Algebra Linear

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 Matemática I - 1 a Parte: Álgebra Linear Ana Rita Martins Álgebra Matricial Sistemas de Equações Lineares Método de Eliminação de Gauss Algoritmo de inversão de matrizes Espaços Lineares Valores e Vectores próprios de uma matriz Matemática I - 1 a Parte: Álgebra Linear Ana Rita Martins Católica Lisbon 1 o Semestre 2012/2013

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  • Matemtica I - 1a

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    Sistemas deEquaes Lineares

    Mtodo deEliminao deGauss

    Algoritmo deinverso dematrizes

    Espaos Lineares

    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Matemtica I - 1a Parte: lgebra Linear

    Ana Rita Martins

    Catlica Lisbon

    1o Semestre 2012/2013

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Matrizes: Motivao

    comum o recurso a tabelas para organizar informao diversa. Noentanto, estes objectos no so, em geral, manipulveis".

    Para ultrapassar esta limitao" usual recorrer s chamadas ma-trizes.

    As matrizes no s permitem uma simplificao no tratamento dosdados includos em tabelas, como as regras algbricas para a manipulaode matrizes so semelhantes s regras de manipulao de nmeros reais.

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    Matrizes

    Definio

    Uma matriz uma entidade matemtica representada por umatabela rectangular de nmeros.

    Mais precisamente, dados n,m N chama-se matriz de tipo (oudimenso) m n a uma tabela rectangular de nm nmeros reaisdistribudos por m-linhas e n-colunas preenchidas por nmeros reais:

    a11 a12 a1na21 a22 a2n...

    .... . .

    ...am1 am2 amn

    (aij R, para todo o i = 1, ,m e j = 1, , n).

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    Exemplo

    Consideremos uma cadeia de lojas constituda por 3 lojas L1, L2,L3, cada uma vendendo 10 produtos diferentes P1, ...,P10, e denotemospor vij o valor (em euros) das vendas do produto Pi na loja Lj num certoms do ano.

    Ento uma maneira simples e adequada de organizar estainformao ser atravs da seguinte matriz do tipo 10 3:

    v11 v12 v13v21 v22 v23...

    ......

    v10 1 v10 2 v10 3

    Desta forma, por exemplo, se v92 = 575 significa que o valor dasvendas do produto P9 na Loja L2 correspondeu a 575 euros no ms emquesto.

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    Representao de Matrizes

    usual recorrer a letras maisculas (A,B,C,X, Y, ) para repre-sentar matrizes.

    No caso de se pretender explicitar as entradas de uma matriz A dotipo m n, tambm usual representar A da forma:

    A = [aij]i=1,...,m,j=1,...,n,

    ou simplesmente,A = [aij],

    quando est definida partida a dimenso da matriz.Para evidenciar o tipo m n de uma matriz A, tambm costume

    escrever Amn.

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    Matrizes: Notao

    As matrizes m 1 chamam-se matrizes colunaa11...

    an1

    As matrizes 1 n chamam-se matrizes linha[a11 . . . a1n

    ]As matrizes n n chamam-se matrizes quadradas

    a11 a12 a1na21 a22 a2n...

    .... . .

    ...an1 an2 ann

    As matrizes m n com m 6= n chamam-se matrizes rectangulares.

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    Matrizes Quadradas

    Definio

    Dada uma matriz quadrada A = [aij] do tipo n n* chama-sediagonal principal de A s entradas a11, a22, , ann:

    a11 a12 a1na21 a22 a2n...

    .... . .

    ...an1 an2 ann

    e diz-se que:

    A triangular superior se aij = 0 para i > j.Por exemplo, para n = 3, so da forma:

    a11 a12 a130 a22 a230 0 a33

    *Tambm costume dizer apenas que A uma matriz quadrada de ordem n.

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    Matrizes Quadradas

    Definio

    A triangular inferior se aij = 0 para i < j.Por exemplo, para n = 3, so da forma: :

    a11 0 0a21 a22 0a31 a32 a33

    A diagonal, se for simultaneamente trangular superior e inferior,isto , se aij = 0, para i 6= j.Por exemplo, se n = 3, so da forma:

    a11 0 00 a22 00 0 a33

    Se, alm disso, todos os elementos da diagonal forem iguais, entoa matriz tambm se diz uma matriz escalar.

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    Matrizes: Notao

    Chamamos matriz identidade de dimenso n, denotada por In, matriz quadrada n n com diagonal principal constituda por 1s erestantes entradas nulas. Por exemplo,

    I2 =

    [1 00 1

    ], I3 =

    1 0 00 1 00 0 1

    .

    Chamamos matriz nula de dimenso m n, e representamos por0mn, a matriz m n com entradas todas nulas. Por exemplo,

    023 =

    [0 0 00 0 0

    ].

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    Igualdade de Matrizes

    Dadas matrizes A = [aij] do tipo m n e B = [bkl] do tipo m n, temos:

    A = B

    m = m

    n = n

    aij = bij, i = 1, ...,m, j = 1, ..., n

    Por exemplo, dados x, y, z R temos:

    [1 2x

    3y + 1 z

    ]=

    [3x 2 25z 0

    ]

    1 = 3x 2

    2x = 2

    3y + 1 = 5z

    z = 0

    x = 1

    y = 13z = 0,

    e acabmos de resolver uma equao matricial...

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    Exemplo de motivao para operaes algbricasentre matrizes

    Voltemos ao exemplo da rede de lojas constituda por 3 lojas L1,L2, L3, cada uma vendendo 10 produtos diferentes P1, ...,P10, cujosvalores das vendas em cada ms i representado pela matriz:

    Ai =

    vi11 vi12 v

    i13

    vi21 vi22 v

    i23

    ......

    ...vi10 1 v

    i10 2 v

    i10 3

    com i = 1, , 12.

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    Exemplo de motivao para a aritmtica matricial

    Consideremos ento os primeiros dois meses do ano, cujosresultados das vendas so representados respectivamente por

    A1 =

    v111 v112 v

    113

    v121 v122 v

    123

    ......

    ...v110 1 v

    110 2 v

    110 3

    e A2 =

    v211 v212 v

    213

    v221 v222 v

    223

    ......

    ...v210 1 v

    210 2 v

    210 3

    Se pretendermos determinar, por exemplo, o valor total das vendasdo produto P1 na loja L1 nos dois primeiros meses do ano basta somar

    v111 + v211

    e podemos fazer o mesmo para cada loja e cada produto.

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    Exemplo de motivao para algebra matricial

    Desta forma, podemos considerar uma nova matriz:

    v111 + v211 v

    112 + v

    212 v

    113 + v

    213

    v121 + v221 v

    122 + v

    222 v

    123 + v

    223

    ......

    ...v110 1 + v

    210 1 v

    110 2 + v

    210 2 v

    110 3 + v

    210 3

    que representa a soma da matriz A1 pela matriz A2 e se denota porA1 + A2.

