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    ESTUDO COMPARATIVO DOS MÉTODOS DE ENSAIO POR

    ESCLEROMETRIA, PERFURAÇÃO, ULTRASSOM E MOLDAGEM

    PARA A DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AXIAL DO

    CONCRETO.

    Aluno: André Luis dos Santos

    Orientador: Olívio Fiorese Neto

    CUIABÁ/MT

    FEVEREIRO/2015 

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA ENGENHARIA E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    TRABALHO DE GRADUAÇÃO 

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    ESTUDO COMPARATIVO DOS MÉTODOS DE ENSAIO POR

    ESCLEROMETRIA, PERFURAÇÃO, ULTRASSOM E MOLDAGEM

    PARA A DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AXIAL DO

    CONCRETO.

    Trabalho de Graduação, apresentado para a

    obtenção do grau de engenheiro civil da

    Universidade de Federal de Mato Grosso,

    UFMT.

    Aluno: André Luis dos Santos

    Orientador: Olívio Fiorese Neto

    CUIABÁ/MT

    FEVEREIRO/2015

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA ENGENHARIA E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    TRABALHO DE GRADUAÇÃO 

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    Dedico este trabalho à minha família que

    sempre me apoiou, e aos meus amigos que nãofalharam em me motivar.

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeço à Deus, pois sem ele nada seria possível.

    À minha família, por me apoiar de todas as maneiras, e de maneiraincondicional.

    Aos meus amigos, que me mostraram existir vários tipos distintos de

    auxílio.

    Aos professores que apoiaram e me transmitiram conhecimento nessa

     jornada, em especial ao professor e orientador Olívio Fiorese Neto.

    A empresa ESTRUTET ENGENHARIA - LTDA  –   ME, por ceder seuespaço, equipamentos e funcionários para a realização deste trabalho.

    Aos colegas de Curso, que ofereceram bons exemplos e proporcionaram

    experiências que levarei para minha profissão e também para a vida.

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    RESUMO

    Atualmente, o método mais utilizado para a determinação da resistência à compressão

    estimada do concreto no Brasil é através da moldagem de corpos-de-prova cilíndricos, para seu

    rompimento em laboratório. Porém este não é o único método disponível no mercado, pois

    existem maneiras alternativas de estimar a resistência à compressão do concreto, inclusive por

    conhecidos métodos não-destrutivos. Entretanto, os métodos não-destrutivos são pouco

    utilizados exclusivamente para esse fim, sendo considerados apenas métodos complementares

    e suplementares ao método padrão. Este trabalho visa comparar os resultados de resistência à

    compressão estimada do concreto obtidos através dos ensaios destrutivos de moldagem de

    corpos-de-prova e de extração de testemunhos, e dos não-destrutivos de velocidade de

     propagação de onda ultrassônica e da avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de

    reflexão, afim de ilustrar as diferenças e semelhanças entre os resultados coletados através

    desses métodos.

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    ABSTRACT

    Currently in Brasil, the most used method in order to define the concrete axial

    compression resistance is through molding and testing specimens. Nevertheless, this is not the

    only method available, since there are alternative methods to define this resistance, such as

    well-known non-destructive methods. However, these non-destructive methods are rarely used

    exclusively for that purpose, being considered only as additional or as complement for the

    standard method. This paper aim to compare the estimated compression resistance of concrete

    results obtained through the destructive methods of molding concrete test specimens and

    concrete cores, and the non-destructive methods of determination of ultrasonic

    wavetransmission velocity and evaluation of surface hardness by reflecting esclerometer, in

    order to illustrate distinctions and resemblances between the results obtained on each of these

    methods.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Aparelho de ultrassom em utilização.......................................................................24

    Figura 2 - Sequência de execução do ensaio de esclerometria.................................................26

    Figura 3 - Retirada de testemunhos de concreto.......................................................................27

    Figura 4 - Moldagem de corpos de prova de concreto..............................................................29

    Figura 5 - Corpos-de-prova cilíndricos em imersão ................................................................32

    Figura 6 - Serra mármore usada no processo de desgaste do topo............................................33

    Figura 7 - Corpo-de-prova Cilíndrico sendo ensaiado na prensa hidráulica.............................33

    Figura 8 - Corpo-de-prova após o rompimento em ensaio.......................................................34

    Figura 9 - Esclerômetro SilverSchmidt para a medição do índice esclerométrico...................35

    Figura 10 - Malha e posicionamento dos pontos de impacto do ensaio...................................36

    Figura 11 - Gráfico de índices esclerométricos fornecidos pelo software................................37

    Figura 12 - Equipamento Pundit Lab+, utilizado no ensaio de ultrassom do concreto............37

    Figura 13 - Posicionamento dos transdutores no bloco de concreto.........................................38

    Figura 14 - Curva fornecida pelo software após o ensaio de ultrassom....................................38

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo....................................18

    Tabela 2 - Limites da distribuição granulométrica do agregado graúdo...................................21

    Tabela 3 - Fatores de correção para 1,0 ≤ h/d ≤2,0...................................................................27

    Tabela 4 - Volume de concreto necessário para a produção dos corpos de prova....................30

    Tabela 5 - Número de golpes para adensamento manual, por tipo de corpo de prova.............31

    Tabela 6 - Número de golpes, em proporção ao corpo-de-prova prismático............................31

    Tabela 7 - Traços de concreto produzido..................................................................................32

    Tabela 8 - Valores de ruptura e resistência à compressão de corpos de prova ensaiados.........40

    Tabela 9 - Índice esclerométrico e resistência média de acordo com o fabricante ..................41

    Tabela 10 - Velocidade de onda e respectiva resistência média pelo ensaio de ultrassom.......41

    Tabela 11 - Valores de ruptura e resistência à compressão de corpos-de-prova extraídos.......42

    Tabela 12 - Estimados de resistência à compressão pelos diferentes métodos ........................43

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    LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 1  –  Comparativo entre a resistência estimada do concreto de traço médio.................44

    Gráfico 2  –  Comparativo entre a resistência estimada do concreto de traço fraco...................44

    Gráfico 3  –  Comparativo entre a resistência estimada do concreto de traço rico.....................45

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    4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................................................................40

    4.1 RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DOS CORPOS-DE-PROVA .......................40

    4.2 ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO ................................................................................41

    3 VELOCIDADE DE ONDA .........................................................................................41

    4.4 RESISTÊNCIA DOS CORPOS-DE-PROVA EXTRAÍDOS ...................................42

    4.5 COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS .............................................................43

    5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES.................................................................................46

    6. REFERÊNCIAS............................................................................................................47

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    1  INTRODUÇÃO

    1.1 Tema

    Estudo comparativo dos métodos de ensaio por esclerometria, perfuração, ultrassom e

    moldagem para a determinação da resistência axial do concreto.

    1.2 Delimitação do tema

    O concreto tradicional é uma mistura formada, basicamente, por água, um aglomerante

    (cimento), um agregado graúdo (brita) e um agregado miúdo (areia). Em seu estado fresco, se

    apresenta como um composto pastoso, porém, o mesmo se torna rígido com o passar do tempo,

    após um período conhecido como “pega”. 

    Tradicionalmente, o método mais utilizado para avaliação da resistência característica do

    concreto em construções no Brasil é através da moldagem de corpos de prova, utilizando

    material obtido no local de aplicação do concreto, e posterior rompimento dos mesmos em

    laboratório, respeitando o período de 28 dias.

