TCC_José Michell Santos Oliveira

download TCC_José Michell Santos Oliveira

of 32

Transcript of TCC_José Michell Santos Oliveira

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    1/32

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOASUFAL

    UNIDADE CENTRO DE TECNOLOGIACTEC

    CURSO DE ENGENHARIA QUMICA

    Jos Michell Santos Oliveira

    ESTUDO DA REMOO DE AMOXICILINA PRESENTE EM

    SOLUES AQUOSAS POR ADSORO EM CARVES ATIVADOS

    Macei

    2015

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    2/32

    Jos Michell Santos Oliveira

    ESTUDO DA REMOO DE AMOXICILINA PRESENTE EM

    SOLUES AQUOSAS POR ADSORO EM CARVES ATIVADOS

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao

    Curso de Engenharia Qumica do Centro de

    Tecnologia da Universidade Federal de Alagoas

    como requisito parcial para obteno do ttulo debacharel em Engenharia Qumica.

    Orientador: Christiano Cantarelli Rodrigues

    Coorientador: Altair Marques da Silva

    Macei2015

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    3/32

    Folha de Aprovao

    Autor: Jos Michell Santos Oliveira

    ESTUDO DA REMOO DE AMOXICILINA PRESENTE EM SOLUES

    AQUOSAS POR ADSORO EM CARVES ATIVADOS

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao

    Curso de Engenharia Qumica do Centro de

    Tecnologia da Universidade Federal de Alagoas

    como requisito parcial para obteno do ttulo de

    bacharel em Engenharia Qumica aprovado em 01

    de Setembro de 2015.

    ___________________________________________________________________

    Professor Christiano Cantarelli Rodrigues(Orientador)

    CTEC/UFAL

    Banca Examinadora:

    ___________________________________________________________________

    Professora Ivete Vasconcelos Lopes Ferreira

    CTEC/UFAL

    ___________________________________________________________________

    Professor Wagner Roberto de Oliveira Pimentel

    CTEC/UFAL

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    4/32

    RESUMO

    Estudo da remoo de amoxicilina presente em solues aquosas por adsoro em

    carvo ativado, no qual foi utilizado o endocarpo do coco da baa para a produode trs carves ativados por ativao fsica e qumica. A ativao foi realizada por

    dixido de carbono (CO2), Cloreto de Zinco (ZnCl2) e cido Fsforico (H3PO4) sendo,

    respectivamente, denominados de CH-7, SE-6 e SE-E e foram fornecidas as

    caractersticas dos mesmos pelo Grupo de Produo e Aplicao de Adsorventes do

    Laboratrio de Saneamento AmbientalLSA/UFAL. O estudo mostra a diferena da

    capacidade de adsoro entre carves fsica e quimicamente ativados, entre os

    quimicamente ativados, as variveis de otimizao da adsoro e arepresentatividade dos modelos de cintica e isotermas de adsoro. Os

    experimentos de cintica de adsoro foram realizados em um reator de banho finito

    e as isotermas de adsoro em frascos em agitao. Os carves quimicamente e

    fisicamente ativados adsorveram em torno 60 mg e 4 mg de amoxicilina por grama

    de carvo ativado, nessa ordem. Foi percebido que alm da rea superficial

    especfica influenciar a capacidade de adsoro, a concentrao do carvo ativado e

    a concentrao de amoxicilina tiveram influencia significativa no processo, entretanto

    as maiores eficincias ocorreram em baixos valores e faixas de valores de

    concentraes de carvo ativado (0,5 g/L) e amoxicilina (9,24-44,30 mg/L)

    realizados nos experimentos, respectivamente.

    Palavras-Chave: AdsoroCarvo Ativado Amoxicilina

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    5/32

    ABSTRACT

    Study of removal of amoxicillin present in aqueous solutions by adsorption on

    activated charcoal, which was used in the bay coconut endocarp to produce threeactivated carbons by physical and chemical activation. The activation was performed

    by carbon dioxide (CO2), zinc chloride (ZnCl2) and phosphoric acid (H3PO4) being

    respectively named CH-7, SE-6 and SE-E were given the characteristics of the same

    Group Production Adsorbents and application of the Environmental Sanitation

    Laboratory - LSA / UFAL. The study shows the difference of adsorption capacity

    between physical and chemically activated carbons, among chemically activated, the

    adsorption optimization variables and the representativeness of kinetic models andadsorption isotherms. The adsorption kinetics experiments were performed in a finite

    bath reactor and the adsorption isotherms in bottles in agitation. The adsorption

    kinetics experiments were performed in a finite bath reactor and the adsorption

    isotherms in bottles in agitation. The chemically and physically activated charcoals

    adsorbed about 60 mg and 4 mg of amoxycillin per gram of activated carbon, in this

    order. It was realized that addition of specific surface area influence the adsorption

    capacity, the concentration of activated carbon and concentration of amoxicillin had

    significant influence in the process, however the highest efficiencies occurred at low

    values and activated carbon concentrations ranges of values (0.5 g/L) and amoxicillin

    (9.24 to 44.30 mg/L) in the experiments performed, respectively.

    Keywords: Adsorption - Activated Carbon - Amoxicillin

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    6/32

    Sumrio

    1 Introduo .......................................................................................................................... 6

    2 Objetivo .............................................................................................................................. 8

    2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 8

    2.2 Objetivos especficos..................................................................................................... 8

    3 Reviso Bibliogrfica........................................................................................................ 9

    3.1 Microcontaminantes ....................................................................................................... 9

    3.2 Frmacos e Amoxicilina................................................................................................ 9

    3.3 Adsoro ....................................................................................................................... 10

    3.4 Adsorvente .................................................................................................................... 11

    4 Materiais e Mtodos ........................................................................................................ 14

    4.1 Adsorvente .................................................................................................................... 14

    4.2 Soluo do Antibitico................................................................................................ 15

    4.3 Ensaios de Adsoro ................................................................................................... 15

    4.3.1 Ensaios de Equilbrio............................................................................................ 15

    4.3.2 Ensaios Cinticos .................................................................................................. 16

    5 Resultados e Discusses............................................................................................... 17

    6 Concluso ........................................................................................................................ 287 Referncias Bibliogrficas

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    7/32

    6

    1 Introduo

    O uso de recursos naturais pela populao mundial, de maneira incorreta,

    vem causando a poluio no meio ambiente, que a modificao indesejada das

    caractersticas fsicas, qumicas ou biolgicas que prejudiquem ou possam

    prejudicar sade, sobrevivncia ou s atividades dos seres humanos na

    atmosfera, litosfera ou hidrosfera com efeitos locais, regionais ou globais (BRAGA et

    al, 2005).