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    Exemplo de motivao para algebra matricial

    Imaginemos agora que os valores de venda descritos pelasmatrizes Ai incluem IVA e que o IVA a considerar 23% para todos osprodutos.

    Para sabermos o total de IVA a pagar por cada venda no i-simoms do ano, basta multiplicar cada entrada da matriz Ai por 0, 23.Obtemos assim uma nova matriz que se representa por 0, 23Ai e estdefinida por:

    0, 23Ai =

    0, 23vi11 0, 23v

    i12 0, 23v

    i13

    0, 23vi21 0, 23vi22 0, 23v

    i23

    ......

    ...0, 23vi10 1 0, 23v

    i10 2 0, 23v

    i10 3

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    Aritmtica Matricial

    Soma

    Dadas duas matrizes A = [aij] e B = [bij] do mesmo tipo m n,define-se a soma de A e B como sendo a matriz do tipo m nrepresentada por A + B = [cij] e cuja entrada (i, j) dada por

    cij = aij + bij.

    Produto Escalar

    Sejam agora A = [aij] uma matriz do tipo m n e um nmero real.Define-se o produto escalar de por A como sendo a matriz do tipom n representada por A = [cij] e cuja entrada (i, j) dada por

    cij = aij.

    No caso em que = 1, representamos (1)A simplesmente por A,sendo esta ltima matriz o elemento simtrico de A para a operao desoma de matrizes.

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    Aritmtica Matricial

    Subtrao

    Dadas duas matrizes A = [aij] e B = [bij] do mesmo tipo m n,define-se a subtrao de A e B como sendo a matriz A+ (1)B, isto , amatriz do tipo m n representada por A B = [cij] e cuja entrada (i, j) dada por

    cij = aij bij.

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    Aritmtica Matricial

    Propriedades da soma de matrizes

    Comutatividade

    A + B = B + A

    Associatividade

    A + (B + C) = (A + B) + C

    Existncia de elemento neutro

    A + 0mn = A

    Existncia de simtrico

    A + (A) = 0mn

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    Aritmtica Matricial

    Propriedades do produto escalar

    Distributividade I

    (B + C) = B + C

    Distributividade II

    (+ )C = C + C

    Associatividade

    (C) = ()C

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    Exemplo de motivao para o produto matricial

    Suponhamos que trs empresas A, B e C partilham o mercado de umcerto produto. Actualmente, a empresa A detm 20% do mercado, a Bdetm 60% e a C detm 20%. No decorrer do prximo ano, prev-se queas seguintes alteraes vo ocorrer:

    A vai manter 85% dos seus clientes, vai perder 5% para a empresaB e 10% para a empresa C;

    B vai manter 55% dos seus clientes, vai perder 10% para a empresaA e 35% para a empresa C;

    C vai manter 85% dos seus clientes, vai perder 10% para a empresaA e 5% para a empresa B;

    fcil de concluir que, por exemplo, a percentagem de mercado que aempresa A ir deter no prximo ano ento obtida atravs do clculo:

    0, 85 0, 2+ 0, 10 0, 6+ 0, 10 0, 2 = 0, 25,

    portanto 25%!

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    Motivao para a operao de produto entrematrizes

    Podemos incluir a informao acima em duas matrizes

    T =

    0, 85 0, 10 0, 100, 05 0, 55 0, 050, 10 0, 35 0, 85

    e s =

    0, 20, 60, 2

    .

    A matriz T chamada a matriz de transio e s o valor de cota de mercado incial.A cota de mercado para a empresa A ento obtida por multiplicao"daprimeira linha de T com a coluna da matriz s. Podemos tambm repetir esteclculo para cada uma das linhas de T e o resultado ser ento uma matriz coluna

    0, 250, 350, 40

    obtida pelo chamado produto da matriz T pela matriz s e denotado por Ts, quenos d as cotas de mercado aps um ano.Qual ser a interpretao do produto T(Ts)?

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    Produto Matricial

    Sejam A uma matriz mr e B uma matriz rn (isto , o nmero decolunas de A coincide com o nmero de linhas de B). Nestas condies,pode definir-se o produto de A = [aik] por B = [bkj], dado por uma matrizm n, denotada por AB = [cij], com entrada (i, j) definida por:

    cij =[ai1 air

    ] i-sima linha de A

    b1j...

    brj

    j-sima coluna de B

    =

    = ai1b1j + ai2b2j + ...+ airbrj =r

    k=1

    aikbkj.

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    Exemplos

    Exemplos1 23 45 6

    [a b

    c d

    ]=

    1a + 2c 1b + 2d3a + 4c 3b + 4d5a + 6c 5b + 6d

    [1 0 23 4 5

    ]1 2 3 45 6 7 89 10 11 12

    =

    =

    [1 1+ 0 5+ 2 9 1 2+ 0 6+ 2 10 c13 c143 1+ 4 5+ 5 9 3 2+ 4 6+ 5 10 c23 c24

    ]

    =

    [c11 c12 1 3+ 0 7+ 2 11 1 4+ 0 8+ 2 12c21 c22 3 3+ 4 7+ 5 11 3 4+ 4 8+ 5 12

    ]

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    Produto Matricial

    Ateno:

    Dadas matrizes A,B,C pode acontecer que:

    o produto AB esteja bem definido mas o produto BA no o esteja;

    os produtos AB e BA estejam bem definidos mas tenham dimensesdiferentes;

    os produtos AB e BA estejam bem definidos, tenham dimensesiguais, mas ainda assim se verifique AB 6= BA;

    AB = 0 no implica necessariamente que alguma das matrizes A ouB seja nula;

    AB = AC e A 6= 0 no implica necessariamente B = C.

    Definio

    Dadas matrizes A e B tais que ambos produtos AB e BA estejam bemdefinidos, dizem-se permutveis se AB = BA.

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    Propriedades

    Apesar do produto de matrizes no ser, em geral, comutativo, partilhasemelhanas com o produto dos nmeros reais.

    Propriedades do Produto Matricial

    Dadas matrizes A,B,C, R, m, n N, usando a mesma notao 0para designar qualquer matriz nula, e supondo que todas as operaesesto bem definidas, pode mostrar-se a validade das seguintespropriedades:

    Associatividade A(BC) = (AB)C

    Existncia de elemento neutro AIn = InA = A

    Existncia de elemento absorvente A0 = 0 e 0A = 0

    Distributividade do produto em relao soma ( esquerda)

    A(B + C) = AB + AC

    Distributividade do produto em relao soma ( direita)

    (B + C)A = BA + CA

    Relao entre o produto de matrizes e o produto escalar

    (BC) = (B)C = B(C)

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    Potnciao

    Dada uma matriz A quadrada n n e p N0, definem-se as potncias deA recursivamente: {

    A0 = In

    Ap = AAp1,

    isto , para p N, Ap = AA A (produto de p-cpias de A).

