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ILUMINAÇÃO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - CONSIDERAÇÕES DO USO DA TECNOLOGIA LED Mariangela de Moura (UFF) Mauricio Noya (UFF) Ana Lucia Torres Seroa da Motta (UFF) Wagner Gomes de Abreu (UFF) Resumo: A iluminação possui um peso expressivo para atingir uma ambiência satisfatória para o bom desenvolvimento das atividades laborais, pois pode proporcionar conforto visual. A evolução tecnológica contribui significativamente para a obtenção de níveis satisfatórios de iluminação artificial, com baixo consumo de energia. A utilização de LEDs (Light Emitting Diodes) em substituição às lâmpadas tradicionais propõe o atendimento a essa perspectiva. O artigo avalia a tecnologia LED, confronta seus benefícios com as incertezas que cercam a sua utilização, características da eficiência energética e critérios de sustentabilidade na construção civil. Palavras-chaves: Iluminação no ambiente de trabalho; tecnologia LED; eficiência energética e sustentabilidade na construção civil. ISSN 1984-9354

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ILUMINAÇÃO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA -

CONSIDERAÇÕES DO USO DA TECNOLOGIA LED

Mariangela de Moura

(UFF)

Mauricio Noya

(UFF)

Ana Lucia Torres Seroa da Motta

(UFF)

Wagner Gomes de Abreu

(UFF)

Resumo: A iluminação possui um peso expressivo para atingir uma ambiência satisfatória para o bom

desenvolvimento das atividades laborais, pois pode proporcionar conforto visual. A evolução tecnológica contribui

significativamente para a obtenção de níveis satisfatórios de iluminação artificial, com baixo consumo de energia. A

utilização de LEDs (Light Emitting Diodes) em substituição às lâmpadas tradicionais propõe o atendimento a essa

perspectiva. O artigo avalia a tecnologia LED, confronta seus benefícios com as incertezas que cercam a sua

utilização, características da eficiência energética e critérios de sustentabilidade na construção civil.

Palavras-chaves: Iluminação no ambiente de trabalho; tecnologia LED; eficiência energética e

sustentabilidade na construção civil.

ISSN 1984-9354

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INTRODUÇÃO

Atualmente, a iluminação está relacionada diretamente com o conceito de sustentabilidade,

significando melhor aproveitamento da luz natural e menor consumo de energia. Verifica-se, nas novas

edificações, o uso de recursos nesse sentido, entre outros, janelas projetadas, privilegiando a incidência

da luz exterior, posicionamento da construção em relação ao terreno e utilização de revestimentos

reflexivos.

Esta perspectiva também se aplica aos novos edifícios de escritórios. Por outro lado, os já

existentes, isto é, aqueles não projetados e construídos sob princípios ambientalmente sustentáveis,

nem sempre apresentam potencial de exploração da luz natural. Nesses prédios predomina a

iluminação artificial, implicando baixa eficiência energética, isto é um serviço com significativo

dispêndio de energia.

Novas tecnologias de iluminação artificial buscam reverter ou atenuar esse processo no

segmento corporativo. Além da eficiência energética, os novos sistemas luminotécnicos priorizam o

conforto visual, princípio essencial nos escritórios – a visão é a fonte de informação mais importante

nesse ambiente, quanto ao espaço interno, às formas, tamanhos, localização e características físicas dos

objetos, significando que a iluminação deve permitir uma percepção visual de qualidade. (MOURA,

2008).

Os ambientes de trabalho são locais que exigem atenção e concentração para o bom

desempenho de atividades. Nesse contexto, o papel da iluminação é determinante para qualificar o

espaço de trabalho, contribuir para ordená-lo, destacando e valorizando elementos, e melhorar o estado

psicológico e fisiológico dos indivíduos e sua satisfação.

