ANNO XV DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO...

4
ANNO XV M DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141 ns. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO 4—16 Rua Nova Ouvidor 1 s^x— . !' .(' ' ¦•."-'*¦ 11" *a t—16 PUBLICA-SE ÁS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOS PREÇO DA ASSIGNATURA ADIANTADA Por anno . 15#000 | Por semestre 8$000 Dum lucem habetia, credite in luoem. (S. JoXo, oap. 12, v. 36.) Clama itaque, olama, ne oesses. (Carta de Pio IX á redacção do Apóstolo.) A imprensa oatholioa ô uma verdadeira missão perpetua. (Palavras de LeSo XIII.) AOS NOSSOS ASSIGNANTÉS Pedimos'aos nossos as- slgnantes em atrazo, man- dem satisfazei* suas assig- naturas, para nao sermos obrigados a suspender a remessa da folha. 0 APÓSTOLO Rio, 12 de Dezembro de 1880. Na respectiva secção publicamos hoje duas saudações, que aos deputados catholicos dirigem os colonos allemães catholicos das freguezias de S. Miguel e Santa Cruz, na provincia de S. Pedro do Rio-Grande do Sul. Nos é muito agradável registrar, nas co- lumnas do Apóstolo, documentos tão hon- rosos aos que os dão, como aos que os recebem, pois em uns são a expressão de bons sentimentos religiosos e de uma sincera gratidão, e em outros revelam o cumpri- mento do dever de legislador fiel á Con- stituição do Estado, de accordo com os principios catholicos, que ella acceitou. . Ainda mais augmenta em. nós a. alegria, considerando a confiança que merecemos dos distinetos catholicos, fazendo-nos trans- missores de uma tão honrosa mensagem.. Homens de consciência, que respeitam- se, procedem d'este modo; não tôm receio de externar sentimentos que receberam no seio materno, nas águas do baptismo, .e têm sustentado em.uma yida sempre christã. Nem a ausência da pátria, nem a lemr branca da família, dos amigos, os entibia,; pelo contrario, é tudo isto que desperta n'elles o sentimento.de gratidão por aquelles que,,.fieis à crença, ao mandato quedes- empenham, levantam a voz em defeza da justiça e^da verdade. Quão differentes são estes catholicos d'esses que assaltam as irmandades, despidos da verdadeira fé, cujas miras são, e só, a ostentação e a vaidade I . A elles causa, alegria, excita sentimentos de gratidão e de amor o que aos outros iuspira desgosto e odio. Estes são sectários, aquelles são catho- licos verdadeiros, fieis aos votos do ba- ptismo. Esta grande differènça é, incontestável- mente, honrosissima, porque estabelece a linha divisória, necessária entre os catholicos sinceros, fervorosos e estremecidos, e os que são tibios, indifferentes e sectários. Conhecedores de seus interesses e dos in- teresses da nação que os recebeu, que lhes deu.trabalho, se lhes confrange o coração vendo atacada a religião verdadeira, que é a sua, assim como dos brazileiros, e não tôm duvida em sahir respeitosamente á frente das fileiras, dando vivas aos que, a defendem com a palavra e com o voto. A mensagem dos colonos catholicos das freguezias de S. Miguel e Santa Cruz ó também um protesto solemne contra a don- trina do art. 8o do projecto de reforma elei- FOLHETIM DO APÓSTOLO A HOSPEDARIA DO ANJO DA GUARDA PELA. .toral, que aos acatholicos o direito de representar a nação, assim como contra esse espirito singular, anti-religioso e anti-pa- triotico, que se tem manifestado na discussão do referido artigo. Ainda mais, revela as intenções pacifi- cas dos colonos catholicos, que se conten- tam com o trabalho, socego e liberdade no exercício de sua religião, na. educação dos filhos, e direcção da familia, quando os acatholicos aspiram intervir na politica, tomar parte na luta dos partidos, que pro- porcionam 'antes a desgraça do que a pro- speridade. Para que, tanta ambição, senão para fins reservados, e que serão pessimamente rea- lizados T Chamamos a attenção dos nossos legis- lado res para sentimentos tão nobres, tão elevados de homens, que sabem respeitar o povo a que se reuniram, e nunca o offeu- deram na imprensa, como fazem os "aca- tholicos, que são tanto mais inimigos do Brazil, quanto maiores são as graças que se lhes concedem. Parece, pois, que, se a raça latina, (tão injustamente julgada) carece effectivamente ser melhorada, e se a germânica à hoje a melhor, deve-se proceder com critério, in- troduzindo elementos moraes, homogêneos, afim de que bom seja o resultado d'esse tão desejado cruzamento. Em logar de allemães acatholicos, into- lerantes e exigentes, venham allemães ca- tholicos, tão úteis e proveitosos como elles, mas preferíveis, pela mansidão e desinte- ressado amor á pátria que adoptaram. Oxalá que se desperte o espirito publico, tão indifferente até hoje, tão descuidoso da honra da pátria, para que appareça a resis- tencia legal, contra a doutrina do art. 8 do projecto de lei eleitoral; doutriua que revela uma influencia estranha, actuando em ho- mens sem religião e sem patriotismo. O senado brazileiro, que tem discutido com tanto saber essa reforma da lei eleitoral, terá bastante independência e patriotismo para, na 3" discussão, rejeitar esse artigo, que offende o nosso sentimento de nacionali- dade e a nossa crença. Inspirem-se os anciãos da pátria nos sen- timentos dos catholicos allemães, e terão" praticado nobilissimo acto. Terminando, declaramos que as duas men- sagens, a que nos temos referido, foram por nós entregues ao illustrado Sr. deputado Dr. João José do Monte, que nos pro- metteu transmittil-as aos seus collegas ca- tholicos; fica d'este modo, portanto, desem- penhada a missão que nos deram os dignos catholicos allemães das freguezias de S. Mi- guele,Santa Cruz; missão que satisfizemos com o maior gosto, por ter principal- mente partido de uma provincia que estre- mecidamente amamos, a qual nem a dis- tancia, nem a longa ausência puderam ainda riscar da uossa memória e do nosso coração ; berço de heróes, cheia de sentimentos pátrio- ticos e christãos, não pôde ser esquecida pelo mais obscuro de seus filhos. TELEGRAMMAS Pariz, 8 de Dezembro. A Grécia está pondo ostensivamente om execução preparativos para uma guerra próxima. 9 de Dezembro. Falliram, em Nova-York, dous importantes no- gociantes de café, Amold e Kinsball. A noticia fez impressão nos mercados da Europa. Londrfs, 9 de Dezembro. A taxa do desconto do Banco de Inglaterra foi hoje elevada a 3%. O Times publica noticias de Nova-York, annun- ciando a fallencia de diversos especuladores de café das praças do Nova-Ycrk e de Boston ; diz-se que os passivos s5o importantes, eque este facto produzio nos mercados dos Estados-lÍDidos um certo pânico. (Do Jornal do Commercio) FOLHINHA CATHOLICA Dezembro 12.Dom. (3'* do Advento.) S. Synesio, m.-, os SS. Epimacho e Alexandre, mm.; as SS. Am- monaria, v., Mercuria e Dionysia, mm.; os SS. Hermogenes, Donato e mais vinte e dous, mm.; os SS. Maxencio, Cunstancio, Crês- cencio e Justino, mm.; o B. Jeronymo Ra- nucio, conf. 13.Scg. S. Luzia, v. m.; os SS. Eustracio, Au- xencio, Eugênio, Mardario e Orestes, mm.j S. Antiocho, m.; S. Authberto, b.; S. Judoco, conf.; S. Othilia, v.—Festa de Santa Luzia na sua egreja. 14 Terç. Os SS. Heron, Arsenio, Isidoro e Dios- coro, meninos, mm.; os SS. Druso, Zosimo e Theodoro, mm.; os SS. Justo e Abundio, mm.: os SS. Nicasio, b., e sua irmã Eutropia, v., mm.; o B. Espiridião, b.; S. Viator, b.; S.Pompôo, b.; S. Agnello, abb.; S. Matro- niano, eremita ; o B. Boaventura, conf. SECÇÃO NOTICIOSA •-1 C0NDS88A DE SSGÜR TRADUCCÃO LIVRE DO PADRE JKROKYMO JOSÉ DO AMARAL XXIV MVSTERIOS (Continuação do n. 140) ' f ²E' pena, continuou o general. Que lindo pre- dio lhos ficava aqui pegado A casa! E se outro os compra pô*dó levantar parede ou casas ao fundo do seu jardim, impedil-a de ir buscar água a ribeira e, emfim, apoquental-a de mil maneiras. N3o é verdade o que eu digo, Montier ? * ²Muitíssimo verdadeiro, meu general, por isso eu tinha grande desejo de os comprar. E, se Elfy consente, empregareiVellea os"20,00Ò francos que devo-á sna generosidade; esperarei, pois, que sejam postos & venda.-,.! Solemnidades religiosas.—Celebra-se hoje a festa da Immaculada Conceição, nas seguintes egrejas:i Na da Veneravel Ordem Terceira da Imma* culada Conceição, ás 11 1/2 horas da manhã', orando ao Evangelho o Rvm. Conego Fran- cisco Figueiredo de Andrade e ao Te-Deum o Rvm Conego Luiz Raymundo da Silva" Brito. Na matriz de Nossa Senhora do Engenho Novo, ás 11 horas da manhã, orando ao" Evangelho o Rvd. Conego Luiz Raymundo da Silva Brito e ao Te-Deum o Rvd. padre- mestre Antônio André Lino da Costa. Na capella da Confraria de Nossa Senhora da Conceição, em Nitherohy, ás 111/2 horas da manhã, orando ao Evangelho o Rvd. vigário Luiz Antônio Escobar de Araújo e ao Te Deum o Rvd. padre mestre Antônio André Lino da Costa. ²Amanhã, às 11 1/2 horas da manhã, na sua capella, celebra-se a festa da virgem martyr Santa Luzia, oraudo ao Evangelho o Rvd. padre-mestre pregador imperial frei Manoel de Santa Catharina Furtado e ao Te-Deum o Rvd. padre-mestre João Manoel de Carvalho. ²No dia 19 do corrente, ás 11 horas da manhã, celebra-se,.na capella de S. João de Deus do Hospital da Sociedade Beneficência Portugueza, a festa do 22° anniversario da inauguração do hospital com missa solemne, orando ao Evangelho o Rvd. padre-mestre Victorino José da Costa e Silva. Fallecimento do geral dos carmèli- tas descalços.. No mesmo dia em que a egreja celebrava a festa dos mortos era acompanhado pelos seus amigos ao cerni- terio da cidade de Alcalá de Henares o cadáver de um homem de verdadeiro me- recimento, o Rvd. padre Maldonado, geral da Ordem dos Carmelitas descalços, de Hes- panha. De profunda instrucção, elevado talento e recto juizo, orador notável e polemico distineto, o padre Maldonado havia *pre- stadò á egreja eminentes serviços, me- j*ecendo por elles que o inolvidavel Pio IX p designasse para aquelle difficil cargo em momentos dificílimos; porque principiavam a repòr-se as cousas ecclesiasticas de Hes- panha, depoia de passadas as primeiras tempestades revolucionárias e feita a ex- clausuração' de 1836. í Uberaba.—As observações meteorologi- "(Sas de frei Germano deram os seguintes extre- mos na semana de 20 a 26 do passado : 'ar. G. L. 702 e 798,3; Th. C. 27 e 18 ; yg. 99 e 78 ; choveu 39 mm. na cidade; irecção do vento NE SE. Dous novos Cardeaes hespanhoes.—( Escreve um correspondente da Palavra: « O Summo Pontifico, que cada dia offe- rece maiores provas de interesse pela Hes- panha e do affecto que professa ao seu rei e ao seu governo, manifestou que pôde nropôr-se-lhe o Prelado que se queira para uma das duas novas purpuras que se lhe pediram e prometteu -conceber logo que o perraittissetn as necessidadegdeoutras egte- jas de differentes pontos db globo, e em viftude d'esta importante concessão foi de- .signado para o cardihalato o Sr. Arcebispo dè' Sevílha, ..varão de grandíssimo saber, ta|ento notável e virtudes exemplares que léf'distingue por sua ardente e inexgota- •vé] caridade; é, sem duvida, um dos.Pre- lados raais populares que ha era Hespa- riha; não dentro como fora da diocese que rege com singular acerto. No. caso' de que seja possivel ao Santo Pàdfe- conceder a outra purpura que se lhe solicitou, a eleição recahirá Sr. Mon- nescil,- Arcebispo de Valencia, um dps ora- dores- mais notáveis d'este paiz, onde tanto abundara, talvez o mais notável porque, possue a rara qualidade de se distinguir nos diversos gêneros da oratória, sem os confundir em cousa alguma. » Distincção.—A Sociedade Portugueza de Beneficência d'esta corte, em sessão de 5 do corrente mez, conferio o titulo de bemfeitor da Sociedade ao Rvd. conego Dr. Manoel da Costa Honorato, em signal de gratidão pelos serviços prestados pelo .mesmo ao respectivo hospital. O general sorrio-se maliciosamente, elle tinha prevenido e combinado tudo. O tabellião tinha ordem de responder, no caso de ser procurado ácer- ca d'aque]los bens, que estavam vendidos, sem dizer a quem. A partir d'aquelle dia o general começou a entre- gar-se a umas oecupações mysteriosas, que muito surprenderam a todos. Mandou alugar em Drom- fròntum cabriolet puchado por um vigoroso cavai- lo, subia para elle depois do almoço e não regres- sava senão á tarde. Quasi sempre partia só. mas algumas vezes levava o cura na sua com- panhia. Perguntaram ao conduetor onde levava o gene- ral todos os dias, mas este limitou-se a responder: Tenho prohibição de o dizer, seja a quem fôr; c, se o digo/ porco uma gorgeta de 100 francos, o que me não faz conta. Houve quem seguisse o cabriolet para ver para onde se dirigia, mas o general percebia-o e man- dava largar a toda ferida, ainda que fosse preciso rebentar o cavallo. Um outro motivo de surpreza para a aldéa era que, depois da estada alli do tabellião, veio uma multidão do artistas de Domfront instalar-se na hospedaria de Bournier, o trabalharam com tal afan, que em oito dias fizeram na casa uma trans* formação completa. O terreiro foi terraplanado e areado, tendo ao longo da casa um passeio de pedra. Um elegante patim substituio os escalões de tijolo, quebrados e meios gastos. As vidraças,de vidros pequeninos, foram substituídas por outras de vi- dros grandes. Toda a casa foi reparada e pintada; o quinteiro foi augmentado e limpo; as cavalhari- ças, cortelhos, palheiros, adega e celleiros foram arejados o postos em melhores condições de asseio e segurança. Chegavam todas as tardes carros com os moveis necessários para guarnecer a casa, mas ninguém sabia o que era, porquo chegavam sempre alta noite e eram logo recolhjdps e çollocados lio8 Escola Polytechnica. Seguio ante- hontem para Ubá, e d'alli para a Serraria e Leopoldina, a turma que completa o curso de sciencias physicas e naturaes; vai sob. a direcção do Dr. Luiz Caminhoá e é composta dos Srs. Luiz de Carvalho e Mello, Frederico Carlos da Costa Brito, Collatino Marques de Souza Filho, Nicoláo Paranhos Pederneiras, Joaquim Adherbal da Costa e João Caetano Lopes da Costa. O fim da excursão é visitar' as melhores fazendas d'essas localidades e estudar diversas culturas./ Dádiva. —¦ Chegou a Madrid uma com- missão encarregada de offerecer ao Núncio de Sua Santidade uma imagem da Senhora . do Pilar, adquirida entre os saragoçanos por meio de subscripção, e que devo ser enviada a Leão Xlil, como prova de re- conhecimento pelas offertas.'que o Papa fez á patrona'-dos' aragonezes em Abril ultimo. Várias noticias.—Naufragou nas costas da Austrália um vapor que conduzia a bordo o representante dos commerciantes de Pariz na exposição de Melbourne, perecendo este indivíduo e perdendo-se bagagens impor- tantes dos expositores. —•Escrevera de Pesth, capital da^Hun- gria, que se preparam alli grandes festas para celebrar o matrimônio do príncipe Rodolpho. A cidade presenteou a noiva cora .um adereço do pedras preciosas, no estylo antigo húngaro, cujo valor ó calculado em 50,000 florins. Uma commissão de engenheiros norte- americanos estudou um projecto de canal navegável! atravez da Florida, o qual abre- viária 497 kilômetros o percurso de Nova Orléans a New-York. D comprimento do canalt d-?s<io. a ?fòz do rió Saint-Mari até ao golfo 'do. México, seria 122 milhas, com- greheridéhà.0 24 de navegação fluvial. O seu «tosto está avaliado era 50 milhões de libras.* Os restos mortaes de Alexandre Herculano. —- Escreva o- Commercio do Minho: « Formou-se em Lisboa uma commissão, que vai incumbir-se de trasladar os restos mortaes de Alexandre'Herculano para o claustro do extineto convento dos Jerony- mos, erigir-lhe alli um monumento e abrir para esse fira uma subscripção nacional.' O Sr. conde de Casal Ribeiro, insigne diplomata e litterato, recusou fazer parte da referida commissão, segundo se de uma^carta que escreveu ao presidente, e que^ foi -transcripta no Diário Popular. O seu voto era que devia ser trasladado para o mosteiro de Santa Gvuz de Coimbra. Mas Alexandre Herculano em vidaguer- reou a egreja catholica, combateu e metteu a ridículo os seus dogmas, e morreu fora da sua communhão 1 Com que direito, pois, p querem levar para uma egreja? A con- vtradicç5o ó palpável I O p* .rio Herculano, se se erguesse do túmulo, seria o pri- meiro a protestar contra semelhante pre* tenção. »'., ;;:f respectivos logarep, e de dia os operários nâo dei- xavam chegar ninguém ao da casa. O mesmo estava acontecondo com os lameiros e nas mattas que circumdavam o jardim do Anjo da Guarda, limei multidão de .operários andava alli empregada havia alguns dias, e traçava largas car- reiras, punha bancos, collocava vasos de flores, for- mava pontes sobre a ribeira e regularisava as suas margens; construiram em frente do Anjo daGuarda um pequeno cães coberto, o alli amarraram com uma cadêa um lindo barquinho de passeio. Cada dia augmentava o encanto d'esse bello prédio, tSo cobiçado por Elfy e Montier, e ao mesmo tempo o despeito d'estes, porque viam que estava em mãos que n3o pareciam dispostas a cedel-o por 20,000 francos. Era evidente que este prédio .acabava de mudar de dono, e talvez o novo proprietário qujzes- se alli ediflear uma casa, para gozar das bellezas que as novas obras tinham communicado ao prédio. —¦Cara Elfy,disse Montier, soltando ainda assim um suspiro de tristeza, não. desejemos mais do que temos; nao somos nds bem felizes com aquillo que devemos a Deus? De resto, a minha única felicidade n'esta vida consiste em tel-a por esposa, o resto pouco valor tem para mim, nüo serve senSo para embellezar a nossa ventura, como os adornos de noiva a embellezarSo no dia do nosso casamento. ²Tom razSo, meu amigo, tambom eu daria todos os prados e bosquea-do mundo para o con- servar junto de mim. Apenas me contraria um pouco o pensamento de que teríamos talvez podido obter tudo isto facilmente, e que ficamos sem esteB terrenos por mero descuido de não indagarmos se estavam postos á venda. ²Era isso mesmo o que eu dizia de mim para mim, meus pobres amiges, disse o general com voz entristecida e penalisada. (Entram pelo jardim e vinha de examinar os trabalhos que progre- diam com unia rapidez admirável). E' verdade, vfto tinham mais do que cortar a sobe do seu jardim- zinho para flearera com uma propriedade encan- tadora. r- Peço perdão, meu general, para lhe observar què seria melhor não augmentar- as penas da pobre.E|fy, ella é táo joven ainda, e, portanto*,," teta \ imaginação bemfacildeexcitar.se, figu- ríwdo-seííKe como uma verdadeira desgraça a falto, dei j&l acquÍ8Íçâo. ;-L:. i-Oí-niOral Tens'cousa8! Pois nSo te estava ella ainda, agora dizendo que tu lhe suppres bella- mente todos ps prados e todos os bosques? Tu és para ella-.jy* sombra dos bosques, a frescura das ribeiras, o sol dos prados. Ah ! ah! ah! façam um poubo de senti mentalismo, vá. Em vez de tomarem unst ares de cherubins, vejo que me botam uns olhdis! Ahi ah! ah-1,Montier está furioso por eu níolfazer coro eom as lamentações da sua Elfy, e Elfy está damnada por eu escarnecer dos seus sus- tóros e da sua pena por nâo ter obtido os prados e ns*bosques. Ató á vista, meus pprabinhos, tenho onde ir.y.f'¦¦-. ^ Ldgo que partio, diBse Çlfy a Montier, que,es- tavai mordendo o bigode e fazendo as diligencias por 'conter a zanga que lhe tinham causado aB picuinhas do general: ²José, o general anda insupportavel ha alguns dias, tomara eu vêl-o pelas costas. ²Minha pobre Elfy, elle é bom, mas travesso. Que lhe havemos de fazer-? E' aquella a sua natu- reza, é necessário supportal-o ¦''e não esquecer nunca o bnm que nos fez. Sem elle nunca eu teria ousado pedir a sua mão. ²Mas ter-lh'a-hia eu dado, meu amigo, estava bem decidida a isso, quando nos fez a segunda visita. ²O que »ão impede que a deva igualmente a elle, e um beneficio d'està natureza faz perdoar bastantes imperfeições. ¦ ;g *m ?'x §A um : ¦ ¦! ¦M, XXV NA VÉSPERA DAS ESCRIPTURAS O dia do casamento aproximava-se. O general não parava um momento, sahia e entrava vinte vezes por dia. Fazia transportar da hospedaria de Bournier uma infinidade de caixas. Mandou vir o vestido e todos os mais adornos da noiva e obrigou Montier a mandar fazer em Domfront uma farda nova do zuavo, de panno fino, levou-o para este fira a Domfront á casa do melhor alfaiate, e foi elle pro-, prio que a encommendou.^ A collocaçáo dos 10,000 francos em nome de Tor-; chonnet a esta hora estava feita e estava tra-., tado que elle, apenas restabelecido, entraria para o collegio dos Irmãos da Doutrina Ch-rjstã em Domfront. O general,tinha também entregado ao- cura ob 150,000 francos destinados aos reparos da egreja e da residência e ao hospicio para as irmãs ., de caridade.-,^; Elle consentio em que se abrissem todas as caixas (menos aquellas que continham os vestidos da noiva, que o general não queria entregar senão á ultima hora), que foram despejadas com.grande alegria de Elfy, que perdoou tudo ao general, com grande satisfação da Sra. Blidot, de Montier, dos' pequenos e deDerigny; .da Sra, Blidot^rqüe encontrava um grande fornecimento de roupas brancas, baixella, serviço de prata, e toda a sorte de objectos úteis em uma casa; cie Montier, por- que gosava, com a alegria de Elfy, mais*do que com a sua própria; dos pequenos, porque ajuda- vam a arrumar todos aquelles objectos que acha- vam tfio bellos, e a cada momento soltavam excla- mações de admiração ederegosijo; deDerigny, porque participava da satisfação geral, porque não vivia senão pelos filhos, e, portanto, as alegrias e as penas d'elles eram as.suas. . (Continua)

