Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

125
Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde

Transcript of Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Page 1: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Marina Macagnan

Martha Arnold

Paula Golin

Rafael Soares

Roberta Rohde

Saulo Mabilde

Page 2: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Era uma vez...

Page 3: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

No seu consultório...

• Uma criança de 1 ano de idade é trazida devido a retardo no crescimento

• A mãe reclama que a pele de seu filho parece “amarelada”

• Ela e seu marido são primos oriundos da Sardenha no Mediterrâneo

• Ela refere que vários familiares em seu país de origem têm “sangue fino” e que as vezes precisam de “injeções especiais”

Page 4: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Você notou que a criança:

• estava abaixo do desenvolvimento esperado

• estava ictérica

• apresentava deformidade no crânio

• seu maxilar era bem pronunciado

• tinha esplenomegalia

Page 5: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Os exames mostraram que:A criança tem anemia hemolítica severa com níveis reduzidos de hemoglobina no sangue

ELETROfORESE DA HEMOGLOBINA

O sangue contém níveis aumentados de hemoglobina fetal- Hb F

Eritrócitos são deformados, pequenos, e mostram anormalidades estruturais.

Page 6: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

• O Rx de crânio mostrou o padrão “cabelo-em-escovinha” associado com aumento do espaço medular

Page 7: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

?

Page 8: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

-talassemia

Page 9: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Etiologia

Histórico: - Von Jakhs

- Thomas Cooley

- Origem do Nome

Definição de talassemia

Definição de β-talassemia

Características Iniciais

Page 10: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Distribuição geográfica : - origem

- mutações talassêmicas

- movimentos migratórios

Mutações com efeitos semelhantes:

Países mediterrâneos

África tropical

Sudeste da Ásia

Índia

Sul da China

Epidemiologia

Page 11: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Grandes Correntes Migratórias:

- tráfico negreiro

- migração italiana

- migração de caribenhos e africanos

- indianos, cipriotas e paquistaneses

- asiáticos

Diagnóstico Intra-uterino

Dados da O.M.S.: α-talassemia

β-talassemia

Epidemiologia

Page 12: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Β-talassemia pelo mundo:

- Itália : 2 a 15 %

- Grécia : 8 %

- Chipre : 18 %

- Península Ibérica : 0,1 a 2 %

- Sul da Europa : mais de 4 milhões de heterozigotos.

- Am. Latina e Caribe : 1 a 2 % de heterozigotos.

Epidemiologia

Page 13: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Três tipos diferentes de apresentação fenotípica

TALASSEMIA MAIOR

- anemia de Cooley

- reduzida síntese de HbA

- dados clínicos: 1°. ano de vida (características peculiares)

anemia intensa (hemoglobina<6,5 g/dl)

esplenomegalia volumosa

redução da massa muscular

alterações craniofaciais

atraso no crescimento

Apresentação Clínica

Page 14: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

obs.: transfusões crônicas de sangue

crianças tratadas inadequadamente ou tardiamente

não tratado

Apresentação Clínica

Page 15: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

TALASSEMIA INTERMEDIÁRIA

β-talassemia heterozigótica

mutações e combinações complexas

manifestações clínicas:

- anemia leve á moderada(hemoglobina entre 7 e 11 g/dl)

- esplenomegalia

- redução da massa muscular

- alterações faciais

- úlceras crônicas na perna

- sintomas compressivos

Apresentação Clínica

Page 16: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

TALASSEMIA MENOR

β-talassemia heterozigótica Uma única mutação β-talassêmica

Dados clínicos: - anemia moderada a mínima

- microcitose profunda

- normalmente assintomáticos

Obs.: diminuição dos níveis de hemoglobina

diagnóstico difícil de ser estabelecido

Apresentação Clínica

Page 17: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fisiologia

Page 18: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Síntese da Hemoglobina

Duas cadeias de globina ( e “não ”)Com exceção das primeiras semanas de embriogênese, uma cadeia é sempre .Feto: cadeia não chamada Depois do nascimento: cadeia β se pareia com a globina.Hemoglobina completa: 2 cadeias α e+ 2 cadeias não .

Page 19: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Hemoglobina A

Page 20: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Síntese da Hemoglobina

Genes que codificam a cadeia da

α globina estão no cromossomo

16.

Genes que codificam a produção

de cadeias não estão no

cromossomo 11.

