E um^ r^ova assi- gnatura representa um es/orço minimo para um re- sultado collossal t...

Segue-se o artigo de Gil Vidal:

VOTO FEMirimo Cjrn 3 reforma eleitoral, de qus proveiu a acltial

Camarados C-Jmmuris na Itigialerra, passaram a partici- par ali da capacidade politica seis inilliões de ingle;ías, que, além de eleitoras, sáo elegiveis, Com pareceram el- las ás urnas, mas nenhuma logrou coittar-se entre os legisladores. A derrota — toda derrota tem acnpre i:ma explicação — é atribuída ao facio de aue nào tiveram tempo as candidatas para a campanha- Vinte dias até o escrulinio, foi pouco para o tiatiallio elficaz, Cünduceiw le A victoria, maxime quando a mulher, pela primeira vez, disputava eleição. Náo é que llie fossem estmntios os pleitos eleitoraes. Na Inglateira já eram as muUieres insigiies cabalistas, caballstas ali^ pela oratória. Algu- mas revelaram notável capacidade de organlsação. E eram de Iodas as classes, A nobre, a aristocrática, no dia da eleição, descia das alturas para conquistar os pequenos, os humildes, operários ou rendeiros. Conla- sí que até com beijos se compravam votos. Em todo o caso, se ainda não alcançou sentar-se nos b.^ncos do Parlamento, a Ingleza já se pode ufanar de tet parte na direcção de seu paiz, e de não soFfrer a affronta, que tanto a maguava, de ser por esse lado considerada in- ferior ao homem, e^rcluIda ou privada da cidadania.

Por toda parte se agitam as mulheres para obter egual situação política, em nada contraria á própria na- tureza feminina, e o que leve na Inglaterra, paiz pra- tico por excellencia, propugnadores da ordem de Stuart Mill e defensores como Disraeli, Cobden e até o pró- prio Gladstone. Em oJtros paizes já está do mesmo modo victoriosa a justa pretençâo das mulheres. Em

eleições municipaes, ha muito já vão ás urnas. Na Fran- ça, em cuja reforma eleitoral jã approvada na Câmara dos Deputados e dependente do voto do Senado, está consagrado o suffragio ferninino para Iodas as eleições. A integridade dos direitos políticos discutiu-se, entre- tanto, o rnez passado, num projeclo de lei instituindo-o particularmente nas eleições municipaes, nos conselhos de disirlctos (-arrondissementS') e nos conselhos ge- raes ou departamentaes. Uma das razões justificativas do projecto é livrar esias eleições do caracter exclusi- vamente político, predominante em prejuízo dos interes- ses locaes. Quer nas grandes cidades, quer nas peque- nas, ms próprias aldeias, elege-se a edilldade não pela sua competência paia cuidar daquelles interesses, para administral-os convenientemente, em beneficio da po- pulação, mas pela bandeira política sob que mililam os candidatos. Não é de bom administrador que se cogita, mas do radiCAl, do conservador ou do socialista. Resul- tado : essas posições se reduzem a prêmios de serviços partidários, e aquelles a quem cabem não cuidam dos ne- gocies colleciivos, mas das conveniências do grupo po- lítico a que as devem.

flccresce que, nos paizes onde as tirulíieres oolam para as admlnlslrações locaes, se obseruam os melhores resulta- dos no que respeita ds condições da exlslencia da população, ria Inglnlerra, por exemplo, onde só ogora InierDcm as mulhe- res nas eleiçâes uerdadeiromente polilieas, de que dependem os grandes problemas nacionaes, mus onde ba mullo tinham ellas uolo nas eleições locaes, proclamo Sidney Webb, citado por «Lie Temps- que -ludo que se refere d hygiene publico, Q05 ahaslecimenlos, ds escolas, aos cuidados e uigilancia da malernldade, tem sido melhor esludado e gerido depois que as mulheres lêm o dirello do sulfragio nos eleições municipaes-. Lord Robert Ceei! altesta que o «DOIO feminino Icuanlou o moralidade polilica das insliluições (ocaes-. Na Noruega o cliefe do partido conservador, Hajeropp Buli, declara que -o suffragio das mulheres alargou o horizonte po- lítico dos homens», E as estatísticas confirmam esses conceitos. Na Austtiilia, depois que as mulheres votam, baixou o obituario infantil de Ml a t)7 por 1000, e na Nova Zelândia de 113 a 50 por 1000 «Nada de admirá- vel com eííeito — conclue o jornalista a que tomámos esses dados — em mulheres tão empenhadas pelo cum- primento do dever de maternidade, que lhes incumbe, e que, de resto, toca particularmente á sua sensibili- dade-.

Esperam alguns apologistas do voto feminino que elle traga também aos costumes políticos o elemento ponderador que lhes vae faltando por toda a parte. Re almente, as mulheres estão dando prova de mais juizo do que os homens. Aqui não se percebeu o alcance do grande acontecimento inglez, e delle, do movimento de que foi termo, só nos impressionaram as excentricida- des das suffragistas. Havemos de vel-o ampliar-se até a completa equiparação da mulher ao homem, quando se tentar, nos paizes que estiveram de verdade na guerra, a desmotilisação feminina. As filhas de Eva não se hão de deixar desapossar dos empregos em qus tão bem subsliluiram os homens. Por ahi nada temos que recear. O problema não nos toca. Mas devemos prepa- rar-nos para um dia, que não está longe, dar o voto á mulher. E porque não o ensaiaram já alguns Estados, nas eleições municipaes, se náo em todas as vilias, nas príncipaes cidades, e abrangendo o direito de eleger e de ser eleita? A Constituição não o impede. As mulhe- res estão incluídas entre OS cidadãos brasileiros (art. 69} e o art, 70 dà direito de alistar-se, na forma da lei, a Iodos os cidadãos maiores de 21 annos, salvas as exce- pções de § Í.o — mendigos, analphabetos, praças de pret e monges.

QIL VlDnL

REVISTA FEMININA

IMrMMlIÍL liiiiii ^ ipii^nciiiirai^

(COLLABORAÇAO PARA A .REVISTA FEMININA.)

André Chenier, o poela admirável, que, no seu es- tylo de uma snggestiva e encantadora originalidade, com alguns cânticos cheios de um enlhusiaamo Irans- bordanie de um puro e carinhoso patrioiismo ao alvo- recer da Revolução Fraiiceza, sandou a liberdade, e que também exprimiu em versos enérgicos lodo o seu hor- ror pela anarchia, deaníe dos excessos do lerror, fran- queza que lhe valeu uma infame hospedagem na pri- são de Saint Uzare, era o mesmo patrlola nue, com os olhos filos no futuro e na grandeza da sua Fxarça que- rida, dizia : «que uma raça republicana deve ser uma raça robusta, uma raça robusta deve ser nnia raça li- vre, uma raça livre deve ser uma raça inlellecliialmenie valida.» Eis algumas palavra^ que, na verdade, encer- ram uma grande sabedoria De facto, n'unia Republica, n'uma democracia é indispensável que o indivíduo le- nha as qualidades necessárias para que bem possa exer- cer, desempenhar o papel que muiro naiuralmente lhe está reservado, qual seja o papel de cidadão.

■ A saúde, a força, alliadas ás qualidades inlellecluaes e moraes — qualidades de espirito e de caracter, cons- tituem em eonjuncto os factores de grandeza de uma raça, de um povo, de uma nação.

Embora sem pretendermos nos aprofundar em ques- tões que nos atfastem, nos distanciem d" nosso ihema. ftizemos, de accórdo com as lições da Hisloiia, que a decadência de um povo é sempre gerada pela sua mo- dificação mental resultante do abaixamenlo do nível do caracter. Foi a dois passos da decadência que Roma maravilhou o mundo, que Roma possuiu maior nume- ro de grandes homens, maior numero de bellos espíri- tos, de sublimes artistas, de grandes liileiatos e de sá- bios. Roma era como o centro de um syslema planetá- rio em torno do qual gravíiavam, como salelliies, as- tros de menor grandeza constituindo os demais povos do mundo.

Roma, vergada, arcada ao peso de tantas glorias. de tantos louros, sob o reinado dos seus primeiros im- peradores, era o centro do Universo. Entretanto, balida pela corrupção, minada pelos excessos de prazer, ine- briada pelo luxoy pelo fausto, contaminada pelo germem que solapa e derrue a vontade, que infecta os seniimen- los e que abaixa o nivel do caracter, modificada, per- turbada, diminuída, destruída emfíni a sua mentalida- de, a Roma gloriosa, em pleno apogêo de ioda a sua grandeza, obedecendo ao lerrivel prognostico, á lei fa- tal, arruinada, cahiu em decadência. Evidentemenie, a tntelligencia tem um papel menos forte, menos prepon- derante na vida dos povos, em face da influencia sobe- rana do caracter que gerou a moral. E' cousa sediça que as raças superiores se distinguem das inferiores, pelo caracter e pela inteiligencia, porém é pelo caracter principalmente que as raças superiores se distinguem entre si, se distinguem umas das outras. E' elle que determina a evolução histórica de um povo, é elle que regula o seu destino. Com estas considerações e com aquelle exemplo tão frizanle colhido nas fontes da His- toria, retomemos o fio do nosso Ihema — aquelle con- iuncio referido antes, na realidade realiza o ideal, pois a nação que reunir lal ornamento de qualidades, jamais será uma nação fraca, jamais será uma nação descon- siderada, como jamais será dominada por oulra.

Está na scíencia, no seu domínio, corrigir as múl- tiplas causas que concorrem para a decadência da raça, para o seu detinhamento, para o seu abastardamenio, melhorando as qualidades naluraes, physicas ou psychicas do indivíduo, agindo contra a progenie defeiluosa e de- generada que, devido á heredilarLedade. se transmitle

aos seus descendenles, partindo do principio que o in- divíduo está submettido á influencia dos seus antepas- sados, á influencia de seus antecessores directos, á in- fluencia dos meios, todos, influencias que dirigem as suas acções ? Sim. O problema é vasto, complexo,, múltiplos os obstáculos a vencei, árdua a tarefa. Nem por isso, entretanto, esforços devem deixar de se con^ jugar em bem da resolução dos grandes problemas que- affeclam o futuro da espécie humana e a grandeza das. nações. No que respeita a nós, elles ainda sáo mais- complexos. Pouco ou nada temos feito e maiores são as difliculdades para a sua resolução. O processo, não- é necessário referir, é lento é moroso.

Nâo é por vermos, entre nós, as boas iniciativas- frustradas que nos acovardemos deanle de obstáculos de qualquer natureza, nem mesmo o tempo a vencer.

No empenho de bem servir, no intuito de attingir nm ideal, nem sempre percorremos a estrada da vida pisando sobre pétalas de rosas sem que os acúleos nos firam na marctia. A veidade é que cada naçáo tem o- interesse primordial de zelar pela saúde dos f eus filhos, lonjando medidas contra os muiliplos faclores que con- cordem para a progenie impeifeila e degenerada, no in- teresse da sua própria conseivsçâo ; empregando o me- lhor dos seus esforços para a geração dos normafí,. dos perfeitos, dos sadios, dos fones, dos robustos, me- Ihorando-lhes as qualidades naturaes, physicas ou psy- chicas que constituem a columna granitica, inabalável sobre a qual se assentam todo o seu poder e sua grandeza.

A investigação e o estudo das causas e influencias, diversas que, por via da herança, podem prejudicar ou melhorar aquellas qualidades, concorrendo para que as grrações íuiuras tenham a nobreza da perfeição, constiluem a Eugenia ou Eugenica que, de accôrdo com a sua eiymologia. significa nobreza de nascimenio. -Tal assumpto lem sido tratado por outros mais magistral- mente e com muita aucioridade, e nelle tocamos de re- lance, nà-) só devido á necessidade premente de uma permanente divulgação, como as suas não pequenas aí- fiuidades com o nosso thema — a Puericultura.

A Eugenia e a Puericultura n'uma intimidade affe- cluosa se''confundem pelos seus intuitos e se comple- tam pelos seus fins, quaes sejam o apetfeiçoamenio, o desenvolvimentoe a conservação da vida humana.

O traço de união entre a Eugenia e a Puericultura é a Eugenetíca de Pinard, ramificação da Eugenia, que comprehende o estudo das condições que devem presi- dir a uma boa procreação, conforme definição dos mes- tres. Naturalmente decorre do que lemos dito e visto no iranscorier do nosso modesto trabalho, preâmbulo de uma despretenciosa contribuição ao esludo da Hy- giene Infantil, que o PuericuUor deve ser um Eugenis- ta obrigado, decidido, imperleriiio, para maiores triuni- phos da Puericultura — a arte de crear os pequeninos de nm modo geral, assumpto aliás muito vasto, dando- se Itie a natural latitude que se lhe deve dar, como o deseja Pinard. Assim é que a Puericultura deve se ex- tender até a apreciação philosophica e do casamento, a escolha dos esposos ; ella se propõe a anaiysar todasas questões de liygiene relativas á joven mãe, não só durante a gestação como antes; evitar os débeis, os prematuros e os doentes, evitando a procrea- ção senão em plenas condições de saúde physica e mo- ral ; tratar o procreador doente antes da procreação; tratar a gestante no curso da gestação e cercal-a de to- dos os cuidados necessários para que o produclo da concepção attinja seu completo desenvolvimento até ao.

REVISTA FEMINNIA

perto a leinio. Eis a Puericultura antes da gestação com a devida amplilude que deve ter; eis a Puericul- tura durante a gestação, ou Puericultura ititra-uterina. Cuidar do pequenino depois üo parto ; ditar as regras paia o seu agasalho ; os preceiios de hygiene que dizem respeito á sua toilleiie, o leito, ali- mentação, verificação do seu peso e talhe, a prophylaxia das moléstias ás quacs estão (xpostas as creanças desde que nascem, como oiganismos fracos e predispostos que são, da- das as suas condições de resistência ; cuidar emfim da cieaiiça desde o na- scimeiilo, acompanhar stu desenvol- vimento nos anros seguintes, eis a Puericultura extra-uterina.

Eis um assumpto de importância, que necessita de uma permanente divulgação.

Prelendeis melhorar a raça? Am- parae a mentalidade; niantci e con- servae o caracter n'iim nivel supeiior.

Prelendeis robustecer ou au- gmenlar as foiças da nação? Con- correi paia a geração dos normaes, dos perfeitos, dos sadios, dos for-

tes; amparae a'gesfaníe no curso da gestação ; evitar os prematuros, os débeis, os doentes ; aconselhae a la- clante abastada; amparae a laclante pobre, a lactante

operaria; combatei as causas mala communs da morlalidade infantil, um dos faciores da despopulação íáo impoitanie quanto a diminuição da natalidade, desenvolvei o ensino da Hygiene Infantil, diffundi o sen conhecinienlo; cercae o pequenino de todos os cuidados, acompanhan- do o seu desenvolvimento, o seu crescinienlo ; iniensificae esforços que Oizem respeito á piophylaxia, leici» assim não só robusiecido como au- gmcnlado as forças da nação.

Dr, Leoncio de Queiroí

Dvlre. gnlintr fllhivha 'Io si'. AtiíoJ'fo Gcm-alfes I}ii>s, fusindeiro rvi ÍI'ííOíI-

REVISTA FEMININA Edição especia

Con>o as nossas leitoras já observaram, nós nos teino.s esforçado por lhes ofEerecer, todo íiimo, em edição especial, um volumoso e luxuoso nu- mero da revista, que é vendido avulsamente por um preço mais elevado, .sem onerar, entre- tanto, as assig^nantes, que o obiem pelo preço communi. Essas condiçõe-i especiaes são tão in- teressantes, pela multiplicidade da sua matéria de redacção e collaboração, pela variedade do seu texto, pela belleza das suas illustracções em tricliromia e chromo, que se esprotlam rapida- mente, a despeito da sua enorme tiragem. O nosso ultimo numero do Natal, como as leitoras devem estar lembradas, satisfez ampi;imente, e. O que é mais, além de toda espectativa, as pro- messas que llie antecederam o appareciniento. Para a sua confecção gastámos alguns mezes de trabalho e empregámos um capital excedente df; vinte contos de réis. Essa edição, executada com uma arte iiiexcedivel, no ponto de vista graphico, e interessantíssima sob os pontos de vista lilterario. conslititiu uiu iriunipho, de que, ainda hoje, nos sentimos orguiliosos. Km menos de uma semana todos os exemplares destinados á venda se exgotaram, restando nos apenas pou- cos exemplares para as nossas collecções an- nuaes e para satisfazer os pedidos das novas assignantes. Para obstar que - esgottassem, elevámos o seu preço, a prir ipio a três mil réis, e por Em a cinco mil rií.-.

Pois a edição que efi.imos, desde agora, confeccionando para coirn.i^morar o Natal deste anno, vae ser notavelmeiue melhor, em todos os pontos de vista, que a edição anterior. Com- por-se-á esse numero de trezentas paginas ou mais, illustradas com muitas centenas de gra- vuras, a maior parte a cores, trichromia e chro- mo. O papel destinado a essa edição é o mais

I para o Matai

caro de todos, é um papel "glacé" da mais fina qualidade. As illustrações coloridas, pela sua ni- tidez, pela arte do seu desenho e pelo brilho das suas cores constituirão verdadeiros tralialhos de arte, para regalo dos oÜios e encanto do es- pirito, todas as matérias corresponderá uma gra- vura elucidativa. Haverá amplas e desenvolvidas secçõi-s de literatura, de sciencia ao alcance de todos, de puericultura c eugenia, de medicina domestica, hygiene social e individual, viagens, philosoiihia, sports, religião, moral, moda, ele- gância, humorismo, caricatura, rendas, bordados, arte pura e arte applicada, tarefas domesticas. Historia, cosinha, theatro, curiosidades, etc, etc.» Trata-se de um nuinero excepcionalmente bello, que a leitora deverá conservar, sobre a mesa da sua sala de visita, como um álbum de recreio para os olhos ou como um livro de consulta, porque elle será um repertório de conhecimeiitoa permanentes, e não um simples magazine de in- leresse passageiro.

Por vezes nos temos referido, por eslas co- lumnas, a algumas das nossas queridas patrícias, que se tem dedicado, graciosamente e com um enthusiasmo que sobremaneira nos desvanece, à propaganda da nossa levista, que se infiltra, dia a dia e de uma maneira surprehendento, )>or todos os recantos do paiz, Para essas caras pa- trícias, que contamos entre as melhores e mais preciosas amigas desta revista, fazemos aqui O nosso appelo costumeiro, para que se esforcem, o mais que puderem, no sentido de obter o maior numero de assignaturas que lhes for ]ios- sivel, Esse appello é ainda justificado pela r;i7ão de que reclamos que as assignantes retardadas possam ficar prejudicadas, não recebendo o nosso numero especial do Natal, que seja dito de pas- sagem, será vendido avulsamente pelo preço de 3$.

REVISTA FEMININA

Um grande romancista A propósito da ''Conversão''

Bellissima novella de Cláudio de Souza Não ha luuilo, na nossa secção ^T.ivios Novo9'^ nos refe-

a-imo^ Ji x-ersao, em linRua caateibana, dassa extraordinariiL noTdla de l.iaudio de ^'^ouKa, intitulada "CjaverSão". Lemol-a em liespa- nliolj e a nossa impressÉio, apóí a leitura, foi daa iiiíita pioíandas. Er:i, poiíi, iiiimeaBa a nossa curiosidade de a ler no próprio idioma do ;iut(jr, com aquella elegância de linguagem, precisão Je voca- bulário e subMleHas de ealylo que llie são Umüiares e que fazem <i encanto da sua prosa. Como autor tlioatral, Cláudio de Souaa íoi touftflgrttdo, ojii nosso parx, como mestre, O publico o a critica, ■quo o consagram» não lhe fi^^eram nenhum favor, porque, para fa- lar vordiide, mJs não temos esnriptorea tbeatraea. senão amadores juaia ou menos ongenlioíios. O único que como tal ae apreseuta é Cláudio de hSouza, [:uji3s triumphos no theatro llie erearam uma au' jeoLa que não se apagara nunca.

Agora á o noveilista que se apresenta ao grande publico. A -*Conversão», traduxiila para o haspanliol, fez um suCí:essü ruidoso ^m Buenos Aires, siiocesso que se irradiou por outíos paizes onde Be Cala o idioma da Cervantes. A "Conversão* é uma novella qii?, por fií aú, bastaria a faier a reputação de um escriptor. E' inte- ressantti vivida. O que ha uella a admirar não é apenas o colorido, por vezes brutal, de certas epUodios emeclonaates, não é iipenas a

■observação flagrante da vida, a vivacidade da diu-log^ção, a jns 'tey^a das e^ípreasõea e o eni^anto enrytUiniico da língua, mas o SO' Fpro de giTuiü que bafeja toda a obra. Cláudio de Wouza é o melhor -í(as nossos novelUstas- Pelo brilho, lembra Caatello Branco nos '*'Vulcõas de lama'*; pelo poder de obaervacão e surpreza de ana- Syse, írny de Maupassaul. e pela otigiualidade e crueza das tintas, .DoHtojQvhky. Elle syulhetísa em si as melhores qualidadea desses narradores,

A *^Reviata Feminina'' orgulha-se de o contar entre os seus ^oUaboradnres.

O "Correio da Manhã", do líiOi do 15 do mez passado, sob 4> titulo ''LTiu grande romaiicista''^ precede das seguintes phrases a publicação dessa extraordinária novelia:

'Cláudio d6 SouBD, a quem \h foi attribulda a missão de «criador do theatro brasileiro moderno», íllu«lra o numero da ho- je desta lollia com uma novella, E' uiua outra face do aeu talento 4>mnimodu '|ue ae noa mostra.

Esse formOsiaslmo espirito fiasceu para o exilo, hos 13 ao.^ "20 annos, emquanlo cursava a medji^ina, dedicou a impierisa as fol- gas da escola. Abi teve pa&qagem ephemera : breve estagio, em que se divertiu num» bolieiula sonhadora, antes de penetrar na -\'ida, a selva aerva^gU do poeta florentino. Kormou-se, e de olhos .abertos sobre a realidade das tulsas, eil-o sartão a dentro, em >fi- 'nas em S^ Paulo, no Amazonas, (irangeados os primeiros racurtos passou a líuropa, onde commetleu a fjiçanha de suster os pendo- res literiirios, que Ihu inipelliam a elma, a ponto de visitar a séJio os hospitacs e fugir stoicamente dos museus. Ue volta ao Hrasil,

■dividiu a Jictiviitade entre a sua profissão nueidental e o commer- cio e a indml.Tia, Se não quando, íizerüm-no um dos quarenta luemhios da Academia de Letras de S. Paulo, distincção iiiespera- -da a que correspondeu eatrevendo um livro. I^or este incidente, o literato, que nunca deixou da o ser, venceu de uma vez por todas ■o medico, o industrial e o commerciante-

Tratn-se, pois, de um fjitahsmo caraclerisado. l>esviou-5e -o roteiro nai^uelle trecho da moddade, mas, coiuo se observa, hou- ve apE'np-s uma conaulia ao destino, que não mentiu. \\ gra(;as se- lam daUa-s a Deus pela prova de fogo imposta ao homem antes de nos offerecer o artista magnífico. Sertão a dentro, Cláudio deSou- za apurou a sua esthesia nativa, enriqueceu a de seiva e den-llie A for^a LIü um vasto e estranho ideal, O traço de bondade, a on- 'da de ternura, a legião lyrica de sentimentos generosos que se en- ■contra na sua obra, veiu-Ibo dessas digressões.

Assim n deparamos no Iheatro, a que couberam ae primi' ciaa do seu renome. A Renuncia, o aeu trabalho inaugural, deu-nos ■ Iodos a impressão de ttataille, pela Rraça alada, o leve perfume -de sentimento, a simplicidade do dialogo, a fina "carpintaria", que tanto se appioximam doa e^emplareB consagrados da lotual arte

francesa. MAS, admiltida n Temlnlseencla ao senso critico, por as- aaa circurnsLaiiclaa, logrt ee viu a feição inconfundível dn peça, oa- jHs representações no Municipal, le ^. Priulo e no &. 1'edro, do Rio, cünaetuirara noites de verdadeiro tiíumpbo. Depois dn Renun- cia, appareceu a comedia ligeira Eu arranjo ludij !, levad» A rlhalid üe conquiatR cm conquista em todos os Kstaacs do BrD&il ; seguiu- se a comedia em que ClAudIo de Kouza transigiu com uma ceru parte da plat^a, dando^be acenas de bsixo cômico, ao liido de ou- Lras da mais fina emoção, pelas qnaes se tornam uai aiiüimlo a; Flores de sombra, como a f^ura de d. Cbristjaa, typo tjrasIEeire, EradiOLonaL, de exoelsas virtudes domesticas; e surgiu n^nda OulH' no e primavera, deliito'-;:! critica social contra o france/ismo, qua nos invade as ruas, a casa, a intimidade, Tora ejitas. Cauilio ile Sonv^a gunrda promptas ns peças, do masnso gcnero, A Vida em Pon- te Velha (3 jicto^l, Sempre o amor--- (-t Aütu^l O evemplo de papae \^ aclo» O atalha K?, acius^, Os Ocmecos ahiculadog 4critica .Hucial-3 actosi e O Turbilhão, alta comedia, 'iiie vae m:ircar o apo;; ^w da su- premacia ncsae domínio de hitras- Cumpre accentuar biim a ogca- la ascenciona! transcorrida naasea diversos moilelos de iFiação ar- tistica, preparados a irem pouco a pouco educando o publico, af- feiçoand0'0 a uma literatura mais e maiSi e sempre mais elevada, e imprimiadu dest*arte á anecdota ou o probleiULi moral da efU' bulaçSo scenica uma finalidade tão agradável quanto utiL Integra- da qualquer daquellas peoas num maio de acção oompLi'tamcat« nosso, as personagens de Cláudio de Souza vivem, sangram. cLi>- rani, riem, agitam-se aos nossos olhos como criaturas túnhacidaí^ cujas taras, cujos vícios, cujas qualidades nos .são fjLmJliaicS- O au- tor transforma o n09S0 theatro; por assim diKcr estalielcceo, fjn- da-o; empresta-lhe uma fiincçào nacionalista; transforma-o uatii instrumento de cultura; erJga-o como uma esi^ola de bom gosto.

encaremos agora a noveUa que se publica em outro i^Ogar do «Correio da Manhã*, ^'e^l^ica-se'3he a mesma desinvolução geo- métrica dos quadros, apenas resaLtados aqui pela dlffi-Tcqca vir- tual dos e^tylcS' N^o the.itro, ha o diaLogo, em que esta o se^redj do êxito de t^landio de !^ouza, mestre igual aos melhores du qual^ ijuer parto do mundo, na arte de dar ãs personagens a sua língua gem própria, vivida, sem emphase, nem artificias, o, entretanla plástica ati^ produzir os effeitos mais intensos, como a eiLpraaiiiiii mais cariciosa- Pias crraçries destinadas ã ieitura, ludo depende %h e aú do JORO doa vocabuLoa, rjue representam de si mesmos o^ avtri- res e a objectiva do proscênio, í-eia-te a Converíao, ease pequeno lu manoe, eoorme na sua unidada estructural» para ver o extraordi- nário escriptor que ne nos revela hoje, lão surprehendentemente. tCile crysLalisa a synthese esthetica do formidável poder verbal d'j Gamillo com aquella evolução de espiritualidade rcscendente I1,L obra de Maupassant. A figura do padre Itoq^Je. antigo jniv qui', trahido no seu primeiro e iioico amor, tro^íara a toga por mna h.i- tina tri^to, e cuja palavra, nas missas de domingo, vibrava ci>]iii> um latego contra os pescados paasionaes, e que, por fim, i>\i\\\^ ecloaâo de bondade e justiça interior, passa a considerar a itiaigr da todas as culpas o odío» o seu ódio.,, ^a vingança dos qua uãu foram amador... dera que fórum trahidos-,.» essa escuiptura [p-s}- chologica Maupassant subscrevel-a ia cheio de orgulho- O episo dio de 1-ELta, rojada no chão. a hocca ensangüentada, bu^Cündo o filho e, apesar de tudo, suppMcando o contccto do amante, i^uo i deahonriiri>, e ella encontrava com a outra e espancara, de igaiJ vwlor tem-no Camillo nos Vulcões de lama, constituindo um doa seui descriptivos mala perfeitos. O trecho do rouco da custodia, ca a- greja, quando "^do alto do i'Oro, dolente, pausado, chorando quí^í, o orgam derramou a musica de Quito, a musica dai primeiras cren- ças e dos piimeiros fervores'', e o qui\dro da fuiía de Lagarto, Q ladrão, e de estarrecimento do Toeiro e do Camilla pelo horror dj sacrilégio, quem traçou semelhantes, rom idcniica trfpidaçào Je realidailei foi o revelador sinWtro do Crime e castigo, J>estnlevslí>-.

