Capítulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas

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Universidade Politécnica/ Apolitécnica Jorge Pindula, Engº Civil Capítulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 0/30 Capítulo 5 DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE FUNDAÇÕES Índice Temático 1. Introdução ........................................................................................................................ 2 1.1. Definição ..................................................................................................................................... 2 1.2. Tipos de fundações ................................................................................................................... 2 1.2.1. Fundação superficial ou Directa ................................................................................ 2 1.2.2. Fundação profunda...................................................................................................... 2 1.3. Escolha do tipo de fundações/ Critérios de Dimensionamento ........................................ 3 2. Fundações Superficiais – Sapatas ................................................................................. 4 2.1. Simbologia e solicitações .......................................................................................................... 4 2.2. Classificação de Sapatas ........................................................................................................... 5 2.2.1. Quanto a tipo do elemento vertical ........................................................................... 5 2.2.2. Quanto a sua forma em planta ................................................................................... 5 2.2.3. Quanto a posição do elemento vertical ..................................................................... 6 2.2.4. Quanto a altura da sapata ........................................................................................... 7 2.3. Analise de tensões no terreno .................................................................................................. 7 2.3.1. Tensões instaladas........................................................................................................ 7 2.3.2. Tensão de referência .................................................................................................. 10 2.4. Critérios de Dimensionamento de Sapatas.......................................................................... 10 2.4.1. Pré – dimensionamento das dimensões em planta ............................................... 10 2.4.1.1. Casos Particulares .................................................................................................. 11 2.4.2. Pré - dimensionamento da altura............................................................................. 14 2.4.3. Dimensionamento de peças de fundação ............................................................... 15 2.4.3.1. Verificação de Segurança ao punçoamento/corte (ELU) – REBAP ................ 16 2.4.3.2. Dimensionamento da armadura .......................................................................... 18 2.4.3.2.1. Modelo de flexão ................................................................................................ 18 2.4.3.2.2. Modelo das bielas............................................................................................... 19 2.5. Exemplos construtivos ........................................................................................................... 20 2.6. Processo de calculo de sapatas .............................................................................................. 21 2.7. Exemplos Práticos ................................................................................................................... 21 Exemplo 1 .......................................................................................................................... 21 Exemplo 2 .......................................................................................................................... 21

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    CCaappttuulloo 55

    DDIIMMEENNSSIIOONNAAMMEENNTTOO DDEE EELLEEMMEENNTTOOSS DDEE FFUUNNDDAAEESS

    nnddiiccee TTeemmttiiccoo

    1. Introduo ........................................................................................................................ 2

    1.1. Definio ..................................................................................................................................... 2

    1.2. Tipos de fundaes ................................................................................................................... 2

    1.2.1. Fundao superficial ou Directa ................................................................................ 2

    1.2.2. Fundao profunda ...................................................................................................... 2

    1.3. Escolha do tipo de fundaes/ Critrios de Dimensionamento ........................................ 3

    2. Fundaes Superficiais Sapatas ................................................................................. 4

    2.1. Simbologia e solicitaes .......................................................................................................... 4

    2.2. Classificao de Sapatas ........................................................................................................... 5

    2.2.1. Quanto a tipo do elemento vertical ........................................................................... 5

    2.2.2. Quanto a sua forma em planta ................................................................................... 5

    2.2.3. Quanto a posio do elemento vertical ..................................................................... 6

    2.2.4. Quanto a altura da sapata ........................................................................................... 7

    2.3. Analise de tenses no terreno .................................................................................................. 7

    2.3.1. Tenses instaladas ........................................................................................................ 7

    2.3.2. Tenso de referncia .................................................................................................. 10

    2.4. Critrios de Dimensionamento de Sapatas.......................................................................... 10

    2.4.1. Pr dimensionamento das dimenses em planta ............................................... 10

    2.4.1.1. Casos Particulares .................................................................................................. 11

    2.4.2. Pr - dimensionamento da altura ............................................................................. 14

    2.4.3. Dimensionamento de peas de fundao ............................................................... 15

    2.4.3.1. Verificao de Segurana ao punoamento/corte (ELU) REBAP ................ 16

    2.4.3.2. Dimensionamento da armadura .......................................................................... 18

    2.4.3.2.1. Modelo de flexo ................................................................................................ 18

    2.4.3.2.2. Modelo das bielas............................................................................................... 19

    2.5. Exemplos construtivos ........................................................................................................... 20

    2.6. Processo de calculo de sapatas .............................................................................................. 21

    2.7. Exemplos Prticos ................................................................................................................... 21

    Exemplo 1 .......................................................................................................................... 21

    Exemplo 2 .......................................................................................................................... 21

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    Exemplo 4 .......................................................................................................................... 22