Transcript of ANNO XV DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO...

Page 1: ANNO XV DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1880_00141.pdf · ANNO XV M DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141 ns. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

ANNO XV

M

DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141

ns.

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

4—16 Rua Nova dò Ouvidor 1

s^x—

. !' .( '

' ¦• ."-'*¦

11 "

*a

t—16 PUBLICA-SE ÁS QUARTAS, SEXTAS E DOMINGOSPREÇO DA ASSIGNATURA ADIANTADA

Por anno . 15#000 | Por semestre 8$000

Dum lucem habetia, credite in luoem. (S. JoXo, oap. 12, v. 36.) Clama itaque, olama, ne oesses. (Carta de Pio IX á redacção do Apóstolo.) A imprensa oatholioa ô uma verdadeira missão perpetua. (Palavras de LeSo XIII.)

AOS NOSSOS ASSIGNANTÉSPedimos'aos nossos as-

slgnantes em atrazo, man-dem satisfazei* suas assig-naturas, para nao sermosobrigados a suspender aremessa da folha.

0 APÓSTOLORio, 12 de Dezembro de 1880.

Na respectiva secção publicamos hoje duassaudações, que aos deputados catholicosdirigem os colonos allemães catholicos dasfreguezias de S. Miguel e Santa Cruz, naprovincia de S. Pedro do Rio-Grande doSul.

Nos é muito agradável registrar, nas co-lumnas do Apóstolo, documentos tão hon-rosos aos que os dão, como aos que osrecebem, pois em uns são a expressão debons sentimentos religiosos e de uma sinceragratidão, e em outros revelam o cumpri-mento do dever de legislador fiel á Con-stituição do Estado, de accordo com osprincipios catholicos, que ella acceitou. .

Ainda mais augmenta em. nós a. alegria,considerando a confiança que merecemosdos distinetos catholicos, fazendo-nos trans-missores de uma tão honrosa mensagem..

Homens de sã consciência, que respeitam-se, procedem d'este modo; não tôm receiode externar sentimentos • que receberam noseio materno, nas águas do baptismo, .etêm sustentado em.uma yida sempre christã.

Nem a ausência da pátria, nem a lemrbranca da família, dos amigos, os entibia,;pelo contrario, é tudo isto que despertan'elles o sentimento.de gratidão por aquellesque,,.fieis à crença, ao mandato quedes-empenham, levantam a voz em defeza dajustiça e^da verdade.

Quão differentes são estes catholicos d'essesque assaltam as irmandades, despidos daverdadeira fé, cujas miras são, só e só, aostentação e a vaidade I

. A elles causa, alegria, excita sentimentosde gratidão e de amor o que aos outrosiuspira desgosto e odio.

Estes são sectários, aquelles são catho-licos verdadeiros, fieis aos votos do ba-ptismo.

Esta grande differènça é, incontestável-mente, honrosissima, porque estabelece alinha divisória, necessária entre os catholicossinceros, fervorosos e estremecidos, e os quesão tibios, indifferentes e sectários.

Conhecedores de seus interesses e dos in-teresses da nação que os recebeu, que lhesdeu.trabalho, se lhes confrange o coraçãovendo atacada a religião verdadeira, queé a sua, assim como dos brazileiros, e nãotôm duvida em sahir respeitosamente á frentedas fileiras, dando vivas aos que, a defendemcom a palavra e com o voto.

A mensagem dos colonos catholicos dasfreguezias de S. Miguel e Santa Cruz ótambém um protesto solemne contra a don-trina do art. 8o do projecto de reforma elei-

FOLHETIM DO APÓSTOLO

A HOSPEDARIADO

ANJO DA GUARDAPELA.

.toral, que dà aos acatholicos o direito derepresentar a nação, assim como contra esseespirito singular, anti-religioso e anti-pa-triotico, que se tem manifestado na discussãodo referido artigo.

Ainda mais, revela as intenções pacifi-cas dos colonos catholicos, que se conten-tam com o trabalho, socego e liberdade noexercício de sua religião, na. educação dosfilhos, e direcção da familia, quando osacatholicos aspiram intervir na politica,tomar parte na luta dos partidos, que pro-porcionam

'antes a desgraça do que a pro-speridade.

Para que, tanta ambição, senão para finsreservados, e que serão pessimamente rea-lizados T

Chamamos a attenção dos nossos legis-lado res para sentimentos tão nobres, tãoelevados de homens, que sabem respeitaro povo a que se reuniram, e nunca o offeu-deram na imprensa, como fazem os "aca-

tholicos, que são tanto mais inimigos doBrazil, quanto maiores são as graças quese lhes concedem.

Parece, pois, que, se a raça latina, (tãoinjustamente julgada) carece effectivamenteser melhorada, e se a germânica à hoje amelhor, deve-se proceder com critério, in-troduzindo elementos moraes, homogêneos,afim de que bom seja o resultado d'essetão desejado cruzamento.

Em logar de allemães acatholicos, into-lerantes e exigentes, venham allemães ca-tholicos, tão úteis e proveitosos como elles,mas preferíveis, pela mansidão e desinte-ressado amor á pátria que adoptaram.

Oxalá que se desperte o espirito publico,tão indifferente até hoje, tão descuidoso dahonra da pátria, para que appareça a resis-tencia legal, contra a doutrina do art. 8 doprojecto de lei eleitoral; doutriua que revelauma influencia estranha, actuando em ho-mens sem religião e sem patriotismo.

O senado brazileiro, que tem discutidocom tanto saber essa reforma da lei eleitoral,terá bastante independência e patriotismopara, na 3" discussão, rejeitar esse artigo,que offende o nosso sentimento de nacionali-dade e a nossa crença.

Inspirem-se os anciãos da pátria nos sen-timentos dos catholicos allemães, e terão"praticado nobilissimo acto.

Terminando, declaramos que as duas men-sagens, a que nos temos referido, foram pornós entregues ao illustrado Sr. deputadoDr. João José do Monte, que nos pro-metteu transmittil-as aos seus collegas ca-tholicos; fica d'este modo, portanto, desem-penhada a missão que nos deram os dignoscatholicos allemães das freguezias de S. Mi-guele,Santa Cruz; missão que satisfizemoscom o maior gosto, por ter principal-mente partido de uma provincia que estre-mecidamente amamos, a qual nem a dis-tancia, nem a longa ausência puderam aindariscar da uossa memória e do nosso coração ;berço de heróes, cheia de sentimentos pátrio-ticos e christãos, não pôde ser esquecida pelomais obscuro de seus filhos.

TELEGRAMMASPariz, 8 de Dezembro.A Grécia está pondo ostensivamente om execução

preparativos para uma guerra próxima.— 9 de Dezembro.Falliram, em Nova-York, dous importantes no-

gociantes de café, Amold e Kinsball. A noticia fezimpressão nos mercados da Europa.

Londrfs, 9 de Dezembro.A taxa do desconto do Banco de Inglaterra foi

hoje elevada a 3%.O Times publica noticias de Nova-York, annun-

ciando a fallencia de diversos especuladores decafé das praças do Nova-Ycrk e de Boston ; diz-seque os passivos s5o importantes, eque este factoproduzio nos mercados dos Estados-lÍDidos umcerto pânico.

(Do Jornal do Commercio)

FOLHINHA CATHOLICADezembro

12. Dom. (3'* do Advento.) S. Synesio, m.-, osSS. Epimacho e Alexandre, mm.; as SS. Am-monaria, v., Mercuria e Dionysia, mm.; osSS. Hermogenes, Donato e mais vinte e dous,mm.; os SS. Maxencio, Cunstancio, Crês-cencio e Justino, mm.; o B. Jeronymo Ra-nucio, conf.

13. Scg. S. Luzia, v. m.; os SS. Eustracio, Au-xencio, Eugênio, Mardario e Orestes, mm.jS. Antiocho, m.; S. Authberto, b.; S. Judoco,conf.; S. Othilia, v.—Festa de Santa Luzia nasua egreja.

14 Terç. Os SS. Heron, Arsenio, Isidoro e Dios-coro, meninos, mm.; os SS. Druso, Zosimo eTheodoro, mm.; os SS. Justo e Abundio,mm.: os SS. Nicasio, b., e sua irmã Eutropia,v., mm.; o B. Espiridião, b.; S. Viator, b.;S.Pompôo, b.; S. Agnello, abb.; S. Matro-niano, eremita ; o B. Boaventura, conf.