Page 21: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

A Hemoglobina e seus genes

Page 22: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Ontogenia da Síntese da Hemoglobina

No cromossomo 11 os genes das globinas são ativados em seqüência durante o desenvolvimento, da extremidade 5´para 3´.ε embriogênese desenvolvimento fetal perto do nascimento

Page 23: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Ontogenia da Síntese da Hemoglobina

Page 24: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Hemoglobinas no Adulto

2 cadeias α + 2 cadeias β Hb A (97%)

2 cadeias α + 2 cadeias

Hb A2 (2%)2 cadeias α + 2 cadeias

Hb F (1%)

Page 25: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fisiopatologia

Page 26: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fisiopatologia

Produção de β globina: anemia microcítica hipocrômica globina : importância só no período pós- natal beta talassemia evidente meses após nascimento

Page 27: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fisiopatologia

Cadeias em excesso insolúveis precipitação lesão membrana perda potássio síntese de DNA prejudicada destruição de precursores eritrocitários na MO (eritropoiese ineficaz)70 a 85 % dos normoblastos podem ser destruídosGene intacto níveis elevados

Page 28: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fisiopatologia

Nível de Hb F aumentado devido à sobrevida seletiva e por produção aumentada da população de hemácias adultas que contém Hb F.

Page 29: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Alterações Morfológicas

Expansão da MO adelgaçamento do osso cortical neoformação óssea na face externa do osso (maxilar, ossos frontais da face e crânio)Hepatoesplenomegalia devido à hiperplasia do SRE e à hematopoiese extramedular.Hemossiderose, Hemocromatose secundária (transfusões, absorção intestinal de ferro)

Page 30: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Alterações Morfológicas

Page 31: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mecanismos da Anemia

Eritropoiese pode aumentar + de 10 vezes, 95% pode ser ineficaz.Efeitos deletérios do excesso relativo de cadeias de globina.O excesso interfere na maturação eritropoiética normal: morte intramedular de precursores das células vermelhas por parada na fase G1; apoptose intramedular acelerada dos eritroblastos tardios

Page 32: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mecanismos da Anemia

Acúmulo de cadeias na membrana das células vermelhas: anormalidades bioquímicas danosas ao citoesqueleto Presença de ferro na membrana pode agravar efeitos deletérios.

Page 33: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Conseqüências clínicas da Anemia

Expansão da medula vermelha : 30X > que o normal volume plasmático (shunting através da medula expandida) e a progressiva esplenomegalia exacerbam a anemia. eritropoetina formação tecido extramedular massas extra-ósseas no abdome tórax e pelve

Page 34: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Conseqüências clínicas da Anemia

Expansão MO deformidades do crânio e face, osteopenia e defeitos na mineralização óssea podem agravar uma síndrome periarticular dolorosa microfraturas e osteomalácia.

Page 35: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.
Page 36: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Genética Molecular da -talassemia

Page 37: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

EXON2

SEQ 5´UTR

INTRON1

INTRON2

EXON3

CODON TERM.

3´UTR

• Presente no cluster do gene

HBB, juntamente com os genes da

γ-globina, ε-globina e δ-globina.

Gene da β-Globina Humana

(HBB)• Locus 11p15.5

• Produto cadeia de β-globina

humana

Page 38: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

PROMOTOR

5 Regiões de regulação tecido-específicas:

• CACCC proximal (motif)• CACCC distal

• CAAT• TATA

• GATA I

Page 39: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

ACATTTG• Início da transcrição

• Recebe um cap nucleotídeos

necessário para o RNAmligar-se ao ribossomo

para subseqüente tradução.

Page 40: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

SEQ 5´UTR

• Seqüência transcrita e posteriormente não

traduzida• Importante para a estabilidade do RNA

Page 41: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

SEQ 5´UTR

• 90 pares de bases• aminoácidos 1-30

Page 42: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

SEQ 5´UTR

INTRON1

• 130 pares de bases• importante no

processamento do RNAm nuclear e saída do núcleo

Page 43: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

EXON2

SEQ 5´UTR

INTRON1

• 130 pares de bases• aminoácidos 31-104

Page 44: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

EXON2

SEQ 5´UTR

INTRON1

INTRON2

• 850 pares de base

Page 45: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

EXON2

SEQ 5´UTR

INTRON1

INTRON2

EXON3 • 126 pares de bases• aminoácidos 105-146

Page 46: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

EXON2

SEQ 5´UTR

INTRON1

INTRON2

EXON3

CÓDON TERM.

• Códon de terminação

Page 47: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

SEQ.CAP

PROMOTOR

EXON1

EXON2

SEQ 5´UTR

INTRON1

INTRON2

EXON3

CODON TERM.