    Exemplo 5 .......................................................................................................................... 23

    3. Fundaes profundas (Indirectas) Estacas .............................................................. 24

    3.1. Generalidades .......................................................................................................................... 24

    3.2. Macios de Encabeamento de estacas ................................................................................. 24

    3.2.1 Dimenses em planta ................................................................................................ 25

    3.2.2 Espessura do Macio de Encabeamento de estacas ............................................. 26

    3.2.3 Dimensionamento do macio de Encabeamento ................................................. 27

    Exemplo 1 .......................................................................................................................... 29

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    1. Introduo

    1.1. Definio

    Fundaes so elementos estruturais cuja funo transmitir as aces actuantes na

    estrutura camada resistente do solo. Os elementos estruturais de fundaes devem

    apresentar resistncia adequada para suportar as tenses geradas pelos esforos solicitantes.

    Alm disso, uma fundao deve transferir e distribuir seguramente as aces da

    superstrutura ao solo, de modo que no cause recalques diferenciais prejudiciais ao sistema

    estrutural nem a prpria ruptura do solo.

    1.2. Tipos de fundaes

    1.2.1. Fundao superficial ou Directa

    Elemento de fundao em que a aco transmitida predominantemente pelas presses

    distribudas sob a base da fundao, e em que a profundidade de assentamento em relao

    ao terreno adjacente inferior a duas vezes a menor dimenso da fundao. Neste tipo de

    fundao incluem-se as sapatas e ensoleiramentos.

    1.2.2. Fundao profunda

    Elemento de fundao que transmite as aces ao terreno pela base (resistncia de ponta),

    por sua superfcie lateral (resistncia de fuste) ou por uma combinao das duas e que est

    assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimenso em planta e no mnimo

    3m. H duas subdivises principais a considerar: Estacas e Peges.

    As fundaes profundas podem ser:

    a) Estacas

    So peas longas de fraca seco transversal que servem de veculo de transmisso de cargas

    entre a base da estrutura e a camada firme de fundao e com esbeltez maior do que 6 ou 7.

    H que distinguir dois tipos fundamentais: estacas cravadas e estacas moldadas no terreno.

    b) Peges (Poos)

    Os Peges no so se no estacas do tipo moldado, mas de grande seco transversal, nunca

    inferior a 1m2, mesmo habitualmente com seco bastante maior.

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    c) Caixes

    So normalmente caixas ocas de beto que so descidas no terreno por HAVAGE

    (escavao pelo interior), ou levados a flutuar na gua para o local de implantao e ento

    afundados.

    1.3. Escolha do tipo de fundaes/ Critrios de Dimensionamento

    A qualidade e o comportamento de uma fundao dependem de uma boa escolha, que

    melhor concilie os aspectos tcnicos e econmicos de cada obra. Qualquer insucesso nessa

    escolha pode representar, alm de outros inconvenientes, custos elevadssimos de

    recuperao ou at mesmo o colapso da estrutura ou do solo.

    O engenheiro de fundaes, ao planejar e desenvolver o projecto, deve obter todas as

    informaes possveis referentes ao problema: estudar as diferentes solues e variantes;

    analisar os processos executivos; prever suas repercusses; estimar os seus custos e, ento,

    decidir sobre as viabilidades tcnica e econmica da sua execuo.

    Os factores que influenciam na escolha do tipo de fundao so analisados a seguir:

    a) Relativo super estrutura

    Devem ser analisados aspectos como: o tipo de material que compe as super estrutura, por

    exemplo, beto armado ou pr-esforado, estrutura pr-fabricada, estrutura de madeira,

    metlica ou alvenaria estrutural; quanto a funo da edificao, edifcio residencial,

    comercial, galpo industrial, ponte, silos; e com relao as aces actuantes, como grandeza,

    natureza, posio e tipo.

    b) Caractersticas e propriedades mecnicas do solo

    As investigaes geotcnicas so primordiais e muito importantes para a definio do tipo

    de fundao mais adequado. Delas obtm dados do solo, tais como: tipo de solo,

    granulometria, cor, posio das camadas resistncia, compressibilidade, etc.

    c) Posio e caracterstica do nvel dgua

    Dados sobre o lenol fretico so importantes para o estudo de um possvel rebaixamento.

    Considerveis variaes do nvel dgua podem ocorrer por causa das chuvas. Um poo de

    reconhecimento muitas vezes uma boa soluo para observao dessas possveis variaes.