SECÇÃO NOTICIOSA

•-1

C0NDS88A DE SSGÜR

TRADUCCÃO LIVRE DO

PADRE JKROKYMO JOSÉ DO AMARAL

XXIV

MVSTERIOS..

..... ••.'¦;; ":

(Continuação do n. 140)' f

E' pena, continuou o general. Que lindo pre-dio lhos ficava aqui pegado A casa! E se outro oscompra pô*dó levantar parede ou casas ao fundo doseu jardim, impedil-a de ir buscar água a ribeirae, emfim, apoquental-a de mil maneiras. N3o éverdade o que eu digo, Montier ? *

Muitíssimo verdadeiro, meu general, por isso

eu tinha grande desejo de os comprar. E, se Elfyconsente, empregareiVellea os"20,00Ò francos quedevo-á sna generosidade; esperarei, pois, quesejam postos & venda. -,.!

Solemnidades religiosas.—Celebra-sehoje a festa da Immaculada Conceição, nasseguintes egrejas: i

Na da Veneravel Ordem Terceira da Imma*culada Conceição, ás 11 1/2 horas da manhã',orando ao Evangelho o Rvm. Conego Fran-cisco Figueiredo de Andrade e ao Te-Deumo Rvm Conego Luiz Raymundo da Silva"Brito.

Na matriz de Nossa Senhora do EngenhoNovo, ás 11 horas da manhã, orando ao"Evangelho o Rvd. Conego Luiz Raymundoda Silva Brito e ao Te-Deum o Rvd. padre-mestre Antônio André Lino da Costa.

Na capella da Confraria de Nossa Senhorada Conceição, em Nitherohy, ás 111/2 horasda manhã, orando ao Evangelho o Rvd.vigário Luiz Antônio Escobar de Araújo e aoTe Deum o Rvd. padre mestre AntônioAndré Lino da Costa.

Amanhã, às 11 1/2 horas da manhã, nasua capella, celebra-se a festa da virgemmartyr Santa Luzia, oraudo ao Evangelho oRvd. padre-mestre pregador imperial freiManoel de Santa Catharina Furtado e aoTe-Deum o Rvd. padre-mestre João Manoelde Carvalho.

No dia 19 do corrente, ás 11 horas da

manhã, celebra-se,.na capella de S. João deDeus do Hospital da Sociedade BeneficênciaPortugueza, a festa do 22° anniversario dainauguração do hospital com missa solemne,orando ao Evangelho o Rvd. padre-mestreVictorino José da Costa e Silva.

Fallecimento do geral dos carmèli-tas descalços.. — No mesmo dia em quea egreja celebrava a festa dos mortos eraacompanhado pelos seus amigos ao cerni-terio da cidade de Alcalá de Henares ocadáver de um homem de verdadeiro me-recimento, o Rvd. padre Maldonado, geralda Ordem dos Carmelitas descalços, de Hes-

panha.De profunda instrucção, elevado talento

e recto juizo, orador notável e polemicodistineto, o padre Maldonado havia *pre-

stadò á egreja eminentes serviços, me-

j*ecendo por elles que o inolvidavel Pio IXp designasse para aquelle difficil cargo emmomentos dificílimos; porque principiavama repòr-se as cousas ecclesiasticas de Hes-

panha, depoia de passadas as primeirastempestades revolucionárias e feita a ex-clausuração' de 1836.

í Uberaba.—As observações meteorologi-"(Sas de frei Germano deram os seguintes extre-mos na semana de 20 a 26 do passado : —'ar.

G. L. 702 e 798,3; Th. C. 27 e 18 ;yg. 99 e 78 ; choveu 39 mm. na cidade;irecção do vento NE SE.

Dous novos Cardeaes hespanhoes.—(Escreve um correspondente da Palavra:

« O Summo Pontifico, que cada dia offe-rece maiores provas de interesse pela Hes-

panha e do affecto que professa ao seurei e ao seu governo, manifestou que pôdenropôr-se-lhe o Prelado que se queira parauma das duas novas purpuras que se lhe

pediram e prometteu -conceber logo que o

perraittissetn as necessidadegdeoutras egte-

jas de differentes pontos db globo, e emviftude d'esta importante concessão foi de-.signado para o cardihalato o Sr. Arcebispodè' Sevílha, ..varão de grandíssimo saber,ta|ento notável e virtudes exemplares queléf'distingue por sua ardente e inexgota-•vé] caridade; é, sem duvida, um dos.Pre-lados raais populares que ha era Hespa-riha; não só dentro como fora da dioceseque rege com singular acerto.

No. caso' de que seja possivel ao SantoPàdfe- conceder a outra purpura que se lhesolicitou, a eleição recahirá nó Sr. Mon-nescil,- Arcebispo de Valencia, um dps ora-dores- mais notáveis d'este paiz, onde tantoabundara, talvez o mais notável porque,possue a rara qualidade de se distinguirnos diversos gêneros da oratória, sem osconfundir em cousa alguma. »

Distincção.—A Sociedade Portugueza deBeneficência d'esta corte, em sessão de 5 docorrente mez, conferio o titulo de bemfeitorda Sociedade ao Rvd. conego Dr. Manoel daCosta Honorato, em signal de gratidão pelosserviços prestados pelo .mesmo ao respectivohospital.

O general sorrio-se maliciosamente, elle tinhaprevenido e combinado tudo. O tabellião tinhaordem de responder, no caso de ser procurado ácer-ca d'aque]los bens, que já estavam vendidos, semdizer a quem.

A partir d'aquelle dia o general começou a entre-gar-se a umas oecupações mysteriosas, que muitosurprenderam a todos. Mandou alugar em Drom-fròntum cabriolet puchado por um vigoroso cavai-lo, subia para elle depois do almoço e não regres-sava senão á tarde. Quasi sempre partia só.mas algumas vezes levava o cura na sua com-panhia.

Perguntaram ao conduetor onde levava o gene-ral todos os dias, mas este limitou-se a responder:Tenho prohibição de o dizer, seja a quem fôr; c, seo digo/ porco uma gorgeta de 100 francos, o queme não faz conta.

Houve quem seguisse o cabriolet para ver paraonde se dirigia, mas o general percebia-o e man-dava largar a toda ferida, ainda que fosse precisorebentar o cavallo.

Um outro motivo de surpreza para a aldéa eraque, depois da estada alli do tabellião, veio umamultidão do artistas de Domfront instalar-se nahospedaria de Bournier, o trabalharam com talafan, que em oito dias fizeram na casa uma trans*formação completa. O terreiro foi terraplanado eareado, tendo ao longo da casa um passeio de pedra.Um elegante patim substituio os escalões de tijolo,já quebrados e meios gastos. As vidraças,de vidrospequeninos, foram substituídas por outras de vi-dros grandes. Toda a casa foi reparada e pintada;o quinteiro foi augmentado e limpo; as cavalhari-ças, cortelhos, palheiros, adega e celleiros foramarejados o postos em melhores condições de asseioe segurança. Chegavam todas as tardes carros comos moveis necessários para guarnecer a casa, masninguém sabia o que era, porquo chegavam semprealta noite e eram logo recolhjdps e çollocados lio8

Escola Polytechnica. — Seguio ante-hontem para Ubá, e d'alli para a Serraria eLeopoldina, a turma que completa o curso desciencias physicas e naturaes; vai sob. adirecção do Dr. Luiz Caminhoá e é compostados Srs. Luiz de Carvalho e Mello, FredericoCarlos da Costa Brito, Collatino Marques deSouza Filho, Nicoláo Paranhos Pederneiras,Joaquim Adherbal da Costa e João CaetanoLopes da Costa.

O fim da excursão é visitar' as melhoresfazendas d'essas localidades e estudar diversasculturas. /

Dádiva. —¦ Chegou a Madrid uma com-missão encarregada de offerecer ao Núnciode Sua Santidade uma imagem da Senhora .do Pilar, adquirida entre os saragoçanospor meio de subscripção, e que devo serenviada a Leão Xlil, como prova de re-conhecimento pelas offertas.'que o Papa fezá patrona'-dos' aragonezes em Abril ultimo.

Várias noticias.—Naufragou nas costasda Austrália um vapor que conduzia a bordoo representante dos commerciantes de Parizna exposição de Melbourne, perecendo esteindivíduo e perdendo-se bagagens impor-tantes dos expositores.

—•Escrevera de Pesth, capital da^Hun-gria, que se preparam alli grandes festaspara celebrar o matrimônio do príncipeRodolpho. A cidade presenteou a noiva cora.um adereço do pedras preciosas, no estyloantigo húngaro, cujo valor ó calculado em50,000 florins.

— Uma commissão de engenheiros norte-americanos estudou um projecto de canalnavegável! atravez da Florida, o qual abre-viária 497 kilômetros o percurso de NovaOrléans a New-York. D comprimento docanalt d-?s<io. a ?fòz do rió Saint-Mari atéao golfo

'do. México, seria 122 milhas, com-greheridéhà.0 24 de navegação fluvial. Oseu «tosto está avaliado era 50 milhões delibras. *

Os restos mortaes de AlexandreHerculano. —- Escreva o- Commercio doMinho:

« Formou-se em Lisboa uma commissão,que vai incumbir-se de trasladar os restosmortaes de Alexandre'Herculano para oclaustro do extineto convento dos Jerony-mos, erigir-lhe alli um monumento e abrirpara esse fira uma subscripção nacional.'

O Sr. conde de Casal Ribeiro, insignediplomata e litterato, recusou fazer parteda referida commissão, segundo se vê deuma^carta que escreveu ao presidente, eque^ foi -transcripta no Diário Popular.O seu voto era que devia ser trasladadopara o mosteiro de Santa Gvuz de Coimbra.

Mas Alexandre Herculano em vidaguer-reou a egreja catholica, combateu e metteua ridículo os seus dogmas, e morreu forada sua communhão 1 Com que direito, pois,p querem levar para uma egreja? A con-vtradicç5o ó palpável I O p* .rio Herculano,se se erguesse do túmulo, seria o pri-meiro a protestar contra semelhante pre*tenção. »'.,

;;:f

respectivos logarep, e de dia os operários nâo dei-xavam chegar ninguém ao pé da casa.

O mesmo estava acontecondo com os lameiros enas mattas que circumdavam o jardim do Anjo daGuarda, limei multidão de .operários andava alliempregada havia alguns dias, e traçava largas car-reiras, punha bancos, collocava vasos de flores, for-mava pontes sobre a ribeira e regularisava as suasmargens; construiram em frente do Anjo daGuardaum pequeno cães coberto, o alli amarraram comuma cadêa um lindo barquinho de passeio. Cadadia augmentava o encanto d'esse bello prédio, tSocobiçado por Elfy e Montier, e ao mesmo tempo odespeito d'estes, porque viam que estava em mãosque n3o pareciam dispostas a cedel-o por 20,000francos. Era evidente que este prédio .acabava demudar de dono, e talvez o novo proprietário qujzes-se alli ediflear uma casa, para gozar das bellezasque as novas obras tinham communicado ao prédio.

—¦Cara Elfy,disse Montier, soltando ainda assimum suspiro de tristeza, não. desejemos mais doque temos; nao somos nds já bem felizes comaquillo que devemos a Deus? De resto, a minhaúnica felicidade n'esta vida consiste em tel-a poresposa, o resto pouco valor tem para mim, nüoserve senSo para embellezar a nossa ventura,como os adornos de noiva a embellezarSo no diado nosso casamento.

Tom razSo, meu amigo, tambom eu dariatodos os prados e bosquea-do mundo para o con-servar junto de mim. Apenas me contraria umpouco o pensamento de que teríamos talvez podidoobter tudo isto facilmente, e que ficamos sem esteBterrenos por mero descuido de não indagarmos seestavam postos á venda.

Era isso mesmo o que eu dizia cá de mimpara mim, meus pobres amiges, disse o generalcom voz entristecida e penalisada. (Entram pelojardim e vinha de examinar os trabalhos que progre-diam com unia rapidez admirável). E' verdade, vfto

tinham mais do que cortar a sobe do seu jardim-zinho para flearera com uma propriedade encan-tadora.

r- Peço perdão, meu general, para lhe observarquè seria melhor não augmentar- as penas dapobre.E|fy, ella é táo joven ainda, e, portanto*,,"teta \ imaginação bemfacildeexcitar.se, figu-ríwdo-seííKe como uma verdadeira desgraça afalto, dei j&l acquÍ8Íçâo. ;-L:.

i-Oí-niOral Tens'cousa8! Pois nSo te estavaella ainda, agora dizendo que tu lhe suppres bella-mente todos ps prados e todos os bosques? Tu éspara ella-.jy* sombra dos bosques, a frescura dasribeiras, o sol dos prados. Ah ! ah! ah! façam umpoubo de senti mentalismo, vá. Em vez de tomaremunst ares de cherubins, vejo que me botam unsolhdis! Ahi ah! ah-1,Montier está furioso por euníolfazer coro eom as lamentações da sua Elfy, eElfy está damnada por eu escarnecer dos seus sus-tóros e da sua pena por nâo ter obtido os pradose ns*bosques. Ató á vista, meus pprabinhos, tenhoonde ir. y.f'¦¦-. ^

Ldgo que partio, diBse Çlfy a Montier, que,es-tavai mordendo o bigode e fazendo as diligenciaspor

'conter a zanga que lhe tinham causado aB

picuinhas do general:José, o general anda insupportavel ha alguns

dias, tomara eu já vêl-o pelas costas.Minha pobre Elfy, elle é bom, mas travesso.

Que lhe havemos de fazer-? E' aquella a sua natu-reza, é necessário supportal-o ¦''e não esquecernunca o bnm que nos fez. Sem elle nunca eu teriaousado pedir a sua mão.

Mas ter-lh'a-hia eu dado, meu amigo, estavabem decidida a isso, quando nos fez a segundavisita.

O que »ão impede que a deva igualmente aelle, e um beneficio d'està natureza faz perdoarbastantes imperfeições.

¦ ;g

*m?'x

§A

um:

¦ ¦!

¦M,

XXV

NA VÉSPERA DAS ESCRIPTURAS

O dia do casamento aproximava-se. O generalnão parava um momento, sahia e entrava vintevezes por dia.

Fazia transportar da hospedaria de Bournieruma infinidade de caixas. Mandou vir o vestido etodos os mais adornos da noiva e obrigou Montiera mandar fazer em Domfront uma farda nova dozuavo, de panno fino, levou-o para este fira aDomfront á casa do melhor alfaiate, e foi elle pro-,prio que a encommendou. ^

A collocaçáo dos 10,000 francos em nome de Tor-;chonnet já a esta hora estava feita e estava tra-.,tado que elle, apenas restabelecido, entraria parao collegio dos Irmãos da Doutrina Ch-rjstã emDomfront. O general,tinha também entregado ao-cura ob 150,000 francos destinados aos reparos daegreja e da residência e ao hospicio para as irmãs .,de caridade. -,^;

'¦ Elle consentio em que se abrissem todas ascaixas (menos aquellas que continham os vestidosda noiva, que o general não queria entregar senãoá ultima hora), que foram despejadas com.grandealegria de Elfy, que perdoou tudo ao general, comgrande satisfação da Sra. Blidot, de Montier, dos'pequenos e deDerigny; .da Sra, Blidot^rqüeencontrava um grande fornecimento de roupasbrancas, baixella, serviço de prata, e toda a sortede objectos úteis em uma casa; cie Montier, por-que gosava, com a alegria de Elfy, mais*do quecom a sua própria; dos pequenos, porque ajuda-vam a arrumar todos aquelles objectos que acha-vam tfio bellos, e a cada momento soltavam excla-mações de admiração ederegosijo; deDerigny,porque participava da satisfação geral, porque nãovivia senão pelos filhos, e, portanto, as alegrias eas penas d'elles eram as.suas. . (Continua)

Page 2: ANNO XV DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1880_00141.pdf · ANNO XV M DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141 ns. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Domingo 19 de Dezembro de 1880¦ f. '* i

¦*--,"•:•

':¦

.*.

fe**.:.

lf*

&'¦

fe**.

