Assagioli Roberto - Ser Trans Personal

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8/2/2019 Assagioli Roberto - Ser Trans Personal http://slidepdf.com/reader/full/assagioli-roberto-ser-trans-personal 1/168 Psicosíntesis para el nacimiento de nuestro Ser real

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P s i c o s í n t e s i s p a r a e l n a c i m i e n t od e n u e s t r o S e r r e a l

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Roberto Assagioli

SER

TRANSPERSONAL

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T í t u l o d e l a e d i c i ó n o r i g i n a l : Lo svilupo transpersonale.

© 1 9 8 8 C asa Ed i t r i c e As t r o l ab io - Ub a ld in i Ed i to r e , R o ma .

T r ad u cc ió n : Jo r g e Viñ es R o ig .Di señ o d e p o r t ad a : I r a id a Fe r r an d i s .

© GAIA EdicionesDe l a p r e se n te ed i c ió n p a r a t o d o s lo s p a í se s d e l en g u a ca s t e l l an a :V i c e n t e C a m a r ó n , 2 1 .2 8 0 1 1 Mad r id - Esp añ aTel . (91)526 20 59

Fax. (91)526 36 59

Pr imer a ed i c ió n : Oc tu b r e 1 9 9 3ISBN: 84-88242-06-9Depósi to Legal : M. 28 .082-1993I mp r eso en Ar t e s Gr á f i ca s C OFAS. S . A .

Reservados todos los derechos. Este libro no pued e reproducirse total ni parcialmente, en cualquier forma que sea, electrónica o mecánicame nte, sin autorización escrita del editor.

índice

Prefacio 7Introducción recopiladora 13

Primera parteEl e s t u d i o d e l s u p e r c o n s c i e n t e

1. El despertar y el desarrollo de la conciencia espiritual 192. El supercon sciente 253. Alpin ismo psicológico 354. La expansión de la conciencia: conquista y explora

ción de los mun dos internos 475. Superco nsciente y creación artística 616. La inspiración transpersonal 73

1. La intuición 752. La imaginación 793. La Iluminación 804. La Revelación 825 y 6. Inspir ación y Creación 83

7. Com prensión e Interpretación 847. Telepatía vertical 918. Símbolos de las experiencias transpersonales 97

Ejercicio de la rosa.— Introdu cción 114Técnica del Ejercicio 115

Segunda parteE l d e s p e r t a r e s p i r i t u a l

9. Fases y crisis del desarrollo espiritual 11910. El desarrollo espiritual y los trastornos neuro-psí-

quicos 129I. Crisis que preceden al despertar espiritual 130

II. Crisis prod ucida s por el desperta r espiritual 132III. Las reacciones qu e sigue n al des pert ar espir itual... 136IV. Las fases del proce so de tran sm utac ión 138V. La «noche oscur a del alma» 141

11. Mística y medicina 14912 . El despertar del alma 15713. La purificación del alma Y¡\14. La ciencia de la purificación aplicada 181

1. Purifica ción física 1812. Purificación em ocional \^_

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3. Purificación de la imaginación 1824. La me nte analítica 1845. La mu erte sup erior sintética 184Cu adr o de med itacione s para la purificación 185

15. Obstáculos al desarrollo espiritual: el miedo 1871. M étodo s psicológicos 1892. Méto dos espirituales 190

16. El mie do a sufrir: reflexiones sobre el dolor 193

17. Obstáculos al desarrollo espiritual: los apegos 1991. Método del 'desgarro' 2012. Métod o de la transmutación 2013. Métod o de la desdramatización y el hum or 2044. Método de la independencia interior y de la auto

nom ía espiri tual 205

18. Obstáculos emo tivos y m entales: agresividad y criticismo 2071. Transform ación y sublimación 2102. Desarrollo de las cualidades opuestas 210

Tercera parte

L a e s p i r i t u a l i d a d e n l a v i d a c o t i d i a n a19. La espiritualidad del siglo XX 21720 . Transmutación y sublimación de las energías afectivas

sexuales 2311. La represió n de los elementos inferiores 2322. Permitir el libre desahogo de las pasiones y d e los ins

tintos 2323. La transformación y sublimación de las energías ins

tintivas, pasionales y sentimentales 23421 . Dinero y vida espiritual 23922 . Marta y María: vida activa, vida m editativa 263

23 . Elementos espirituales de la personalidad: la belleza.

28124 . Elementos espirituales de la personalidad: el amor 29125 . Elementos espirituales de la personalidad: la energía. 29926 . Elementos espirituales de la personalidad: poder-vo

luntad 30727. Reflexiones sobre la paz 315Apéndice primero.—Elementos espirituales de la persona

lidad: el sentido moral 321Apéndice segundo.—Elementos espirituales de la persona

lidad: deseo de saber y capacidad de conocer 325Notas bibliográficas 329

Prefacio

Esta obra es una antología de escr i tos de Roberto Assa-g io l i —a pun te s , c on fe re nc ia s , e nsa yos , l e c c ione s— que fue

ron de sa r ro l l a dos e n e l t i e mpo c on una un ida d t e má t i c a : e lp roc e so «transpersonal».

En toda pe r sona se e nc ue n t ra l a t e n te un á mbi to de l Se rque se encuentra más a l lá de la experienc ia fenoménica común : l a t r a nspe r sona l ida d . Pa ra R obe r to A ssa g io l i , l a bús que da in t e r io r y l a r e a l i z a c ión de l S í Mismo re p re se n ta nuna a u té n t i c a y ve rda de ra " p ra x i s ' que a c t iva , c ua ndo l am a d u r e z p s í q u i c a l o p e r m i t e , l a d i m e n s i ó n t r a n s p e r s o n a ] .Este l ibro es , por tanto , una obra ú t i l para todo aquél quep re c i sa de c ompre ns ión y de o r i e n ta c ione s p rá c t i c a s e n l a

ardua ta rea que impl ica conocerse y rea l izarse a s í mismo.La t r a nspe r sona l ida d e s e l á mb i to de l se r donde re s ide

una c ua l ida d supe r io r . C ie r t a me n te , t a l c ua l ida d e s i n i c i a l -me n te r e c e s iva , pe ro no de be e n te nde rse po r e l lo que set r a t a de un don e xc e pc iona l y r e se rva do a unos poc os . Po re l c on t ra r io , l a d ime ns ión t r a nspe r sona l se e nc ue n t ra a d i s posic ión de cua lquiera que la evoque y la in tente desarrol l a r c on un e mpe ño c onsc i e n te y un t e mp la do uso de l a sp r o p i a s e n e r g í a s , m e d i a n t e l a s t é c n i c a s y e n t r e n a m i e n t o so p o r t u n o s .

Para la Psicosín tes is , la pr im era y ú l t ima cer teza de l «fenóme no huma no» e s e l S í Mismo: e l c e n t ro de g ra ve da d de lc ua l e s impos ib l e p re sc ind i r y pe l ig roso a l e j a r se . Es e v i dente que ta l concepción no es un a r t i f ic io para e ludir losp r o b l e m a s d e l a p e r s o n a l i d a d y d e l m u n d o , s i n o q u e e sconsecuencia de la comprensión de lo que es re la t ivo y loq u e e s p e r m a n e n t e e n l a e s t r u c t u r a a t ó m i c a d e l h o m b r e ,que e s «e s t ruc tu ra lme n te » idé n t i c a a l a e ne rg ía que c ompe ne tra todo e l Universo . Bajo esta ópt ica , la Psicosín tesis u t i -

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l iza toda la potencia l idad del «planeta-hombre»: un ser querepresen ta un m ic rocosm os en con t inuo deven i r , conf iado ala responsabi l idad de la conciencia que lo anima.

R o b e r t o A s s a g i o l i h a d e m o s t r a d o v e r d a d e r a m e n t e s e run c ien t í f i co de l e sp í r i tu que ha ded icado su v ida a des c u b r i r l a r e a l i d a d f e n o m é n i c a q u e s u b y a c e t r a s l a m e r ae v i d e n c i a d e l o s h e c h o s c o m p r o b a d o s . C u a n d o e x a m i n a m o s s e r e n a m e n t e s u o b r a , e n c o n t r a m o s q u e s u c o n c e p c i ó n

de l hom bre s e reve la i r reprochab le , m ien t ra s que su enfoque ps ico s in té t i co de l a v id a e s de un a am pl i tud i l im i t ada . La P s icos ín te s i s e s un «s i s t em a ab ie r to» , suscep t ib lede con t inua e in f in i t a evo luc ión , con un enfoque expe r i m e n t a l — b a s a d o e n h i p ó t e s i s y e n t é c n i c a s p s i c o d i n á m i -c a s p r o b a d a s — q u e e n c u e n t r a a p l i c a c i ó n p r á c t i c a e n t o d o s lo s c a m p o s d e l a a c t i v i d a d h u m a n a .

La obra de Rober to Assag io l i , m édico y ps iqu ia t ra , ad qu ie re todav ía una m ayor re levanc ia cuando la s i tuam os enel per iod o his tórico en e l qu e és te em pre nd ió y llevó a cabo

toda su t area de inves t igac ión y de d ivu lga c ión . E l lo de m ues t ra su gen ia l idad .Sus primeros escri tos se remontan a l año 1906, antes de

haber cumplido los veint idós años , edad en la que se l icenció en medicina y via jó a Zurich para especia l izarse en ps iqu ia t r í a . Cas i con tem poráneo de F reud y de Jung , in tuyóensegu ida l a in te racc ión en t re l a e s t ruc tu ra b io lóg ica y e lsubs t ra to em oc iona l y m enta l de l hom bre , e s tab lec iendo susre lac iones y enunc iando a lgunas l eyes fundam enta le s de l aps icodinámica. Y todo e l lo en un periodo en e l que la cul

tura médica ofic ia l todavía dis taba de plantearse s iquiera e lenfoque ps icosom át ico .Excepc iona l hum a nis ta , no s e confo rm ó con e s ta s p r i

m e r a s c o n q u i s t a s , s i n o q u e a m p l i ó l o s h o r i z o n t e s d e l aps ico log ía has ta e l t e r ren o i l im i ta do de l a e sp i r i tu a l ida d .Mien t ra s F reud inves t igaba los ba jos fondos de l a ps iquey J u n g e n t r e v e í a e l r e s p l a n d o r d e l d e s t i n o d e l h o m b r e t r a sla s som bras de su pasado , Assag io l i s e apres taba a conq u i s t a r e l « á t o m o p e r m a n e n t e » d e l h o m b r e , d e s c r i b i e n d o

s u s c o n t o r n o s e i n d i c a n d o s u s f o r m a s d e a c c e s o , a b r i e n d oa s í u n a n u e v a v í a a l a b ú s q u e d a i n t e r i o r d e l a d i v i n i d a d .La P s icos ín te s i s p lan tea de hecho un nuevo cam ino de au-to r rea l i zac ión , en l ínea con l a s nuevas h ipó te s i s y m é todos de la c ienc ia , ba sad o en l a acc ión y en l a re spon sab i l i d a d d i r e c t a : l a v i d a p a s a p o r n u e s t r a s m a n o s y n a d i ea s u m e e l c o n t r o l , a c e p t a n d o e l p r e s e n t e c o m o i n e v i t a b l ec o r o l a r i o d e l p a s a d o , c o n s c i e n t e s d e p r e p a r a r e n c a d a i n s

t an te e l p rop io fu tu ro .La p r im era pa r te de l l ib ro posee un ca rác te r desc r ip t ivo

y nos in t roduce a l concep to de v supe rconsc ien te ' , e s dec i r ,a l a spec to l a ten te de l a d im ens ión hum ana donde re s idenlos va lo res supe r io res de l hom bre . Al re spec to , e l au to r l i be ra e l con ten ido e sp i r i tua l de los rec in tos a donde h i s tó r i camente se le había re legado: las re l igiones , las f i losofías ylas diferentes ideologías ocul t is tas .

Uniéndose a l a s inves t igac iones ps ico lóg icas de W. J a m e s , Bucke , Ha l l , Jung , F rank l , Mas lo w y o t ros in ves t igad o

res de su época, Assagiol i se pos ic iona en contra de la mar-g i n a c i ó n d e l o « e s p i r i t u a l » d e n t r o d e l c o n t e x t o d e l ai n v e s t i g a c i ó n c i e n tí f i ca , y e n n o m b r e d e u n a v e r d a d e r ac i e n c i a h u m a n í s t i c a , p r o p o n e u n m é t o d o d e i n v e s t i g a c i ó nexper im enta l que no l im i ta su ob je t ivo ún icam ente a l c r i t e r io cuant i ta t ivo, s ino que lo completa con e l valor cual i tat ivo de la experiencia .

D i c h o m é t o d o p r o v e e l o s i n s t r u m e n t o s y t é c n i c a s a d e cuadas pa ra una inves t igac ión cuyo cam po de obse rvac iónse desp laza de l m undo ex te rno a l in te rno , conse rvando s in

em b argo los requ i s i tos ind i spen sab le s de ob je t iv idad y derea l idad fenom énica .

En es ta operación, resul ta evidente la dif icul tad que rep resen ta pa ra e l hom bre l l ega r a s e r un im parc ia l obse rva dor de s í m ism o pa ra pode r ana l i za r desapegadam ente suspro pia s reaccione s intrap s íqui cas . Pero, ta l y com o sos teníaAssagiol i , en es tos casos lo importante es «razonar bien» yes ta r d i spon ib le a l a expe r ienc ia de renovac ión s in p recon-cep tos o p re ju ic ios , s in t i énd ose t e s t im on io d i rec to de e sa

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l e y funda me n ta l de l U n ive r so que e s e l p roc e so e vo lu t ivo ,e l c ua l impu l sa a t odo a que l lo que e x i s t e a una inc e sa n tet ransformación, ya sea mediante la se lecc ión na tura l o b ienpor una a u toge s t ión re sponsa b le .