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    d) Aspectos tcnicos dos tipos de fundaes

    Muitas vezes surgem algumas limitaes a certos tipos de fundaes em funo da

    capacidade de carga, equipamentos disponveis, restries tcnicas, tais como: nvel dgua,

    mataces, camadas muito resistentes, repercusso dos provveis assentamentos, etc.

    e) Edificaes na vizinhana

    Estudo da necessidade de proteco dos edifcios vizinhos, de acordo com o conhecimento

    do tipo e estado de conservao dos mesmos; como tambm a anlise da tolerncia aos

    rudos e vibraes so indispensveis.

    f) Custo

    Depois da anlise tcnica feito um estudo comparativo entre as alternativas tecnicamente

    indicadas. De acordo com as dificuldades tcnicas que possam elevar os custos, o projecto

    arquitectnico poder ser modificado. Um outro ponto relativo ao custo o planeamento de

    incio e execuo, pois, algumas vezes, uma fundao mais cara, garante um retorno

    financeiro mais rpido.

    g) Limitaes dos tipos de fundaes existentes no mercado

    Determinadas regies optam pela utilizao mais frequente de alguns poucos tipos que se

    firmaram como mais convenientes localmente; o mercado torna-se limitado, sendo, portanto,

    necessria uma anlise da viabilidade da utilizao de um tipo de fundao tecnicamente

    indicada, mas no existente na regio.

    2. Fundaes Superficiais Sapatas

    2.1. Simbologia e solicitaes

    Bx, By (A, B) Dimenses em planta

    Ht ou h Altura total

    Hu ou d altura til

    bx, by (a, b) dimenses do pilar

    ref tenso de referencia

    adm tenso admissvel no terreno

    i tenso instalada no terreno

    ex, ey excentricidade segundo xx,yy

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    2.2. Classificao de Sapatas

    2.2.1. Quanto a tipo do elemento vertical

    a) Sapata isolada: quando serve de fundao a um nico pilar isolado

    b) Sapata continua: quando serve de fundao a uma parede ou vrios pilares

    c) Ensoleiramento: quando serve de fundao a um conjunto de elementos verticais.

    2.2.2. Quanto a sua forma em planta

    a) Proporcionadas: se Mx>My ento Bx>By, isto uma sapata proporcionada a

    solicitao que e exercida sobre ela: Mx/My=Bx/By.

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    b) Homottica: e uma sapata em que as suas dimenses so proporcionais as dimenses

    do pilar, isto , cumpre a relao: bx/by=Bx/By.

    c) Bordos equidistantes: uma sapata em as consolas em relao a face do pilar, so

    iguais nas duas direces, isto , cumpre as condies: Bx=bx+2a0, By=by+2a0.

    d) Quadrada: uma sapata em que as suas dimenses nas duas direces so iguais

    entre si, isto e, cumpre a condio: Bx=By

    e) Sapata com uma dimenso condicionada: e uma sapata em que por qualquer

    condio uma das dimenses esta condicionada a um determinado valor mximo,

    isto e, uma sapata em que a dimenso por calcular numa direco depende da

    dimenso fixada na outra direco e da aco transmitida a sapata.

    2.2.3. Quanto a posio do elemento vertical

    a) Sapata centrada: quando o centro de gravidade do pilar coincide com o centro de

    gravidade da sapata.

    b) Sapata Excntrica: quando o centro de gravidade do pilar no coincide com o centro

    de gravidade da sapata.

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    2.2.4. Quanto a altura da sapata

    a) Sapata rgida: quando a altura til da sapata e maior que a metade da mxima da

    consola, isto e,

    2consola.maxHu

    b) Sapata flexvel: no caso contrario, isto , quando:

    2consola.maxHu

    Pelo regulamento espanhol EH 80

    Tipo I: 0.5h Vmax 2.0h sapata rgida

    normal

    Tipo II: Vmax 2.0 h sapata flexvel

    A altura til d e a correspondente a seco

    da face, mas d no e maior nem menor que

    1.5V;

    A distribuio de tenses no contacto sapata

    - solo de fundao, depende da rigidez da

    sapata e das caractersticas de deformao

    do solo.

    2.3. Analise de tenses no terreno

    2.3.1. Tenses instaladas

    a) Sapatas sob carga Centradas

    Neste caso, admite-se uma distribuio uniforme e constante das tenses do solo na base da

    sapata, igual razo entre a carga vertical e a rea da sapata (em planta).

    Em que:

    N a aco vertical na sapata

    Ac a rea da base da sapata

    AN

    i =

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    b) Sapatas sob carga excntrica

    Em muitas situaes prticas, as cargas verticais dos pilares so aplicadas excentricamente

    em relao ao centro de gravidade da sapata, gerando momentos nas fundaes. Com a

    obrigatoriedade da considerao das aces do vento, normalmente os pilares transmitem

    momentos em uma ou nas duas direces principais, gerando na base da sapata solicitaes

    de flexo normal composta ou de flexo oblqua composta.