    Entretanto, existem métodos variados para a avaliação da resistência do concreto, que são

    utilizados com menos frequência comercialmente. Em vista disso, este trabalho visa analisar e

    comparar os dados obtidos através de métodos distintos para determinar a resistência deste

    material,

    1.3 Objetivo geral

    Comparar os resultados provenientes dos distintos métodos de avaliação da resistência

    característica do concreto, obtidos através de ensaios destrutivos de corpos de prova moldadose extraídos, e também pelos métodos não destrutivos de esclerometria e ultrassom.

    1.4 Objetivos específicos

      Comparar os valores de resistência característica do concreto, obtidos através de ensaios

    destrutivos e não destrutivos.

      Verificar a amplitude dos valores obtidos de resistência do concreto de cada método de

    avaliação

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      Analisar a diferença entre os resultados encontrados nos ensaios de rompimento à

    compressão dos corpos de prova moldados e extraídos.

    1.5 Justificativa

     No Brasil, o método mais utilizado para a avaliação da resistência característica do concreto

    à compressão é a moldagem de corpos de prova de concreto fresco. Porém este não é o único

    método existente para a determinação das propriedades físicas do concreto, havendo outros

    métodos complementares e até suplementares para o controle tecnológico. Essa pesquisa busca

    observar as semelhanças e disparidades entre os diferentes métodos escolhidos para a

    determinação da resistência à compressão do concreto.

    1.6 OBJETO

    1.6.1 Problema

    É possível avaliar a resistência característica à compressão do concreto através de métodos

    alternativos de ensaio, com precisão suficiente para complementar ou até substituir o método

    habitual de controle tecnológico utilizado no Brasil?

    1.6.2 Hipóteses

     

    Os métodos não destrutivos de avaliação da resistência à compressão do concreto podem

    ser utilizados em substituição aos métodos destrutivos habituais.

      O sistema de obtenção de corpos de prova por extração produz resultados similares ao

    sistema de moldagem, em ensaios de rompimento à compressão.

      Os valores de resistência estimada pelo aparelho de esclerômetro de reflexão é semelhante

    aos valores estimados pelo método da determinação da velocidade de onda.

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    2 REVISÃO DE LITERATURA

    2.1 Concreto

    O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado graúdo (pedra

    ou brita) e agregado miúdo (areia). Além dos componentes básicos, pode conter adições de

    outros materiais e também aditivos químicos a fim de modificar suas características, buscando

    melhor desempenho. A facilidade em encontrar os materiais componentes do concreto e em sua

    execução, bem como a adaptação a variadas formas e tamanhos, aliado a seu relativo baixo

    custo, tornou o concreto um material amplamente utilizado em todo o mundo. Segundo

    MEHTA & MONTEIRO (1994), o concreto é o segundo material mais utilizado pela

    humanidade, sendo superado somente pela água.

    Apesar de sua popularidade atual, o concreto armado como conhecemos hoje é um material

    relativamente novo, que teve seu surgimento após a descoberta e início da utilização do cimento

    Portland, no século XIX. VASCONCELOS (1992) especifica que a primeira obra em concreto

    do Brasil foi realizada em 1892, vários anos depois da sua utilização se tornar popular em países

    da Europa.

    A característica principal do concreto a ser analisada, é a sua resistência à compressão.

    MEHTA & MONTEIRO (1994) define a resistência de um material como a capacidade de este

    resistir à tensão sem ruptura, segundo NEVILLE (1997), a resistência fornece uma ideia geral

    da qualidade do concreto, sendo influenciada pelo volume de vazios, ar aprisionado, poros

    capilares, poros do gel e ar incorporado, além de ser a resistência um elemento essencial do

     projeto estrutural. Ainda segundo NEVILLE (1997), outros fatores podem influenciar na

    resistência do concreto, dentre eles: o grau de adensamento, que deve conceder uma

    consistência à mistura do concreto fresco que possibilite o transporte, lançamento, adensamento

    e acabamento com suficiente facilidade e sem segregação; granulometria, textura superficial,forma, resistência e rigidez das partículas dos agregados; tamanho máximo dos agregados,

    sendo os agregados graúdos mais arredondados e lisos menos recomendados, por resultarem

    em resistências menores do que agregados angulosos e ásperos.

    Entretanto, o desempenho eficiente de uma peça de concreto está relacionado também com

    a sua durabilidade, a qual é considerada uma propriedade dinâmica, uma vez que a estrutura e

    as características do concreto são variáveis ao longo do tempo, o que torna o concreto uma

    espécie de sistema vivo (BASHEER et al, 1994). No início do século, era comum acreditar queo concreto armado fosse um material de durabilidade praticamente ilimitada, devido à

    observação da associação de propriedades mecânicas e físico-químicas entre concreto e aço

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    demonstrarem pouquíssimos sinais de desgaste. Desse modo, pensou-se que o concreto fosse

    um material que não necessitasse de manutenção (ANDRADE, 1992). Porém, é possível

    observar um grande número de estruturas com problemas de deterioração precoce, em especial

    as estruturas expostas a meios agressivos, o que vem gerando uma crescente preocupação no

    meio técnico, com os aspectos relativos à durabilidade das estruturas de concreto, demonstrado

     pelo grande número de publicações a respeito, bem como pela crescente introdução, por parte

    dos órgãos normativos, de conceitos de durabilidade na previsão da vida útil das estruturas

    (GUIMARÃES, 1997).

    Conforme o ACI 201.2R(2001), a durabilidade do concreto de cimento Portland é definida

    como a capacidade de resistir à ação das intempéries, ataques químicos, abrasão ou qualquer

    outro processo de deterioração, isto é, o concreto durável conservará a sua forma original,

    qualidade e capacidade de utilização quando exposto ao meio ambiente. Em frente às novas

    concepções de durabilidade, os projetos estruturais não consideram somente a resistência

    mecânica a ser o único fator considerado na avaliação da vida útil das estruturas de concreto.

    Segundo ROSTAM (1991), além da estabilidade estrutural, funcionalidade e estética, ainda na

    etapa de projeto de uma estrutura, outros fatores relativos à sua durabilidade devem ser levados

    em conta.

    2.2 Materiais Componentes

    2.2.1 Cimento

    O Cimento Portland é o principal aglomerante utilizado na fabricação de concreto moderno,

    e é definido por BAUER (1995) como um aglomerante hidráulico obtido pela pulverização do

    clinquer, e constitui essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, uma certa porção de

    sulfato de cálcio natural, e outras adições de substâncias que modificam as suas propriedadesou facilitam seu emprego. O clinquer é obtido pelo cozimento até fusão incipiente (cerca de

    30% de fase líquida) de mistura de calcário e argila dosada e homogeneizada convenientemente,

    de forma que a cal se combine com os compostos argilosos. Após a queima, é adicionado em

     pequena quantidade o sulfato de cálcio, para que o teor de SO³ (anidro sulfúrico) não ultrapasse

    3,0%, limite que visa regularizar o tempo de início das reações do aglomerante com a água.

    (PETRUCCI, 1998)

    A utilização do cimento é bem antiga, sendo utilizado pelos egípcios a partir do gessoimpuro calcinado. Os gregos e romanos considerados responsáveis pela fabricação do primeiro

    concreto da história, utilizaram calcário calcinado e aprenderam posteriormente, a misturar cal

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    e água, areia e pedra fragmentada, tijolos ou telhas em cacos. Os romanos produziam um tipo

    de concreto com cinza vulcânica (pozolana natural) e cal que permitia a moldagem e a soldagem

    de peças formadas por grandes blocos de pedra. Segundo NEVILLE (1997), a sílica ativa e a

    alumina das cinzas reagiam com a cal produzindo o que hoje é chamado de cimento pozolânica.

