Igor Eli Balassiano Natalia Regina Pinto Guedes Martins Luiz Eduardo de Castro

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Igor Eli Balassiano Natalia Regina Pinto Guedes Martins Luiz Eduardo de Castro Laís Lopes Almeida Gomes Mariana Cardoso Maria Kátia Gomes Incapacidade física e participação social em pessoas acometidas pela hanseníase após alta da poliquimioterapia Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ, Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro 8858235

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Igor Eli BalassianoNatalia Regina Pinto Guedes Martins

Luiz Eduardo de CastroLaís Lopes Almeida Gomes

Mariana CardosoMaria Kátia Gomes

Incapacidade física e participação social em pessoas acometidas pela hanseníase

após alta da poliquimioterapia

Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ,Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro

8858235

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Incapacidade física e participação social em pessoas acometidas pela hanseníase após alta da poliquimioterapia

INTRODUÇÃO

• A hanseníase é considerada uma das doenças mais limitantes física, afetiva e socialmente da atualidade. Estima-se que o número de pessoas que desenvolveram incapacidades físicas pela hanseníase seja de 3 milhões no mundo e 2 mil no Brasil. São marcantes os sintomas de dor e espessamento dos nervos periféricos à palpação, diminuição da sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente em olhos, mãos e pés e diminuição de força nos músculos inervados, principalmente nas pálpebras e membros superiores e inferiores.

• A instalação das deformidades provoca limitação funcional, discriminação e estigma com repercussões psicológicas e sociais. A principal medida para o controle hanseníase nas 3 últimas décadas foi a implantação da poliquimioterapia (PQT/OMS, 1982) que permitiu alta a estes pacientes, cujo critério atual é a regularidade no tratamento, não considerando sequelas instaladas ou a ocorrência de episódios reacionais pós-alta que podem desenvolver lesões neurais irreversíveis.

• Este trabalho objetiva realizar avaliação das pessoas acometidas pela hanseníase no período pós alta da PQT/OMS, discriminando o grau de incapacidade de acordo com os escores Grau Máximo e EHF, a associação de fatores sociodemograficos e clínicos e o nível de participação social.

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MÉTODOS

• Estudo observacional, clínico-epidemiológico, do tipo transversal, realizado no município de Nova Iguaçu/RJ/Brasil, envolvendo pacientes tratados com PQT/OMS no período entre 1997 e 2006, quando foram diagnosticados 2179 casos de hanseníase.

• Entre estes, 1080 pacientes correspondiam aos critérios de inclusão de alta por cura, modo de entrada como caso novo e grau de incapacidade avaliado na alta. Deste grupo foram estudados 225 pacientes.

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RESULTADOS

• Foram avaliados 225 pacientes (Tabelas 1 e 2), entre 16 e 101 anos, média de idade de 56, 12 (desvio padrão de 17,34 anos), sendo 55,6% (125) do gênero feminino; 39,9% (91) cursaram até 5ª a 8ª série do Fundamental e 66 (28,9%) são brancos. 55,3% (125) apresentavam forma MB e 44,4% (100) PB, com predominância da forma dimorfa 40,4% (91).

• As incapacidades de acordo com o grau de incapacidade física da OMS e escore EHF (Gráficos 1 e 2) afetou 60,9% (48,0% grau 1 e 12,9% grau 2) e em relação à participação social, 24,9% da amostra apresentava restrição quanto à participação (Tabela 3). Esta variável mostrou associação com a presença de incapacidade física (grau 1 e 2) estatisticamente significativa (p <0,001).