    Propriedades das potncias de uma matriz

    AmAn = Am+n

    (Am)n = Amn

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    Transposio

    Seja A = [aij] uma matriz m n. A transposta de A a matriz n m,denotada por AT , que resulta da troca entre as linhas e as colunas de A,ou seja, a entrada (i, j) de AT dada por

    [AT ]ij = aji.

    Propriedades da transposta de uma matriz

    (AT)T = A

    (A + B)T = AT + BT

    (A)T = AT

    (AB)T = BTAT

    Definio

    Uma matriz quadrada A diz-se:

    simtrica se AT = A;

    anti-simtrica se AT = A.

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    Trao

    Seja A uma matriz n n. Chama-se trao de A = [aij] e denota-se portr(A), a soma das entradas da diagonal principal de A, ou seja,

    tr(A) =n

    i=1

    aii = a11 + a22 + ...+ ann.

    Propriedades do trao de uma matriz

    tr(A + B) = tr(A) + tr(B);

    tr(A) = tr(A);

    tr(AT) = tr(A);

    tr(AB) = tr(BA).

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Invertibilidade

    No contexto dos nmeros reais, conhecido que todo o real no nuloadmite inverso, isto :

    a R\{0} a1a=

    1a

    a = 1,

    sendo 1a, o inverso de a, tambm denotado por a1.

    Definio

    Uma matriz quadrada A de ordem n diz-se invertvel se existir umamatriz do mesmo tipo B tal que

    AB = BA = In,

    chamando-se a B uma inversa de A.

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    lgebra Matricial

    Sistemas deEquaes Lineares

    Mtodo deEliminao deGauss

    Algoritmo deinverso dematrizes

    Espaos Lineares

    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Invertibilidade

    De facto, existindo inversa de uma matriz, ela nica:{AB = BA = In

    AB = BA = In B = BIn = B(AB

    ) = (BA)B = InB = B,

    pelo que se representa a inversa de uma matriz A por A1.

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    Mtodo deEliminao deGauss

    Algoritmo deinverso dematrizes

    Espaos Lineares

    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Invertibilidade

    A operao de inverso de uma matriz compatvel com a aritmticamatricial, no seguinte sentido:

    Propriedades da inverso matricial

    Sejam A e B duas matrizes invertveis e consideremos p N e R\{0}:

    a matriz AB tambm invertvel e tem-se (AB)1 = B1A1;

    A1 invertvel, com inversa dada por (A1)1 = A;

    Ap invertvel e (Ap)1 = (A1)p;

    A invertvel e (A)1 = 1A1;

    AT invertvel e (AT)1 = (A1)T .

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    Mtodo deEliminao deGauss

    Algoritmo deinverso dematrizes

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Potncias de Expoente Inteiro

    Dada uma matriz A quadrada n n invertvel e p Z, define-se:

    Ap = (A1)p.

    Propriedades

    Dada uma matriz invertvel A e nmeros inteiros p, q, valem asigualdades:

    AmAn = Am+n

    (Am)n = Amn

    No entanto, no sendo o produto de matrizes comutativo, tem-se emgeral que

    ApBp 6= (AB)p

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    Sistemas de Equaes Lineares

    A maior parte dos modelos matemticos usados por economistasenvolvem sistemas de vrias equaes. No caso das equaes serem line-ares, o estudo de tais sistemas pertence ao domnio da lgebra Linear.

    Mesmo que as equaes no sejam lineares, interessa analisar, porexemplo, como se comporta a soluo dos sistemas em resposta a varia-es (lineares) nas variveis exgenas ou parmetros.

    Vamos, desta forma, aprender a representar os sistemas de equa-es lineares de forma simples e resolv-los atravs de um algoritmochamado o Mtodo de Eliminao de Gauss.

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    Equaes Lineares

    Qualquer recta no plano xy pode descrever-se algebricamente atravs deuma equao da forma a1x + a2y = b, onde a1, a2, b so nmeros reaisfixos e a1, a2 no so simultaneamente nulos.

    -10 -5 5 10x

    -5

    5

    10

    a_1 x+a_2 y=b

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    Equaes Lineares

    As rectas so tipicamente usadas pelos economistas para descrever rela-es entre duas variveis.

    Por exemplo, dada uma recta de equao y = mx + b:

    se m > 0 significa que as variveis x e y esto em relao directa;

    se m < 0 significa que as variveis x e y esto em relao inversa.

    -10 -5 5 10x

    -20

    -10

    10

    20y=mx+b Hm>0L

    -10 -5 5 10x

    -20

    -10

    10

    y=mx+bHm

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    Equaes Lineares

    Definio

    Mais geralmente, chama-se equao linear nas n variveis x1, ..., xna uma equao da forma

    a1x1 + ...+ anxn = b, (2.1)

    onde a1, ..., an, b so nmeros reais fixos e a1, ..., an no so simultanea-mente nulos.

    As variveis x1, ..., xn tambm se designam por incgnitas.

    Uma soluo particular de (2.1) uma sequncia de n nmerosreais (s1, ..., sn) tal que a1s1 + ...+ ansn = b.

    O conjunto de todas as solues particulares diz-se o conjunto so-luo ou a soluo geral de (2.1).

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    Sistemas de Equaes Lineares

    Definio

    Chama-se sistema de equaes lineares (SEL) a um conjunto finitode equaes lineares nas n variveis x1, ..., xn.

    Qualquer SEL com m equaes e n incgnitas (SEL m n) podeescrever-se na forma

    a11x1 + a12x2 + + a1nxn = b1a21x1 + a22x2 + + a2nxn = b2

    ...

    am1x1 + am2x2 + + amnxn = bm

    (2.2)

    onde os as e bs so nmeros reais fixos e os as no so simultaneamentenulos.

    Uma soluo particular do SEL (2.2) uma sequncia de n nme-ros reais (s1, ..., sn) que soluo particular de cada uma das m equaesdo SEL. O conjunto de todas as solues particulares de (2.2) diz-se oconjunto soluo ou a soluo geral do SEL.

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    Notao

    Se b1 = b2 = ... = bm = 0, o SEL diz-se homogneo.O SEL diz-se possvel se o conjunto soluo for no vazio; caso

    contrrio, dir-se- impossvel.

    No caso de um SEL possvel, diz-se ainda que o SEL :

    possvel e determinado se o conjunto soluo for constitudo porum nico elemento;

    possvel e indeterminado se o conjunto soluo tiver mais que umelemento*.

    *De facto, pode provar-se que o conjunto soluo de um SEL possvel e indeter-minado admite sempre uma infinidade de elementos.

    Proposio

    Os SELs homogneos so sempre possveis!

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Significado geomtrico do conjunto soluo de umSEL: Exemplo

    O conjunto soluo de um SEL do tipo{ax + by = c

    dx + ey = f

    corresponde aos pontos de interseo das rectas de equaes dadas pelas equaesdo SEL.