    O processo de fabricação do cimento portland consiste essencialmente em moer a matéria-

     prima, misturá-las intimamente nas proporções adequadas e queimar essa mistura num grande

    forno rotativo até uma temperatura de 1450 ºC. Nessa temperatura, o material sofre uma fusão

    incipiente formando pelotas, conhecidas como clínquer. O clínquer é resfriado e moído até um

     pó bem fino com a adição de um pouco de gesso, resultando o cimento Portland comercial

    largamente usado em todo Brasil (NEVILLE, 1997).

    Segundo a Associação Brasileira de ABCP (1997), os cimentos portland brasileiros são CP

    I S, CP II E, CP II Z, CP III, CP IV, CP V e devem atender às seguintes exigências das normas

     brasileiras: NBR 5732/91  –  Cimento Portland Comum; NBR 5733/91  –  Cimento Portland de

    Alta Resistência Inicial; NBR 5735/91  –   Cimento Portland Pozolânico; NBR 5736/91  –  

    Cimento Portland Pozolânico; NBR 11578/91 –  Cimento Portland Composto.

    2.2.2 Agregado Miúdo

    Outro material componente do concreto é o agregado, que segundo BAUER (1995), é

    um material particulado e incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de

     partículas cobrindo extensa grama de tamanhos, podem ser classificados de três formas:

    segundo sua origem, podem ser naturais (encontrados em forma particulada na natureza, como

    a areia e o cascalho) ou industrializados (de composição particulada obtida por processos

    industriais); segundo as dimensões das partículas, podem ser miúdos(areia) ou

    graúdos(cascalho); e por último, segundo o peso específico aparente, podem ser leves, médios

    ou pesados.Os agregados conjuntamente com os aglomerados, especificamente o cimento, formam o

    concreto. Eles desempenham um importante papel nas argamassas e concretos, quer do ponto

    de vista econômico, quer do ponto de vista técnico, e exercem influência benéfica sobre

    algumas características importantes, como: retração, aumento da resistência ao desgaste, etc.,

    sem prejudicar a resistência aos esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm

    resistência superior à da pasta do aglomerante (PETRUCCI, 1982).

    A influência do agregado na resistência do concreto geralmente não é levada em conta. Elanão é normalmente um fator determinante na resistência do concreto porque, à exceção dos

    agregados leves, a partícula do agregado é várias vezes mais resistente que a matriz e a zona de

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    transição. Existem, contudo, outras características do agregado além da resistência, tais como

    o tamanho, forma e textura da superfície, granulometria (distribuição granulométrica e

    mineralógica), que reconhecidamente influem na resistência do concreto em vários níveis

    (MEHTA & MONTEIRO, 1994).

    CARUSO E SBRIGHI NETO (1983) definem areia como um material granular, não

    coesivo e constituído de partículas de dimensões que variam de 0,06 a 2,0 mm. Os mesmos

    também apresentam a definição da ABNT 7211/2009 para o termo areia de uso na engenharia

    civil, sendo essa um solo constituído por grãos minerais, cuja maioria aparente tem diâmetro

    entre 0,05 e 4,8 mm, caracterizando-se pela sua textura, compacidade e forma dos grãos. A

    mesma norma também fixa as características exigíveis na recepção e produção de agregados,

    miúdos e graúdos, de origem natural, encontrados fragmentados ou resultantes da britagem de

    rochas.

    Os limites da distribuição granulométrica de agregados miúdos, contido na NBR

    7211/2009, apresentada a seguir:

    Tabela 1 –  Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo

    Fonte: NBR 7211/2009 –  Agregados para concreto - Especificação

    A areia utilizada como agregado deve satisfazer aos requisitos estabelecidos pelas normastécnicas, como a resistência aos esforços mecânicos, o conteúdo máximo de substâncias

    nocivas, tais como torrões de argila, matérias carbonosas, material pulverulento e impurezas

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    orgânicas. Outras características de qualidade devem ser investigadas em caso de areias de

     jazidas pouco conhecidas, como a resistência aos sulfatos de sódio e magnésio e a reatividade

     potencial, que se refere as reações de interação entre os álcalis do cimento e o agregado.

    Aspectos importantes a serem considerados são o módulo de finura, a área específica, a forma

    dos grãos e a composição granulométrica (HANAI, 1992 apud ARMANGE, 2005).

    Para o material sob a forma de agregado miúdo deve-se levar em consideração o conceito

    de duas espécies de massa específica: a massa específica real e a massa específica aparente. A

    massa específica real dos grãos é a massa da unidade de volume, excluindo deste os vazios

     permeáveis e os vazios entre os grãos; sua determinação é feita através do picnômetro, da

     balança hidrostática e frasco de Chapman. Já a massa específica aparente é o peso da unidade

    de volume, incluindo neste os vazios, permeáveis ou impermeáveis, contidos nos grãos

    (PETRUCCI, 1982).

    O conhecimento da massa unitária do agregado é de grande importância, pois é por meio

    dela que se fazem as transformações dos traços em peso para volumes e viceversa, bem como

    é um dado interessante para o cálculo do consumo do material empregado por m³ de concreto.

    Portanto, é o massa de certo volume de agregado, incluindo o vazio entre os grãos (BAUER,

    1995).

    Os agregados podem apresentar vários estados de umidade. Quando todos os poros

     permeáveis estão preenchidos e não há um filme de água na superfície, o agregado é dito estar

    na condição saturada superfície seca (SSS); quando o agregado está saturado e também há

    umidade livre na superfície, o agregado está na condição úmida ou saturada (MEHTA &

    MONTEIRO, 1994). Portanto, a absorção pode ser entendida como o aumento da massa do

    agregado, devido ao preenchimento dos seus poros por água, e a umidade superficial como a

    quantidade de água em excesso, além da requerida para a condição saturada superfície seca. O

    conhecimento do teor de umidade é de extraordinária importância no estudo dos agregados

    miúdos.Como os agregados miúdos são entregues em obra mais ou menos úmidos, isto obriga a

    determinações periódicas de seu teor de umidade, para corrigir a quantidade de água que deverá

    ser empregada na confecção das argamassas e concretos, levando em conta á água carregada

     pelo agregado, bem como o reajuste das quantidades do material, quer medido em peso, quer

    medido em volume, sendo neste caso a medida influenciada pelo fenômeno do inchamento

    (PETRUCCI, 1982).

    A presença de umidade no agregado necessita de correção das proporções reais da mistura:a massa de água adicionada à mistura deve ser diminuída da umidade livre do agregado e a

    massa do agregado úmido deve ser aumentada de igual quantidade. No caso da areia, existe um

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    segundo efeito da presença da umidade: o inchamento. É o aumento de volume de uma dada

    massa de areia devido às películas de água deslocando as partículas tendendo a separá-las.

    Embora não altere a quantificação dos materiais em massa, na quantificação em volume, o

    inchamento resulta uma menor massa de areia ocupando o mesmo volume em uma caixa de

    medida (padiola). Por essa razão a mistura se apresenta com falta de agregado miúdo,

    aparentemente com excesso de pedra, e o concreto pode tender a segregação. Também fica

    reduzido o volume do concreto (NEVILLE, 1997).

    O coeficiente de inchamento serve para medir o inchamento sofrido por uma massa de

    agregado. Esse coeficiente é dado pela relação entre o volume final úmido e o volume inicial

    seco. A umidade crítica é aquela a partir da qual o coeficiente de inchamento é considerado

    constante (HELENE & TERZIAN, 1992).