La segunda par te de l l ibro está dedicada a los problemasy cr is is que pueden surgir en e l camino espir i tua l , y presentala ac t i tud más adecuada para a frontar los y superar los. Aquíse pone de manif iesto todo e l equi l ibr io y la par t ic ipac ión de

Assagiol i como hombre , pues é l recorr ió c ie r tamente ta les caminos a frontando todo t ipo de d i f icul tades. Assagiol i posee ,de hecho, e l enorme méri to de haber sabido in tegrar t res aspec tos fundamenta les de su experienc ia existenc ia l : e l cul tura l , en e l cua l su inmensa e rudic ión le permit ió cosechar losfru tos más s ignif ica t ivos de l saber , desde las t radic iones másant iguas hasta nuest ros d ías; e l c ient í f ico , en e l que su profes ión de p s iqu ia t ra y p s i c o te ra pe u ta l e b r indó l a opo r tun id a dde profundizar en v ivo en la «problemát ica de l hombre»; y ,f ina lmente , e l humano, en e l que su autént ica vocac ión por la

autorrea l izac ión le h izo superar , con gran serenidad y va lor ,las a rduar pruebas a las que la v ida le somet ió .

En A ssa g io l i , e s t a s ín t e s i s r e su l t a e v ide n te y se ma n i f iesta en un a i luminac ión in te r ior y un gran am or hac ia lahuma n ida d , c a ra c t e r í s t i c a s s i e mpre p re se n te s a l o l a rgo detoda su obra . Lo que más impresiona de é l es su capac idadde pone rs e de pa r t e de l hom bre —inc luso c ua ndo de n unc i a su s a spe c to s ne ga t ivos— e n ba se a su i l im i t a da c on f ianza en e l fu turo .

La te rcera par te de l l ibro t raslada la invest igac ión prece

de n te a l á mb i to de lo c o t id i a no , se ña la ndo lo s va lo re s de le s p í r i t u y l a s m e t a s p r i m o r d i a l e s d e n u e s t r a e x i s t e n c i a .A qu í , a de má s , l a pa l a b ra de R obe r to A ssa g io l i de v ie ne e nte s t imon io : qu ie n lo c onoc ió e n tonc e s no pudo ya o lv ida r e lr e sp la ndor de su pe r sona i r r a d ia ndo be l l e z a , a mor , a l e g r í a ,c ompa s ión y pa z .

Al leer estas páginas se t iene la cer teza de que , despuésd e la s g r a n d e s p e n a l i d a d e s , d e s d e l o m á s p r o f u n d o d e lhombre na c e rá e l a lba luminosa de l a d iv in ida d , a n t e c uyo

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r e sp la ndor lo s su f r imie n tos , l o s a pe gos y l a s pa s ione s son ,c omo po r a r t e de ma g ia , t r a ns f igu ra dos e n e l sub l ime p ro ceso de renovación. Se t ra ta de la ca ta rsis o puri f icac ión quea nunc ia e l na c imie n to de una nue va hum a n i da d y que R obe r to A ssa g io l i i n tuyó y e xpe r ime n tó e n su p rop ia c onc ie n cia.

Los escr i tos de Roberto Assagiol i no necesi tan un la rgoprefac io . La c la r idad exposi t iva , la f lu idez , la coherenc ia de l

l e ngua je , l a c on t inua e j e mpl i f i c a c ión de lo s c onc e p tos , l aa use nc ia de c ua lqu ie r «he rme t i smo» y e l r e spe to a bso lu topor los va lores semánt icos lo convier ten en un exce lente escr i tor . Por todo e l lo , y por su consta nte em peñ o en esc la re c e r s u s p r o p i o s p e n s a m i e n t o s , A s s a g i o l i e s e l c o m p a ñ e r oide a l pa ra todo a que l que de se e se gu i r lo e n sus c onqu i s t a sin t e r io re s .

Es este , en mi opinión, un l ibro en e l que procede profund iz a r c on c a lma : no c on t i e ne nove da de s e x i s t e nc ia l e s , n ip l a n te a e xa l t a da s a ve n tu ra s p s íqu ic a s , n i muc ho me nos in d i c a mé todos fá c i l e s pa ra e n t ra r e n i l u so r io s pa ra í sos . Es ,má s b i e n , una va l io sa r e c op i l a c ión de t e ma s de sa b idu r í a yde re f l e x ione s p s i c oe sp i r i t ua l e s que c ons t i t uye n una e xc e l e n te gu ía pa ra todos a que l lo s que busc a n l a ve rda d e n lomá s p ro fundo de su p rop io se r .

SERGIO BARTOLI

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Introducción de la recopiladora

Roberto Assagiol i nac ió en Venecia e l 27 de Febrero de1888 y mur ió en Capolo na , en la provinc ia de A rezzo, e l 23 deA gos to de 1974 . D e jó va r i a s pub l i c a c ione s , a de má s de un

gran número de escr i tos en gran par te inédi tos, e laborados ene l t ranscurso de los años —y, por lo tanto , no fechados— enlos que la norma psicológica por é l concebida y desarrol ladacon e l nom bre de Psicosín tesis se amp l ía en toda su r iqueza . Elobje t ivo de l Inst i tu to de Psicosín tesis a l publ icar e l presentevolumen es va lor izar d icha r iqueza conmemorando e l cente nar io de l nac imiento de su fundador .

A de n t ra r se e n e l mundo de l pe nsa mie n to a ssa g io l a no s ig nif ica tomar concienc ia de su am pli tu d y r iqueza , así comode su l inea l idad y coherenc ia : un prec iso h i lo conductor pa

re c e i r h i lva na ndo lo s e sc r i t o s de lo s d i fe re n te s pe r iodos ,uniéndolos s imból icamente . Esta carac te r ís t ica ha fac i l i tadola subdivisión y la organizac ión de l mater ia l .

P ro fund iz a ndo e n l a l e c tu ra de sus e sc r i t o s , se pe rc ibequ e la rea l idad bio-psico-espir i tua l de l hom bre se le aparec iócomple ta a Assagiol i desde e l pr inc ipio , y que poste r iormentes u p e n s a m i e n t o f u e d e s a r r o l l a n d o y r e v i s t i e n d o d e f o r m atod a esta intuic ión inicial. Ya en 1909, al pub licar en la Rivistadi Psicologi Applicata e l a r t ículo «La psicología de l le idee-forze e la psicagogia», Assagiol i proponía una concepción de l

hombre y una disc ip l ina psicológica que , ta l y como é l mismorecordaría en 1971(1) , contenía en germen los puntos c lavesde la psicosín tesis . Los años y las experienc ias confi rmaríanaquel los pr imeros deste l los , desarrol la r ían la forma y e l pensa mie n to , e n r ique c e r í a n sus e spe c i f i c a c ione s , l a s c o lo ra r í a nde mat ices y las dotar ían de profundidad y de be l leza .

(1) Ver Roberto Assagiol i , La psicología e l'estitenza umana, Inst i tuto de Psicosíntesis, Florencia, 1971

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Organizar los d i fe rentes escr i tos en un cuadro c ronológ ic o re su l t a r í a ba s t a n te c ompl i c a do y qu iz á s t a mb ié n a lgosupe r f luo . Se r ía má s po r una c ue s t ión de c u r io s ida d quepor ve rda de ra ne c e s ida d , ya que e l pe nsa mie n to de A ssa -g io l i se de se nvue lve c l a ro y c ohe re n te e n e l t r a nsc u rso delo s a ños y , a un a pe sa r de su he t e roge ne ida d , t odo su ma te r ia l se organiza por s í mismo.

No es prec iso espec if icar la organizac ión impl íc i ta a esta

se l e c c ión : l a su s t a nc ia a dqu ie re fo rma e spon tá ne a me n te yhoy está listo ya este Ser Transpersonal, en e l q ue conflu yene sc r i to s que p roba b le me n te ha b r í a n fo rma do pa r t e de l ú l t imo l ibro que Assagiol i se d isponía a escr ib i r . Con e l lo sep ropon ía « se gu i r oc upá ndose de fo rma má s c oo rd ina da ysis temát ica de l «estudio e invest igac ión» de las experienc iassupe rc onsc i e n te s de l a s que se oc upa ba ya de sde «ha c ía dé cadas», y sobre las que se centra e l in te rés de la psicologíat r a nspe r so na l (2 ).

Que estos escr i tos hayan sido reunidos en esta obra está

más que just i f icado por e l hecho de ha l la rse en una carpe tagris , sobre la cua l e l propio Assagiol i , con su adornada peroc lara ca l igraf ía ochocent is ta , escr ib ió con un f lu ido t razo dep luma a z u l : «V o lume n de Ensa yos Esp i r i t ua l e s» .

En c ie r to aspec to , toda la obra de Assagiol i es espir i tua l ,pe ro muc ho má s e spe c í f i c a me n te e sp i r i t ua l e s l a pa r t e quetra ta de esa «aven tura la rga y a rd ua» , de ese «via je a t ravésde e x t ra ños pa í se s» que e s e l de sa r ro l lo e sp i r i t ua l de l hombre (capí tu lo 10, pág. 129) . Y de e l lo t ra ta e l presente volumen, con todo su in te rés humano y c ient í f ico .

El enfoque de Assagiol i , psiquia t ra y psicoterapeuta , eseminentemente psicológico; y para evidenciar ta l carác te r seha preferido usar en el t í tulo el adjetivo transpersonal —introducido en psicología sobre todo a t ravés de Maslow y desu escue la— en subst i tuc ión de l té rmino «espir i tua l» . «Cient í f i c a me n te —obse rva A ssa g io l i— e s un t é rmino má s a p ro piado; es mucho más prec iso . Por una par te es neutro e ín-

(2) Ver pagina 74 del capitulo 6 del presen te volum en

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dica aquel lo que está más a l lá o por enc ima de la personal i da d ordina r ia . Por o t ra , evi ta la confus ión que resul ta demezclar todo aquel lo que genéricamente se engloba ba jo e lt é r m i n o e s p i r i t u a l , p e r o q u e e n r e a l i d a d n o e s m á s q u epse udo -esp ir i tua l idad o 'parapsicolo gía ' .» A lo la rgo de j l ibro , para respe tar la or ig ina l idad de l texto assagiolano, se hac onse rva do s in e mba rgo e l t é rmino «e sp i r i t ua l» , u t i l i z a dopor e l autor «en su más amplia connotac ión, que inc luye nosólo las experienc ias espec íf icamente re l ig iosas, s ino todoslos estados de concienc ia y todas las func iones y ac t iv idadesque cont ienen va lores superiores a la media : va lores é t icos,esté t icos, heroicos, humani ta r ios y a l t ru is tas» .

D e a c ue rdo c on l a s i nd ic a c ione s de l p rop io A ssa g io l i , e lté rmino «desarrol lo espir i tua l» abarca , por tanto , . . .»Todasl a s e xpe r i e nc ia s r e l a c iona da s c on e l c ono c imie n to de lo sc on te n idos de l supe rc onsc i e n te , que pue de n inc lu i r o no l aexperienc ia de l Sí Mismo.» (3) .

El l ibro se a r t icula en t res par tes: la pr imera , nos in t rod u c e a l t e m a d e l a r e a l i d a d d e l m u n d o s u p e r c o n s c i e n t e

de sde un pun to de v i s t a c ognosc i t i vo ; l a se gunda , s igue decerca las fases y los problemas de l proceso de desarrol lo espi r i tua l ; la te rcera , se ocupa de imbricar sus e fec tos en loc o t id i a no .

Po rque . . . «T odo p roc e so p s íqu ic o se ba sa e n dos a s pe c to s o mome n tos in se pa ra b le s y , s in e mba rgo , d i s t i n to s :uno , de c onoc imie n to y c ompre ns ión ; e l o t ro , de a c tua c ión»(4); y porque . . . «La concepción espir i tua l de la v ida y desus man ifesta c ion es, le jos de ser teór ica o no prác t ica , ese mine n te me n te r e vo luc iona r i a , d iná mic a y c re a t iva » (5 ) .

MARÍA LUISA GIRELLI

(3) Ver Roberto Assagioli , Prmcipt e Metodi della Psitosuitesi Tempcuttia, Ast ro-labio, Roma, 1973, p 43

(4) R Assagioli , II valore pratico ai am ano della cultuta psichica, Insti tuto de C ul tura y terapia psíquica, Roma , 1929

(5) R Assagioli , Denaro e vita tpmttmle Ver el capitulo 21 del p r esen te vo lumen

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Primera Parte

El estudio del superconsciente

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1. El desper tar y e l desar rol lode l a conc ienc ia esp i r i tua l

El modo superf ic ia l y poco def in ido con que la pa labra

«espir i tua l» ha s ido y es f recuentemente usada , ha generadomuc ha c on fus ión e i nc ompre ns ión . Noso t ro s que re mos e v i t a r i n t e nc iona da me n te una de f in i c ión y p re fe r imos un mé todo más c ient í f ico: comenzar por los hechos y la experiencia,e in te rpre ta r des pué s lo que se haya observ ado y experim ent a do . Al mism o t iem po, e l s ignif icado concre to con que se u t i l iza aquí la pa labra «espir i tua l» quedará ac la rado a lo la rgodel presente capí tu lo .

El hecho fundamenta l de l cua l vamos a ocuparnos aquí esla experiencia y la conciencia espiritual, que pode mos e xp re sa r

de l a s igu ie n te fo rma : D e sde lo s t i e mpos má s re motos ha nexist ido seres humanos que han af i rmado haber experimentado estados de concienc ia que d i fe r ían enormemente —porsu c a l ida d , i n t e ns ida d o e fe cto— de a que l lo s que no rm a l mente proyec tan su propia luz o su propia sombra a l abr igode l c onoc imie n to huma no .