    Os antibiticos so uma classe de frmacos que possuem caractersticas

    bactericidas e bacteriostticas, sendo utilizados em grandes propores por

    profissionais em ambiente hospitalar e pela populao em geral para uso domstico

    (ANVISA, 2014). Tais substncias qumicas, quando inadequadamente descartadasem redes de esgoto, independente da quantidade, so consideradas micropoluentes

    ou microcontaminantes.

    Micropoluentes ou microcontaminantes so compostos orgnicos presentes

    em guas que mesmo eem pequenas concentraes (em g/L ou em ng/L),

    geralmente em concentraes abaixo de 1 parte por milho, so capazes de

    desencadear efeitos sobre os sistemas em que so introduzidos e no so

    removidos por processos de tratamento em estaes de tratamento de esgoto (ETE)e de gua (ETA), ou dispostos no solo, em sedimentos e em guas naturais (SILVA,

    N. C., 2012; AQUINO et al, 2013).

    Dentre os microcontaminantes mais relevantes da classe dos antibiticos

    destaca-se a amoxicilina, devido ao seu alto consumo (SILVA, N. C., 2012), pois

    mesmo em pequenas propores favorece a toxicidade da gua, o aumento da

    resistncia de bactrias patognicas, provoca genotoxicidade e distrbios

    endcrinos na biota em geral e no homem (ERBA, 2011). Neste sentido, de grandeimportncia na atualidade, o desenvolvimento de tcnicas de tratamento que

    permitam remover este tipo de poluente de forma eficiente e segura.

    Diversas tcnicas tm sido estudadas com a finalidade de tratar este

    poluente, entre elas a adsoro, que se caracteriza pela reteno do poluente na

    superfcie de um slido adsorvente aps o contato entre as duas fases.

    Um dos materiais mais empregados como adsorvente na remoo de

    compostos orgnicos em processos de tratamento de guas o carvo ativado(CA), devido as suas caractersticas que em geral proporciona uma grande

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    8/32

    7

    capacidade de adsoro, e pelo fato da maioria dos frmacos apresentarem

    destacada afinidade com este tipo de adsorvente (MANGUEIRA, 2014; TAMBOSI,

    2008).

    O carvo ativado pode ser produzido a partir de vrios precursores orgnicos

    como madeira, casca e caroos de frutas etc. Dentre estes precursores, o

    endocarpo do coco da baa, popularmente conhecida como quengado coco, vem

    sendo utilizado na fabricao de carvo ativado. (MANGUEIRA, 2014; CAMBUIM,

    2009).

    Por sua grande disponibilidade, principalmente no nordeste do Brasil onde

    so encontrados os maiores produtores de coco (IBGE, 2014), por ser um

    subproduto da agricultura, sendo uma alternativa de menor custo em relao a

    outros precursores e por ser um precursor renovvel, uma matria-prima vivelpara produo de carvo ativado com alta porosidade, o que implica em uma rea

    superficial extensa (MANGUEIRA, 2014).

    Desta maneira, este estudo visa avaliar a remoo de amoxicilina de meios

    aquosos por carvo ativado produzido do endocarpo do coco da baa.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    9/32

    8

    2 Objetivo

    2.1 Objetivo geral

    Estudar o tratamento de solues aquosas contaminadas com amoxicilina

    atravs da adsoro em carvo ativado.

    2.2 Objetivos especficos

    1. Caracterizar o carvo ativado a ser usado como adsorvente;

    2. Determinar a cintica de adsoro;

    3. Determinar as isotermas de adsoro;

    4. Determinar a eficincia do processo de adsoro;

    5. Avaliar os resultados obtidos e determinar as variveis de processo que

    influenciam na melhor condio de adsoro.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    10/32

    9

    3 Reviso Bibliogrfica

    3.1 Microcontaminantes

    Os microcontaminantes so substncias presentes em guas em propores

    muito pequenas, da ordem de ng/L a mg/L. Estes tipos de contaminantes em geral,

    no so removidos em estaes de tratamento de esgoto (ETE) ou estaes de

    tratamento de gua (ETA). Este tipo de situao mostra a necessidade do

    desenvolvimento de mtodos de tratamentos mais especficos para a retirada destes

    tipos de contaminantes de guas, sejam elas residurias ou de abastecimento.

    So exemplos de microcontaminantes, as substncias presentes emfrmacos, desreguladores endcrinos, fungicidas, bactericidas, desinfetantes, meios

    de contraste, aditivos alimentares, produtos para cuidados pessoais, corantes,

    detergentes e desinfetantes encontradas, por exemplo, em esgoto, guas de

    abastecimento, sedimentos e lodo biolgico (LIMA, 2013; SOUZA, 2011).

    3.2 Frmacos e Amoxicilina

    Na classe dos frmacos, os antibiticos so substncias que tm grande

    destaque, devido sua importncia no combate de enfermidades e grande volume de

    uso. Os antibiticos so substncias biossintetizadas por seres vivos como

    cogumelos, fungos, plantas e organismos superiores. Estas substncias agem na

    inibio dos microrganismos e/ou no bloqueio do seu crescimento e replicao

    celulares, sendo seus efeitos inibitrio ou bactericida dependente da concentrao

    utilizada em infeces (SILVA, P., 2012).

    Dentre os muitos antibiticos existentes, a amoxicilina (C16H19N3O5S e Peso

    Molecular = 365,38 g/mol), Figura 1, uma penicilina semissinttica pertencente a

    classe das aminopenicilinas, que possui como grupamento biologicamente ativo o

    anel betalactmico, sendo um medicamento altamente utilizado para combater

    infeces que apresentem grande concentrao de bactrias (BRUNTON

    CHABNER; KNOLLMAN, 2012).

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    11/32

    10

    Figura 1 Molcula de Amoxicilina

    Fonte:http://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/51653564#section=Top

    Os frmacos, especificamente os antibiticos, so exemplos comuns de

    substncias que quando encontradas em um meio aqutico podem promoverprincipalmente a resistncia de bactrias patognicas e a toxicidade da gua

    (TAMBOSI, 2008). Neste sentido, de grande importncia ambiental a necessidade

    de evitar que estas substncias sejam descartadas de forma inadequada e sem

    tratamento em reservatrios de gua (BRAGA et al, 2005).