    O SEL ser possvel e determinado sse as rectas se intersectaremnum s ponto:

    -10 -5 5 10x

    -10

    -5

    5

    10

    y

    O SEL ser possvel e indeterminado sse as rectas coincidirem:

    -10 -5 5 10x

    -10

    -5

    5

    10

    y

    o SEL ser impossvel sse as rectas no se intersectarem (isto , soparalelas sem pontos comuns).

    -10 -5 5 10x

    -10

    -5

    5

    10

    y

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    Mtodo de Eliminao de Gauss: Motivao

    OMtodo de Eliminao de Gauss (MEG) um algoritmo que simplificaa resoluo de sistemas de equaes lineares (SELs) e tem por base autilizao das chamadas operaes elementares sobre as equaes deum SEL.

    Operaes Elementares

    (OE1) Multiplicao de uma equao do SEL por um nmero realno nulo;

    (OE2) Troca da ordem de duas equaes do SEL;

    (OE3) Soma de uma equao do SEL com um mltiplo de outraequao do SEL.

    Repare-se que qualquer uma das operaes elementares transforma umSEL num outro equivalente, isto , com o mesmo conjunto soluo.

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    Sistemas Lineares na forma matricial

    Para implementar"o MEG com vista resoluo de um SEL, conveniente comear por escrever o SEL na forma matricial.

    Cada SEL da forma

    a11x1 + a12x2 + + a1nxn = b1a21x1 + a22x2 + + a2nxn = b2

    ...

    am1x1 + am2x2 + + amnxn = bm

    (3.1)

    pode ser escrito matricialmente da seguinte maneira:

    a11 a12 ... a1na21 a22 ... a2n...

    .... . .

    ...am1 am2 ... amn

    matriz dos coeficientes do SEL

    x1x2...

    xn

    coluna das incgintas

    =

    b1b2...

    bm

    coluna dos termos independentes

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Chama-se matriz ampliada do SEL matriz:

    a11 a12 ... a1n b1a21 a22 ... a2n b2...

    .... . .

    ......

    am1 am2 ... amn bm

    (3.2)

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    As operaes elementares podem ser aplicadas diretamente sobreas equaes de um SEL, sobre as linhas da respectiva matriz ampliadaou, mais geralmente, sobre as linhas de qualquer matriz.

    Mais precisamente, dada uma matriz A com linhas Li, i = 1, ...,m,podemos considerar as seguintes operaes elementares sobre A:

    Operaes elementares sobre matrizes

    (OE1) Multiplicao da linha Li por um nmero real 6= 0(indica-se escrevendo Li);

    (OE2) Troca da ordem da linha Li com a linha Lj (indica-seescrevendo Li Lj);

    (OE3) Substituio de uma linha Li por Li + Lj, para qualquer R (indica-se escrevendo Li + Lj).

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    MEG

    Algoritmo MEG: Consiste em aplicar sucessivamente operaes ele-mentares matriz aumentada do SEL at obter uma matriz em escadade linhas, i.e., uma matriz que satisfaz as seguintes propriedades:

    todas as linhas nulas esto agrupadas na base da matriz;

    para quaisquer duas linhas consecutivas no nulas, a primeiraentrada no nula da linha inferior est situada numa coluna mais direita que a coluna correspondente primeira entrada no nula dalinha superior.

    A este processo de transformar uma matriz dada numa matriz em escadade linhas tambm se chama o processo de condensao da matriz.

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    Matrizes em escada de linhas

    Exemplos de matrizes em escada de linhas

    In (n N),

    1 0 00 1 00 0 0

    ,0 1 00 0 10 0 0

    ,1 1 00 0 10 0 0

    ,1 1 1 00 0 1 20 0 0 0

    Exemplos de matrizes que no esto em escada de linhas0 0 00 1 00 0 1

    ,0 1 00 1 00 0 1

    ,1 1 00 0 10 1 0

    ,1 0 1 00 0 0 20 1 0 0

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    MEG- Algoritmo:

    (1) Escrever a matriz aumentada do SEL;

    (2) Localizar a coluna mais esquerda que no tenha todas as entradasnulas;

    (3) Se necessrio, trocar linhas de forma a que a entrada da primeiralinha correspondente coluna mencionada na alnea anterior sejadiferente de zero.

    (4) Somar mltiplos apropriados da primeira linha s restantes linhas deforma a que todas as entradas debaixo da entrada no nula seanulem.

    (5) Fixar a primeira linha e repetir o procedimento para a submatriz queresta.

    (6) O MEG termina quando obtivermos uma matriz em escada delinhas.

    A matriz em escada de linhas obtida pelo MEG corresponde a um SELequivalente ao inicial e permite calcular de modo simples a soluo pre-tendida.

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    Exemplo

    Vamos aplicar o MEG ao seguinte SEL:

    x + 2y + 3z = 1x + z = 13x + 2y + z = 0

    1 2 3 11 0 1 13 2 1 0

    L2L1

    L33L1

    1 2 3 10 2 2 0

    0 4 8 3

    L32L2

    1 2 3 10 2 2 0

    0 0 4 3

    O SEL inicial , portanto, equivalente ao SEL:

    x + 2y + 3z = 1 2y 2z = 0

    4z = 3

    x = 14y = 34z = 34

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Para optimizar o processo de determinao da soluo geral do SEL conveniente introduzir os conceitos seguintes:

    Definio

    Chama-se pivot ao primeiro elemento no nulo de cada linha deuma matriz em escada de linhas.

    As variveis livres so as incgnitas que correspondem s colunasda matriz em escada de linhas obtida aps aplicao do MEG queno contenham os pivots, chamando-se as restantes variveis devariveis no livres.

    O nmero de variveis livres de um SEL tambm se costumadesignar o nmero de graus de liberdade do SEL.

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    Discusso de SELs na forma matricial: caso n = m

    Neste caso, a matriz dos coeficientes quadrada, isto , existem tantasequaes quanto incgnitas e, aps a condensao da matriz ampliada doSEL, um dos casos pode acontecer:

    SEL possvel e determinado;

    SEL possvel e indeterminado;

    SEL impossvel.

    1) Existem tantos pivots quanto o nmero de incgnitas SELpossvel e determinado

    x x x x0 x x x0 0 x x

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    Discusso de SELs na forma matricial: caso n = m

    2) Pelo menos uma das linhas da matriz ampliada nula e todas aslinhas no nulas (da matriz ampliada) correspondem a linhas no

    nulas da matriz dos coeficientes.