    Sapata sob carga excntrica

    O valor da tenso mxima do diagrama obtido a partir das expresses clssicas da

    Resistncia dos Materiais para a flexo composta (aco excntrica). A distribuio de

    tenses depende do ponto de aplicao da fora vertical em relao uma regio especfica

    da seco, denominada ncleo central. Para foras verticais localizadas em qualquer posio

    pertencente ao ncleo central, as tenses na sapata sero somente de compresso.

    Ncleo central em sapatas de base rectangular

    Para foras verticais aplicadas dentro do ncleo central: 6ee

    Para excentricidade da fora vertical em apenas uma direco, calculam-se o valor mximo e

    mnimo do diagrama de tenses na sapata a partir da expresso da Resistncia dos Materiais

    referente flexo normal composta:

    wM

    AN

    minmax, = Em que,

    F - a fora vertical na sapata;

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    A - a rea da sapata em planta;

    M = F.e

    e - a excentricidade da fora vertical F em relao ao CG da sapata;

    w - o mdulo de resistncia elstico da base da sapata, igual a:

    a - a dimenso da sapata (em planta) na direco analisada;

    b - a dimenso (largura) na direco perpendicular analisada;

    Para excentricidades de carga nas duas direces ortogonais, valem as expresses da flexo

    oblqua composta, se a carga vertical situar-se no ncleo central, ou seja, se:

    Sapata sob carga excntrica nas duas direces

    De acordo com as excentricidades apresentadas na figura, a tenso mxima na sapata ocorre

    no ponto 4:

    y

    y

    x

    x4max w

    MwM

    AN ++==

    As tenses nos demais pontos devem ser tambm calculadas, especialmente para a avaliar se

    ocorrer a inverso das tenses (tenses de traco):

    y

    y

    x

    x1min w

    MwM

    AN ==

    y

    y

    x

    x2 w

    MwM

    AN +=

    y

    y

    x

    x3 w

    MwM

    AN +=

    6abw

    2=

    6be e

    6ae yx

    6baw

    6baw

    eFMeFM

    2

    y

    2

    x

    xy

    yx

    =

    ===

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    Para foras verticais aplicadas fora do ncleo central

    Quando a carga excntrica estiver aplicada fora do ncleo central, apenas parte da sapata

    estar comprimida, no se admitindo tenses de traco no contacto sapata solo. A rea da

    sapata que efectivamente comprimida deve ser calculada com as equaes gerais de

    equilbrio entre as aces verticais e as reaces do solo sobre a sapata.

    2.3.2. Tenso de referncia

    A tenso de referncia define-se como sendo uma media pesada das tenses mximas e

    mnima instaladas no terreno, atribuindo-se um peso de 3 tenso mxima e um peso de 1

    tenso mnima. Sendo assim e expresso da tenso de referncia ser:

    43 minmax

    ref+=

    A noo de tenso de referncia importante j que a verificao de tenses no terreno

    consiste exactamente em verificar a condio:

    admref

    Em que adm a tenso admissvel do terreno.

    2.4. Critrios de Dimensionamento de Sapatas

    2.4.1. Pr dimensionamento das dimenses em planta

    A anlise de tenses no terreno tem que ser precedido pelo pr dimensionamento ou seja

    por um dimensionamento prvio das dimenses em planta.

    Para isso e necessrio conhecer as solicitaes transmitidas pelo pilar, as dimenses do pilar

    e as caractersticas do terreno de fundao (adm) para a solicitao em estudo.

    As expresses de prdimensionamento de sapatas proporcionadas, homotticas, de bordos

    equidistantes e quadradas so formalmente idnticas e que se podem encaixar numa

    frmula geral.

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    Essa frmula :

    ( )

    +++++= adm

    2xyyy

    PNeee1B

    += 2BB yx

    Utilizando-se caso a caso os seguintes valores de e

    Formulrio de Pr dimensionamento

    Obs.: P o peso prprio da sapata e toma-se habitualmente P=10%N.

    2.4.1.1. Casos Particulares

    a) Sapata com uma dimenso condicionada

    Neste caso o ncleo da sapata que resiste carga N+P h de ser tal, que adicionada a

    excentricidade resulte a dimenso da sapata fixada.

    Exemplo: limite de propriedade

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    Admitamos por hiptese que se esta condicionado pela direco yy. Neste caso fixa-se o

    valor de By e vai calcular-se o Bx.

    Esta expresso s e valida se: By > 2ey

    No de pretender fixar o valor de Bx e calcular o valor de By e expresso ser:

    Esta expresso s e valida se: Bx > 2ex

    b) Sapata contnua

    Neste caso adopta-se a expresso dada para a sapata com uma dimenso condicionada, j

    que no caso da figura abaixo se depreende que o estudo pode ser feito por uma faixa de

    comprimento unitrio.