    3.3 Adsoro

    Diversas so as tcnicas que esto sendo usadas e aperfeioadas para o

    tratamento de guas contaminadas com frmacos, tais como coagulao,

    sedimentao e flotao, contudo ainda no comum definir uma tcnica que seja a

    ideal para este fim (LIBNIO, 2010). Esta situao leva a necessidade de se

    desenvolver estudos no sentido de buscar a melhor tcnica para cada tipo de

    frmaco. Neste contexto, a adsoro uma tcnica que tem sido usada para o

    tratamento de frmacos, e tem apresentado resultados promissores para esse fim

    (CERQUEIRA, 2013).

    A adsoro um processo em que uma substncia presente em um

    determinado meio fluido retida em uma superfcie slida atravs do contato das

    duas fases. Neste processo, a fase slida chamada de adsorvente e a substncia

    a ser removida da fase fluida chamada de adsorvato (Figura 2), (LIMA, 2014).

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    12/32

    11

    Figura 2 Adsoro em Carvo Ativado

    Fonte:http://www.naturaltec.com.br/Carvao-Ativado.html

    A adsoro pode ser de dois tipos, a adsoro fsica e a adsoro qumica. A

    adsoro fsica ocorre quando h a interao de foras de Van der Walls entre

    adsorvato e adsorvente, enquanto a adsoro qumica acontece quando h

    formao de ligaes entre o adsorvato e o adsorvente (SILVA, N. C., 2012).

    3.4 Adsorvente

    Na adsoro, a escolha do adsorvente um ponto essencial. Dentre os

    diversos adsorventes existentes, o carvo ativado, Figura 3, um dos mais usados e

    vem sendo empregado na remoo de compostos orgnicos em meios aquosos por

    apresentar valores significativos de remoo dessas substncias.

    Figura 3 Carvo Ativado

    Fonte:http://www.chinayxsy.com/21/76.html

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    13/32

    12

    Dentre as matrias primas para fabricao de carvo ativado so utilizados,

    por exemplo: madeira, fibras de piaava, cascas de caf e endocarpo do coco

    (MANGUEIRA, 2014).

    Para produo de carvo ativado, existem duas etapas: a carbonizao

    (pirlise) e a ativao.

    A carbonizao envolve a elevao da temperatura em atmosfera inerte em

    temperaturas acima de 350C para eliminao dos componentes mais volteis.

    Aps a carbonizao, feita a ativao, com a finalidade de desobstruo

    dos poros do carvo por ataque fsico (vapor de gua ou gs carbnico) ou qumico

    (cido fosfrico, cloreto de zinco, hidrxido de metais alcalinos ou acido sulfrico)

    nos materiais pirolisados seguindo de aquecimento acima de 350C (PRADO, 2010).

    A caracterizao do carvo ativado realizada para determinar ascaractersticas como teor de cinzas, o pH no ponto de carga zero (pHPCZ), sua

    porosidade e, principalmente, a rea superficial especfica usando a tcnica de BET,

    pois as mesmas possuem uma influncia direta no desempenho do adsorvente

    (CERQUEIRA, 2013).

    No estudo da adsoro, duas determinaes so importantes: a isoterma de

    adsoro e a cintica de adsoro.

    As isotermas de adsoro so curvas que mostram as quantidades mximasde adsorvato adsorvidas em um adsorvente no equilbrio. A quantidade mxima de

    adsorvato adsorvida chamada de capacidade de adsoro e relaciona a massa da

    substncia adsorvida por massa do adsorvente. So representadas por diversos

    modelos, sendo os mais usados os modelos de Langmuir (Equao 1) e Freundlich

    (Equao 2), (SILVA, N. C., 2012).

    (1)

    (2)

    Nas quais q e a capacidade de adsoro no equilbrio (mg/g), q0 a

    capacidade de adsoro mxima de uma mono camada (mg/g), KL e KF as

    constantes de Langmuir e Freundlich, respectivamente, nconstante que representa

    a intensidade do processo de adsoro e CF a concentrao do adsorvato no

    equilbrio (mg/L) .

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    14/32

    13

    A cintica de adsoro relaciona a adsoro do adsorvente em funo do

    tempo de adsoro Em geral, a cintica de adsoro pode ser representada por

    diversos modelos, contudo os mais usados so os modelos de pseudo-primeira

    ordem (Equao 3) e pseudo-segunda ordem (Equao 4), (SILVA, N. C., 2012).

    (3)

    (4)

    Na qual qt a capacidade de adsoro em funo do tempo (mg/g), qe a

    capacidade de adsoro no equilbrio (mg/g), k1 e k2 as constantes de primeira

    ordem e segunda ordem respectivamente e to tempo de adsoro (min).

    Para determinao dos dados dos modelos de equilbrio e cintico so

    utilizadas, respectivamente as Equaes 5 e 6 para determinao da capacidade de

    adsoro experimental.

    (5)

    (6)

    Nas quais, q a capacidade de adsoro experimental no equilbrio (mg/g),qt

    a capacidade de adsoro em funo do tempo (mg/g), V o volume da soluo

    (L), C0 a concentrao inicial de amoxicilina, Ct a concentrao em funo do

    tempo (mg/L), Cc a concentrao do carvo ativado (g/L), mc a massa de carvoativado (g) e CFa concentrao do adsorvato no equilbrio (mg/L).

    Estas curvas so de grande importncia, pois contribui na avaliao da

    eficincia de adsoro () (Equao 7) e de sua viabilidade de aplicao.

    ( ) (7)

    Na qual, C0 a concentrao inicial (mg/L) e CF a concentrao de

    equilbrio (mg/L).

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    15/32

    14

    4 Materiais e Mtodos

    O desenvolvimento deste trabalho foi realizado no Laboratrio de

    Saneamento Ambiental do Centro de Tecnologia, e contou com o apoio do

    Laboratrio de Sntese de Catalisadores LSCat/CTEC na realizao da

    caracterizao dos carves ativados usados como adsorventes.