    2.2.3 Agregado Graúdo

    Como pelo menos três quartas partes do volume do concreto são ocupadas pelos agregados,

    não surpreende que a sua qualidade seja de considerável importância. O agregado não só pode

    influenciar a resistência do concreto, pois agregados com propriedades indesejáveis podem não

    apenas produzir um concreto pouco resistente, mas também podem comprometer a durabilidade

    e o desempenho estrutural do concreto (NEVILLE, 1997).

    A forma diz respeito às características geométricas, tais como arredondada, angulosa ou

    achatada. Partículas formadas por atrito tendem a ser arredondadas, pela perda de vértices e

    arestas, como por exemplo, areias de depósitos eólicos, assim como areias e pedregulhos de

    zonas marítimas ou leitos de rio. Agregados de rochas intrusivas britadas, como calcários

    estratificados e folhelho, possuem vértices e arestas bem definidos e são chamados de

    angulosos. Aquelas partículas cuja espessura é relativamente pequena em relação a outrasdimensões, são chamadas de lamelares ou achatadas, enquanto aquelas cujo comprimento é

    consideravelmente maior do que as outras duas dimensões são chamadas de alongada (MEHTA

    & MONTEIRO, 1994).

    Quanto à forma do agregado graúdo, as partículas alongadas, em forma de lâmina, devem

    ser evitadas ou limitadas a no máximo 15%, em massa, do total do agregado. Este critério se

    aplica não apenas para agregado graúdo, mas também para areias artificiais (resultantes da britagem de rochas), que contêm grãos alongados e produz concreto muito áspero, os agregados

    devem ser relativamente, isentos de partículas alongadas e lamelares e o índice de forma deve

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    estar abaixo de 3. A forma e a textura das partículas dos agregados influenciam mais

    as propriedades no concreto fresco do que no endurecido; comparadas às partículas lisas earre

    dondadas, as partículas de textura áspera, angulosas e alongadas requerem mais pasta de

    cimento para produzir misturas trabalháveis e, portanto, aumentam o custo do concreto.

    (MEHTA & MONTEIRO, 1994)

    Segundo NEVILLE (1997), a lamelaridade e a forma do agregado graúdo geralmente têm

    um efeito apreciável sobre a trabalhabilidade do concreto, sendo de vital importância no

    transporte e manipulação em sua fase fresca.

    De acordo com a NBR 7211/2009, a distribuição granulométrica dos agregados graúdos

    deve seguir os limites expressados na tabela a seguir:

    Tabela 2 –  Limites da distribuição granulométrica do agregado graúdo

     Fonte: NBR 7211/2009 –  Agregados para concreto - Especificação

    2.2.4 Demais componentes

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    O concreto pode ainda conter aditivos, que são definidos pela NBR 11768 - Aditivos

     para concreto de cimento Portland, como produtos que adicionados em pequena quantidade a

    concretos de Cimento Portland, modificam algumas de suas propriedades, no sentido de melhor

    adequá-las a determinadas condições.

    Parte não menos importante da mistura, é a agua, que deve ser analisada e controlada

    assim como os outros componentes do concreto, uma vez que a mesma não deve conter

    substâncias que possam reagir com o cimento, o que poderia causar efeitos nocivos ao concreto.

     NEVILLE (1997) ilustra que, geralmente é satisfatório a recomendação de utilizar água potável

     para o amassamento, mas adverte, que há exceções, como no caso de algumas águas potáveis

    de regiões árias, onde a água é salobra e com excesso de cloretos, e algumas águas mineiras,

    que contém teores indesejáveis de carbonatos alcalinos que podem contribuir para a reação

    álcali-sílica.

    2.3 Controle tecnológico

    O controle tecnológico do concreto é um agregado de operações e verificações que vão

    desde a produção em centrais, acompanhamento da entrega na obra, e a observação de

    resultados laboratoriais. Essas medidas em conjunto garantem a qualidade e aceitação do

    mesmo, em conformidade com as normas que regem esse processo. A NBR 12655(2006) é a

    norma responsável por regulamentar tal controle no Brasil, e designa as condições ideais para

    utilização do concreto de cimento Portland tanto para estruturas moldadas na obra, quanto para

    elemento pré-fabricados. Seu objetivo principal é definir as propriedades do concreto em seu

    estado fresco e também endurecido, bem como padronizar o modo de preparo do mesmo.

    A NBR 12655(2006) cita que o concreto para fins estruturais deve ter definidas todas as

    características e propriedades de maneira explícita antes do início das operações de

    concretagem, e também frisa que o proprietário da obra e o responsável técnico por eledesignado devem garantir o cumprimento desta norma, e manter documentação que comprove

    a qualidade do concreto.

    Conforme PRUDÊNCIO (1995), a produção de concretos em centrais no Brasil tem um

     predomínio praticamente absoluto em se tratando de estruturas de obras verticais. Aliadas a

    facilidades de dispensar a criação de uma estrutura para produzir esse tipo de material em obra,

    o que exigiria, além de equipamentos e mão-de-obra, uma área de canteiro relativamente

    grande, o concreto usinado tem como principal vantagem o fato de ser produzido em massa e por equipes treinadas. Uma vez que a resistência característica do concreto é atingida aos 28

    dias, o controle de lançamento é imprescindível, anotando-se o local onde o caminhão betoneira

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    descarregou, pois caso não seja atingida à resistência desejada nesse período, o processo pode

    ser refeito, garantindo as condições do projeto. Essa resistência, juntamente com a durabilidade

    do material, são os requisitos mais solicitados no concreto em seu estado endurecido, onde a

    cura deve ser executada de forma a objetivar essas qualidades, sendo assim, quanto maior for o

    controle, maior será o desempenho do produto final. (NEVILLE, 1997)

    A central de produção de concreto tem responsabilidade sobre o concreto entregue na obra,

     porém segundo a NBR 12655(2006), a aceitação ou rejeição do concreto será baseado nas

    verificações e ensaios efetuados pelo contratante, a fim de comprovar as características do

    concreto e o atendimento das exigências constantes no pedido. Caso haja desconformidade do

     produto em relação ao pedido, o concreto poderá ser recusado. Além disso, a empresa de

    serviços de concretagem também deverá possibilitar ao contratante a inspeção da central, para

    efeito de controle da dosagem do concreto a ser entregue, bem como dos equipamentos de

    dosagem, misturam, transporte e estocagem.

    2.4 Regulamentação

     No Brasil, a regulamentação do controle tecnológico do concreto está baseada nas normas

    da ABNT, que possui normatização específicas para os distintos métodos destrutivos e não

    destrutivos para a determinação do valor característico de resistência do concreto disponíveis

    atualmente.

    O método amplamente mais utilizado para a obtenção de valores característicos da

    resistência à compressão do concreto, é o método laboratorial de rompimento de corpos de

     prova, obtidos por moldagem de amostras de concreto fresco, obtido no momento da entrega.

    Esse procedimento é regulamentado pela NBR 5738 (2008)  –  Concreto –  Procedimento para

    moldagem e cura de corpos-de-prova, em conjunto com a NBR 5739 - Concreto - Ensaio de

    compressão de corpos-de-prova cilíndricos (2007).Para os métodos menos convencionais, a NBR 7584 –  Concreto Endurecido - Avaliação da

    dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão - Método de ensaio (2012), trata do controle

    através do método não destrutivo da esclerometria, e a NBR 8802  –  Concreto endurecido  –  

    Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica (2013), define os parâmetros

    a serem seguidos para o caso de ensaios com equipamento de ultrassom. Para o caso de extração

    de testemunhos de concreto para ensaios laboratoriais, a NBR 7680  –  Concreto  –  Extração,

     preparo e ensaio de testemunhos de concreto (2007) define os métodos referentes ao método.