    Note-se no entanto que no caso da figura a solicitao mais geral ser: N e My j que Mx ser

    obrigatoriamente nulo. Caso no seja o estudo no poder ser feito por unidade de

    comprimento.

    Por substituio nas expresses respectivas temos:

    Se By = 1.0m:

    Se Bx = 1.0m:

    c) Ensoleiramento

    Neste caso adopta-se as expresses abaixo tomando para dimenses do pilar os valores

    apresentados na figura de bx e by correspondentes ao obstculo dos elementos verticais.

    ( ) xyyadmx e2e2BPNB +

    +=

    ( ) yxxadmy e2e2BPNB +

    +=

    adm

    xx

    e2PNB

    ++=

    adm

    yy

    e2PNB

    ++=

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    ( )adm

    2xyyxy

    PNeeeeB ++++++=

    += 2BB yx

    Em termos da aco a considerar sobre o ensoleiramento, as cargas transmitidas pelos

    elementos verticais, so todas transferidas estaticamente para o centro de gravidade G do

    ensoleiramento.

    d) Sapata excntrica

    Neste caso pode-se adoptar qualquer das expresses dadas, tomando naturalmente

    significados diferentes.

    Pequena excentricidade:

    A soluo fixar a dimenso

    xx b23B

    e chegar e a By em funo deste condicionamento, pois, se By >>> a excentricidade (ex)

    tambm muito grande.

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    Grande Excentricidade

    Nestes casos, a sapata devera ser contrabalanada por uma fora (P).

    +=

    +==+

    PeRMaP:Fixando

    oua

    eRMPa :Fixando

    aPeRM

    x

    x

    x

    OBS: S se justifica sapatas geminadas se os terrenos forem muito diferentes entre eles.

    2.4.2. Pr - dimensionamento da altura

    A Verificao de estabilidade interna corresponde, nesta fase, a assegurar a resistncia aos

    esforos de corte e/ou de punoamento na sapata, do que resulta a determinao duma

    altura adequada.

    Neste contexto, considera-se apenas o dimensionamento de sapatas rgidas j que para estas

    possvel considerar diagramas lineares das tenses instaladas no solo.

    Existe um critrio prtico para fixar a altura til d da sapata que se prende com a sua

    rigidez. Assim pode considerar-se os seguintes valores mnimos de d

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    onde a a maior consola. Usualmente os valores econmicos de d esto contidos no

    intervalo

    Pelo regulamento espanhol EH 80

    Tipo I: 0.5h Vmax 2.0h sapata rgida

    normal

    Tipo II: Vmax < 0.5 h Tipo consola curta,

    traces ligeiras

    Tipo III: Vmax > 2.0 h sapata flexvel

    2.4.3. Dimensionamento de peas de fundao

    Os critrios de dimensionamento so genericamente e como para outras pecas estruturais os

    seguintes:

    a) Estados Limites ltimos

    Momento flector,

    Esforo transverso,

    Punoamento, Aderncia

    b) Estados limites de utilizao

    Fendilhao

    Deformao

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    2.4.3.1. Verificao de Segurana ao punoamento/corte (ELU) REBAP

    Dimenses da sapata Bx, By, H

    Dimenses do pilar bx, by

    Esforos de clculo no pilar

    Nsd, Msd,x, Msd,y

    (Msd,x momento a actuar na direco x

    mobilizando a inrcia em torno do eixo y)

    - Verificao efectuada no contorne crtico definido distncia de 0,5d da face do

    pilar.

    No contorno crtico temos:

    ( ) dbb2u yx ++= ( )( ) 2yxu d44dbdbA ++=

    Sendo:

    u permetro do contorno critico

    Au rea definida pelo contorno critico

    Esforo actuante de Punoamento

    A parcela de carga correspondente resultante das tenses do terreno contidas no interior

    do contorno crtico pode ser descontada carga vertical transmitida pelo pilar. Esta reduo

    s ser feita para a parcela de carga relativa a valores de servio (utilizao)

    No entanto, este critrio no foi aplicado no desenvolvimento deste texto

    actuante esforo do reduzido ValorVNV sdsdred,sd =

    crtico contorno do interior no carga de Parcela AV u0,sdsd =

    com:

    sd,0 valor da clculo da tenso mdia no interior do contorno crtico. Este valor poder ser

    afectado de um coeficiente para se ter em conta a incerteza no diagrama de tenses no solo.