    4.1 Adsorvente

    Os carves ativados usados neste trabalho como adsorvente foram

    produzidos e caracterizados pelo Grupo de Produo e Aplicao de Adsorventes. O

    precursor usado em todas as amostras foi o endocarpo do coco. O processo de

    produo usado foi a carbonizao em atmosfera inerte de N2seguida de ativao

    fsica com CO2ou ativao qumica com cloreto de zinco (ZnCl2) ou cido fosfrico

    (H3PO4). As amostras de carvo ativado foram selecionadas em uma peneira de 100

    Mesh para serem usadas nos ensaios de adsoro e caracterizao. A

    caracterizao foi realizada para determinar o pH do carvo atravs do mtodo

    descrito por (MORENO-CASTILLA; LPEZ-RAMON; CARRASCO-MARN, 2000) e

    a porosidade e rea superficial especfica usando a tcnica de BET como descritopor (JANKOWSKA; SWIATKOWSKI; CHOMA, 1991), (MARSH; RODRGUEZ-

    REINOSO, 2006), (BANSAL; GOYAL, 2005) e (RADOVIC, 2008).

    Foram utilizadas trs amostras de carvo ativado e a Tabela 1 apresenta um

    resumo das condies de carbonizao e ativao usadas na produo destes

    carves.

    Tabela 1 Condies de preparao dos carves ativados.

    Carvo Tcarbonizao(C) Tativao(C) Agente Ativante

    CH-7 800 800 Dixido de Carbono (CO2)

    SE-E 450 450 cido Fosfrico (H3PO4)

    SE-6 600 600 Cloreto de Zinco (ZnCl2)

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    16/32

    15

    4.2 Soluo do Antibitico

    O efluente lquido tratado nos ensaios de adsoro, foi produzido no prprio

    laboratrio, atravs da dissoluo do antibitico amoxicilina em gua na

    concentrao de 50 mg/L. A determinao da concentrao da amoxicilina foi

    realizada atravs de um medidor de TOC Shimadzu VCSN, que fornecia a

    concentrao em termos de concentrao de CO2 que era convertida em

    concentrao de amoxicilina atravs da Equao 8.

    (8)

    4.3 Ensaios de Adsoro

    Os ensaios de adsoro foram realizados para a determinao das isotermas

    de adsoro (ensaios de equilbrio) e cintica de adsoro da amoxicilina nas

    amostras de carvo ativado utilizadas.

    4.3.1 Ensaios de Equilbrio

    Os ensaios de equilbrio, foram realizados colocando em contato em vrios

    frascos um volume fixo de 100 mL de uma soluo de amoxicilina com

    concentraes variando de 10 a 100 mg/L, com uma massa fixa de 0,05 g de carvo

    ativado, conferindo a mistura uma concentrao de adsorvente de 0,5 g/L. Os

    frascos foram colocados em agitao por um perodo de 24 horas.

    Aps este perodo de agitao, amostras da soluo foram retiradas, filtradas

    e usadas para determinar as concentraes de amoxicilina remanescente na

    soluo, que a concentrao de adsorvato no equilbrio, CF. Todos os ensaios

    foram realizados em duplicata.

    Os dados obtidos nos ensaios de equilbrio com a Equao 7 foram utilizados

    para a construo das isotermas de adsoro relacionando a capacidade de

    adsoro com a concentrao de equilbrio. A partir desses resultados, foi realizada

    uma avaliao dos modelos de isotermas de adsoro largamente utilizados na

    literatura, como os modelos de Langmuir e Freundlich. As Equaes 1 e 2representam a capacidade de adsoro e os modelos de isotermas de Langmuir e

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    17/32

    16

    Freundlich, respectivamente.

    Os dados dos ensaios de equilbrio foram usados tambm para determinar a

    eficincia de remoo da amoxicilina () usando a Equao 7.

    4.3.2 Ensaios Cinticos

    Os ensaios cinticos foram realizados em batelada em sistema de banho

    finito. Em um reator, 1L da soluo de amoxicilina com concentrao de 50 mg/L foi

    colocada em agitao e, em seguida acrescentada uma determinada quantidade de

    carvo ativado por ensaio. Foram realizados quatro ensaios separados com duas

    massas de carvo ativado de 0,5 g (SE-E e SE-6) e outras duas de 1,0 g (CH-7 e

    SE-E).

    A partir do incio do contato do carvo ativado com a soluo iniciou a

    contagem do tempo do ensaio, e em tempos pr-definidos eram retiradas amostras

    para determinar a concentrao da amoxicilina. As amostras retiradas eram filtradas

    e em seguida sua concentrao era determinada.

    Os valores das concentraes determinadas nos ensaios foram usados para

    determinar a capacidade de adsoro dos carves em funo do tempo atravs da

    Equao 6.

    Os dados experimentais obtidos nos ensaios cinticos foram comparados

    com modelos cinticos de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda ordem

    largamente utilizados para este fim na literatura (OZACAR; SENGIL, 2005; HO e

    MCKAY, 1999a, 1999b; CHOY; MCKAY; PORTER, 1999). Os modelos de pseudo-

    primeira e pseudo-segunda ordem so representados pelas Equaes 3 e 4, nesta

    ordem.

    Todos os ensaios cinticos tiveram testes em branco, ou seja, na ausncia do

    adsorvente, com a finalidade de se verificar uma possvel reduo da concentrao

    dos poluentes por mecanismos adversos que no adsoro.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    18/32

    17

    5 Resultados e Discusses

    Os resultados obtidos neste trabalho esto apresentados em duas partes,

    sendo a primeira parte relacionada caracterizao dos carves ativados e a

    segunda parte relacionada ao uso destes carves como adsorvente para remoo

    do frmaco amoxicilina presente em solues aquosas, atravs de tratamento

    utilizando a adsoro em banho finito.

    Os carves ativados usados nesse estudo e apresentados na Tabela 1, foram

    produzidos pelo mtodo de ativao fsica (carvo CH-7) e ativao qumica

    (Carves SE-E e SE-6). A Tabela 2 mostra os resultados de algumas caractersticas

    desses carves bem como o rendimento de produo dos mesmos.

    Tabela 2Caractersticas dos carves ativados usados.

    CarvoABET(m2/g)

    Microporosidade(%)

    pHPCZRendimento

    (%)Dimetro(mesh)

    CH-7 644 97 10,0 23,2

    100SE-E 1620 54 3,6 22,8

    SE-6 1607 57 7,0 21,9

    Os resultados apresentados na Tabela 2 indicam de uma forma geral que os

    carves estudados apresentam caractersticas tpicas para este tipo de material

    quando comparados com resultados encontrados na literatura.