    Pelo menos uma das equaes universal (0 = 0)

    SEL possvel e indeterminado, com tantos graus de liberdadequantas as linhas nulas x x x x0 x x x

    0 0 0 0

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    Discusso de SELs na forma matricial: caso n = m

    3) existe pelo menos uma linha cujo pivot se encontra na coluna dostermos independentes

    m

    pelo menos uma das equaes impossvel (0 = 1)

    SEL impossvel x x x x0 x x x

    0 0 0 x

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    Discusso de SELs na forma matricial: caso n > m

    Neste caso, sendo o no de incgnitas superior ao de equaes existir, pelo menos,uma varivel livre. Desta forma, o SEL nunca poder ser possvel e determinado,ocorrendo um dos seguintes casos:

    Existe, pelo menos, uma linha nula na matriz dos coeficientes doSEL qual corresponde uma linha no nula na matriz ampliada dosistema, isto , o SEL impossvel

    x x x x x0 x x x x0 0 0 0 x

    Caso contrrio, o SEL ser possvel e indeterminado, x x x x x0 x x x x

    0 0 x x x

    ou

    x x x x x0 x x x x

    0 0 0 0 0

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    Discusso de SELs na forma matricial: caso n < m

    Neste caso, existem mais equaes que incgnitas e, aps condensao, anova matriz dos coeficientes ter todas as linhas nulas abaixo da m-simalinha. Dois casos podem ento acontecer:

    Existe, pelo menos, uma linha nula da nova matriz dos coeficientes(abaixo da m-sima) qual corresponde uma linha no nula nanova matriz ampliada do sistema

    SEL impossvel

    x x x x

    0 x x x0 0 x x0 0 0 x

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    Discusso de SELs na forma matricial: caso n < m

    Todas as linhas da nova matriz ampliada que esto abaixo dam-sima linha so nulas

    o SEL equivalente a um SEL com n linhas e n incgnitas

    x x x x

    0 x x x0 0 x x0 0 0 0

    x x x x0 x x x

    0 0 x x

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Mtodo de Eliminao de Gauss-Jordan (MEGJ)

    O algoritmo de inverso de matrizes tem por base uma extenso do MEGdenominado:

    Mtodo de Eliminao de Gauss-Jordan (MEGJ)

    que consiste na aplicao sucessiva de operaes elementares a uma ma-triz de forma a transform-la numa matriz em escada de linhas reduzida,i.e., numa matriz em escada de linhas que satisfaz as seguintes proprie-dades adicionais:

    Todos os pivots so iguais a 1;

    Todas as colunas com pivots tm as restantes entradas nulas.

    Exemplos de matrizes em escada de linha reduzidas

    In (n N),

    1 0 0 20 1 0 30 0 1 0

    ,1 0 0 2 00 1 0 3 00 0 1 0 00 0 0 0 1

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    Inverso de matrizes

    A matriz inversa de uma matriz A de ordem n , por definio, a nicamatriz B = [bij] de ordem n, tal que

    AB = I e BA = I.

    Por definio de produto matricial, significa, em particular, que o produtode A pela j-sima coluna de B ser igual j-sima coluna de In:

    A

    b1j...

    bjj...

    bnj

    =

    0...1...0

    , j = 1, , n

    Desta forma, determinar B corresponde a resolver n SELs, todos com amesma matriz dos coeficientes A, o que pode ser feito da seguinte ma-neira:

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    Algortimo de inverso de matrizes

    Seja A uma matriz n n.

    (1) Considere a matriz [A|In]

    (2) Aplique o MEGJ at transformar a matriz [A|In] numa matriz daforma [In|B]

    Ento ter-se- B = A1. Se no for possvel obter-se uma matriz daforma [In|B], ento A no ser invertvel.

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    Aplicao: SEL com matriz dos coeficientesquadrada

    Proposio

    Um SEL com o mesmo nmero de equaes e incgnitas ser possvel edeterminado se, e somente se, a matriz dos coeficientes for invertvel.

    Mais precisamente, dado um SEL escrito matricialmente na forma

    AX = B,

    onde A uma matriz quadrada nn e B uma matriz coluna n1, o SELser possvel e determinado se, e somente se, a matriz A for invertvel e,nesse caso a soluo dada por

    X = A1B.

    Desta forma, interessa muitas vezes determinar a invertibilidade ou node uma matriz, sem ter de calcular a sua inversa.

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    Determinantes

    Para responder ao problema de invertibilidade, temos ento o cha-mado determinante de uma matriz quadrada A que um escalar asso-ciado matriz, denotado por detA, ou por |A|, e que satisfaz a seguintepropriedade:

    A invertvel detA 6= 0.

    Existem vrias maneiras de definir o conceito de determinante deuma matriz n n. A definio que vamos dar segue o chamado Teoremade Laplace e permite definir o determinante de forma recursiva, ou seja,definimos o determinante de uma matriz n n a partir de determinantesde submatrizes (n 1) (n 1) da matriz inicial.

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    lgebra Matricial

    Sistemas deEquaes Lineares

    Mtodo deEliminao deGauss

    Algoritmo deinverso dematrizes

    Espaos Lineares

    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Para n = 1, isto , para matrizes com uma nica entrada a11, o determi-nante a prpria entrada a11:

    |a11| = a11.

    Para n = 2, isto , para matrizes da forma A =

    [a11 a12a21 a22

    ], tem-se

    detA =

    a11 a12a21 a22 = a11a22 a21a12.

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    Para definir o determinante de matrizes de ordem superior necessitamosde introduzir a seguinte notao:

    Definio

    Seja A uma matriz n n, onde n 2. Chama-se cofactor da entrada(i, j) ao nmero real

    Cij = (1)i+jdet(Aij),

    onde Aij a matriz (n 1) (n 1) que se obtm da matriz Aremovendo a linha i e a coluna j.

    Chama-se matriz dos cofactores de A, e denota-se por Cof (A) matrizn n cuja entrada (i, j) dada pelo cofactor da entrada (i, j).

    Chama-se ainda matriz adjunta de A e denota-se por adj(A), a matriztransposta de Cof (A):

    adj(A) = Cof (A)T .

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    Exemplo

    Seja

    A =

    1 2 34 5 67 8 9

    .

    Ento, por exemplo:

    A12 =

    1 2 34 5 67 8 9

    12

    =

    [4 67 9

    ]

    A23 =

    1 2 34 5 67 8 9

    23

    =

    [1 27 8

    ]

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    Frmula de Laplace

    Seja A = [aij] uma matriz n n, onde n 2. Definimos o determinantede A atravs da seguinte frmula:

    det(A) =n

    k=1

    ajkCjk = aj1Cj1+aj2Cj2+ ...+ajnCjn, j = 1, ..., n, (4.1)

    onde Cjk denota o cofactor da entrada (j, k).

    A equao (4.1) chama-se frmula de Laplace com expanso na linha j,j = 1, ..., n.

    Tambm se pode considerar a frmula correspondente a expanses emcolunas.