Visando obter níveis satisfatórios de iluminação artificial com a diminuição dos gastos em

energia, surgem tecnologias e novos equipamentos que emitem luz. Dentre essas tecnologias,

destacam-se o LED – Ligth Emitting Diode, cujo uso vem sendo cada vez mais frequente. Fala-se,

inclusive, que num futuro próximo, o mercado de iluminação assistirá à substituição total das

tecnologias convencionais, especialmente os sistemas tradicionais de iluminação que utilizam

lâmpadas incandescentes e fluorescentes, por LEDs. (FREITAS, 2010).

As soluções proporcionadas com o uso de LEDs vêm sendo amplamente adotadas no Brasil

(sobretudo em projetos profissionais de arquitetos e lighting designers), país latino-americano dos mais

receptivos a novas tecnologias (FREITAS, 2011).

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A literatura enfatiza os aspectos inovadores e positivos dos diodos emissores de luz, bem como

suas vantagens em relação a outros tipos de iluminação, sobretudo no que concerne ao baixo consumo

de energia. Não obstante, também apresenta aspectos negativos que, no conjunto, se consubstanciam

em fatores limitadores para a sua ampla e indistinta adoção.

O artigo avalia a tecnologia LED e confronta seus benefícios com as incertezas que cercam a

sua utilização, reflete sobre seus aspectos positivos e negativos. Para tanto, aborda a questão da

eficiência energética, o conceito de sustentabilidade no ambiente construído, os espaços corporativos e

os aspectos do conforto visual nos edifícios de escritórios, conteúdos que oferecem fundamento a esta

avaliação. Possui caráter exploratório, oferecendo uma visão geral do tema central e dos temas

conexos, e caracteriza-se como bibliográfico.

Eficiência energética e a sustentabilidade no ambiente corporativo

A energia tem papel fundamental para o ser humano e para o desenvolvimento das sociedades.

Porém, a matriz energética mundial atual produz fortes impactos ambientais que incluem a poluição do

ar, a poluição da água, a modificação de ecossistemas e impactos sobre o ambiente global pelas

emissões de gases de efeito estufa (GEE), principalmente o CO2, oriundo da queima de combustíveis

fósseis. (INEE, 2001).

Nesse contexto, a alteração do perfil da demanda energética, a ampliação da eficiência na

produção e no uso final de energia, e a substituição de energias fósseis por renováveis constituem

desafios de grande relevância. (ROIG et al, 2009).

Esta realidade se agrava quando se considera o crescente o consumo de energia per capita, tanto

nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, como o Brasil. No primeiro grupo o

consumo de energia elétrica varia de 5.000 a 13.000kWh por habitante e no segundo fica em torno de

2.000kWh por habitante, respectivamente. (LAMBERTS et al, 2007).

Segundo Lamberts et al (2007), apesar de o Brasil não estar entre os maiores consumidores

mundiais de energia, o consumo de energia elétrica brasileiro tem crescido de forma significativa nos

últimos anos, sobretudo nas edificações.

A eficiência energética, definida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de

energia, é, pois, um conceito relevante na atualidade. Não se trata da redução do serviço energético,

mas da redução do consumo de energia ou uso eficiente e racional da energia elétrica. No âmbito da

arquitetura e da construção civil, “um edifício é considerado mais eficiente do que outro se esta

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edificação oferece as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia”. (LAMBERTS et

al, 2004:14).

A eficiência energética é um dos indicadores de desempenho do edifício e um requisito de

sustentabilidade devido ao grande consumo de energia elétrica das edificações, principalmente na fase

de operação e uso – os edifícios de escritórios, com fachadas de vidro e sistemas de climatização e

iluminação artificial, consomem quase 23 vezes mais energia em sua vida útil do que a energia

necessária para a sua produção. (MASCARÓ apud CORCUERA, 2010).

No Brasil, edifícios residenciais, comerciais e públicos são responsáveis por cerca de 45% do

consumo total de energia elétrica no País, a maior parte dos quais advinda dos sistemas de

climatização e iluminação artificial. (MEDEIROS, 2009). Nos prédios públicos e comerciais, o

condicionamento de ar e o sistema de iluminação artificial, também são responsáveis pelo maior

percentual de consumo de energia, conforme ilustra o gráfico abaixo.