    As reas de BET podem ser consideradas de medianas a superiores, e a

    diferena entre o carvo CH-7 e os carves SE-E e SE-6 esto relacionados

    diretamente ao mtodo de ativao. Os carves ativados quimicamente (SE-E e SE-

    6) em geral apresentam reas maiores, pois o agente ativante (ZnCl2e H3PO4) ataca

    mais efetivamente os poros do carvo proporcionando assim um aumento da rede

    de poros disponveis quando comparado com a ao do agente ativante do mtodode ativao fsica (CO2). Este comportamento leva ao aparecimento de uma rea

    superficial especfica maior nos carves ativados quimicamente.

    Os resultados obtidos para o pH indicam carves cido, neutro e bsico. Esta

    variao no pH destes carves tambm est diretamente relacionada ao mtodo de

    ativao, pois em alguma medida os agentes ativantes transferem para o carvo

    ativado suas prprias caractersticas.

    A caracterstica cida ou bsica da superfcie de um carvo ativado degrande importncia para sua aplicao como adsorvente. Esta caracterstica

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    19/32

    18

    determina a capacidade que o carvo ativado tem de trocar ons durante o processo

    de adsoro em fase lquida, uma vez que as espcies inicas tm na interao

    eletrosttica o principal mecanismo de adsoro (CARROTT et al.,2011; DIAZ-

    DIEZB et al., 2008). Assim, a interao entre o pH do carvo e o pH da soluo um

    fator importante no processo de adsoro. Entretanto, neste estudo este parmetro

    no foi avaliado, e foi usado apenas um pH da soluo de amoxicilina que foi o pH

    original da soluo com concentrao de 50mg/L, que teve valor em torno de 6,8.

    Aps a caracterizao dos carves, foram realizados os ensaios de adsoro.

    Inicialmente foram realizados ensaios cinticos com os carves CH-7 e SE-E. Os

    resultados destes ensaios esto apresentados nas Tabelas 3 e 4 e na Figura 4.

    Observa-se nesta figura que a cintica de adsoro muito rpida, tendo o

    sistema alcanado a saturao em torno de 40min. A Figura 4 mostra, tambm queo carvo SE-E tem um desempenho muito superior ao carvo CH-7, apresentando

    uma capacidade de adsoro mxima em torno de 40mg/g, enquanto que a

    capacidade mxima de adsoro do carvo CH-7 para as mesmas condies foi de

    aproximadamente 5,0 mg/g.

    Figura 4 Cinticas de adsoro da amoxicilina nos carves CH-7 e SE-E com C0=50mg/L eT=25C.

    0 100 200 300 400 500

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    CC=1,0g/L

    Carvo CH-7

    Carvo SE-Eqt

    (mg/g)

    Tempo (min)

    A diferena de desempenho dos dois carves pode ter relao com a grande

    diferena das reas superficiais dos carves, uma vez que a disponibilidade de rea

    para adsoro do carvo SE-E 2,5 vezes maior que a rea do carvo CH-7. Esses

    resultados levaram a substituio do carvo CH-7 pelo carvo SE-6, que apresentarea superficial semelhante ao carvo SE-E.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    20/32

    19

    Tabela 3 Dados da cintica de adsoro da amoxicilina em carvo ativado CH-7, temperaturade 25C, concentrao inicial de amoxicilina de 50mg/L e concentrao de carvo ativado de1g/L.

    Tempo (min) TOC (mg/L) CAmox(mg/L) qt(mg/g)0 25,69 48,89 0,00

    15 24,03 45,73 3,1625 23,44 44,61 4,2845 23,73 45,16 3,7360 23,62 44,95 3,94150 23,37 44,47 4,41180 22,88 43,54 5,35300 23,99 45,65 3,24420 22,91 13,60 5,29480 23,89 45,46 3,43

    Tabela 4 Dados da cintica de adsoro da amoxicilina em carvo ativado SE-E, temperaturade 25C, concentrao inicial de amoxicilina de 50mg/L e concentrao de carvo ativado de1,0g/L.

    Tempo (min) TOC (mg/L) CAmox(mg/L) qt(mg/g)0 26,70 50,81 0,002 9,66 18,39 32,395 6,83 13,00 37,778 5,52 10,50 40,2610 6,13 11,67 39,1015 5,37 10,22 40,5522 5,81 11,05 39,7225 4,41 8,39 42,3730 4,20 7,99 42,7845 4,39 8,35 42,4160 4,64 8,83 41,9390 4,53 8,62 42,15120 3,70 7,04 43,73150 3,14 5,97 44,79180 3,58 6,80 43,96240 3,30 6,27 44,49

    300 3,61 6,87 43,90360 2,91 5,55 45,22

    A Figura 5 mostra as cinticas de adsoro dos carves SE-E e SE-6,

    baseado nos valores das Tabelas 5 e 6. Observa-se nesta figura que o

    comportamento para os dois carves semelhante, uma cintica rpida, com

    saturao em torno de 50min e uma capacidade de adsoro na saturao em torno

    de 60 mg/g. Esse resultado um indicativo de que para as condies usadas nos

    ensaios a rea superficial especfica parece ser o parmetro que mais interfere

    neste resultado, uma vez que os carves SE-E e SE-6 apresentam pHs diferentes e

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    21/32

    20

    reas com valores muito prximos. Assim, a diferena do pH entre os carves

    parece no ter interferido na capacidade de adsoro dos carves.

    Figura 5

    Cinticas de adsoro da amoxicilina nos carves SE-E e SE-6 com C0=50mg/L eT=25C.

    0 50 100 150 200 250 300 350 400

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Cc=0,5g/L

    Carvo SE-E

    Carvo SE-6

    qt

    (mg/g)

    Tempo (min)

    Tabela 5 Dados da cintica de adsoro da amoxicilina em carvo ativado SE-E, temperaturade 25C, concentrao inicial de amoxicilina de 50mg/L e concentrao de carvo ativado de0,5g/L.

    Tempo (min) TOC (mg/L) CAmox(mg/L) qt(mg/g)0 23,59 44,89 0,002 11,25 21,41 46,965 9,64 18,34 53,108 9,20 17,51 54,7710 7,23 13,75 62,2715 8,74 16,62 56,5320 8,01 15,24 59,3025 9,51 18,09 53,6030 9,01 17,14 55,50

    40 9,30 17,69 54,4050 6,62 12,60 64,5960 7,93 15,10 59,5975 8,56 16,28 57,2290 5,51 10,49 68,80120 8,00 15,22 59,34150 7,58 14,43 60,92180 7,36 14,01 61,77215 7,13 13,56 62,66240 7,37 14,03 61,73

    270 7,14 13,59 62,60300 6,83 12,99 63,79360 6,70 12,76 64,27

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    22/32

    21

    Tabela 6 Dados da cintica de adsoro da amoxicilina em carvo ativado SE-6, temperaturade 25C, concentrao inicial de amoxicilina de 50mg/L e concentrao de carvo ativado de0,5 g/L.