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    Exemplo

    1 2 34 5 67 8 9

    = (1)1+115 68 9

    + (1)1+224 67 9

    + (1)1+334 57 8

    = 01 2 34 5 67 8 9

    = (1)1+242 38 9

    + (1)2+251 37 9

    + (1)2+361 27 8

    = 01 2 34 5 67 8 9

    = (1)1+224 67 9

    + (1)2+251 37 9

    + (1)2+361 34 6

    = 0

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    Matrizes 3 3: Regra de Sarrus

    No caso especial das matrizes 3 3, podemos usar a seguinte mnem-nica"para calcular o determinante:

    a11 a12 a13a21 a22 a23a31 a32 a33

    == (a11a22a33+a12a23a31+a13a21a32)(a13a22a31+a11a23a32+a12a21a33)

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    Propriedades dos determinantes

    Seja A uma matriz n n e seja B a matriz n n que se obtm a partir deA por aplicao de uma operao elementar e. Ento:

    (a) se e = Li, temos que det(B) = det(A);

    (b) se e = Li Lj, temos que det(B) = det(A);

    (c) se e = Li + Lj, temos que det(A) = det(B).

    Propriedades dos determinantes

    1 det(A) = det(AT);

    2 det(A1) = (det(A))1 = 1det(A) ;

    3 det(AB) = det(A) det(B);

    4 det(A) = n det(A).

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    Ateno!

    O determinante no comuta"com a operao de adio, isto , em geral:

    det(A + B) 6= det(A) + det(B).

    Com efeito, tomando, por exemplo, A = I2 e B = A temos:

    det(A + B) = det(A A) = det(022) = 0 6= 2 = det(A) + det(B).

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    Proposio

    Seja A uma matriz quadrada admitindo alguma linha ou colunaconstituda por zeros, ento det(A) = 0.

    Proposio

    O determinante de qualquer matriz triangular dado pelo produto doselementos da diagonal principal:

    a11 a12 ... a1n0 a22 ... a2n...

    .... . .

    ...0 0 ... ann

    = a11a22 ann =

    a11 0 ... 0a21 a22 ... 0...

    .... . .

    ...an1 an2 ... ann

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    Proposio

    Seja A uma matriz quadrada invertvel ento

    A1 =1

    det(A)adj(A).

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    Regra de Cramer

    Seja AX = B um SEL n n tal que det(A) 6= 0. Ento o SEL temsoluo nica dada por:

    X =1

    det(A)

    det(A1)det(A2)

    ...det(An)

    ,

    onde Aj a matriz que se obtm substituindo a coluna j da matriz A pelasentradas da matriz coluna B.

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    Espaos lineares

    Vimos anteriormente que possvel definir no conjunto das matrizes dotipo m n duas operaes algbricas: a soma e o produto por um esca-lar, operaes estas que verificam as seguintes propriedades:

    (a) A + B = B + A;

    (b) (A + B) + C = A + (B + C);

    (c) A + 0mn = A;

    (d) A + (A) = 0mn;

    (e) (A + B) = A + B;

    (f) (+ )A = A + A;

    (g) (A) = ()A;

    (h) 1A = A

    onde A,B,C denotam matrizes m n e , R.

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    Espaos lineares

    Propriedades anlogas so verificadas no espao dos nmeros reaisR ou at em qualquer espao da forma Rn, quando consideramos a somae produtos usuais (basta substituir as matrizes A,B,C por elementos dosconjuntos descritos, respectivamente).

    De facto, estas propriedades no so intrnsecas aos conjuntos men-cionados, mas conferem uma estrutura que destaca as propriedades dasoperaes definidas e no os objectos em si.

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    Espaos lineares

    Surge assim a seguinte definio:

    Definio

    Chama-se espao linear ou vectorial a um conjunto V onde estodefinidas duas operaes algbricas:

    1 + : V V V; (u, v) 7 u + v (soma)

    2 : R V V; (, u) 7 u (produto escalar)

    satisfazendo os seguintes axiomas:

    a) (Comutatividade da soma) u, v V : u + v = v + u;

    b) (Associatividade da soma)u, v,w V : (u + v) + w = u + (v + w);

    c) (Existncia de zero) w V(w := 0V) : u V, 0V + u = u;

    d) (Existncia de simtricos)u V, w V(w := v) : u + (u) = 0V ;

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    Espaos lineares

    e) (Distributividade I) u, v V, (u + v) = u + v;

    f) (Distributividade II) , Ru V, (+ )u = u + u;

    g) (Associatividade do produto escalar), R, u V(u) = ()u;

    h) (Existncia de identidade) u V, 1u = u.

    Os elementos de V so designados por vectores.

    Teorema

    Sejam V um espao linear, u, v,w V e R. Ento:

    1 0u = 0;

    2 0 = 0;

    3 (1)u = u;

    4 u = 0 ( = 0 u = 0);

    5 w + u = w + v u = v.

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Neste curso vamos sempre considerar espaos lineares de formaV = Rm, para algum m N.

    usual identificar os vectores v Rm com as matrizes colunasm 1, [v], cujas entradas so as entradas correspondentes do vector v.

    Exemplos

    v = (1, 2, 3) [v] =

    123

    v = (1,1, 3, 0) [v] =

    1130

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    Produto Interno

    conhecida a noo de produto interno euclideano entre dois vectores ue v de Rm, definido por:

    u v = (u1, , un) (v1, , vn) = u1v1 + unvn.

    De facto, o produto interno entre dois vectores permite-nos determinar aortogonalidade entre vectores. Mais precisamente, dois vectores u e v deR

    m dizem-se ortogonais ou perpendiculares se u v = 0.

    Vale a seguinte relao entre produto interno e a lgebra matricial: u vcoincide com a nica entrada da matriz

    [u]T [v] =[u1 un

    ]

    v1...

    vn

    = [u1v1 + + unvn] = [u v]

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    Combinao linear

    Definio

    Seja S = {v1, , vn} um conjunto finito de vectores de Rm.Dizemos que v Rm combinao linear dos vectores de S seexistirem n escalares 1, , n R tais que:

    v = 1v1 + nvn,

    designado-se os escalares 1, , n os coeficientes da combinaolinear.

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    Combinao linear

    Seja A a matriz cujas colunas so precisamente os vectores [v1], , [vn].Note-se que a condio

    v = 1v1 + + nvn

    corresponde a afirmar que (1, , n) uma soluo particular do SEL

    A

    x1...

    xn

    = [v]!

    Desta forma, um vector v ser combinao linear de {v1, , vn}, se oSEL

    A

    x1...

    xn

    = [v]

    for possvel e, nesse caso, a qualquer soluo particular (1, , n) doSEL correspondem coeficientes 1, , n da combinao linear.

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    Dependncia e Independncia linear

    Definio

    Seja S = {v1, , vn} um conjunto finito de vectores de Rm.Dizemos que os vectores de S so linearmente independentes se paraquaisquer escalares 1, , n R:

    1v1 + nvn = 0 1 = = n = 0,

    isto , a nica combinao linear nula dos vectores de S a combinaocom coeficientes todos nulos.

    Caso contrrio, isto , se existirem escalares no todos nulos1, , n R tais que

    1v1 + nvn = 0,

    dizemos que os vectores de S so linearmente dependentes.