Gráfico 1 – Consumo de energia nos edifícios públicos e comerciais no Brasil

FONTE: CORCUERA (2010).

A operação de edifícios (residenciais, comerciais e públicos) é responsável por

aproximadamente 18% de todo o consumo brasileiro de energia e 50% do consumo de energia elétrica,

a maior parte advinda dos sistemas de climatização e iluminação artificial. (ABREU, 2012;

MEDEIROS, 2009).

A redução do consumo energético nas edificações que abrigam ambientes de trabalho pode ser

obtida mais expressivamente na fase de projeto e construção, quando as oportunidades de elaboração e

implementação de diretrizes técnicas nesse sentido são maiores e mais amplas. Nas edificações já

existentes, que não foram concebidas sob princípios sustentáveis, é possível racionalizar o consumo de

energia adotando soluções viáveis em termos de eficiência energética.

48%

24%

15%

13% Ar condicionado

Iluminação

Equipamentos deescritório

Bombas e elevadores

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A consideração do meio ambiente é hoje obrigatória em todos os setores e atividades da

economia. Um dos principais temas tratados neste horizonte diz respeito aos severos impactos

ambientais causados pela obtenção e pelo consumo, nomeadamente poluição, emissões de gases na

atmosfera, aquecimento global e problemas climáticos.

Especialmente na construção civil, o enfrentamento dos problemas relacionados com a energia

é imperioso, na medida em que, se de um lado seu modelo de produção e consumo é dos mais

ineficientes do ponto de vista energético, de outro, o setor apresenta-se com potencial para reverter

este quadro.

Algumas soluções no sentido da eficiência energética nas edificações, tanto na fase de projeto

quanto na de construção e de uso devem ser implantadas, embora a construção civil constitua um setor

tradicionalmente avesso a inovações e mudanças é o momento oportuno para a adoção de princípios

sustentáveis e, particularmente, de soluções e tecnologias que reduzam o consumo de energia.

O conceito de desenvolvimento sustentável, em cujo centro está a ideia de sustentabilidade,

que, carregando um sentido holístico, refere-se à possibilidade de associar crescimento econômico,

social e proteção ambiental, numa perspectiva que incorpora o princípio básico da continuidade, “nada

pode ser sustentável se não for contínuo”. (LIMA, 2009:22). A figura abaixo ilustra o tripé da

sustentabilidade.

Figura 1 - Triple Bottom Line (ELKINGTON, 1998)

A busca hoje pelo desenvolvimento sustentável pode ser interpretada sob a ótica da dialética

histórica na tese, tem-se um modelo de desenvolvimento baseado no consumo crescente de recursos

naturais não renováveis, aumento da geração de resíduos, poluição; na antítese, está a negação desta

realidade pelo esgotamento dos recursos naturais e degradação ambiental e da qualidade de vida; e na

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síntese, um novo modelo de sociedade que muda o paradigma dominante. (MOTTA e AGUILAR,

2009).

A sustentabilidade representa, pois, uma mudança cultural. Por isso, é tema que vem se

inserindo fortemente nas discussões atuais. A literatura indica que uma parte fundamental dessas

discussões refere-se ao ambiente construído e à atuação da indústria da construção civil. Este é um

aspecto relevante na medida em que poucas atividades humanas são realizadas sem o suporte de um

ambiente construído. (KARPINSKI et al, 2009; LABAKI et al, 2008).

O setor da construção civil contribui significativamente para o desenvolvimento

socioeconômico dos países – no Brasil, em 2011, foi responsável por 4,80% do crescimento do PIB

(Produto Interno Bruto) nacional, pela geração de 309.425 vagas formais de trabalho e por um estoque

de trabalhadores com carteira assinada da ordem de 2.848.684. (CBIC, 2011).