    Tempo (min) TOC (mg/L) CAmox(mg/L) qt(mg/g)0 30,89 58,78 0,00

    2 15,67 29,82 57,935 14,42 27,44 62,688 14,33 27,27 63,0310 14,02 26,68 64,2115 13,94 26,53 64,5120 13,30 25,31 66,9525 13,36 25,42 66,7230 13,37 25,44 66,6840 13,32 25,35 66,8750 14,05 26,74 64,09

    60 13,57 25,82 65,92120 14,28 27,17 63,22210 13,58 25,84 65,88240 13,78 26,22 65,12300 13,76 26,18 65,20360 13,38 25,46 66,64

    Figura 6 Cinticas de adsoro da amoxicilina no carvo SE-E com C0=50mg/L e T=25C.

    0 50 100 150 200 250 300 350 400

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Carvo Ativado SE-E

    Cc= 0,5g/L

    Cc= 1,0g/L

    qt

    (mg/g)

    Tempo (min)

    A Figura 6 apresenta as cinticas de adsoro da amoxicilina no carvo SE-E

    para duas concentraes de carvo, com base nos valores das Tabelas 4 e 5.

    Observa-se nesta figura que o uso de uma concentrao de carvo de 0,5 g/L

    apresentou um resultado em termos de capacidade de adsoro superior aos

    ensaios com concentrao de carvo de 1,0 g/L. Este resultado indica que

    possvel atravs de testes cinticos identificar a massa mais adequada de

    adsorvente para a adsoro de uma determinada substncia, sem que

    necessariamente o uso de uma maior concentrao de carvo leve a resultados de

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    23/32

    22

    maior desempenho.

    O conhecimento da cintica de adsoro possibilita avaliar o desempenho do

    processo quanto a capacidade de adsoro e tempo de adsoro. Neste sentido, o

    uso de um modelo que represente a cintica de grande valia para o estudo da

    adsoro.

    A cintica de adsoro em banho finito em geral pode ser representada por

    dois modelos clssicos, os modelos de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda

    ordem.

    A Figura 7 e Tabela 7 apresentam os dados experimentais cinticos bem

    como as curvas de ajuste dos dois modelos e os parmetros de ajuste dos modelos.

    Figura 7 Cintica de adsoro da amoxicilina no carvo SE-E e SE-6: C0=50mg/L, Cc=0,5g/L eT=25C.

    0 50 100 150 200 250 300 350 400

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Carvo SE-EDdos Experimentais

    Pseudo-Primeira Ordem

    Pseudo-Segunda Ordem

    qt

    (mg/g)

    Tempo (min)

    0 50 100 150 200 250 300 350 400

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Carvo SE-6

    Dados Experimentais

    Pseudo-Primeira Ordem

    Pseudo-Segunda Ordem

    qt

    (mg/g)

    Tempo (min)

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    24/32

    23

    Tabela 7 Parmetros de ajuste dos modelos cinticos aplicados aos ensaios de adsoro

    com carvo SE-E e SE-6: C0=50mg/L, Cc=0,5g/L e T=25C.

    Carvo SE-E

    Modelo Pseudo-Primeira Ordem Modelo Pseudo-Segunda Ordem

    Valor Erro Padro R

    2

    Ajustado Valor Erro Padro R

    2

    Ajustado

    qe 60,021 0,9160,9114

    qe 61,387 0,9150,9338

    K1 0,697 0,133 K2 0,023 0,006

    Carvo SE-6

    Modelo Pseudo-Primeira Ordem Modelo Pseudo-Segunda Ordem

    Valor Erro Padro R Ajustado Valor Erro Padro R Ajustado

    qe 65,216 0,3660,9921

    qe 65,979 0,3540,9945

    K1 1,080 0,097 K2 0,056 0,010

    Observa-se na Figura 7 que para os dois carves utilizados ambos os

    modelos apresentaram um ajuste superior, indicando que qualquer um deles pode

    representar de forma satisfatria os dados obtidos da adsoro da amoxicilina nos

    carves SE-E e SE-6.

    Notou-se que os modelos cinticos tiveram melhores ajustes nos dados

    experimentais de SE-6, o que contribui para um indicativo da melhor previso da

    capacidade de adsoro em um determinado tempo. Entretanto os modeloscinticos dos dois carves apresentaram uma alta representao do tempo mximo

    de adsoro.

    O ajuste encontrado para os modelos proporcionaram um coeficiente de

    ajuste R2 acima de 0,90, indicando que o modelo explica bem a tendncia dos

    valores dos dados experimentais. Os parmetros apresentados na Tabela 7

    mostram ainda que o modelo de pseudo-segunda ordem tem um ajuste superior ao

    modelo de pseudo-primeira ordem.O modelo de pseudo-segunda ordem, em geral, indica que o fenmeno de

    adsoro est preferencialmente relacionado a uma adsoro qumica

    (quimissoo), ou seja, uma interao qumica entre o adsorvato e o adsorvente.

    Contudo para a confirmao deste comportamento, anlises especficas da

    composio da superfcie dos carves ativados precisam ser realizadas, o que no

    foi feito neste estudo.

    Outro parmetro do modelo que refora a qualidade do ajuste o valor de qe,

    que indica a capacidade de adsoro no equilbrio. O valor experimental foi em torno

    de 60mg/g e 65mg/g para os carves SE-E e SE-6 respectivamente. Estes valores

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    25/32

    24

    so prximos dos valores encontrados nos modelos e apresentados na Tabela 7.

    O conhecimento dos dados de equilbrio tambm um ponto importante para

    o entendimento do processo de adsoro. A determinao das curvas de equilbrio,

    chamadas de isotermas de adsoro, de fundamental importncia para a

    determinao da capacidade de adsoro de um determinado adsorvente.

    A Figura 8 mostra os resultados das isotermas de adsoro da amoxicilina

    nos carves SE-E e SE-6.

    Figura 8 Comparao das isotermas experimentais.