Lendo ae Cláudio de Souza, olha-aa em torno, a fiiir oi que entre nój fazem o romance, a novella, o conto, e debalde Be procura, nesse gênero, um veruaoulista que seja olassico di me^ ms, aseim com o aproveitamento da evolu<;iüo da lingua; bU9ca-iE em v9o por ahi um dramatisador que, na tempestade dos linccj tm^icoa, conserve o mesmo senso da proporção e da medida, dí modo a criar e msnldr na obra de imaginação a evidencia do^fa^ toBreaee;a phisolophia pura. reconstructora, quasl evan^ieliei, que entretece e enserra o aesumpto, não a descobrimos em outro contem por [iiieo. Senhor de predicados singulares, Cláudio de3oui>, estamos cerros, ha de os desdobrar através de horizonte mui a am- plo. No theatro, embora as predilecçòes do pubNco, falctmdlie ar- tistas, faltam-lhe empresários, onde mais não falta,. Nesse geníro novo de eclLvidade literária, elle nSo preeisa senão do aeu litanta, e isto lhe sobra.

Saudemos a apparição de um grande Ijfitim* romaaiiijEi aaolonal".

REVISTA FEMININA

AINDA AS /nODAS ECONOAMCAS Arte de fazer vestidos novos para meninos, iitili^iaiido or^ vellios

Já de ha (cmpos remos rratado d»te n- Bumplo, €, pelo ijilertise que v«m despertan- do rnlre as innumeres leilora^^ não tò do ia- lerioi comQ da capital, não noi CBnçaremo» tâo cedo de accvpBT a lua allenção com clle. A« revifliaa de moda que nos chígain da Europa, não trazem nada a te$pcito de economia na conFfcção doa veilidos. Ao con- irano, quem abre um descei lindos magâzínei de Pariz ou N^lva-Yoilc e p«»ta 09 oihoa pC" loa novo» modelos, i obrigado a pôr de par- re qualquer id^a de economia. Dir-je-ía que a moda foi inventada etdutivamente para uio da geme peiduIariB, e que as pe»oaB que põem cuidado nos seus gastos, que despT*- zatn o auperllüo paia tó aUendrr ao uli), cão tém o direilo de st ioreiesfar pela moda, e que, em queílj<f& de loupas. ló podem cui- dar de vealjf-te com dis^Tcçào e nunca com rigoro&a elegância, E um eiio. Uma senhora econômica pode trajar-se com uma lão alia elegância como oulia para a qual o dinheiro fió letve para alimentar o capiicho. A "Re- vista Feminina» nào é e nunca pretendeu ítr uma revista de moda, senão um maRa^ine de cultura geial. Em questões de moda. capri- chamos em por n nessas leilojas ao correnfe das ultimas crea^ões, ao mesmo tempo que lhe« ensinamos OB meios de fa^ier elegância sem giandcs difpendios. E' este o noseo pro'

graroma. e, em que pese á opinião de uma ' ou outra aenhura em quem a pieoccupaçào da elegância oblitciou todo o n-nto de economia, estamoA certos de que a maior parte das nos- sas leitoras applaudem a ncsia altitude.

Os tecidos e todos os elementos de loL- Ictte continuam caros. A principio suppunha- se que, terminada a guejra, as transacções com- merciaea se regularizariam em seguida, voltan- do as mercadorias aos seus preços anteriores. Mas o bloqueio ingCez ainda se mantém como no lempo da guerra, a maior parte das fabri- cas de tecidos ainda nao enliaiam em íunc-

Vm ytsiiíJo velho, moãa át Í9Í3

gateando o preço, duat roupinhas para •*' seus dois nieninos, reHectirá logo em teguida' sobre o meio de vestir, sem recorrei á boU» do marido, as tuas duas menínu. Abre, pois. o seu guarda-roupa, e. a um canto, vê um

vestido que usou em 1913, inteiramente pas- aado da moda. A saia é exaggeradamente es- treira e muílo mais [onga que aa dos rnode-^ tes aclaaes- E^ lao eslreita, que mal lem L30 Je roda. Como poderá a senhora aproveítat-a para a moda actual, tão diílerente ? De reato, é de sarja azul marinho, ornada com um pe- quiné azul. Nada se pode fazc» com elle, se- não dal-o á cosinheira.

Mas, não. O vestido é períeitantente aproveitável. Vae utilisal-o para confeccionar o vesiido das menina?.

E immediatamente, se a mama é uma senhora solicita e não adia para maia tarde o que pode fazer hoje, põe mãos ã obra. Prí' meiro é preciso descosel a saia e o corpo, puxar a linha» íimpal-o do pó e do colão com uma escova e para passar a fazenda a Ferro pelo lado do aves&o, No legar dai do- bras convém humedecet para ficar mais as- sentado.

A maia crescida das meninas tem fleÍ$ annos. Pa^a essa é que se fará o primiiro vestido. A gaia (em LIO de altura, compre- hendida a dobra da bainha. Corta^a-á em dais, de 30 centimetro^ a partir de baixo. Obiem assim a altura da eaia para o vestido da maior (Fig, 1),

Com a parle de cima, — 60 cenlime^ tros — confeccionará o vestido inteiro para & menina menor, de Ires a quatro anno£. (Fig. 11).

Sem ambaigo, é preciso advertir que a saia destinada á execução do vestido da ülhi- nha de seis annoa não lem mais que 1.50 dt roda e isso não é baslante. AjuDtam-se-lhe en- tão duas tiras de 15 centimetros de largura. E^sas duas tiras podem ser oblidas da Fazen- da da manga esquerda, O casaquinho, ou que- melhor nome tenha, e as mangas aurtas sahi- rão Facimente do corpete e uma parte da manga, &e For necessário,

A outra parte desta segiinia manga set

cjonamento, e, poiisfo,

Bs mercadorias e prin-' cipalmenle a& da indu- mentária ainda não bai- xaram de preço. Nessas condições, a economia se impõe, e é Forçoso tirar parlido da habili- dade e do engenho. Os recursos de vida. ho- je, são, em muilaâ la- miliaa, eacasaoa.

A mama, que tem três ou quatro Filhos, deve possuir, também, além das qualidades qve caraderisam unta boa dona de casa, recursos de imaginação. Uma imaginação, bem disci- piinada e orientada, po- de operar maravilhas. A imaginação nào é apenas a «Fole du lo- gis>, mas lambem a providencia da gente re- mediada.

A joven mama. que aeabou de comprai, re-

vira, como se adivinha,

para as manpuinhaa da vestido da menina me- nor. (Fig. 11).

Obtidos, assim, os materiaes paia os dois vestidos, coria-se a Fa- zenda, nlinbnva-ae e co- ae-se. Quanto â guaroi' ção, temoUa toda na seda pequíníe do cinto, do collo e dos punhos, uma vez limpa e pas- sada a Ferro. O cinto, por si só, proporciona material sulhciente para a gola e cinto da me- nina maior. (Fig. [).

Da gola B de qual- quer outro enFeite saem a gola, os punhosinhos, o debrum dos bolainhos e 09 da abertura dean- Ictra do veaiido da me- nina menor. (Fig. II). E com eaaes recursos somente Ficam promp- toB' os dois vestidoB, Fig. II

REVISTA FEMININA

O inuerno e as roupas de baixo o nosso inverno paulista é, em certas noiíes, de

um rigor insidioso. E não se diga que basta um vesti- -do de tecido fecliado e uma pelie ou manteaii para abri- gar convenientemente o corpo. SSo n;cesaarias outras precauções- E' preciso que as roupas de baixo, que são as que se ajustam mais intimamente ao corpo, o aga- salheni de fórnia que o isolem da humidade exteiior.

Na Europa, o inverno, mesmo os Invernos mais rigorosos são, ás vezes, mais supportaveis que os nos- sos porque sáo seccos, e não têm, como os nossos, ■esses ventos cortantes carregados de humidade. D'ahi .a razão por que nos devemos abrigar cuidadosamente para evitar os resfriados, as constipacões e outras en- fermidades decorrentes dessas súbitas alterações de tem- peratura.

O confoito das roupas de baixo é uma coisa, pois, que se impõe e que não podamos dispensar sem sacrifício da saúde. Que valem as roupas de lã, os pe- sados manteaux, os ■espessos renards e as íjoás de penna, se a iiumidade fria, que se insinua por baixo das saias e pela abertura <!o decote, encontra o corpo desabrigado? E' preciso, portanto, sob o ponto de vista da saúde, ter mais em conta as roupas de baixo que a própria indumentária exterior. ■Uma e outra se com- pletam. A's nossas lei- toras cumpre, sem perda de tempo, tra- tar disso, e o conse- Itio que temos a dar -é aconselhar lhes a fa- xcT uma visita á casa JVIappin, que é a que, no gênero, dispõe de mais elegantes varie- dídes. No centro des- ta pagina offerecemos à apreciação das lei- toras três modelos, cada quaJ mais gra- cioso e mais lindo, tendo ainda a vanla- .-gem de alliar a graça ao máximo coufortij possível. Esses mode- los, escolhidos dentre muitos que examiná- mos nos amplos e ri- cos monslruarios da casa Mappin, são os <\ue nos pareceram malsinteressan tes. São os mais modernos e executados com tecidos apropria- dos á estação. Sobre dar ao corpo da mulher uma ele- gância incomparavel, ofierece-lhe um agradável con- forto contra a humidade e o frio. Nas actuaes exposi- ições da casa Mappin encontram-se, para satisfazer to- dos os gastos e caprichos, os mais belios exemplares desses artigos. Ha-os de lá. de seda e algodão. Ha ■outros artigos também de Grande Moda, como pelles, manteaux, vestidos, chapéos, paletots de malha e de- mais elementos de vestuário para a estação. Todos os modelos dessa casa, que, como já dissemos por mais de uma vez, se constituiu em S. Paulo como uma ver- dadeira vulgarisadora da moda e do bom gosto, são de tima perfeita elegância e de ultima creação. A maior

hm outro logar àeslt nuneio oSm Jeícríptas esics Iret tinJos mojclts casa Mappin e para tlUt chamamos a attenção das Itltatai.

parte dos seus artigos de confecção, sendo importados directamente da Europa, trazem, como çarantia de au- Ihenticidade, as etiquetas dos afamados magazms in- glezes e francezes. Essa casa, como é notório, realisa constantemente na Europa grandes compras em condi- ções vantajosas, devida ao avultado stock de artigos que imporia. Por essa razão, pode concorrer vaniajosa- mente com as suas congêneres da praça, não apenas em questão de qualidade de tecido e elegância dos seus modelos, mas também, o que não é para desprezar, em queslão de preço. Os preços da casa Mappin. relativa- mente á durabilidade e excellencia dos seus artigos, são sempre commodos. De resto, as nossas patrícias de bom gosto têm uma notável preferencia por essa casa.

E essa preferencia accentua-se dia a dia- Os seus diredores tèm a habilidade de orientar o gosto dos seus clientes, expondo á apreciação de todos os que vi- sitam aquelles magníficos mostruarios e aquellas vastas

e ricas dependências, os modelos da mais flagrante oppoituni- dade. Cada «m dos seus modelos se cara- cterisa por um quê in- confundível, pLT uma graça notável e por uma linha rigorosa- mente smart. hso com relação aos seus arti- gos de confecção, quer os importados da Eu- ropa e Ameiiira do Norte, quEr os confec- cionados nos seus vas- tos atelieis. Os arti- gos communs, os eíe- mentos de toilette, são sempre modernissimos e de superior qualida- de. Ha alli de tudo e do melhor. Mas para a aclual estação, prin cipalmente, os aiiigos que'observámos e exa- minámos na Casa Map- pin apresentam-se em tão abundante varie- dade, qi:e a clieniela, deante delles, sente a difficuldade da esco- lha, porque todos el- les reclamam uma es- pecial aiteiiçáo.

Oi modelos que a- presentamos no cen- tro desta pagina são, como se vé, verdadei- ramente interessantes. Mas ha ainda outros modelos, outros ele-

mentos para roupas de baixo, todos próprios da esta çâo actual, que as nossas leitoras devem examinar quan- do vierem á cidade fazer as suas compras. Uma visita â Cisa Mippin é um dever que se impõe a todas as pessoas de gosto apurado, senhoras ou cavalheiros. Pa- ra cavalheiros ha também secções especiaes,onde se en- contram, de cada variedade, riquíssimos stoclcs.

A propósito de roupas de baixo, para inverno, têm- se creado ultimamente muitos modelos, que têm uma graça e um conforto que os modelos antigos não li- nham.

A indumentária interior é também passível de mo- da, e os exemplares que se encontram na Casa Map- pin são os mais graciosos que temos visto.

^oiuaas ruraes de Norte America. Ejilretanto, taUt n6&> ou raeíhor,

cDlre algua« Eitados da federação, amcA- çidot pela invasão da febre amaiclla — que é qUE vemos ?

ApcUfla Ufo : A acoão do Goverao federal burlada pela ^u^cepiibílidade da poiJUcalha que nos JnfeiJcila e de- grada, creando toda a BQTIC de obita- ruloi á« medidas piQphylaclicas adopta- das pela Direclnría Geral de Saúde Publica no aenüdo de rerem exlirpa- doi, em alguns por loa do Noile, a f*-- bre amarella e o lypho icleroíde.

E' incrível ]

A verdade é. poíém. que, pelas ín- loimaçõe* recebidas de cerlos Estados do Norte, ae deprehrnde que os go- vernoi esladoaes. Longe de darem mào forle á benéfica campanha de aanea- mento, piocuiam de^moraÜzar a acção

' daa Butoiídades da UmãOr Enlietanio. se ba campanba que, pe-

la lua natureza, devera merecer a to- lidaiiedade de todos os brasileiros, é jüSlamente esta» poi^ o contrario seria

^COIIKarmo-DOS em potição dígradanle Cozinha

miaanieA éa Constituição, sào obrigados a acceitar a inieivençlo fedeiaL Nao se trata de uma calamidade reslricta a área deste ou daquelle Eílado e cujas Con- seqüências poísam alièciar apenas índiiectameíile o bem estar geral da N(ção.

Estamos em face de uma moléstia que. durante m«ÍB de meio século, foi o maior flagello da capital da Republica e que represenlou, talvez, o maior obs- táculo ao desenvolvimento da nossa civilitação e á ex- pansão da notsa riqueza material.

Efsa teirivei endemia foi o nosso torntento e o noíso opprobio perante o estrangeiro i devido a ella. o noMO progresio eta lento e, nos outros paizes. «d- <luiiimos a sinistra reputação de terra da moite^

Graças á sagacidade elarividente de um dos maio- res estadislas que este paiz possuiu e graças á energi» de outro brasileiro illustre, ambas lilliDi desta terra,, conseguimos nos liberlar da febre amarella, A exlin- cção do flflgello foi o ponto de partida do progresso do Rio de Janeiro, que, por seu turno, foi a base do grfinde dcaen^olvimenio do Brasil inteiro nesíe» últi- mos treze annos. Mas, todos oa resultados da elimi- nação do typho americano estão lifEados á coniciva- çâo da obra reatitada por Oawaldo Ciuí. na presi- di ncia do benemérito con&elhejro Rodrigufs Alvcs.

Se a febre ABiflrella reappare^er, pois, se a» re- giões do Brasil meridional, onde etia outr"orn, asso-

^iblioihfca

^perante os olhos do extrangeiro, daquelles que buscam os centros de civilisação para o desenvolvimento das sua» acn- vidades e nào um paiz em que, pela hostilidade syitematica- -se procura entravar as medidas de Kygienc tendentes a asse- gurar a saúde publica dos seus babuanles. Ainda ha dias, nu. ma das folhas de ma^or circulação da Capital Federal, folha que, pelas suas Iradiçõ^^t, tem sFguido, cohereniemenEe, as quFstões de aidem coaslilucional, liamos a dolorosa nolicia de que, elTeclivãmente, certos governadores faziam guerra rur- da, opposição mesquinha e systematica aoi representantes da lepailição federal incumbida de ^elar peld salubiidade publica,

E accresoenLava : «[n^iatimos invariavelmente na necessi- dade de manter o governo federal relações muito amistosas com as Buctoridades esEadoaes, e estarmos sempre promptos a jecundar qualquer movimento de defesa do& Estados, quan- do uma altitude menos ponderada do poder central tende a invadir a esphera de acção administtaliva. que a Constitui- ção lhe iraçou. Mas é. exactamente, o nosso respeito peta observação rigorosa dos princípios do regimen federativo que nos leva a dirigir um appello aüm de cessar, quanio antes. ai manobras injustiiicavci* que ta?s processos comportam.-

A questão da febre amarella constitue um problema na- donal, que o Governo da União é obrigado a resolver e ^díauta do qual os Estados, em obediência aos dispositivos tet'

Cocheira

REVISTA FEMININA

U^t popuLçae.. yolt..<m = ." vi.il.d.í p^lo m.l. to.re.eino! o lo.nem flT«liv»!. .««, » medida «n«rn«nt« .. ,.n«m«i.lo, í. iiHO do ver renovída. « bmentsvei» condiçòís !íniiB.la>, que cons- falubiidsdí. numa p.lív,» emSm-s h/gieDe quer d» lon. do mie-

liluirsm. dunnlB lanlo tempo, um irremoviveUbiUculo ao nosso p.a- grcuo túcial e ecDJiomECO. £&' _ ie prrigo é Unto maior, quenco « [:aputaçao detLa rapiia) t Aoi ouiros ponlDs do »ul da Repu- blica, que coiluniBvam ioírrr <■■ pBroxyflmoi da mo^eslin. que le lornera endêmica, eitão ago- ra deitiluidaa da immunidade TcUlÉVa com que a lon^a irsi- deucia noi íócos ai habiliTara • oferecer maioT refialencia ao agente morbigeuíco.

E a iirupçáo de epidemia» deVAEledoras de febre amaiel- la Qo lul do paiz acairelaiia efeitos econômicos ruino^oR e retardaria de um incDlculavei lapto de tempo a marcha pro- greuiva do Brasil, Não preciia- taoi accTtscental ouliai consi- deraçocft para tornar bem cia- ra a naiurefa gravíssima do pe- rigo nacional, que o Ooveino da União eslá procurando aías- lar, com a sua campanKa la^ nilBiia, noi ErRtadot do norlc. Maa, se o paiz inteiro é inte- ressado na eiiminaçao deünili^ va da febre arracelja do terri- tório nacional, os Eitadcs l£m ainda um interesse perlicular, ilirecto e imoiediato no exilo da «cçâo bemfaieja dai aucloridadfi lanllanas frdcraes.

E depois de profligar vehemtnlemente o espiiifo de lolina dos que se consrrvam insensiveii aos interesses nacionaes, á boa mauha doi serviços de prophylaiia no Braiil, o conhecido orgem republi- cano pondtia que, fados desta ordem, que seiinm límeniaveíi cm qualquer Estado, sào inqualíAcaveis, quando occorrrm era uma dds unidades da Federação, que maioret reiponsabilidsdes lÈm pelas tuas tradiçâet de cultura e pela sua posição política na líepublica.

Pjucoa lerão, pois, os louvores aos homens públicos de São Paulo, entre os quacs destacamos o dr. Oicat Rodrigues Alves, pelo interesse, pelo lÈlo, pela lolicilude com que alttndem aos serviços que dizem respeito ao progresso do nosso Eslado, comprehendcndo, e« boa hora, a gravidade de uma situação que se podná tornar uma verdadeira calamidade nacional se não se li;er nos demais Eí- Ifldoi da Federação o que sempre fej S. Paulo, islo é, sem ue se

lior, quer da do lilloral.

Ellllfa

Labmolerlo Cerni para aulat prallcat

Em boa bois, pois, graças to apoio que lhe loÍ promptamenie- dispensado pelo illuilte titular ds Pasta do Interior. «Jisbeleceu-fe a . misião Roíkfffeller entie nós e jâ agora vemol-n. lob a corapetenie direcção do conhecido hygienisla professor D'DiThnK realiiando o programma admirável segundo o qual o Instituto de Hyjifne, anne- lo á noísa Faculdade de Medicina e Ciruigia, procura reiolv.r, plenamente, o problema da nossa prophylaiia, por meio das pesqui- sas scientiiici 1 levadas a effeito, quer nos laboiatorioi do Estado, quer nas zonas em que o impaludismo impera.

EIS a maneira pela qual, conforme noi leve oecasiâo de de- clarar o diitinclo director da missão Rocitefieller entie nós. será exe- cutado o programma que se piopoi resolver ; '

■Segundo as idéas modernas, as diversas disciplinai que com- rõem o curto medico, devem merecer a mais cuidadosa allenção. daqgellei que as ensinam, o que lí i possivel quando o pessoal do- cenle é lufficientfmente lemunerado, para poder viver independente

da clinica e dedicar'se, exciusivimf n- te. ao ensino da msleria em questão.

O Inslilufo de Hygirni, anneio í. Faculdsdr, lende a demonstrar a viabi- lidade entre tios e as vantagens advi- ndas de tal modo de encarar o assum- pto. Dest"arte, o lente calhedratico e o substituto, dedicarão todo o seu tem- po aos trabalhos scienhRcos e didatti-- cos, formando, assim, u professorado que dispõe de todo o seu tempo (fuIU lime) e que, devido á sabia com^re- hensão do Governa de S. Paulo, foi possível ínlroduiir-se, pela primeira vez, _ entre nós.

O Prolesior da Cadeira de Hygie- ne, durante muitos annos, se dedicou a pesquizas scientitieai, referentes a so- lução de problemas vários de medici- na preventiva, tanto em .paiíes IfOpí- caes, como sub-Iropícacs, o que lhe valeu justamente a escolha para o car- go que ora occupa.

Elle trará para o ensino da nite- lia a tontríbuição da sua vasta e va- riada experiência, Não se duvide da enorme ímportaacia vital da hygiena.

Embora sciencia nova» dasenvolve- se Bctivamenie, graças ao trabalha doi.

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Sarampo tlaíipíi

QuaJro da mortaliãaãt total o£i I anno

«ipccIa^ittAi de Ioda o mundo « os icus piiactpioA te vão tornaado '<le geral applLcabilídade.

EnIretanEo. paia cada região, dada» as condições peculiares do meio» aa toluçõcs variam. Asãim, no Brasil, com a sua vida espo- CÍBL, industrias locacs, clc-, oa problemas deverão ler lesotvídos se- gundo o esTudo do meio, clima, lempefamenEo do povo. suas ne- ceiflidad», ele. eic.

No emino da maferla, os a^sumplos serão venliUdos de vários modos, moslrando-se á classe a essencial, nao desculaodo das solu- çôci que íorem dadas em locarei ãa condições diJferent» ou scme- Itianfes.

Desla maneira, o ensino leiá por objeclivo o cuilivo inlellc- cltial, Merecciào cuidadosa aUcação os problemas saEÍsfacLoriamente reiolvidüB por cspecialisías brasileiros. Procedendo-ie assim, no ensino, ficará o alumno conhecendo ludo o que de melhor se (ei ou se disse com relação á Hygiene.

O* Pioíesiores dísejam esluJar—o que jt começaram a fazer — imporianic* ponlos relalivos á saúde publica no Brasil c, a seu tempo, os estudantes muito Jucrarão com esses estudos, que lhes seião apresentados em seu

' mínimos detalhes ínleresianles^

Taes estudos serão feitos iVi /oco, segundo um critério indivi' duaL não se LraEando de appU- car o que já Bzeram outros povos, mas sim tcabalhai com a própria prata da casa.

Esses Erabalhos trazem, ain- - da^ a vantagem de manter, tan- ' to os prolcssoies, como os es- tudantes, em intimo contacio com a mateiia, acafietando o interesse da classe que. pouco a pouco, tomará conhecimento dos problemas sanitários do Bra- sil, especial.nente de São Paulo,

' não se Limitando ao que se pó- de ler em qualquer compen* dia de Hygiene, onde recebem conhecimento de segunda mão, dando, por vez», importância ustamente aqui 11» que não me- lece. Os alumnos aprenderão

-a maneira de combater os ma-

les e de vencer os ob:taculoA encontrados em sua própria terra e en- Ire o Bcu próprio povo. O ensino de assumptas como a malária, an- kyloitomase. etc. será illu^trado com os resultado» de investigaçõ» eilas em povoaçòfs e fazendas brasileiras, para que os esEudantci se

compenetrem da real importância local dessas moléstias e quaes as medi- das requeridas, ou melhor, necessárias para corabalel-as Da mesma fôr- ma serào ainda encarados outros problemas. Em resumo, o programma propo&To pela missão Rockeffeller em S?-a Paulo, e secundado pelo esfor- ço, peía tenacidade, pela competência do dr, Oscar Rodrigues Al»e», é o seguinte. Malária. AnckysIotomiaÊe. Dysenlerias, amebica e bacillar. Importância do portador de germens na disseminação de moléstia», como diphteria, febre (yphoide, Tuberculose. Adulteração de gêneros alimentt- cios. Água, sob o ponto de vista bacteriológico, chimico e de sua purifica* ção. Ejtgottos, seu tratamento pelos methodos biológicos. Moscas, foco de moscas, o seu papel na disseminação de moléstias. Leite, cuidados em relação ao mesmo e o seu padrão, Deâiofectaates e deiinfecçòes. Hygie- ne rural. Cdmpanha contra a syphiiis. Habitação, Hospitalização. Febra amarelia. Importância da educação na disseminação do conhecimento da hygiene. A^iministração sanitária.

— o— Resta-nos agora congratularmo-noa com o illusire dr. Ossar Ro-

drigues Alves — um dos mais activos e enérgicos auxiliarei do be- nemérito governo do dr. Altino Arantcs — pelas medidis acerta- das que tem posto em pratica em bcnehcio da hygiene do noss9 prospero e querido Estado natal que é. indubitavelmente, o maji progressista das unidades federativas da União.

Mtisea e sala de aulas

IÍ;;VISTA FEMINNIA

:iffi--- --^.«.Al..^

^■^Mr' ■A.

Em nosio paÍ2 nâo fâlram. por c?r(o»icnhoiaB culia», dolad» d? ima- ginBçãae íD^cDha, <jue poderiam cbicr DBS lelrssoi scua pequenos Uium- pho4 Mas fão I&o poucas as que escrevem, as qu^ se dedicam ii Ic- tiA». que A3 propi^Aí cevisTas publicadas para as ícnhoras aão exc«plo a nofsa, cxclufiivamenle collaboiadai por Komeni. Sao oa hcmcna que le incumbem de escrever «s chronicBi, cs arligos de combale em de- (ezA da mulEier, ci nolicias da moda e da vida el?ganl«. as novel- as e ludo mais. Oia. eí^es aasumplos deveriam, de pTcfciencia, «er ralados p«laa mulheres. Na evolução poi que passa aclualmente o

mundo, que se está modiücando pelas suai baies, o papel que a mu- her vae represenlar nio será o mcímo que hoje em dia representa.

A mulher, que coníeguiu, e com uma noloria vanlHgem, subsliluir o homem, duraulc a guerra, em taftías que, pelo tiforço physico que exigiam, pela lesíjlencia e coiagím que punham k prova, eram tó- mente privaliva» do sexo forlc, porque nio pôde lambem exeicer as lereías da intelEigencia, cultivar as leirat ccmo profiuíontl? A mu- her não è menos imeiligente que o homem, e. alím disío, posiúe, num erao mais elevado que o delle, a peicepção aguçada, a pieseo-

I ça de espirito e uma Anissima «ihcBla. Estft» qualidades j& nío tüo poucas. Que ella juule a isso um pouco de engenho, imaginação e- goslo, c pouco lhe faltará para cfloconer com- o homem Da pfoducção literária. Esie pouco é a cultura que, de retlo, » oblem com o

«itudo. As pouqui»imas das nosras patiicias que le dedicam ái leiias.

só íazem literatura de imaginação, onde tò ha conceitos fora da rea- lidade, onde não ha uma obiervaçfio verdadeira, onde, emfim, fó h^ lotiho, aiíoubo, deliiro. Nada disio é aproveitável e não patia de- um mero pretexto de exhibiçào, São astim as nossa» esciiptoras. Es-* ta claro que não incluioias neste numero dois ou Ires nomes de ex- cepção que fazem hcDca j& letras nacionaes. c enCre os quaes sobre- aae, com fuEgor prodigioso, o de d. Julia Lopes de Almeida.

OccoTreram-uos estas obiervaçòes a propósito de uma nofsa jo- ven patrícia, que lenta iniciar-ae na$ letras occuttando-Le sob o pseu- dooymo que encima csfa pagina. E' ella d. Zitinha BenEien RodK- gue». de Goyaz- Ahi Bca revelado o teu nome. Traia-se de uma principiante, que começa a balbucrar oa leua primeiros devaneios. NAO se procure na sua composição tcnâo as promesias que arden^ nella. E uma composição ingênua onde se encontrará, sem duvida,^ algum encanto.