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    Seja A a matriz cujas colunas so precisamente os vectores [v1], , [vn].Note-se que a condio

    1v1 + + nvn = 0 1 = = n = 0,

    corresponde a afirmar que o SEL homogneo

    A

    1...n

    =

    0...0

    possvel e determinado!

    Em particular, no caso em que m = n, a matriz A ser quadrada e,portanto, {v1, , vn} ser linearmente independente se, e somente, sedetA 6= 0.

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    Proposio

    Seja S = {v1, , vn} um conjunto de vectores de Rm (n 2). Osvectores de S sero linearmente dependentes se e s se pelo menos umdeles for combinao linear dos restantes.

    Corolrio

    Seja S = {v1, , vn} um conjunto de vectores de Rm. Se alguma dascondies se verificar:

    i = 1, , n : vi = 0;

    i, j = 1, , n, i 6= j : vi = vj;

    ento os vectores de S sero linearmente dependentes.

    Proposio

    Qualquer subconjunto no vazio (e de elementos distintos) de umconjunto de vectores linearmente independente continua a serlinearmente independente.

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    Teorema

    Seja S = {v1, , vn} um conjunto de vectores de Rm . Os vectores doconjunto S sero linearmente independentes se e s se qualquercombinao linear dos vectores de S admitir coeficientes univocamentedeterminados, isto :

    1, 1, , n, n,

    1v1 + nvn = 1v1 + nvn i = i, i = 1, , n.

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    Proposio

    Seja S = {v1, , vn} um conjunto de vectores de Rm. Os vectores de Ssero linearmente independentes se, e somente se, para quaisquer i 6= j e, R\{0}, o conjunto de vectores

    {v1, , vi1, vi + vj, vi+1, , vn}

    for linearmente independente.

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    Conjunto de geradores

    Definio

    Seja S um conjunto de vectores de Rm. Dizemos que S um conjunto degeradores de Rm e escrevemos Rm = S se qualquer vector de Rm sepuder escrever como combinao linear dos vectores do conjunto S.

    No caso de S ser um conjunto finito S = {v1, , vn}, podemos escreversimplesmente Rm = v1, , vn.

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    Base e dimenso

    Definio

    Diz-se que um subconjunto {v1, , vn} de vectores de Rm uma basede Rm se:

    {v1, , vn} um conjunto de vectores linearmente independente;

    Rm = v1, , vn.

    Cada espao linear pode admitir infinitas bases distintas, mas prova-seque todas elas tm que admitir exactamente o mesmo nmero devectores e chama-se dimenso do espao linear ao nmero de vectoresde qualquer base.

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    Bases de Rm

    O espao linearRm tem dimenso m e admite como base o conjunto{e1, , em}, onde ei o vector de Rm com todas as entradas nulas, ex-cepto a da posio i que dada por 1, para cada i = 1, ,m.

    Dado um subconjunto S = {v1, ..., vm} de m-vectores de Rm, S serum base de Rm se e s se S for um conjunto de vectores linearmenteindependentes, isto , se cada vector se escrever de maneira nica comocombinao linear de elementos de S.

    Desta forma, dado um subconjunto S = {v1, ..., vn} de n-vectoresde Rm, denotando por A a matriz cujas colunas so dadas pelos vectores[v1], , [vn], trs situaes podem ocorrer:

    se n < m, S no poder ser base de Rm;

    se n = m, S ser base de Rm sse for um conjunto linearmenteindependente, isto , se a matriz A for invertvel;

    se n > m, S no ser uma base, mas poder conter uma base.

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    Para averiguar se, no ltimo caso apresentado, S contm, de facto,uma base de Rm, condensamos a transposta AT da matriz A pelo MEG,obtendo uma certa matriz R.

    A matriz R ter a seguinte propriedade: todos os vectores linha nonulos de R, bem como os vectores linhas correspondentes da matriz AT ,formam um conjunto linearmente independente.

    Desta forma, se R admitir n linhas no nulas, ento as n linhas cor-respondentes de AT sero uma base de Rm.

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    Exemplo1 2 31 0 12 1 22 2 4

    MEG R =

    1 2 30 2 20 0 20 0 0

    {(1, 2, 3), (1, 0, 1), (2, 1, 2)} e {(1, 2, 3), (0, 2, 2), (0, 0, 2)} so ambasbases de R3

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    Valores e Vectores prprios de uma matriz

    Vamos agora estudar o seguinte problema:

    Dada uma matriz quadrada A de ordem n e um vector v Rn, podemosfazer o produto Av. O resultado uma matriz coluna cujas entradas for-mam um vector w Rn.

    Podemos ento dizer que o vector v transformado no vector w pela aoda matriz A e tem sentido colocar a seguinte questo: ser que a direode v mantida por ao da matriz A?

    A resposta afirmativa corresponde precisamente a afirmar que w ummltiplo escalar de v:

    R : Av = v.

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Valores e vectores prprios de uma matriz quadrada

    Pretendemos, assim, analisar o problema de dada uma matriz A determi-nar as direes"de Rn que so mantidas aps a ao de A.

    Definio

    Seja A uma matriz quadrada n n. Um vector no nulo x Rn diz-seum vector prprio de A se existir R tal que

    Ax = x (6.1)

    Nesse caso dizemos que um valor prprio de A associado ao vectorprprio x e x diz-se um vector prprio de A associado ao valor prprio .

    Questo

    Poder um mesmo vector prprio estar associado a dois valores prpriosdistintos de uma matriz?

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    Ana Rita Martins

    lgebra Matricial

    Sistemas deEquaes Lineares

    Mtodo deEliminao deGauss

    Algoritmo deinverso dematrizes

    Espaos Lineares

    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    Como encontrar todos os valores prprios de A?

    Se reescrevermos a equao (6.1) temos que

    Ax = x Ax = Inx

    (A In)x = 0 (6.2)

    Conclumos assim que para ser um valor prprio de A, a equao (6.2)tem de ter solues no triviais, ou seja, a matriz A In tem de ser noinvertvel, i.e.

    det(A In) = 0 (6.3)

    A equao (6.3) chama-se equao caracterstica de A.

    Os escalares que satisfazem a equao caracterstica de A so os valoresprprios de A.

    Note-se que p() = det(A In) um polinmio de grau n na varivel denominado o polinmio caracterstico de A.

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    Exemplo

    A equao caracterstica da matriz

    A =

    4 0 12 1 02 0 1

    dada por:4 0 12 1 02 0 1

    = (4 )

    1 00 1

    +2 1 2 0

    =

    = (1 )(2 5 + 6 = 0) = (1 )( 2)( 3) = 0.

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    Definio

    Sejam 1, , r os valores prprios da matriz A. Chama-semultiplicidade algbrica de i, e denotamos por ma(i), i = 1, , r,ao nmero de vezes que o factor ( i) aparece na factorizao dopolinmio caracterstico p() = det(A I).

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    Propriedades

    Lema

    Os valores prprios de uma matriz triangular so as entradas da diagonalprincipal.