Pero estas personas hacen ot ra a f i rmación mucho más ampl ia : Sost ienen que ta les estados de concienc ia son e l resul tado de entra r , de forma voluntar ia o involuntar ia , en contacto con un plano o una esfera de la Realidad que está «por

enc ima» o «más a l lá» de aquel los genera lmente consideradoscom o «rea les».A esta esfera de la Realidad se la suele denominar trascen

de n te . Pe ro noso t ro s no u t i l i z a re mos e s t e t é rmino , que su giere a lgo abst rac to y remoto. Quien ha tenido este t ipo depercepciones, s iquiera fugazmente , asegura que éstas se s ienten como la cosa más rea l , duradera y sustanc ia l de l mundode todos los d ías , como la verdadera ra íz y esenc ia de l se r ,c omo una «v ida má s a bunda n te » .

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La abundanc ia de t e s t im onios sobre t a le s con tac tos conuna Real idad superior más plena y e levada, pu ed e dejarnoss in respiración. Provienen de personas de todos los t iempos yde todos los países y, entre otras , de aquel las qu e cons t i tuye nla f lor y nata de la humanidad.

Por e l lo, las tenta t ivas que se han hech o de negar ta les experiencias , las afi rmaciones d e que son mer as i lus iones o todolo más subl im aciones d e los ins t intos sexuales , son tota lm entearbi t rarias y demuestran la ausencia de un verdadero espír i tucientífico. William James, cuyo libro The Varieties of ReligiousExperience (1) es un mo delo de exam en imp arcia l y c ient í ficode es te tema, ha demostrado vigorosamente la real idad y e lvalor del re ino t ranscendente:

Me parece que los límites extremos de nuestro ser penetran enuna dimensión de la existencia totalmente distinta al mundo sensible y comprensible, como es habítualmente concebido; ya sea unaregión mística o una región sobrenatural, o como queramos llamarla.

Desde el momento en que nuestros impulsos ideales tienen orige n e™ esta región (y muchos de ellos lo tienen, porque hallamos quenos poseen de un modo que no puede ser expresado con palabras),nosotros también pertenecemos a ella, incluso más íntimamente queal mundo visible, porque pertenecemos más íntimamente a dondequiera que nuestros ideales pertenecen. Sin embargo, la invisible región en cuestión no es meramente ideal, ya que produce efectos eneste mundo. Cuando penetramos en ella, se produce efectivamenteuna transformación en el plano de nuestra personalidad completa,nos convertimos en hombres nuevos, y de ello resulta un modo decomportarse en el mundo natural en correspondencia con nuestrocambio regenerador. Pero aquello que produce efectos dentro de otrarealidad también debe ser llamado realidad. Por ello, no siento quetengamos ninguna excusa filosófica para llamar «irreal» al mundomístico o invisible.

La importancia de este reino superior de experiencia y de realidad no debe ser infravalorada, y la sola posibilidad de su existenciadebería estimular a los científicos a dedicar a su inve stigación unaparte de su energía, tiempo y celo en proporción a su valor hum ano.

(1) Variedades de la experiencia religiosa, Ed. 62,1986. (N. del T.)

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La declaración de James t iene la cual ida d de que es suscept ible de ser aceptada por parte de cualquier individuo l i bre , y de animarlo a adoptarla como una base digna de conf i a n z a p a r a u n a i n v e s t i g a c i ó n u l t e r i o r . S i e n d o é s ta las i tuación, ¿cuál debería ser nues tra act i tud hacia este re inosuperior? El sent ido común cons idera que deberíamos tenerloen cuenta con la misma seriedad con que nos apresuraríamosa cons iderar la afi rmación de que un grupo de exploradoresha descub ie r to — por e jem plo— que un c ie r to t e rr i to r io esrico en petróleo, o en metales o piedras preciosas . Ignorar ta lafi rmación sería una locura , por que correríamo s el r iesgo depr iva rnos de l a opor tun idad de adqui r i r nuevas e inm ensasfuentes de r iqueza. Pero una afluencia desorganizada haciaesa región, s in las arm as , los utens i l ios o e l equ ipo a decu ado ,expo ndría s in dud a a los que se aven turar an por e l la a l pel i gro de los anima les feroces o a las du ras condicion es c l imáticas del lugar. En el mejor d e los casos, es pro bab le que ta lesten ta t ivas descons ide radas tuv ie sen p robab i l idades de éx i totan sólo después de haber superado grandes pel igros y dif i

cul tades , y vieran su recompensa l imitada a una cant idad superfic ia l de los tesoros que hubiesen podido conseguir los exp lo radores m ás p ruden tes , m ás háb i le s y m ejor p repa ra dos .

Naturalmente , la razón y la experiencia aconsejan un acercamiento razonable a l problema:

1. El e s tud io conc ienzudo de toda l a docum entac ión pos ible sobre e l nue vo terr i torio.

2. La organ izac ión de una exped ic ión adecuada y equ i parla de la mejor forma pos ible .

S igam os por e l lo e s te m ism o m é todo , y exam inem os ycom parem os qué e s lo que d icen los exp loradores de e s tepoco con ocido «terr i torio» a l que nos referimos .

Ya des de e l inic io nos enco ntram os con una dif icul tad sustancia l : los términos con qu e se describen e l hecho centra l y e lpunto de acuerdo ya comentados dif ieren según el punto devis ta de cada uno de los observadores . Es decir : cada uno deel los ha reves t ido la mism a his toria con palabras que pre sentan importantes discrepancias ; su experiencia ha susci tado en

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e l los d is t in tas reacc iones emotivas que han in te rpre tado deformas d i fe rentes y , en ocasiones, son parc ia lmente contradic tor ias . Ut i l izando la apropiada expresión de James: «Cada individuo mezcla con la experienc ia or ig ina l una ser ie de est ruc tu r a s pe r son a le s i ne xa c ta s a l a s que e s t á fu e r t e m e n teapegado, tanto menta l como emocionalmente». Esta d iversi dad es la causa de que se originen las confusiones, los falsosconceptos y las dudas que envuelven a este tema.

Pero la existenc ia de ta les d i fe renc ias no es sorprendentey no de be inva l ida r l a r e a l ida d funda me n ta l de l a e xpe r i e n c i a . Son a lgo pe r fe c t a me n te na tu ra l , y ha s t a c i e r to pun toine v i t a b le , po r dos impor t a n te s r a z one s : l a p r ime ra e s quen inguna e s fe ra de l a r e a l ida d e s a lgo homogé ne o y s imp le ,s ino un «mundo» re a l , mú l t ip l e , va r i a do y l l e no de v ida .Poc o e s de e x t ra ña r , e n tonc e s , que lo s muc hos a spe c to s dea que l l a R e a l ida d ha ya n p rod uc id o in t e rp re t a c ione s d ive r s a s s o b r e l o q u e h a s i d o o b s e r v a d o . L a s e g u n d a r a z ó np u e d e s e r a t r i b u i d a a l a g r a n d i f e r e n c i a d e c o n s t i t u c i ó npsico-f ís ica , desarrol lo menta l y preparac ión histór ica y cultu ra l de l e s obse rva dore s , po r l o c ua l un mismo a spe c to del a R e a l i d a d e s e x p e r i m e n t a d o , i n t e r p r e t a d o y n a r r a d o d el a s fo rma s má s d ive r sa s .

La pr imera conclusión que podemos extraer de cuanto hasido dicho es que la conciencia espir i tua l no debe qu eda r l imitad a en mo do a lguno por c reenc ias re l ig iosas o míst icas,ni a un cierto tipo de experiencias, ni ser identificada con éstas . Es impor t a n te ha c e r t a l e s d i s t i nc ione s e n v i r tud de l a smuchas incomprensiones y de los numerosos confl ic tos, y de

la confusión y de l asombro que resul tan en su ausencia . Actua lmente , hay un número crec iente de individuos que se encuen tran en la deses perad a y acuc iante necesidad , aun qu e ame nu do inc onsc i e n te , de busc a r c ua lqu ie r c osa que l e s r e sul te má s sa t isfac tor ia y más $real& que la v ida «n ormal»que conocen. M uchos poseen una mente perspicaz y una vi s ión rea l is ta , pero no logran encontrar aquel lo que necesi tandentro de la re l ig ión t radic iona l . En a lgunos de e l los surgeuna violenta oposic ión; en o t ros, s imple indife renc ia . Los c re-

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d o s , las teologías, los r i tos o ceremonias, y e l recurso a unDios person al o a la ig lesia per tenecen , por lo que a e l los conc ie rne , a una edad pasada ; casi a un mundo dife rente .

Por deplorable que pueda parecer , e l lo es un hecho innegable y resul ta evidente en el com porta mie nto de la generac iones más jóvenes. Estas desean descubri r las cosas por s ímismas, experimentar todos los aspec tos de la v ida y aceptartan sólo aquel lo que se le presenta de forma obje t iva , demos

t rable y comp rensible ; en o t ras pa labra s: de man era c ient ífica, en el mejor sentido del término.

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2. El superconsciente

Dentro de l estudio de la const i tuc ión psíquica de l se r huma no , ha l l e ga do e l mome n to de e xa mina r l a pa r t e supe r io r

de l inconsc iente : e l supercon sc iente y e l Sí M ismo espir i tua l .A n te todo e s ne c e sa r io a f i rma r l a realidad d e l s u p e r c o n s c iente , porque ésta todavía no sue le ser reconocida —sobretodo e n e l cam po de la c ienc ia y de la psicología— y pa ra mu chos s igue siendo una t ie rra desconocida (más ade lante veremos po rqué ) . Pe ro l a r e a l ida d de l supe rc onsc i e n te no t i e nene c e s ida d de se r de mos t ra da ; e s una experiencia, y c ua ndo to mamos concienc ia de e l lo const i tuye lo que Bergson ha denominado con gran ac ie r to «da tos de la concienc ia» , los cua lesson en sí mismos la propia evidencia y la propia prueba . Es

una experienc ia d i rec ta , como lo es un color , un sueño o unse n t imie n to . Na d ie pue de n i t i e ne ne c e s ida d de «de m os t ra r»la sensac ión de l ro jo o de l verde , de la a legr ía o de l dolor ;para quien los experimenta , son una rea l idad psicológica .

A este respec to procede evi ta r un posible malentendido yac larar una duda: ¿cómo se puede hablar de experienc ia o deconocimiento de a lgo que está más a l lá o por enc ima de laconcienc ia? La respuesta es fác il y es la mism a que se p ue deapl icar a cua lquier o t ro aspec to o n ive l de l inconsc iente : pode mos e xpe r ime n ta r c onsc i e n te me n te e l e me n tos , a c t iv ida de s

o c on te n idos p s íqu ic os que e x i s t e n habitualmente fuera denuest ra concienc ia cuando éstos, en c ie r tos momentos o condic iones, entran en e l cam po de la concienc ia .

Existe un cont inuo in te rca mb io, un a «osmosis» entre lac onc ie nc ia y e l i nc onsc i e n te . En un mome n to da do lo quee ra supe rc onsc i e n te se vue lve c onsc i e n te , pe rma ne c e a s í du ra n te un e spa c io de t i e mpo má s o me nos l a rgo y de spué svue lve a se r supe rc onsc i e n te . Me gus t a r í a r e c o rda r a e s t er e s p e c t o q u e « s u p e r c o n s c i e n t e » , « i n c o n s c i e n t e » y « c o n s -

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d e n t e » s o n adjetivos, es dec ir , condic iones tempora les de l hec ho ps íqu ic o .

La entrada de l superconsc iente en la concienc ia puede te ner lugar de dos formas: la pr imera y más usua l se puede l la mar «descendente», y consiste en la i r rupc ión de e lementossuperconsc ientes dentro de l campo de la concienc ia en formade in tu ic iones, i luminac iones repent inas o inspirac iones. Confrecuencia sue len ser espontáneas e inesperadas, pero a veces

también pueden responder a una l lamada o invocac ión, tantoconsc iente como inconsc iente . La seg und a forma se pod ríal lamar «ascendente», y sucede cuando nuest ro centro de conc ienc ia se e leva desde e l yo autoconsc iente a n ive les superiores a los ordinar ios, hasta a lcanzar la esfera de l superconsciente.

L o s t e s t i m o n i o s s o b r e l a s e x p e r i e n c i a s d e l s u p e r c o n s c i e n te son innume ra b le s y p roc e de n de todos lo s t i e mpos ylugares; son experienc ias ant igu as y mo der nas , or ienta les yocc identa les . Pueden ser de var ios t ipos, pero ante todo están

las que corre spo nden a l cam po re l ig ioso y en par t icu lar lase x p e r i e n c i a s m í s t i c a s , a u n q u e t a m b i é n d e b e m o s t e n e r e ncuenta que éstas no son las únicas puesto que hay ot ras exper ienc ias superconsc ientes que poseen carac te r ís t icas no re l i g iosas. Si las experienc ias superconsc ientes son un hecho, natura lmente deben ser suscept ib les de invest igac ión c ient í f ica ,como cu a lquier o t ro t ipo de hech os. Y, c ie r tam ente , esta invest igac ión ya se ha in ic iado, aunque t iene poco desarrol loe n c ompa ra c ión c on l a e no rme impor t a nc ia y va lo r huma noy espir i tua l de l superconsc iente . Mientras que existen mil la

res y mil la res de psicólogos en todo e l mundo que estudianlos restantes aspec tos de la na tura leza humana (¡sobre todolos infer iores!) , son muy pocos los que se ocupan de l superconsc iente .