Haverá, porvealuia, t£r algum que, na quadra azul da ado- leicrncia, ao violaceo pallor de um exilio indeiejado. não linla. n& mais ignorado do peito, uns accoidcs ir.y-teriosos e deÜiatites. uma poesia vaga e latente, uns estremecimentos desconhecidos gerado» pelo elfeivecer fiemenie de ideaes aahelos ?

Haverá quem. ao detcambsr (risionho de uma tarde de outu- bro, escutando na penumbra suave, de claiõeiamorteddos.o cantochão^ pungente das cigarias saudosas, peneiraodo-te da &ugg'St&o roman- líca de um recanto ifolado, nào busque a sombra de alguma aivoic- preferida para ahi Bonhar acordado na beatitude evangélica de almik enamorada ?

Haverá, acaso, quem. do Aageius» aos dobres maguadisiimos. n£o experimínie, na ambuTa do peito, uma pressão branda, terna, um doce desefo de reviver na mente confusa a vida já vivida, o», sonhos já sonhados, o ideal já afagado?

Haverá quem, voltando os olhos hunido £E ruínas de antigo, jardim imrnerso em tonalidades alternadas at fombra e tu£ pela irra- diação violenTa do sol. não deiperie naima a poesia bella e ru&tica, rústica e doloio^a da aldeia onde nasceu?

Não. não ] Nem mesmo o» acepticos e entendiados que se ar- raitam a_^esma atra vez da vida.

' ií' ■ Ai I quem me proporcionará ainda o perfume delicioso das

baunilhas do campo e o doirado immaculado da> bromelias di^ mi- nha terra I

Quem me dera dormir outra vez os somnos dcspreoccupados da puericia no macio leilo dos capins enfloreicidos, embalada pelas cantigas soluçantes dos laquaraes queixofos, «gi'adD£ pelo vento I

Quem me mostrara mais os meus visinhos queridos, um casal de velhinhos alquebrados mas litonhos, sentados na soleira da por- ia, de olhos serenií»imos, olhos que ora accompanhavam a nuvcn- £Íla opalescenie na fuga paia o Al^m, ora perseguiam as borboletas travesías peregrinando em campo de roxas violetas, lindaa como oa. sonhares do poeta, cândidas como o aorriso de Mana , . .

Minha terra, mrnha terra I De ti que é que me reitaí Uma Saudade apenas I Apenas uma Dcailíuiãoj!...

Goyai, 1919. Lygia Luíeclm

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O Governo do Dr. Altino Arantes e a Mensa-

gem apresentada ao Congresso Legislativo. A "Revista Feminina» inserindo, hoje, em suas co-

lumnas, alguns conimentaríos sobre a mensagem apre- fenlada ao Congresso Legislativo pelo illustrc Presiden- te de S. Paulo, nada mais faz do que render, em publi- co, merecido preito de homenagem áqueile que, pelo seu eslorço tenaz e patriótico, pela clarivideneia da sua tobusta mentalidade, conseguiu impõr-se como um dos mais legítimos representantes da democracia republica- na biasileíra.

Todo aquelle que, sem paixões, libettar-se, de vez, dos boteslda inveja mesquintia que tudo en- venena, reconhecerá, pa- ra logo, que a sua ad- ministração liberal rffie- de, como um espelho, o fecundo progresso domais ;!deanlado departamento da nossa federação.

Effectivamente. Se nos fosse dado ago-

n, em ligeiro escorço, descrever o bstado de S. Paulo por occasiilo da mudança do novo regi- men. verificaríamos, sem esforço que, já nesse tem- po,' elle symbolizava o progresso, pela torça de Iniciativa de seus Eiltios, demonstrando a pujança do sangue latino sob a benéfica influencia da zo- na temperada meridional.

Um observador impar- cial poderia tirar dos ex- emplos de actividade e energia do Brasil e.prtn- cipalmenie, de S. Paulo, argumentos que, em gran- de parte, comprovam a falsidade das aflirmaçCes theoricas relativas á sup- posta decadência da nos- sa raça.

Anies de 89, as ren- das da então província de S. Paulo não superavam as forças produciívas de quaesquer das pequenas cidades do velho contmtnle- A corrente ímmígratoria, importando os elementos de que carecíamos para a co- lonização e cultura das nossas amplas regiões terrlto- riaes, ainda, em parle, esquecidas e deseitas ; as têdes de estrada de terio que, no organismo do Esiado, re- presentam o papel das artérias no corpo humano; a polycullura, o único meio de serem aproveitadas todas as forças maravilhosas do solo; as industrias, transfor- mando, no seio palpitante e rumoroso das officinas, a matéria bruta em objectos artísticos e de utilidade pra- líca ; o commercio, arrastando a cfterta ao alcance da procura, approximando os homens, acoroçoando o des- envolvimento das relações ínternacionaes, a troca de idéas, e, poitanio, o augmento da cívilisação, etc—tudo iíso, que constitue a força de vida de um certo e de- terminado povo, existia em estado embtyonario, era, apenas, accentuada promessa do resurgimento moral, econômico e social dos nossos tempos.

O Dr. Altino Arantes Pitslàcnie áa Eilado de S. "Paulo

Ha 30 annos atraz, S. Paulo, cujo progresso inci- piente acabámos de esboçar nas linhas anteriores, já co- meçava a despertar certo interesse, em todos quantos se consagravam ao estudo da sciencia econômica, nos seus múltiplos aspectos. Assim é que, já nessa época, coitt as suas rendas consideravelmente augmentadas, S. Pau- lo era o centro para o qual se dirigia a paiie mais con- siderável da emigração para o Brasil. As culturas de

café vicejavam per todos os recantos de suas (er- ras virgens e férteis, con- correndo, assim, para o augmento de sua riqueza de exportação; as vias de transporte abrangiani o percurso de 2 5Ü0 kilo- metros ; a população cres- cia, graças ás condições de Cl nfoito, de hygiene, que se tornavam mais ac- cessiveis ; notava-se, em- fim, por toda a parte, uma agitação febiíl e pro- missora.

Ademais, não era de exlranhar o desenvolvi- mento que se operava, uma vez que altendamos á situação geographica d J Estado, propicio, sob to- dos os aspectos, ao au- gmento da sua riguezai material e moral. Essas promessas, a mais e mais, se foram definindo e j^ agora, no momento actual,. S. Piulo consiilue o maior centro de civilisaçâo do Brasil. Attrahe a attcnçãCK dos que se dedicam ao- estudo das scienclas geo- graphlcas e hisloricas, desperta a curiosidade dos viajantes ávidos de sen- sações novas, que sem- pre existem no estudo de um paiz que se revela.

Não ha uma só per- sonalidade em destaque- que, aportando ao Rio de Janeiro, nesse intenso mo-

vimenta de propaganda tão patriolicamente iniciado pela laiga visão de estadista do saudosissinio Barão do Rio Branco, — a quem devemos as proveitosas visitas de um Root, de um Turot, de um Doumer, de um Richet, de um Perrero e de tantos outros espíritos cultos que illustram a velha Europa, — que não sinta o desejo, ou melhor, a necessidade de conhecer, de perto, o Estado cujo destino é o de romper a marcha da federação no conseguimento do ideal commum.

Consideremos, hoje, o acervo brilhante de Iniciati- vas audazes e, ao mesmo tempo, ponderadas, que carac- terizam a sabia administração aclual.

Que vemos? No capitulo referente á immigração, que é, sem duvida, um dos problemas capitães do nos- so Estado, é prejudicada, em grande parte, pela falta sensível de navios, motivada pela guerra, temos motivo de orgulho, pois, quem quer que percorra as zonas de cultura de S. Paulo verá as condições relativas de con-

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forto cm que se aciiam os que tem procurado, na fe- cundidade das nossas terras e graças ao trabalho, a in- tlependencia material a que aspira todo o homem.

Em relação á agricultura, podemos apontar, com salisfacção, aorganisaçào do ensino profissional e agrí- cola, que dispõe de centros como a Escola pratica Luiz de Queiroz, os aprendizados agrícolas, o Horto Flores- tal, o Instituto Agronômico, O Ensino Ambulante no Carroescola das linhas da Sorocabana e que o Gover- no pretende adoptar, ainda este anno, nas linhas da Pau- lista, da Mogyan ' e da Central, a prorogação, por cin- co annos, do contraclo para a propaganda do Café no Japão e em outros paizes do Extremo Oriente e em que a Companhia contractante fícou auclorisada a extender a sua acção até a China, sem augmenlo do auxilio an- nual.

Para dar desempenho ás novas obrigações contra- ttuaes, a Companhia resolveu augmenlar o capital, de

sejam 12.210.150 saccas, em 1917-1918, superando a sa- fra de 1916.1917, que foi de 29.751.580 arrobas.

Por motivo das geadas já referidas, a safra em cur- so softreu sensível reducção, pois os fructos, então pen- dentes, foram muito damnilicados- E a saíra immediaia, a esperada para 1919-1920, nâo altingirá, siquer, á me- tade do que devia produzir, em condições normaes.

Deanle dessa calamidade, que prejudicou cerca de cíncoenta por cento dos caEeeiros existentes no Estado os preços do cafí subiram a cotação a que, ha vinte annos, não atlíngiam. Para Isso concorreu também — com a terminação da guerra européa — a reabertura de mercados que, ha mais de quatro annos, estavam fecha- os ao intercâmbio coTinercial do Brasil.

Sob o incentivo de preços extraordinários, á lavou- ra algodoeira tomou admirável incremento, nosdnis úl- timos annos. Em 1917 1918, a safra foi de 3.685.182 ar- robas de algodão em caroço, contra 2.249.428 arrobas

Sua Excla. o Sm. Prciidenle da £slado em companhia do £imt. Sccrelario do Inletior dirigindo-ie ao 'Palácio do CongiíJJO.

200.000 yens para 500 OOU; o que lhe facultará a am- pliação das casas de vender café e das toriefacções, as- sim como o desenvolvimento dos mercados, na China, na Mandchutía e na Sibéria.

No anno findo, a venda do café torrado e do em xarope, por atacado e a retalho, assim como o consu- mo da bebida em chicaras, cresceram de cento por cento.

O contracto para a propaganda do café na Hespa- nha começou a vigorar, tendo-se-lhe introduzido peque- nas modificações, tendentes a facilitar a sua execução.

Relativamente á producção agrícola deslacam-se na mensagem, em traços nítidos, os conlra-tempos com que teve que luctar a lavoura paulista no anno agrí- cola de 1917 1918.

A lavoura paulista luctou com terríveis contra tem- pos, no anno agrícola oe 1917 1918.

As fortes geadas de junho, juntaram-se as devas- tações dos gafanhotos e dos coruquerêa.

A colheita do café rendeu 48.840.600 arrobas, ou

em 1916-1917. Ao preço médio de 19S000 por arroba, o seu valor total ascendeu á quantia de 70.018:458fO<IO.

A producçáo de 1917-1918 eqüivale a 16.583.334 ki- los de algodão em rama, mas, ainda assim, foi insufti- ciente para o consumo, que exigiu mais 9.000.000 de kilos, que foram importados dos Estados de Pernambu- co, Parahyba e Alagoas.

E não incluímos aqui, neste simples resumo, a pro- ducção da lavoura da canna de assucar, do arroz, do milho e do feijáo, etc.

No que diz respeito á Viação /ema e fluoial observa- mos que, se não soffreu alteração a extensão da rede em trafego, vimos, no emtanto, que o movimenio finan- ceiro das estradas de ferro existentes no teriitorio do Estado (não comprehendidas as originárias da conces- são ou incialiva das Câmaras Municipaes, nem á de Lo- rena á fabrica de pólvora sem fumaça; a de Baurii a Itapura; a Central do Brasil e a Minas e Rio, accusou, para a receita de conjuncto, 111.411:520fOS4, e, para a

'despesa, 76.603:351(563, tendo havido, pois, um saldo -de 34,808:I68Í521 I

Com relação á OrAtm Publica, assignala o illusire Wrrsidente de São Pjulo ler permanecido a mesma inal- lerada, apesar da agitação política, decorrenle do pleilo

■ticLioral. E assim se pronuncia : Nesta capital, em Santos, Campinas e em algumas

futras localidades do interior, a recente greve offerecíu aos agitadores inconleiilaveis, opportunidade para teiita-

■tivas de perturbação da ordem. As medidas opportunas e efficazes tomadas petas

-Autoridades, evitaram, porém, que fruclificasse a cam- ifianha desses elementos de dissolução social.

O problema do trabalho poude ser estudado por pa-

REVISTA FEMINIMA

Os iiidustriaes viram a efficacia da assistência que lhes prestou o poder publico, com o fim de evitar-lhes prejuizos materiaes de monta, visados pelos desordei- ros, que pretendiam passar por operários em gréwe.

As autoridades policiaes. os commandantes, os offi- ciaes e os soldados da Força Publica mostraram, como sempre, que correspondem aos nossos créditos e que sabem presiar á conimunidade os grandes serviços que, de uns e de outros, tem ella o direito de esperar.

Mereceu ainda especial allenção de S, Exa. os tra- balhos reaiisados pelas dependências do Departamento da Pasta do Inteiior, sob a inteiligente direcção do seu illustre tiiuiar, o dr. Oscar Rodrigues Alves.

Assim é que uma das folhas desta capital poz, em justo destaque, a grande somma de serviços da referi-

Foiços eilodoaei poitadas o jttnie do 'Palach Jo Congieao.

frões e operários, e solvido no momento, sem que dei- xasse depredações ou desgraças maiores, além da per- da de um trabalhador, cuja imprudência Itie acarretou a morte, de todo o ponto lamentável.

O governo, respeitando nos que trabalham a facul- dade de recusar a sua faculdade productiva, fora de rondições que reputem remuneradoras, e garantindo a liberdade de tentarem, pela propaganda regular, o con- vencimento dos seus companheiros; nào permitliu, en- tretanto, que se confundisse greve com desordem, pro- paganda legal com sedição, direito de reunião com ajun- tamento, para fins criminosos.

E,'assim, protegeu a propriedade contra as depre- dações e as pessoas contra as violências — tendo asse- gurado a liberdade de trabalho e mantido a ordem.

Os verdadeiros operários defenderam os seus interes- ses, livremente, e, até mesmo, sob o apoio moral do governo de S. Paulo, que se empenhou, junto aos de- ■pulados e senadores paulistas, pela rápida adopção de leis que consagrem os princípios de legislação social, ^doptados pela Conferência da Paz.

da Secretaria durante a epidemia da gríppe que assolou a nossa bella capital e todo o nosso interior, calamida- de essa muito menor do que poderia ter sido, se não fosse a acção decisiva dos iílustres drs. Oscar Rodri- gues Alves e Arthur Neiva, Director do Serviço Sa- nitário.

A mensagem presidencial, com sobriedade própria de um tal documento, relembra a extraordinária obra admistraliva que foi a da resistência á invasão fulmi- nante da terrível moléstia, não só nesta capital, porém, no Estado inteiro, que. se conseguiu ver debellada a pandemia com os resultados menos desagradáveis que era licito esperarem-se de uma situação tão grave, o devem ã abnegação dos funccionarios do Serviço Sani- tário e outros profissionaes pertencentes a diversas re- partições publicas que, no momento terrível, estiveram, todos, sob a direcção única do secretario do Interior,

O sr. Presidente do Estado, que íoi também de uma extrema dedicação em época tão triste, acompanhando a acção desenvolvida pelo sr. dr, Oscar Rodrigues Al- ves e pelo sr. dr. Arthur Neiva, relata aos srs. deputa-

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dos e senadores, em rápidas palavras, o que se fez em S. Paulo para vencer a epidemia gtippal, quer na pró- pria caplUI do Estado, quer pelo interior, sendo para

notar que a assis- tência goveinanien- tal,cuidadosa e pro- fícua, não faltou em nenhuma localida- de, por insígiiíR- cante que fosse, não havendo uma só donde possa ler partido um pedido de soccorro que o não tenha recebido promptamente.

De outros traba- lhos produzidos pe- la Secretaria do in- terior, falia a men- sagem a começar

Dr. Cardaí» de ^Imttía, Stcfetaih da Fazenda.

pelos que se entendem com a celebração do Centenário da Independência, como a abertura da Avenida e o concurso estabelecido para o monumento nacional a ser erigido no Ipiranga,

O problema do ensino primário, um dos mais consideráveis, quiçá o mais importante de todos, a instrucçâo publica, levou o sr, ar. Altino Arantes a suggerir ao Congresso a ado- pção de certas medidas do mais alto interesse, entre ellaa a da freqüência escolar obrigatória, por leis rigorosas, para crianças dos i aos \£ annos de idade. E, relembrando um tal alvitre, como também a assistência escolar, pondera o sr. Presidente que é preciso traitr á escola os qut nío as podem ou nao flJ ijiitrer? Jiequenlar.

Inherentes ao ensino primário, na ainda na mensagem presidencial, outras informações e reflexões. , „

Não foram esquecidas referencias a hsca- lisaçâo do ensino, como á eslatistic escolar.

E' impossível, nas simples paginas de uma Revista, acompanhar, um a um, os trabalhos executados pela secretaria do Interior e qne mereceram na mensagem presidencial, justas e elogiosas referencias, pois le- riamos que transcrever o que disse S. Excia. sobre a Directoria Oeral de Ins- trucçâo Publica.- Oymnasios, Escolas Normaes Es- colas ProEissionaes, Grupos Escolares Faciild.de de Medicina e Cirurgia, Prophylaxia Qeial, Hy8if"e, Hcs- pitaes, Escola Polytechnica, Museu Pau- lista; Bibliotheea Publica. Almoxarifado do Interior, Archivo e Eslalistiea, etc, etc, além da exposição admirável sobre o combate á anchyiostomose e que se concentra nos postos de Cosmopolis, de Santo Amaro, São Bernardo, Santos, Trememté e Iguape,

n Siluaç3o Econômica e Financeira de S3o Paulo

Ain.la ha dias, esla Revista, tratan- do da liquidação da valorisação do café, da suppressão ds sobre-laxa, teve oppor- tunidade de lembrar aos seus leilo:es a emissãii de papel moeda alé a quantia de 150 000:000^,000 que 0 illustre presi- dente de S. Paulo e o Dr. Cardoso de Almeld:) solicitaram do Governo da União

que se destinava á compra de cafés

Dl. Oscar Rodiigua ^lott, Secielario do inieiloi.

Cândida Mülla, Stcelario da

A^riculíiifa,

nas praças de Santos e do Rio de Janeiro. Tivemos então occasíão de demonstrar, de maneirai

irretorquivel que, a despeito da priia da deinagrurij. im- penitente, da oppo- s i çã o formidável aos planos do Go- verno paulista, o illustre e brilhante titular da Pasta da Fazenda promoveu, com êxito, a ven- da de todo slock de café existente então no Havre, fez remessas de recur- sos para os com- promissos da nossa divida externa; exigiu a fiel execu- ção dos contractos celebrados com o

BI. Nírculano de Fiellat,

Secretario da Justiça.

Governo; bateu se, com denodo. pela defeza dos nossos direitos em relação ao dinheiro de- positado na Allemanha fornecendo todos os flemeutos indispensáveis, todas as informações necessárias ao Ministério das Relações do Ex- terior, afim de que iiimiphasse o Embaixador do Brasil, o Dr. Epitacio Pessoa, a quem foi entregue, no txtraugeiio, a defeza do nosso, principal producto Oe exportação.

Pois bem. Para que os nossos leitores pos- sam ajuizar da opinião do illustre Ptesidenle de S Paulo acerca da sagacidade econômica do seu Secretario da Fazenda, da maneira habilissima com que conseguiu robustecer a situação do erário paulista, transcrevemos aqui os luminosas períodos com que discorreu na mensagem sobre a situação econômica e fij nanceira.

■ Cresce, cada vez mais, a nossa capacidade productíva e melhora, dia a dia, a situação eco- nômica do Estado.

Os nossos lavradores, longe de desanimar com os enormes prejuízos decorrentes das geadas do anuo passado, procuraram compensar a diminuição das colheitas de café e a baixa dos preços delle, a-

plicando a sua actividade em outros ramos de cultura, laes como: — atgodáo, canna de assucar, milho, feijão, arroz, mandioca, maniona, etc.

Foi tal o incremento dessas novas plantações, que, nas estalislicas da noS' sa exportação, os productos dellas figu- ram já com valores de grande vulto.

Os industriaes, por sua vez, deram grande impulso ás respectivas fabricas, assim como fundaram novas usinas, con- seguindo uma variedade de artefactos em tecidos de lã, de algodão e de se- da, em chapéos, calçados, cervejas, fer- ro esmaliado. crystaes, etc, que, rivali- zando com os de melhores procedências, extrangeiras, avolumam a riqueza expor- tável de S. Paulo.

A industria pastoril, embryonaria. até ha poucos annos, teve também notá- vel desenvolvimento.

Por meio da selecçáo e do cruza- menfo, temos conseguido melhorar e au- gmentar o nosso rebanho de bovinos, eqüinos, suínos e ovinos ; e, por intei' médio dos matadouros frigoríficos, ti-

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vemos a iniciativa da exportação das caines congeladas. Mas, si grandes e dignos dos mais calorosos applau-

sos têm sido o esforço e a tenacidade das classes pro- ducloras, em prol do engrandecimenlo do Eslado, náo lem sido menor o empenho dos poderes públicos em in- crementar e desenvolver as torças producloras, cuja ex- pansão tem procurado amparar, por todas as formas ao seu alcance.

Construindo estradas de ferro e de rodagem ; dan- do Eul)verções e garantia de juros a empresas de trans- portes por vias matilima, fluvial, e terrestre, povoando as zonas agrícolas, com immigrantes ; crpando bancos <le credito agrícola e de credilo popular; fundando cai- xas econômicas, com appiicsção dos respectivos depó- sitos etn proveito da lavoura; isentando de impostos de fxportsção todos os prnduclas da pequena lavoura, das induslrias e dos frigoríficos; Importando reproductores de raça; Instaliando escolas agrícolas, o Inslituto Agro- nômico, postos zootechnicos, estações de nionla, o Ins- lilulo de Veterinária, postos de sclecção e fazendas mo- delo de criação; conferindo prêmios a lavradores e cria- dores; defendendo os protiuctos da lavoura cafeeira, as administrações panlislas têm por sua vez contríbnido, efficazmente, para a notável prosperidade econômica de seu Estado.

A exportação dos nossos produclos, feita pelo por- to de Santos e pela Estrada de Ferro Central do Brasil, ünranteoannodel918.foide 622 783:H)6$e02, dosquaes, 2()2.956:64iíG00 correspondentes á renda do café e . . . 41U.72ü:4Ü5íÚÜ2 a de outros productos da lavoura e das industrias.'

Divida Publica

Ao encerrar-se o exercício de 1918, a divida exter- na fundada era de Ib. 6.267.2l>2-l 3: deduzindo-se, po- rém, desse total, a quantia de Ib. 3,347.200-12 6, prove- niente do empréstimo com garantia da Estrada Soroca- bana, e s'->-' é pago pelas rendas da mesma Estrada, ve- ririca-se que a divida externa do Thesouro é, apenas, de ib. 2.920.061-8-9.

A divida interna, representada petas apólices da 3.a a 12 a séries e pelas de Auxilio Agiicolas e a Bancos de Credito Popular, importa em 76.68l:50(ií(iOO,

O augmenlo accusado foi motivado pela emissão aue se tez para pagamenio do prolongamento da Soro- ca&ana e para liquidar a questão do rio Pilões.

Com a costumada pontualidade, foram pagos cs ju- ros e as amortizações, tanto da divida externa como da interna.

A divida fluctuante, no paiz e no extrangeiro, con- trahlda por meio de notas promissoras do Ttiesouro, era — em 3! de dezembro ultimo — de Ít2.075:522f924.

A abundância de numerário e o credito do Estado fizeram que cs juros desses títulos, que custavam 12 o.o ao anno, ficassem red::zidoa a 7 o/o. verilícando-se, as- sim, uma econcniia de mais de 4,500:OOOÍOOO por anno, na verba de juros a cargo do Thesouro.

Em junho do anno findo, foi resgatado o emprésti- mo de Ib. 800 000. conlrahido por meio de notas do Thesouio, em 1914.

Com o saldo da operação da valorização, prestes a ser recebido, e com os lucros da venda do café de pro- priedade do Estado, armazenado em Santos e no Rio, ficará o The&ouro com recursos de sobra para o resga- te integral de todas as promissórias em circulação, eli- minando-se, dessa aite, das verbas da despesa, uma considerável somma, destinada aos juros de taes titulos.

Remessas para o Estrangeiro

Para a solução dos compromissos oriundos da di- viia externa e da valorização <^o café, flzerani-se, pon- tualmente, no correr do anno de 1918, as remessas se- guintes ; — Ib. 239 079-8.11 ; francos 19.781.593,70 ; e dol- lari 3.900.000. Convertidas em moeda nacional, importa- lam taes remessas em 33,483:S02Í548.

Patrimônio do E$la<fo

Em 31 de dezembro ultimo, o patrimônio do Eíta- do, excluído o café armazenado, era de 286.897:072?? 13, dos quaes, 263.814:547*683 represenlam o valor dos pró- prios estaduaes, e 23.082:525f030 eqüivalem aos debito» contrahidos com o Thesouro do Estado,

Caldos disponiuelj

Ao encetrar-se o exercício de !9!8, linha o Thesou- ro á sua disposição, depositada nos bancos da capital e em caixa, a quantia de 30 154:557í396.

Por falta de espaço, deixamos de incluir, npsia re- senha, as parles rtferenies ao Impoiio de Expoiiaçòo e So- hitioxa, A Valolhafão tí á 'Defeza da Café, ãs Caixas (gcono- miirai e ÍSa"'-" Papulairs, 3 Rejoima 'Clikuíaiia, is Rendai 'Puhlicas e JtvxiUoi á Lavoma.

Mas, pelo exame pertunclorio que acabanios de fa- zer da parie financeira que é a de mais importância na ionga. substanciosa mensagem, apresentada ao Congres- so Legislativo pelo iliuslre Dr. Altino Arantes, — pode- rá avaliar o publico a maneira judiciosa com que sou- be o Dr. Cardoso de Almeida solucionar os problema» financeiros sob a gestão da sua pasta, collocando S. Pau- lo na síluação culminante de poder, sem entraves de espécie alguma, encarar O futuro grandioso que lhe ea- tá reservado, e, bem assim, de concorrer, como nenhunt outro Estado, para o desenvolvimento da riqueia na- cional.

Neste escorço, fugitivo e despretencioso, da 3^tn- sagim Piesidendal, cumpre-nos destacar, ainda, a maneira pela qual se acha escripta.

Na singeleza das suas phrases, na elegância sono- ra dos periodos, na límpidez transparente da sua ex- posição correntia, o Dr. Altino Arantes, que já se nota bilízou entre nós como orador parlamentar, manejando> o idioma com graça e viço novo, (sem se esquecer, tut emtanlo, na dístrit)uiçãa das parcellas do discurso, do rigoroso boleio dauko), apresentase.no», ainda, — o que- mais é — com a harmonia e a segurança de um perfei- to esciiptor.

A mensagem do Presidente de S. Paulo, com ha- ver asstgnalado aos nossos patrícios o desenvolvimento- assombroso da terra paulista, pela actívidade dos seus auxílíares de Governo e pelo honesto critério da sua administração, fez resus^ilar a esquecida affirmativa da "Cocqutvllie, segundo a qual -os paízes extensos, submet- tidos ao regimen federativo, favorecem os desenvolvi- mentos da civilis3ção>.

De facto. O auctor da obra Dt Ia DimocraUt tn Jt- miiiqut. estabelece com a sublileza de analyse que o ca- racteriza c indívidúa, o parallelo entre as nações, quan- to ás vantagens e desvantagens que sua grandeza pôde occasionar.

As nações pequenas, sempre foram o berço de li- berdade política; as nações grandes, mais expostas qus- aquellas á ambição dos indivíduos, á lucla dos partidos, Á inconveniência das grandes riquezas e das profundas misérias, á depravaçâo dos costumes, á complicação dos interesses — são o que ha de mais contrario a» bem estar e á liberdade dos homens.

Os grandes Estados, porém, — accreseenta o pro- fundo esciiptor — têm em compensação, vantagens que ninguém pode deixar de reconhecer Nelles, o amor da gloria é mais desenvolvido, o pe;isamenlo é aclivado mais intensa e rapidamente, as idéas circulam com mais liberdade, o Governo tem mais concepções geraes, é mais independente da rotina, o bem estar é uma da» condições de felicidade e mesmo de existência, emfím, a civilisação encontra outras fontes de vida mais co- piosas e abundantes.

O regimen federativo creou se para unir as vanta- gens que provêm da grandeza e da pequenez das nações.

O Brasil, submettido a idêntico regimen e o Estado de S. Paulo participando dospioveítosque delle advêm. mos!ram, no alto relevo da sua civilisação, a verdade daquella doutrina.