    2.5 Ultrassom

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    O ensaio de ultrassom no concreto tem por objetivo avaliar a homogeneidade do mesmo,

    no entanto, por ser um método não destrutivo, é encarado principalmente como uma

    complementação na análise da resistência do concreto, e não uma substituição aos métodos

    convencionais. A NBR 8802 (2013) define que suas principais aplicações são:

      Verificação da homogeneidade do concreto;

      Detecção de eventuais falhas internas de concretagem, profundidade de fissuras e

    outras imperfeições;

      Monitoramento de variações no concreto, ao longo do tempo, decorrentes de

    agressividade do meio (ataque químico) principalmente pela ação de sulfatos.

    O ensaio consiste em acoplar um aparelho específico, nas duas faces da peça, podendo assim

    determinar a velocidade de propagação de ondas longitudinais, obtidas por pulsos ultrassônicos,

    emitidas pelo equipamento, através da peça de concreto. A velocidade dessa onda nos dá dados

    referentes à qualidade do produto, pois quão mais homogêneo for o material, mais constante

    será a captação desse tempo em diferentes posições da peça. Esse ensaio pode ser utilizado para

    detecção de defeitos decorrentes de deterioração do material em meios mais agressivos, e

    também pode ser feito em laboratórios. (MALHORTA e CARINO, 2004)

    Figura 1  –  Aparelho de ultrassom em utilização

    Fonte: ept.com.br

    2.6 Método esclerométrico

    Método também conhecido por “rebound hammer method”, que consiste em submeter asuperfície do concreto a um impacto, de forma padronizada, usando uma determinada massa e

    uma dada energia, medindo o valor do ricochete, denominado Índice Esclerométrico (I.E.). Este

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    método deriva de tentativas antigas de medir a dureza superficial, datadas da década de 1930,

    segundo BUNGEY (1989), sendo que inicialmente foram utilizados métodos envolvendo

    medições do retorno de uma bola de aço fixa num pêndulo, ou atirada de uma pistola. O

     princípio do ricochete, segundo o qual o retorno de uma massa elástica depende da dureza da

    superfície onde ela se choca, foi o mais aceito mundialmente. As características desse ricochete

    dependem do valor da energia cinética antes do impacto e quanto desta energia é absorvida

    durante o impacto, pois parte da energia é absorvida na fricção mecânica do equipamento, e a

    outra parte na interação entre a barra de percussão e o concreto. A energia absorvida está

    relacionada à resistência e à rigidez do concreto analisado. (ACI 228, 1989)

    De acordo com a ACI 364 (1993), este método tem por aplicação comparar a qualidade do

    concreto em diferentes áreas da estrutura, sem a necessidade de danificar a peça, o que exigiria

     pequenos reparos, assim como estimar a sua resistência com base em curvas de correlação,

     porém com acurácia limitada.

    A NBR 7584 –  Concreto endurecido –  Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro

    de reflexão - Método de ensaio (2012), define o ensaio esclerometrico como um método não

    destrutivo que mede a dureza superficial do concreto, fornecendo elementos para a avaliação

    da qualidade do concreto endurecido, e define o Esclerômetro de reflexão como uma massa-

    martelo que, impulsionada por uma mola, se choca, através de uma haste, com ponta em forma

    de calota esférica, com a área de ensaio.

    Ainda segundo a NBR 7584, quanto à superfície do concreto, é recomendado que essa deve

    ser secas ao ar, limpas e, preferencialmente, plana. Superfícies irregulares, ásperas, curvas ou

    talhadas não fornecem resultados homogêneos e devem ser evitadas. Quanto a área de ensaio,

    é importante frisar que a mesma deve distar no mínimo 50mm dos cantos e arestas dos

    elementos estruturais, estar compreendida entre 8000 mm² (aproximadamente 90 x 90 mm) e

    40000 mm² (200 x 200 mm), e também ser geométrica e uniformemente distribuída pela região

    da estrutura que está sendo analisada.Recomenda-se efetuar 16 impactos em cada área de ensaio, desconsiderando os resultados

    obtidos por impactos realizados no mesmo ponto. Esses impactos devem estar distribuídos

    uniformemente na área de ensaio, sendo aconselhado desenhar um reticulado e aplicar o

    esclerômetro nas áreas limitadas por ele, identificando a área ensaiada. A distância mínima

    entre dois pontos de impacto deve ser de 30 mm.

    Figura 2 - Sequência de execução do ensaio de esclerometria

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    Fonte: MEHTA & MONTEIRO (2008)

    2.7 Extração de testemunho

    Consiste na obtenção de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos para ensaios de

    rompimento à compressão, por meio da extração dos mesmos de peças já existentes. A NBR

    7680 (2007) define que para a extração de testemunhos cilíndricos, deve ser empregada uma

     broca ou sonda rotativa provida de coroa de diamantes ou outro material abrasivo, que possibilite realizar o corte dos testemunhos com as dimensões necessárias sem que ocorra

    aquecimento excessivo do local, e evitando vibrações para obter a exatidão desejada. A NBR

    7680 (2007) frisa também que, sempre que possível, os testemunhos devem ser extraídos de

    locais próximos ao centro do elemento estrutural, e nunca a uma distância menor do que um

    diâmetro do testemunho em relação às boras ou juntas de concretagem, e que a distância mínima

    entre as bordas das perfurações não deve ser inferior a um diâmetro do testemunho.

    Figura 3  –  Retirada de testemunhos de concreto

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    Fonte: prppg.ufpr.br

    Em relação às dimensões do corpo do testemunho extraído para determinar a resistência à

    compressão, a NBR 7680 (2007) exige que seu diâmetro seja pelo menos três vezes maior que

    a dimensão nominal do agregado graúdo contido no concreto, e preferencialmente maior ou

    igual a 100mm. Para o ensaio de rompimento desses corpos de prova extraídos, é recomendado

    seguir os parâmetros estabelecidos na NBR 5739 (2007). Caso não seja possível a extração de

    corpos de prova com relação entre a altura e o diâmetro médio superior a dois, a resistência de

    ruptura à compressão obtida segundo os métodos de ensaio recomendados deve ser corrigida

    multiplicando-se o valor da resistência pelo fator definido por norma, como demonstrado na

    tabela a seguir:

    Tabela 3  –  Fatores de correção para 1,0 ≤ h/d ≤2,0 

    Fonte: prppg.ufpr.br

    Quanto à superfície de apoio do testemunho, a NBR 7680 (2007) diz que os testemunhos

    cujas superfícies laterais tenham saliências ou depressões superiores a 0,5 % do comprimento

    do testemunho não devem ser ensaiados. Nos demais aspectos, o testemunho deve ser ensaiado

    conforme a NBR 5739 (2007).