3´UTR

• Transcrito e não traduzido

• Sítio de ligação da Poli(A) do

RNAm

Page 48: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

CAP

EXON1 EXON2

INTRON1 INTRON2

EXON3

POLI(A)

RNAm nuclear• Adição de um CAP de guanosina-metilada na extremidade 5´• Adição da cauda POLI(A), na extremidade 3´

RNAm maduro• Processamento dos introns (splice)

CAP

EXON1EXON2EXON3

POLI(A)

Page 49: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Sumário dos passos envolvendo a produção da β-globina e da

hemoglobina

Page 50: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Base Molecular da ß-Talassemia

São classificadas em , , , , , e dependendo da cadeia ou cadeias cuja síntese é defeituosa

As -talassemias podem ser divididas de acordo com a ausência completa ou apenas deficiência na síntese de cadeia de -globina humana em:

- 0-talassemia

- +-talassemia

Page 51: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Bases moleculares das β-talassemias simplesA maior parte das mutações

causam diminuição na produção de mRNA ou formação de mRNA não funcionaisUm pequeno grupo de mutações, nonsense ou frameshift, ocorrem na região codificante do gene (exons)Grandes deleções no cluster do gene HBB podem resultar em talassemias complexas

Page 52: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Classificação das mutações beta-talassêmicasMutações que podem causar:

Defeito na síntese de mRNA:splice junctions;introns;exons;

Formação de mRNA não funcionais;Alteração na adição da cauda poli-A ou no caping; Mudança em áreas regulatórias.

Page 53: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mutações nas splice junctions

Podem causar alteração nas regiões doadora 5’ou aceptora 3’ dos introns ou em seqüências consensuais que rodeiam as junções;

Ocorre a formação de locais de splice crípticos, que nada mais são do que áreas alternativas de splice, que competem com áreas normais;

Fenótipo é de β+-talassemia.

IntronExon

Page 54: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mutações em Introns

Qualquer mutação que torne uma região críptica de splice mais parecida ou até mesmo idêntica à região de splice normal

Ocorre então competição entre a região críptica ativada e a região de splice normal

Fenótipo de β+-talassemia

IntronExon

Page 55: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mutações em Exons afetando o Splicing

Causam alteração na região codificante do gene HBB

Podem resultar em mudança tanto na seqüência de aminoácidos da cadeia de β-globina quanto na quantidade de formação de RNAm específicos

Fenótipo de variante estrutural. Exemplo HB E

IntronExon

Page 56: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Splicing

Page 57: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mutações que causam formação de RNAm não funcional

Exemplo são mutações que formam um código de parada prematuro

Podem ser causadas por substituição de um único aminoácido ou por frameshift

Exon

Page 58: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mutações que causam alteração na cauda Poly(A) ou no capping do RNAm

Impedem as modificações pós-transcricionais do mRNA, ou pelo capping não correto na extremidade 5’ ou por não poliadenização da extremidade 3’

Afetam a estabilidade do mRNA formado

Fenótipo geralmente de β+-talassemia

Page 59: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mutações que Afetam a Área do Promotor

Geralmente deleções ou mutagênese pontual

O fenótipo depende dos boxes (seqüências consensuais) onde ocorreu a mutação

No CACCC principal proximal fenótipo mais severo, enquanto no CACCC distal o fenótipo pode ser silencioso

Page 60: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.
Page 61: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

– Mutação Fenótipo Origem Étnica

• Promoter Mutantes• -101 (C to T) B(+) Turquia• -88 (C to A) B(+)

Mediterrnea• -87 (C to G) B(+) Negro

Americana• Mutantes que causam códon de parada• Códon 1 (-1 bp) B(0) Chinesa• Códon 6 (-1 bp) B(0) Mediterrânea• Códon 114 (-2, +1 bp) B(+) Francesa• Mutações na Splice Junction• IVS-1, position 1 (G to A) B(0) Mediterrânea• IVS-1, position 2 (T to G) B(0) Indiana, Chinesa• Novo Local de Splice • IVS-1 110 (G to A) B(+) Mediterrânea• Defeito no Cleavage do RNA

• AATAAA to AACAAA B(+) Negro Americana

Page 62: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fatores Genéticos que Afetam a Severidade Clínica:

Natureza das mutações no gene HBB;Co-herança de -talassemia;Quantidade de hemoglobina fetal produzida.