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A MISSÃO DO DF<. FRANKLIN PIZA

nas Republicas do Prata No desejo de colher as impressOes obtidas pelo il-

Buítre Dr. Franklin Piza, commissionado, pelo honrado lituUr da Pasta da Justlçit, para esludar nas Republicas do Praia, os

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seus syste- inas de pri- «io e regi- mens peni- lenciarios, — <i nossa Re- vista enviou um dos seus .redactorespa Ta uma ínier- ultvi com 3' <4uelle com- petente func- cíonario, re- «em-chegado da sua Hon- rosa e profi-

■üua missão, <]e Buenos- Alres eMon- «evidéu.

Na espaço- sa sala, que « o seu ga- binete de tra- balho no ve- lho edihcio da Casa de Correcçào. ã Avenida Ti- radentes, foi ■o nosso re- presentante j^entilniente recebido pelo illustre director daquelle es- labelecimento, e, ahi, teve opportunidade o Dr. Fran- klin Piza de dar-lhe as impressões de sua viagem.

Assim é que pou- <le a «Revista Fe- ininlna>ficar ao cor- rente da longa se- rie de observações curiosas de um pro- fissional que honra as tradições glorio- sas da sua Illustre família e que já tem «lado provas innu- raeras, nos servi- ços da policia de S. Paulo, do seu al- to critério e com- petência.

Disse-nos o Dr. Piza que a Peniten- ciaria de Montevi- déu passa por ser «ma das melhores da America do Sul t: acha-se situada no bairro Punta- Carreia, nas pro- ximidades do pltto- resco Pocitos, oc- cupando uma área de 40.3202, (endo de frente 160 metros por 252 de fundo.

A conslrucçao, que foi terminada em princípios de 1910 e inaugurada em maio deste mesmo anno, teve co-

0 Úi. t-iankSln 'fita no wu gabinttt de Irabalho.

mo modelo a celebre Penitenciaria de Fremei. de Paris, obedecendo ao systema de vários pavilhões parallelos.

O edificio é dividido em habitações para o director e seu auxi- liar e, atra- vessando -se um bello jar- dim, chega-se á casa da aU- ministração com dois pa- vimenlos e porão habi- tavel. A' di- reita, no pri- meiro pavi- mento, vêm- se a paliaria, a secretaria, gabinetes d« intendencia e da adminis- tração geral das officínas, contadoria e ihezouraria, salas de es- crivães, dac- (ylographos earchivos; a esquerda, a- cham-se as sallas de re- cepções, ga- binetes detra balho do pri- meiro e do

chimíco, desti- segundo chefe, pharmacia, laboratório nado a exame de fezes, urinas, etc.

No segundo pavimento, a titulo

Banquete offerecido no "Tiianon", ao dr. Piza, poi occosião da íua üolta da Republica Argentina,

provisório, habitam o intendente e a sua famiila, sendo também alli o re- feitório do pessoal de serviço do es- tabelecimento.

Pela casa da ad- ministração vae-sc ao Pavilhão carce- rário, até agora o único construído, havendo, porém, em reserva, terre- nos necessários pa- ra a construcção de mais dois pavilhões idênticos. Nesse pa- vilhão existem 384 cellulas, distribuí- das, por sua vei, em quatro pavimtD- tos, cabendo96 pa- ra cada um.

O Posto Central de Vigilância está installado no cen- tro do pavilhão eé cercado por vigo- rosas grades de fer-

ro, achando-se sempre ahi, de serviço, o seu respecti- vo chefe, tendo em mãos as chaves dos cubículos, os quadros da distribuição da illuminação e os serviçosde

REVISTA FEMININA J

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Vlila girai da PenlienclariM Je S. 'Paulo

telephone e de alarma. Cada cubículo tem a capacidade de 4 metros de

comprido por 2,35 de largura e 3.23 de altura e dispõe de uma maça, um colchão, um travesseiro, uma mega, um ban- co, uma estan te, dois lençóes, três cobertores nma caneca par água, uma vas- soura, uma es- cova para lim- peza do solo, pannos para a- ceio da cellula, um prato fundo e outro raso, uni earfo e uma co- lher de madei- ra, um pedaço de sabão e uma toalha.

Podem aindi os sentenciadas ler comsígo, pa- ra uso próprio, três livros, dois cadernos em branco, uma ar- dosia, um lápis de pedra, dois tinteiros.umaca- neta, Ires pennas, dois lápis para papel, 10 folhas de pa- pel, 5 enveloppes, duas caixas de phosphoros, um cas- tiçal, duas velas, dois pacotes de cigarros, dois maços

Ptssoaí qae lomaram paiU na bnnqaele ofjtndão ao "Dl. FrankUn "Piza.

de papel para cigarros, um pacote de agulhas, dois car- reteis de linha e um par de chinellos. Os cuhiculos, ape- nas caiados, têm, ao fundo, uma janella a dois metro»

acima do solo. eomvidraça con- stantemente fe- chada, fazendo- se a renovaçáo necessária do ar pela bandeira movediça. A unt canto, o water- closed com jac- tos de dez litros de água e, ao lado, um lavato- rio com torneira.

Cada cubículo tem o seu nu- mero fixo cor- respondente ao> do sentenciad» que o habita e a porta é cha- peada de ferro, com uma aber- tura no centro, por onde se faz a distribuição da Comida. Na par- te superior dai Porta eslã collo- cada uma peque- na bandeira me-

talljca, suspensa, que cae quando impulsionada por uma pequena mola interna, movida pelo sentenciado que, por esta fôrma, indica precisar fallar com o guarda. No mo-

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mento em que eae a bandeira, ouve- se o resoar de uma campainha. Acima <Ia porta do cubículo ha uma peque- na abertura na parede, por onde pe- netra o ar e onde está collocada a lâmpada de illuminaçào com 1(1 velas de intensidade. Os muros de ronda lêm de altura 8 metros e sobre elles acham-se instailadas 12 guaritas mo- veis, sendo 4 em cada face lateral, duas na frente e duas nos fundos.

Ao lado do pavilhão, na sua ex- tremidade, estào os salões onde fun- cdonam as officjnas e a Escola, bem claros e arejados. Em frente ao gran- de pavilhão e á sua direita, vÊm-se a cozinha, dispensa, açougue e roupa- ria; á esquerda, a lavanderia, padaria « o salão de musica ; noi fundos —os dois grandes pateos de recreio, espa- t^osos, bem tratados, com bancos em iodas as suas entremidades.

Ahi descançam os seteneiados nos domingos e dias de festa, em lurma e devidamente fiscalizados.

Caipo áa Caarda da Penllenclarla de S. Paulo. Depois de nos haver minuciosa-

inente descripto as varias dependências do imponente edifício da Penitenciaria de Montevidéo, e Dr, Franklin PizH, accedendo, amavelmente, á nossa solicitação, pas- sou 3 responder ás nossas perguntas sobre o modus-vl-

■otndi dos sentenciados nas prisões. O sentenciado condemnado definitivamente á pena

penitenciaria — disse-nos o Dr. Piza — depois de re- ceber a guia do Juiz competente, que menciona a histo- ria do seu delicio com todas as suas circumstancías e data do cumprimento da pena, dá ingresso na Peniten- ciaria onde é matriculado.

Em seguida, cumpre as prescripçôes de hygiene, -passando pelos banhos de desinfectantes, pelo barbeiro, que lhe coita o cabello ã eseovinha e lhe raspa a bar- ba e o bigode e já com o uniforme de sentenciado é apresentado, em seguida, ã Secretaria, onde, com a guia que o acompanhou, é aberto o seu promptuario, no qual, além da sua photographia e das suas impressões digi- taes, se inscrevem seu nome e qualiflcação completa, seus signaes caracterislicos, os processos e prisões que já softreu e os seus antecedentes criminaes.

Depois de sujeifar-se á formalidade acima, inicia-se & sua C0ntabHída'Je tnoral.

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A panae cnzlnha da niea PcnUtnctatIa de S. Paula

Perguntámos, então, ao nosso lllustre íntrevisfado, o que significava essa contabilidade moral, a que se havia referido.

— E' um promptuario onde se tomam notas de to- dos 05 factos que se prendem aos sentenciados no de- correr de sua vida carcerária, suas faltas discipb:iares, o gráo de seu aproveitamento na escola e de seu pro- gresso na officina e lambem os actos louváveis e meri- torios que houverem, porventura, praticado.

— A reclusão absoluta, diurna e nocturna, determi- nada pelo Código Penal Uruguayo ainda é praticada?

— Não ; já não se pratica mais, O sentenciado, logo que entra para o estabelecimento, cujo regimen é o da segregação nocturna, com trabalho commum, durante n dia, mas em silencio, é enviado a uma das ofiicinas, de conformidade com as suas aptidões e precedentes oc cupações.

— E com relação á classificação dos sentenciados ? — Também não existe mais, porque sendo relati-

vamente pequeno o numero de sentenciados, (234 nos dias de minhas visitas) e mínimo o numero de mios e incorrigiveis, foram estes excluídos da communháo, fi- cando os demais em egualdade de condições com os

mesmos benefícios e as mesmas van- tagens.

— Ha dias marcados para a veri- ficação da correspondência dos pre- sos ? '

— Sim. Tanto a que entra como a que é expedida, é convenientemente examinada e visada pelo více-dire- ctor, que reserva as quartas feiras e sabbados para esse serviço. E' inteira- menie prohibído ao sentenciado em- pregar em suas correspondências pa- lavras convencionaes, fazer allusões e emittir juízo sobre o regimen in- terno do estabelecimento. Em sum- ma: Só podem tratar de assumptos strictamente pessoaes e de família. Em caso contrario, a correspondência será apprehendida e remeltida aos poderes competentes para os fins de direito.

— O uniforme dos sentenciados é semelhante ao dos nossos?

— Mais ou menos. Compõe-se elle de blusa, calça, gorro, um par de sa- patos, e, como roupa interior, uma camisa de algodão, uma camiseta, ce- roulas e meias adequadas ã estação,

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sendo-lhes, no emtanto, vedado o uso ■de qualquer outra peça náo determinada pelo regulamento, salvo preacripçâo me- dica. As peças externas lèm todas o nu- mero do sentenciado em tinta indelével, numero esse que corresponde, como tive occasião de dizer-ltie, ao cubículo que eccupa, assim também nentiumdelles po- derá trazer comsigo .mais que 60 cen- tésimos, que corresponde a :iS500 em nossa moeda, para as suas compras na cantina, devendo todo o excedente ser depositado em caixa.

Os sentenciados levantam-se ás 6 horas da manliâ, tendo como primeira obrigação a hygiene do corpo e a lim- peza da eelliila, pondo, em seguida, em ordem suas roupas de cama e os ulen- silios do cubículo.

— Quaes os castigos impostos aos sentenciados ? Existe a pena corporal

' como na Inglaterra, na Alleinanha, na Áustria, na Rússia ou nos Estados Unidos?

— Não. A pena corporal é snppri- mida. Ha castigos mais ou menos seve- ros em conformidade com as faltas com- ^leltidas. Ex. :

A) Reprehensão ptivada pelo dire- ctor ;

B) Reprehensão publica feita pelo director em presença do pes- soal da administração ;

-C) Cellula commum, de 1 a 20 dias, com privação de leitura e com- municação, e annotação de um ponto de demérito por dia em sua folha de contabilidade moral ;

D) Cellula commum a pão e água, de 1 a 8 dias, sem leitura e communicação, e annotação de dois pontos de demérito em sua folha de contabilidade ;

E) Cellula commum, a meia ração, de 10 a 20 dias, sem leitura nem communicação, nem meios de

ínleríer de um àei pavilhões da PenHenciaría de Manícvidiu onde é dísliibulda a comida aos pretos

Inleihr do paollhào cellalar cm «irai do PenÜendarla de Sào Paat»

trabalho e annotação de três pontos por dia de demérito.

F) Cellula escura, a pãD e água, e meia rsção, alternadas, a juízo do director, de 5 a 15 dias, com annotação de cin- co dias de demérito ;

G) Cellula escura, de 1 3 3 mezes, com a clas- sificação de incorrlgivel.

Enfermando o con- demnado durante a pena, é enviado ao medico e, a juízo deste, pôde ser suspenso o castigo que recomeçará, reconhecida que seja a sua saúde,

— E quaes as recom- pensas no caso de boa conducta ?

— Existem as se- guintes :

A) Elogio do Director em p resença dos empregados;

B) Permissão para ob- ter livros;

C) Permissão para ob- ter luz no cubículo por mais tempo que o regulamentar;

D) Prolongamento dos

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horas de recreio e de descanço; E) Prolongaments do tempo para as suas visitas ; F) Auctorização para receber os parentes em salla

reservada ; G) Recommendação especial em íavor da liberdade

antecipada, de accõdo com o ait. 93 do Código Penal.

Accrescentou-nos ainda o Dr. Piza que cada sen- tenciado pôde ganhar 100 pontos por mez pela suacon- ducta, pela sua dedicação aos estudos e pelo seu amor ao trabalho, pontos esses que poderão ser annullados por outros de demérito, uns e outros de accôrdo com as informações do Intendente, dos mestres e do medi- co, o que tudo constará na sua folha de contabilidade moral.

honrosa mlsião que lhe foi em boa hora con^aaa, teve OppOrtunidade de visitar ainda o Carctl Cerredonal y Pn- eeniiva, que funccíona nos pavilhões onde outr'ara exis- tia a antiga penitenciaria e que corresponde á nossa Cadeia Publica, instituição essa destinada ao recolhi- mento dos processados e dos condemnados a prisão simples, isto é, até dois annos de prisão. Percorreu tam- bém em Montevidéu a Cmcel Je ^Xujera, inslallada em prédio inteiramente independente dos dois estabeleci- mentos já descriptos. E' dirigida por Irmãs do Bom Pastor, em numero de sete, sob a superintendência da Irmã Superiora Maria Phllomena de Jesus. Existem ahi 72 reclusas, sendo 10 condemnadas e 62 processadas; havendo apenas 40 cellulas, vivem as demais em regi- men commum, sendo empregadas nos serviços de cozi-

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-''«Sé/r-.:-! . . M^-:i^'^u^- Senltncladoi liabaJhanão nama pidiilia, tm ^fíConftvIdcu.

A inslrucção é ministrada aos sentenciadas de pre- ferencia analphabefos, sendo expulsos da escola os in- corrigiveis, os decrépitos e os doentes. A liberdade de cultos é respeitada, sendo castigado com severidade to- do aqueile que fizer pressão á consciência do senten- ciado.

Além dos livros escolares mantém a Penitenciaria uma bibliotheca circulante, com livros escolhidos, que são fornecidos aos sentenciados para que possam ler leitura sã e ulil nos domingos e dias festivos, em suas cellulas, nos pateos de recreio e na enfermaria, se as- sim o permitlir o medico.

O trabalho, como facior poderoso de todo regímen penitenciário, não é descurado no estabelecimento, Co- mo elemento moralísador desperta estimulo, evita sub- levações e rebelliões e forma-lhe ainda um meio de fazer pecúlio, permlttindo, em sua sahida, altender ás suas primeiras necessidades, tornando-se, assim, menos difficil a sua manutenção.

O dr, Frankiln Piia, no desejo de bem cumprir ás determinações do illustre dr. Hereulano de Freitas, na

nha, lavagem e engommados, limpeza e conservação do oredio, recebendo também encommendas de cosluras, bordados, rendas, etc.

Ahi é também adoptado o systema de prompluarlO' para as recolhidas, que ganham um pequenS' salário pe- lo serviço que fazem, salário este que é dividido "em duas partes, a metade constituindo pecúlio de reserva e a outra destinada ao fundo disponível.

No Carcel Je ^Sujeres nâo ha um SÓ guarda civil, uma só praça de policia, sendo lodo o serviço de ordem, diciplina e segurança, feito exclusivamente pelas irmãs. E' modelar o regimen disciplinar mantido no estabele- cimento.

— Qual a impressão que lhe deixou a Penitenciaria de Buenos Aires ?

— A Penitenciaria de Buenos Aires possue 5 gran- des pavilhões com 120 cellulas cada um e dois com 5Z' cellulas. Cada pavilhão fem seu serviço de lavatorio, la- trinas e banheiros, com solo e paredes revestidas de-.

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ladrilhos brancos e portas que permittem ampla Fiscaliza- nomes e residências dos seus parentes, dos seus antece- ^3o dos sentenciados quando no interior dessas depen' dentes judiciaes, processos e condemnações soHridas, dencias. os juizes que serviram no processo, etc.

A alimentação é farta e sadia. O Instituto de Criminologia formula, em seguida, o O bantio é obrigatório, duas vezes por semana efa- boletim medico-psychologico de cada sentenciado, anno-

cullalivo diariamente. As roupas são lavadas em ma- tando nelle seus antecedentes individuaes e hereditários.

i-ípflÈ:

Scnlrnciadoí em Intmalara no paleo

chinas especiaes a vapor, e verificando se o caso de mo- léstia contagiosa os enfermos sâo, Inconlinenli, isolados em hoípitaes apropriados para esse fim. A Penitencia- ria dispõe ainda de um hospital em commum para os seus enfermos e de um pavilhão especial para os que sofirem de moléstia contagiosa. As salas de ooerações estão bem munidas de instrunienloa cirúrgicos. Ha, ainda o laboratório chimico e bacteriológico, gabinete de odontologia, pharmacia e excellenie consultório ophtal- mologico, além dos magnificos apparelhos de eleciro- theraoia que completam o H)spital Penitenciário.

Tive, emiim, muílo boa impressão de ludo quanto observei.

—Qual o regimen observado na Penitenciaria de Bue- nos Aires?

— Adoptado o syitema de individualisação no tra- tamento dos sentenciados, quanto o permitie os recur- sos de que dispõe a direcção e a numerosa população carcerária do estabelecimento, conslilue uma primeira pre- occupaçâo conhecer tão minuciosamente, quanto possí- vel, a pessoa que vae ser submettida a seu tratamen- to. Eis a razão pela qual lodo o sentenciado deve ter o seu prompluario, no qual se annotam seu nome, so- brenome e appellido, nome e sobrenome de seus pães, sua nacionalidade, com indicação da província e da ci- dade ou villa onde nasceu, data do nascimento, estado civil, profissão, gráo de instrucção, medidas anthropo- metricas, estaiura, corpo, côr da pelle, cabello, barba, olhos, estudos sobre a bocca, lábios, orelhas, sua in- dividual dactyloscopica, etc, etc. Annotam-se mais os

da pfnilinc/arlu de ^^onltoiii ÍU.

seus caracferts anatomo-pathologicos, morphologicos, e physio-pathologicos com os resultados do seu exame mental.

Para a manutenção da disciplina no estabelecimen- to, instiluiu-se um Tribunal de Conducla, formado pelo sub-director da Penitenciaria, seu presidente, pelo dire- cior da escola e pelo alcaide, cuja missão é fazei a classificação do sentenciado, baseando-se no seu com- porlamento, na sua applicação aos estudos e no seu progresso nas officinas.

Pelo Tribunal de Conducta os sentenciados obtêm certas concessões ou soffrem certas privações.

De accordo com o üec. de 28 de Janeiro de 1905, os professores devem ser escolhidos dentre os mais competentes e moralisados da Instrucção Publica, ten- do por missão, não só ensinarem os programmas de sua cadeira, como, e principalmente, educar os sentecia- do e minislrando-lhe conhecimentos moraes e cívicos, in- cu(indo-lh,'s idéas de respeito reciproco, obediência aos seus superiores e acatamento aos seus concidadãos, dando-lhes conhecimentos geraes de hygiene, da orga- nisação da família e da sociedade.

Tive occasião ainda — disse-nos o Dr. Frankiin Piza — de visitar também o estabelecimento destinado ao recolhimento de processados e menores criminosos, no- tando, porém, que os presos ahi vivem na maior pro- miscuidade, misturados primários e reincidentes, maio- res e menores, de boa e de má conducta, — o que con»- titue um grave defeito.

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Eis, em resumo, as observaijões inteiessantes fei- tas pelo illiisire De. Franklin Piza, durante a sua via- gem de estudos ás Republicas do Praia e ciue foram apresentadas, em substancioso teiatotio. ao Titular da Pflsta da Justiça, um mez após á sua ciiegada ao Brasil.

No enlrelanto, outros ha que lendo oblido com- missões idênticas na Europa, se conservam aié, hoje, absoluiameiite quedos, e, até mesmo, piocurani desme-

recer o trabalho daquelles que, pelo seu esforço pró- prio, pela sua tenacidade e competência comprovada,, conseguem romper, com brilho, a onda da inveja im- potente e do despeito mesquinho acocorados na sotnbra.

Ao Dr. Ffanklin Piza a Revista Feminina agradecida, apresenia a homenagem do seu respeito e o culto sin- cero da sua admiração pelo triumpho alcançado.

'Oiila geial da Ptniltncia'ia dr ^onltviáiu.

flinda no Instituto Pasteur

Em nosso numero õ!), áe Abril uliimo. publicámos ampla e interessante reportageiit- acerca daquelle importante estabelecimento official, sobre a provecta direcção, sr. do dr. Eduardo.. Rodrigues Alves. Hoje, em complemento ás notas que inserimos então, reproduzimos a photo- graphia de um grupo de distinctos e abnegados auxiliares daquelle instituto.

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Pies de <a)á

Para preparal-os devf' datnenle, é necessário es- colher farinha da melhor qualidade poasivel; amas- sa-se muito mais que O p3o com- mum e leva maior quantidade de água e fermento que eite. Desta maneira obtem-se um pão leve, saboroso e de faeíl digestão e próprio para absorver rapidamente os liquldos e amollecer-se-

PSes de Vienna

Amassa-se com farinha de l.a qua- lidade com uma mistura de leite e agUB na proporção de sessenta e cin- co partes da primeira e vinle e cin- co da segunda. Addlciona-se grande quantidade de fermento e amasaa-se durante muito tempo para lornal-a branda e homogênea. Esles pães são nullo leves e de «abor muito delicado.

PSes de leite

Feiem-se pelo mesmo processo do pão de Vienna empregando-se para amassal-o leite puro.

Prepara (Io do fermento

Chama-se fermento um pedaço de massa consistente que se reserva de uma fornada para outra, e que se guarda em logar fresco para que não ■e altere. Esta preparação á qual se ajunta um pouco de farinha e água fria, serve para provocar a fermenta- ção da pasta.

Só se emprega fermento fresco e de boa qualidade.

Em primeiro logar se colloca a fa- rinha em um dos extremos do tabo- lelro e depois de tirar a crosta que eobre a levedura ou fermento deíta- se este na quarta parte da farintia que se destina i massa ■ se dllue

DE MEU PIJ^RIDO

completamente com água morna, in- corporando paulatinamente o resto da farinha ejadicionando água na medida que for preciso. Depois de bem a- mataada se pulveriga com farinha sol- ta, e se forma um bloco só para que fermente melhor. Ao Bm de cinco ho- ras no verão, e doze no inverno a fermentação está completa. Nesta oc- casião apparecem tendas na farinha que cobre a massa ella augraenta de volume e exala um aroma agradá- vel. Quando a fermentação se prolon- ga por mais tempo a massa derra- ma-se pelo taboleiro, sendo necessá- rio adicionar nova farinha e esperar de novo a fermentação.

Maneira de fazer a matsa

Deita-se na smassadeira a farinha que se quer empregar sem encher a- quella, para quando a massa crescer não transbordar, dilue-se em água morna para que o pão nlo perca a sua brancura, deitando 10 grammat de sal para cada kllo de farinha.

Dilue-se em água a levadura ou fer- mento e vae-se ajuntando a farinha aos poucos para que não engratiite; continua-se a amassar sem precipita- ção mas também sem lentidão sovan- do bem a massa que se poderá baler na amassadeira até que esteja cora- __. pletamente homogênea e de boa con- colher grande coní sistencia. Reune-se novamente a mas- car a vontade. sa em um bloco só, e com uma es- padula, vae-se cortando pedaços de massa que te sova de novo em uma taboa apropriada, dando-se a forma desejada, e coltoca-se em taboleiro

groSSO para se operar o cres^''''cnto, fendo-se o cuidado de deixar o ta- boleiro em um logar quen- te. Conhece-se que os pães estão no ponto de

"■ ao forno, quando estiverem com 'findas e com o dobro do tamanho.

Bolo S- 3"'*

1 Colher das de sopa com manieíga. 2 Chicaras das de chã com assucar.

-1 Chicara das de chá com leite fresco. 1 Chicara das de chã com farinha

de cereaes Maltada. 2 Chicaras das de chá com farinha

de trigo. 1 Colher das de café de fermento

inglez. 2 Ovos (inteiros). Bate-se o assucar com a manteiga,

juntam-se os dois ovos e a chicara de leile e depois as farinhas — Cereaes e trigo.

Depois de bem batido junta-se o fermento ingiez e leva-se ao forno em forma untada com manteiga.

 Jarinha de Ceiiatt ^Kaílada i (nton- Irada tm laJea «i Empaiiti, fhaimaclút • Diagariai.

Pio delkloso

Um kilo de farinha de trigo (llran- se 250 grs. para o fermento) 3 ovos, 1 colher grande de gordura gelada, ll2 garrafa de leite com sal fervendo para escaldar a metade da farinha, 1

manteiga e assu-

Amassa-se multo bctn até arreben- tar bolhas, faz-se uma trança e põem em forma untada com manteiga, dei- xa-se crescer. Vae ao forno quente tendo passado gemma de ovo conk

de forno, cobríndo-es com um panno assucar ou leite p«r cima.

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HEROINAS DO BRASIL D. Rosa da Fonseca

(JBi>,d& com o t<in?ats-coron«l etrargl&a do í-norcito nadon»! Manoel Meodeí da Fon- seca, lanhora da üna Gáueacào a oultEira, etposi- dedicada, n cobro, ume flxeromosji, pMHUia n. Ho.^iti da Fonseca, o leatlmento do MM1< iLoryEolado a 4Teva.do patfíoti^iuo-

lluuium du onrnotor nuctero, stu ospoBO, propugoailor da Itbordado dfl autt pátria, nSo Taoillo;} em tomfLT iimA. attUudo, pondo om íogò o sou futuro, rjaacdo, oin S do Outubro ds l^t, AlagÔAS, flua nrovjuvia DEital, so ro- Toluuionou por on.uaa de preterencias politi- aa», londo chefo d^asa rorolucão o eoroual Joai Vieira 1'eiíoto. Tnl movimento, oaino Taremoa adiaote, lol suflocado pelo general AntBDto Corroa ^arbriL que para Maoei6 flfl- Siilu do Rio do Janeiro oain tropas para esse

m. Ssmfilbante Iniurreigâo teve |io» cansa a

niiidanoa da Tliesouraria Gorai da oldade da Aij>g"as (onlão capital dessa provinoia) para a da Macoiú, qae passava a soi a capital, euL virtude de uma lei promulgada nesse sentido, O moviuionto expíediu no dia. 211 de Outubro de 1839, tendo pur principal inau- flador o dr, Tavares Uastos, então juix de direito da Villa Nova do Sergipe, e que mnls tarda as tornou notarei nas letraa jurldioas brasileiras.

Oomo ao v6, nüo liavia rasão para sa- nelliante lucta, jiois Maaeiú fdra julgada, «orno cidade marítima e centro importante do commeroio. melhor ponto para a eapitil dessa então provlucia.

Mas o presidente dr. Agostinha da Silva Nevos vinha sofírendo, desde eometos deseu Jovorno, uma terrível campanha, da parta

os opposicioniaLoa da Assemblía Provincial, A qual pertencia Mandos da ^'o^saca, (jue jisíHulu um do> prÍBcipae.s papeis nesse mo- vi manto.

Assim tei que eile corcou o palácio do Sovorno í frente dos soldados da Iropa de

nha a «ue pertencia, impedindo toda e qualquer communlcaoUo do presidente eom as demais repartições e com a forca publica.

Mna o 1.0 viog-presldeota dr. .loao Lins Vieira Caasansi>,o do -Slnimbfllniais tarde Vía- eonde da f inimbú o um de* mais notáveis os- tadlelaa do Imperiol ijuo se achava am Ma- cBÍfl, assumiu a pcealdenota o ordenou, pelas municipalidades, a contra-revolucào, -mnq- aaodo o capitão do palacho -IIOíB Amigos- partir para o perto Fiaaoez o abi receber o Íiresidente Silva Neves, qua estava preso pc-

Ds ravolucionarioa, O capitão do dito patacbo Josã de Paula

Rela deãeznpenliou perlaitamente a melindro- aa oemmissao a trouxe o presidente para Maeeió, onde elle reassumiu o governo.

Os inaurretos tiveram uma grande ile- oepgão mna csnlInunrRm senhoras da cida- de de AUgúas, antiga oapital.

Slnibú, que ora um homem de talento o energia verdadeiramente superiortia, apenoa «nbiia ao poder pedira socoerros de forgaa a Pernambuco, emi^uBoto as municipalidades agiam aclivamente contra es revoltosos.dai- sande-os por fim acantonadoa na própria 4;ldade de Alagoas e sem mais aoçáo sobra -outro qualquer ponto da província.