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 17/30

    5,1medio,sd

    0,sd=

    Efeito da excentricidade de carga

    Segundo o REBAP este efeito pode ser considerado atravs de um factor de amplificao das

    tenses de corte instaladas ou do esforo actuante de corte vindo para pilares rectangulares:

    ++=

    'y

    'x

    yxred,sdef,sd

    bb

    ee5.11VV

    sendo

    Vsd,ef valor do esforo actuante de punoamento tendo em considerao o efeito da

    excentricidade de carga.

    sd

    y,sdy

    sd

    x,sdx N

    Me ;

    NM

    e ==

    bx, by valor do esforo actuante de punoamento tendo em considerao o efeito da

    excentricidade de carga.

    dbb e dbb y'yx

    'x +=+=

    A tenso actuante mxima no contorno critico ser:

    duV ef,sd

    sd = A verificao da segurana estabelecida por:

    Em termos de tenses Em termos de esforos

    sd rd

    com:

    rd=(1.6 d)1 (d em mm)

    Vsd,ef Vrd

    Vrd= rd . u.d

    onde 1 vem definido no artigo 53 do R.E.B.A.P. e (1,6 d) 1(com d em metros).

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 18/30

    2.4.3.2. Dimensionamento da armadura

    2.4.3.2.1. Modelo de flexo

    Esforos de clculo no pilar Nsd, Msd,x, Msd,y

    Os momentos flectores para o dimensionamento

    das armaduras so o que se produz nas seces

    de referncia I e II por aco da reaco do

    terreno. As seces so definidas a uma

    distncia 0,15b para o interior do pilar.

    Para o caso do esforo centrado vira:

    Armadura segundo x: xx

    I

    2Iysd

    I b.35,02Bl ;

    2l.B.

    M == Asx armadura total a distribuir na dimenso By obtida por tabelas ou de forma aproximada:

    syd

    Isx f.d.85,0

    MA

    Armadura segundo y: yy

    II

    2IIxsd

    II b.35,02B

    l ;2

    l.B.M == Asy armadura total a distribuir na dimenso Bx obtida por tabelas ou de forma aproximada:

    syd

    IIsy f.d.85,0

    MA

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 19/30

    Disposio da armadura

    Em sapatas pouco alongadas as armaduras sero distribudas uniformemente.

    2.4.3.2.2. Modelo das bielas

    Esforos de clculo no pilar Nsd, Msd,x, Msd,y

    Armadura total: ( )syd

    xxsdsy fd8

    bBNA

    Armadura por centro: ( )

    ysyd

    xxsdsy Bfd8

    bBNA

    A armadura calculada deve prolongar-se duma extremidade outra sem interrupo.

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 20/30

    2.5. Exemplos construtivos

    a) Sapata isolada simples

    b) Sapata isolada com junta de dilatao

    c) Sapata sob caixa de elevador/escadas

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 21/30

    2.6. Processo de calculo de sapatas

    a) Pr dimensionamento, com base nas dimenses do pilar, dos esforos na base do

    pilar, tipo de sapata pretendida, tenso admissvel do terreno.

    b) Verificao das tenses no terreno

    c) Rectificao ou ratificao do pr dimensionamento

    d) Verificao ao punoamento e/ou esforo transverso

    e) Clculo da armadura

    f) Pormenorizao

    2.7. Exemplos Prticos

    Exemplo 1

    Proceda ao dimensionamento de uma sapata isolada e equidistante sujeita s seguintes

    solicitaes: Msd,x=100kNm, Msd,y=160kNm, Nsd=930kN e Vsd=200kN.

    Considere:

    Tenso admissvel de 0,3MPa,

    Pilar com seco 0,30x0,30m2

    Material: B25/A500, 30

    Exemplo 2

    1. Dimensionamento de sapata comum a dois pilares nas seguintes situaes:

    Pilar 1 Pilar 2

    Esforco Normal, N (kN) 1000 800

    Momento flector, M (kNm) 210 165

    Area, A (m2) 0,40x0,40 0,40x0,40

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    Distancia entre pilares = 2m

    Material: B25/A400

    Tenso admissvel = 0,4MPa

    2. Sapata comum com uma viga

    Para os mesmos esforos considerados anteriormente de P1 e P2. A viga situa-se a meio da

    sapata no sentido longitudinal e liga os dois pilares:

    Dimenses da viga: Bx=4m, By=0,4m e H=0,7m.

    Exemplo 3

    Dimensionamento de uma sapata isolada para

    transmitir ao solo um esforo N = 700kN, M =

    150kNm (valores caractersticos), por

    intermdio de um pilar rectangular de

    0.,30x0,40m2.