I-'

.

v :, -.

M.Vsãiònáriós. — Oito missionários daCompanhia do Jesus embarcaram em Mar-solha, em 3 de Outubro, no paqueto das Mes-sageries Marilimes, para a missão doKiangtiau (China), a saber: os Rvds. padresTireaii, Miguay,Tougeray e os irmãos CharlesDurouchoux, Alfred Lóvóque, Jean Venel,Jerôrae Tovar e Henri Maringe.

'"'¦

Eis os nomes dos religiosos da congrega-ção do Espirito-Santo e do Sagrado'Coraçãode Maria, que ultimamente partiram para asmissões:

Em Setembro próximo passado, o Rvd.padre Leroy, da diocese de Contauces,-em-barcou em Marselha para Pondichery, e oRvd. padre Speisser, que tinha: regressado áFrança por motivos de doença, embarcou eraBordeaux para a missão da Senegambia.

No presente mez de Outubro, o irmão^Fla-vien Kipp e o Rvd. padre Le Pennec e oirmão Ango Lemarchan embarcaram; tam-bera um Bordeaux para a mesma missão, osRvds. padres Oyprien Spielmann e Bichetpartiram de Marselha para a ilha Mauricia, éo Rvd. padre Weuger embarcou em BPr-deaux para Serra Leoa.

E' assim que a religião catholica se pro-paga á custa dos sacrifícios de seus filhos;emquanto esses impios que tanto gritamcontra os padres se reclinara em molles co-chins, o padre, pregoeiro da palavra dú Di-virio Mestre, lá vai, atravessando os mares,demandar inhospitas paragens, onde tem asoffrer as saudades da familia e da pátria,que deixou, talvez, para sempre,, e onde o es-peram privações e soffrimentos de toda aordem, e, a maior parte das vezes, o martyrio.

D'esses heróes só a Egreja catholica dá, eainda ha quem contra ella grite e a alcunhede ignorante e de retrograda; a ella que ei-vilisou o mundo e que vai levar, conjüricta-mente com verdadeira doutrina que salva oshomens, o ensino dos meios para a felicidadedos povos.

Se vivemos é por milagre. —Um sar-gento explicava a alguns recrutas o regu-lamento militar:

Quem abandona o corpo de guarda penade morte.- ¦

Quem revela janto e senha, pena demorte.

Quem responde ao superior, pena demorte.

Quem é insubordinado, pena de morte.Quem falta á disciplina do quartel, pena' de morte.Emfim, rapazes, para concluir devo di-

zer-vos que se vivemos é por milagre.

As virtudes de um livre pensador.Ha pouco, em um dia de Julho, n*'um

d'esses dias de abafar, viajavam algumaspessoas em uma diligencia, cujos logaresestavam todos oecupados.

Cada um enxugava philosophicamente orosto e soffria em silencio. Apenas um joven,que teria os seus 25 annos, se lembrou de

| dirigir a palavra a uma senhora de idademadura, que lhe ficava no logar fronteiro,e a conversa cahio sobre religião. '

O joven -advogado (era ura advogado otal) atacou audazmente o catholicis'irio,quea senhora defendia, por seu turno, o melhorque podia, conseguindo com argurrièntos,aliás bem simples, bater o seu arguente".

Por vida minha 1 pensava eu; se'estequidam é tãó forte no codigó civil; comono catechismo, tenho dó da viuva, do òrphãoe de todos os seus clientes.

O joven advogado tomava tal calor, quegesticulava como só estivesse uo tribunal.Nunca ouvi dizer tantas sandices com tantoaplomb. O homemzinho sustentava' qúe asverdades e virtudes sobrenaturaes eraminúteis; que as luzes da razão e a voz daconsciência bastavam á gente de bem.

'—Humanidade e philantropiaI excla-mava elle; são estas as virtudes do livrepensador! São' as minhas. Eu devia ternascido em Sparta, no tempo de Leonidas.

O conduetor interrompeu aqui o inspiradoorador, assomando a uma das portinholasdo carro.

Cavalheiros, bem sei que ficarão umpouco apertados; mas peço-lhes que dêirilogar a um pobre velho, que está ria es-trada, ha mais de uma hora, á espera quepasse a diligencia. Dirige-se a uma povoaçãodistante, onde tem sua filha graveraeuteenferma. E'-lhe impossivel encontrar outro

-meio de transporte. ";'¦'' -*— E' verdade, disse um ancião, qu-g or_caria pelos seus 80; em nome de Deusrogo-lhes que me deixem ir ahi a um can-tinho.... Minha filha está a morrer, è éüqueria chegar a tempo de a ver.

Sete viajantes fizeram um gesto, que' signi-ficava—suba. a}f&

Apenas o nosso philantropico joven seoppôz energicamente.':.— "A diligencia está cheia.

— E' questão de tres quartos de hora,redarguio u conduetor.*•—* Já disse, respondeu o eraulo de Leo-nidas; opponho-me a que suba, seja quemfôr.

Então, um dos companheiros de viagem,homem dos seus 50 annos, disse-lhe':,''

O' senhor, é uma crueldade deixareste velho na estrada; creio que o senlíornao insistirá ua sua negativa.

'-¦>

Perdoará, mas insisto.Tanto peior. Esperava outra cousa de

um homem quo alardeia humanidade ephilantropia. Como falia tanto em sparta-nos, julguei que sabia as attonções quo ellestinham com a velhice.

O senhor quer dar-me uma lição ? disseo livre pensador.

E porque não?E, apeando-se, disse ao pobre velho:—- Siiba, senhor, P oecupo o meu logar;

ó um christão quem lh'o cede.Mas, perguntou o conduetor, corao ha-

de o senhor chegar ao seu destino?Irei a pó, e viva Deus I Pois julga

que ó necessário ser spartano para palmilharduas léguas?

Apenas o ancião oecupou o seu logar,a diligencia continuou a rodar na estrada.

O joven advogado não tornou a abrir aboca, a fez bem, porque os viajantes con-tinham, a custo, a sua indignação.

Prova convincente do que valem a razão ea consciência, divorciadas da fé. ¦

Entre um reitor e o pai de um alum-no.*—Peza-me, meu senhor, dizer-lhe que seufilho commetto diariamente actos de bar-baridade. Hontem quasi que matou um col-lega no recreio. Não pensa e não faliasenão em ferir e matar. Despreza o maisque ó possivel a existência de seu seme-'lhante. Cora taes instinctos o que have-mos fazer d'elle?— E' muito simples, disse o pai, o man-

darei estudar medicina.Sinistros marítimos. — Referem as

folhas de Ponta Delgada que no dia 24 deOutubro entrara n'aquelle porto, cora fogono porão, a galera ingleza Lord Northbrook,procedente de Calcuttá, carregada de espartoe sementes oleosas, e com destino a Londres.Por ordena da autoridade, foi a galera enca-lhada no areai denominado do Rasto do Cão.Na noite de 28 desenvolveu-se com grandeforça o incêndio n'aquelle navio, o que offe-recia ura espectaculo imponente e contris-tador, pelos valores que assim se perdiam.

Notou-se que não se empregasse diligen-cia alguma para debellar o incêndio. •*-¦ i,

-•- No dia 3 do corrente, também entrouem Ponta Delgada outro navio com incêndioa bordo. E' o vapor inglez Kingstone, de1Savaunah para Liverpool, com carregamentode algodão.

A' sahida do paquete tratava-se de extin-guir o fogo, tendo ido para bordo a corpo-ração de bombeiros.

Em pleno tribunal. — Um sujeito é ac-cusado de ter furtado um par de calças.Oa advogado defendeu tão eloqüentementeo réo, que foi absolvido unanimemente.

Vamos, disse o advogado, saiamosporque está absolvido.

Porém o homem permanecia impassívelno banco.

Afinal aborrecido, o defensor perguntou-lhe o motivo de tal permanência na salada audiência.

Senhor, replicou o aceusado, estascalças com que estou são as que furtei;se saio, estou com medo que vejam emmim o corpo do delicto.

EXPEDIENTE DO BISPADOProolamas

Foram lidos na Capella Imperial no dia8 de Dezembro os seguintes:

Francisco do Carmo Araújo com EmiliaRangel de Abreu.

; Francisco de Faria Homem com MariaLeopoldina Machado.

Francisco Cota Amaro- com Maria Rosa deJesus.

Manoel Martins de Almeida com ElviraAyres Pimenta.

Marianno Marciano Gomes Pereira comLucinda Cândida Arêas.

Manoel Rodrigues Barreiros com RachelAugusta Moratuny.

Manoel Pinto de Castro Júnior com Heuri-queta Rosa daFonseca.

Manoel Pereira de Souza com Mar^ ^eJesus.

Manoel Pereira.Leife cora Alice de SouzaPereira.

¦ Leonardo da Costa Guimarães com Leopol-dbia Silveira Dias.

'* •*>V*'*João Fernandes Augusto com Maria Pe-reira.

Domingos Farias Júnior com LaurindaPereira dos Santos. -

Ricardo da Silveira Gusmão com JulietaBorges Diniz.

Antônio Pacheco Ferreira Vianna comCorinade Brito.,fe

Alexandre Wagner Júnior com Rita Joannados Reis.

Dia 5.Raul Pamplona com Julia Rige.

-*•¦'

3Provim.ontosDe 6 a 11 de Dezembro passaram-se os

seguintes:

^ Ao Rvd. padre João Cosella, para con-tinuar a parochiar por mais um anno afreguezia dos Santos Reis Magos da VillaNova de Almejda, na provincia de Espirito-Santo, d'este bispado.'

Ao Rvd. Conego Joaquim Ferreira daCruz Belmonte, para celebrar, confessar epregar n'esto bispado, por um anno.

Ao Rvd. padre Macario César de Ale-xandria o Souza, idem, idem, idem.

Ao Rvd. padre Francisco Antunes do Si-queira, idem, idem, idem.

Ao Rvd. padre Vicente Villas, para ce-lebrar e confessar,, por ura anno.

Foi exonerado, a seu pedido, o Rvd. padreAntônio-Mac Namara, da oecupação decoadjutor da freguezia de S. Christovãod'esta corte.

CasamentosDe 6 a 11 de Dezembro passaram-se as

seguintes provisões:Anicéto de Souza Machado com Maria

Schroeder.Olympio de Vasconcellos Mendonça com

Joanna Emilia de Pinho Rezando.Joaquim Teixeira com Joaquina Cândida.Francisco Durães Teixeira com Virginia

Pinto de Azevedo;Cândido dos Sautos Bello com Victorina

Maria da Conceição.Francisco Maria Dudier com Maria José.João Ignacio de Mendonça com Alexandri-

na Francisca Leonor.Manoel Pereira da Silva com Emilia Soares

da Silva.Manoel Ferreira Caetano Júnior com Maria

de Araújo Alves Charega.Josó Maximiano Galvão com Carolina

Maria da Conceição.Pedro Alves da Silva Tavares com Maria

Cândida da Conceição.*Francisco Alves da Silva com Adelina

Augusta da Silva.Joaquim Pereira Júnior cora Anua Maria

da Conceição.. João Exposto cora Emilia Rosa Teixeira,

viuva.Francisco Pereira de Andrade Júnior com

Apoliuaria Maria de Paiva e Silva.s Américo Gomes de Oliveira com RosaliuaGomes de Oliveira.

Vicente Saruo com Izabel de Paula.Benevenuto Teixeira Cardoso com Virgi-

nia da Silveira Dutra.Manoel Machado da Rocha com Maria

Cândida da Roza.

PROVISÕES EXPEDIDAS PELA CA.MA.IIA.ECCLESIASTICA

De 6 a 11 de Dezembro. 20De 7 de Janeiro a 4 de Dezembro.. 1.453

Total.... 1.473

NOTICIAS ESTRANGEIRAS"Portugal

De 8 a 16 do passado as noticias quenos trazem os jornaes portuguezes são asseguintes:

Està-se preparando no ministério dajustiça uma sala para receber os Bisposque tôm de ser ouvidos sobre a circu»"scripção ecclesiastica do pai' """

Estão já era Llspoa os Srs. Arcebispode Braga ô Dr. Boavida. Vêm tomar partenos trabalhos da nova circumscripção dio-cesana.

Proseguem os trabalhos da coramis-são das missões, a qual deve tomar co-nhecimento do relatório feito pelo Sr. Lu-ciauo Cordeiro.

A reforma projectada tem por fimcrear missionários úteis e illustrados, pos-suindo conhecimento de certos ramos desciencia que possam tornar mais util a suamissão espiritual.

Os Srs. Capello e Ivens partem bre-vemente para a África Occidental, ondp vg0concluir a carta topographica t»« a„;^lciosamente começada.

_ — Deve reali^r.Sô no proximo ann0) uoFalacio de Oi^stal; uma expósição-bazar ^^las-artes, promovida peb centro artis-

tico portuense.Partio para Lisboa o Exm. Sr. Car-

deal p. Américo, Bispo dò Porto, afim de

assistir á conferência sobre a circurascri-pção das dioceses, para o que fpram con-vidadds somente os Prelados mitradòs.

Sua Eminência demorou a sua ida' eraconseqüência de uraa ophtalmia, de queultimamente tem soffrido. Acompanha SuaEminência o seu capellão o Rvm. padreJ. Moreira Pinto.

Parece que o Sr. Bispo de Vizau nãovai á conferência dos Prelados que estápara se óffectuar ém Lisboa, e que foitransferida para o dia ,15 d'este mez.

O Sr. Henrique Augusto Dias de Car-valho,major em commissão nas obras pu-blicas da "provincia de Angola, pedio aconcessão de tres linhas férreas,. de Ca-lembo no Quanza, o Quifanganho noBengo,ligando com a cidade de Loanda.

• ~- Disse a folha official, publicando ul-timamente a nota do estado da dividaflu-ctuaute, que esta divida cresceu, no mezde Outubro findo, 460:809$500.

•— Deve reunir-se a relação e a cúria pa-trierchal para decidir da validade do casa-mente clandestino, que em. Séteriibro ultimo

se realisou ria egreja do Alfazeirão, entreuns indivíduos abastados, sendo a noiva demenor idade, e tendo sou pai recusado tenaz-mente a dár seu consentimento.

Os boatos, que correram com grandeinsistência acerca da quóda do ministério,dissiparam-se completamente.

O governo japonez offereceu ao nossogoverno uma collecção de moedas do Japão,em troca das que recebera de Portugal, queestiveram na exposição de Pariz.

Verificaram-se na sé patriárchal, coma solemnidade dos annos anteriores, as exe-quias por alma de el-rei D. Pedro V, de sau-dosa memória. Officiou o Rvd. ConegoCabral.

Assistiram SS. MM. el-rei D. Luiz e el-reiD. Fernando, acompanhados dos ofliciaes ecamaristas de serviço, mais algumas pes-soas da corte, membros do corpo diploíná-tico e outros funecionarios civis e militares,alguns collegios è • asylos, contingentes doscorpos ; numerosas senhoras e povo.

No adro, fazia a guarda de honra o bata-lhão de caçadores 2, que uo fim da ceremo-nia religiosa deu as descargas do estylo.

Em virtude d'esta còmmemòraçãó,* houveferiado nas repartições do Estado, sendo in-terròmpido o movimento dos negócios'pu-blicos., v •" *'¦>'

:— Como ó sabido, no fim do mez passadohouve reunião em Pariz dos portadores dostítulos chamados de D. Miguel, a convite doconde Reillac, adoptando-se, ao que consta,algumas resoluções contrarias ao credito dogoverno portuguez.

Fallou-se também na publicação de umnovo opusculo, acerca de tão controvertidoassumpto. ''*"

Chegaram a Lisboa alguns exemplares,que foram expostos á venda em Pariz, Lon-dres, * Amsterdara e Bruxellas, com o titulode Recusar a cotação aos empréstimosportuguezes (III), e o sub-titulo de Em-preslimos^âe Estados estrangeiros em de-bito.