    Teorema

    Sejam 1, , n os valores prprios da matriz A, contando com asmultiplicidades.

    O trao da matriz A sempre dado pela soma dos seus valoresprprios:

    tr(A) = 1 + . . . + n.

    O determinante da matriz A dado pelo produto dos seus valoresprprios:

    |A| = 1 . . . n.

    Em particular, A ser invertvel se, e somente se, no admitirvalores prprios nulos.

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    Exerccio

    Sendo x um vector prprio da matriz A associado ao valor prprio ,mostre que:

    x continua a ser vector prprio da matriz Ap, qualquer que seja ointeiro p Z e determine o valor prprio associado;

    dados ai R e p N0, x continua a ser valor prprio da matrizapA

    p + ap1Ap1 . . . + a1A + a0I e determine o valor prprio

    associado.

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    Teorema de Cayley-Hamilton

    Toda a matriz quadrada A (de ordem n) satisfaz a sua equaocaracterstica, isto , se o polinmio caracterstico de A for dado por

    p() = ann + + a1 + a0

    entoanA

    n + + a1A + a0In = 0.

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    Como encontrar os vectores prprios de Aassociados a um determinado valor prprio ?

    Por definio sabemos que x 6= 0 ser um vector prprio de A associadoao valor prprio sse for soluo do SEL homogneo

    (A I)x = 0.

    Chama-se espao prprio de A associado ao valor prprio ao conjuntode todos os vectores prprios associados a :

    E() = {x Rn : (A I)x = 0}.

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    Concluso

    Para determinar os valores prprios e vectores prprios de uma matriz Aseguimos o seguinte procedimento:

    1 Resolver a equao caracterstica det(A I) = 0;

    2 As solues 1, , r (r n) so os valores prprios de A;

    3 Para cada i = 1, , r, determinar o espao prprio associado aovalor prprio i.

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    Exemplo

    A =

    0 0 2 01 0 1 00 1 2 00 0 0 1

    Polinmio caracterstico de A: (1 )(3 22 + + 2) = 0Valores prprios de A: 2,1 e 1Vectores prprios de A:

    E(1) = {(x, y, z, w) R4 : x = 2z, y = 3z} = {

    2z3zz

    w

    : z, w R} =

    = {z

    2310

    + w

    0001

    : z, w R}

    {(2, 3, 1, 0), (0, 0, 0, 1)} um conjunto linearmente independente deE(1)

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    Exemplo

    E(1) = {(x, y, z, w) R4 : x = 2z, y = z, w = 0} =

    = {

    2z

    z

    z

    0

    : z R} = {z

    2110

    : z R}

    {(2, 1, 1, 0)} um conjunto linearmente independente de E(1)

    E(2) = {(x, y, z, w) R4 : x = z, y = w = 0} =

    {

    z0z

    0

    : z R} = {z

    1010

    : z R}

    {(1, 0, 1, 0)} um conjunto linearmente independente de E(2)

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    Exemplos

    Ilustrao

    Matriz

    Equao

    Caracterstica

    2 (2 = 0 2 k + k2 = (k)2 = 0 k1)(k2) = 0

    Valores

    Prprios 1,2=1 1,2=k 1 = k1, 2 = k2

    Multiplicidades

    algbricas e

    geomtricas

    n1= 2, m1 = 1 n1= 2, m1 = 2 n1a= m1 = 1, n2 = m2 = 1

    Vectores

    prprios (1,0) (1,0) e (0,1) (1,0) e (0,1)

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    Diagonalizao de matrizes: motivao

    Admitamos que trs empresas A1, A2 e A3 partilham o mercado de umcerto produto e denotemos por sj o vector coluna 3 1 cuja linha irepresenta a cota de mercado da empresa Ai num certo ano j.Seja T a matriz de transio, isto , a matriz quadrada de ordem 3 quemultiplicada por sj nos d as cotas de mercado no ano j + 1, isto :

    Tsj = sj+1.

    fcil de ver ento quesj = T

    js0,

    pelo que se torna til simplificar o clculo da matriz T j, j N.Se a matriz T for diagonal, o clculo de qualquer potncia de T torna-semuito simples:

    T j =

    t11 0 00 t22 00 0 t33

    j

    =

    tj11 0 00 tj22 00 0 tj33

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    Diagonalizao de matrizes

    Vemos assim com este exemplo que interessa considerar matrizes diago-nais, mas no sendo obviamente todas as matrizes diagonais, interessatentar diagonaliz-las".

    Definio

    Um matriz A diz-se diagonalizvel se existir uma matriz invertvel S,chamada matriz diagonalizante, tal que o produto S1AS uma matrizdiagonal.

    Note-se que, para matrizes diagonalizveis, tem-se:

    A = SS1ASS1 Aj = S(S1AS)jS1, j N

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    Diagonalizao de matrizes

    O problema de diagonalizao de matrizes est intimamente relacionadocom o estudo dos valores e vectores prprios de matrizes. Com efeito,temos o seguinte resultado:

    Teorema

    Dada uma matriz quadrada A de ordem n, temos:

    A diagonalizvel

    m

    A tem n vectores prprios linearmente independentes

    m

    Existe uma base em Rn formada por vectores prprios de A

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    Diagonalizao de matrizes

    Teorema

    Sejam 1, , r os valores prprios de uma matriz A e consideremosum subconjunto linearmente independente Bi do espao prprio E(i)associado ao valor prprio i.

    Ento B1 Br constitui ainda um conjunto linearmenteindependente de Rn.

    Corolrio

    Qualquer matriz de ordem n que admita n valores prprios distintos diagonalizvel.

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    Diagonalizao de matrizes

    Corolrio

    Sejam 1, , r os valores prprios de uma matriz A diagonalizvel econsideremos uma base B de Rn constituda por vectores prprios.

    Ento, a matriz quadrada S de ordem n cujas colunas so os vectores dabase B constitui uma matriz diagonalizante de A.

    Mais precisamente, S1AS a matriz diagonal com diagonal constitudapelos valores prprios de A distribudos na ordem correspondente ordem dos vectores (prprios) da base B.

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    Exemplo

    Consideremos a matriz A =

    4 0 12 1 02 0 1

    .

    equao caracterstica de A: (1 )(6 5 + 2) = 0

    valores prprios: 1, 2 e 3;

    espaos prprios:

    E(1) = {k(0, 1, 0) : k R}

    E(2) = {k(1, 2, 2) : k R}

    E(3) = {k(1, 1, 1) : k R}

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    Valores e Vectoresprprios de umamatriz

    algumas matrizes diagonalizantes e matrizes diagonais associadas:

    S1 :=

    0 1 11 2 10 2 1

    S11 AS1 =

    1 0 00 2 00 0 3

    S2 :=

    1 1 02 1 12 1 0

    S12 AS2 =

    2 0 00 3 00 0 1

    S3 :=

    1 1 01 2 11 2 0

    S13 AS3 =

    3 0 00 2 00 0 1