    - Caractersticas do solo: adm = 0,3 MPa;

    - Beto: B20

    - Armaduras: A400 ER

    Exemplo 4

    Considere um pilar de dimenses 0.400.40m2 solicitado na base com as seguintes

    combinaes de esforos:

    Combinao 1: NSd = 1000 kN ; MSd = + 200 kN.m

    Combinao 2: NSd = 1000 kN ; MSd = 200 kN.m

    Tendo em ateno o limite de propriedade distanciado a 0.70m da face do pilar e admitindo

    para o solo de fundao uma tenso resistente de clculo de 300kPa:

    a) Dimensione adequadamente em planta uma sapata que garanta a verificao do

    estado limite ltimo de resistncia do solo;

    b) Determine a altura da sapata e verifique o estado limite ltimo de resistncia ao

    corte;

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 23/30

    c) Calcule as armaduras necessrias e esquematize o seu traado em planta e em corte.

    Materiais: B25; A400

    Exemplo 5

    Faca o prdimensionamento de uma sapata rectangular, para o pilar em forma de L

    representado na figura e para uma nica solicitao referida aos pontos A e B, sabendo que

    se pretende a sapata centrada com o centro de

    gravidade do pilar e que a tenso admissvel

    no terreno de 200kPa.

    Ponto A: N=400kN

    My=80kNm

    Ponto B: N=250kN

    Mx=50kNm

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 24/30

    3. Fundaes profundas (Indirectas) Estacas

    3.1. Generalidades

    As fundaes profundas aplicam-se quando os solos prximos da superfcie do terreno so

    dotados de baixa capacidade de carga e/ou compressveis, no permitindo o emprego de

    fundaes em superfcie.

    Genericamente, as fundaes profundas esto assentes a uma profundidade maior que duas

    vezes a sua menor dimenso em planta. Neste tipo de fundao as solicitaes transmitidas

    so absorvidas numa parte pela face inferior ou exterior do elemento outra parte por

    aderncia da parede lateral do elemento (fuste) ao solo lateralmente adjacente.

    As cargas estruturais so transferidas para os solos de maior capacidade de suporte situados

    a maior profundidade, por meio de fundaes, designadas por profundas. A carga

    transmitida ao terreno atravs da base da fundao (Resistncia de ponta) e/ou da sua

    superfcie lateral (Resistncia de atrito).

    As fundaes profundas mais utilizadas so as fundaes por estacas que consistem

    essencialmente num macio (macio de encabeamento de estacas) que recebe as aces do

    pilar e as transfere para as estacas.

    3.2. Macios de Encabeamento de estacas

    Um macio de encabeamento de estacas uma estrutura constituda por uma sapata ou

    macio que se apoia sobre um grupo de estacas ou colunas que se introduzem

    profundamente no terreno para transmitir a sua carga ao mesmo. Os macios de

    encabeamento sao utilizados quando o terreno resistente esta a uma profundidade maior

    que os 5 ou 6metros quando o terreno e pouco consistente ate uma grande profundidade,

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    quando existe grande quantidade de agua no terreno e quando e necessrio resistir a aces

    horizontais de certa importncia.

    Fig. - Diversos tipos de macios

    3.2.1 Dimenses em planta

    A forma e dimenses em planta do macio de encabeamento de estacas so determinadas

    em funo do nmero de estacas adoptado e do afastamento entre estas.

    O numero de estacas e definido em funo da amplitude da aco normal do pilar e da

    capacidade resistente de cada estaca. Em conjunto as estacas devem oferecer uma

    capacidade resistente igual ou superior que a aco imposta pelo pilar.

    O afastamento entre as estacas deve ser o mnimo possvel de modo a economizar o gasto de

    beto para a execuo do macio. Porem, o afastamento entre as estacas deve ser tal que

    garanta o funcionamento previsto para a estaca.

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 26/30

    A separao mnima entre os eixos das estacas deve ser duas vezes o dimetro das estacas

    (s2Dest) e no inferior a 75cm. Esta separao deve manter-se em todas as direces da

    estaca. O qual deve ter-se em conta se existem estacas inclinadas: em qualquer caso, para

    evitar problemas de alienao convm que a separao das estacas no seja inferior a 1/15

    do comprimento das estacas.

    A distancia entre a face da estaca extrema e a face do macio deve ser, no mnimo, igual a

    0.25m. As estacas circulares so mais correntes e comuns de dimetros entre 0.30m e 1.00m.

    3.2.2 Espessura do Macio de Encabeamento de estacas

    A altura do macio fixada por razoes econmicas de modo que no seja necessrio

    armadura de corte. Como altura til, que permite evitar a comprovao de corte adopta-se a

    altura obtida pela expresso:

    34,014,0b500

    Nd d =

    Valida para o caso mais frequente de um macio de encabeamento de duas a seis estacas

    situadas simetricamente volta de um pilar quadrado, em que:

    Nd esforo axial transmitido pelo pilar em kN

    b largura do macio em metros (largura da seco na qual se comprova o cortante)

    d altura til recomendado para o macio em metros

    Fig. Dimenses recomendadas para macios

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    Denominam-se macios rgidos, aqueles em que o valor v, em qualquer directo no supera o

    dobro da altura total (v=2h) (figura anterior). Por outro lado, consideram-se macios

    flexveis os que apresentam um valor superior a 2h em qualquer direco.