Os Rocoorros pndidos vieram, chagando ■ Maeelfi, no dia 3 de Dezembro do Bisamo ■nno, uma eipcdii;£o ao mando de lanenle- «oconel Trijano César Burlemaqul D qual, a i2 dOBse luez, entrava em Ala|r'jas sem dar um liro. porquanto oa revolloaos, venda que nüo podiam enfrentar aeaa torga, ae dlapar- 3*raia e (uniram tentando oriiniaar rasla- tsnois onde fosae poaaiyeL

Mas Jamais o oonsaguiram, nâo a6 pela impopularidade e aem ra^ão de lua oauaa, «ono também porque Ia torças do tenenle- oorouol Trpjano BurlamaquI viaram Juntar- ae, depoie, as enviadaa de Rio da Janeiro .aon o general Sesbra.

£ a antiga provinoia de AlagSaa foi as- aim inteiramente pioifieads.

Obrigado a retirar-se ds provin<^ia o te- nente-Loronei Mendes da Fonseca veio para o Rio de Jsrieiro, onde se reformou no mas- no poito com poquaiio aoldo ptra viver a eduesr oito filhos, sob a acçio do aeu cara- cter honesto, independente e patriótico.

D. Rosa da Fonaaaa, dotada doa meamoa sentimentos palriotiooa do aiarido e aaeelda e educada am «psos dos mais alevanladoa Ideaea eivleoe, oom ■ alta aorageu a * In- aomparivei ibnegafie das Tordedairaa he-

roinas, tol lem duvida 9 lau maior laxlllai a o anjo tutelar da famills, SILãB aomo todaa ti grandes e nobran rnSes.

Sob eaee saatifloado influxo, eduoaram- ie oa leua sele desaendenles, que abraiaram a diicna aarreirs das Brmaa.

EeasB daaeendentOB foram o Oenoralisai- mo Uareohal Deodoro da Fonseca, Marechal Hermes Ernesto da Fonaoaa e marechal de □ampo Sevariano Martins da Foniaoa, barão de Alagdaa, os quBtis deram os maiores exem- plos de Rbnegacifo e coragem nae guerras do TIrnguay ■ ParsBUsy- bem assim o gene- ral medico Dr. João Severiaao da Fonseca, 0 tenente raformado e coronel honorária Pe- dro pauHno da Fonseca a alfere» Alfonio Ametio da Fonseca, que loram também de- nodados BOldadoa da campanha do ParagUdy.

Pura aa inhoapltas e longínquas regiões dessa Rapublloa T>. Rosa da Fonseca, }á en- lEo viuva, viu embsroar os eeus extremosoa tilboa, com aquBlla heroísmo de D.Maria de HouzB, smbie dignas de aerem comparadas ás mulhorea sparbenas.

Aa itgrlinn» da despedida e do saudada 1 medida que lhe envalhecltm os eibsUoa lhe tonificavam o eera^ão, anaioao por oon- cliegar-ao aos doa queridos filhos, quando TOliasBom oeberte^ de louros.

A r^tslldade porém toi-lbe, em psrte, adversa porqua lhe roubou dosa piedaàamen- te três desusa heroes-

O primeiro a eahir, vlctima da metralha do bárbaro dictador do Paraguay, foi o ma- jor Eduardo da Fonaaaa, ooinmandinle do to.* balaib&o do voluntários da pátria, mor- to berolaainente no combate da ponte de Itororfi em (i de Dezembro de 18ii8, com o brivD cilharinanee ooroniil Fornando Macha- do ; oa dona outros foram o capitBo Ilyppo- ilto da Fonaeca. comniandante do'.IG.* da vo- luntários, mano i^loriosamonte sobra o para- paito da [rinchaira de Curupalty a 22 de "je- tembro de 18SB e o allarat do 3i.° lambam de voluntários Affonao da Fonseca, morto também no ineimo combate.

Oa três iatrejildoa c denodados auorro^ros voltar.am coronéis e realmente cobertos de louros.

D, Rosa, quo sempre se 8.ssociou íis ma- nifestaoões de grande regoaijo publico quan- do ao Rio de Janeira glioFjavam ív^ noticiai das viotorias alcançadas pulas nossas armaa o mandava sempre illuminar a fachada de sua modesta residência^ ao ^er informada do com- bato do Curupaity, no qual as forcas alua- das tivaraiti fora de Combate 4.090 homens o "liceu lliosa a bandeira brasileira", oomo disse nesse dia o glorioso general barüo de Porto Alegre, ordenou que, mais uma vca, o exterior da sua vivenda acompanha-sae o ra- gosijo publico jlluminando-se em gala, em- bora no seu Interior, ella, a heroina Mater- Dolorosa, vertesse as lagrimas da saudade e da ãòT, pela perda de seus dois filbos, sondo que o ultimo era ainda a bem dizer adoles- cente e o mais moço <lo todas, aquelle para quom a sua aim» do mõe, na otfnsão do amor e provas da aftacto, não se detinha senüe an- te a beroicidade, no lentimento varonil de uma mulhar superior, como ara integr.itmente D. Rosa da Fonseca.

B aisim a aua vencianda o extraordiná- ria figura de matroaa de antigas era* ficou, oa noasa historia, para sempre gloriosa eim- mortal.

General CaHoj dt Catnpos.

R vista e o dnemaiographa

Sempre se suppoa e se disse que o oine- maiographo trau perturbatSo para a vista. As fopii^^^s. nesse sentido, foram sempre uiianimuíTo que uunea ohstoa a que as sa Ias de projeceao continuassem, como hojo con- tiuuam, a ter uma numerosa e enthusiastica treguenia. Se bouve, entre os ânus freqüenta- dores, ]iesROas que se <[ueixassem do que as suas projecçõos lhe fiícram mal ã vista, es- sas queixas não vieram a publico.

Mafl o cinema ser4 me^me prejudicial & vista? E' melhor ouvirmos a opiiiião dos aia- dlcos, quo sempre vale mais que a nossa. Nos Bítados Caldos ts-i-sc, nao ha muito, uma «cnqu31e> a esae ropclto. Foram ouvi- dos, então, alguns módicos espcciiilistafl dos molcslia» dos ollios. São digoas de registro algumas das opiniões que elles emlttirsm.

Üm ophtalLiial.igista o da valor é de opi- nião que o tremor das imagens e a Inz re- floctida podem determinar fadiga sensível do olhe, acompanhada ile irritação do orgaiit, mas, unicamente quando ík existe certa pre-

diapeslcãa e n&e sKo obsetradai nmaa (antoa precauções.

Em todo o case, as causaa irritantes po— dem lar eliminadas facilmente, desde qua sa ampreguen apporelhos mais aperfeiçoados.

O qua determina a fadiga visual i a. ILII reflexa que parle da tela a vem tocar em obeio no espectador. Para evitar este Incon- venionia convém que os raios luminosos se- jam projeftados Bobra a tela do modo a não se reunirem e antes, a obter uma cgualda- de entro o angulo de reflexfto e o de inclden- cia, não o c c as Io n ando, «.eslm, nenhum pre- juiito BOI oUios.

Outro especialista, o dr, llerbert Claibor- ne, alfirma que uuta vista boa, não fatigada pelo trabalho, pode, sem o menor risco, as- sistira uma sess&e dnematographíca de uma hora e meia, que aa vistas fracas ou defei- tuosas muito lucrariam evitando qualquer esíorco.

Um terceiro, i^ue exerce o profesaorado na Kscela de Medicina e Cirurgia, em Chiea- So, lamenta que as projeccões, em virtudo

as SCIntillações, perturbem as melhores vis- tas, ainda que tal nao se dS com BLS pelticu- laa perfeitas. Convém ainda que a machina nüo vire com tanta velocidade de mndo a nã» Sarecer que todos os persoaagena scífrem da

ansa da S. Onido. B^jualmeole serA de van- tagem que as inseripcoea oa outras indloa- ções eacriptas, n:i.n ippavecam ou d^sappa- recam muito bruscamente, obrigando parib Hua leitura forte appUcoc.ão da viata-

Por outro lado, convém que o especlacn- lo ou a Bcssão não se prolongue por grande cs^a<;o de tempo autuando como um verda- deiro somno hypnotico. Ao cabo de certo pa- ricde, uma eu duas borns. o qne estt senta do, immovel, .'Lcha-se involuntariamente pre- sa de somnolencia, o c facto que so dà quan- do os músculos do olho experimentam oerto torpor ou aufraqueclmeoto polo esforço feita para fixar-se sobre um ponto lumiaoso-

O dr. Dubar Roy aconselha, ceiii ardor, a privação dos csp3cta:>uloE oinomatograpbi- cDs, A,s vistas débeis e defeituosas. Desde que apparecem picadaG,rubares, dores de ca- beça, Uorímejamento, à mais que tniapo de deixar o aspeotaculo ; mas é claro, desde qua neutiiim destes signaes se manifestem, bem pode deixar-se floar tranquillameuta em sua cadeira.

Em resumo, os perigos do cinaraatogra- pbo para a viita nao são Inquiotadorai e, ]iara es remover basta um pouco de pru- dência.

R medicina ao alcance de todos

os EOZEMAS

Nada mais feio, mais incammode e, se— bieludo, mais repugnante que oeczema. Haa cre'inoa.?, principalmente, hiL um gênero des- sas dermatosaa, que ax desfigura, Invadindo- Ihea o rosto de uma mascara constituída da pu7. o crostaa e cobrindo-lhes o corpo de umik sârlo de pústulas conglomeradas, de aspeota fepulsivo.

Nos adultos nâo Aão menos inoommodos 03 eczemaa. Estes se manifestam por meio de comichòes- O seu aspecto aymptomatica variai porqua numerosas são as variedades desta moléstia. Para a maior parte, porém, é aconselhável e de uma eff Icacia surprahan- dente a 'Pasta antí-ecaematosa- do dr. Sil- va Araújo, Essa pasta, que felir.mente, estib (nuite vuigarisada am nosso pali, 6 de excel- Jentes resultados nos eczsnjcs parasitários e na-s emjiingens, que sío as decmatosea mais coiumuDS. A pessoa, que usar essa pasta, nâo deve, porém, suspender o tratamento, ^ logo que se julgue curada. Deve continuar a usal-a por algumas semanas mais, aüm de Ir destruindo os novas colônias de myero- phyto, productor da moléstia.

O eczema não é entretanto, uma molés- tia, mas Gím um grupo, uma família nosolo- glca. Ha o eezema panisitiu-io typico, produ- zido pelo microble a lia, os eozemas genera- Usados ou locaes, pelos quaes são responsa. veis o arthritismo, o lympbatismo, o nervo,- siaino e o estado geral do organismo. Para estes casos a 'Pasta anti-oc/ematosai nâo basta. O seu efíeito ê completo. Convém auxillal-a com o <Lycetal granulado elferve- scante de fiirfonl'*, que é excellenta para o arthritismo. Ks^as dui^s medicações curam todas as variedades de eczema..

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LIVROS NOVOS CoBsoIldotõo dos lilE do DEíSV,

iTOlndo de L'ET&iricaç3a ie Jííanuel do Carmo- Edlgão do Cim Duprül, 5. PoDlD, 19IG.

Oa poatAB calouros a os csodldatoi AO ver- ■o nJlo podaiA diapetiinr a lua artinhk de vei'- «ific«?Ão. ELla é tão nec^SBurJn DO niociulio qut Itnta balbuciar em verso .\s tuai nnoiaa flontlmentASa, como ]% ariinh» rio Francitco MLDitel o A B.09 prinoipiaDteB deiiiuBlta. Isto d« dl^ar que o poâta naAOe, é.em parta, TAT' dadt, Difla BÒ em parle. O verão teiD a ei.a t«cbnica, nu tuas dltfiíuldndeR a eubtileias da CDDBtriiOGão. oa iGua capiichoB do farina» que Díigncm suba BB OB nao apisodiu e se n&o BB axeroltou Dalles dinturnameiito o ph- cieBtimeDte, O poeta, por luaiB geaio que tonha, Dão pada, aó com o poder do tou gê- nio, adquirir a. arta iotusa, do verso, Para tu- do é mfBter uma aprethdlzagem, uiua escola, O que bayia, no fienero, era o «Tratado de varilUc&câo', de Castilho, obra útil lioda bo- je e eioeUoDte para o icmpo em que foi OB- cripta. Ma« s, ãtie do verso, ou, melbor, o veno passou, de então para rã, por uma enor- me eTúluo&o. A datar do advento do parna- ■iaiiismo. em Franca, e de ^ua profunda ro- pOTCuasâo em noasaa letraa, o verso ganhou nma nohreiia que não linha na quadra ro- mântica, que o autecodeUi e cercou-se de dif' ficuldades que uão tiniia. Antes, o verso era foTleinento ryThmado, oheio de imagena qua nada diziam W intalligencia aanão aoa ouvi doa ■, hoje, 6 duro, variado de rytlimos, con- oeiluoso, e Tala manos aoa ouvidoa quo & ÍQ- tellLeencia. Ora, o «Tratado do versifisaçÂoi, de Castilho, se eia excellente para oa poetas da iogaima phase romântica, ã muito pouco Aproveitável paia a phase actual da poesiit riDiadar TMlac o GuiiiiarSoB Paefioa lambem eioiBveram aobro o oseuniplo, mas na sua obra ainda ha iBcuuas, próprias do tempo em qua foi escripta.

A "Consolidacãc das leis do verso" que o ar. Manuel do Carmo, qne ã também um poe- ta ds mérito, acaba de publicar, c um Uvro prP4:iosÍ4Simo para OB poetas principiantes e mesnío para aquellaa que jà tenham nocóea ■oguras do verso. V o que ha do mais inte- reasaute, em nossa liagua, sobre o verso mo- derno.

O autor adoptou a fórraa articulada. To- dos os conceitos, ensinameotoi, postulado a ou Isls estão divididos em artigos a aa uotea via meneionadas por um travessão. NIo in- dacamos ao eaae inetiiodo facilita, de faoto, ao prinoiplanta a aprendLsagtini. O que po- damos garantir, pe^a leitura que fizenioa, ã qua as llcòes são fornecidas em periodca euT' tOB, claroa, iaciâivos, de fácil apprehensüo.

A edição ú magnífica. O volu^ue oompOe- se de cerea de quatrocentas pnelnas.

Ko livro do sr. Manuel do Carmo ha pa- glQAB qua aSo dignas de leitura, meamo pa- ra o imelado. bojamos o que eile escreve a propósito do <<.ianero humoriatleo -.^

•Para melhor o olasBÍfloar, dividiremos o humorismo em anXigo e moiírmo. O antigo vem de humor, ou melhor de to^n Attin^; o moderno vem do Aumour.

Caracterlea o humorismo antigo o predo- minlo do riso, aem oua uma nota de tom mais serio, aais pbilosophlco o vOuha perturbar.

O humorismo antigo orçou o carnaval, e tinha um deus : Momo.

Chegada a eposa do ciso, Uomo impera- va e o serio era banido. £' que os antigos separavam, oiLidEiiuente, o aerio do risível: o poDsar profundo da alegria.

Os poataa antigos fizeram deste gênero um auxiliar do satyrico a neste caso temos o caatiffo pelo riso.

Meste sentido í o bnmoriamo o pse da comodia.

Castigar por meio do ridieuZo. 'Rideudo niatigal mores I • é s divisa do poeta comi- eOj que empunha o azorrague ainda am no- me de Momo, o Inapirador teoundo da ga- Ibola.

Ainda neale sentido antigo, ha um bu- DOrJEmo em que e6 predomina o rlao, Baa Dom s desejo apenas de laier rir, sem In- tanqão ImmedLBta de eaatlgo.

SIo modelos, alguns eontos em vario da /-thur Aieredo, o nosso grande humorlsls (no senlldo anljgo).

No santido moderno, o humorlamo é um sentiDionto, em muitos pontos, contrario ao huiDOrieuio antigo, a onde o riao e a eompai- iSo caminham parallelos. E'■ liqto preciosa, antre outros, de Jamea Bull^.

O bumoriala é um forla que ri a ao msa- mo tempo tem pena, ou contrariamente : tem iranda pena, mas uio púda daixar de rir.

Lembrae um homen qua tam lo coUo QKB oraancn que tomou um grande susto a a qtiem elle consola. Xo melo da compaixão eom que IhB dirige o seu consolo, eria. por vezSH, um BorriBo, despertado peto ridículo daquelle choro que }A nâo tem mele cauaa.

O humor eslã no ponto culminante don- de se vG qtie nem tudo mereço um riso frsn- OD, mae lambem, per outro lado, nem ludo merese eer lavedo a aério "aDmplctamente>,

O bumorlata moderna é um panaedor que reotoaliiB e ee contém.

O humorlala madarno ji oEa desce £ garaalharda, que é vbjrslcs, e presuppOa o predomínio do riso ; o riso do humoríatt é espiritual e ae esboça num aorriao, aempra prompCo a ceder logar ao aârio.

*Oa autores mais espirituoscs produicm □m sorriso apaiiae seuslvel-—disae Xielzalie.

Be o humorismo antigo â um auxiliar da Batyrs, o Lumor é o contrario delia : — s sa- ibra castiga; o humor pardâa.

O poeta «atyrioo não tinha oomplacen- cias. Pnnita-ee no ponto da vista de um oar- rasúo a vingar a sociedade- E em nome del- ia, indignadO) vibrava OB seus açoites- A in- dignação o movia: 'Faàl indignatio ver- suiri /"

O humorista, contrariamente, é um ser do compaixão. Encara a vida coais do alto e mais a fundo, sendo por isso mala indul- Soote para os pra/.errs humanos. A divisa

o humor í absolutamente contraria ãquella. A sua piedade move : •Facit iniíiiíflíilíni uer-

O humorista fere com pena de a lazer, Creou o humor um Bcntimento cleterml'

nlsla, pois o humorista vê que o ssníeneinrfo é por sua ve/ uma victima de csusaa deter- minantes dos seus actos, e que a culpa UíLO lhe pode caber tot.-iluiente: por liio, ao mes- mo tempo que fere, ]ã perdoa.

O determinismo creou assim o humor, co- mo o Livre Afbitriu, por sua vu/, JíL havia eraado o humorismo antigo.

B ettec ti vãmente. Quando se escolhia pa- ra castigo o tieo, ria-se Impiedcearoenle. E' qne se cria que o motecedor do casUgo as- sim obrou 'porque qui/.>, «-podendo tal o feito da outro modo>. ní<o tuerecendo portanto compaixão. Hoje i^a mais indulgência na pro- Eria pena criminal, quanto mais DO castigo

s transgreasi^eB moraes 1 A satyra é o ferro em bra^a: a humor

também por vezer queima, mas iBvajã, eon- funotamonte, um balsalno.

Férs, mas envolta em vellndoB o estylete. Alguém assim proeurou cantal-o i

Hiiinotir, /iiitnouí-, an ta beindigo, Tu âa o Apollo moderno, Capaz de descer o Inferno, Rindo &3 ventas de PlulAci...

Apallo. symbolo antigo Da mageatada do varso, Vibrava, enchendo o Uni verte, Aa settas com [parfeÍi;ão !

Uaa d< Apollo a Gecha harvada Trazia a ponta molhada Do lethes na lympha a^eda,..

E tu, sorrindo, com chiste. Ao anvlal-a aobriata Oom leve manto de sadal...

Deale aentlmento do humor nasoeu a for- mula artística do bnmorlsmo moderno : tem- perar o rlao com um quí de ETsvidade; temperar a gravidade oom um leva sorriso.

Aaaim eocao a primeira modalidade nas- ae de vlaUo determiniata por qua se enca- ram as coisas, esta nasce da VíBSO mala pro- funda qua o humorista tem Jaa ceissa hU' manae, ouln imperfectlbilidade melhor en- xerga.

Os antigos osall^aTem totalmente, maa também admiravam totalmente ; dabi a cen- eepgão do hetús sublime da comedia : sem- pre riao, • da Iragsdls ; aenipre oh6ro. O humorlsts, que é um panaador, nem oaatíga loialmenle, como vimos, nem Ictalmenta ad- mira, porque ^ da eeacncia do humor o mar- oharem parallelos o riso a a gravidade, a gravidade e o sorriso.

O humorista v£ nos grandes e nas gran- dea aogõaa o cslaanbar de Achlllea, desao- brindo nas parlaiijciaa ipparsnlsa o ponto imperfeito.

Qusndo n dõr aisalla se humeriata, ella s tempera oom um sorriao.

Não praeiaamoB socentuar o quanto i bumsno isso de procurarem sorrir aa almsa tristes, cemo um deaoanco, como um alllvio. Os exemplos doi tratadistaa do humor aSo sem eoDts. Assim • foi Uollére, Bherldsn disem que o era.

Quando a dor assalta um tomperameiit» phllüsophioo, gora o humor.

Kis porque os nossos poetaa brasilelrav Dão nos deixaram nada, nenhuma pagina de humour: não tinham temperamento phl— loaophico, Não eram ipensadoree que so con- tivessem-; quando a dor lhes aobtevinha, to- mava conta do seu estro e era um choras aem tréguas. .-

Quando o humorista, em melo ã gravida- de da dor, esboça um sorriso, é natural qua- este saia dolorido.

São um exemplo algiioias paginas do- grande Antônio Nobra, A iJcrte, n Faüio, jt lhe mandou o ssu aviso elie jfi a sentia a. seu lado.

São de uni requintado sabor algumas pa- 6loas de immour qua elle traça, sorrindo It

[orle, que jã com etie passeia braço dado.,- Fe/so Intimo da VtXha e dà lhe piparotea ; Bssoau . assim, sutie Oatrae, a Èaliaáa <»■ Calaaa:

<0 men vizinho 6 carpinteiro Algibeba de Dona Morte, FoDleia s cose, o dia Inteiro, Fatos de pau, da toda (ort«...>

e que termina : •Oh meus amigos I Salvo erro, ,Tnro o pela alma, pelo Ct!o : Nenhum do v6s, ao meu enterro Irã mai.s dandy, olhae. do que eu!,.. Keteiine íiraBlI. o delicioso poeta aulIstBf

som, por vazes, com o mais requintado hu- mour, é sua dolorosa nenraalbenia. Basta. para oomproval-o o aerriso que se estampa Eaquella Jóia que í -A Senhora Mlnh'Alma".

Cnriioteriza a eonero humoriatico (ao sen- tido modemol este conaoroio da gravidade a do sorriso, oontidoe ambos num equilíbrio qoa jamais ae rompe,

não i mais a gargalhada phyalca; elle ae exercita ao terreno das Idãaa. K', segun- do Meraditb, citado por J. Sully, o rilO d» «sptrlto.

O gênero humoriBlIco não â um gênero aparte, paio oontrarlo, luaniíesta-se em dt- ■ea ligeiras em todos oa outroa gêneros, tem- perando-os.

Assim brilha na própria tragédia moder- na, como nas d» Ibaen, por exemplo ; encan- ta nalgumas acenas de Moliéte, principal- mente no "Misanlhropo'', comedia em que- nSo (ierpas>a o riao franco do cômico anti- go ; iníillra-aa no didactico llabulael; dã o- brilho a toda a claais de poemas dcs mal» sérios — como um sorriso em melo ft gravi- dade : Antônio Nobre, Zefcrino Brasil, no> poemas jl citados a aiso arsnde Edgsrd Vat^ entra outras poesias, em "O Corvo", traduzi- do por Uaohado da Assis, o meatie do hu- mour no Brasil.''

Eiltlllss osdtilsi, Darsoi d« Jísfnglldo Griar, 5, Poule, 1919,

Astrogildo Cessr é am poeta da vinte an- nos. Nessa cdade, os poetas, sejam quaes fo- ram as promessas que laçam ao futuro ei iu arte, sà sabem, por via do regra, rimar ba- nalidades mais ou menos Ilndns. A um poe- ta dessa edada nSo se podo exigir mais qua isso. Não tendo ainda tempo de fazer uma cultura, minguam-lhe conceitos, medida,bom gosto e, sobretudo, lúrma. Astrogildo Oesir, é, porém, uma axoepcão, O seu gostoooseu bom senso parece ouoji estSo formados. Fal- ta-lhe. por csrto, alguma coisa, mas multo pouca coisa.

A composição intitulad.t "Chrj-9alida"ooia que abre na "Estrellas cadentes'' é realmsn- te bella. JuIgue-a o leitor:

Chrysalida Sou cbrysslida e surjo... O roeu casulo Abriu-ae... A lua me attrãe como um tanal... Espalme as azas, tanto voar... E' ouUo O msu esforço aobronatural.

E eis-me uma borboleta... Animo vem-ma De ir—piuma solta ae lio. perdida no ar... E l£do e ardente, embora o sol me queime, Quero morrer ao sol e quero voar...

Explenda o dia 1 A claridade dorme Pafo Azul, pelo Ceu que ma seduz... ^Que serei eu por essa mundo enorme, Eu que sou tão pequena e que amo a Luz P

E o explendor me convida... O sol ardant» £' meu Amor, meu ^onho e meu Phauol... Quero no Azul bailar peidldamsnte.,. Bailar no Azul £s tontas... Quero o Sol !

E ha de ma vir a noite, o desatento.-. A saudade do Sol a ine matar,.. Mas morrerei feliz, largada ao vento. Sob a luz daa estrellas e do luar...

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ESCRAV/Í... OU RAINH/^? (Canlfnuaçio do nuinin* mtttioti

A moça ouvia tudo isto, sem fazer um movimento, como que petrificada. Occultavam-lhe o oitiat as longas « plácidas palpebras, mas 03 cHioa batiam-lhe febris, t os dedos crispavam-se-lhe na revista que ella tomara <Ja8 mào8 de Sérgio, a ponto de amarlanhar-lhe a capa estranlia.

A's ultimas pilavras do príncipe, deixou fugir um co«o gemido :

— Expulsa-me! Os joelhos vergaram-se-lhe, c caiu genuflexa, er-

guendo, siipplices, para Sérgio 01 olhos semi-abertos. — Serelo, por piedade... Perdoe-me essas idéas

loucas, essa sympathia já extincla por doutrinas que o senhor reprova I Essas idéas, n senhor nunca as torna- rá encontrar em mim I são divagações de nm cérebro íresvariado, ás quaes eu, misera insulada, me deixei prender um Instante. Sérgio, perdôe-me! NSo me ex- pulse de sua casa, de sua presença. Minha vida está aqui, na sombra daquelle que a humilde Várvara vene- ra como um Deus e a quem desejara poder servir de joelhos I

Falava em voz baixa e tremula, a cabeça abatida, as mãos poilas, supplicantes.

— Em verdade, eu nada posso fazer de um tào fer- voroso devotamentol — obtemperou a voz mordenle de Sérgio. — Mas a senhora poderá encontrar noutra par- te onde empregal-o mais ulilmente, Várvara Petrovna.,. pela causa da revolução, por exemplo. Realmente quem pudera acreditar que a senhora, sob apparencia tio tranqullla, occultava simllhantes flammasi Bem está de ver que nSo me reBto a mim, naturalmente, pois, des- de ha muito que já o advinhara. Esses seus olhos sem- pre baixos nunca me enganaram.

Várvara ergueu a cabeça, e, desta vez, as pupilas amarellas appareceram fulgurantes, em todo o seu es- plendor, na sombra suave doa longos cilios pailidoi.

— Agora, já sabe o senhor que, si me houvesse es- colhido, teria encontrado em mim a escrava dos seus sonhos, seria inteiramente sua a minha alma, e eu não lhe disputaria siquer um resquício da consciência!

Sérgio envolveu-a num olhar de indiztvel desprezo. — Uma alma escrava ? Eu as compraria a peso de

oifo. Mas, uma alma pura e Intrépida, que se não do- "bra á altracção do luxo e da vaidade, que resiste á for- ça toda poderosa, preferindo antes morrer que cederão que a consciência repelle, eis ahl eslá o que se não pô- de comprar, eie o que admiro, o que respeito, o que venero acima de tudo mais.

Várvara poz-se de pé, num salto, palllda, os traços 4etcomposCos.

— Essa alma náo o ama, Sérgio Ormanoff I — excla- mou, em voz rouca.

Uma Imperceptível contracção vincou a fronte de Sérgio.

— Porque diz Isso? — revidou elle, em tom altivo. — Aliás, creio que isso em nada lhe Interessai A se- nhora internou-se por outros caminhos que nos desviam do nosso aasumpto, — vale dizer, da sua parllda. Isto posto, creio que poderá preparar-se para deixar Kultow nestes oito dias. Sempre se lhe ha de deparar um con- vento que a receba piovisoriamenie, — a menos que .qualquer Irmã de crenças revolucionárias não lhe offe- reça o abrigo do seu lecto.

Várvara estremeceu. Sobre a cutís branca, estendeu- se-lhe um pallor livldo, descorando-Ihe até 01 lábios. Lentamente, as palpebras baixaram sobre os olhos, on- de acabava de brilhar um fulgor estranho, — desespero, furor ou odío, talvez tudo isso a um tempo.