¿Cuáles son las causas de este extraño hecho? En pr im erlugar e l mater ia l ismo fundamenta l de l se r humano. Espec ia l me n te e l hombre oc c ide n ta l , c on su ma te r i a l i smo t e ó r i c o yprác t ico , se encuentra como hipnot izado tanto por las sensac iones proc eden tes de l m un do exter ior com o por las de su

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prop io c ue rpo . Es funda me n ta lme n te e x t rove r t ido , t i e nde aac tuar hac ia el exter ior , y e l m un do in te r ior, en todos sus aspec tos, le da miedo y no se encuentra a gusto en é l . Por e l lo ,t iende a evadirs e , a huir de todo aquel lo que le condu ce hac ia e l in te r ior o a enfrentarse consigo mismo. Otro de los mot ivos es e l miedo a ser anormal o a se r considerado como ta l .Quie nes v iven a lgun as de estas experienc ias supercons c ient e s t e me n pe rde r l a c a be —sobre todo c ua ndo se t r a t a de

i rrupc iones repent inas, inesperadas o d is t in tas a las de la vulgar y rest r ingida normal idad cot id iana— o t ienen miedo deque pue d a n se r morbo sa s o a no rma le s ; c ua ndo lo c i e rto esque , por e l contra r io , son swpernormales. Fina lmente , en e lcampo c ient í f ico e l mayor obstáculo es e l obst inado pre ju ic iode que estas experiencias no son objeto de la ciencia. Siendola psicología una c ienc ia joven, se ha apoyado —o mejor d i cho, ha permanecido— l igada a la metodología de las c ienc iasna tura les , lo cua l no le conviene en absoluto porque e l lo lasumerge en un «mar de confusiones». Para evi ta r lo , la psicología t iene , en cambio, e l derecho y e l deber de u t i l izar métodos igua lmente ser ios y c ient í f icos, pero adecuados a su na tura leza .

Sin embargo, ha exist ido un grupo de va l ientes p ionerosque o sa ron a ve n tu ra r se e n e l c a m po de l supe rc onsc i e n te yque in tentaron estudiar lo c ient í f icamente . El pr imero de e l losfue e l gran psicólogo americano Wil l iam James, que en unase r i e de c on fe re nc ia s —re un ida s pos t e r io rme n te e n l a ob raVarieties of Religious Experience l l evó a c a bo un a gu do e xa m e nde las experienc ias re l ig iosas; con simpat ía y aprec io , pero de

forma imparc ia l y obje t iva . Esto todavía resul ta mucho másval ioso , dado que James reconoce no haber tenido é l mismoestas experienc ias , por lo que debió de rea l izar un en orm e esfuerzo c ient í f ico para poder estudiar las a t ravés de o t ros.

Las conferenc ias de James tuvieron lugar hac ia f ina les de lsig lo pasado. Poco después, un médico americano, e l doc torBucke , t ras haber tenido una experienc ia imprevista y repent ina de i l umina c ión e sp i r i t ua l que l e impre s ionó p ro funda mente , comenzó a estudiar los test imonios de lo que é l deno-

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mina ba «C onc ie nc ia C ósmic a » —que e s , po r o t ra pa r t e , unté rmino muy d i sc u t ib l e . B uc ke re c op i ló y c ome n tó muc ha sexperienc ias de todos los t iempos, y d io una in te rpre tac ión enel libro Cosmic C onsciousness, publ icado en 1901.

Otro médico, Winslow Hal l , también recopi ló test imoniosde i luminac iones cuyo va lor resid ía en e l hecho de que se t ra taba de men of the street, es dec ir, de «perso nas cua lquiera»que no pose ían n inguna ot ra carac te r ís t ica superior , pero que

s in e mba rg o ha b ía n t e n ido e xpe r i e nc ia s de c a rá c t e r supe r -consc iente muy notables.

Entre los psicólogos modernos podemos c i ta r a Jung, se gún e l cua l existen e lementos que poseen un carác te r super ior , superpersonal , en lo que é l denomina «inconsc iente colec t ivo». Al soc iólogo Sorokin , que dedicó un capí tu lo de sulibro The Powers and the W ays of Altruistic Love a l supercons-c iente . A Frankl , neurólogo de Viena , que admite p lenamentela existenc ia de experienc ias superconsc ientes. Al psiquia t raUrba n de Innsbruck, qu e habla de la «psicología de lo a l to» .

F i n a l m e n t e , u n a a m p l i a i n v e s t i g a c i ó n s o b r e e l s u p e r c o n s -c iente fue l levad a a cabo por un psicólo go am erica no, A.Maslow, profesor de la Universidad de Brandéis , que expusolos resul tados en su l ibro «Towards a Psichology of Being»(Hacia una psicología del ser). (1) El l lama «ser» al conjuntod e e x p e r i e n c i a s q u e n o s o t r o s l l a m a m o s s u p e r c o n s c i e n t e s ,porque una de sus carac te r ís t icas es la de dar un sent ido de«ser p lenamente», de in tensidad de exist i r y de v iv i r . Maslowrecopi ló una ser ie de da tos importantes a t ravés de entrevistas personales en las que usaba un cuest ionario .

Esto nos l leva a hablar de l método de invest igac ión c ient í f ica de l superconsc iente . En pr imer lugar , es prec iso recopi la rl a doc ume n ta c ión ya e x i s t e n te —biog ra f í a s , a u tob iog ra f í a s ,episto la r ios, e tc .— de todas las épocas, y reunir da tos ac tuales mediante entrevistas personales con cuest ionarios. La segun da fase de la invest igac ión la const i tuye e l examen, c lasi fi -

(1) Publ icado en caste l lano con el t í tulo E/ Hombre Autorrealizado, Ed. Kairós. (N .del T.)

cac ión, in te rpre tac ión y va lorac ión de los da tos recopi lados.La te rcera fase , que es la más in te resante , es la «experimenta l» , y consiste en la u t i l izac ión de los métodos psicológicosadecuados para fac i l i ta r e l descenso de los e lementos superconsc ientes a l campo de la concienc ia , o b ien para promovere l ascenso de l centro de concienc ia a las luminosas regionessupe r io re s .

A t ravés de los da tos adquir idos hasta ahora en la invest i

gac ión de l superconsc iente , nosotros hemos ca ta logado y descr i to t rece carac te r ís t icas que poseen ya sea los n ive les super i o r e s , y a s e a l o s e s t a d o s d e c o n c i e n c i a q u e s e p r o d u c e ncuando aquél los entran en e l campo de la concienc ia .

La pr imera es un sent ido de profundidad: en var ios test imonios se habla de l legar hasta la ra íz , hasta la base de l propioser; de dejar la superficie ordinaria de la conciencia o llegarhasta e l fondo de uno mismo. Otra , es un sent ido de interiorización, un proced er d e lo externo hac ia lo in te rno, de la per i fe ria al centro de nuestro ser. La tercera es de elevación, d e as

censo; de «subir» a un nive l más a l to .El s imbol ismo de esca la r una montaña , de l legar hasta suc ima, se ha l la a menudo presente en los test imonios, y está re lac ionado con e l sendero, con la vía a recorrer, que es la cuartacaracterística. La quinta es la expansión, la ampliación —a vecesvert ig inosa— de la concienc ia ; los l ími tes rest r ingidos de l yose pa ra do son t r a sc e nd idos , a nu la dos mome n tá ne a me n te , y set iene la sensac ión de par t ic ipar de una concienc ia más vasta .La sexta es el des-arrollo, la activación, la sensac ión de e l iminarlo ve lado, lo «arrol lado», y por consiguiente , de «f lorecer» o

«emerger» . La sépt ima es la potenciación, como si una energíamás fuer te y más d inámica operara en nosotros, y se experi menta esa p leni tud e in tensidad de ser y de exist i r ya señalada .

Otra carac te r ís t ica f recuente es la sensac ión de despertar.E n m u c h o s t e s t i m o n i o s s e p u e d e n e n c o n t r a r e x p r e s i o n e sc omo l as s igu ie n te s : «H e de s pe r t a do a una re a l ida d s upe r ior» , «He sa l ido de las t in ieblas de los sent idos», «He pasadodel estado de sueño de la v ida ordinar ia a un estado de v ig i l ia

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superior». Al respecto, recordemos que a S iddharta Gautama,fundador de l Budism o, s e l e conoce por e l ca l i f i ca t ivo deBuddh a, que signif ica «Despierto» o «Perfecto I lum inado ».

También suele ser muy frecuente la sensación de iluminación, en la que una nueva luz no terrena t ransfigura e l mundoexterno dotándole de una nueva bel leza , e i lumina e l mundointerno, «arrojando luz» sobre los problemas y dis ipando lasd u d a s : es la luz intuitiva de un a conciencia super ior. Por re

gla gener al , es ta sensación se ve aco mp aña da de un sent i m ien to de gozo, d e alegría, que l lega incluso a es tados de beatitud. Y jun to con e llo — o indepe ndien tem en te— t iene luga run s en t im ien to de renovación o regeneración, como s i tuvieraluga r e l «nac im ien to» de un nuevo s e r den t ro de noso t ros .Después aparece la duodécima caracterís t ica , que es una sensación como de resurrección, de regresar a un es tado anteriorperdido y olvidado. Y finalmente , una sensación de liberación,de l ibertad interna.

Es te con jun to de ca rac te r í s t i ca s s e cor re sponde en g ran

parte con los tes t imonios recopilados e inves t igados por Mas-low, e l cual señala catorce caracterís t icas —o «valores de laconciencia del ser», usando su terminología— que son: sent i miento de pleni tud, de integración, de tota l idad; sent imientode perfección, de es tar completo, de vi ta l idad, de intens idad,de vida; sent imiento de r iqueza pero a l mismo t iempo de senci llez; sent ido de la bel leza , conciencia de la bo nda d, au sencia de esfuerzo, espontaneidad, a legría , jocos idad, «humor»;s en t im ien to de ve rda d , de realidad de la experiencia , en e lsent ido de que la experiencia revela a lgo verdadero, m ás ve r dadero aún que lo que puede l legar a conocer la concienciaord ina r ia . F ina lm ente , un s en t im ien to de independenc ia , del ibertad interior , es decir , de no tener neces idad de apoyarseen los demás: autosufic iencia , en un sent ido superior y espir i tua l .

Maslow afirma con propiedad que todas es tas manifes tac iones se interpen etran y se re lacionan en tre s í: «Más que forma r pa rte del ser , son aspectos de és te».

Todo es to hace surgir e l deseo d e pasar po r es te t ipo de ex-

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periencias , tan hermosas y fascinantes , y de buscar la formade favorecerlas o provocarlas . S in embargo, debo dar ahorauna pince lada má s oscura y decir que es tas experiencias tamb ién pueden re su l t a r inconven ien te s y pe l ig rosas . Es tos in c o n v e n i e n t e s p u e d e n a p a r e c e r d e b i d o a u n a e r r ó n e a c o m prens ión y valoración de la experiencia o bien a causa de supropia intens idad. La valoración errónea cons is te , ta l como yase ha señalado anteriormente , en cons iderarla como algo ext r a ño , anormal; como un s igno de desequil ibrio mental . Peroaparte de es ta fa lsa interpretación, la i rrupción de e lementossupe rcon sc ien te s — so bre todo , s i e s repe n t ina y m u y in tensa— dis tu rbia e l equi l ibrio preexis tente (más o men os real)de la personal idad ordinaria y puede producir reacciones dedesorientación o de exci tación exces iva. También pueden tener lugar incidentes y dis turbios cuando se produce su desarrollo, es decir, en el ascen so hacia los nivele s superio res. N oes es te momento para extenderme más sobre e l lo, pero he t ratado ampliamente es te tema en e l ensayo «El desarrol lo espir i tual y los dis turbios neuro -ps íquicos». (2)

Por otro lado, las ventajas y e l valor de es tas experienc ia s son m uy supe r io res a los d i s tu rb ios que en un p r inc i p io pud ie ran l l ega r a causa r , pues ayudan de fo rm a e f icaz are so lve r o a so luc iona r todos los p rob lem as hum anos , ind i v idua le s y soc ia le s . Lo hacen encuadrándolos en una rea l i dad m ás am pl ia , reduc iéndolos a su jus ta p roporc ión , pe r m i t i e ndo va lo ra r los de fo rm a d i s t in ta y m u cho m ás jus ta .D e t a l m o d o q u e l o s p r o b l e m a s , o y a n o n o s p r e o c u p a nm ás y s e evaporan , o b ien apa recen ba jo una luz supe r io rde man era que la solució n se nos presen ta c lara y concisa .

Veam os a lgunos e jem plos :Una de las mayores causas del sufrimiento y de los erro

res en la con duct a es e l mie do, ya sea en forma de a ngu s t iaindividual o de ese miedo colect ivo que empuja a un puebloa la guerra . Ahora bien, la experiencia de la real idad super-consciente anula e l miedo, ya que la consciencia de la pleni-

(2) Este ensayo forma parte del capí tulo 10 del presente volumen. (N del E )

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t ud y pe rma ne nc ia dé l a v ida e s i nc ompa t ib l e c on c ua lqu ie rsent im iento de temor. Otra de las causa s de los e rrores y delos males es la combat iv idad, que se basa en la separa t iv i -dad, en la agresiv idad y en los sent imientos de host i l idad yde od io . Pe ro e n l a se re na a tmósfe ra de l supe rc on sc i e n tee s to s impu l sos y se n t imie n tos no pue de n e x i s t i r . Q u ie n havivido ta l ampl iac ión de la concienc ia , ta l par t ic ipac ión, ta lse n t imie n to de un ida d c on todos lo s se re s , no t i e ne de se osde se gu i r c omba t i e ndo c on lo s de má s . A lgo a s í se r í a t o t a l m e n t e a b s u r d o , y a q u e s e r í a c o m o l u c h a r ¡ c o n t r a u n omism o! D e e s t a fo rma , l o s p rob le m a s má s g ra ve s y a ngu st iosos son resue l tos, e l iminados, con e l desarrol lo , la ampl ia c ión o e l ascenso de la consc ienc ia a l n ive l de una Real idad

supe r io r .