Por outro lado, é um dos setores que mais impactam o meio ambiente:

Consome até 75% dos recursos naturais extraídos para manter-se, sendo o maior

consumidor de recursos da economia;

Produz elevado volume de resíduos em consequência do volume de materiais que

emprega e da perda de material em algumas atividades: cerca de 80 milhões de

toneladas por ano, impactando o ambiente urbano e as finanças municipais;

Impacta a biodiversidade pela extração de matérias-primas e gera poeira, ruído e

erosões que prejudicam os sistemas de drenagem nas atividades do canteiro de obra;

Contribui para a poluição pelas enormes quantidades de materiais produzidos e

transportados e para a geração de gases de efeito estufa, especialmente dióxido de

carbono (CO2), pela queima de combustíveis fósseis;

Consome parte significativa da energia disponível. No Brasil, o segmento de

edificações é responsável por cerca de 18% do consumo total de energia, cerca de 54%

do consumo de energia elétrica e 21% da água consumida no País. (LABAKI et al,

2008).

Logo, o setor da construção civil é um dos mais importantes na perspectiva do

desenvolvimento sustentável e da promoção da sustentabilidade. De acordo com Karpinski et al

(2009), o setor tem o desafio de conciliar uma atividade produtiva de grande magnitude com condições

que conduzam a um desenvolvimento sustentável consciente e menos agressivo ao meio ambiente.

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Critérios de sustentabilidade na construção civil vêm sendo sugeridos para ultrapassar esse

desafio. Eles englobam a adoção de um novo paradigma nos projetos arquitetônicos (nos quais as

soluções devem ser avaliadas considerando o ciclo de vida da edificação, devem aumentar a

flexibilidade do edifício e facilitar reformas e modernizações e seleção de materiais resulte em menor

impacto ambiental); mudanças no sistema e nos métodos construtivos e no gerenciamento do canteiro

de obra (reduzindo a geração de resíduos, promovendo sua reutilização ou reciclagem e prevenindo a

poluição); e mudanças nas práticas de uso e manutenção da edificação. (LAMBERTS et al, 2008).

Por tais critérios, a sustentabilidade deve estar presente em todas as fases do ambiente

construído, idealização, concepção, projeto, construção, uso, manutenção e final de vida útil. (MOTTA

e AGUILAR, 2009). A figura abaixo ilustra a presença dos atores que fazem parte do processo da

construção sustentável.

Figura 2 – Construção sustentável (PORTAL CLIQUE ARQUITETURA, 2012)

Motta e Aguilar (2009) destacam eficiência no consumo de água (considerando baixo consumo,

aproveitamento de águas de chuva e reutilização de água); promoção de conforto ambiental (térmico,

visual, acústico); e eficiência energética, com baixo consumo de energia.

Sistemas de iluminação artificial energeticamente mais eficientes constituem uma dessas

soluções. Antes de abordá-los, porém, é oportuno observar as especificidades do ambiente corporativo

e o conceito de conforto visual nesse contexto, inclusive porque esses sistemas precisam também

garantir qualidade ao ambiente interno, necessária à execução das atividades laborais.

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Edifícios de escritórios e conforto visual

Quando se fala em edifícios de escritórios alude-se ao segmento corporativo, um segmento

específico, cujo nível de exigência é grande, pela destinação e função das edificações que o compõem;

densidade de pessoas ao longo do dia; quantidade de equipamentos elétricos utilizados nos diferentes

ambientes; e tipos de atividades realizadas diariamente, em geral leitura de textos, comunicação face a

face, e, principalmente, trabalho em computadores.

A evolução de conceitos e técnicas nesses edifícios reflete tal exigência. Segundo Veronezi

(2004:5):

A visão inicial de edifício de escritórios como sendo apenas a estrutura física de

suporte foi substituída pelo conceito de edifício de escritórios como sendo o ambiente

adequado ao desenvolvimento dos negócios e parte integrante destes. Sob esse

enfoque é necessário que tais edifícios acompanhem as evoluções tecnológicas, de

materiais construtivos, de conceitos arquitetônicos e de estruturas organizacionais do

trabalho, bem como os centros de negócios dentro da malha urbana, para que possam

atender da melhor forma seus ocupantes.