Page 63: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

LCR – Locus Control Region

Super-enhancer

Estabelecem a abertura da cromatina, inibindo a repressão normal da transcrição

Localizado aproximadamente 20 Kb anteriormente ao cluster

Contém cinco locais que são hipersensíveis à DNase, apenas nas células eritróides precursoras

Page 64: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

A presença do LCR inteiro é fundamental para a transcrição dos genes presentes no cluster do HBB

Pacientes com deleções nos LCR falham em expressar todos os genes do cluster do HBB

Essencial para terapia gênica

LCR – Locus Control Region

Page 65: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Padrão de Herança

Autossômico recessivo;

Recentemente foi relatado em algumas famílias padrão de herança autossômico dominante.

Page 66: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Fenótipos

TalassemiaMenor

TalassemiaMaior

Normal

Page 67: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Se ambos os pais não forem portadores então todos os seus filhos serão normais.

Padrão de herança recessivo

Page 68: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Padrão de herança recessivoSe apenas um dos pais é portador e o outro normal, os filhos terão 50% de chance de ter Talassemia menor, porém nenhum deles terá Talassemia maior.

Page 69: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Padrão de herança recessivoSe ambos os pais forem portadores, seus filhos terão 25% de chance de herdarem talassemia maior; 50% talassemia minor e 25% de chance de nascerem normais.

Page 70: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Padrão de herança autossômica dominante

Resultam de uma família de mutações, geralmente envolvendo o exon 3 do gene HBB

Ocorre produção de cadeias de globina hiper-instáveis, com tamanhos variados, que se precipitam junto com as cadeias em em excesso de -globina nas células precursoras hemáticas

Page 71: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico

Page 72: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico Clínico

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Eletroforese

Cromatografia

Análise Molecular

Diagnóstico Diferencial

Page 73: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico ClínicoHistória médica individual- idade de início clínico

História médica familiarOrigem étnicaExame físico

- crescimento e desenvolvimento - palidez e icterícia - tamanho hepático e esplênico

- estrutura óssea

Page 74: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Hemograma completo -VCM -HCM / CHCM -RBC -RDW

Esfregaço de sangue periférico

Page 75: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

-VCM-

Elemento

<72 fL diagnóstico

presuntivo

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Page 76: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

-HCM/CHCM-

Talassemia menor : 11-14

g/dL

Talassemia maior : <7 g/dL

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Page 77: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

-RBC-Na anemia microcítica

Talassemia RBCX

Ferropenia RBC

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Page 78: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

-RDW-

Talassemia : RDW

X

Ferropenia : RDW

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Page 79: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Esfregaço de sangue periférico

- microcitose

- hipocromia

- anisocitose

- poiquilocitose

- eritroblastos

- inclusões de cadeias α

Diagnóstico Clínico-laboratorial

Page 80: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Esfregaço

Page 81: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Esfregaço

Page 82: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Objetivo: qualificar e quantificar a Hb

- Hb A

- Hb F

- Hb A2

Eletroforese

Page 83: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Normal + o

Hb A (%) 97.5 73 0Hb F (%) 0.8 24 97.5

Hb A2 (%) 1.6 3 2.5

Eletroforese

Page 84: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Cellulose Acetate Electrophoresis

Pouca distinção entre Hb A e

Hb F

Page 85: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Citrate AgarElectrophoresis

Teste confirmatório e pós-natal

Page 86: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Thin Layer Isoelectric Focusing

Gradiente de pH e boa resolução

Page 87: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Cromatografia

Objetivo: maior precisão

HPLC - High Performance Liquid

Cromatography

Screening

Custo elevado

Page 88: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

HPLC-cromatografia

Page 89: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

HPLC-cromatografia

Page 90: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Análise molecular

Objetivo: identificar mutações

específicas

Diferencia alelos

Embasar aconselhamento genético

Pós-diagnóstico

clínico-laboratorial/pré-natal

Page 91: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

PCR

Seqüenciamento (eletroforese)

Análise molecular

Page 92: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico Diferencial

Talassemia

Anemia Ferropriva

HEMOGRAMAX

Page 93: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Mentzer index: VCM/RBC<13 talassemia>13 ferropenia

Eletroforese perde valor

Diagnóstico Diferencial

Page 94: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Tratamento

Page 95: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Primeiro passo é distinguir entre:

Talassemia Maior Talassemia Menor Talassemia Intermediária

Tratamento da-talassemia

Page 96: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Transfusão Sangüínea

Terapêutica Quelante

Transplante de Medula Óssea

Esplenectomia

Apoio Psicológico

Tratamento da-talassemia Maior

Page 97: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Transfusão Sangüínea