    A espessura dos macios de encabeamento deve determinada para uma situao em que se

    considera rgida pois as aces distribuir-se ao uniformemente ficando todas estacas

    solicitadas de igual forma, nas seguinte condio:

    h5.1vh5.0 max

    Onde h representa a espessura da peca.

    3.2.3 Dimensionamento do macio de Encabeamento

    As estacas que de um modo geral so utilizadas agrupadas recebem as aces que lhe so

    transmitidas pela super estrutura por intermdio de macios de beto armado. Destacam-se

    dois problemas fundamentais a resolver, a saber:

    - Distribuio das aces pelas diferentes estacas - Dimensionamento do macio de transferncia (calculo de armadura, controle dos

    esforos e sua pormenorizao)

    3.2.3.1 Cargas actuantes numa estaca

    A carga total que actua sobre uma estaca obtm-se, somando, carga que lhe transmite o

    macio, o peso prprio da estaca e a frico negativa, caso exista.

    Os macios em geral, transmitem s estacas trs tipos de esforos: axiais, momentos e

    transversos. Destes esforos, os axiais so os esforos principais, enquanto os momentos e

    transversos, so esforos secundrios, em geral desprezados em relao aos primeiros.

    Para o clculo dos esforos axiais, que o macio transmite a cada estaca, costuma-se admitir,

    na prtica, que as estacas esto biarticuladas, e que o macio infinitamente rgido, o que

    simplifica o clculo como se ver mais frente. As hipteses de macio rgido produz

    pequenos erros no obstante no caso de macios flexveis, isso pode ser evitado como ser

    visto mais tarde neste mesmo ponto.

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 28/30

    No caso de macios de encabeamento isostticos, os esforos axiais nas estacas obtm-se

    simplesmente, decompondo a carga F em vectores que actuam segundo os eixos das estacas.

    Admitamos um conjunto de estacas idnticas, ligadas por um macio de grande rigidez. Seja

    0 o C.G das estacas, N a forca global vertical actuando com excentricidade (x0, y0)

    relativamente ao centro de gravidade das estacas.

    Se Ac for a rea total das N estacas a frmula da flexo desviada permite obter:

    Fig. Resultante das foras verticais

    y

    iy

    x

    ix

    c IxM

    IyM

    AN =

    =

    ==n

    1i

    2i

    cx0x yn

    AI yNM

    =

    ==n

    1i

    2i

    cy0y xn

    AI yNM

    A carga sobre a estaca i ser:

    == 2iiy

    2i

    ixi

    cii x

    xMyyM

    nNN ou

    nA

    N

    A existncia de momentos flectores Mx e ou My actuando em simultneo com a carga N,

    traduz-se apenas na alterao do valo de x0 e y0, mantendo-se portanto o processo de

    determinao de Ni.

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    Jorge Pindula, Eng Civil Captulo III - Fundacoes Superficiais e Profundas.doc - 29/30

    3.2.3.2 Clculo da estaca

    O clculo estrutural da estaca consiste na sua comprovao como elemento de beto armado.

    Se, como normal, se desprezam os esforos secundrios (momentos e transversos)

    transmitidos pelo macio, o clculo das estacas efectua-se como os pilares com carga

    centrada. Em relao ao possvel varejamento, s necessrio ter em conta nas estacas que

    trabalham por ponta. Por outra parte, o terreno constitui um apoio elstico ao longo da

    estaca, e corta, pelo menos parcialmente, as suas deformaes laterais, limitando os efeitos de

    segunda ordem. Em terrenos de boa consistncia admite-se como varejamento 1/3 do

    comprimento enterrado da estaca. Como excentricidade acidental devem tomar-se, valores

    superiores aos do pilar.

    A armadura longitudinal das estacas, normalmente ser constituda pelo menos de seis ferros

    para as estacas de seco circular, e de quatro ferros, para as estacas de seco quadrada; a

    sua quantidade geomtrica deve ser =0,005. A armadura transversal deve ser formada por

    espirais ou estribos dimensionados com os mesmos critrios e limitaes para os suportes.

    3.2.3.3 Macios de encabeamento de estacas. Clculo e armadura de macios

    Exemplo 1

    Suponhamos que temos um pilar que transmite uma carga axial N=8000kN e sobre este pilar

    est aplicado um momento flector, M=600kNm. Materiais: B25/A400

    a) Determinar o nmero de estacas

    b) Dimensionar as estacas.

    Seco do pilar: 0,60x1,20m2

    Material: B25/A400

    Dimetro da estaca, =0,50mm