— Partirei antes desse prazo, Sérgio Vladlmlrovtch, — disse, em tom calmo.

Fez meia volta, e guiou para aporta... mas, no mo- mento de abril-a, voltou-ie contra o príncipe...

— Desta rez, está vencido, príncipe OrmanotEI

E retirou. Essas palavras, ditas num lon de per- versa Ironia, fizeram estremecer Sérgio.

— Vencido! vencido '■ .. e por uma criança I — mur- murou elle, deixando-se cair na poltrona. — Um Orma- noff l... Ella adivinhou, essa vibora! Ah I os meus an- tepassados devem estrem.ecer nos seus túmulos ao ve- rem a covardia do seu descendente! E' a sua alma, o que me altrae e me commove até ás profundas do co- ração! E eu a martirizo! Neste momento ella sofíre .. , E uma só palavra minha, — e como ardo por dizer-lhal — estancaria as lagrimas desses olhos admiráveis, que eu amo mais que tudo, porque lhe reJIectem a alma. Vei-a-ia talvez sorrir I — nlo com o sorríso constrangi- do e tímido, que tem sempre diante de mim, mas com o sorriso da mulher confiante e amada.

Eigueu-se, de golpe; e tão abrupto, que a pezada poltrona rolou pelo sobrado, despertando em sobresal- to. Ali e Fricka.

— Mas estou doido! Ella me faz perder o juizo l... Slepanecál.. Levanta esta poltrona, e vai dizer que-me sirvam o jantar.

Abriu uma porta, e, enfiando por uma escalcira co- berta de um espesso tapete, ganhou a bibllotheea, oa- de se absorveu no exame de velhas papeladas.

XIV

No dia seguinte, tendo cessado a tempestade de neve, e eslando puro o céo e o sol brando, Usa deci- diu, por volta das dez horas, dar um curto passeio pelo parque, afim de espaírecer e recompor o semblante des- feito por uma noite de insomnla.

Sacha não pôde acompanhá-la, por estar atacada de uma bronchite. Demaij, nesse dia, ella preferia esiar sô. Pesava-llie no coração uma espessa tristeza. Commove- ra-a profundamente a scena da véspera, tanto mais quan- to a attitude do príncipe Ormanoff, de algum tempo áquella parle, lhe dera uma fugai esperança de o ver tornar-se mais brando." Assim, pois, nada mudara : era sempre o mesmo déspota implacável, pretendendo ani- hilar-lhe Ioda a liberdade moral ; sempre o mesmo ser sem piedade e sem justiça, que se comprazia com a soffrímenio de uma jovem e indefeza mulher; o senhor suspicaz que não córava de destruir a recordação de um morlo.

Que iria elle hoje fazer? Como puniria a criançi temerária que ousara hontem lançar-lhe ao rosto siml- lhantes palavras ?

Relembrando-as, Lisa perguntava a si mesma como as pudera pronunciar,., e, sobretudo, como não a casti- gara elle alli mesmo, immedíatamente.

Ella não perderia nada por esperar. Como quer que fosse, era sempre um soffrimento de mais, uma dõr de menos 1... Fôra-lhe o quinhão da existência a dAr silen- ciosa, amargada ao pé de um tyranno de coração eoi- pedrado, que a teria em seu poder até o dia em que Deus a manumitllsse pela morte-

Caminhava lentamente, olhos perdidos no espaço e o espírito trabalhado por seus tristes pensamentos. Fê-la, porém, volver a cabeça um rumor de passos alraz de si. Era Várvara, embrulhada em sua pelliça zibelina.

— Está passeando, princeza ? —disse, apertando a mão que lhe estendeu a moça. — Pois eu vou aqui per- tinho ver uma pobre familia de gente miserável.

— Occupa-se dos pobres ? — Sim, um pouco, tanto quanto me permittem os

meus fracos recursos. — Eu bem que desejava fazer outro tanto I — ex-

clamou Lisa, num suspiro. — Mas creio que é inútil pen- sar nisso.

— Oh 1 de certo 1 O príncipe Ormanoff não lh'o permittirla nunca. Aliás, é coisa em que elle nem siquer pensa, — soccorrer os desgraçados... Esses, a quem vou de visita, foram por ordem delle atirados ámliería, por um simples peccadilho.

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Con{rangeU'9e-lhe. indignado, o coraçãoá Lisa. Ah! -como bem o reconhecia ella só por isso !

Lentamente. Várvara continuara a caminhar, segui- da por Lisa, que lhe escutava a voz enternecida, a di- wr-lhe, com pathetica emoçio, dos soffrimentos dessa pobre gente...

— Mas estou indo muito longe 1 — disse Lisa, á certa aitura. — Teniio que voltar...

— Náo quer vir entfio até a casa desses infelizei ? Já agora, está perto! E seria um consolo tão grande para elles i...

Lisa iíesilou um instante... Que mal haveria nisso? Siiscaria assim mitigar um pouco, por sua compaixão, a dureza do príncipe Ormanoff.

Acompanhou, por conseguinte, Várvara, — e desta vez, além do parque. A menina Dougloft caminhava com passo firme, como pessoa que conhecia o terreno-

Eis sinão quando, sda um uivo. Lifa estacou súbito. — Que é iaso ? — Sáo os lobos, — disse tranquillamente Várvara. — Os lobos! — balbuciou Lisa. pállida de terror. — A tempestade reteve-os na floresta; hoje saem

dos latibulos e buscam apprnxímar-se do» lugares habi- laígs. ã cata de uma prêa. Mas nâo se alflija ; temos tempo de alcançar uma izbá, quasi próxima.

Mais tratiquilla. Lisa continuou a seguir a compa- nheira, que caminhava apressadamente. Èm poucos mi- nutos alcançaram uma izbã de apparencia miserável.

— Está deserta, mas podemos refugiar-nos nella,— disse Várvara.

Ao mesmo tempo, outros uivos se fizeram ouvir, já muito perto desta vez.

Lisa e Várvara entraram precipiladaniente, fechando com cuidado a porta.

— Eil-osI —exclamou a menino Dougloff, que se approximara da estreita janellinha.

Lisa espiou por sua vez. c, a custo, reprimiu um grito de terror. Lá estavam sete ou oito grandes lobos, a dardejarem os olhos amarellos, aventando o casebre onde se occultava a presa cubiçada...

— Ahl Várvara I Que havemos de fazer? — Aguardar simplesmente que nos venham libertar.

Si estivesse só, eu correria o risco de esperar aqui mui- to tempo, porque Várvara Dougloff é uma personagem de tSo pouca importância que custariam dar-lhe pela au- sência, Mas já não passa o mesmo com a preciosa prln- cezinha, cuja morte faria o desespero desse pobre Sér- gio... Porque esiá a olhar-me assim? Ignorará, por aca- so, que elle a ama como um louco ?

— Creio que você está a brincar, Várvara ? — bal- buciou a moça.

Um risinho de escarneo abriu os lábios de Várvara. — Ah! pobre innocente! Conheçoo bem eu! A'for-

ça de concentrar nelie o meu olhar e pensamento, al- ■cancei ler todas as impressões que se redeclem naquel-

Ia physionomia, que para os demais é um enigma. Nel- la, li para logo o seu segredo desde o dia cm que a se- nhora chegou a Cannes... e previ anle mão qual seria o vencido nessa lucla entre o orgulho e o coração. Co- nheço-o bem, repito-lho! Vi-o um dia apanhar uma flor que cairá da cintura da prineeza, leval-a aos lábios, e, logo depois, arremcçal-a, com cólera, longe de si. A se- nhora comprehende, Sérgio Ormanofl obrigado a incli- nar-se deante de uma mulher, deante de uma criança de dezeseis annos, que não se dobra aos seus capri- chos, — 6 duro, e a resistência terrível... Mas a victo- ria não teria sido tão inebriante, náo é verdade, princeza?

Lisa, os oihos esgazeados de espanto, ouvia-a, pas- mada e commovida pelo estranho olhar que a envolvia. Fora, uivavam os lobos...

— ... E, enirementes, outro coração sofiria todos os tormentos, Ha treze annos. chegava a Kullow com a mii uma menina, que foi apresentada ao principe Or- fflanoff, então um bello rapaz, mas já tão orgulhoso, im-

penetrável e arrogante couio hoje. Um olhar em que revia a mais fria indifferença caiu sobre a criança... B, todavia, esses olhos, que tinham a cor cambiante e mys- teriosa dos nossos lagos do Norte, esses olhos, fasci- nantes por sua própria indifferença, prenderam para sempre Várvara Dougloff. No mais secreto de seu peito ella erigira um altar áquelle que não se dignou jamais lobrígar o fervor desse culto silencioso. No dia em que elle esposou Qlga Seikine. essa criança pensou seria- mente em arrancar da vida. Mas, continuon a viver, preferindo, apezar de tudo isso, o gosto amargo decon- templal-o, ouvir-lhe a voz, seguir-lhe de longe, o rasto luminoso da existência... E, um dia, occasionando-se- Ihe ensejo favorável, ella «auxiliou- o aocidente que custou a vida á mulher e ao Rlho de Sérgio Ormanoff.

Lisa fez pé atraz, soltando um grito de horror. — Várvara ! ... Que terrível historia é essa que me

está a contar ? — balbuciou. O* olhos de Várvara crisparam de fulgor satânico. Oh ! E' uma histori.-t verdadeira ! A misera desde-

nhada esperava que, talvez seu primo, viuvo, desse fé da criatura que alli estava, ao pé deile, a qual só pe- dia lhe soldasse a cadeia que o seu despotismo lançara á primeira mulher; mais ainda do que esta, ella lhe te- ria dado toda a sua alma porque elle a moldasse, a tronstormasse consoante os seus caprichos. Mas ah 1 elle viu-a. a senhora 1... E, des a vez, nào era Olga, es- sa insignificante creatura que só tinha por si a belleza, mas que não passava de uma pasta ductil. uma linda estalua sem intelligeucia, a quem Sérgio nunca amou de veras. Ao passo que a senhora era uma alma, e foi essa alma, que o venceu. Per sua resistência aos seus caprichos, a senhora conquistou o amor desse coração orgulhoso. Triumphe em boa hora, princeza !... Dé-se pressa em saborear esse segredo de que a faço sabe- dora, pois a deiprezada vai vingar-se!

Lisa sentiu percorrel-a um calafrio de terror. A phy- sionomia de Várvara. convulsa de paixão, revia o ódio e a vingança... E Lisa via-se só, com essa mulher, de certo majs farte que ella, sem embargo de sua peque- na estatura...

— ...Quero vingar-me de Sérgio, que hontem me expulsou, e da senhora a quem odeio. Elle ha de con- tar, dentro em pouco, mais uma criminosa na família... Que me diz a senhora do modo por que sua madrasta se desembaraçou da prima? Alegrouse, de certo, em vir ao conhecimento desse segredinha, não é assim? Por já contar com isso, foi que eu instei com Ivan Bor- gueff. de quem o ouvi num dos seus momentos de em- briaguez, que o narrasse á senhora. Era lambem ciosa essa Caiharina... Mas o melo de que ella se serviu não me agrada. Prefiro proceder com mais franqueza. Ha> via primeiramente, preparado isto...

E tirou de um longo punhal, que ella trazia occul- to sob as roupas.

— ... Porém, as circumstanciai depararam-me coi- sa melhor. Já estou a ver as noites terríveis que ha de passar Sérgio, ao evocar a sua Lisa bem amada estra- çoada, viva e palpitante, pelos dentes das feras, e en- tão acreditará que lhe ouve ainda os gritos de dor eos appélos de soccorro... Ah I que doce coisa é a vingan- ça, princeza 1

E appioximou o rosto, horrivelmente descomposlo, do da pobre criança, que recuava, tremendo de terror, deante desse olhar similhante ao das feras que uivavam lã fora, aventando a presa. Já as mãos de Várvara a- garravam as suas, cravando-lhes as unhas agudas...

Lisa comprehendeu que estaria perdida si a nâo sal- vasse um milagre. A' Idca da morte atroz que a espe- rava, a criança sentiu-se deslailecer de liorror, ao mes- mo passo que, do fundo do coração, clamou num grilo desaustinado a Deus misericórdia...

Várvara arcou com eila, arraslando-a para a porta. Lisa tentou ainda luciar, debatendo-se, jogando de bra- ços e de pernas. Mas, como previra, a menina Dougloff

I KOLn SOEL- Anemia, fraqueza, rachitiamo, moléstias do estômago ■ Útil no crescimento daa creançEis. ^= ^

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era dotada de extrema força nervosa, declupada netic conDicto pela paixão furiosa.

Cerrando com uma das rnSoi, de encontro a si, a pobre criança desaccordada, ao mesmo tempo qu«, com a outra, abria rapidamente a porta, Várvara arremeçou para fora a sua victima, que rolou no chio.

As fÉras, pasmadas, fizeram um movimento de re- cuo. Depois, arrojaram-se, vorazes, sobre aquelleenear- ne palpitante que tão inopinado se lhes deparava á sua gula...

Mas eitrondearam alguns tiros. Todos os lobos caí- ram logo mortos. Os outros estacaram.. Só um dellea, mais esfomeado ou menos medroso, atirou-se sobre Li- sa, aboccando entre oi colmilhos agudos o braço da criança.

Porém, ainda desta vez, uma bala certeira deu com esse em terra... E logo surgiram alguns homens, arma- dos de carabinas, que deram caça aos carnívoros, dos quaes somente dois, com quanto feridos, lograram a fuga.

Um desses homens — era o guarda-floresta, havia tempo, castigado pelo príncipe OrmanoH — approxímou- se, inclinando-se para Lisa.

— E' a prlncezal — exclamou, surpreso. Tomou-a nos braços, e tentou abrir a porta. Esta,

porém, estava fechada por dentro. — Que quer direr isto ?... Piotre, arromba-me esta

porta I Piotre, um hércules, melteu hombro i porta, que

logo cedeu estalando. Ao fundo da saleta, os homens (obrigaram Várvara,

pallida, os olhos chammejantei de raiva.., — Salva I... Ah t que maldiçSo peza sobre mim ! —

murmurou ella- Subito, tira pelo punhal, e crava-o no peito, rolan-

do ao chSo, mordendo o pó. Piotre, inclinando-se para eJla, viu-lhe os olhos já

vidrados e o sangue a jorrar aos borbotões. — Creio que morreu, por liso... Mas, dize-me ei,

ô Miguel, que te parece isto ?... — Por agora, nSo quero saber o que me parece. A

nossa princeza tem o braço ferido e está que nem mor- ta. Vou já conduzil-a ao castello. Quanto a essa que ahi eati, nâo lhe podemos fazer mais nada. O patrão é quem dirá o que quer que se lhe faça. Porém, o mais urgente é cuidarmos da princeía.

E Miguel, com o auxilio de um dos companheiros, transportou a moça inanimada, cujo braço sangrava abundantemente.

Ao entrarem no parque, deparou-se-lhes o príncipe Sérgio que caminhava apressadamente. A' vista do es- tranho f«rdo transportado por aqueües homens, o prín- cipe precipitou-se para eltes: OS guardas pararam ini- tinctivaminte, assombrados de sua physionomia decom- posta.

— Que foi que aconteceu ? — disse elle, em voz

— A pnnceza por pouco que não foi devorada pe- los lobos.,. Felizmente, chegámos a tempo.

Mas já o príncipe levava nos braços a criança. Transportou-a sósinho até o castello, quasi a correr, como si a carga não pesasse nada para elle.

Emquanto os criados, a uma ordem breve, dita de passagem, corriam á pressa em busca do doutor Va- guédine, Sérgio vingava as escaleiras, penetrava os aposentos da mulher, e depunha Lisa sobre uma pre- guiceira. Dacha, pailida e tremula, retirou á moça os agasalhos terciopelludos, desnudando-lhe o alvo e lindo braço, mordido pelos dentes da fera.

— E as mios, as suas pobres mi«zinhas, quem fsl que aspoz neste citado? — tartameleou constrangida a camareira, recando súbito, ao mesmo tempo que a physionomia delatava o mais completo pasmo.

O príncipe Ormanotf ajoelhou ao pé do pregulceiro, cobrindo de beijos as mãos dilaceradas pelas unhas agu- das de Várvara.

Dacha, como ella mesma o declarou depois, jamais poderia pensar que essa physionomia fosse susceptível de exprimir em tão alto grau a dor e a affllcção.

Em poucos minutos, chegava o doutor Vaguédine, 0 qual, depois de pensar o braço de Lisa, tratou de pôr fim ao collapso, que durava ainda.

Sempre ajoelhado, Sérgio envolvia com o braço o pescoço da mulher, apoiando-lhe a cabeça inerte de en- contro ao peito. Quando a moça abriu OS olhos, o que ella primeiro viu foi o rosto do marido.

E, na seml-Ineonsciencia em que ainda se achava. Lisa teve um instinctívo movimento de terror.

Mas uma voi terna murmurou-lhe ao ouvido : — TranqulUza-te, rainha Lisa, minha rainhazinha I

Amo-te, podes fazer de mim o que quizerea. Exprimiram espanto os grandes oihos negros de.

Lisa. Porém, o olhar que a envolvia completou eloqüen- temente aquellas palavras. Rosou-se-lhe suavemente a tez livida, tremeram-lhe os longos cilios negros, lllu- minou-se de um reflexo de felicidade a physionomia da moça.

— Sérgio! E não pôde dizer mais, pois era tal a sua fraque-

za que quasi não podia falar. Mas, emquanto Sérgio a apertava com mais força contra o peito, ella apoiou a fronte ao hombro delle, num movimento de criança confiante que se abandona a uma mais forte protecçáo.

— Cumpre que a princcza se recolha immediala- mente ao leito, — disse o doutor Vaguédine. — Entre- mentes, eu Irei preparando os medicamentos necessários.

Certo, nesse momento, a recordação da scena terrí- vel reappareceu no cérebro de Lisa, a qual apenas se desprendia das brumas era que a envolvera 0 deemaio. Estremeceu, e uma expressão de indlzlvel horror es- tampou-ae-lhe na physionomia.

— Ohl... esses olhos i... E' um lobo I Enxota-», Sérgio 1

E tremendo dos pés á cabeça, agarrou-se ao pes- coço do marido.

— Náo ha nada, querida l Estás no teu quarto. Olha, aqui me tens ao pé de ti. Fica tranquilla, meu amorl

Com estas cíticias, parecia se lhe calmava o ter- lor. Mas, percebendo que tinha o braço ferido, interro- gou com'o olhar o marido e o medico.

— E' que caiste, e te magoaste um pouco. O dou- tor pôz-te enião uma ligaduraítnha. Mas não é nada de importância, — explicou Sérgio.

Ella, porém, olhou as mãos... E, de novo, no sem- blante pintou-se-lhe o terror...

— Váfvata I... As unhas !... Olha 1... E estendia as mãos laceradas, as suas máozinhas

tão brancas, tâo delicadas, tâo lindas, sobre as quaes Várvara se aterrara, ao arrastal-a para a porta,

Sérgio estremeceu, por sua vez. — Várvara ?... Que queres dizer 7 Um gesto, porém, do medico, fél-o calar-se. — Vamos, vimos, prínceza I Esqueça tudo isso por

agora ! — disse o doutor Vaguédine, tomando docemen- te entre as suas as mãos magoadas de Lisa.—A senho- ra está aqui, fora de perigo, ao pé de seu marido, ao pé de todos nós que lhe somos todos inteiramente de- dicados. O que é preciso agora, é que se deixe curar...

— E amar, - accrescentou Sérgio, beijando-a.—Ago- ra, Dacha e Sônia vão deitar-te, e, nesse em meio, vou eu pôr em ordem alguns negócios urgentes. Depois, vol- tarei logo para ao pé de ti, minha Lisa-

Uma vez fora do quarto, o príncipe interrogou, af- fllcto :

— EntSo, Vaguédine ? — Ainda náo me posso pronunciar livremente, prín-

cipe. Espero, porém, que Isso não passe de um abalo nervoso. Mas, antes de tudo, que foi que aconteceu ?

— Eu mesmo nada sei. Indo ao encontro delia no parque, para onde os criados a tinham visto dirigir-se, cBconfrel-me com dois guardas que a transportavam desmaiada. Um delles me falou de lobos. Mas compre-

TOLUOL TOBfilU BROMOHITBB, A8TH1IA, ^.v-LBBTIAB DO PKITO E OAROANTA, DDDDaaDa aaaB VUIDC-BI ni TODAS AS BOAB DMOGAMA* E PHARMACIAS. noDaoiinD

REVISTA FEMININA

hende, nao era occasião para Interrogatórios... Carre- Í;uel-a eu mesmo para aqui, O RiaÍG depressa que me

oi possível. Agora, é que eu vou tomar informações. — Ella pronunciou o nome de menina DougloB..-—

commentou o medico. — Sim... Vou saber desses tiomens si têm conheei-

üiento de alguma coisa. Miguel e Piotre, prevendo seriam interrogados ti-

nham vindo alé o castello, onde se llies vieram juntar 08 camaradas, afim de exporem o que sabiam sobre o trágico acontecimento. Chamados á presença do sentior, contaram em poucas paiavras, pelo órgão de Miguel, tudo o que tinham visto.

— Está bem-.. Agradeço-lfies, e não esquecerei nun- ca que foram vocêes que a salvaram,—disse o príncipe, <lespedjndo-03 com uma benevolência que quasi os fez desatremar a todos.

Sérgio foi ter com o doutor Vaguédlne, e transmit- tlu-lhe summariamente o reconto dos guardas.

— Eia aqui, a meu juízo, o que se passou, — resu- miu etle.—Essa miserável Várvara odiava mintia mulher, de queia tinlia ciumea. Percebi-o, e tiontem, deparando- le-me um pretexto, fiz-lhe comprehender que devia dei- xar 3 minlia casa. Sem duvida, essa alma torva e per- versa gízou então a traça de qualquer atroz vingança... Mas somente Lisa, quando estiver completamenie resta- belecida, é quem nos poderá dizer toda a verdade, que presuponho terrível.

— Deve ter sido também essa multier quem lhe ar- ranhou as mãos,—observou o doutor.- Tinha as unhas que eram verdadeiras garras.

Os olhos de Sérgio despediram um fulgor terrível. — Ah [ si não estivesse morta, si eu pudesse ISI-a

viva nas mSos I — exclamou com violência. • Caspité 1 Realmente seria tratada com amor! Bem

sei... ~ dizia entre si o medico.—Mas nSo seria eu quem lhe faria cargo, porque, de facto, atiiar-se a um anjo «orno a princeza Lisa I....

Quando Sérgio e o medico voltaram ao quarto de Lisa, a moça repousava no seu grande leito à Luiz XV. Agitava-a um ligeiro tremor, O terror porém, que ain- da lhe estampava noa olhos a horrível recordação, des- appareceu quando Sérgio se asseguou junto delia, to- mando entre as SURS niãos as mãozinhas laceradas. As í|uaes Dacha appiicara um unguento refrigerante, envol- vendo-as numa ligadura de gaze.

O doutor administrou-lhe um calmante, e, certifícan- do-se de que a febre não era muito alta, retirou-se, af- firmando que a enferma só tinha necessidade de repouso.

— Permittes-me que fique ao pÉ de fi, Lisa!—per- guntou Sérgio, em tom de suppiica.— Eu ficarei quieli- nho, afim de não impedir que repouses.

— Oh I sim, fica ! Tenho medo quando aqui não es- tás '. — disse ella, estremecendo.

— Então, já não tens medo de mim?'... E me per- doarás talvez, um dia, a minha tyrannia, a minha cruel- dade comtigo, almazinha angélica que eu tanto fiz sof- frer? A sceaa de hontem !... Ah 1 quanto eu daria pela derriscar da tua memória 1 Perdoas-me, dize, meu amor ?

— Oh 1 sim, sim I pois que te arrependes, já que me amas,-murmurou a voz fraca de Lisa.

— Obrigado, meu amor ! Agora, cumpre-me reparar o mal que te fiz. Doravante, és tu que has de reinar, e eu serei o primeiro dos teus servos.

Blla tez um gesto de protesto. — Não, Sérgio I Eu devo-te obediência por tudo

que fõr justo... — Santinha I — disse elle, envolvendo-a num olhar

de commovida ternura. Queres saber desde quando eu te amo mais ? Foi desde o momento em que me resis- tiste por conservar a tua religião. Nesse dia, compre- hendl que eras uma alma,—uma verdadeira alma. E, na minha cólera, eu te admirava. Lisa... Ah I querida, quan- to le fiz soffrer !

— Náo falemos mais nisso I — murmurou ella, le- vando a mão á bocca do marido.

— Não, meu amor, não falarei, mas hei de nisso pensar sempre! Agora, serás livre, e pralicarás como quizeres a lua religião. E talvez que um dia, vendo o

meu arropendimento e o meu amor, tu me ames um pouco, criança adorada, de quem fui o odioso tyranno.

Docemente, ella declinou a cabeça sobre o hombro de Sérgio, murmurando :

E's o meu marido querido I

XV

Como havia diagnosticado o doutor Vaguédlne, os nervos da joven princeza tinham aido fortemente aba- lados. Tanto que ella se sentiu menos fraca, Sérgio a conduziu para longe dessa Kultow, que (razia á moça uma tão triste recordação, Regressaram a Cannes, onde 03 acolheram um sol radiante e uma tepida temperatu- ra, que, logo aos primeiroa dias, trouxe uma sensível melhora á saúde de Lisa.

Acompanharam-nos os Rühlbergs. Aos olhos de Sér- gio, Sacha, tão azevieiro e alegre, deparava-se elemen- to precioso para distrahir a tia... Porque, agora, o prin' cipe Ormanoff só procurava no mundo o bem estar e a satisfação de Lita.

Todos os que viviam sob sua dependência, desde a irmã c Hermann até o ultimo doa mirmidõea, sabiiin agora que umá doce e poderosa aulorldade Hiera cur- var a cabeça ao altanairo príncipe. O sceptro mudara de detentor; estava agora entre as niãos bemfazejas da moça, a quem Sergie cercava de um culto apaixona- do, cujos desejos procurava adivinhar para logo os sa- tisfazer, queixando-se sómefltc, entre serio e sorriden- te, de que elia jamais lhe manifestasse um capricho.

— E"3 uma pérola minha Lisa, — dissera elle um dia, — Outra,, em teu lugar, procuraria vingãr-se um pouco, tyranhizando-me por sua vez.

— Vingar-me! Oh ! Que vilã palavraI — replicou ella, com o bello sorriso que agora lhe brincava sem- pre nos lábios. — Ou antes, sim, eu me vingarei fazen- do.fe o mais feliz doa homens, meu Sérgio.

Ao compasso que elle ia penetrando melhor a den- tro dessa alma delicada, tão amante, tão leal, e de uma tão esquisita bondade, a admiração e o respeito cres- ciam no coração de Sérgio. Esse coração endurado pe- lai lições do avõ, desvestira-se ao cabo da sua gélida coiraça, dessa armadura de bronze onde o príncipe Or- manoff o comprimira até o dia em que uma criança a conquistou por sua coragem e pela iuz radiante dos seus olhos.

Assim derivavam os dias, não sem, todavia, algu- mas tentativas de regresso á brutalidade primitiva. Mais de uma vez, houve Lisa de intervir afim de lhe repri- mir ou reparar alguns actos de dureza contra os sobri- nhos, — sobre tudo contra Hermann, de quem elle não gostava, — ou contra o» fâmulos. Mas no que dizia res- peito a ella, Lisa só encontrava nelle a mais terna bon- dade, sem o mais longínquo vislumbre dessa tyrannia de outrora, a que elle chamava «a minha loucura crimi- nosa».

Agora, tinha Lisa toda a liberdade em sua corres- ponde.-icia. Endereçara uma longa carta á senhora des Foreils, attribuindo á conta de doença o tão prolonga- do silencio, e referlndo.se em lermos elogiosos, e re- pletos de affecto. ao príncipe Sérgio. Nem mesmo a es- sa amiga táo querida. Lisa quizera dar a conhecer os aoffrinienios, que o amor do marido agora reparava no- bremente.

Mas, á senhora de Subrans, ella não pensava em escrever. Quando ainda em Kultow, Lisa propuzera um dia a Sérgio a aiiciosa interrogação que, desde havia muito, lhe queimava os lábios, e elle não lhe pudera occultar que realmente, Ivan Borgueft falara verdade.

— Eu e meu avô silenciámos sobre o caso, tanto maia quanto Xénia parecia ter-se restabelecido depressa, — acrescentou elle. — Mas, desde então, cortei para sempre relações com Cafharina. Foi preciso esse encon- tro em casa dos Cérignys para que eu me decidisse a reatar, accidentalmente, os laços de parentesco, por amor de ti, minha Lisa.