Objetivo: HB > 10gdL

Quando: precocemente

Efeitos Favoráveis: crescimento, atividade física, hiperplasia medula óssea, deformidades ósseas, esplenomegalia

Precauções: vacinação contra a Hepatite B, controle do sangue transfundido

Tratamento da-talassemia Maior

Page 98: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Terapêutica Quelante Objetivo: evitar hemossiderose

Quando: após 1 ano do início das transfusões / após 10-12 transfusões Como: infusão subcutânea lenta

Efeitos Favoráveis: evitar lesões orgânicas graves como insuficiência de glândulas endócrinas, fígado e miocárdio provocadas pelo acúmulo de ferro

Efeitos Colaterais: rarosUso da vitamina C associada

Tratamento da-talassemia Maior

Page 99: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Transplante de Medula Óssea

Objetivo: cura

Quando: antes que apareçam as complicações

Como: irmão(ã) HLA idêntico

Sucesso: 80%

Riscos

Tratamento da-talassemia Maior

Page 100: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Esplenectomia

Objetivo: medida auxiliar

Quando: benefícios maiores que a manutenção do baço

Precauções: vacina anti-pneumococo

Antibioticoterapia profilática

Febre

Tratamento da-talassemia Maior

Page 101: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Acompanhamento do Tratamento

exame físico mensal ALT bimensal ferritina sérica a cada 3 meses crescimento e desenvolvimento audiometria e ofltalmo anualmente avaliação cardíaca completa, US

fígado, tireóide, pâncreas, adrenal, paratireóide e hipófise

Tratamento da-talassemia Maior

Page 102: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Apoio Psicológico

Esclarecer a natureza da doença, sua evolução, tratamento e complicações

Reforçar a terapia quelante

AdolescênciaPrognóstico Transfusões regulares

Ferritina sérica abaixo de 2500 ng/mL

Tratamento da-talassemia Maior

Page 103: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Tratamento Sintomático

Esplenectomia

Suplementação ácido fólico

Radioterapia de massas extramedulares

Transfusões – quelantes

Úlceras maleolares

Tratamento da-talassemia Intermediária

Page 104: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Geralmente assintomático

Confusão

Gravidez

Tratamento da-talassemia Menor

Page 105: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Três estratégias:

Transferência de Genes

Correção da seqüência DNA/RNA mutante

Diminuição da expressão do gene da-globina

Tratamento Experimental da -talassemia

Page 106: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico Pré-natal

Page 107: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Objetivos

Sistematizar o tratamentoMelhorar prognóstico

Page 108: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Exames-padrão

PCR e seqüenciamento de DNA: amniocenteseEletroforese ou HPLC: cordocentese ou coleta de sangue fetal

Page 109: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Método

População de Risco

Exames

Aconselhamento Genético

Page 110: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Desvantagens

Impossibilidade de coletaAborto espontâneo em 1-2% dos casos

Page 111: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Balanço

Apesar de haver riscos, há grandes vantagens em fazer-se uso do diagnóstico pré-natal

Page 112: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Rastreamento

Page 113: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Definição

Método pelo qual se busca, numa população de risco, indivíduos portadores de uma doença

Page 114: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Eficácia

-talassemia: informação e métodos rápidos e acessíveis para realizar o rastreamento

Page 115: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Diagnóstico Neo-natal

Teste do pezinho

Page 116: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Método

Métodos hematológicos e análise de DNA

Page 117: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Resultados

Aparentemente o status de portador não causa ansiedadeRedução do nascimento de crianças beta-talassêmicas no Mediterrâneo

Page 118: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Aconselhamento Genético

Page 119: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Definição

O aconselhamento genético é o processo de providência individual e familiar de informações sobre a natureza, hereditariedade e implicações de doenças genéticas para ajudá-los a tomar decisões informadas de caráter médico e pessoal

Page 120: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Objetivo

Esclarecer:- Evolução da doença- Riscos para futuros filhos

Obs.: Não é objetivo do aconselhamento genético a erradicação da doença

Page 121: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Influências

InúmerasModulam o caráter do serviçoPodem, mas não devem, mudar o desfecho

Page 122: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Enfoques

Depende de:PopulaçãoFamíliaPessoa

Exemplos

Page 123: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Princípio

A decisão final sempre é do paciente e não deve ser influenciada pelo orientador do serviço

Page 124: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Benefício

Prevenção de novos casos de -talassemia, pela prevenção de gravidezes de risco

Page 125: Marina Macagnan Martha Arnold Paula Golin Rafael Soares Roberta Rohde Saulo Mabilde.

Obrigado