Em razão das circunstâncias pelas quais as atividades de trabalho em edifícios corporativos

hoje se desenvolvem – maior tempo de permanência; aumento de tarefas; e realização das atividades

em ambiente fechado – bem-estar e conforto ambiental passaram a representar pontos fundamentais.

O conforto ambiental destaca-se cada vez mais nos estudos sobre o ambiente construído e suas

relações com o ser humano, que procuram aprimorar a qualidade de vida. No segmento corporativo,

este conceito é enfatizado frente às expectativas das empresas, pois cria um ambiente de pouco stress e

de alto desempenho, gerando ganhos valiosos na produtividade do trabalho, lucros não esperados,

menor índice de erros e menor índice de absenteísmo. (HAWKEN et al, 2010).

Nos escritórios, a iluminação é uma das principais variáveis de conforto ambiental. Daí falar-se

em conforto visual, definido como um conjunto de condições em determinado ambiente, no qual o ser

humano pode desenvolver suas tarefas visuais com o máximo de acuidade (medida da habilidade do

olho humano em discernir detalhes) e precisão visual. (LAMBERTS et al, 2004).

Os requisitos de iluminação de um ambiente dependem fundamentalmente do tipo de atividade

realizada em determinado espaço, sendo relevante o conhecimento deste espaço, sua finalidade e tarefa

visual a ser desenvolvida. (GOIS, 2008).

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A iluminação é elemento fundamental na captação e composição das imagens; é o suporte da

percepção visual. A luz oferece variabilidade de sensações e significados, além de alterar as emoções.

Assume, por isso, grande importância no comportamento humano.

Mas a boa iluminação nesses ambientes também inclui níveis reforçados de iluminação sobre

postos ou zonas de trabalho (preterindo a uniformidade da iluminação geral do ambiente); variedade

luminosa; distribuição da intensidade da luz; e adequada coloração da luz, que determinam bem-estar e

conforto visual. Considerando-se parâmetros de sustentabilidade, inclui, ainda, a utilização de fontes

econômicas, de baixo consumo de energia.

A influência positiva da iluminação é especialmente cristalizada em projetos estratégicos, que,

estruturados sob um adequado e eficiente sistema de iluminação, simultaneamente levam em conta o

ser humano, promovendo seu bem-estar e conforto visual, fomentam o aumento dos níveis de

produtividade e obedecem aos princípios de sustentabilidade na arquitetura, através da racionalização

no uso de energia.

A evolução tecnológica tem contribuído significativamente para que se atinjam níveis de

iluminação satisfatórios que atendam ao conforto lumínico e visual e, ao mesmo tempo às exigências

de sustentabilidade nos ambientes de trabalho. Os LEDs são um exemplo dessa evolução. Eles são

analisados a seguir.

LED: benefícios e fatores limitadores de uso

Os diodos emissores de luz (LEDs, na sigla em inglês), são componentes eletrônicos (chips)

baseados em materiais semicondutores em estado sólido, que, quando energizados, emitem luz visível.

A emissão se dá por efeito quântico. (LIMA et al, 2009).

Por introduzir novos paradigmas e possibilidades de iluminar, os LEDs representam uma

ruptura na iluminação artificial tradicional e são reconhecidos como precursores de uma nova Era na

área de iluminação, graças aos benefícios e às diversas vantagens que apresentam em relação às fontes

de iluminação tradicional. (GOIS, 2008).

Dentre os benefícios e vantagens, destacam-se: tecnologia inovadora; aplicação variada e

flexibilidade, devido às formas e dimensões reduzidas; acionamento instantâneo; durabilidade e longa

vida útil, permitindo menores custos de reposição; alta eficiência luminosa (são fontes de luz pontuais,

com perda menor do que as lâmpadas tradicionais); variedade e controle de cores; variação da

temperatura de cor; pouca dissipação de calor; e maior robustez e melhor rendimento em relação à

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iluminação convencional. Quanto à sustentabilidade ambiental, são energeticamente eficientes e

propiciam baixo consumo de energia, com economia de até 80% na comparação com outras

tecnologias. (BRAGA, 2008; LIMA et al, 2009; FREITAS, 2010).