DIOCESE DO RI0-&RANDESaudação

DOS COLONOS ALLEMÃES CATHOLICOS DAS FRE-

GUEZIAS DE S. MIGUEL E SANTA CRUZ AOS

SUS. DEPUTADOS CATHOLICOS.

Illms. e Exms. Srs. representantes dapátria na assembléa geral I

Inclytos defensores da liberdade da reli-gião do Estado I

Não pôde sorprender ou necessitar de des-culpa a acclamação espontânea, resoandoaté dos últimos ângulos de terras ha poucocultivadas, e mesmo da matta virgem daprovincia do Rio-Grande do Sul, dirigidaaos nobres representantes da nação por com-patriotas, embora bastaute novos e muitodistantes, mas, comtudo, não menos zelososda gloria e prosperidade do nosso caríssimoBrazil, dedicada á sublimidade .das idéas,á superioridade da argumentação, á destreza

?triumphante na refutaçãp, e em particulará coragem, altamente cava11?*••"VV. EEx.-"" --eira, Còtn que

i'u.0, arena parlamentar, eih defezados direitos Ps mais antigos e da liberdadee livre exercício da religião do Estado d'éstanoVa pátria, tão amada por nós, levantaram,quaes outros heróes intrépidos, a luva lançadacontra os sagrados direitos de tantos bóriscatholicos, e' victoriosos repellirara umaaggressão, tão saCrilega como injusta,'contraa nossa augustissitna religião. '• '

Exms. Senhores I Antes de ouvirmos avossa voz eloqüente e animadora, nós nosachávamos tristes e affiictos, sabendo que,mesmo no sagrado recinto da augusta as-sembléa, era; atacada á nossa religião, onosso maior bem, ó anciosos esperávamosque contra taes inimigos surgisse quasi dosepulchro o espirito do immortaíZachariasde Góes e Vasconcellos, que, durante'"todosos annos da sua preciosa existência, pelejandoem prol dá nossa augustissíma religião,nos pareõla tôr estabelecido herdeiros, quasiab inlestato, d'esta nobre missão, em pri-meiro logar, os próprios correligionários.

Exms. Senhores! Nós, colonos allemães,não iniciados nas questões da alta politica,todavia, comprehenderaos bem que, tratan-do-se da religião, trata-se dos nossos inte-resses vitaes e mais essénciaes. Foi á nossaSanta Religião catholica apostolica-roniánáque nos acompanhou da nossa a esta novapátria; ella nos indemnisava a carência deoutros bens, e, sendo a única aütorisada,em breve nos fez desvanecer as saudadesdo solo natal

Ora, quando esta mesma religião era vi-lipèndiada nos jornaes, aiacada nos clubs,blasphemados os seus ministros e o seuculto, e mesmo ameaçada na sua existêncialegal no areopago do Império, este asyloe refugio ultimo de quem soffre injustiças,a heresia aebava seus protectores e defen-sores I E só nossa augustissíma religião, aprimeira, a única civilisadora d'esta terra daSanta Cruz, não acharia defensores entreos filhos da Santa Cruz? Nossa santa féseria abandonada n'este veneravel recinto,como o fundador da nossa religião o foi nasala de Pilatos? Não, isso não era possivel IIsso não acontecerá, emquanto houver bra-zilèiros, dignos; filhos, dp inclytos áhtepas-srtdos. '.'fe.: - „

Nobres repVeSentárites dá pátria I Não os-tranheis semelhante franqueza da nossaparte, porque não sois estranhos á forçairresistível do sou movei, que não ó outrosenão a convicção de que da conservaçãoda nossa augusta religião não só dependemos nossos próprios interesses individuaes,mas também os da nossa nova pátria. Estáindelevelmente gravado nos annaes da his-toria do mundo civilisado, e só pôde serposto em duvida por quem fechar os olhosá luz do dia, que os males e calamidades,que inundara presentemente a velha Europa,tôm sua origem daquelle momento em quecomeçou a aggressão contra a religião ca-tholica. Portanto, quão Yenturosos nos tor-nou esta riová pátria, cuja Constituição nosgarantia o livre exercício de nossa santa fée o santo ministério dos nossüà 'digníssimos

padres e fervorosos-missionários! ,,- »Cultivando sem descanso as terras incultas

.concedidas pelo augustissimo governo, já-, pago • largamente o .suor do nosso rosto,,ejá .segura assim- nossa existência materiale espiritual, sonhávamos**esperançosos, umfuturo pacifico, e faustissimo, quando, qualoutro raio terrível em tempo sereno, começoua perturbar os nossos espíritos a encantadaquestão religiosa, está guerra fanática contraa religião catholica'ápostdlica-roraana, estaperseguição systematica de ünsincredulos,que, exigindo pleria liberdade para orerro,ao mesrao tempo-querem; éscravisar a ver-dade, a fé, a religião'catholica'apostólica-romana. Mas, graças' a Deus e ao (espirito,

quasi naturalmente catholico, da inclytanação brazileira, vós; Exiris. Senhores'," ar-vorando a bandeira catholica erii frente detamanha hostilidade, apparócesteis^em taescircumstancias de desalento, é'lògó'ficâínósconsolados'e fortalecidos, vendo, afinal,' pro-tectores e advogados sinceros da nossa maispreciosa jóia.

Dignai-vos, pois, acceitar os protestos,embora muito débeis, dó mais profundo agra-decimento e da mais alta admiração! Se-jam abençoadas vossas palavra^ téstemü-nhás imparciáes dó mais süblime^civismoe da mais subida illustração, cujo ócò, pas-sando a todas as nações civilisádás; apre-goe a vossa gloria no ôrbe catbòlicb.

Não para' vos supplicáT á contiriuardesn'esta carreira tão honrosa e glPriòsa, aque vos liga a generosidade dos vossos co-rações, temos manifestado* éstesnossos sen-timentos, mas para significarmos à VV.Exs,que no Rk^Grande de'Sul, ènWos ôolóriosallemães vivem óiilhares de' admiradoresenthusiastas de VV: Exs; é paM

'deixar-

mos á nossa póstefidadò por herança*estedocumento perenne do'nosso reconhecimentoé admiração,' rompendo dós rioáábs peitos:Estes representantes da Nação Brazileira, osdefensores da nossa religião catholica ápos-tolica romana

Vivam, cresçam, floresçam!De VV. Exs. criados humildes. (Com 312

assignaturas, recorihècidas riôlò «-•-vigário.^ -»'•-'"' "ospectivo

S. Miguel, aos 2 de Novembro de 1880.

« Illms. e Exms. Srs. representantes dapátria ná assembléa geral.

Tendo present i á cáríá de agradecimentoe adhesão dirigida' á vós;' Èxms'. senlíores,Inclytos defensores dos nossos 'iritêfesses

osmais sagrados, pelos moradores çatbolicosda parochia de S. Miguel d'esta Jibvinciádo Rio-Grande do' Sul;'nos abaixo ássigna-dos habitantes catholicos dó municipio dafreguezia de S. João Baptista de Santa Cruz,não podemos deixar de exprimir,'córii-o defacto exprimimos, o nosso cksòntimentóaossentimentos de -g-rátidãp e de a'dra}r^ç-éo raft-infestados pejos Íim] ôoloáosc^hpjipos.deS. Miguel. Foi grande também,npsso.con."solo, quando n'essa folha catholica allemã,nos trouxe estes discursos precláros e lu-minpsds de VV. ExS;,? que tão,concisa elogicamente expuseram pe yerdadei.rps.priri-cipios do christianisrno e tão 'enérgica e ani-mosamente defénderàrii os" direitos os maisantigos e invioláveis de todos os bons ca-tholicos e da maioria d'esta briosa NaçãoBrazileira, contra as Ímpias aggressões econtra os insultos feitos' á nossa santa re-ligião catholica, apostólica romana e a seusministros consagrados.

Vimos,, pois, que esta nossa santa reli-gião catholica, nossa herança, á mais carae mais preciosa que recebemos dos nossospais catholicos dtfEurÓpáí' ainda que muitoatacada e desprezada também n'esta terrareligiosa dé Santa Cruz, ainda não perdeuseu valor e seu esplendor, achando ella porvós, Exms. senhores, uma apologia e pro-tecção tão nobre e eloqüente.

Uma tal nobreza, 'dei* certo merece todoo reconhecimento e louvor de todos os bonscatholicos d'este inágnifico Império do Bra-zil, sendo por isso ..que:nós também, aindaque de maior parte lavradores pouco con-sideraveis, máâ muito amantes' dè riossasanta fó, ousamos'[ expressar perante vós,Exms. senhores, os íntimos affeçtos de nossoscorações, lastimando- só que o pouco tampoa as grandes distâncias d'esta vasta fre-guezia de S. João Baptista de Santa Cruz,não permittiram o publicar em todas' áspartes d'élla esta nossa resolução, sèhdo. in-contestável que o numero bem considerável

KHfepfe *.¦fe....

•fe.** *¦ . ''.*—

¦

Page 3: ANNO XV DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1880_00141.pdf · ANNO XV M DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141 ns. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

dos 'homens catliolièbs, còiiiô" d"esthí te-co-lonia de Santa Cruz, assim de todas as colo-nias visinhas, sentem, como nós, o que todoselles não hesitariam urn só momento, paradar o seu nome a esta nossa humilde de-claração "e

para acompanhar-nos alegro eunahiraemeuto n'esta gozosa acclamação doscatholicos dé'S. Miguel: Os inclytos re-presentantes da Nação Brazileira; os extre-mos defensores da nossa santa religião ca-tholica :

Vivara, cresçam, floresçam IDe VV. Exs., criados humildes. (Com

365 assignaturas, reconhecidas pelo respe-ctivo tabelHão.)í Villa de. Santa Cruz, aos 7 de Novembrode 1880. ' .¦;

Domingo 12 de Dezembro de 188Ô

SUCÇÃO' DOUTRINARIAO Arsenal OattiôUoo

Ou demonstração dos dogmas e morai da Egreja. Catholica, com resposta ás objecções mais com-

muns, que actualmente fazem os incrédulos, òshereges,. os semi-christãos e indiferentes, porÇloét.

" -t'-'--¦¦'¦ as i !'..viv

(Continuação do n. 140)¦¦ ¦

CAPITULO SEGUNDO.,i . .:..¦.

Uma religião

Rbsumo.—I- Emflm, Deua existe',' mas é necessário, quo haja uma roligiSo? Resposta.—II. Natureza

d6 culto que o homem de^o a Peus.—III. Masao menos.,a religião se Jja ,de, concentrar nat^ma, nada do culto exterior. Resposta.—IV.Nâo. ó preciso culta público. ..Resposta.—V. Sefôr heceèsario culto externo e público, nüo hamotivo para que seja uniforme;, cada indivíduoó pdde regular comp entender, p sòrjrir" a Dous asou modo; Resposta.—VI.' Conclusão.

¦r,f>.*''." !

Acreditamos que "Deus 'existe, mas por isso 6

necessário que haja religião'?

Se álguem vos dissesse: « Entre vossos paise vós não existe nenhum laço, nenhumarelação; os áútoreiá de Vossa vida hão vosdevem desVelos, hem soccorros, conselhos,meios» de subsistência; nem vós lhes dèveisaráoí, reconhecimento, respeito, nem. sub-missão », esta inaudita linguagem vos escau-dalisárià eü repellfrieis còm horror.

Tinheis razão, pois o homem que expèn-desse'taes idéas seria louco ou máo. Entre

pai è filho, entre mãi e filha, existem rela-

ções tfco doces como sagradas. Estes laçossão naturaes e immutaveis, isto é, não sãoinvento huntano e nãò podem cessar, assimcomo áquelles a quem deveis a vida não épossível deixarem de ser vossos pais evósseus filhos.

Dizeisme agora: não é verdade que Deusé nosso creador'e nosso pai, e nós suascreaturas e filhos?

Entre' Deus e nós existem, pois, laços, re-lações mais doces ainda e mais verdadei-ras do que aquellas que unem os pais aosfilhos; porque Deus, que ó nosso creador.

i^^^iu^moflm.oquanâosáó

Óâ' autores de nossos dias. Estas relações

são " semelhantemente necessárias, porque

são, fundadas ná natureza de Deus e na

do homem; são támbem immutaveis, por-qW não podem deixar de existir assim,

como "Deus não pôde deixar de ser nosso

creador;,e pai; .-«'¦¦¦nós suas creaturas e

filhos. •;¦;{-:: ";':' 'W

• r Convém saber que estes laços doces, sa-

grados, naturaes, indispensáveis e immuta-

Veis'são á"base fundamental da religião.

Assim' como as' relações do filho com o paiorganisam a fárailià,''as dos vassallos cora

o ;m'onarçha formam a sociedade, assim

nossas relações com,Deus constituem a re-

ligiao; complexo dos-sentimentps que de-

vemos tributar ad' Ente Supremo, expres-

sara ás 'communicações que de*em haver

entre o Creador e 'ácreatüra. 'A religião,

conforme a] eloqüente definição de Santo

.Agdstinhof-é o vinculo que une o homem

á.Déus, á terra-ao'céo.Visto qücTeShitó Dens, e que nos creou,

ha' religião; um não pôde existir sem a

outra, -A creatura não pôde eximir-se de

tributar a Deus suas homenagens, assim

como o filho- não pódfr deixar de respei-

tar e áiriár aqüelleá aquém deve a vida.

Debalde se farão tentativas para dòsmen-

tir a evidencia, não sé pôde aniquilar esta

verdade 'elementar, que supera todas as ne-

gativáá; 'itàpõè-se ao entendimento hu-

máho pelo mesmo direito ^Ue tem a luz

de se manifestar a nossas vistas, e ne-

nhum hqmera que tenha bom senso apo-

derá;cótitéôtar. .;

Estas considerações, simples em si mas

deciàivas; baàtárSd pára fhndaiiientár a exis-

têriciá deuma religião única é verdadeira;- dé uma religião verdadeira, pois na reali-

&& ha communicações do homem com

ííéus;-de üiná religião- única, visto que ¦

estas élb^hVaíiaveTs, % qüe sè nãò 'ctín-

cebe duas fôrmas de'ligar o homem a

Deus. Porém, como a questão é capital, e

a- necessidade de honrar a Deus é obri-

gacão' fundamental'para 0 homem, aceres-

centaremos. algumas'palavras pfc.ra a°a"a._

de manifestar'este' dever a todos, e £J 1_

cãr sua essência.¦;IQ culto religioso emana, já o dissemos,daá relâçSes qüe existem entre Deus e nós.Poi* isso, para se òotíiprèhendèf b_ que der

o que Deus ó' pára còmnoscó.' Se' Deus nosdeu o ser, a intelligencia, a liberdade,não era com o fim de que podessemos tersantas communicações com Elle, reconhecer-mos seu supremo dominio, absoluto poder,e pagar-lhe o justo tributo das homena-gens que merece ? Se nos concedeu um co-ração capaz de amar, não foi para quenós dirigíssemos para Elle todos os nossosaffectos? O homem, pois, deve adorar aDeus e amal-o. Eis o grito da razão e dobom senso.

De novo investiguemos a natureza dohomem, o descobriremos outras razões que oobrigam a tributar ao seu Creador a home-nagem que lhe é devida. O homem nãopossue cousa alguma que não tenha rece-bido; Deus nos fez e nos deu tudo quetemos.

Segue-se d'isto que ura coração bem for-mado colloca o reconhecimento ao niveldos primeiros devores, o homem pôde poracaso olvidal-o' acerca do mais generoso dosbòmfeitores? Exigimos gratidão d'aquellesa quem fizemos bem; aos olhos de todos,quem omitte dever tão sagrado tem almavil e mesquinha, e o homem poderá, semcrime, ser ingrato para com seu Deus?Ah I* ninguém dirá semelhante blasphemia,é quem tiver alma grande e coração bemformado, ha dé reconhecer que deve a Deuso tributo do1 seu reconhecimento, e nãosomente deve adorai-o e amal-o, mas tam-bem agradecer lhe seus benefícios.