    0 5 10 15 20 25 30 35

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    Isoterma Experimental SE-6

    Isoterma Experimental SE-E

    q(mg/g)

    Cf(mg/L) Os resultados indicam que a isoterma do tipo favorvel, que se caracteriza

    pelo aumento da capacidade de adsoro q com o aumento da concentrao de

    equilbrio Cf. Este comportamento bem tpico para a adsoro de substncias

    orgnicas, como a amoxicilina, em carves ativados de origem vegetal. Estes

    resultados em geral so usados como referncia no projeto de sistemas de

    adsoro.

    As isotermas de adsoro experimentais podem ser ajustadas atravs dediversos modelos encontrados na literatura. Contudo os modelos mais usados so

    os propostos por Langmuir e Freundlich, que representem bem as isotermas

    favorveis.

    A Figura 9 e Tabela 8 mostram os resultados dos ajustes dos dados

    experimentais com os modelos de Langmuir e Freunddlich, usando as Equaes 1 e

    2. Observa-se nesta figura que os dois modelos apresentam um ajuste satisfatrio

    para os dados experimentais, entretanto foi notado que para cada carvo h ummodelo que melhor se ajusta aos dados experimentais, o que mostra a importncia

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    26/32

    25

    da escolha do melhor modelo para uma possvel previso dos valores da

    capacidade mxima de adsoro no equilbrio para uma concentrao de

    amoxicilina no equilbrio.

    Figura 9 Isotermas de adsoro de amoxicilina nos carves SE-E e SE-6.

    0 5 10 15 20 25 30 35

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    Carvo SE-EDados Experimentais

    Modelo de Langmuir

    Modelo de Freundlich

    q(mg/g)

    Cf(mg/L)

    0 5 10 15 20 25 30 35

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    Carvo SE_6

    Dados Experimentais

    Modelo de Langmuir

    Modelo de Freundlich

    q(mg/g)

    Cf(mg/L)

    Tabela 8 Parmetros de ajustes dos modelos de Langmuir e Freundlich das isotermas deadsoro de amoxicilina nos carves SE-E e SE-6.

    SE-ELangmuir Freundlich

    q0 160,3110,67 KF 17,512,55KL 0,080,01 n 1,750,16R 0,9874 R 0,9650

    SE-6Langmuir Freundlich

    q0 140,32 11,29 K

    F 27,872,60

    KL 0,136 0,034 n 2,350,17R2 0,9586 R2 0,9831

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    27/32

    26

    Os dados das isotermas SE-E e SE-6 apresentados nas Tabelas 9 e 10 e

    Figura 10 fornecem valores de eficinciaacima de 67%, entretanto foi percebido que

    em algumas concentraes de amoxicilina de menor valor apresentou um maior

    rendimento na remoo da mesma, o que pode indicar uma forte influncia na

    otimizao do processo.

    Figura 10 - Eficincia de remoo da amoxicilina nos carves SE-E e SE-6 com concentraode carvo de 0,50g/L.

    0 20 40 60 80 100

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    Eficincia(%)

    C0(mg/L)

    Carvo SE-E

    Carvo SE-6

    Tabela 9Dados da isoterma de adsoro de amoxicilina no carvo SE-E.

    C0(mg/L) CF(mg/L) Mcarvo(g) q (mg/g) (%)

    9,24 2,03 0,0502 14,36 78,021,83 0,0504 14,69 80,16

    26,584,55 0,0505 43,64 82,894,43 0,0507 43,70 83,34

    44,309,16 0,0505 69,58 79,328,60 0,0520 68,66 80,59

    60,4416,26 0,0510 86,63 73,1015,90 0,0521 85,49 73,69

    78,8223,58 0,0514 107,48 70,0925,78 0,0506 104,81 67,29

    Tabela 10 Dados da isoterma de adsoro de amoxicilina no carvo SE-6.

    C0(mg/L) CF(mg/L) Mcarvo(g) q (mg/g) (%)12,02 1,05 0,0502 21,85 91,23

    31,403,99 0,0505 54,27 87,283,49 0,0507 55,05 88,90

    51,2111,87 0,0505 77,90 76,8212,70 0,0520 74,05 75,20

    71,87

    19,64 0,0510 102,42 72,68

    19,66 0,0521 100,22 72,65

    91,0630,73 0,0514 117,36 66,2529,67 0,0506 121,32 67,42

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    28/32

    27

    A apresentao e discusso dos resultados mostram, que de uma forma

    geral, os carves ativados usados tm potencialidade para serem usados como

    adsorventes no tratamento de solues aquosas contaminadas com amoxicilina,

    com desempenho considerado satisfatrio quando comparados com estudos

    similares encontrados na literatura. Vale destacar ainda, que neste estudo no foram

    abordados alguns pontos que podem ser relevantes para a avaliao do

    desempenho dos carves produzidos. Neste sentido recomendvel a ampliao

    deste estudo com nfase nas caractersticas qumica dos carves e novos testes de

    adsoro.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    29/32

    28

    6 Concluso

    A partir dos resultados obtidos e da discusso apresentada, pode-se concluir

    que os objetivos propostos neste estudo foram satisfatoriamente alcanados, pois os

    mtodos e avaliaes utilizadas permitiram a obteno de dados referentes a

    caracterizao dos carves ativados bem como seus desempenhos como

    adsorventes no tratamento da gua contaminada com amoxicilina.

    Assim, as concluses especficas para os pontos estudados so:

    a) Os carves ativados usados apresentaram um rendimento em massa em tono

    de 21% e pH variando entre 3,0 e 10,0;

    b) Os carves ativados quimicamente (SE-E e SE-6) apresentaram uma maior

    rea superficial especfica em torno de 1600 m2g-1, enquanto que o carvo

    ativado fisicamente (CH-7) apresentou uma rea superficial especfica de 640

    m2g-1;

    c) O carvo CH-7 apresentou um rendimento baixo na remoo da amoxicilina

    em comparao aos carves SE-E e SE-6;

    d) A eficincia global de remoo da amoxicilina ficou entre 65% e 90% para os

    carves SE-E e SE-6;

    e) Os dados obtidos para as cinticas de adsoro apresentaram ajuste aos

    modelos de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda ordem, com

    coeficientes de correlao ajustado (R2) acima de 0,90;

    f) Os dados obtidos para as isotermas de adsoro apresentaram ajuste aos

    modelos de Langmuir e Freundlich, com coeficientes de correlao ajustado

    (R2) acima de 0,95;

    g) Os carves ativados testados apresentam potencialidade para serem usados

    como adsorventes no tratamento de gua contaminada com amoxicilina,

    contribuindo assim com a proteo do meio ambiente.