O aspecto custo, que ainda é alto na compra e na implantação da tecnologia LED, e que, em

princípio poderia restringir a sua adoção – calcula-se que hoje seja de duas a três vezes superior ao

custo das lâmpadas convencionais – não é encarado como um problema, pois os benefícios do LED,

em especial o alto rendimento e a longa vida útil, criam um mecanismo de compensação. Ademais,

prevê-se redução de preços em curto prazo devido à crescente evolução e aperfeiçoamento do espectro

de emissão de luz do dispositivo. (GOIS, 2008; FREITAS, 2010; MENEZES, 2011).

Em contraposição aos benefícios e vantagens, a literatura também observa aspectos negativos

da tecnologia LED.

Gois (2008) observa que, atualmente, LEDs de boa qualidade têm especificação de 20.000 a

50.000 horas, com perda de fluxo luminoso de 30%, mesmo conceito empregado pelos fabricantes de

lâmpadas tradicionais na definição de sua vida útil.

Braga (2008) afirma que, em aplicações que exigem iluminação constante, com o tempo a

luminosidade dos LEDs se degrada, podendo reduzir-se à metade ao final de sua vida útil. E este é o

caso dos ambientes de trabalho.

Braga (2008) comenta, ainda, que as características dos LEDs, tanto em relação ao brilho com

o passar do tempo como em relação à variação da temperatura (segundo Gois, 2008, o chip do LED

produz calor), não são tão excelentes a ponto de nos garantir que eles possam ser utilizados sem

complicações em qualquer aplicação.

Segundo Freitas (2011), o consumo de uma corrente estabilizada, uma das principais

características dos LEDs, gera muito calor, tornando a dissipação térmica uma barreira técnica para o

seu aperfeiçoamento. Esse aspecto influenciaria na sua durabilidade, somente possível com o uso de

dissipadores de calor, em sua maioria de alumínio, considerado um bom condutor térmico, o que faz

com que a robustez desse produto e seu custo sejam superiores ao do vidro, por exemplo.

A propósito da aplicação, por produzirem cores vibrantes em aspectos diferenciados, os LEDs

vêm sendo cada vez mais empregados em iluminações cênicas ou de observação, especialmente

chamando a atenção em ambientes externos e equipamentos urbanos. (GOIS, 2008).

Outro ponto levantado diz respeito ao fato de que, se de um lado, sozinho e individualmente o

LED proporciona baixo consumo de energia, apresentando-se eficiente do ponto de vista energético,

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por outro, nas luminárias, onde há diversos destes componentes, a eficiência energética é reduzida,

exatamente como ocorre em relação às fontes tradicionais de iluminação. (GOIS, 2008).

Assim, nem sempre se obtém a eficiência energética desejada com a utilização indiscriminada

do LED nos diferentes ambientes corporativos, conforme ficou demonstrado no estudo desenvolvido

por Moura (2008) nos escritórios da sede do IBGE no Rio de Janeiro.

Estas ideias foram reunidas no projeto de iluminação do Centro de Inteligência Corporativa

(CIC) do IBGE, apresentado a seguir.

O projeto de iluminação do CIC do IBGE

No projeto de iluminação desenvolvido no Centro de Inteligência Corporativa do IBGE em

2010, seguiu a proposta de iluminação idealizada no trabalho de Moura(2008), adotando o mesmo

conceito indicado para a malha para o teto e distribuição da iluminação.