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Gráfico 1: Grau de incapacidade na alta

Gráfico 2: Grau de incapacidade atual

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CARACTERÍSTICAS N %

SexoMasculino 100 44,4Feminino 125 55,6

IdadeMédia 56,12Mediana 57Amplitude 18-101

Escolaridade

Analfabeto 12 5,31 a 4 série incompleta EF 35 15,64 série completa EF 1 0,45 a 8 série incompleta EF 88 39,1Ensino fund completo 11 4,9Ensino médio incompleto 33 14,7Ensino médio completo 2 0,9Ensino superior completo 2 0,9Ignorado 41 18,2

Raça/cor

Branca 66 28,9Preta 22 9,8Amarela 0 0Parda 30 13,3Indígena 0 0Ignorado 107 47,6

Tabela 1: Caracterização

sócio-demográfica da população do

estudo

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Tabela 2: Caracterização

clínico-epidemiológica da

população do estudo

N %

Forma Clínica

Indeterminada 38 16,9

Tuberculóide 59 26,2

Dimorfa 91 40,4

Virchowiano 34 15,1

Não classificada 3 1,3

Classificação OperacionalPaucibacilar 100 44,4

Multibacilar 125 55,6

Nervos acometidos

Ulnar 70 31,1

Mediano 57 25,3

Radial 35 15,6

Fibular 59 26,2

Tibial 132 58,7

Trigêmio 29 12,9

Facial 0 ,0

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CONCLUSÃO

• As variáveis faixa etária em idade produtiva, escolaridade até o ensino fundamental, forma clínica e esquema de tratamento multibacilar foram determinantes para a incapacidade física, enquanto forma clínica, esquema de tratamento multibacilar, grau de incapacidade foram determinantes para restrição social.A incapacidade física mostrou associação com a participação social.

• Neste estudo, apesar dos pacientes terem realizado o tratamento regular preconizado pela OMS (PQT) regularmente, os que desenvolveram algum tipo de incapacidade (graus 1 e 2), apresentaram este evento em média de cerca de 7,55 anos após alta. Este dado talvez aponte a necessidade de revisão da política assistencial a esta demanda que é retirada do registro ativo e portanto do seguimento clínico, após a conclusão da PQT.

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CONCLUSÃO

• A descentralização das ações de controle do Programa de Hanseníase para a Estratégia de Saúde da Família pode possibilitar continuidade de acesso e cuidado na unidade de saúde mais próxima do domicílio. No contexto da eliminação da hanseníase é fundamental considerar a demanda pós alta da PQT no que diz respeito a limitação de atividades e restrição de participação social. A implantação na rotina dos Serviços de Saúde destes instrumentos (mapa sensitivo motor e escala de participação), durante tratamento da PQT permitiria um olhar diferenciado e consultas adequadas que impedissem o agravamento da incapacidade física e da restrição no processo de participação.

• O atual critério de cura da hanseníase estipulado pela OMS, baseado na regularidade do tratamento (6 doses supervisionadas em até 9 meses para os casos paucibacilares e 12 doses supervisionadas em até 18 meses para os casos multibacilares) leva em conta exclusivamente a cura bacteriológica e não considera outros domínios importantes como o ambiental, psicológico, a qualidade de vida e a participação social do indivíduo (NASCIMENTO, 2012).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Broekhuis SM, Meima A, Koelewijn LF, Richardus JH, Benbow C, Saunderson PR. The hand-foot impairment score as a tool for evaluating prevention of disability activities in leprosy: an exploration in patients treated with corticosteroids. Lepr Rev. 2000 Sep; 71(3):344-54.

2. NIENHUIS, W.A. et al. Measuring impairment caused by leprosy: inter-tester reliability of the WHO disability grading system. Leprosy Review. v. 75, n. 3, p. 221-232, Set 2004.

3. Nienhuis WA, van Brakel WH, Butlin CR, van der Werf TS. Measuring impairment caused by leprosy: inter-tester reliability of the WHO disability grading system. Lepr Rev. 2004 Sep; 75(3):221-32.

4. Ramos JMH, Souto FJD. Incapacidade pós-tratamento em pacientes hansenianos em Varzea Grande, Estado de Mato Grosso. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 2010; 43(3):293-7.