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1. Inconsciente inferior2. Inconsciente medio3. Inconsciente super ior o

Superconsciente4. Campo de la conciencia5. El Yo consciente6 . El Yo o Sí Mism o S uper ior7. Inconsciente colectivo

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Antes de dar por f ina l izado este examen o sumario , es necesar io ac la rar la d i fe renc ia entre e l superconsc iente y e l SíMismo espir i tua l (ver e l gráf ico adjunto , donde se esquema-

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t iza la const i tuc ión psicológica de l se r hum ano ). Si esta d ist inc ión no es muy evidente es debido a que los contenidos de lsuperco nsc iente —sobre todo en su n ive l má s e levado — seh a l l a n m u y p r ó x i m o s a l S í M i s m o S u p e r i o r y , p o r c o n s i gu ie n te , pa r t i c ipa n e n a lguna me d ida de su c ua l ida d . Pe roexiste una d i fe renc ia fundamenta l : en e l superconsc iente haye lementos o «contenidos» de d iverso género —act ivos, d inámicos, var iables— que par t ic ipan de la corr iente de la v idapsíquica en su conjunto . Por e l contra r io , e l Sí Mis mo es in

móvi l , estable , inmutable ; por consiguiente , distinto de aquél .Es oportuno tener presente ta l d i fe renc ia ; y también que

este sent ido de perm anenc ia y de estabi l idad es t ransm it ido—aunque de forma a tenuada y ve lada— por e l Sí Mismo espiritual a su reflejo, el Yo consciente y personal. Esto es lo quenos do ta de se n t ido de pe rma ne nc ia y de ide n t ida d pe r sona la pesar de todos los cambios, de la sucesión de los estados deánim o y de los d ife rentes contenid os de la concienc ia . Pues s ib i e n nos ide n t i f i c a mos c on d i s t i n to s «pe r sona je s» , d ive r sa ss u b - p e r s o n a l i d a d e s y d i f e r e n t e s e m o c i o n e s q u e s u c e s i v a

mente van ocupando e l campo de la concienc ia , en e l fondoc a da c ua l sa be que e s s i e mpre é l m i smo . C ua ndo a lgu ie ndice : «Ya no me reconozco», a l experimentar un importantecambio en su v ida , en rea l idad está d ic iendo: «Aquel lo con loque antes me ident i f icaba ha desaparec ido y ahora me ident i f ico con ot ra cosa». Propiamente , e l dec i r : «ya no me reconozco» impl ica , paradój icamente , la existenc ia de un oscuro yla tente sent ido de cont inuidad sostenida . De no ser así , tampoco podría exist i r la sensac ión de no reconocernos, que es e lresul tado de comparar , de enfrentar e l estado de concienc ia

anterior con el actual. Por ello, el carácter esencial de la auto-concienc ia es la cont inuidad, la permanencia . No obstante , lacont inuidad de l Yo consc iente es solamente un pá l ido re f le jode l a pe re nne e i nmor t a l e se nc ia de l Y o e sp i r i t ua l : e l S íM i s m o .

En el d iag ram a, e l Sí Mis mo está s i tuado en e l extrem osuperior de la per i fe r ia de la personal idad, par t ic ipando desu in t e r io r —e n re l a c ión de c on t inu ida d c on e l supe rc ons-

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ciente— y del exterior. Con ello se indica su doble naturaleza:individua l y universa l a l mismo t iempo. Esto puede parecerparadój ico , inc luso incomprensible para la mente o la conc ienc ia personal , pero es un estado de concienc ia que puedese r —y de he c ho lo es— e xpe r im e n ta do y vivido en c ie r tosmomentos de e levac ión en los que uno «sa le» de los l ími tesde l conocimiento ordinar io . En e l los se experim enta una sensac ión de ampliac ión y expansión sin l ími tes junto con unaalegría y felicidad inmensas, algo que es esencialmente inefable e imposible de expresar con pa labras.

Aquí se inicia el contacto con el Misterio, con la RealidadSuprema. De e l lo no puedo hablar ; está más a l lá de los confi nes de la psicología y de la ciencia en general. Pero la psico-sín tesis pu ed e ayudar a aprox imarn os a este um bra l , lo cua lya e s muc h o .

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3. Alpin ismo ps ico lóg ico

Hemos dicho que existen dos modos d ist in tos, y en c ie r tos e n t i d o o p u e s t o s , d e e x p l o r a c i ó n d e l s u p e r c o n s c i e n t e . E l

modo má s f r e c ue n te e s e l que de nomina mos descendente, q u econsiste en la a f luenc ia o i r rupc ión de e lementos superioresen e l campo de la concienc ia . Este modo se podría considerarcomo una forma de te lepa t ía —telepa t ía ver t ica l , concre ta mente— porque entre e l Yo consc iente y e l Sí Mismo hay unac ons ide ra b le d i s t a nc ia . Es t a s a f lue nc ia s se ma n i f i e s t a n e nforma de in tu ic ión, de inspirac ión, de c reac iones genia les o deinc l inac ión hac ia las acc iones humani ta r ias y heroicas. También se pro duc en fenóm enos espec íf icamente parapsicológ i-cos, a lgunos de los cua les inducir ían a admit i r que a t ravés de

los tres niveles del inconsciente llegan hasta la conciencia inf luenc ias e impulsos de or igen extra individua l .

El o t ro t ipo de re lac iones y de contac tos que pod em os establecer con el sup erco nsci ente es el ascendente. Este consisteen la elevación del yo consciente —y, po r lo tant o, del área d ela concienc ia— a nive les más a l tos , hasta p ene tra r en esa zon aque no rma lme n te pe rma ne c e igno ra da po rque e s t á po r e n c ima de l n ive l ordinar io de nuest ro conocimiento . Esto se hal la c la ramente indicado en nuest ro esquema (ver pág. 00 (poner pag. de l d iagrama anter ior)) .

La zona de l centro representa e l n ive l y e l á rea donde normalmente se ubica e l conocimiento , con e l yo consc iente en e lcentro . Cuando se produce e l ascenso in te rno, todo se t rastocay e l yo se abre a l n ive l de l superconsc iente . De este modo e lárea de la conciencia llega a incluir el con tenid o del s upe rconsc iente aproximándose cada vez más a l Sí Mismo espir i tua l .

V a mos a e xa mina r a ho ra c on de t e n imie n to e s t e se gundom o d o .

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H e de nomina do «a lp in i smo ps i c o lóg ic o» a e s t e a sc e nso .Esta designac ión no es tan sólo una co mpa rac ión m ás o me nos sugerente , s ino que indica una ana logía substanc ia l y unaest recha re lac ión simból ica . Para su descr ipc ión me baso, ent r e o t ro s , e n a lgunos a pun te s de un há b i l ma te má t i c o y nomen os va l iente a lp in ista : e l profesor Et tore Carrucc io .

U na p r ime ra a na log ía c onc ie rne a l o s d ive r sos móv i l e sque pue den inducir e inc i ta r a l ascenso, tanto a n ive l f í s ico

como a n ive l in te rno. «A veces —escribe Carrucc io— la pasión a lp in íst ica asume una forma ta l que guarda re lac ión conel concepto de l superhombre , en e l sent ido de Nie tzsche . Estaforma nace de una exasperada a f i rmación de l poder indivi dua l , me d ia n te la supe ra c ión de e x t re ma s d i f i c u l t a de s noe xe n ta s de g ra ve s pe l ig ros» . A ná loga me n te , e l impu l so po ra ba ndona r l o s n ive l e s ha b i tua l e s de l a v ida p s íqu ic a pue deconsist ir en una bús que da y en una a f i rmación de superior i dad que nacen de l deseo de desarrol la r una s facul tades median te las cua les dom ina r a los dem ás: es la «vo luntad de

poder» n ie tzschiana , la codic ia por adquir i r poderes «mágicos» o superiores a los normales. Se t ra ta de un móvi l puramente egoísta , aunque a veces pueda ocul ta rse ba jo apar ienc ias pseudoespir i tua les .

Otro móvi l com ún a amb os a lp in ismos es e l de evadirs ede la v ida ordinar ia o de la rea l idad común, considerada ysent ida como mezquina , t r i s te , aburr ida y , en def in i t iva , insa-tisfactoria de un modo u otro. Es una reacción frecuente a lasconstr icc iones y a la vulg ar id ad de la v ida mod erna , sobretodo e n la s g ra nde s c iuda de s .

Un tercer móvil es la fascinación que ejerce directamentelo desconocido o lo extraordinar io . Se t ra ta de ese miste r ioque siempre ha impulsado a l hombre a la conquista , a la explorac ión o a l conocimiento de lo nuevo, de aquel lo que estámás a l lá , en pos de la v ivencia de unas experienc ias d is t in tasa las habi tua les . Este móvi l —este impulso imperioso y a veces i r resis tib le— lo personif icó H om ero en la f igura de Ul ises,de d ic a ndo toda l a Odisea a de sa r ro l l a r e s t e t e ma . Mode rna mente se manif iesta en la búsqueda de experienc ias extraordi-

na r i a s , e mp le á ndose c ua lqu ie r me d io —c ie r t a s d roga s , po re jemplo— para lograr las . Es prec iso tener en cuenta este móvi l para comprender muchas de las cosas que suceden ac tua l m e n t e .

Un cuarto móvi l es la a t racc ión y fasc inac ión por la aventura , por las d i f icul tades, por e l r iesgo en sí mismo, independientemente de los resul tados y de las compensac iones. Existen a lgunos casos evidentes, como e l de l navegante sol i ta r io

que a t raviesa los océanos en una frági l barca . Esto es lo ques u c e d e p r e c i s a m e n t e e n e l a l p i n i s m o d e n o m i n a d o « a c a d é mico», que consiste en la búsqueda y en las tenta t ivas de re correr nuevos caminos, los más d i f íc i les , para l legar a la c imade una montaña que se podría a lcanzar por v ías menos pe l i grosas.

Este móvil se asocia a veces con el precedente y ello expl ica que tantos jóvenes hagan caso omiso de las advertenc iasy , s in e m ba rg o , d i s mi nu ya n sus ma n i fe s t a c ione s d e r i e sgocuando disminuyen las const r icc iones y prohibic iones exter

nas. Es muy importante l legar a reconocer este hecho, porquedemuestra que en e l t raba jo de prevención y t ra tamiento detoxicómanos es prec iso recurr i r a o t ros métodos, a o t ros mode los psicológicos. No digo que e l mero hecho de no indicare l r iesgo y e l per ju ic io de aquel lo que hacen basta rá para d i suadir a los toxicómanos, pero no debemos aferramos a e l lo .

U n qu in to m óv i l , a me nu do m uy p ode roso , e s l a a t ra c c ióno la fasc inac ión por lo que es rea lmente superior , por aquel loque pose e un va lo r má s a l to de na tu ra l e z a ge nu ina me n te e s pi r i tua l . No debe ser confundido este móvi l con los preceden

tes, a unque no e s de e x t ra ña r que e n a lgunos a spe c to s pue daser asociado con ellos. «Bajo este aspecto —escribe el profesorC a r ruc c io— el a lp in i smo pue d e c on te mpla r se c omo una ra made la ascética y en relación con el sentimiento religioso en susdist in tas manifestac iones desde la ant igüedad hasta nuest rost i e mpos» . Evoc a ndo una c ongre ga c ión de a lp in i s t a s , G u idoRey escr ib ió con espír i tu poé t ico: «Las cumbres a nuest ro a l rededor son los a l ta res donde se van a cumpli r los miste r iososr i tos , te rr ib le s a veces, le jos de la v is ta de o t ros ho mb res ,

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pues así es como se lleva a cabo el rito más terrible y el mássanto».

Esta afirmación es muy significativa. Explica el motivo dela in tensa a t racc ión y la fasc inac ión que siempre han susc i tado las montañas y e l carác te r sagrado que todas las razas ypueblos les han a t r ibuido, así como e l estado de entusiasmo,de euforia y de e levac ión in te rna experimentado por los a lp i n is tas .

H e a qu í a lguna s e xp re s ione s s ign i f i c a t iva s , e x t ra ída s de« A d s u m m u m p e r q u a d r a t u m » , (1 ) u n ó p t i m o e s t u d i o d eEdo ua rd Mo nod -H e rz e n sob re e s t e t e ma : «El gu ía Jo se phPession, a l entra r en e l re fugio superior de l Cervino, me di jo :« l l e ga ndo a qu í se a ba ndona n toda s l a s mi se r i a s t e r re na s . . . ;a ho ra e n t ra mos e n un mu nd o to t a lme n te nue vo» . Y uno delos porteadores, al l legar a la cima, dijo que oía la voz de losángeles y que ahora ya podía mori r contento»».

El p in tor Alberto Gross, según expl icaba su h i jo Cario , expe r ime n tó du ra n te se t e n ta a ños un a mor a pa s iona do po r e l

Cervino, t ransformado en una espec ie de sent imiento míst ico .« E s t o m i s m o — a f i r m a M o n o t - H e r z e n — e s i d é n t i c a m e n t eapl icable a Cario Gross y a Guido Rey, como se aprec ia en e ll ibro que conjuntamente escr ib ie ron sobre e l Cervino, e inc lu so t a mb ié n a mí mismo , que e n c inc ue n ta a ños he r e a l i zado diec inueve ascensiones a l Cervino encontrando en cadauna de e l las un nuevo signif icado y un nuevo encanto».

Es sabido que los indios consideraban la cumbre de l Hima-laya como la morada de los Dioses y que los gr iegos ubicabana sus d iv in idades sobre e l monte Ol impo. El gran pintor japo

nés Hokusa i p in tó más de c ien veces e l sagrado Fuj i , considera do c omo e l t e mp lo de l a d iv in ida d de nomina da «La P r in cesa de la Flor-Florecida», que alu de a la rosa y a su floración.En un o de los cuadros d e Hok usa i se ve la cum bre de l Fuji br i l lando a l so l , mientras que en una de sus laderas a rrec ia e lt e mpora l . O t ro s t e s t imon ios son lo s t e mp los que se e nc ue n -

(1) Publ icado en la revista Action et pensée, en diciembre de 1956. Por cuadradise ent iende la base de una pirámide, que es un símbolo geométrico ascendente .

t ran sobre los montes, la reve lac ión de Moisés sobre e l monteSinaí, y la trasfiguración de Cristo sobre el monte Tabor y suse rmón de l a mon ta ña .