A iluminação do espaço orientou-se pela utilização da tecnologia LED em combinação com

tecnologias tradicionais. Lâmpadas LEDs foram utilizadas para iluminação pontual na recepção, (em

combinação com lâmpadas convencionais), visando economia de energia em função da maior

permanência de luminárias acesas, em complemento com a iluminação natural, que é intensa ao longo

do dia. (MOURA et al, 2012)

A solução luminotécnica adotada combinou diferentes tecnologias de lâmpadas fluorescentes e

LEDs. Na iluminação geral das salas de treinamento a luminária da Lumini, com lâmpada T5 de

4x14W. Nos ambientes da circulação e recepção adotou a composição de luminárias com lâmpadas

fluorescentes e LEDs, para tais ambientes permiti que as luminárias com lâmpadas LED fiquem

acessas praticamente durante o tempo integral de funcionamento dos espaços por se mostrarem

duráveis em vida útil.

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As soluções utilizadas podem ser observadas no conjunto de imagens a seguir.

Figura 3 – Fotos do ambiente corporativo do CIC IBGE

CONCLUSÕES

A temática que se propôs à discussão neste artigo é no mínimo controversa. Prova disso foram

os argumentos aqui apresentados em torno dos benefícios da tecnologia LED, bem como suas

vantagens em relação às tecnologias tradicionais de iluminação, e também seus aspectos negativos,

reconhecidos pela literatura especializada.

Tais observações permitem afirmar com Gois (2008:55) que o LED é uma tecnologia positiva e

inovadora, sobretudo em determinadas aplicações, nas quais chega a ser imbatível na comparação com

a iluminação tradicional, “mas não é remédio para todos os males”.

A perspectiva implica reconhecer que a adoção exclusiva de LEDs em determinados ambientes

pode apresentar problemas, não resultando na melhor opção técnica, significando uma utilização

indevida em situações que aconselham outras soluções, como é o caso dos ambientes de trabalho em

edifícios de escritórios, onde sistemas de iluminação mais eficiente tanto do ponto de vista energético

quanto do conforto visual podem combinar estrategicamente o uso de tecnologia LED com tecnologia

convencional, pois a primeira não se sobrepõe à segunda. Esta perspectiva foi aplicada no projeto de

iluminação do CIC do IBGE, aqui apresentado, que combinou no sistema de iluminação artificial

recursos luminotécnicos convencionais com outros, mais novos.

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Acredita-se que nesses ambientes, sistemas de iluminação mais eficientes tanto do ponto de

vista energético quanto do conforto visual combinam, estrategicamente, o uso da tecnologia LED e da

tecnologia tradicional, pois uma não se sobrepõe à outra, mas se complementam, apresentando

resultados mais favoráveis e positivos para o desenvolvimento das atividades de trabalho com bem-

estar.

Alguns fatores reforçam esta percepção.

Inicialmente, a falta de qualidade que ainda cerca alguns produtos LED disponibilizados no

mercado, que, apesar de prometerem os benefícios mencionados, apresentam, na realidade, muitas

deficiências.

Deve-se considerar, ainda, que as lâmpadas dos sistemas tradicionais de iluminação, as

incandescentes e fluorescentes, apesar de serem questionadas quanto à eficiência luminosa e

energética, e, neste caso, atropelando a ideia de sustentabilidade ambiental, possuem ainda valores

técnicos, notadamente o tom quente e brilhante da luz que emitem, boa reprodução de cores e

eficiência nas temperaturas da cor. Além disso, têm evoluído significativamente, apresentando melhor

desempenho.

Assim, é preciso ponderar quando se está à frente das decisões que envolvem a iluminação no

ambiente de escritórios, afastando em primeiro lugar a adoção indiscriminada de novas tecnologias,

que, na verdade, surgem cada vez mais a intervalos menores de tempo.

Não se está aqui a negar os valores dos LEDs tampouco o seu emprego nos sistemas de

iluminação, até porque eles constituem ferramental importante no contexto das atuais exigências de

sustentabilidade e no auxílio aos projetos luminotécnicos. Trata-se de alertar que, muitas vezes, novas

tecnologias se transformam em modismo, são submetidas à pressão do mercado, e, se de um lado

apresentam aspectos positivos de um ponto de vista, nem sempre assim o são de outro, não resultando

em ganho real para o usuário. Por isso a necessidade de uma adoção criteriosa.

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