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    2.8 Moldagem de corpos de prova

    Método principal para determinação da resistência à compressão do concreto, amplamente

    utilizado no Brasil. Consiste em colher amostras de concreto no ato da aplicação do mesmo,

     para posterior ensaio em laboratório. PETRUCCI (1998) afirma que a amostra de concreto

    fresco pode ser colhida da boca da betoneira estacionária, de agitadores simples ou de

    caminhões misturadores. A resistência à compressão é medida em corpos de prova cilíndricos

     padronizados, com 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura, ou 10 cm de diâmetro e 20 cm de

    altura, o ensaio é particularmente rápido onde o aumento de tensão ocorre gradativamente até

    ocorrer a ruptura do material (NBR 5738 (2008)), e os corpos de prova devem ser rompidos nas

    idades de 3, 7 e 28 dias. A máquina de ensaio para compressão deve ser equipada com dois

     pratos de aço de formato circular, onde a superfície de contato com o corpo de prova possua

    sua menor dimensão em 4% superior ao maior diâmetro do corpo-de-prova a ser ensaiado (NBR

    5739, 2007)

    Ainda segundo a NBR 5738 (2008), os moldes destinados aos corpos-de-prova devem ser

     previamente revestidos internamente com uma fina camada de óleo mineral, e também devem

    estar apoiados sobre uma superfície rígida, horizontal, livre de vibrações e outras perturbações

    que possam modificar a forma e propriedade do concreto durante a moldagem e início de pega.

    Quanto ao manuseio e transporte, após a desforma, os corpos-de-prova devem ser transportados

    em caixas rígidas, contendo serragem ou areia molhada. Antes de serem ensaiados, devem ainda

     passar por algum processo de preparação de suas bases, de modo que se tornem superfícies

     planas e perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo-de-prova, para só então serem ensaiados

    na prensa hidráulica.

    Figura 4  –  Moldagem de corpos de prova de concreto

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    Fonte: ufrgs.br

    3 MÉTODOS E MATERIAIS

    3.1 Ambiente de pesquisa

    Este trabalho se destina a analisar os resultados obtidos através da avaliação da

    resistência à compressão do concreto por diferentes métodos destrutivos e também não

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    destrutivos, em caráter quantitativo, a fim de compara-los, e assim analisar a amplitude que

    cada método impõe, bem como a precisão de cada método. A indústria da construção demanda

    cada vez mais de agilidade e rapidez em qualquer que seja o trabalho desenvolvido, e o controle

    tecnológico também é parte desse processo. Em vista disso, um estudo mais intensivo sobre

    essa área da construção em particular visa agregar conhecimento e contribuir de alguma

    maneira para os métodos atuais de controle tecnológico.

    A produção do concreto foi realizada no laboratório de materiais da UFMT, com a

    supervisão do técnico responsável no período, e também do professor orientador. Os materiais

    utilizados foram adquiridos com recursos próprios, de fornecedores locais de Cuiabá, tendo as

    características nos padrões comercializadas na região.

    Devido à melhor disponibilidade de agendamento e horário, e também por possuir e

    ceder os equipamentos necessários para a realização de estudo, os ensaios foram realizados na

    empresa ESTRUTEC ENGENHARIA LTDA –  ME, situada na cidade de Cuiabá, e contou com

    a supervisão e auxílio de funcionários da mesma.

    3.2 Métodos de ensaio

    Buscando a confiabilidade estatística dos resultados, foram definidos a quantidade de

    ensaios a serem realizados, e com isso determinou-se o volume de concreto necessário para a

     produção dos corpos de prova a serem usados. Foi definido a produção de três traços distintos

    de concreto, visando observar se haveria uma variação nos resultados de cada tipo de ensaio

    em função do traço utilizado. Em etapas distintas, foram produzidos um traço rico em

    argamassa, um traço médio denominado base, e um traço pobre em argamassa.

    O volume necessário de concreto calculado para cada traço foi determinado de acordo

    com os corpos de prova à serem produzidos, 10 cilindros padrão de medida 10x20, 1 forma

    cúbica de dimensões 30x30x30, e ainda uma forma cúbica 20x20x20, sendo apresentados na

    tabela a seguir:

    Tabela 4 –  Volume de concreto necessário para a produção dos corpos de prova

    Corpo de Prova Dimensões (cm) Volume único (cm³) Quantidade Volume Acumulado (cm³)

    Cilíndrico 10x20 1570,79 10 15707,9

    Cúbico Maior 30x30x30 27000 1 27000

    Cúbico Menor 20x20x20 8000 1 8000

    Total 50707,96Fonte: O autor

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    Considerando o valor usual de peso próprio de 2,4 kg/cm³, foi obtivo o peso médio dos

    materiais a serem utilizados em cada traço, de aproximadamente 121,7 kg.

    Em função das dimensões diferenciadas dos corpos de prova utilizados, foi necessário

    definir um padrão no número de golpes para adensamento manual, com base no procedimento

    e na tabela proveniente da NBR 5738/2003, mostrada a seguir.

    Tabela 5 –   Número de golpes para adensamento manual, por tipo de corpo de prova

    Fonte: NBR 5738/2003 - Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova

    Devido à semelhança do corpo-de-prova cúbico em relação ao prismático, este foi utilizado

    como base para a definição de uma nova quantidade de golpes, em função da área superficial,seguindo o seguinte padrão:

    Tabela 6 –   Número de golpes, em proporção ao corpo-de-prova prismático

    Corpo deProva

    Dimensões desuperfície(cm)

    Áreasuperfície(cm)

    Golpes -Norma

    Golpes/cm²

    Total degolpes

    Camadas

    Prismático 15x75 1125 75 0,0667 75 2

    CúbicoMaior 30x30 900 - 0,0667 60 3

    Cúbico

    Menor 20x20 400 - 0,0667 27 2

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    Fonte: O autor

    3.2.1 Produção do concreto

    A produção do concreto utilizou cimento Portland padrão obtido no comércio local,

    areia comum disponibilizada pela faculdade, cujo ensaio de granulometria foi realizado

     posteriormente e está disponibilizado em anexo, e brita nº 2, cujas propriedades físicas foram

    fornecidas pelo distribuidor, não havendo a necessidade de estudo laboratorial.

    Definidos os parâmetros dos corpos de prova, foram calculadas as proporções dos

    materiais para cada traço definido anteriormente.

    Tabela 7 –  Traços de concreto produzido

    Traço Traço Cimento Areia Brita Agua/cimento Slump

    Rico 01:03 1 1 2 0,40 16±2

    Médio 01:05 1 2 3 0,52 12±2

    Pobre 01:10 1 4,6 5,4 0,38 16±2

    Fonte: O autor

    3.2.2 Ensaio de Rompimento de corpo-de-prova cilíndricos

    Respeitado o período de cura dos corpos de prova, de 28 dias imersos em água, os

    corpos-de-prova foram encaminhados para a realização dos ensaios de rompimento à

    compressão.

    Figura 5 –  Corpos-de-prova cilíndricos em imersão

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    Fonte: O autor

    Após a retirada dos tanques, os cilindros passaram pelo processo de desgaste do topo, para

    o nivelamento da face, realizado com serra mármore, e só então seguiram para a prensa

    hidráulica. 

    Figura 6 –  Serra mármore usada no processo de desgaste do topo

     Fonte: O autor

    O ensaio foi realizado com uma prensa hidráulica automática, e contou com a supervisão

    dos técnicos da empresa.

    Figura 7 –  Corpo-de-prova Cilíndrico sendo ensaiado na prensa hidráulica

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    Fonte: O autor

    Após o procedimento, foi obtido o valor em toneladas necessário para o rompimento de

    cada corpo-de-prova, juntamente com o tipo de ruptura observado no mesmo, como previsto no

    anexo A da NBR 5739/2008. 