Pero examinemos más de cerca y con mayor prec isión lasanalogías entre las diferentes fases de la ascensión externa e interna. Antes de cualquier t ipo de ascensión se precisa una adecuada preparac ión. Para un a lp in ista consiste en e l entrenamiento de sus múscu los en un l lano, ya sea hac iendo gim nasia

o utilizando cualquier otro medio que le permita estar en forma.Es evidente que antes de partir es imprescindible estar lo suficientemente preparado en el l lano, ya que sería absurdo intentaruna ascensión mientras todavía resulte fatigoso hacer marcha ogimnasia . Esto es obvio , s in embarg o no siempre se tiene encuenta cuando se trata de una ascensión psico-espiritual, la cualse in tenta a menudo sin haber l levado a cabo ningún t ipo depreparac ión.

En l a Ps i c os ín t e s i s s i e mpre in s i s t imos e n que pa ra quetenga lugar una adecuada psicosín tesis personal , es prec iso

que se dom inen y u t il icen las energías y las func iones norm ales de l hombre antes de empezar a desarrol la r las superiores,es dec ir , antes de sa l i r a explorar e l superconsc iente . Cuandono e s a s í , pue de n l l e ga r a p roduc i r se g ra ve s de se qu i l ib r io spsíquicos.

Pero la preparac ión f ís ica o psicológica no es suf ic iente ;también es prec iso un conocimiento teór ico de la zona por laque nos vamos a aventurar . En e l caso de las montañas, y conla excepción de aquél las que se esca lan por pr imera vez , exist e n ma pa s topográ f i c os c on in fo rma c ione s y de sc r ipc ione s

que aportan los que han estado anter iormente . Esto se corresponde en e l ámbi to psicológico con los conocimientos ya adquir idos en re lac ión a l superconsc iente por medio de los escr i tos de aquel los que han tenido experienc ias de los n ive lessuperiores. Pero todavía resul tan mucho más ú t i les las informacion es person ales de aquel los que han explorad o esas a l turas: e l los son los genuinos inst ruc tores espir i tua les; y d igo«genuinos», porque muchos de los que así se proc laman no loson.

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Con esta doble preparac ión, podemos enfrentarnos a la ascensión. Es una ascensión, no un «vuelo»; por consiguiente ,posee var ias fases y e tapas. Existen dos descr ipc iones, ambasmuy in s t ruc t iva s y a c l a ra to r i a s , de e s t a a sc e ns ión g ra dua l .Una de e l las es la subida de Dante a l monte de l Purga tor io ,que es e l tema de l segundo canto de la Divina Comedia. O bse r vad o ba jo un pun to de v ista psicosin té t ico y ana lógico, aúna hora pue de se gu i r p ropo rc ioná ndonos muc ha s ind ic a c ione s

út i les y s iempre ac tua les porque , en gran par te , tanto los obstáculos como las d i f icul tades de superac ión siguen siendo losm i s m o s .

La o t ra e s l a sub ida a l mon te C a rme lo , de sc r i t a e n ungrueso volum en d e San Juan de la Cruz . Esta posee un carác te respecíficamente ascético y místico, pero también en ella hay algunos tesoros del conocimiento psicológico y de las instrucciones que , t raducidas a l lenguaje moderno y exceptuando a lgun o s r a s g o s e s p e c í f i c o s d e l a é p o c a , p u e d e n r e s u l t a r m u yinstructivas. Daré solamente un ejemplo: San Juan de la Cruz

descr ibe minuciosamente los estados de a r idez y de fr ia ldadde la «noche oscura» que aparecen tras las primeras experiencias gozosas, cálidas y plenas de sentimiento. Tales estados secorresponden con el frío y la espesa niebla que, l legado a unc ier to pun to de la ascensión y antes de a lcanzar la so leadacima, ha de afrontar el alpinista.

Este s imbol ismo de la montaña y de l ascenso ha s ido ut i l i z a do e n a lgunos mé todos p s i c o te ra pé u t i c os . C a r i H a pp ic h ,profesor de c l ín ica médica de Darmstadt , a l emplear ac t ivamente la psicoterapia presentaba t res s i tuac iones s imból icas a

las que l lamaba Medi tac ión de l prado, de la montaña y de lacapilla.Este método de ascensión in te rna mediante la ascensión

imaginar ia a una montaña ha s ido ut i l izado, entre o t ros, porDesoi l le en su técnica de l «réve éve i l lé» , y después ha s idodesarrol lado y modif icado con e l nombre de «Imagerie men-tale» y «Oneiro-thérapie» por el doctor Virel.

La importanc ia de los s ímbolos como espe jo y camino dela rea l idad es pir i tua l se indica en e l s iguiente esquem a:

ti ^V/

// v

\j * ^" " 1 . Yo consciente' , ~ ¡ - ^ .- -" I 2. Ce ntr o unif icad orl S I \ . ' | externo¡ ,' i"" I ! 3. Yo Supe rior o Ser

X 7

\ ' / i T ransperso nal : Eli Centro Espir i tual

\/

\

/

En este esquema vemos que existe un centro externo quepuede ac tuar como espe jo de l Ser espir i tua l . A veces, resul tamás fácil percibir el Sí Mismo espiritual a través de su reflejoen un centro externo que med iante la ascensión di rec ta . Estec e n t ro pue de c ons t i t u i r lo e l p rop io t e ra pe u ta , c omo mode loidea l , pero también un símbolo , como e l de la montaña . Existen var ias ca tegorías de s ímbolos y entre e l los hay diversossímbolos aná logos a l de la ascensión que pueden ser u t i l iza dos con este objeto.

En la Psicosín tesis , u t i l izamos e je rc ic ios de este género .Uno de e l los es la anter iormente c i tada ascensión a l monted e l P u r g a t o r i o . L a Divina Comedia p u e d e s e r c o n s i d e r a d acomo e l poema de la psicosín tesis , porque descr ibe sus t resgrandes estadios: primero, la bajada al Infierno, que es la fasepsicoanal í t ica , el descenso a l abismo de l inconsc iente inferior ;luego la subida a l Purga tor io , que representa la evoluc ión inte r ior ; después la ascensión a l Para íso , que indica s iempre losmá s a l tos estadios de la real izac ión espir i tua l .

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Otro grupo de s ímbolos se u t i l izan en e l e je rc ic io basadoen la leyenda de l Gria l , que he descr i to en mi l ibro Principi emetodi della psicosintesis terapéutica (pág. 171-173).

Es to s s ímbo los no só lo pose e n una e f i c a c i a t e ra pé u t i c a ,s ino que también si rven —incluso más e f icazmente todavía—pa ra c onqu i s t a r l a s l uminosa s c umbre s de l supe rc onsc i e n te ,es dec ir , para descubri r todas sus maravi l las y u t i l izar sus te soros.

Al igua l que existen d i fe rentes v ías para esca la r una mont a ña , t a mb ié n ha y d ive r sa s «v ía s i n t e rna s» , a da p ta da s a l o sdife rentes temperamentos y t ipos psicológicos, para subir porlas laderas de l superconsc iente y entra r en contac to con e l SíMismo espir i tua l . Se puede seguir la v ía míst ica , la v ía de lamor, la vía estética expresada por Platón en su famosa escalade la belleza, la vía meditativa, etc.

Vamos a examinar a cont inuac ión la v ía medi ta t iva , que esla que está más d i rec tamente v inculada a l campo de la Psicosintesis.

La pr imera fase de esta v ía , que se corresponde en c ie r tosent ido con la preparac ión arr iba mencionada , es la de l recogimiento , la concentrac ión desde la per i fe r ia hasta e l centro ,la desidentificación, es decir, la l iberación de los contenidosordinar ios de l campo de la concienc ia . Normalmente , nuest rac onc ie nc ia sue l e e s t a r ba s t a n te d i spe r sa e n a lgunos de suspun tos , m ie n t ra s que e n o t ro s r e c ibe c on t inuos me nsa je s o«informaciones» sobre los d is t in tos n ive les de l inconsc iente yde l m un do exter ior . Por consiguiente , antes que nad a es necesario «reentrar en uno mismo», es decir, retirar la concienciaa l yo consc iente , ubicado en e l centro de l á rea consc iente a ln ive l normal .

Es prec iso que haya si lenc io; y no prec isamente externo,sino in te rno. A este respec to c i ta ré la ingeniosa respuesta deun Inst ruc tor ante la que ja de uno de sus d isc ípulos: «Yo c ie rro los ojos, no pongo atención en el exterior, me tapo los oídos para no escuchar n inguna pa labra o ru ido, pero a pesarde todo no consigo rea l izac ión a lguna» El inst ruc tor le respondió: «Intenta mantener la boca cerrada y busca e l s i lenc io

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no en el exterior, sino en tu interior ». De hecho , si observ amos a t e n ta me n te nos da re mos c ue n ta que ha y una pa r t e denoso t ro s mismos que ha b la c on t inua me n te . Son l a s voc e s denue s t ra sub -pe r sona l ida d , de nue s t ro inc onsc i e n te , que p ro duce un cont inuo c lamor in te rno. Por e l lo no es suf ic iente conel s i lenc io externo, y s in embargo es posib le mantener un re cogimiento a pesar de los ru idos externos.

La se gunda fa se l a c ons t i t uye p rop ia me n te l a ve rda de ramedi tac ión. Ante todo, la medi tac ión debe ser sobre un temaformulado con una frase o indicado por una pa labra . Su pr i mer estadio consiste en la reflexión intelectual, pero ésta debe i rse gu ida po r a lgo muc ho má s p ro fundo y v i t a l . Se t r a t a deperc ib ir , de darse cuen ta cons c ientem ente de la ca l idad, e l s ignificado, la función y el valor de aquello sobre lo que se estáme di ta ndo ; de sent i r cómo vive y cómo ac túa en nues t ro inte r ior . En vez de pa labr as también se pu ede n ut i l izar imág enes o s ímbolos, observándolos en e l exter ior y v isua l izándolos en nues t ro in te r ior .

Más e levado todavía es e l estadio de contemplac ión, peroresul ta muy dif íc i l —por no dec ir imposible— expl icar conpalabras en qué consiste . Sólo puedo dec ir que se t ra ta de unestado de ta l profunda ident i f icac ión con aquel lo que se estácontemplando que inc luso se l lega a perder la concienc ia detoda dualidad: es una fusión entre el sujeto y el objeto en unaunidad viviente . Más ade lante , cuando ya no resul ta necesar ia la medi tac ión sobre a lgún obje to , la contemplac ión se convier te en un estado de absoluta t ran qui l id ad y s i lenc io in te rior, en un «permanecer» en la pura conciencia del ser.

Entonces es cuando con plena conciencia se alcanza la reg ión y l a e s fe ra que no rma lme n te c ons t i t uye e l supe rc ons ciente. En este estadio se pueden tener experiencias de las div e r s a s c u a l i d a d e s y a c t i v i d a d e s p s i c o - e s p i r i t u a l e s q u e s edesarro l lan en el superco nsc iente . El lo no es a lgo abst rac to ,vago o borroso, como pudie ra pe nsar quien no las conoce , s inoalgo vivo, in tenso, d is t in to y d inám ico que se perc ibe como a lgomuc ho m ás rea l que las experienc ias ordinar ias , sean in te rnas oexternas. Sus principales características son las siguientes:

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1. Una percepción de luz , una i luminación, sea en un sen

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t ido general , sea en e l sent ido de poner luz sobre un problema o s i tuación cuyo s ignif icado es revelad o.

2. Una sensación de paz, de una paz absoluta , independientemente de cualesquiera que fueren las c ircuns tancias externas o el estad o interior.

3. Una sensación de armonía y de bel leza .4. Una sensación de alegría, de regocijo: ese regocijo tan

bien expresado por Dante .

5. Una sensación de potencia , del poder del espír i tu .6. Una sensación de grandeza, de vas tedad, de universal i

dad y de lo e terno.Todas e s ta s ca rac te r í s t i ca s no e s tán s epa radas unas de

otras s ino que se interpenetran, lo cual también describió adm i rab lem ente Dante .

Naturalmente , una experiencia contemplat iva de ta l magni tud no puede ser permanente . Pero incluso después de suconclus ión s igue produ ciend o efectos y frecuentes cambios enla personal idad ordinaria . Entre otras cosas , favorece e l as censo g~adual y estable del centro de la conciencia personal ydel área de la conciencia normal a niveles cada vez un pocomás e levados ; o bien ta l área puede l legar a encontrarse cas isobre la l ínea de demarcació n (no de divis ión, s ino de dis t inc ión) entre e l inconsciente med io y e l superconsciente , de manera que la conciencia de vigi l ia permanece s iempre i luminada en un g rado u o t ro .

De este modo se facilita y se hace más frecuente la aparic ión de la intuic ión y de la inspiración; también la culminación, esa llegada a la cumbre que simboliza la unión del cen

t r o d e c o n c i e n c i a p e r s o n a l c o n el S í M i s m o e s p i r i t u a l .Obsérvese que, en e l esquema, la «es tre l la» que representa e lS í Mism o espir i tual es tá t razada en parte dentr o y en partefuera del óvalo. Esto indica que el Sí Mismo participa conjuntamente de la individual idad y de la universal idad, es tandoen contacto con la Real idad t rascendente .