Estes são todos os deveres do homem paracom Deus ? Limitam-se suas obrigaçõesa tidoral-o, amal-o, agradecer-lhe suas da-divas. Poderia bastar isto, se o homemtivesse em si a independência. Mas, pormais elevado e grande que seja, uão sahiodas mãos de Deus sem necessidades; erajusto, que vivesse na sua dependência; e,para que não buscasse eximir-se d'ella, oCreador lhe deixou necessidades,vcomo laçosque o prendam à sua Origem, semelhante,como diz S. Agostinho, a um pai, que sódá ao filho parte de seus bens para o con-servar na dependência e submissão.

O homem deve, pois, orar; isto ó, erasuas necessidades recorrer ao Autor de to-das as dádivas. Por conseguinte, sem sero flm essencial do culto divino, que é agloria de Deus, a impetração ou supplica,fôrma parte integrante d'elle. Este ultimoaspecto se harmouisa melhor com nossafrágil-humanidade. Sem duvida ó consola-dor para o homem poder pensar i íenliopor Creador um Deus infinitamente grande,que pôde alliviar minhas penas, Deus in-finitamente bom, que se digna soecorrer-me. Este pensamento faz voar o coraçãohumano para o Autor de Sua existência,para assim dizer, refugiar-se em seu seio,então sente seus fflales diminuírem, estáconfortado e sua esperança renasce.

Se, depois de considerar o que somos pe-rante Deusr,quizermos Considerar o que óDeus, em relação a nós, por outro ca-minho chegaremos ao mesmo fim, e acha-remos as mesmas obrigações. Havemos denos convencer que— devemos adorar a Deus,

porque' tem sobre nós império absoluto,supremo dominio;— devemos amal-o, por-que ó infinito em todas as cousas, reuuetodas as perfeições e' todos os títulos queimpõem e inspiram o amor; — devemosagradecer-lhe as dádivas de que nos eu-mulou, e nada ó mais justo do que tes-temunhar nossa gratidão a quem tudo de-vemos, o que somos e o que temos?—em-fim, devemos invocal-o, porque estamoscheios de necessidades a que o Altíssimosomente pôde acudir e remediar.

Emfim1, devemos a Deu,s culto religioso,

que consiste na adoração, amor. acção de

graça e supplica.Todavia, quando dizemos que o culto re-

ligioso é obrigatório, não temos o intentodò dizer, que nossas homenagens sejam ne-cessarias a Deus, que â essência divina, tãorica e abundante, possa sequer úm momentofaltar lhe alguma cousa, e que haja vácuoem sua plenitude.

Deus em si tem tudo, basta-lhe a con-

templação de sua eterna e suprema mages-

tade; não ó mais feliz com nossas home-

nagens, nem mais infeliz com nossas re-

voltas; sua felicidade é inalterável como sua

gloria..Mas Üeus, que ó a sabedoria e a pro-

pria equidade, é essencialmente o Deus da

Orlem, quer, approva e ordena tudo queé conforme á razão suprema, e condemna^ que d'está se afasta, A boa ordem re-

prohehchendo obrigação evidente, necessa-ria, imprescriptivel, convergem para nossobem, elevando nossas almas acima de sipróprias, aperfeiçoando-as, aproximando-asdé. Deus, preparando-as para a posse dobem supremo, que deve constituir sua eternafelicidade.

(Continua)

COMMüNICADOAo pé da letra

y ¦ ¦ ¦

A nflVição dos máos ú uma injuria,o um elogio o seu ódio.

(LACOIlDAinE.)

Devido á obsequiosidade de um amigo,tenho presente o numero 29 do Liberal, pa-pel impresso na cidade de S. Bento de Sapu-cahy, sob a redacção ostensiva de AntônioRaposo do Almeida e João Marcondes Portes,cujo editorial ó consagrado á minha humildeindividualidade.

E' causa directa de semelhante honrariaa carta por mim dirigida, u'estas mesmascolumnas, ao Rvm. Sr. Conego Bento Au-tonio de Souza e Almeida, folicitando-o pelainequívoca prova de consideração tributadaao distineto sacerdote, meu particular amigo,pela Illma. câmara municipal de S. Bentode Sapucahy.

O Liberal cobre-me de insultos grosseiros,injuria-me atrozmente, procura intrigar-mecora os padres alli residentes. Isto tudo lherenda bom proveito ! Só faltou ao Liberaldefender o digno Vigário, Rvm. Sr. padreJoaquim Antônio de Siqueira, de aceusaçõesphantasmagoricas, que nunca me passarampela mente. E fôra mesmo ura espectaculoedificante—vôr os escribas liberaes oscu-larem ternamente o padre Joaquim Antôniode Siqueira, a quem procuraram illudir esobre cuja cabeça tentaram derramar, emtempos que não vão muito longe, uma chuvatorrencial de baldôes.

Beijos de Judas I¦k k

Diz'o Liberal que despedi-me antes detempo da imprensa, sem restituir aos assi-gnautes o dinheiro recebido adiantado. Dizque fiz da cruz anzol para pescar os cobresdos Vigários, que eram obrigados a assignaro órgão official do bispado... Diz muitasCousas mais, tudo por causa da carta aoRvm. Sr. Conego Bento Antônio de Souza eAlmeida.

Argumentos de arromba IO Liberal iguoi'a, oü finge ignorai^ que

quando foi suspensa a publicação do Mòhi-lor Calholico, com o u. 42, estava a tormi-nar-se o primeiro anno de sua existência,faltaudo apenas duas ou tres semanas paracompletarem-se os 12 mezes. Nada, pois,tinha que restituir aos' assignantes, mor-mente havendo declarado com franquezaestar a publicação da folha suspensa tempo-rmiumenti^ "para tratar de reorganisar aimprensa catholica da diocese, sobre basesmais sólidas e montar uma typographiaprópria n'esta capital.

A que fica reduzida a insinuação inale-vola, a aceusação torpe do Liberal, de S.Bento de Sapucahy ?

Poucas assignaturas adiantadas recebeu oMonitor, o tanto assim que, dos 950 assi-gnantes inscriptos nos livros da redacção,apenas 470 saldaram até hoje o seu debito.Faça, pois, as coutas, e diga quaes os lucrosfabulosos do redactor.

necem, cyuicos, de tudo o qué ha verda-deiro, honesto, justo, santo, amável.

Fique, pois, a gentinha do Liberal erasua posição indecorosa. Não: a posso acom-panhar n'este terteuo. Sou homem dáim-prensa: n'ella tenho militado até hoje,"esempre procurei nobilital-a qúàntò eiü mimcoube. Alvo predilectò dos ataques cónstán-tes dos inimigos do catholicismo e dos abys-sinios da revolução, tenho-me cottSòrvadocalmo, sòreno, impassível, apezar ãe tbdòsede tudo. Nada me demoverá d'este intento.Repito com o poeta:

Jo resterai debout, indigno, mais serein.Socegue a gentinha do Liberal. Não mo

incommodam as suas diatribes. Antes mealegram e me confortam. E 6 bom saberquanto faço meu, de bom grado, o profundoconceito de um illustre dominicano:

« A affeição dos máos é uma injuria, eumelogio o seu ódio.».

S. Paulo, 5 de Dezembro de 1880.Estevam Luxo BbuitnouL.

VARIEDADESsorte dos au-drama mexi-

O Monitor Calholico não era órgão offi-ciai do bispado. Nunca se apresentou comotal. Publicava apenas— gratuitamente —oexpediente da câmara ecclesiastica, como opublicara anteriormente a Constituinte,diário impio, como o publica hoje a Gazetado Povo, pouco propensa a abraçar ás idéasültramontanas. Gomo, á vista d'isso, obrigaros padres a assignarem a minha folha? Possocitar nomes de parochos que chegaram adevolver-m'a. E eis como pesquei os bobrésdos Vigários I '•".

Se o Liberal fosse capaz de comprehendero alcance da formação do partido catholicoentre nós, talvez que eu descesse a dar-lhealgumas lições sobre a matéria. Como,porém, julgo tempo perdido gastar cera comtão ruim defunto, nao me alougarei e voutratar dejeoneluir esta resposta singela.

clama que a creatura dependa dó Creador,

que Deus seja o fim, assim como é o prin-cipio de tudo. Não podendo despojar-se do

predicado de Supremo Senhor, não pôdetirar-nos a qualidade de subditós; somos'obra" de suas mãos e seu dominio sobre

ÜÓs é inalienável. Por isso quer e exige

que. lhe tiibutemos culto, que ó adoremoscomo nosso Senhor, que o amemos comonosso Pai, que lhe obedeçamos como tendosobre nós absoluto dominio, e que oinvo-

quemos como nosso Bemfeitor.Estas homenagens não enriquecem nem

"levam a Deus, pois não podem augmentar3 , ,''>vavel felicidade, são mui" úteis aosua mane... -ntém em seu coração oshomem,, porque -iú;sentimentos de obediência,

-"¦"méito é amor

Vemos ser~> 'para com Deus, basta saber-se" que o devem unir a Deus. P'estçi io^"ma.

Especuladores não são por corto os que,apezar de prejuizos enormes e de obstáculosde toda espécie, mantêm á imprensa ha ai-tura devida, e batem-se de viseira erguida,com dignidade, francamente, lealmente. Es-

peculadores, sim, áquelles que, jogando comarmas desprezíveis, atacam caracteres cujobrilho hão pôde marear a baba impura da'calumniá,''da injuria, da intriga. Especula-dores, áquelles que assaltam, quaes ban-didos da. Calábria em noite tempestuosa, areputação de homens cheios de coragem eabnegação hauridas na defesa da mais santadas causas. Especuladores, emfiin', áquelles

que procuram a todo transe illaquear a boafó dos incautos, pregam doutrinas contrariasao bom senso, e,'não as podendo sustentardecente e logicamente, recorrem ás paixõesinconfessáveis, arvoram-se em pasquinã,zombam audazmente da grammatica, escar-

Qual foi atores docano.Agora, quo a attenção geral se oecupa

com o México, pareceu-nos interessante in-dagar qual fôra o destino de alguns dos per-sonagens que tiveram parte directa qu indi-recta n'este drama, como instigadores daintervenção franeeza, ou junto do. presidenteJuarez e do imperador Maximiliano.

Exoepto Juarez, que morreu socegada-mente na presidência, a maior parte, ó mis-ter confessal-o, tiveram fim desgraçado.Sem mencionar Maximiliano^ fuzilado, emQueretaro com Miraraont e Mejia, nem aimperatriz Carlota que enlouqueceu, Napo-leão III prisioneiro em Sedan e morto no des-terro, Jecker fuzilado durante a commuua,Basaine condemnado á morte e refugiado emHespanha, quantos outros se podem reunira esta lista.

A nomenclatura seguinte abrange os mor-tòs e os vivos. Esperamos ser exactos.

O príncipe de Salm-Salm.—Aatigo oifr-ciai superior da guarda real prussiana ; offe-rece u seus serviços aos Estados Unidos, naoceasião da guerra da separação, e foi ge-ueral no exercito do Norte. A guerrajicabou,elle foi para o México, onde alcançoua custo,

do imperador Maximiliano, que não gostavad'elle, a patente de coronel do estado-maior.

Quando o imperador partio para Queretaroo coronel dò Salm-Salra introduzio-se, paraassim dizer, á sorrelía, üa sua escolta ; to-davia, a marcha dos suetessos evidenciouseu valor pessoal e aptidão, e em poucotempo adquirio grande influencia no espiritoindeciso de Maximiliano, e chegou a incutir-lhe as idéas de resistência de Miramont.

Ò imperador prisioneiro, o coronel Salm-Saíra pedio para partilhar sua prisão. Man-dou vir para a sua companhia sua mulher,americana do Norte ; tinha caracter afouto ;ambos combinaram vários planos de evasão

para o imperador, que todos abortaram. Emsedimento d'estas tentativas, a princeza foiexpulsa. Quanto ao príncipe, sua prisão se

prolongou algum tempo depois do suppliciode Maximiliano. Solto, emfim, elle voltou paraa Allemanha, onde publicou Memórias, quétiveram bastante celebridade.

Em 1870, quando começou a guerra entrea França e a Allemanha, o principe de Salm-Salm voltou para a vida militar, mas d'estavez contra a França. Sabe-se que foi mortonos primeiros combates, defronte de Metz,

pelos soldados do marechal Basaine.

A princeza Sahn-Salm.—Americq,m doNorte, casara-se com o principe-durante a

guerra da separação. Vindo ao México como marido, no fim dò reinado dò Maximiliano,representou um papòP diffibil 'de definir;negociante em todos os acampamentos era

que a sua ousadia de yankee, o titulo de

princeza e sua formosura fora do commumlhe franqueavam todas as portas.- ••••'• jw

De'Volta á Europa cora ó'principe, ellatambém publicou Memórias sòhv?> o México.Depois, residio ém Vienna (Áustria) namesma hospedaria em que morava a viuvado general Miramont, mas • emquanto estadiariamente recebia as 'visitas dos archi-duques e dos membros da familia imperial,a princeza hão era procurada pòr ninguém.

' Depois da morte do marido, perto de Metz,a princeza de Salm-Salm passou, algunsannos precária existência. 'Há pòtico tempocasou-se com um simples negociante aus-triaco, namorado pêlo sèii titulo è pelas re-miniscencias de sua belleza. ; .

O general Marquez.—Ultimo defensorde Maximiliano no México. «,v

Quando a fome o obrigou a entregar a

praça, deixou o commando a um de seussubalternos e desappareceu.

Apezar de ferido no rosto e conhecido portodos, conseguio fugir para a Havana, ondeestá até agora. Dizem que tem sociedade emuma casa que empresta dinheiro sob pe-nhores, e publicou bastantes escriptos parase defender dos ataques que lhe fizeram.

O coronel Platão Sanchèz.—O&Gml decavallaria do exercito de Juarez, presidio oconselho de guerra encarregado de julgar o

%

imperador." Nacátegoria de presidente, foielle qué leu á sentença do conselho que con-demnává'árhòrte'Maximiliano, Miramont 9Mejia. -' Antes de se passar um mez depois d<»supplicio doã condemnados, Platão Sancneafoi assáâsiriado ha estrada pòr antigos dra*

gões méxicaüos da imperatriz Carlota que,depois de presos.'tinham sido espalhadosnos regimentos dé' cavallaria.

: A revolta dos dragões'dá'imperatriz sarealisoü do dia, ácimá de Pòtosi, durantea maíchá do regimento.' Plàtas Sánchézmorreu defendendo -se valorosamente com

pequeno nuiüero de officiaes e de soldados

que partilharam sua sorte'.Commettido o attentado, os dragões se

espalharam.' Alguns ' foram presòS" e fuzi-ládoái '; *

O paàre Domingos. — Começou a sermissionário no Texas; Véiò a Pariz, òhdefòicollaborador de bástaiiteâ jòrnáelí, espéciálfmente da Repisia dos dóus'âunãòs,ém-pregou-se depoíô,"pór ordem do ministério,da dufecção dá iniprènsá, qüe deixod paraacompanhar o batalhão mandado' para. òMéxico, como capellão hiiíitar. Voltou aFrança pouco tempo depois, enviado porMaximiliano; para defender pelos jornaes a

politica imperiaLSurprehenilido' peláiuédade Maximiliano, voltou para'o vserviií8*âò

governo, relativo ¦ á irriprenái, cdiho lent&O padre-Doihingos publicou varias òbrak

sobre o México, das quaes uma sobretudo'suscitou violentos odiôs. '&$>.