    Foi notvel que o tipo de ativao, a concentrao do carvo ativado e a

    concentrao de amoxicilina apresentaram uma forte influncia como variveis de

    processo e que tanto os modelos de isotermas de Langmuir e Freudlich quanto os

    modelos cinticos de pseudo-primeira ordem e de psedo-segunda ordemapresentaram alta representao dos dados obtidos sendo essenciais na

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    30/32

    29

    determinao da eficincia e do tempo de processo. Portanto, a adsoro em carvo

    ativado mostrou ser uma alternativa promissora para remoo de amoxicilina de

    meios aquosos e na diminuio da poluio no meio ambiente.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    31/32

    7 Referncias Bibliogrficas

    ANVISA. Agencia Nacional de vigilncia sanitriaANVISA em: Acessado em: 15/12/2014.

    AQUINO, S.F.; BRANDT, E.M.F.; CHERNICHARO, C.A.L. Remoo de frmacos edesreguladores endcrinos em estaes de tratamento de esgoto:reviso daliteratura. Engenharia Sanitria Ambiental, v.18, n. 3, jul/set 2013, pg. 187-204.

    BANSAL, R.C.; GOYAL, M.. Activated Carbon Adsorption, New York, Taylor &Francis, 472 p., 2005.

    BRAGA et al. Introduo engenharia ambiental. 2. ed. So Paulo: PearsonPrentice Hall, 2005.

    BRUNTON, L.L.; CHABNER, B.A.; KNOLLMAN, B. C.. As bases farmacolgicas da

    teraputica de Goodman & Gilman. 12 edio. Porto Alegre: McGraw Hill, 2012.

    CAMBUIM, K.B.. Carvo de endocarpo de coco da baa ativado quimicamente comH3PO4e fisicamente com vapor dgua: produo, caracterizao e aplicaes.Tese(Doutorado em Qumica)Universidade Federal da Paraba, Joo Pessoa, PB,2009.

    CARROTT, M.M.L.R. et al. Production of activated carbons from almond shell. FuelProcessing Technology 92 p. 234240, 2011.

    CERQUEIRA, N.T.V.. Estudo da remoo dos pesticidas Malation e Metomilpresentes em solues aquosas por adsoro em carvo ativado produzido a partirde resduos agrcolas. Dissertao (Mestrado em Recursos Hdricos e Saneamento)Universidade Federal de Alagoas, Macei, AL, 2013.

    CHOY, K.K.H.; MCKAY, G.; PORTER, J.F.. Sorption of acid dyes from effluentsusing activated carbon. Resources, Conservation and Recycling 27, p. 57-71, 1999.

    DAZ-DEZB, M. A.et al. Production of activated carbons from coffee endocarp byCO2 and steam activation. Fuel Processing Technology 89, p. 262268, 2008.

    ERBA, C.C.. Avaliao da remoo de compostos farmacolgicos em filtro ecolgicoseguido por filtro de carvo granular biologicamente ativado.Dissertao (Mestradoem Engenharia Civil)Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, SP, 2011.

    HO, Y.S.; MCKAY, G.. A kinetic study of dye sorption by biosorbent waste productpith. Resources, Conservation and Recycling 25, p. 171-193, 1999a.

    HO, Y.S.; MCKAY, G.. Pseudo-second order model for sorption processes. ProcessBiochemistry 34, p. 451-465, 1999b.

    Instituto Brasileiro de Geografia e EstatsticaIBGE em: Acessado em: 15/12/2014.

  • 7/24/2019 TCC_Jos Michell Santos Oliveira

    32/32

    JANKOWSKA, H.; SWIATKOWSKI, A.; CHOMA, J., Active Carbon, New York, EllisHorwood, 280 p., 1991.

    LIBNIO, M. Fundamentos de qualidade e tratamento de gua.3. ed. Campinas,SP: tomo, 2010.

    LIMA, D.R.S.Remoo de frmacos e desreguladores endcrinos de guas naturaispor clarificao associada adsoro em carvo ativado em p. Dissertao(Mestrado em Engenharia Ambiental)Universidade Federal de Ouro Preto, OuroPreto, MG, 2013.

    LIMA, V.B. Remocao do acido mefenamico em solucao aquosa comCarvao ativado em po e via oxidacao com cloro. . Dissertao (Mestrado emEngenharia Civil e Ambiental)Universidade Estadual Paulista Julio de MesquistaFilho, Bauru, SP, 2014.

    MANGUEIRA, E.S.V.. Produo de carvo ativado a partir de endocarpo de coco da

    baa (Cocos nucifera) aplicado ao processo de adsoro do herbicida metribuzin.Dissertao (Mestrado em Engenharia Urbana e Ambiental)Universidade Federalda Paraba, Joo Pessoa, PB, 2014.

    MARSH, H.; RODRGUEZ-REINOSO, F. Activated Carbon, Elsevier, 536 p., 2006.

    MORENO-CASTILLA, C.; LPEZ-RAMON, M. V.; CARRASCO-MARN, F.. Changesin surface chemistry of activated carbons by wet oxidation, Carbon 38, p. 19952001,2000.

    OZACAR, M; SENGIL, I.A. A kinetic study of metal complex dye sorption onto pinesawdust. Process Biochemistry 40, p. 565-572, 2005.

    PRADO, R. G.. Produo de carvo ativado a partir do resduo da candeiaEremanthus erythropappus:Uso como suporte do catalisador H3PMo12O40emreaes de esterificao.Dissertao (Mestrado em Agroqumica)UniversidadeFederal de Lavras, Lavras, MG, 2010.

    RADOVIC, R.L.. Chemistry and Physics of Carbon, New York, CRC Press, 244 p.,2008.

    SILVA, N. C.. Remoo de antibiticos da gua por meio do processo de adsoroem carvo ativado. Dissertao (Mestrado em Materiais)Universidade EstadualPaulista, Ilha Solteira, SP, 2012.

    SILVA, P.. Farmacologia.8 edio. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

    SOUZA, N.C.. Avaliao de micropoluentes emergentes em esgotos e guassuperficiais. Tese (Doutorado em Engenharia Civil)Universidade Federal doCear, Fortaleza, CE, 2011.

    TAMBOSI, J.L. Remoo de frmacos e avaliao de seus produtos de degradao

    atravs de tecnologias avanadas de tratamento. Tese (Doutorado em EngenhariaQumica)Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, SC, 2008.