Otro efecto de esta experiencia es la acción insp i rada , e sdecir , un potente impulso a obrar . Ante todo expresando, di-

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fund iendo , i r rad iando , hac iendo pa r t í c ipes a los dem ás de ltesoro descubierto y conquis tado. Después , colaborando contodos los hom bres de buena vo lun tad y con todos aque l losque han pasado por experiencias parecidas , a dis ipar las t inieblas de la ignorancia que envuelven a la humanidad y a e l i mina r los conflic tos que la des tru yen, para pre para r e l nacim ie n to de un a nueva c iv i l i zac ión en l a que los hom bre s ,a legres y en concordia , l legarán a desarrol lar las marav i l losascapacidades la tentes con las cuales es tán dotados .

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4. La expansión de la conciencia:con quista y exploración de

los m un do s in ternos

Actualmente , la humanidad se ha l la en un grave estado decr is is colec t iva e individua l . Existe un sent imiento genera l i zado de insa t isfacc ión, de descontento por la v ida ordinar ia , yun cont inuo afán por buscar a lgo dist in to , a lgo «nuevo». Noes prec iso insis t i r sobre este aspec to , ya que resul ta de lo máspalpable y t iene lugar constantemente ante nuest ros o jos. Estabúsqueda de a lgo nuevo, esta rebe l ión contra la v ida ordinar ia , puede darse de dos formas que t ienden y l levan ambas a

la expansión de la conciencia.La pr imera de estas formas l leva a incrementar e l conoci

mie nto de l m un do exter ior , e jempl i ficado en la explorac ión,conquista y dominio de l espac io por medio de la aviac ión yde los vue los espac ia les . Para le lamente , también se desarrol lan ac t iv idades para dominar y u t i l izar todas las fuerzas dela na tura leza , hasta l legar a la poten te energía in t ra -a tóm ica .

La segunda vía de expansión de la concienc ia es la de l conocim iento de l m un do in te r ior o , m ejor d icho, de los mu ndos interiores. De ahí el creciente interés por la psicología (sob r e t o d o p o r l a e x p l o r a c i ó n d e l i n c o n s c i e n t e ) , p o r l a sinvest igac iones sobre la na tura leza de las energías psicológicas, por las leyes que las regulan, así como por su uso y (¡frecuente!) abuso.

Por e l lo , considero oportuno c la r i f icar a lgunos puntos quec o n s i d e r o f u n d a m e n t a l e s : p u n t u a l i z a r l a s i t u a c i ó n a c t u a l ,mostra r las d i recc iones que toman las invest igac iones y losdesarrol los en curso , e indicar las v ías que se pueden seguir y

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mit ivos , e n lo s n iños y t a mb ié n —a unque e n me nor g ra do—

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las técnicas a u t i l izar . De mom ento , voy a rea l izar una exposi c ión panorámica y de l inearé un programa. En capí tu los sucesivos se desarrol la rán estos temas de forma mucho más amplia y específica.

La expansión de la concienc ia puede darse en t res d i recciones:

1. Hacia abajo; 2. Horizontalmente; 3. Hacíalo alto.

1. En la dirección hacia abajo se tiende a explorar el inconsciente inferior o a dejarlo aflorar en el campo de la conciencia.Este es el objeto de la «psicología de lo profundo» y, en particular, de l psicoanál is is . Efec tuado adecu adam ente , este desc e nso pue de re su l t a r muy ú t i l , t a n to po r r a z one s p rá c t i c a scomo te rapéut icas o educa t ivas. Pero también sup one la a t racción hacia las regiones inferiores: es la fascinación por el horror, la fascinación que ejercen los aspectos primitivos e instint ivos de la na tura lez a hu ma na . El lo se ref le ja c la ramen te por e linterés y la difusión d e escritos, películas y espectá culos q ue

tra tan sobre la v io lenc ia y los estados morbosos. Lamentableme n te , pue de l l e ga r a p roduc i r se un c í r c u lo v i c io so , pue s toque este interés dirigido hacia lo inferior es alimentado e inc lu so e xa c e rba do po r a que l lo s que , po r mo t ivos e i n t e re se seconómicos y en su propio beneficio, cultivan estos gustos y siguen ofrec iendo lec turas y espec táculos cada vez peores. Larepresentac ión de l horror también se ha l la presente en muchosde los cuadros y d ibujos de los a r t i s tas modernos. Esta a t racción por el mal la describió muy bien Erich Fromm en su libroEl corazón del hombre. De la fascinación hacia lo «demoníaco»también nos habla Rol lo May en El amor y la voluntad, a u n q u esin d is t inguir c la ramente su s d is t in tos n ive les .

2. Otra d i recc ión hac ia la que t iende a expandirse la conc ie ncia pue de d e nom ina rse horizontal, y consiste en su p ar t ic i pación e identificación con otros seres, con la naturaleza y conlas cosas. Es la tendencia a huir de la propia autoconcienc iapersonal y a sumergirse en la concienc ia colec t iva . Recordemos que l a c onc ie nc ia c o le c t iva ha p re c e d ido s i e mpre a l aconcienc ia individua l . Podemos encontrar la en los seres pr i -

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e n va r io s g rupos huma nos : e n l a s c a s t a s soc i a l e s , m i l i t a re s ,profesiona les, e tc . . con las cua les e l ind ividu o se ident i fica .

Los aspec tos más posi t ivos de esta ampl iac ión horizonta lde la conciencia son: la ident i f icac ión con la na tura le za en s usdiversos aspec tos y con la v ida cósmica en genera l , y e l sent ido de par t ic ipar de la v ida y de l devenir universa l .

3. La tercera dirección es la dirección ascendente, hacia losn i v e l e s d e l s u p e r c o n s c i e n t e y l o s n i v e l e s t r a n s p e r s o n a l e s .

Es t a a mp l i a c ión de l a c onc ie nc ia pue de t e ne r l uga r de dosformas d ist in tas: la pr imera consiste en e levar e l centro de laconcienc ia , e l yo , hac ia esos n ive les; y la segunda , en abri r laa l inf lu jo de las energías procedentes de los n ive les superiores.

En ambos casos t iene lugar una c rec iente in te racc ión entree l yo c onsc i e n te y lo s n ive l e s supe rc onsc i e n te s . Su a spe c tomás e levado es e l contac to con e l Sí Mismo t ranspersonal . Recorde mos qu e el yo consc iente es un «ref le jo» de l Sí Mi sm o,por lo cua l es esenc ia lmente de la misma na tura leza aunque

esté a lgo a tenuado y «coloreado» por los contenidos de l n ive lme dio de la perso nal idad . Cu and o con c ie r tos e jerc ic ios (espec ia lmente con los de desident i f icac ión) se consigue e l iminar estos contenidos, e l yo consc iente t iende a remontarse hacia su origen.

Las d i fe rentes modal idades y los d is t in tos e fec tos de lat rascendencia , sobre todo en di recc ión superior , han sido muyb ie n e xpue s to s po r Ma s low . En su a r t í c u lo «V a r ious Me a -nings of Transcendence» (d i fe rentes s ignif icados de la t rascendencia) , publ icado en e l Journal of Transpersonal Psychology

(pr im avera de l año 1969) , M aslow d ist in gue t re in ta y c incodist in tas formas o aspec tos.A menudo, las d i fe renc ias entre estas t res d i recc iones de

expansión de la concienc ia no son fác i lmente reconocibles ytodavía existe una gran confusión a l respec to , por lo que re su l t a muy opo r tuno sub ra ya r l a s . S in e mba rgo , po r a ho ra va mos a seguir hablando de la dirección hacia lo alto y de la rel a c i ó n c o n l o s n i v e l e s t r a n s p e r s o n a l e s y c o n e l

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superconsc iente , par t icularmente en la modal idad recept iva , cendido a su concienc ia y lo han e laborado consc ientemente .

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e s de c i r , c ua ndo se p roduc e e l de sc e nso —que a me nudo e suna ve rda de ra i r rupc ión— de lo s c on te n idos supe rc onsc i e n -tes a l n ive l en e l que se encuentra normalmente e l yo consciente. (1)

Es t e de sc e nso pue de t e ne r l uga r de dos modos : e spon tá neo o provocado. La forma más conocida de descenso espontáneo es la inspiración. D e e s t e modo lo s c on te n idos supe r -consc ientes pueden entra r en la consc ienc ia en grados muy

diversos: pueden entra r en un grado bastante tosco, casi informe; o pueden hacer lo con c ie r ta e laborac ión; o en o t ros casos t ienen ya una buena est ruc turac ión, con una forma def i n ida o casi . Esto es lo que a menudo ocurre con la inspirac iónmusica l . Un e jemplo t íp ico es e l de Mozart , cuyas composic iones se presentaban en su concienc ia ya comple tas , s in quefuera prec isa n inguna e laborac ión. Cuando, en vez de e l lo , e lmater ia l l lega en un estado tosco, a menudo se expresa ver-ba lmente en un est i lo extraño, que no respe ta reglas s in tác t i cas o gramat ica les . Un e jemplo t íp ico es la l i te ra tura surrea

l i s t a . P^ ro e s t a l i t e ra tu ra p rov ie ne de d ive r sos n ive l e s de linconsciente, incluidos los inferiores.El modo más simple en e l que sucede e l descenso de los

contenidos de l superconsc iente es la intuición. Esta puede serpa ra ngona da a un re l á mpa go de luz que i l umina mome n tá ne a me n te , o du ra n te un t i e mpo má s o me nos l a rgo , l a c on ciencia de vigilia. La intuición se puede dar en todos los campo s, incluid os el filosófico y el científico. Citaré una her mo saexpresión de Einstein sobre la intuición: «La física inductivaplantea preguntas que la f ís ica deduct iva no está en grado ca

pa z de responde r. Tan sólo la intuic ión, al igua l qu e en la relac ión que se establece entre dos amantes, es capaz de permit i r un conocimiento más a l lá de cua lquier eva luac ión lógica .

Pero , por regla genera l , los grandes a r t i s tas , los grandesescr i tores y poe tas, han ut i l izado e l mater ia l a f lorado o des-

(1) El escri tor francés J. Wahl , en su estudio sobre e l existencial ismo, describíamediante un ingenioso juego de palabras los dos t ipos de t rascendencia: la truns-as-cendance y la tran^-dcscvndancc (la tmns-ascendcncm y la tmrib-desct'ndencia).

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Un t íp ico e jemplo es e l de Dante . Este , respondiendo a Bona-giunta , dec ía c la ramente en la Divina Comedia sent i rse inspira do :

Y yo a él [le contesté]: Yo soy alguien que cuandoel amor le inspira, anota lo que en su interiorva dictando, y de ese modo lo expresa.

Sus l lamadas a las Musas en la Divina Comedia, son en real idad ape lac iones s imból icas a l superconsc iente y a l Sí Mismoespir i tua l . Pero , después, const r iñó consc ientemente este mate r ia l inspirado proporc ionándole una forma r íg ida : los te rcetos r imados de la Divina Comedia y e l núme ro de ve r sos decada un o de los tres cánticos. Lo expre sa con clarid ad al finalde l «Purga tor io»:

Si yo tuviera, lector, mayor espaciopara escribir, podría cantar en partesobre el dulce beber del que no puedo saciarme;

mas puesto que comp letas están todas las páginasurdidas en este segundo cántico,me impide seguir adelante el imperativo del arte.

Existen var ios métodos para promover o favorecer ac t ivame nte e l descens o de los e lemen tos t ransperso nales a la conciencia de vigilia.

Uno de los más senc i l los , pero también de los más e f icaces, es e l d ibujo l ibre . El inconsc iente se expresa sobre todomediante s ímbolos y e l d ibujo es un método direc to para re

presentar ta les s ímbolos. Recordemos que las pr imeras escr i t u ra s e ra n ide og rá f i c a s , po r me d io de imá ge ne s c onc re t a s .(Todavía podemos encontrar las en los ideogramas de la escr i tura china) . El a l fabe to podría se r considerado como una espec ie de estenograf ía , de s impl i f icac ión de los ideogramas enle t ras .

El d ibujo l ibre a menudo sue le dar sorprendentes resul ta dos , c ons t i t uye ndo un a u té n t i c o «me nsa je » de l supe rc ons-

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c iente . Prueba de su or igen es e l hecho de que no es ra ro que Aquí surge un problema: ¿Acaso e l or igen de estas mani

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la concienc ia de v ig i l ia de l d ibujante no pueda comprendersu s ignif icado. Es entonces necesar ia la ayu da de un expertoen estos procesos psicológicos para que lo in te rpre te y se loreve le a l su je to , y norm alm ente éste acostu mb ra a reconocerta l in te rpre tac ión como justa y se da cuenta de que rea lmentees así , aunque por s í mismo no la hubiera podido a lcanzar .

Otro mé tod o es e l de la escr i tura . Esto parece un a cosasimple , obvia , que no presenta grandes problemas, pero es en

re a l ida d un p roc e so p s i c o lóg ic o va r i a do y c omple jo . A me nudo sue le ocurr i r que se empieza escr ib iendo a lgo ya pens a d o d e a n t e m a n o ; p e r o d e s p u é s , p o c o a p o c o , v a n a p a r e c i e ndo nue va s ide a s a l h i lo de l a s c ua le s l a c o r r i e n te de lpensamiento toma direcc iones inesperadas y hace a f lorar cosas que maravi l lan a l propio escr ib iente . Podría dec irse que enestos casos el inconsciente «dirige la mano» del escritor y ¡empieza a escribir por sí solo! Un psicólogo y escritor muy consciente, Hermann Keyserling, describe así este hecho: «Yo, normalm ente , no escribo porque sepa hacer lo , s ino con e l f in de

aprende1

" , e levan do el conocimiento subconsc iente a l cam pode la visión del consciente».