E'' hoje apenas coadjutòr de uma pé-quena aldeia da Franch-Conté¦' modesto íe-tiro depois de ter costeado.bastantes gran-dezas, ¦ ¦ ¦• ¦•¦ ¦¦'¦¦ i--.'---;;-" '" •¦

- O coronel Lopez.—Coronel dos dragõesda imperatriz Garlòtá.'For nomeado cá-valheiro da legião de honra pelos'servi-ços que prestara as tropas francezas quevieram para o México. Foi levado a Que-retaro, pelo imperador mexicano, que era

padrinho de seu-filho; e lhe tinha sinceraamisade, porque Lopez commandáía a sua

primeira escolta no território "mexicano, du-rante o cercoy elle- > era" còmmahelantè dobatalhão de reservai encarregado de velarsobre o imperador.

> Sabe-se que Lopez atraiçoou seii amo,entregando aos sitiantes a posição impor-tante da Cruz, chave da pi-aça.-Depois desua traição, que debalde buscou justificar,publicando sua defeza, Lopez mudou dêresidência ¦ bastantes vezesj 'perseguido etatoda a parte pela execração daã populações.Uiíímsmente de volta'ao México,- procu-rdh fundar uma fabrica de telhas^ mas nãòo conseguio, ninguém queria ter relaçõescom elle. • • '¦'•'"-

Desappareceu depois do máo êxito d'estatentativa, não se sabe o que foi feito d'elle.

1 (Continua) '' ,li-:''

-r ' '' """ "" ' """" ~~«¦'

•-/

Harmonia entro a razSo

(Continuação do n. 140)

Mas podí)mr lévár áo ideal dá sciencia oamethoüos empregados por hegelianos e '*

krausistas? De nenhum modo, cbirio estep-sanrénte ò demonstra o Sr; Comèílas haobra que analysamos. E quáes serão os re-sultados dá aspiuaçãò aò ideal? O Sr. Cò-méliâs os - reduz a treà classes, cotíâiderân-do-os na adhesão intellectnal, ou náfaítad'esta adhesão, nos^ objectos ã que oi;en-tôndimento adhere e rias condições ou pro-priedáde d'estes objectos; d'esté ínódoáffirmá

que jtf são reéultádos scientificos aos qháeispôde chegar-se: a certeza,'''6existénoiádéum ser infinito que tem em si; mesmo'àrazão da suá existência* que creou 0 muúdodo nada, e admissão de tres claãses déseresj matéria,' espirito e homem;''"»-• V

Quem; pôde duvidar que as-doutrinas,obras e sentimentos docatholicisníoàé^coh-formara com os'tres momentossubjectivdàda sciencia que expozemos? O Sr;'Comei*Ias o demonstra, recordah&o qhé á religiãocatholica no aügúlto mysterio'¦¦•'dá'Santis-sima' Trindade > apresenta o ¦ suprema idealda intelligencia, e que, áo incitar^nps páraque nos façamos semelhantes áDeus^ tám|bem nos estimula ;a . qne amèmosíeibüs-qUemos.b ideál-da seiencia,''visto queDéus,:verdade absoluta, é o supremo ;idèSl ;3árazão humana.

'- **$ i.w^v* ^,A historia nos apresenta além d'istoo8

tréã grandes periodòs de desenvolvimentoda theologia qüe ém riòssbs dias1'-realisoühovosi progressos* graças ção) só á perfèi-çào. alcançada- nos ;séculos)anteriores -peloselementos t.biblico, patriótico ei especulativo,sénao¦ também'aos adiantamentos!daa ácien-ciSgi-naturaes, aos idescobriihentos.relativòsá-,vida. primitivaf dos- povos orientaesíefásdefinições :do Concilio do: Vaticano, ?E porventura^ afrouxará;.a- Egréjá' em seus és-forços por acerescentar o thesouro riquís-simo da;•:sciencia theologica,i realisandò- oideal de ílanfos ;genidsí'illüstres-cdmo' têíáflorescido , desde osvprimeiros séculos' atónós?..Porventura deixarão de trabalhar èihtão'benemérita obra os doutores!escolástico's?Stockl diz o seguinte, fallando do idôáldoSphilosophos escolasticos: .",:. ]^7Z^í''7r'

Page 4: ANNO XV DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141memoria.bn.br/pdf/343951/per343951_1880_00141.pdf · ANNO XV M DOMINGO 12 DE DEZEMBitO DE 1880 NUMERO 141 ns. REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Domingo 12 de Dezembro dcMÔÔÔ

AA

'« A idéa christã ó, em todas as partes,o fio que guiou os grandes pensadores daidade módia atravez do labyrintho dain-vestigação: ó ella o ponto do apoio quetíünca perderam de vista e que os faz pe-

,, nètrár èm todos os terrenos de sciencia,còm serena ousadia, com firme segurança,e"com infatigavel zelo, e também auietade todos os seus esforços. (1) » -

Bo amor dos escolasticos pelo que dizemS. Thomaz nas primeiras linhas do opus-fculo De pluralitale formarum e no textocitado pelo Sr. Comellas, e Alberto-o-Grandequando afirmam que ó supérfluo perguntarpelo autor de una doutrina, porque o quefc\aiw importa, é averiguar se esta doutrinatem o. caracter de verdade; provada sem-pre que a sua solidez não emana da suacausa eficiente, mas da razão ,|ni que seapoia. E com referencia ao progresso dassciencias, que. dissecam os sábios modernosqüe já o, não tivessem dito os escolasti-còs? Aiuda que na obra deTalarao sobre oaristotelismo na escolastica se encontram iamencionadas, não podemos deixar de re-produzir as seguintes palavras de RogerBacon:

« Não convém assistir a tudo o que ou-vimos pu lemos», senão que é preciso exa-minár^com summa diligencia as doutrinasdos antepassados para acrescentar o quelhe falta e corrigir ums erros, sempre coma devida modéstia e benevolência. »

¦ Digam agora os eruditos de água doceque os philosophos christãos são contra-rios aos progressos das sciencias I

Depois de tratar da constituição obje-ctiva e subjectiva da sciencia, occupa-seo Sr.., Comellas y Cluet das relações assimextrinsecas como intrínsecas que existementijB a, religião e a sciencia, contando en-tre as primeiras a relação com a causa,com o effeito hypothetico e com o real,o_.estudando a este propósito a doutrinacatholica sobre o ideal do universo, queS., Thomaz expoz, como o-recorda citandoas suas palavras em varias passagens daSumma Theologica, E depois passa a de-,tnonstrar coma a fé fortaleoe e eleva asciencia, e como a sciencia presta não poucosserviços á fó.. Contra a doutrina catholicasebre, a natureza da razão humana oscre-vêu,;Q Sr. Sanz dei Rio pretendendo re-mediar os abusos da razão com a mesmarazão,,, e por isso emprega o Sr. Comellas,contra o Sr. Sanz dei Rio as armas da sa-bedoria servindo se da enumeração dos factosque eyidenceiem a impotência da razão hu-mana para prevenir os escolhos do erroe chegar Sem tropeços á verdade.

Em seguida consagra as suas forças árefutação de Cousin e Salmeron, os quaesafirmaram que o conteúdo da religião é omesmo que o da--philosophia, esquecendoque a pb.ilosophia.nao comprehende as ver-dades da ordem sobrenatural, e que a re-velação não'contém todas as da ordem na-

'tural que a sciencia conhece. E poderiao Sr. Cpmellas descohhér os serviços quea sciencia presta á fé ? De nenhum modo:por isso os enumera de um modo leal semst» apartar um ápice da realidade das cousas.*i E aqui. devemos confessar que com todas

, ns^veraSjsentimos que-o autor não dessemajor rextensão .a estes capítulos; o quenão. seria difficil a quem tão excelentementemostrou que . conhece os , sábios catholicos.Esperamos que na segunda edição preen-chaeSjta lacuna. ...¦.-,.. ,..<,.t

JSin confirmação do que até;aqui expu-zemos, dado que exista intima connexãoentre: a natureza de um ser e os factosque são o producto da sua actividade, es-tuda extensamente o Sr. Comellas, na ul-tima,secção da primeira parte da sua obra,o -càtholicismo com sua gloriosíssima his-toria, em sua vida nobilissima, em sua pro-digiosa fecundidade e em seu progresso in-tellajctual puro, mostrando, ainda mais quenas. secções anteriores, grande e variadaerudição, e vafetos conhecimentos da historiadaJÍSgreja.-, •

•ji ^excellencia da vida do càtholicismo re-salta brilhantemente, comparando a sua his-tor^a com a.das escolas philosophicaVnãochristãs, com a das sociedades schismati-ca% e das seitas dissidentes. A sua fecun-didade portentosa apparece nas sciencias,najlitteratura, na arte, nos costumes e uacivilisaçíto, como se conhece, estudando pri-meiro as nações no seio do, paganismo ecomparando djjpois o resultado d'este es-tudp cora Ot, que nos offerece a considera-

çãp.da.,;tgrande-familia christã. — ; ,-¦ "-ijÉ;

de que: têm servido os esforços dos im-

pipSvpara convencer d'isso ao cáthplicismò*?'O <mèsuio Draper, como oevidpgpia òSr.Copellas, para- descobrir confíictDs entre a-religiãò"6 a sciencia, necessitou expor fal--samente.orá a doutrina catholica, ora^adasciencia, ou'deduzir illegitimamente de .pro-

posições: verdadeiras a existência de um sup-

posto.-.conflicto. ¦ " "''¦ • '

isto se vô clarissimamente, por exemplo,na&suas theorias transformistas que a scien-cia^condemnou'pela boca do Dr. Pfaffnaseguinte motabilissima passagem, adduzidacom.. outras: não menos notáveis pelo Sr. iComellas :

:< A observação nos mostra uma multi-dão de fôrmas dos reinos vegetal e ani-mai que, èmquanto alcança a experiência,conservaram sem mudança as suas proprie-dades e caracteres atravez de todas as ge-rações;; de modo que entre os actuaes in-diyiduos dc. uraa espécie não existem maio-mt differenças que entre um indivíduo daépoca aetual e os mais antigos indivíduosque da mesma espécie possuímos. »

'Era verdade, Aqui poderia terminar a obrao Sr. Comellas, se, depois de ter conside-rado o objecto da sua demonstração na suaafirmação, não o considerasse om sua ne-gação, refutando as doutrinas de Pompo-nazzi o qual sustenta que uma proposiçãopôde ser falsa em philosophia e verdadeiraem theologia, e vice-versa ; ó Luthero quedefende um naturalismo' dualista, preten-dendo que existe opposição entre o elementodivino e o natural, e entre a fó que con-tóm a verdade, como pertencente ao pri-meiro elemento, e a razão,que ensina o erro,como pertencendo ao segundo; o do Draper,que prescinde completamente dos factos paraConstruir a seu gosto a historia do catho-licismo e da sciencia.

Já que não ó possivel "dar ura ideal do

methodo e. vigor lógico com que leva afeliz termo estas refutações, não deixaremosde| consignar uma eloqüente lição dada ma-gistralraente a Draper, quando falia das suasasserções gratuitas. Afirma este, apoiando-se no Apologetico de Tertuliano, que

"o

christiànismo não professava antes de Con-stantino o dogma da Trindade, o Sr. Co-mellas cita o seguinte texto de Tertuliano:Unicum quidem Deum creclimus sub hactamen dispensatione quam oikonomiau di-cimus, ut uniei Dei sit et Filius, sermoipsius... Hune missum a Patre in Vir-ginem et ex ea nalum, Hominem etDeum, filium hominis et filium Dei, etcognominatum Jesum Christum... quiexinde miseril secundum promissionemsuam a Patre Spiritnm Sanctum Para-clitum sanetificatorem fiãet eorum quicrédunt in Pairem, et Filium et Spiri-lum Sanctum... Unius tamen substan-tiá et uniuspolestatis, qiiia unus Deus.

Se no todo houvesse só o valor que teraem si mesma cada uma das partes que oconstituem nada acerescentariamos ao quetemos exposto sobre a tão preciosa Demon-Stração ''dà harmonia entre a religião ed sciencia que examinamos. Mas além dovalor das partes ha a syuthese de todas epor isso diremos algo sobre o conjuneto daobra.

Basta passaj a vista sobre o livro do Sr.Comellas para descobrir o seu caracter es-sencialmente philosophico, o estylo fácil esimples. Por ultimo, estamos de perfeito ac-cordo com o censor ecclesiastico da obra,quando diz que ua mesma obra « o Sr.Comellas tornou bem salientes as suas qua-lidades de theologo distineto, de metaphy-sico que sabe raciocinar cora precisão e pro-fundidade e de psychologo que examina comdelicadeza os mais recônditos phenomenosda alma, resplandecendo sempre uraaeru-dição selecta, riquíssima e opportuna, »

Escusamos encarecer o empenho, com querecommendamos aos estudiosos a acquisi-ção da Demonstração da harmonia entrea religião e a sciencia, do Sr. Comellas

y Cluet.

\ SECÇÃO 60MMERCIALLETRAS HYPOTHECARIAS

' Venderam-se:Dez. 10—50 letras hypothecarias do B.

Predial (juros desde 30 deNovembro) 75 1/2 0/0

42 letras hypothecarias do B.Predial (j uro integral) 76 0/0

BOLSAj Venderam-se:Dez. 9—2,000 soberanos 10})900

1,300 ditos .'... 11)50001,000 ditos IliflOO145 Acções da C. Carris Ur-banos 2098000

10 Acções da C. Carris Ur-banos 210g000

65 Acções da C. de S. Con-fiança 40g000

100 Acções do B. Nacional.. 18/J000» 10—6 Apólices provinciaes do

200» 930/02,000 soberanos 118000

, 12,000 ditos '. 1089001,500 ditos 108850

. 1,500 Acções da C. Carris dede S. Christòyão 3208000

mffiA H Debentures da, E. de F. de...Leopoldina,..,..,..... 214ft00O

¦¦$> - •—!—

¦~* FORA DA BOLSAVenderam-se:'

t>ez. 10.—22 Acções da C. Carris Ur-banos 2108000

RENDIMENTOSDezembro Alfand. Iteceb. M. prov.

fl a 7- 753:7948192 -258:5778410 33:58386309— 118:4258899' 37:0008066 5:0048483

10— 136:9848369 49:5788566 2:5668387

A

(1 Geschi^M^HSBsnKi!.'**'" ''P

-P'-.''':''--:

ií&AipA,:.í'A'-:-''A

cht$dc?,,, fòmi.