{Continua no próximo numera)

REVISTA FEMININA

Vidü feminina ^1 mulhtrt» alUm&t c o trctoáo JM paz

"As multierai ■ll«mla nlo poderão ke- Ollir t«rniDi da pii tno eiv*roflOomo pqual- Ni contidos no Iratsda da pii oriRÍnBL". d«- «liroii ■ Bi-i. ron Gierko, dsltfiida do Par- lEdo Haolona] A AsBorublda Naolonfl]. Hlaeo aiila qus BBTÍn Tnolbpr dli«r á ''Entenln" a ■Dl EaLadoA Unidoa qua n lort» da ALlema' Dba eitarip aro HIIPA mfiop. "NúN, — ancrcB- eenlou, ^ mulherfla da AHenmnlia, VTíú po- d«nos «ntpiid^T a falia da cooparHçfin das mulberas dsa cjliEraa DicOel, aapecialmanta daa AmftrfcBB, ondo pareufl barer ooniplatR arurpKthiii pvlvfl mu]har«ff e crlan^aa eafo- maadaP. Quaramoa que aa mulheres daa na- C&48 Btliadai vanhain â Allamsnlia para npra- QiBr as noaaaa condiçflea aniua^a, Oa tarnioa áa pai niDalram qua OB nllfadoa nem pronu- rain Donbecer a nosaa nUvacBo",

Aa BrBB. Marian Yuckaas e Clara Seliui-b deelArarfim qua aa mulbarM allarnâB querem qnd OB Lermos da pai aajBiD alterados por- que Bt iBulliDtea preaCaa a aarem tnlea aatlo ■torrando por íalta da nutrifilo-

Eierípiera a adríx

Miaa Jano CowM é uma finisBÍniii eitcrEp- lota InijloiR, L^uBudo a)lH, nA.o tin multo taoi- po. entrou poini o oiiif^mutofrapbo, em Jl UDm caJeltridada no ibfotro falado do idio' ma InplFiL. Orando uommn âe puras araoc5ai lei otporluientar mita CQKW no picbliao nor- ta-BnieTÍc«ito eom oa aeua reSi^Tnnt^s dtflea artiaHooa, cacrpvm tocantemeule um chtioo que a enLri>vifitou.

A mjnhn oarr^lra^ diniio n arirlin come- çou roHlmonCe aoiu H obra "O cpmfnbo maia faeil", am Que ou deBempeubiTa o papeJ de^„ "uma Toz Jia aaena". Além dieeo, «leuulnTi ¥arioB aaoordoB aa pianOn eaira hamldoroB, durante a reT^resatiincão. O pubLIco nuntifl me v[B, maa BoLafiso. o fnmoBo emproBHrJo, aBBflgnrou-Qie que conceblit a mau rrnpvlto afagadoraa eaperaiiqae. Pouco tem pi* depoia» Belflaco promelteu dur-ma um bam papoJ naraa de aunB aompnnhldB, na primoira op- partunidDde, o que fez. a na temporadi ae- Í;uiute fui H primeira perBonagoDi no "E' um raoasBo o aiaamenlo".

Até aiBfl momanLo ou nlo datompenhara papeÍB exlenSDB, ainda quando Belaaco mo bavia fíoibfrndo dusa ou Ires '*poutah". A mi- nbe relpllTa iuaiperíencin e o tscto de aar ■ da esiT^B uma dua Eioiioft typicau de Brod- vay. loi uma tortura para mim,

Para aTaauLar eerla iliuagílo, no entrar em BDona pois primeira Tei, eu linha que uaar um fcrande eliAptfo da enínixe: o, de- vido ito oatado de meus nervos, prendi a manga, do meu veatJdo i^om o alfineta, no atraTflBBBr aom este o obRpdo. Oa meus ei- torijoA parn m«1borar n BituacSoaiSmente aon- ■eeuiram peoral-a e o roHUliado fui queiivo de aontinuar a Bcenii com a mairtra firme- mente unida ao □hopão. Para. a melbor ar- tiBlB do mundo t»l aituaçlo Teria ^ido lerH- vai; para uma novata, como eu, foi indoB- erlptlvel. Entretanto, aetou conrenelda de quQ o (empo que trabaibe[ ídaendo p^rque- ono partea nas eompanbiaB de B^Iuaco aor- TÍU do baaa ao aTito, maior a\i menor, que aLaançei a partir de entin. NunOB abandonei o ibeatro durante DB enaaioa a rendo o em- preairio dirif[lr oa outioH» apprend] oiuitÍB' ■imo. Balasoo era pernererante a pneíente para aporfeígoar detalbea o tinha detalhaa d« verdadeira inapiia^ao.

O meu primeiro exKo «Ario. como artiala •moQionnl, foi uo papol de Cntbirlna Djirwfn, oa obra de Ufiarlee Klein, '*0a jogadoraB", depola abanou a rei de "O meaire de mu- fjoa^', do mesmo autor, quando o conbaai; deasa mutua amizade partiu a cnllaboraçflo alteraria e artiatiaa futura, verilioatla nat obraa ' O omanhecar'. "Quando MoTeBcam oa IjrLoa" o "DoBejo de informatjílo", nmA dan uLtimbB comodiab em que tomei parte. A pnr' tlr dahi Cowll dedioou-vo ao oinaiUAtoeraplio, Inaererendo-ae na Goldwjrn, ond^ irabsibou ara Tariaa obran intaraMantas. Oa BOUB pri- meiroa editos no "fdm" foram "Dentro de lei''. "Terra oommam" e o "Tempo doa \y- rloe*', pboto-drama extrabldo da aua próprio obra dramitiaa. Ulaa Jane Oowt é ama beUa • intalligonte sotriii que bonia > arte silen- Uoea.

UoDB. Flaviapo Osório rimental. illuatra s&oerdote, eatà tratando de teviir a etfeito, na capitnJ da Qnhia, a coualruc^ão de um gtando prédio para oolla instullar um asylo, onde na moçna svm auTilio possam ir aprau- dor e tTobalbar bonoAiamante, aJli «ocoolrnn- do casa B o itec^sãario para quQ tenham uma vidA mcDOH attribuladn 6 uâo se vejam for- cadas a Ba entregar ao vido e i ociaBidad*,

Ifato, quo nfí vaa fa^i^r na Bkihln, nob os melhores nuripicio^, a qu^ ap?ontrou> por par- le d]L fina aociudade babiann, o melhar aco- Ibtiiipnto, & o {jue se devia faner em tedaa aa capiUes do paiu e em todas as cidodo^ de vida maia ou menoã intfnRL' No tliaail. infa- lizmetite, a uolca rarraira a quo aspira a mo- ca, è o DHsiimonto, 6 sò íSAO que a preocou- pn, que lhe euche o ecpirllo a aimagjoac&o, de»viando-a de ouIraEi actlridadea am qua poderia occupar IUDííI utUnipnte o BOU tvui- po. Emquanto ospcra a realÍAíieão de^flo ideal, não fa^, f,rerahiiODle, outra CDíBB senão tra- tar de BÍ, cultivar a vaidade, aprender atti' tudes e outras futiUdades na aspatanca da se valorlsar para obter um «bom pnrildo>. Ora, em noaao paiz, oa oasafnuntoB rareiam, pribuj palme ate entre os nacionaei?, exaeta- mente porque a mulher^ nilo f<?ndo adquiri- do aptidões para a luta da vida, nno tríítíTB- ce, no torrono pratico, nenhuma vanlapiem >o eeu morido, Enlrc os os(nin;^eiroa os ca- aamenton não niitis fncei^ poique a mulher eatraugeira^ de que a italiana ê o mais f]a< Srnnte Bxemplo, leva parn D lar elemento.>i

e 8C('iio o t-olIaborac^ÈÍoi cooperando, ao lado do seu marido, pata a prosperidade da am- boíi, A muiher, uBs fondfcúijs desta ultima, em vtL^ do SPT uma sobrecarga, uma paraolta no lar, é uma collaboradorn n{:livu, é uma companheira do Inctaíí, t^om a qual o marido, sejam qunes forL-m ns vi^^ioltudes qtvo o as' aallj^m, pgdo contar.

M419 n moca patriota, niettmo a da« CI>B- aee iiinis poorvn^ nferrada no seu recaio, ao? HSus m:Ll rntcndidoR eicrupuln^ da familin, a a luH'fUtroH pro rompei tos, nfio trata de ga« nUar a vida com o trabalho das BUA4 4nãoa. O que acontoife í o quo fiO vfi a cada pasto, i^uaodo lhe fnltam o<^ pnoe ou irniRos mais velhos para a manter em nua ociosidade do portnfl a dentro, quo poderfi ella favi'r no miiEido, í<eiu elementos de luta e de traba- lho? Aa onn.flequenfiau donsri educíioSo erra- da nTio se raxem esperar.

E' pr^i^isOi é impr^&cendivel, ú urgente que os moc^j? fialrinaü tomem a aerio cstd^ DOUJíae, encarem esse pTobloma oom d''«LXR- floiubro a ponham hombroff íi taraía â\- apr»?»- L^er «ilgunici i^ni^a, de adnptar uma profi'4São> pjira exTrabir delia OR rvcuruns ncci-süLtriofi para a »UA qub'!ivl»ii'-ia, por BJ tà, o sem ooa' tar com o niihillo doa pavs^ E^íRD eaforc*' do- pi^ndo d"lln^, eBth vii>io, maa depeude igual- mente doR pões, qui^ as devem encaminhar, preparando-flS pura o fuTuro. Emquanto, pO" rcni, unH o outroa se mantém inertes, é mis- ter que haja a1|;ruem que, peln sua poâEc^io na BViriodüde, pela ."lua fortuna ou pelo seu proillgio peMoal. tenha n ImViativa do abri- giir ar^uiillaH que ne^e^hilnm do abrigo, para que se nãíi percam, pnra que se não dcRviem <1a oaminho da honra a para que níio propa- Uiiem, prio mfLo exempla o descaminho das outras,

O hom eiempLo nos vem da Bahia, A pie- dosa iniífialiva dp tfoiis. Flaviano Oaorio Pi- iiipatcl deve fruetrítear em todo o paiz, em tüá-.\^ a*r 4;JdadoB o capitães,

yo>< Ahylojf que exit^tiam na Bnhla, as craBnoa« rbugadaa á maioridade, eram de- pois ompreiíadn" eomo cmndas do servir. Ora, á L^res^ão do "Patronato das mocaa pobren^' teve por fim acabar .'oru OJííIO estado do CDL< KaSr dnudo um as^lo k orpham e garaatln- do-lho, maia tarde, am meio de aproveitar o trabalho am que -Rfl exercitou,

Na "'Proleclora dai mocas" aerjio crea- das offíeinBH de roíturaa, da modi^tas, para o trabalho domesiit:o- etc, de mndo que aa internadas dnlli se rotirem com babElItncüea para d^nas de «.'asai, goveroantes, daciylo- graphas, etc,

O peiiHamenlo de que eMfi dominado MoDs. Pimentcl 1^ dos mais nobres e tem me- reoldo garaea npplauso^, tanto quo e^ià sau< do flffiaHi/HmBhta amparado por uma com- mlR^^o de distinctas senhoras.

O ediJicto ficaií siluado na rua Dr. Sea- bra, estando comprado o terreno, devendo aa o1>ras ser iníciadai em breve.

A oonstruocão sorã simples, asm luxo, co- mo ee 'cquer am uma oasa para tal fim.

Referinâo-ie aos auxilies que Ibe pres- tam aa damaa bahianas, Mon''. FlmenteJ af- firmou i>er notável, merecendo PLIBS e não alie as benvams de todas aa qne recJamAm. uma casa debsa ordem.

■ ■ O Irebalhc dat mulhtttt na Inghhrrm

Nunca, porventura, se cuidou, antes da jiuerrn, que n mulher roaee capaz de Inota operosidade e dJípuieasa de tão múltipla* jipiídòes para o trabalho- Quando o homem, na Inslaterra, sa moblJisava para a campa- nha Dontra oB paizes aJlmdos dos Impérios Centraes, a mulher era chamada a bubsti" tulf-o ; a principio e«sa subatltuiçiLo «ú via feitA quando tta suppuuha que clJa era capaz da tarefo. Mas, oom o decorrer do tempo, fiíE-se verificando que ella possuia apljdosR eguaes b.9 do homem, e, em muktos caioK. superiores, mestno que ic tratoBte da pro- Ss^iiea prívatK-as do AOXO lorte-

8ú agora é que se poda verificar, com a publicação das ultimas oítatjsticas em Lon- dreB, o numero de mulheras que eubiitiruiram oa homens durante a guerra, sendo provável que ainda Ba msDlenham noa cargos qna occupnm.

O governo briUnníco m^aba de publioar um livio branco n reRpeito desse a^isumplu. Vejamos um resumo deasa eatatistica :

"O numero do mulheres que tomaram os loiE^ree doi4 homens Bttinf[lu a 1.5JG.000: dsa quaee 531.000 BÜO clssarFleadas sob «Endus^ tríps» ; 352.000 Bob «Commeroiü- e lâT.COO sob ■ EstubeleaimentoB do icoverno».

Al^m disHO foram collonadas í.532^000 mu- lheres e meniiins, divididas naa seguintes olaases: induatrias &n7.liOO; oonmereio, . ££4-000; fiSlabnJocImentua do governo, III7.D6U- O auifmenlo mais noloval, nesssi espherBs de trabnJho, onde DB mulheraa não arara an- lij^amento empregadas, fai nas eompAnhíQ^ de gnz, Bffua e utilidades putib^Sí, onde an- toB dn ifuerra, eram cmprciradaa unlcaoisn- te GOO, Foram encontradas 4.DD0 qubjitiiuEn^ paiii o (iBbnlho maaoulino, a notoa oaigcs creadoi para mais 4.001).

As companhias de t^artíB empregavam, antes da guerra. 1.200 mulberea : (omarsm 17.000 aubstltutas e emprofiaram mais \8 00o. ^o mundo das rinai>cnH o baDcnrio, onde ■nieu da (-UPrra. eram empro^ad^LR oppicu' roadiimente D.bOO mulheres, OB homens fo- ram RUhmlIuldoB por f>!> 000 mulhtiref. eendo emprei^Eidas el^m dÍEBo maJs 133 000, O ínn^- cionalísmo pubhco que ^nioregevc A 0OO mu- lheres. ) ''kdn substituir ÍÍO.OOO homens a oreiii mais 1KI 500 logaras. O narviço ds iranspori'. auj^mentou ss BUIB empregadas de 17.000 pn- rn 174 000, das quses Tít.SOA Ruh^tliuem hn- meuH, A agricultura absorveu 40.000 mulhe- res, encont'eudo empregos pnra mais O 000. O trabalho d&B raparigas un agricultura foi muito elnf iado e, evidentemente, a rapari|*:i do asrapo velu para ficar,

Um milhSo e selacentae mil muibarci BubBiituiram oi homens nas iaduatiJii da Inglaterra f

O funccfonalhmo e ai unhoras hratiUirai

InscreTeram-ae no rnncurHo parn uma ve- lES de est^iipturario na Repartição Gerat dou TelegrnpbOR oito eenboritas, que, eommiídjiD An candidatas a u« loger nu ÕMiiral do Bru^ zJI, perfazem um total de 3a. Nos Correioir do nio oxiBtem Já diversas fnncalonariai, e ae Juntarmos B essas ni que, actualmentc, ffsnham a vida noa diversos Mittisterlcs, Te- remos que iX 6 bem apreciável o numero de repreRentautes do aaxo fsminiDO que oacu- pBiu ou Be habilitam para occupar os oargoi alá ha pouco reservados apenas aoa homens,

Vae o feminismo, como ae vê, nura pro- gresso rnpidEariimo. Denappprecsram aubiti- mente os tetos preconceitos, na estúpidas ou- vençòea e aa ridionlaa praxes que t<> enirs niSa subsistiam. E a mulher, que B6 era id- miitida ontre as quatro paredes de uma sS' colH ou de um ''aIoller> de coaiuras, vO sber- tos amplos borlxontea para a sua activldads. Foi biatanto surgir o primeiro examplo- Q que pareeia extranho' exqiiisito, rjdioulo, passou de repente s conalltulr uma coisa per- feitamente normal, oommura, Daturalissima, como ja o 6, de ba muito, em todos oa palies cíTilissdoi.

Resta agora eaber ae ss mulheres brsii ieiras BO conlantarão oom aa oanquialia quo Já obtivernm. Nto alimentarão ellai ontria ambicSea? A respeoia e diflioilime : qusm^ poda saber o que paniam aa muiberei ír-r

REVÍSTA FEMININA

A prapcíHo </• Jemlnhmo

Uutio >e ttm dito e PBCrlpto Keerra do popel da mulhor na AOdadado futora, Tudo^ porén, lio probabiUdadea inaTB ou meiiOA dcmOdiIrAvela. O estado anormal, ctaado pelq Ru«rra, a ia noTiBíqiienclas que, no nio^ iD«ni4, deaorrcram deUa, d^apertam na ima- ^íPBQKO doe peneadores novos elementos de ipüa^aQlo. E' possível qrm a. Büaiadade fu- turp. umJL Tfli norninllsada, voUo a eer o que erad'Bntfle; 6 poaalvel também qtifl o Bopro dl revolução, partindo da Huseia, Inu- oe o confliolo a todas as nacionalidadeB. Nea- iB eseo, iDodiffcrfdsfl, de alio a baixo, aa na- ^ea, a mentalidade — para usarmoe do To- oabnlo da Trmdn — a tneiitalJdado individual nodif^esr-se-iV notaTelmente. Se laaim o for para o liomciD, Dio o aerfi menoa para a mu- lfa«r. Vtt, eeJD como for^ fluata-noe a orer que a muiber adopte de Tex e permanenla- luenta n fittitud« que aseiiniiu, Forçada pe- las contlTiiíencinfi do aonflioto mtlndínL O 4ina é irnia provável é que elln volta a aer o qiie nempre tot, embora tnenos eearaviea- da que antoa, um pouco maia senhora da BUA voaUdo, Dom um pouco rpaia do reepon- Habilidades na parte de Juta que )bo eabe nu Tkili B com um pouco mnia da direitos^ Hae tiiâf isao s&o probabjlldadeB, O que noB repugna aoredltar é que «lia poi^an sub' fltitiiir o boinem em todas as actividadea que, atâ agora, tâm aido privaiívae do sexo lorle.

A propósito deiiee aseumpto, deparou-se- ■oa Qm intereeaanle arl>go do dr. Mnrín de Alencar lob a epigrapbe «Cresoite et multi- pllcamlBi». EJle âj Hobretudo, muito oppor- IDUQ. Bilo :

«Oapour^ado de entendimento devo aer en, PJB0, muito embora, aompre direi o que peneo deEAa ostravaganola que ee aonvon- QlonoD obamar da feminismo. Como todas B9 eatriiTagvnoiBti, asia achou prtaelirloB e vao teudo o louvor doii que se envorí;onb&m de nlo p^irtiUiar as Ldéae ruidoaaa da. maioria, B yaBÍia ee fH7:em as maioriae. Eu, porém, folgo de peuaar por mim meamo, aeeundo a ^labi rjxiSo; e na minbn razüo podem mala os BTifUDientoa que os arBumentndorfs.

pouco se me di, por exemplo, que na ' ioglaterra, que eu admíio a ealimo, o nos

S^tados Unidos e em breve na Allemanha e Bo reilo do mundo, a muiber eateja equipa- rada ao bomem para o uso e ifoso de todos oa direitos e funcfi^ea SDC^nes. Para mim es- sa «qufparacAo é tfto absurda eomo seria o reconbeaimento le^al da msteTnidade maa- Dulina.

A nalnresia^ qun á autoridade incontraa- Uvel, formou s üirrcreoca dos seTcos^ a es- talaiu-lbea aa necessidades respectivas, de qne resultam attributos difrerenoiRea com praroESilTAB bumanae, o eonaoquontemeitie oapacidadea diveranu. E ainda abi procedeu ■ naiureiH por f^inlidade de aelocçSo e de proereaao. Na aninialidAde inferior, e a orer na Bib^JB e em Platão até no bomem, a ori- gem lol a (Jonfuaào, Separados os aenos tor» aou'ae poesirel o amor e a barmonia, que eio o instfnoto e a íuncçâ^ doa contrários, ■omo a eontrarledade na eapeeie 6 a eoudl- qfto do seu aperfoiçoamenlo.

Que pretendem, no emCanto, ou }á aatao laieudo oa hoiaena agora? O oppoelo da natureia, o opposto da perfel^âu, a marcha áAvartida da contrariedade para a egualda- da, da difíorenoía^io para a confuaSu, do •nojr e da harmonia para o desamor e a desordem- Kn^anam-ae, ooneiderando o »o- oepeorio como principal o Aocídeote como a eubfitaucici, o contingente como o neceasn- rio, a enDcpv^o como regra, a perveraRo co- no naturplidflde ; e atlirmam oontencidoa — ■i convciiüLdos — a egualdade do bomem e da unillier. R eu contcãto que nâo ba. egunl- úade. O bom^m 6 pjie, a mulher-6 mãe. São phjsiologicamFute diFíerenles, e pEycIiolo- fritameiite e socItLLmente bão de ser dlffo- ren^ea. E nesta dilferença ee firmou a cona- titoioao da iamüia, o pela família a da so- ai tdBde.

CoDcluir-ae de oceorreneias excepeionaes, eomo ■» desta guerra, em que a mulher eierueu por império do momento os TDíBI^- res ROCJaee do homem, nos quaea revelou virjiídade moral, apjlidnde muaculur, pericia tccL^i)i<iJ4p r^BÍstcnciu physica, concLuii-^e da rovüioçíio do qualidade^ eociaes e prífiaaio- ni^ea que a mulher p6de e deve subAtitutr o bomem ou equipArar-ee ao homem no des- empenho do papel que a eate coube pela ordem doFi faeioa unirersaos e inclinação da natur^ia, é de uma lógica vioiade, que, a aer aeoeUa, imporia, pela força do exeepcio- □ iJ e do particular, a aoceLtaç3o do bomem

perrertldo, affemlnAdo* doavasonlIiAdo, pa- ra o papel Que a naturf/B e o curae da his- toria deatinaram a mulher. Seria forçoso também admíltir como normal o permanente o eatado de ijuerrn, que orit-inou aqueUsa manifestBçõeB femininsa excepcionaes-

Terminada a ijuerra, que é ebuliçSo e desequilíbrio, tudo ha do voltar fi normali' dade e ao estado naturat. A aguii qus ae fea Ttpor, e adquiriu vlolencta para renaer a gravidade, oongela-se e borbulha em gotas, e â de novo a brandura, a liquida?, a obe- diência do elemento primitivo, Aasim, ■ mu- lher dtapa o seu uniforme, tire a blusa e as oalças mnehas, e voEte p^ra a lareira, a sala, a aicova e o quintal da aue CB^D, a ser a dona, a esposa e a mSe. Eu quizera meamo que ellB renunoiasse aos officioB, que, em- bora compatíveis com i aua delicadeza, & sua dOBlrPZB, a eitn perspicácia, a sua dlli- genoia e a BUB fomíuílidade, eomo eão os do m.igíaterio o dae ofílcínas de coatura e daa lojas, ^he nfreiçoani mal o teor da vida.des- enraiaando-a do lar, envaldecaudo-n n;v niBS- Duliiaç^o eepiriiuBl. emboiando-lhe a senai- bi (idade e adormece udo-lhe ou perverten- dolbe o iostineto especifico. Ituata que a miséria ou o deaaaso dos homens Jà tenham imposto Bobre a mulher a precisSo de. para ganbar Tí vida, violeDlnr o encurvamento do eeu ventre. Porque ha de aindn a conscien- eía doa homens poMticos estimular e faoiUtar a deanBtumda exoepçSo que já faz a mulher, que, em toda -.x série daa femoas animacs, 6 a un>aA □ praticar ou consentir no deenínba- mentn da prole? A beeia^fera nflo acceila- ria o beneficio da creche, e onde € mafs fe- ros é no amor da cria, no aacrificlo e na ab- negaçfio da maternidade. A solicitude umbi' licaL da ninhada é que preserva a eapecla , e, todavia, oa homens que ostentam a obri- garão social do Estado pela b^giene e pela inatruc^Eo. rebaixam a creança humana & oondiçSo de pintainho, qua p6de ser artifl- eialmentfl incubado. E nlo é muito queidea- liaem também a alasae doa galloa-eapiSea na sociedade humana. O que se deveria promo> ver, ao contrario, é que o labor da mulher fosse caseiro e lhe não de^viasBo o ouídado a s vigilância da sua fuacçrio esgrn^a-

Negar h. mulher a egualdade Juridíco-Bo- cial com o homem nAo implica o pensameu' to de que alia lhe é inferior. E* aó differen- te, o porque é dkfterente, eqüivale ao ho- mem, ei por vi-ntura trBo vi^le maia do que olle. Na verdade, coube-lhe tudo o que hs de sublime e puro no seu deaiJno doloroao de ser mãe ; tocou-lhe a fraqueza que Iho inapirou a aabedoria da bondade ; o aenti- raento creolbe a finuro da ínlelligeutia ; a lórma deu-lhe a passividade; e do seu con- JuuDto e da sua contingência emauB, como da fonte, o carinho do que o homem tanto precisa quanto a creança praaisa do leite iQB mama noe seios mstaraoa-

Ao homem, a luta, o trabalho manual, intellectual e político; ao bomem, o dever penoso de partilhar o concertar as paix^aa ambiciosas do mundo publico .' fi mulher fí> que o que vale tudo iaao, o seu papel de mu> Iber, de amante e mBe, formadora da lnmi< Ha; papel tio grande, tSo nobre elAoexclu- aivo que, pela sua algnifjcação e eussoonae- quenoins, B6 SQ simbolizaria bem no mylho de Allafl, a soerguer noa bra^jos oniuudn. O feminismo teria por Byinboio a alIucinaçTiO e a oonfuaio das Danaides.'

O ^io da» mulheres em França Ae maia importantes inslilniç^iFs femini-

naa, em França, entre aa quaea ae deatacam o Conselho Napionat daa Mulheree FrRuoe- ZBS. a Liga do Direito do Voto daa Unlberei', a Unilo Krnnceza das Mutberea e a Socieda- de de MeIboramoDto da Sorte Feminina, Fi- ■ersm fiffixar naa pnrades da cidade de Pa- ria, aasignados pelaa representantes de to- daa estas instituições o por madame Julea Siegfried, presidente do Conselho Nacional das Mulbeiea, grandea carlazea onde ae l^m eates dizerea:

A mulher deve votar £* seu direito. A lei 6 A expreasBo da von-

tade geral. Todos os oidadSrfS devem con- correr para a sua lormaçffo. (Declaração do» Direitos do Homem, artigo (>).

E' seu dever. Ninguém tem o direito de se deaiiiLereHsar peloa negócios públicos.

E' seu lr>tere$se. A lei politica, não cogi- tando da mulher, a lei oivíl a tornerja infe- rior e a lei econômica a eamagatia.

E' o Interesse da fainJüa. Libertar a espo- aa da Incapacidade que peaa aobre ella, é ■agmentar a sua dignidade o reapeito qu« lhe devem os líihoa.

E' O Inlerease da aocledade. O livre e eom* pleto desenvolvimento de todas aa faculda- des indWiduaea è indfepenBavel ao progrea- Ho Bocial e & prosperidade do paiz.

E' o Interesse da raçâ. A mulher d a pro- Ceotora natural da infância, o adversário ir- reductivel do alsoolismo que engendra a tu- beroulose, o vicio, a loucura, o crime.

E' o Interesse <Ja Patrja. Para ae levaalar dse suas ruinas a França precisa do devota- manto de todaa aa energiei).

As mulheres jfi votam na Inglaterra, na Suécia, na Noruega, na Finlândia, na Aila> roanha^ na AuaEria, na Polônia, nn Bofaemia^ nos Estadoa Unidos, no CanndA. na Austrá- lia, na K^ova Zelândia, na Dinamarca.

Ae francezoa devem votar em 13J9, • ■ ■ Uma cserlptora haipanhoía

A eseriptova hesponhota ConeelçBo Jime- nes de Flaquer, uma daa mais brilhantes e operosaa dentre as mulheres intelleatuaea ds Heapanba, morreu, ha dias, em Buenos-Al- ree, segundo notieUs que nos chegaram de Üi-

EacripLora de talento e dedicada ao Gri^- balbo, a exiinota aollaborou na imprensa ma- drileua, em revistas; escreveu criticas « obronicas ; TOíU b. Argentina para vJsUar, tnmbem, as outras naçOes ibero-omericanaia publicar auaa i[npro&sõea de viagem, porãis fixou-se na capital porteüa, consagrando-sa aos principioa da propaganda fomtnieta.

A ara. Conoeiçào J. de Fjaquer perten- aia ao grupo Entellectual daa auas contetnpo- raneas, sras. Eva CBUO], Bmilia Pardo Ba- aau, Goncei^So Arenal e Maria Guerrero d» Man d aza.