    Figura 8 –  Corpo-de-prova após o rompimento em ensaio

    Fonte: O autor

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    Como o valor obtido de carga pelo ensaio de ruptura é fornecido em tonelada (tf), o

    cálculo da resistência à compressão em MPa se dá pela seguinte relação:

    =

    4

    ²

    9810

    106  

    Onde :

    Fc→ Resistência à compressão em MPa; 

    Q→ Carga máxima alcançada em tf; 

    D→ Diâmetro do corpo de prova em metros. D = 0,10m;

    Com base nesse raciocínio, foi definida a resistência a compressão de cada corpo de prova, em relação ao valor de ruptura obtido previamente. Para o controle estatístico doconcreto por amostragem parcial, como definido na NBR 12655/2006, a resistênciacaracterística à compressão estimada do lote seguiu a expressão a seguir:

    = 2  + + ⋯ + − 

    1  

    Onde m = n/2, e , , … ,  valores das resistências dos exemplares em ordem crescente.

    3.2.3 Ensaio de avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão

    Para o ensaio de avaliação da dureza superficial dos corpos de prova cúbicos, foi

    utilizado o equipamento Concrete Test hammer - SilverSchimidt ST/PC, aparelho esclerômetro

    de reflexão, da fabricante Proceq, disponibilizado pela empresa ESTRUTEC ENGENHARIALTDA –  ME, durante o período de realização dos testes.

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    Através do software PROCEQ HAMMERLINK, fornecido pela fabricante do

    equipamento, é possível visualizar de forma organizada os resultados do ensaio, permitindo a

    manipulação dos dados. O próprio fabricante também indica uma curva de conversão padrão,

     para obtenção do valor médio de resistência à compressão MPa, em função dos índices

    esclerométricos obtidos, como é mostrado na tabela adiante.

    De acordo com a NBR 7584/2012, devem ser desprezados qualquer índice

    esclerométrico individual que diste em mais de 10% do valor médio de todos os resultados, e

    então obter uma nova média a partir dos índices não descartados, sendo este o valor utilizado

     para representar o ensaio.

    Figura 11  –  Gráfico de índices esclerométricos fornecidos pelo software

    Fonte: O autor

    3.2.4 Ensaio da determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica

    O ensaio de determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica foi

    realizado através do aparelho Pundit Lab Plus, equipado com transdutores de 54 kHz, também

    da marca Proceq, e foi disponibilizado pela própria representante da fabricante no Brasil, em

     parceria com a empresa ESTRUTEC ENGENHARIA LTDA –  ME.

    Figura 12  –  Equipamento Pundit Lab+, utilizado no ensaio de ultrassom do concreto

    Fonte: Proceq.com

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    O ensaio foi realizado observando as instruções da NBR 8802/2013, sendo adotado o

     posicionamento dos transdutores de modo direto, face a face lateralmente, no meio da área

    superficial da face, devido à maior precisão desse posicionamento em relação ao método

    indireto.

    Figura 13  –  Posicionamento dos transdutores no bloco de concreto

    Fonte: O autor

    Foram realizadas 100 leituras de pulsos, visando a qualidade estatística dos resultados.

    A visualização desses resultados é possível através do Software PUNDITLINK, fornecido

    gratuitamente pelo fabricante, e que detalha cada pulso com uma curva de amplitude de sinal

     pelo tempo do pulso. O aparelho mede a velocidade e o tempo de onda para cada pulso, e

    também fornece uma curva de conversão para a obtenção de valores médios de resistência à

    compressão, através das informações do ensaio. Segue a tabela com o resumo dos dados

    originados do software.

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    39

    Figura 14  –  Curva fornecida pelo software após o ensaio de ultrassom

    Fonte: O autor

    3.2.5 Ensaio de testemunhos extraídos

    Após a realização dos ensaios não destrutivos nos blocos, realizou-se a extração de

    testemunhos a fim de ensaia-los à compressão. Seguindo as instruções da NBR 7680 (2007),

    foi possível extrair 4 corpos-de-prova cilíndricos de cada bloco, totalizando 12 ensaios extras.

    Devido à diferença de altura entre os mesmos, houve a necessidade de indicar o fator de

    correção para o valor do carregamento observado na prensa. Obtidos esses fatores de correção,

    foi possível elaborar resultados precisos de resistência à compressão dos testemunhos extraídos.

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    40

    4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

    Realizados todos os diferentes ensaios, houve a organização dos dados, e a partir destes,

    a elaboração de tabelas contendo os valores característicos de resistência característica do

    concreto, a partir de cada ensaio.

    4.1 Resistência característica dos corpo-de-prova cilíndricos

    A tabela a seguir mostra todos os resultados de resistência à compressão obtidos através

    dos ensaios de ruptura dos corpos-de-prova cilíndricos. A tabela também especifica as datas de

    moldagem e ruptura, tempo de cura e tipo de ruptura de cada exemplar.

    Tabela 8 –  Valores de ruptura e resistência à compressão de corpos de prova ensaiados

    TraçoN

    º

    Data de

    moldagem

    Data de

    ruptura

    Tempo de

    cura (dias)

    Ruptura

    (tn)

    Tipo de

    ruptura

    Fcj =

    28(MPa)

    Médi

    o

    1 19/12/2014 16/01/2015 28 22,54 E 28,15

    2 19/12/2014 16/01/2015 28 19,34 F 24,16

    3 19/12/2014 16/01/2015 28 18,19 F 22,72

    4 19/12/2014 16/01/2015 28 21,25 F 26,54

    5 19/12/2014 16/01/2015 28 20,48 F 25,58

    6 19/12/2014 16/01/2015 28 21,32 F 26,63

    7 19/12/2014 16/01/2015 28 18,93 F 23,64

    8 19/12/2014 16/01/2015 28 21,98 D 27,45

    9 19/12/2014 16/01/2015 28 20,92 F 26,13

    10 19/12/2014 16/01/2015 28 19,71 F 24,62

    Pobre

    1 19/12/2014 16/01/2015 28 5,32 F 6,64

    2 19/12/2014 16/01/2015 28 6,29 F 7,86

    3 19/12/2014 16/01/2015 28 6,36 G 7,94

    4 19/12/2014 16/01/2015 28 6,59 F 8,23

    5 19/12/2014 16/01/2015 28 4,98 G 6,22

    6 19/12/2014 16/01/2015 28 5,54 F 6,92

    7 19/12/2014 16/01/2015 28 6,73 F 8,41

    8 19/12/2014 16/01/2015 28 5,53 F 6,919 19/12/2014 16/01/2015 28 5,85 F 7,31

    10 19/12/2014 16/01/2015 28 5,78 F 7,22

    Rico

    1 22/12/2014 19/01/2015 28 26,4 B 32,97

    2 22/12/2014 19/01/2015 28 26,09 F 32,59

    3 22/12/2014 19/01/2015 28 27,16 F 33,92

    4 22/12/2014 19/01/2015 28 26,53 E 33,14

    5 22/12/2014 19/01/2015 28 26,15 B 32,66

    6 22/12/2014 19/01/2015 28 25,55 F 31,91

    7 22/12/2014 19/01/2015 28 26,13 F 32,64

    8 22/12/2014 19/01/2015 28 26,73 E 33,39

    9 22/12/2014 19/01/2015 28 26,12 E 32,6310 22/12/2014 19/01/2015 28 26,71 D 33,36

    Fonte: O autor

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    4.2 Índice esclerométrico e resistência média pelo ensaio de esclerometria

    A tabela a seguir mostra os resultados de leitura do aparelho para índice esclerométrico,

     para as 4 faces do corpo-de-prova, de cada traço utilizado. A partir do valor desse índice,

    utilizando a curva de conversão correspondente ao aparelho fornecida pelo fabricante, obtemos

    um valor de resistência característica do concreto.