1,009:2048460 345:1508048 41:1548500

NOTICIAS MARÍTIMAS

YAPOBES ESPEIUDOS

Portos do sul, Ccrvanles. 12Londres e Antuérpia, Tycho lirahe, 14Rio da Prata, Congo 14Liverpool o escalas, Olbers .. 15Havro o escalas, Villc de Santos 15Southampton c oscalas, Trcnt ,16Hamburgo o oscalas, Montevidéo 16

VAPOItES A SAHIIl

Itapomerira, Victoria, etc, A lice 12Rio da Prata, Niger 12Valparaizo por Montevidéo, Cordillera 12Itapemerim e oscalas, Maria Pia... 14Santos, S. José 15Bordóos o oscalas, Congo 15

SECÇÃO DE ANNUNCIOS

FOLHINHAECCLESIASTICA

PARA

±&&1Vende-se nesta typographia Preço. 18000

LIVROS RELIGIOSOSManual da primeira Communhão e da Con-

Armação, approvado por SS. Exs. Rvmas.os Srs. Bispos do Rio de Janeiro, do RioGrande do Sul, do Pará e do Ceará, parauso dos meninos e meninas que se prepa-ram para receber estes Sacramentos, orga-nisado por uma filha de Maria do Collegioda Immaculada Conceição, e professorahabilitada pelo Conselho da instrucçãoda corte. 1 v. grosso, in-8 38Ô00

Porque somos nos Catholicos e não Protes-tantes? Discursos sobre a escriptora, bomsenso e factos. Traducção do inglez, comautorisação do autor, por um sacerdote doclero de Pariz, e vertido da 3" edição dofrancez para o portuguez, por Emilia Au-gusta Gomide Penido. 1 v. in-8°.. 38000

São Cahlos (Fr. Francisco de).—A Assum-pçcto, poema composto em honra da SantaVirgem. Nova edição correcta e precedidada biographia do autor e do juizo criticoacerca do poema, pelo conego Dr. J. C.Fernandes Pinheiro. 1 v. in-8" 38000. Ricaencadernação dourada 4#000 e... 5)ü000

São Francisco de Salles.—Inlroducção ddvida devota. 1 v. in-8° br. 18500, ene.28000. Rica encadernação dourada 38000

São- Thomaz de Aquino.—Tratado dós douspreceitos da caridade e dos dez manda-ineutos da lei de Deus, traduzido' peloDr. Braz Florentino Henriques de Souza.1 v,.in-8° 28000

São Vicente (Marquez de).—ConsideraçõesRelativas ao Beneplácito, ou recurso ácoroa em matéria de culto. Br. in-4" 1 $000

Ségur (Monsenhor L. G. de).—O Dogma daInfallibilidade, trad. pelo padre JoãoEsberard. 1 v. in-12 28000

—Os Franc-Maçons, o que suo, o que fazem,o que querem. 1 v. in-12 br 400

As Maravilhas de Nossa Senhora deLourdes. Estupendos milagres aconteci-dos em nossos dias. 1 v. in-12 ene. 18600,br fi ..... lgOOOAos que soffrem, consolações. 1 v. in-12

ene. 18600, br lgOOOO Sagrado Coração de Jesus. 1 v. in-12ene. Ig600 br lj?000

Thesouro do Christão, dedicado aos alum-nos dos seminários do Império do Brazil,por um padre devS. Vicente, 4a edição cor-rigida e augmentada. 1 v. in-12° nítida-mente impresso e illustrado com lindasestampas, rica ene. dourada 38500, ene.menos rica 28500

Varulla. (L. N. Fagundes).—Ànchieta ouEvangelho nas Selvas, poema. 1 v.

in-12 48000Bandeira (A. José das Neves Maldonado).—

Compêndio da Historia do Antigo e doNovo Testamento, com as razões comque se prova a verdade da nossa religião.

v. in-8» lgOOOBernardes (Padre Manoel). —Excerplos, se-

guidos de uma noticia sobre sua vida eobras, um juízo critico, apreciações debellezas, defeitos e estudos de lingua, porAntônio Feliciano de Castilho. 2 v. in-8"6^000. Rica encadernação dourada 88000 ;A^mámia obra 2 v. in-4" 108000. Ricaencadernação dourada 148000

Campos Porto (Manoel Josó de).— Reperta-¦'rio da Legislação Ecclesiastica de 1500

a 1874. 1 grosso v. in-4" 128000Este trabalho vem supprir uma lacuna quetraz grandes embaraços aos que desejamestudar um ramo tão especial da jurispru-dencia pátria.

Cândido Mendes de Almeida. — DireitoCivil Ecclesiastico Braziieiro, antigo emoderno, em suas relações com o direitocanonico e legislação aetual. Tomo 1 em3 volumes. O tomo II, excede a mil pa-ginas. 4 grossos v. in-4° 308000. O tomo2o vende-se separadamente 128000

A presente obra ,ó não sómente útil aoclero, mas a todos os que se dedicam aoestudo da jurisprudência, com partícula-ridade á juventude acadêmica, que tem defreqüentar o curso de direito ecclesiastico,em suas relações com a administração.temporal do paiz.

Cànisio (P,), da Companhia de Jesus.—Com-pendio da Doutrina Christã. 1 v.in-80..... .'. 18600

Cânticos Espirituaes, colligidos pelos Padresda Congregação da Missão Brazileira,impressos cora approvação do Exm.

; Sr. Bispo do Marianna, 1 v. in-8°. 58000Rica encadernação dourada...... 68000

E' uma selecta collecção de cânticos im-^. pregnados do sentimento religioso.

I LIVRARIA B. L. CAI11IR71 RUA DO OUVIDOR 71

1 NESTA TYPOGRAPHIA

01FICII1 Dl OBRASDO

i nAPÓSTOLOEste estabelecimento dispondo de três pre-

los mechanicos, abundância e variedade detypos novos e pessoal habilitado para a com-posição de trabalhos de todo o gênero, aceitae imprime relatórios, livros, folhetos, contas,recibos e tudo quanto concerne á arte typo-graphica com a maior brevidade, nitidez ecommodidades de preço. < ¦

PRÊMIOS DE COLLEGIOScompostos de livros dourados, em portugueze francez, e de medalhas prateadas e dou-radas; acham-se á venda por ínfimos preçosna Livraria Olassioa de NicoláoAlves

48 Rua de Gonçalves Dias 48

EUlimmNof escriptorio,da redacção do Monitor

Catholico tiram-se provisões de yigarios,dispensas de casamento (na secretaria Eccle-siastica e na Internunciatura Apostólica),requer^se e promove-se pagamento de con-gruas, trata-se de acções de divorcio e | detodos os negócios affectos ao juizo ecclesias-tico.

Cartas a Estevam LeãoBourroul.

S. PAULO

ILContra resposta ao Velho Liberal.

—I vf.br .V. 8800Desenho linear geométrico.—A. da

Sil^a ÍDias -e R. Botelho.—-2 v. ene. 58,br.v;....". 3"80Ü0

Dcscripçitó topographica e histórica dailha do Bom Jesus e do Asylo dos Inva-lidos da-Patria e da cidade de Comentes,com 2 estampas, pelo Conego Dr. M. C.Honorato, broch 38000

Direcção para viver christiTineute.—Padke Quaduupanis.—1 v. br..._ 8400

Dicciouario topographico, estatístico" ehistórico da provincia de Pernambuco,pelo Conego Dr. M. O. Honorato, bro-chado 38000

Dicciouario «le eilucaçilo e ensino.—Camillo Castello Branco.—Contendoo mais essencial da sabedoria humana,2 grossos v. ene 208000

Deveres da familia.—Bispo do Paiú.-lv.br... 8500

Dia feliz ou recordação da primeira com-,munhão.—Padre Mach.—1 v. cart. 8400

Discurso recitado na abertura do semi-nario do Porto e sermão recitado na cathe-dral da mesma cidade na quinta-feirasanta de 1879 pelo conego Manoel Ignacioda Silveira Borges. 1 v. br 8600

Desobriga.—Monsenhor Ségur.—Tradu-zida da 19' edição. 1 v. br 8200

Dous mezes de prisão sob o governodaCommuna.—P. Paulo Perny. —1 vol.br ;............. 18200

Discursos do conselheiro Zacarias e sena-| dor Cândido Mendes,"proferidos no Su-

premo Tribunal de Justiça^ na sessão de21 de Fevereiro de 1874, por oceasião dojulgamento do Exm. e Rvm. Sr. Bispo deOlinda, lv.br 8800

Desgraçados (Os).—Escrich. — Obra il-lustrada, 1 v. contendo: Io, O Millio-nario.; 2o, Magdalena—A Vizinha doPoeta.—I v. ene 58000

Descunso no domingo.— MonsenhorSegur.-1 v.br...'. 8400

DirecçtCo para socegar ás almas ti mo-ratas 8400

Existe um Deus que se occupa de nós ?—Monsenhor Ségur. —1 v. b.... 8300

Exercícios de pcrfeiçtío c doutrinaespiritual para extinguir vicios e adquirirvirtudes. — Padre Affonso Rodrigues.lv. ene 18500

Franca Slaçonarm , e a Revolução. —Padre F. X. Gaútrelei—Com a approva-ção da autoridade ecclesiastica; traduzidapelo Conde de Samodães. 3 v. ene 6SOO0

Fabiola ou a Egreja das Catacumbas.—Cardeal Wiseman.—E' a historia do es-tado da Egieja Christã na sua primeiraidade mediJ, e, por assim dizer, a epopéado heroism) catholico, o poema domar-tyrio evangjIíco e o cântico dos trium-plios da fé. Escripta sob a fôrma de ro-mauce, com simplicidade elegante, aFabiola tem o grande merecimento deestar ao alcance de todas as intelligencias,a propriedade de estylo e a pureza da dou-trina recommendam tão famosa obra, queé digna do illustre autor da Alampadado Santuário. 1 grosso v. com umabonita cartonagem vinda de Pariz, enca-dernado , - 680g0

Elòr dos Pregadores ou collecção se-lecta de sermões dos mais celebres ora-dores contemporâneos, para todas âs do-mingas e principaes festas do anno.—F.Luiz de Seabra. 9 v. ene 318500

Favores do Céo a Portugal.—Fran-cisco Lopes—1 v.br 18500

Francos-Haçtfes; o que são, o que fazeme o que querem.—Monsenhor Ségur.— 1v. br....; -$300

Fim da vida.—Rogeu.—1 v. ene. 48000Guerra Frauco-Giermanica. lt V7br .8400'

Heróes Catholicos.—Henri CoNSCifiühce.—Scenas históricas do seeulo V, versãode Cunha Vianna ; o Io v. com cerca de300 paginas. O Io v. br. 18500, o 2o v.ene 28500

Historia Ecclesiastica. — Padre Ri-vaux.—Traduzida da 6." edição considera-velmente augmentada e continuada até1876, por Francisco Luiz de Seabra. A1', 2\ 3\4y 5', 6a, 7a, 8a, 9a, 10a, 11a,12a cadernetas, cada uma com 96 paginase contendo uma d'ellas o retrato de Pio IX.As 12 cadernetas* 128000

noras llarionnas ou Ofllcio menor daSantissima Virgem Maria Nossa Senhora.

j. j. Roquette.—Novamente tradvzidoe novo devocionario müi completo de ora-cões e exericios de piedade.—1 v. ele-

gante, dourado e ornado de finas estam-pas.............» •-•••• %• Wm

Inferno e Paraizo. - Pon um egressoda Ordem de S. Bento.—1 v. br. 18500

Igreja Catholica, o Sr. Bispo Diocesanoe o Maconismo. —Padre João Esbera.rd.—lv.br '•"-•A'"n.A

Igreja Triumphante no Concilio doVaticano. — D. Miguel Souto Maioo.—Explicação dogmática, philosophica e his?torica dos decretos do Concilio Ecumênico.Um bello ¦ v. in-8° de 300 paginas, èhc.38, br -28000

Itália, Elucidario do Viajante.—-AntônioAlves Mendes da Silva Ribeiro.—-1 v.

Instrucção Pastoral sobre o Protestan-tismo dirigida aos seus diocesanos .peloBispo do Porto D. Américo. 1 v. br. 8500

Jesus-Christo e a critica moderna, umfolheto br.... ..^.-..- S800

Jesuitas.—Paulo Févaií. — Obra tradu-zida livremente do francez e annotadapelo padre Senna Freitas. 2 v. en<v4Jjbr 38000

Liberdade de Consciência. — Du.Luiz MAnu da Silva Ramos.—Conside-rada philosophica, religiosa e socialmente.Conferência recitada na Sé Cathedral deCoimbra.—1 • • T»800

Liberdade Bellgiosa.—D. A. J. dbMacedo Soares.—1 v. br »&0ü

Lei de Deus.yd). Maria del Pilar.t-Collecção de lendas, baseadas nos pre-ceitos do Decalogo. E' um livro,digno deser lido por todas as famílias* Contémlendas interessantíssimas e muito edifi-cantes. 1 bello v. dé cerca de 300 pagnas.ene ®m

Martyr do ©olgotha.—Escrich.—Tra-dicões do Oriente, um dos melhores ro-mánces e que tera tido muita aceitação2v. ene... *•;....••;•••; 8»000

Mulher forte.—Traducção de AlfredoCampos,—Da 10a . edição franceza.., Estelivro deve ser lido por todas as fa^ia'cathòlicas. 1 v. ene........... • 3*1000

Miscellania. religiosa philosophica. elitteraria.—D. Jaymes Balmes.— 2 v.ene vv.,....,.....,.. ,.«000

Mez de Maria Portuguez.ou Mez deMaio.—Padre José de Souza Amado.—

'Meditações para todos os;dias do Mez^ 1v.enc............. •••• 2»00ü

Mez de Maria.—Frei. Caetano dtMès-sina.—Exercícios devotos para o.Mez deMaria, instituído no dia 30 de Abril de1860 na Egreja de S. Sebastião do Morrodo Castello. 1 v. br 8500

Maná do Sacerdote decorada com umabella Estampa.—Padre Macií;-—!- ?•cart - foy

Mez de Jesus ou Mez de Janeiro,—Pad.«kJosé de Souza Amado.— 1 v. br.. 180.00

Manual de Missa e de Confissão.-J. J. Roquette.—Nova Edição augmenta-da com varias devoções.—Um bello v. ni-tidamente impresso, dourado e com finas.Estampas, enc.i... i.-.. 38000i

Meios de precaver a mocidade con-tra o materialismo. e a irreligião.—PadrbSonier— 1 v. br 8400

MissSes Ultruinatiuas, por ManoelAugusto de Souza Pires de Lima.— .1 v.br 8600

Morte ao Clericalismo, ou Resurreiçãodo Sacrificio Humano.—Por MonsenhorGaume.— 1 v. br.'...'.'"........ a 18200

Manual dos Devotos do Divino CoraçãodeJesus, compilado e traduzido do italiano,2a edição correcta e augmentada com aNovena do Sagrado Coração de Maria eCânticos devotos. 1 v. br 18000 '

Mo Presbyrerio e no Templo.—PadrbSenna Freitas.—Litteratura christã,,. ser-mões, praticas, etc. 2v. ene..... 78000,

naturalismo ou o dogmatismo applicadoá sciencia.—Roberto Gr. WoodhOuse.— 1

•••••(•••¦«••'v. br,Ho Céo nos reconheceremos.—P.

Blot.—Cartas de consolação;: traduzidasda décima nona edição franceza. 1 v. ene.18000 b^.A 8600

Noites amenas (contos) .-t-Escrich. Seisv. contendo : O violino do diãabo ;TaJarvore, tal frueto; Um filho o povo ;.Quem ludo quer tudo perde; A'Verdade ,núa e crua; Por bem fazer mal haver;As culpas, dos pais; Um hospital depoudos.A obra ene. eni'3'v.^.'?:*.¦. iri'? -lljJOOO^

Mossa Senhora de Lourdes.—Obra. honrada com um breve especial de Sua

Santidade o Papa Pio IX, traduzida em

Sortuguez, — H. Lasserre.—Recommén-

amos muito aos catholicos" essa excellenteobra que narra a apparição de Nossa Se-

! nhora de Lourdes e1 os grandes-prodígios.que se tem operado na gruta -de Lourdes..A obra de H. Lasserre ó a melhor que ha,e.tem sido traduzida emi diversas-línguas.1 v. ene..."... .1......''.'. P....' 380OO

Officio Movissimopro Dioecesi Fluminis.Jáhuarii a Summis Pontificibus approbataefc concessa a mencis plurimis aceuratissi-

j me expurgata et a superiori anetoritaterecognita. Opera et studio unius Sacerdo-

•tis Fluminensis. 1 v. br 8500Onde estamos ?—Monenhor Gauméí—

lv. ene... 28000.ur ••••••••• •••••••*•••••••#'»• vOjjwv

Ofllcio da Semana Santa. lv.ene.........,....1..;.......... 38000

O. Papa ó infallivel.— Monsfnhor'Ségur.—Traduzida da 11a edição, 1. v.

br. •*»'• f'» •••••¦••••••••••• ípov/v

OraçOes fúnebres.—Monsenhor Fonse-ca Lima.—1 v. br.;.;.;....;.. < 28000

Philosophia fundamental.—D. JaymeBalmes.—2 v< ene,-128, br....... ; 88000

Padre santificado. ou necessidade omeios de adquirir e aperfeiçoar asanti-dade sacerdotal. — Abbade M: Dubots.—Traduzida para o portuguez pelo padre M;

. J. Valente.l v. ene.. ;...-.<.. ..-48000Protestantismo comparado com o catho-

licismo.—4.v. ene. 128., br..,..,.. ,8$00Òyp. do Apóstolo rua Nova do Ouvidor ne. 14 e 16,

¦ ''