Eacrevia com brilhantismo e se interea- sava, como a sra, Arenai, pelas quêstíSea po- litions, eoonomiCBSi phllosopbicas e eooiaea-

O Comitê da Aasooiaqào Feminina de Bua- nos-Airea praslou-lbe aa devidaa honraa la- nara rtaa,

.*. Onco milhões de mulhertt

Segundo um Colegramma de meados do mea passapo, o ar. Clemeuceau^ preaidenie do Consalho. recebeu em audiência a senho- ra Charles Faron que, em uoaie do Comltfi^ de Proteccão fia Mulheres na LegUlaçüo In- temaãional, lhe Fez entrega de uma moção assignadH por cinco mLIbõoa de mulherea nor- ti>-amerícanas, pediudo um accôrdo com as mulherea francezaa, bem como puniçjfo de todoB os inimigos apontados como ciilpadoB de attentiidoB aos bons coalumes, devendo assim aa mulherea maltratadas ser consida- radas como feridas de guerra.

ATE AS CREANÇAS Sabem qual é o me- dicamento de inteira confiança para dar- lhes saúde e robustez:

A incomparavel

EMULSÃO DE

SCOTT Recasem-se os

Substitutos

REVISTA FEMININA

JARDIM FECHADO (^tila 'itcfãa pubUearemei ptijutnai comniun/safSgt de nosiat lellorai, bem coma ptoJucçiei

Ulttarfai çae nSa excedam de 30 t/nhai tm ptosa e dt 14 em etrsa.

(5' noiio Inlalto daienvolaer aulm o gaila lãeiarlo enirt aí íetíoras e fatilSar-lhtt uma eonapon-

dtncla ulll e Inleiesianie. As proJacfiei llteiailai deotiàa itr auignadai, um o que não lerío puhUcadat.}

Qcnlli colltgas

A coisa de que mais goalo é a poesia. Poucas pessoas haverá, da minha edade e do meu sexo, ^ue tenham lido lanlo como eu, E como sou leilora cuida- dosa, quando leia romances, novellas ou poesias, não o faço, como usam geraimenle as moças, pelo interesse do enredo, doa episódios scnsacionaes e do deslecho. Leio OB bons autores, meditando cada pagina, demo- rando B minha atlenção na ^yjitaxe, no emprego do vo- cabulário, noa conceitos, nas observações do autor, em tudo emfim de que possa tirar proveito para a minha cultura. Em literatura portugueza e brasileira pouca coisa restará para eu ler. Nunca cultivei a prosa, mas acho que, petos conhecimentos que lenho adquirido da lingua, poderia cultiva)-a, compondo contos, novellas ou chronicas ligeiras. Não faço porque nunca me senti tentada para isso. A minha ardente inclinação é a ver- so. Só o verso, com o seu rythmo, com a sua musica, com 3 curiosidade cantante das suas rimas, é que pôde traduzir ceilos estados d'alma, para os quaes a prosa é um instrumento bem frouxo. Mas eu amo o verso como 03 batracchios amam as eslrellas, sem nunca con- seguir alcançal-as. Nunca consegui compor uma estro- phe que sahisse ao meu gosto, clara, perfeita e bri- lhante. A'3 vezes parece-me qnc o verso é um Instru- mento, como, por exemplo, o piano, cuja aprendizagem nSo depende somente do gosto e do esforço, mas tam- bém da escola e da lechnica. Ora, o que me falta é • technica e a escola. Haverá algum compêndio que ensi- ne esias coisas? LI a iVersiíicaçáO', de Castilho, e não ■ne bastou. Achei-a rudimentar. Que haverá, no gênero, que me aproveite, facilitando-me a composição dos versos?

Que poderão as collegas desta secçáo dizer-me? Actuaimente ha. em S. Paulo, uma pleiade de poetisas, dentre as quaes as que mais se destacam é Altair Miran* da, pela graça ínconlrasiavel das suas poesias e pela em- baladora melancolia de que são saturadas.

Ha outras também. Gu, para falar com franqueza, invejo-as a todas. Como eu me sentiria feliz ae pudesse VBsar no verso todas as coisas profundas em que eu penso 1 E como me sentiria feliz se qualquer das nos- sas poetisas se dirigisse a mim, por esta secção, ensi- nando-me, em linhas geraes, a maneira como eu pode- ria realisar o meu ideal I

Aqui Haa D meu appello. Clatlia — Casa Branca.

Queridas sodas

Espero que me dem, lambem a mim, um pouco de attençio e me forneçam os conselhos de que estou necessitando. Sou moça, tenho vinte annos apenas, e apezar da minha magreza, tenho o ventre um pouco crescido. Náo é muito crescido, e uma símpies cinta basta para fszel-o desapparecer, mas como sou magra, nio sei porque o tenho tão desenvolvido. A principio, cuidei que fosse excesso de nutrição, e tratei de me alimentar o menos possível. O resultado foi emmagre- cer mais, mas nem por Isso o meu ventre diminuiu de veiume. Se alguma das coilaboradoras conhece o meu caso, queira indicar-me o remédio por esta secção, que lhe tlcarã muito grata a amiguinha

Sertaneja—Llertmtnta,

nmlguinhaj

Aqui, na zona sertaneja em que viío, é corrente entre as moças que o uso conslante do creme «Simon* ou de qualquer substancia gordurosa no rosto, faz de- senvolver os pelloB. Será isso verdade? Eu, pela minha parte, não tenho observado nada de anormal na minha pelle, apezar de usar ha muitos annos esse creme. Se as amiguinbas sabem alguma coisa a respeito, g<7Staría que me esclarecessem.

Lauilnk a— Calaguates. •••

nalr Veiga

Nos últimos números desta revista nio tenho en- contrado, na secção tio interessante que tem por titulo -Jardim fechado-, a continuação da "enquète" iniciada pela senhora e que tanta curiosidade despertava. Eu lambem me interessei por essa graciosa aecçâo e era a primeira que eu lia, logo ao receber a revista. Será porque as coilaboradoras já se cançaram de sonetos e deram pòr terminada a tarefa de organisar a sua selec- ta de sonetos brasileiros? Não sei a que attribubir es- se silencio em forno de uma queslão tão curiosa. Seja- me permittido contribuir, com o meu conlingenie, para pôr em foco novamente a "enquête", e para que ella não fique esquecida de todo. De todos os senetos que tenho lido, o que mais me agradou foi um de Raymun- do Corrêa Intitulado "Despedidas".

Eilo: Luela ter* um deaniitla BO nioinenta E!in que AafriiLO partia ; IL laun Aljaa, I)B AUrado doípcdlnda-ae, lha iltis«: — Vae, qua oomtlgo va« meu p&DBurneiito.

Vm -lulis B .írtliur uni çravB iuta.meutO; B Atnetla. num accseso da doidi.^a, Jurou ijuo, s-a AntenoJT uuo luaia A. viait, £íão n'n. veriam mniü que num oouvento.

~~\ Tu, uíLa ; nom ds«ie glhii o azul celotL* DaimaEou. nem de phr&aei prario estudo, Como ai outras riiecam, tu ticeals;

ijuando eu parll. tau lábio nslava mado; lu, formosa ElaatrliE. n^iila difisvr^te, Maa, iam na.la diiar, dlateala tudo.

Esse soneto pertence ao livro -Versos e Versões>, do grande poeta, hoje exgottado. Conservei-o de cór, e, agora, ao reproduzil-o de memória, esqneceu-me un dos nomes próprios. Na primeira quadra coiloqnel, por minha conta, o nome de "Alfredo", mas pnrece que não é esse o nome que o poeta usou, e provavelmente errei em outros nomes. Como não tenho os «Versos e Versões- e não sei onde os encontrar para verificar a exactidão do soneto, peço ás minhas queridas collegul- nhas, se, a caso, o coniiecem, corrigir as subsHluiçGcs que, por desmemoria, fui obrigada a fazer.

ÍKhSiInha, S. Pmila.

A' lodii ai amavcii arnieuÍDhu do nmu "JaitÜB", dinja hoje duai peiguDli] Je ialareiia pratico a gsral. Da cerlaaa A» itacar-moi idíai.

1. Sa voi lamardat. poi acaio. pabrai, qua cirreiia eicdliiriit pata lanhar a voni vida e porqui?

2. Se voa tornardti, ponreotura, rica. EB que conugiiicii ■ votu vidi e porqua 7

Aguarda muitu e piaireílauí rcipoiüu a amiguinhB

DMcilvado 22 Maja 919

REVISTA FEMININA

Rosas e lasnlns

— Vou coDt>r-la eomo tam (Ida mlnbB vida tté boje, diiia uma foimoliB^inv ross rubra a um mlmoao a ptriumado jaamfní. MlnLin ■nSa. 1 roseira de que sou Iruclo, foi Irailda de um longínquo pati uor um! afluhora uoi (amo idoea H uma sua fillia, Esta, reogben- ito o piíiente e ouTindo <e paiarcas da alnglo qua a mie pronuD' ciuvEL a respeito da aapeale tio que aii ara oriunda, mandou Immfl- diatamcnia uma creada robusta a bonita dar-Uio H^i^aDm na aeii peqt]"iilQO uiaa ^rauioao Jardim, recoiumandando que iiSe a deixaa- ae privada da A^ua freaoi. porquo o aol era quanta o naluraltuan- te um flilor Burtocnnta reinaria duranla o dia, 3ando poli a roaai- rn ninlia progenitora Intada como ara, ialo S, oom Iodo o aarinho, quix racaibpoitenr aoa donos do jnrdlm an que VíTíB e zi5o tardou B faief rabenlar utn parfuuioiro a lindo botãoaEnbo, Era eu. Tinha neaa) edada por eoberU um manloslrlio da bisoB eOr da egmeral- da, lallo por minba uamfl ; caaa mauLoBlnho earfla para proteger- ma dta fortea a doiradoa roioa do aol ; porém, A medida que lui craeccndo e aomo eil& nBo pudeanB areacer eommiue, JA u&o ine aerria maia : eatara IrCBndo um tanto curto a dcaaTegante, maa co- mo «ra um egaialho que me dera mlnba mamãe, não quii dallal' o [6ri, conaarTando-0 até boje. Agora, qua foram In^ratoa para com Biinba progeultora, roíibaitdo-ma a ella, que me OBtenta?n aom tanto amor malBrnal e orguibo, n3o aal que fim Irei ter^ Imagina tu, latmim. qua a lilha da senhora dona do jardim, ha uma bora ■trii, M daante do espelho e exclamou aa sanuinlee palairaa : .Uamieainfaa. como Ileará baio na minha íalUtle de nauiuk bran- co aquellB roaa rubra que Be acba ataetla na loaelra dada pela TO- vSililiB !• E dito e feito . . .

HiBae momoiito lindouee a lenta TBlan ; a mncSnba, a cujo cin- to atriia de ornato a dita rosa, loi conduaidn pelo brago de um oHTalhairo a uma aadalTa a, na oBuasiBo do Joven deixal-a, ella daa- preideu. Dom toda a gm^a, a roea da elntura e daua ao moqo, que, para ratribuli, deitou-lh» no ragago nm treaco jnamini.o mea- mo que momaotoa anCea OUTíD de aaaa de afu frac m biatorla DOD- tada pala roea a tencioiiaTB narrar lambem a aua.

II

O baile nlo ae Iludára ainda a continuava cada vez mala ani- mado. Nio tardou que a orcbeelra repetlise a meama TBIDR e que, -da nOTo, o meAmo par ae contuhdiaae com ea demais no turbilhão dl Biegrla. E. oulra Tei, o Jismln a a raea sa anaontraram frente a frente.

Ao aom barmaniaao dessa Ttlaa lenta, o Jaamlm cumpriu o que proraellera a ai próprio.

Falara aasim : - Hoje é qua eonbeei o mundo. Tfaicl e crlel-ma entre a dou'

■a lelhat-em que minha mEe poaauia para defenderme daa abe- IhBF. Eatas, por malií que aejtiBsem o delloloBo perfuiDe da u}inhBB aeliterBa pétalas, nKo puderam penetrar no reoBcto em quu me achava. A' noite a folhagem se abriu e eu respirava livremante, ■saa não via outra ooiaa Ben9a eatretlBe, Hoje a mio delii^nda de un jovan, mala poderosa que aa oatorcadas abelbag, descobria.ma i lui da aol o, encantada oom mjnbha beileia, cortou-nja para que BD, eoliocado no aeu frak, CBp&rgleaa meu perfumij pelo ar diapha- no desta aols. E, bn. pouoe, fui tranaporlado para eate lugar afim de confirmar o amor que oa olboa, Üa reaas BDfanadoraa, pareciam demonatrar ao deaanrolar da primeira valaa.

III

Oa cenvldadoa Jü ce hftvlnui letlraâo. apus lanta meiiL da da- ccB. A easn voHlira. ao silencio habitual.

MU aatrellaa juntavam sua luz t. da lua e, tranapondo a vane' liana, iam allumlar tibiamenta o quarto daa teoem-tatadoB.

Klle, ao pâ da cama. nntea da deaplr-ae, tirou do bolao uma lin- da caliinha forraúa de setini a d'ellii retirou um objaote reaequl- ilo, qiiaí.1 informe, ijue apresonlou í joven aEpoaa.

i.lla, por tüa ve/., bnarou no paacoco um anquisbo da aeda pra- ia, deade ha muito, em um cordão de ouro. Rompeu o a encontrou om pú escuro que daapejou sa caixinha do marido.

& ambos disseram : — Hoje, que noa uirimos parn sempre, em reunindo em um a6

depoalto os saus reatoa, rendemos um preito de giatidão k esta ro- aa e a esta Jaamlm, as primeiras testemunhas do noBbO amor.

Triad.->.de, Uinaa.

D ESPELHO

Irmt RiMro.

♦%

O espelho é a IraducçSo da verdade material na sua mais peregrina expressão. Quer se chame Psyché ou simplesmente meltído em um quadrado de lalão, re- tlecte com impeccavel fidelidade a physionomia jocunda ou lorna, o porte gentil ou grosseiro de quem o enfrenta.

Altivo de sua independência parece fazer ostentaçSs de suas grandezas e dir-se-ia que procura captivar olha- res, e captiva-os eflectivamente, porque todo o mundo insefisiveimente nelle se mira. A historia desse maravl- Ihoso Invento remonta eras anteriores as em que os poetas cantavam os deuses e os heróes, em que as guer- ras eram cruentas, embora não se ouvisst o troar da aTtilharia. já nesse tempo os espelhos incendiarios, op-

postos aos raios solares, faziam arder cidades Inlmigaa, despedindo chispas de fogo.

Modernamente, porém, é o espelho uni utensilio precioso e emmoldurado em esplendidas filigranas dá um cunho admirável de elegância e aristocracia em nos- sos salões.

A's vezes, torna-se até mestre sensato e prudente; ensina aos artistas o segredo da graça dos movimentos, a esthelica, a diffícial arte da caraclerisação.

Dizem que o celebre Sherlock Holmes ficava mul- tas horas a se mirar ao espelho, ao qual devia a mõr parte dos seus tríumphos.

Dotado de generosa discreção, tudo mostra, tudo reflecte, tudo vê e permanece quedo e mudo como liaa superfície de um lago, bem diversamente do "Espelho do Princepe do Mal", como conta a lend^: —

Certo dia, o inimigo do bem estava de bora hu- mor; confeccionara um espelho que possuía uma mara- vilhosa propriedade: o bello, o bem, que nelle se re- flectissem, desappareciam quasi totalmente; o mal, o desagradável, ao contrario, tomavam proporções exces- sivas.

"Como é interessante 1" dizia o príncipe das tre- vas, comieinplando stia obra.

Quando algum pensamento nobre e piedoso attra- vessava o espirito do homem o espelho se encrespava e tremia. E elle ria, ria de sua gentil invenção.

No auge do enthusiasmo, começou a percorrer o Universo com o famoso espelho, e, ousando como nin- guém, voou 305 Céos para Eombar dos Anjos e do bom Deus.

Quanto mais subia e ae approxímava das regiões celestes, mais o espelho estremecia, por causa dos ob- jectos divinos que nelle se reflecliam. Continuava, en- tretanto, a subir mais alto, mais alto, afim de chegar junto dos Anjos e de Deus.

Mns, de repente, estremeceu de tal modo que lhe escapou das máos e cahiu sobre a terra, de?fazendo-se em milhões e milhões de paites-

O vento espalhou esses fragmentos atravéz do vasto mundo- Muita gente recebeu essa funesta poeira nos olhos. Desde então, viam tudo mau, tudo defeitos e imperfeições.

Outros minúsculos estilhaços desceram aos cora- ções de muitas pessoas e estes corações, de generosos que eram, tornaram-se desconfiados, frios, repassado» de ódio e rancor.

Os restos da obra satânica subsistem ainda hoje; D espeibo era muito grande, o vento continuou a le- meal-os através dos ares.

O Chrístianismo em sua irrefutável sabedoria creou também um espelho, porém, infinitamente diverso do espelho da lenda, deslumbrante de pureza e formosura, radiante de luz — a Virgem SS., invocada pela Igreja na expressiva phrase — Espelho da Justiça — Spéculum JustitÍK.

Lago

OL 1 quanta inanaidao. quanta doctua neste encantado espelhe lueidio, l)a Dgua que aitando rae, trepida • pura, a produzir um leve murmúrio...

i^uando eitt,, Biuita vei, qugde,a atvadio, ■^ qua penaa lalveE numa vanlnra... Qósle tanto de val-o aaaioD. aoiobilo, mala indelaiita e di maior ternura!

Xuvana do azul esi^lo-aa a correr nesta iigua immoTal, clara, ndormtolda, que })araca TÍver e Dno viver.

E's telii, porque ni.o, lago bemditot Ali I quem me dera, como tu. poder adormeoar a deapartar num mytbol...

Eíangtllna Mala CtflemIL Olinda - 1619.

i

REVISTA FEMININA

Num quarta mobiliado de um hotel de província passavam juntos os dins, fechadas á chave, em téle á téte, um cãosinho rabujento. rcsingueiro, lodo ennovel- lado na cama ainda desmanchada da sua dona, e uma creança definhada, os olhos desmesuradamente abertos, collando o i^allído rostlnho á vidraça fria-

Tinham ciumea um do oulro; nunca brincavam juntos; odIavam-se InstlncCívamenle.

A's cinco horas, todas as tardes, a actriz voltava do CasJno. A creança conhecia-lhe oa passos na rua ; o câo reconhecia-a pelo tic-tac das bolinhas no corredor; e ambos se precipitavam para a porta, um ladraido, o outro gritando : °Mamã ! mami I >, disputando-se am- bos a primeira carlcia.

Era loira, muito loira, olhos de um azul claro acizentado, duma expressão dura, glaclal ; usava um grande chapéu á mosqueTeiro e um vestido de velludo prelo multo usado, cheio de reflexos brancos, todo amassado.

Mal a via, o cão saltava em volta delia, todo con- tente. E a actriz abraçiva-o, enchía-o de caricias.

— Meu Jiimlnho ! dizia. Meu bom Jjrmlnlio l E cobria-O de beijos o focinho, e o peilo branco

« frisado. De pé diante delia, e cabeça baixa, o coração

comprimido, a creança esperava a sua vez. Ah I quantas vezes o pobre pequeno esperou inu-

tilmente ! Em compensação era regularmente castigado. Se no aboirccimenio da sua solidão se entrelinha a pln- turlar uma gravura de modas com o carmim que a mãe usava para os lábios, se entornava a caixa de pó de arroz, se fazia emfim qualquer pequena diabrura, a actriz cncolerizava-se, batia-lhe.

— Olha, Polisson, (era alcunha do pequeno, o único nome que elle conhecia), ouve bem dizia ella; se conlinuas assim, a abortecer-me, não te quero mais com- migo, e vendo-te ao papãe.

O Polísson, suspirava, afogado em soluços, a idéa de partir de nunca mais tornar a ver esla mãe capri- chosa', por quem linha uma ternura enorme, tranabor- dante, muilo grande para o coração de uma creança.

Quando o não encerrava por castigo no quarto escuro dos despejos, a mãe pegava-lhe ao collo, bei- java-lhe apaixonadamente os ollioa, a bocca, e ás ve- zes prendia com uma fila os caracoes loiros de cabeilo do filho ao pello frisado do câo, dizendo :

— Quero que sejam muito amigos como dois ir- iníosinhos,

Mas eram raras estas phrases de ternura. Quasi sempre jírmlnho era o preferido. A' tarde

quando O cabelleireiro do Theatro vinha penteara adriz ella fechava a creança no quarto escuro, e elle ahl es- perava immovel Irisiemente, sentado a um canlo.

Durante esle iempo o câo, livre do seu inimigo corria, saltava alegremenle e vinha ganir á porta do cu- bículo, como que a insullal-o.

Quando chegava o momento de voltar para o thea- tro a actriz pegava no seu querido Aiminho e levava-o. E Polisson sem luz, por causa dos fogos, mordia-se, ralado de ciúmes, deitado sobre o canapé, sósinho.

— Se elle morresse, pensava, a mama seria mais minha amiga ...

E a Idéa de matar o cão lomou corpo no seu es- pirito. Meio esguido sobre o canapé, apertava o traves- seiro com ambas as mãos crispadas.

— Serei eu capaz de estranguial-o f A» lagrimas, quentes, caiamlhe no peilo nú, mas

a idéa de que Arminho softreria muilo antes de morrer, dava-lhe uma consolação.

Um dia, ao aÍmo{;o, bebeu café ;8em assucar, es- condeu esle na algibeira, e apenas a mãe sahiu appro- ximou-se da Arminho com muitas festas hypocritas.

O cão tinha-se enroscado nas pregas de um pen- leador, cahido aos pés do leito.

Só se lhe via o focinho, onde destacavam doía olhos redondos, negros e vivos.

Começou por ladrar, mas vencido pela gulodice, sahiu do seu ninho, lenlamenle, levantando a cabeça, escancarando as guellas, e esperando o manjar que lhe offereciam.

Então, PoÜBSon, inclínando-se como que para afa- gal-o, poisou-lhe com brandura as mãos na cabeça e, bruscamente, apertou-lhe o pescoço com os dedos cris- pados. '

O cão eslrebuchou todo, saccudido por ui^ tos- se rouca.

A creança desviou os olhos ; não queria vel-o. De repente sollou um grito ; o cão mordera-o furioso.

Tomado de raiva e de dor puxou para si o tra- vesseiro, pôl-o sobre a cabeça do câo c ajoelhou-lhe em cima. Durante alguns minutos O animal debaleu-se em convulsões violentas: depois os membros relezaram- se-lhe, e por fim fícou Immovel.

Polisson ergueu-se tranquillo, sem remorsos pe- lo que tinha feito, mortiticado apenas pela presença do cadáver. Pensou em lançal-o pela janella e dizer a mãe que Jirminho a Seguira e se perdera ; mas lembrando-se de que os vislnhos podiam ver, e resignado pela idéa do castigo, senlou-se no canapé e esperou.

A mordedura da mão fazia-o soffrer e então mer- gulhou-a em água, distrahindo-se a ver o sangue espa- lhar-se á sua superfície.

Ao sentir na escada os passos da mãe, levantou- se para ir ao seu encontro; pareceu-lhe então que Ar- minho mechia ainda.

Mas não, Arminho estava morto, e a actriz ao abrir a porta, não viu senio o fllho que corria ao seu encontro.

Acariciou-lhe negligentemente os cabellos, e, ad- mirada de não ouvir granir Arminho, perguntou-lhe :

— Onde está o leu irmâosinho? A creança não respondeu. — Vamos! disse ella com voz ameaçadora, res-

ponde; abriste-lhe a porta? deixasle-o fugir? De súbito deu um grito. Acabava de descobrir o

corpilo branco, inerte, estendido aos pés do leito. Ajoelhou junlo ao cadáver, tomou-o nos btaços, e

conservando ainda o seu grande chapéu de plumas, abandonou-se a uma dôr eslrepitosa, dramática.

Pailido, os dentes cerrados, Polisson olhava para a sua mãe que beijava doidamente o cadáver.

A actriz, ao levantar-se, viu as feições do peque- no demudadas,'e descobrindo-lhe a ferida da mão, e vendo sangue na bacia:

— Quem te fez iiso? perguntou ella, sacudindo a creança pelos hombros.

— A creança olhou a de frente: — Foi Arminho... Matei-o porque a mama era maii

amiga d'elle. Respondeu-lhe um grito de raiva, E a pobre cre-

ança não sentiu senão que a agarravam pelos cabellos e atiravam para o quarto escuto, com lão grande vio- lência que a sua loira cabecita foi de encontro a umaa- gulo da mala, fazendo-lhe perder os sentidos.

Quando ao Rm d'uma hora voltou a si, nenhum raio de luz penetrava no quarto; treva absoluta.

Mas aos seus ouvidos chegaram gemidos de al- guém que soluçava alli perto.

Ajoelhou então junto da porta e com o coração despedaçado por aquella dõr murmurou, n'uma angustia Inaudita:

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Livros sobre cosinha não faltam em portii- guez; mas todos elies se resentem de um gra- ve defeito : as suas receitas ou são obscuras ou não B5O realisaveis, pelas dificuldades que apre- senta a sua execução. Alem disso, algumas ro-

Envlem pois (eu endereça s a quantln de dolB mil rí!s em lello: e Immedlalanifliita recebireli pelo correio

ceitas que eeses livros apresentam, se são reali- saveis, nem sempre obtém êxito, porque nSo foram experimentadas. Ora, as receitas do "Ada- lius" são todas experimentadas, e, o que mais é, estão ao alcance de quem quer que queira experimental-as, tal a clareza com que são es- criptas. "Adalius" contem mais de quatrocentas receitas.

O seu texto é constituído dae niellioreE re- ceitas para lunch, cozinha, doces, de conselhos Hobre hygiene, sobre o cuidado e ornamentação da mesa de jantar, de tudo, emfim, que pôde interessar uma dona de casa. E' uma obra de que iião deve prescindir nenhuma dona de ca- ea, qne o deve lêr constantemente, consultar e conservar como o seu livro predilecto.

Não ha dona de casa que se não queixe da difficuldade ou obscuridade com que são com- postos os livros de arte culinária,

O "Adalius", Bo contrario, não traz nenhu- ma receita que não íossc experimentada o cuja confecção se torne difficil. Todo elle, seja qual fôr o assumpto de que trate, é absolutamente apro veitavel e útil, O seu texto é claro, sim- ples e comprchensivel.

O seu preço è 2S00O reis . Esse preço está, como se vè, ao alcance das bolsas mais modes- tas, sendo certo que a-REVISTA FEMININA-, que o editou, não aufere nenhum lucro com a venda. O "Adalius", vendido por esse preço, conslitue, antes, um beneficio que faz ás suas leitoras e um meio de propatçanda.

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.{Relatório dos Drs. FO^l e CHRMPBELL).

Acura liicalciea do Dr. Malconi deve durar pelo iiieiios dois me zes c por este iiiolivo que as suas paslílhas são eiilregues ao publico em lubos de 50 ou 100, o que naluraluieule lhes eleva

um pouco o preço, mas em compeusação faz-se a cura sem necessi- dade de estar repelindo os pedidos de niedicamenlos.

Ma ouiros preparados que custam appareutemCDle nieiios; são porém vendidos nmito de industria em pequenos vidros, que obri- gam o doente a repitir a despeza cada semana. Demais as PastllbllG Ulalcom não são iim producto commercial no qual se sacrificam as vezes cenas exigências de lechnica, para diminuir o preço.

Traia-se de um producto medico, preparado com todo o es- crúpulo e que da lesullada.

Em todas as moléstias de nutrição as nossas pastillias deve- rão SLT empregadas: Rachitismo, má dentiçâo de creanças, pernas tortas (das creanças) quasi sempie devido ã fraqueza dos ossos, escroplnilas, lympliiitismo ele.

Para o desenvolvimento dos seios as PRSTILfiflS MBCOL/A s3o ejilraordinariaj e temos em nosso poder ctntenas de attei-

lados dt senhoras qu« ao rabo de dois mezes d« tratamento tiveram resultado completo.

iV\uito úteis na convalescença das moléstias debilitantes c para US03 continuo das pessoas que se entregam a traballios cerebiaes exlüiaiirientes e que necessitam de pliosphoro, bem como, para á fra- qunieza de qualquer outro órgão.

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Exma. Sra. úttar/it Emitia Dias, curada com -jl SauJe da <!Kuífie.»

Srs. Daudt d Oliveira. Declaro Que padecendo ha tempos, de males uterinos, mandei comprar por meu esposo, em ! i-

vramenlo aigans frascos do seu pode.oso preparado -A Saiide da Mulher., com os quaes fiqi:ei ccmple- lamcule restabelecida. Em agradecimenlo, diiiio-ihcs a presente para que laçam delia o uso que convier.

Maria Emílla Dias.

Rivera (Uruguay) Janeiro de 1917, (Firma rergnheclcfa)