    Tabela 9 –  Índice esclerométrico e resistência média de acordo com o fabricante

    Traço Face Q médio Resistência

    média(Mpa)

    Médio

    1 45,87 19,5

    2 46,81 21,5

    3 44,91 19,5

    4 42,46 19,5

    Pobre

    1 36,65 13

    2 33,68 12

    3 34,69 12

    4 33,54 11,5

    Rico

    1 47,4 23

    2 48,8 22,5

    3 42,85 18

    4 48,39 22,5

    Fonte: O autor

    4.3 Velocidade de onda e respectiva resistência média pelo ensaio de ultrassom

    A tabela a seguir apresenta as leituras de velocidade de onda, verificadas pelo aparelho

    de ultrassom, além de tempo de leitura, distância e temperatura de cada face analisada. A

    última coluna mostra os valores de resistência à compressão obtidos através do ensaio, por

    meio de uma de conversão fornecida pelo fabricante, onde através do valor da velocidade

    da onda, e distância percorrida por essa onda, é possível estimar o valor de resistênciacaracterística do concreto da peça.

    Tabela 10 –  Velocidade de onda e respectiva resistência média pelo ensaio de ultrassom

    Traço FaceDistância de

    leituraVelocidade(m/s) Tempo(µs)

    Temperatura

    (°C)

    Resistência

    média(Mpa)

    Médio1 0,300 m 4587 65,4 24,7 56,4

    2 0,300 m 4518 66,4 24,5 50,6

    Pobre1 0,300 m 3851 77,9 25,2 17,9

    2 0,300 m 3663 81,9 25,5 13,4

    Rico1 0,300 m 4662 64,9 25,5 59,6

    2 0,300 m 4518 66,4 25 50,6

    Fonte: O autor

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    4.4 Ruptura e resistência à compressão de corpos-de-prova extraídos

    Por fim, a tabela seguinte mostra os valores de ruptura atingidos pelos testemunhos

    extraídos do concreto endurecido utilizados anteriormente para os ensaios não destrutivos. São

    mostrados as dimensões de cada exemplar, e também a relação h/d utilizada para calcular o fato

    de correção, necessário para a estimativa da resistência característica dos mesmos.

    Tabela 11 –  Valores de ruptura e resistência à compressão de corpos-de-prova extraídos

    Traço NºDiâmetro

    (mm)

    Altura

    (mm)h/d

    Ruptura

    (tn)Tipo de

    ruptura

    Fator de

    CorreçãoResistência

    (Mpa)

    Médio

    1 101,3 196,1 1,936 20,22 B 0,994 24,93

    2 101,1 196,1 1,940 19,43 D 0,994 24,06

    3 101,1 190 1,879 19,14 D 0,989 23,58

    4 101,1 198,9 1,967 20,13 D 1,000 25,08

    Pobre

    1 101,1 190 1,879 6,6 F 0,989 8,13

    2 101,1 188,1 1,861 5,89 B 0,987 7,24

    3 101,1 197,2 1,951 5,57 F 1,000 6,94

    4 99,3 143,9 1,449 7,61 G 0,956 9,39

    Rico

    1 101,3 154,2 1,522 25,29 D 0,963 24,35

    2 101,5 196,7 1,938 24,01 D 0,994 23,86

    3 101,2 195,1 1,928 23,64 F 0,993 23,47

    4 101,3 194 1,915 25,73 B 0,992 25,52

    Fonte: O autor

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    4.5 Comparativo entre os diferentes métodos aplicados.

    A tabela a seguir exibe um comparativo entre os valores de resistência estimados de

    cada traço, obtidos através dos respectivos ensaios. Nela é possível observar a diferença dos

    valores estimados de cada método para os diferentes traços.

    Tabela 12 - Estimados de resistência à compressão pelos diferentes métodos

    IDENTIFICAÇÃOENSAIO DERUPTURA

    ENSAIO DEESCLEROMETRIA

    ENSAIO DE ULTRASSOMRUPTURA DE

    TESTEMUNHOEXTRAÍDO

    Traço NºFcj = 28

    (MPa)Q médio

    Resistência

    média(Mpa)

    Velocidade

    de

    onda(m/s)

    Resistência

    média(Mpa)Fcj = 28 (Mpa)

    Médio

    1 28,15 45,87 19,5 4587 56,4 24,93

    2 24,16 46,81 21,5 4518 50,6 24,06

    3 22,72 44,91 19,5 - - 23,58

    4 26,54 42,46 19,5 - - 25,08

    5 25,58 - - - -

    6 26,63 - - - -

    7 23,64 - - - -

    8 27,45 - - - -

    9 26,13 - - - -

    10 24,62 - - - -

    Pobre

    1 6,64 36,65 13 3851 17,9 8,13

    2 7,86 33,68 12 3663 13,4 7,24

    3 7,94 34,69 12 - - 6,94

    4 8,23 33,54 11,5 - - 9,39

    5 6,22 - - - -

    6 6,92 - - - -

    7 8,41 - - - -

    8 6,91 - - - -

    9 7,31 - - - -

    10 7,22 - - - -

    Rico

    1 32,97 47,4 23 4662 59,6 30,21

    2 32,59 48,8 22,5 4518 50,6 29,49

    3 33,92 42,85 18 - - 29,18

    4 33,14 48,39 22,5 - - 31,66

    5 32,66 - - - -

    6 31,91 - - - -

    7 32,64 - - - -

    8 33,39 - - - -

    9 32,63 - - - -10 33,36 - - - -

    Fonte: O autor

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    Aplicando os métodos de tratamento estatístico normativos de cada método, é estimado

    o valor de resistência à compressão do concreto. Os seguintes gráficos oferecem um

    comparativo entre os valores fornecidos por cada método, entre os traços utilizados:

    Gráfico 1 –  Comparativo entre a resistência estimada do concreto de traço médio.

    Fonte: O autor

    Gráfico 2 –  Comparativo entre a resistência estimada do concreto de traço pobre.

    Fonte: O autor

    25,6

    20

    53,5

    24,3

    0,0

    10,0

    20,0

    30,0

    40,0

    50,0

    60,0

    Moldagem Esclerometria Ultrassom Extração

    Resistência Estimada - Traço Médio (MPa)

    7,4

    12,125

    15,65

    7,9

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    14,00

    16,00

    18,00

    Moldagem Esclerometria Ultrassom Extração

    Resistência Estimada - Traço Pobre (MPa)

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    Gráfico 3 –  Comparativo entre a resistência estimada do concreto de traço rico.

    Fonte: O autor

    A partir destes comparativos, foi possível observar as diferenças entre os resultados

    obtidos por cada método. Comparando o método padrão da moldagem de corpos de prova e o

    método da avaliação da velocidade de onda, a variação da resistência chega a ser superior em108% no traço médio, 111% no traço pobre, e 67% no traço rico.

    Entre os métodos da moldagem e da dureza superficial através do esclerômetro, a

    resistência do método não destrutivo foi 22% menor que a estimada pelo método habitual para

    o traço médio e 35% para o traço rico, enquanto este valor chega a ser 63% maior para o traço

     pobre. Comparando os corpos de prova extraídos e moldados, os valores de resistência se

    mostram 5% menores entre os testemunhos extraídos no traço médio, 26% menores no traço

    rico, entretanto no traço pobre, a resistência estimada é 6% maior pelo ensaio de extração.

    32,9

    21,5

    55,1

    24,3

    0,00

    10,00

    20,00

    30,00

    40,00

    50,00

    60,00

    Moldagem Esclerometria Ultrassom Extração

    Resistência EStimada - Traço Rico (MPa)

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