En estos casos, sin embargo, es precisa una verificación ya lgo de caute la . Desd e este t ipo de colaborac ión, en d iversamedida , entre e l consc iente y e l inconsc iente se puede pasar aun estado de escr i tura «automát ica», en la cua l e l yo consc iente par t ic ipa sólo mínimamente o no par t ic ipa en absoluto ,c a y e n d o e n u n e s t a d o d e t r a n c e , d e h i p n o s i s , m i e n t r a s l ama no e sc r ibe . Es to p re se n ta a lgunos inc onve n ie n te s y t a mbién verdaderos pe l igros: es como abri r una puerta por la que

no se sabe qué va a entra r . Hay una gran cant idad de escr i tosob te n idos me d ia n te l a e sc r i t u ra a u tomá t i c a , y su va lo r e smuy diverso . Algunos poseen un va lor l i te ra r io , inc luso haylargas novelas. Son, a veces, inst rucc iones e levadas de carácte r espir i tua l , o advertenc ias ú t i les . Pero , en la mayoría de loscasos, la calidad de los escritos automáticos es ínfima; se vec laramente que es e l inconsc iente infer ior quien «dir ig ió lam a n o » .

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festac iones no puede ser también extrapersonal , es dec ir , proceder de una fuente u or igen a jenos a la personal idad de l esc r i tor? Este es un campo muy oscuro y comple jo . Sólo d i réque no se puede exc lui r la existenc ia de fuentes d is t in tas a linconsc iente personal , dado que éste también está en cont i nua in te racc ión ( en «psico-ósmosis» , podríamos dec ir) con e linc onsc i e n te c o le c t ivo a t odos lo s n ive l e s . Po r e l lo r e su l t amuy dif íc i l dec i r s i se t ra ta de a lgo est r ic tamente individua l o

si , por e l c on t ra r io , a lgunos in f lu jo s p rov ie ne n de l i nc ons c iente colec tivo. Esto sucede , repi to , a todos los n ive les: desd ee l más ba jo hasta e l más a l to . Por consiguiente , es necesar iomostra rse muy caute losos. En todo caso, la procedencia de losmensa jes no t iene nada que ver con su va lor in t r ínseco.

El o t ro t ipo de t rascendencia superior es la de la exploración activa de los niveles superconscientes, es decir, la elevac ión voluntar ia de l yo consc iente a n ive les cada vez más a l tos . Existen var ios métodos para promover o favorecer estaselevaciones de la consciencia: la plegaria, la meditación y al

gunos e je rc ic ios espec íf icos. Aquí me l imi to s implemente ahacer esta a lusión, puesto que ya hablaré más ade lante sobrelos d is t in tos caminos hac ia e l superconsc iente y e l Sí Mismoespir i tua l . Tan sólo d i ré que para to das las formas y fases d ela elevación de la conciencia se precisa la util ización de la voluntad. Es necesar ia la voluntad para e l iminar los obstáculos,mantener e l estado de recept iv idad, favorecer una e levac ióncada vez má s a l ta , estabi l izar la concienc ia a n ive les sup eriores y, f ina lmente , tam bién p ara l iberar y cana l izar las en ergíasa p r i s iona da s .

Entre o t ros e je rc ic ios espec íf icos, se encuentran los de lRaja Yoga. Se favorece el ascenso mediante la util ización deuna simbología ana lógica : por e jemplo, la de l a lp in ismo in te r io r de l que ya he ha b la do a n te r io rme n te . U n m é todo m uy fác i l y product ivo es e l de la « imaginac ión guiada», mediante lacua l a menudo af luye un r ico mater ia l s imból ico que , in te rp re t a do c o r re c t a me n te po r e l que d i r ige e l e j e rc i c io , pue deproducir grandes ampliac iones de la concienc ia .

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Pasemos a la e l iminac ión de los obstáculos. Estos pueden Los modos de e xpa nd i r l a c onc ie nc ia ha c i a l o a l to son

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ser comparados con unas «pesas», como un last re que obsta culiza la ascensión de la conciencia; o bien con unas «cuerdas», s ímbolo de las a taduras que nos v inculan a los aspec tosordinar ios de la personal idad y que obstacul izan nuest ro asc e nso . D ic hos obs t á c u lo s pue d e n se r de na tu ra l e z a f í si c a,emot iva , imagina t iva , menta l , vol i t iva o ambienta l .

Pa r t i c u l a rme n te impor t a n te s son lo s de na tu ra l e z a vo l i t iva . Con frecuencia , e l yo consc iente no quiere lanzarse ha

c ia las a l turas y opone resis tenc ia . Siente miedo hac ia lo desc onoc ido , ha c i a l a s a l tu ra s v i s lumbra da s . E l D oc to r F ra nkHaronian, con gran ac ie r to , descr ib ió esta resis tenc ia comoun «rehusar lo subl ime», y descr ib ió sus e fec tos en un ar t í culo con este mismo t í tu lo . No es ra ro que e l lo pueda serconsecuencia de l present imiento de que a lgunas rea l izac ione s e sp i r i t ua le s son c om prom e te do ra s y sup one n re sponsa b i l i da de s que e l yo e go t i s t a y e goc é n t r i c o re huye . D e e s t emod o, se in ic ia una ve rda der a lucha entre e l yo pers ona l ye l Sí Mismo espir i tua l . Algunos míst icos la han descr i to con

gran ef icac ia ; entre e l los y de forma par t icularmente dramát ica , San Pablo y San Agu st ín .

Muy a me nudo , e x i s t e n t a mb ié n g ra nde s obs t á c u los de bidos a l ambiente , tanto a l más d i rec to y const i tu ido por lafamil ia como a l ambiente soc ia l y genera l . Estamos inmersos e n una a tmósfe ra p s íqu ic a de nsa y c a rga da , a g i t a da yop re s iva , que pod r í a mos c a l i f i c a r c omo de ve rda de ra po lu c ión psíquica . Pero no debemos ut i l izar esto como just i f icac ión. Existe una acusada tendencia a echar todas las culpasa las est ruc turas soc ia les y a nuest ra ac tua l forma de v iv i r

mater ia l is ta , d ic iendo que de e l las resul ta nuest ra imposibi l idad de rea l izac ión espir i tua l . Pero esto no es justo . Si asílo que re mos , pode mos e l e va rnos po r e nc ima de todos e s to sobstáculos. Aquí es donde se reve la c la ramente la func ióninsust i tu ib le de la voluntad. No hay que echar toda la culpasobre los inf lu jos externos, s ino que debemos resis t i rnos ae l lo s ; y no c omba t i é ndo los d i re c t a me n te , s ino p ro te g ié ndo nos y e va d ié ndo los .

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muy d ive r sos y e s t á n re l a c iona dos c on lo s d i s t i n to s t i posps i c o lóg ic os y c on l a s d i fe re n te s c ons t i t uc ione s ind iv idua les. Se pue de n de s t a c a r s i e t e v í a s p r inc ipa l e s . D e bo a ña d i rsuc in t a me n te que e s t a s v í a s no e s t á n se pa ra da s , s ino que e nre a l ida d a me nudo se so l a pa n e n pa r t e , po r l o que un ind i v iduo pue de se gu i r má s de una a l mi smo t i e mpo . S in e mba rgo , ha y que t e ne r e n c ue n ta que son d i s t i n t a s una s deo t ra s po r lo c ua l e n p r inc ip io y pa ra m a yor c l a r ida d , p ro

c e de de sc r ib i r l a s y c onoc e r l a s po r se pa ra do pa ra pa sa r de s pué s a su s pos ib l e s c ombina c ione s .

Estas son:1. La Vía Científica2. La Vía I luminat iva3. La Vía Et ico-regenera t iva4. La Vía Estética5. La Vía Mística6. La Vía Heroica

7. La Vía Ritual.Examinemos ahora los e fec tos que producen sobre la personal ida d las ampl iac iones d e la concienc ia . Es bue no tener encuenta que estos e fec tos pueden resul ta r dañinos, inc luso enaquel los casos en que la ampl iac ión de la concienc ia se produce hac ia lo a l to . De hecho, las ir rupc io nes, a lgu nas veces deimproviso e inc luso violentas, de los contenidos de l inconsc iente en una concienc ia insufic ientemente preparada o todavía inestable , pu ede n crear desequi l ibr ios. Ante todo p ued enproducir exa l tac ión: la personal idad se s iente p lena de unanueva fuerza y toma concienc ia de la potenc ia l idad superiorinherente a l superconsc iente y a l Sí Mismo espir i tua l . Darsecuenta de l Sí Mismo espir i tua l , que par t ic ipa esenc ia lmentede la misma na tura leza que la Real idad suprema, de la d iv in i dad, puede producir un sent imiento de exa l tac ión de la persona l idad. Esta se i lusiona entonces con ser eso mismo a l n ive lsuperio r y ser ya , antes de l necesar io y la rgo proceso de t ran smutac ión y de regenerac ión, aquel lo que ha perc ib ido y de loque ha toma do c onc ie nc ia e n e se mome n to de i l umina c ión .

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Una expres ión extrema de es ta exal tación es la afi rmación: P e ro é s ta s son expe r ienc ia s t em pora le s , ra ram ente dura

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«Yo soy Dios». Tal ilusión y error fundamental debe ser considerad o como una confus ión e ntre lo que es potencia l y lo quees actual. Sería como si una bellota, al tener una iluminaciónsobre aquel lo en lo que puede devenir , o sea , una gran encina, dijera: «Yo soy una encina». Potencialmente, en su interior, posee todo lo necesario par a llegar a serlo, per o actualm e n t e n o l o e s y e s p r e c i s o t o d o u n l a r g o p r o c e s o d egerminación, de desarrol lo y de as imilación de los e lementos

que provienen de la t ierra , del agua, del a ire y del sol . Lomismo sucede con e l ser humano que, después de haber experimentado un vivo conocimiento de aquel lo que puede l legara ser , de aquel lo que es tá la tente en é l , debe entonces darsecuenta —al retornar, como es inevitable, al nivel de la conciencia ordinaria— de toda la larga, compleja y también penosaobra que supone pasar de lo potencia l a lo actual , y ponerseman os a la obra para desarrol lar dicha potencia l idad.

Otros efectos son los de una exces iva tens ión nerviosa yps íquica producida por las energías que i rrumpen, y también

por los confl ic tos que surgen entre los contenidos medios ein fe r io re s — ta n to consc ien te s com o inconsc ien te s— y l a snuevas energías .

Pero más importantes son los efectos pos i t ivos que genera lme nte se derivan d e las expan s iones de la conciencia en dirección superior . Pueden producirse diferentes efectos tempora les , y tener una duración más o menos larga.

Los primeros son aquel los que, en su conjunto, podemosdenominar «es tados extá t icos»: vividas i luminaciones , comun ión con l a m ás vas ta Rea l idad , con tem plac ión de aque l loque exis te en los mundos superiores y expans iones horizontales en sent ido cósmico. Es tos es tados l levan aparejados ungran gozo, un sent imiento de capacidad, de amor, de unión,de acrecentada comprens ión, y susci tan impulsos de abnegación y de consagración a la Real idad o a l Ser superior con e lque se ha entrado en contacto. Desde e l punto de vis ta de lavoluntad, t iene lugar una especie de fus ión, de unificaciónentre la voluntad personal y la voluntad t ranspersonal .

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de ra s , no tanto por e l pos terior descenso a l nivel ordinario,s ino por los es tados de conciencia negat ivo s . Es to resul ta mu ypenoso y susci ta una intensa añoranza del precedente es tadode conciencia , tan bello y gozoso. El lo empuja a intentar re pet i r e s as m ism as expe r ienc ia s , denom inadas por Mas low conla opor tuna y e f i caz expres ión de «expe r ienc ia s cum bre» .Pero es tas experiencias son como volar en av ión has ta la c imade una montaña: e l avión no puede detenerse y regresa a lal lanura . S in embargo, la repet ic ión de es tos vuelos , la gradualampliación de la conciencia de vigi l ia y su contacto con loscon ten idos supe r io res hacen que poco a poco vaya e levándose e l nivel general de la personal idad. Es ta cons igue perm anece r duran te pe r íodos cada vez m ás l a rgos en aque l loque un h indú m oderno , e l doc tor As ran i , que ha pasado porexperiencias s imilares y las ha descri to de forma adm irable ,ha cal i f icado de «al t iplanos», expres ión pos teriormente re tom ad a y desa r ro ll ada por M as low.

Después es tán los efectos que podríamos l lamar act ivos ode extrovers ión, que podemos englobar bajo e l término «creativid ad» . Esta pu ed e ser artística, poética , literaria o inclusocientífica y filosófica, en relación con los diversos medios deexpres ión del s er hu m an o .

Veamos ahora cuáles son las competencias ps icos inté t icas ,es decir , aquel lo que podría y debería hacer la personal idad,e l yo consciente , después de las ampliaciones y expans ionesde la conciencia . Podemos resumirlos brevemente as í :

I . C om p render e in te rpre ta r rec tam ente cuan to haya suce

d i d o , ev i tando a s í l a exa l t ac ión y l a « in f lac ión» de l Yo ,i n t e r p r e t a n d o i m p a r c i a l m e n t e e s o q u e h a s u c e d i d o . P a r ahace r e s to , e s m uy im por tan te tom ar en cons ide rac ión l a sexperiencias de los demás y es tudiar la vida y los escri tosd e l a « t r o p a d e t e s t i m o n i a n t e s » q u e h a n r e a l i z a d o l aexpans ión de la conciencia .

II . Asimilar e integrar en la personal idad consciente losn u e v o s c o n t e n i d o s q u e h a n v e n i d o a e n r i q u e c e r l a , a u n q u etambién a complicarla . Es ta as imilación debe conducir a un

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equilibrio entre los elementos de cada naturaleza y nivel: a lalosóficas o religiosas de cada cual. Estudios recientes sobre la

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psicosíntesis individual.P a r a c o n s e g u i r t a l i n t e g r a c i ó n y s í n t e s i s , a s í c o m o

p a r a p o d e r u t i l i z a r l a s e n e r g í a s a f l o r a d a s a n t e r i o r m e n t emencionadas, será necesario:

1. La des integración de las es tructuras y la organizaciónpre-existentes.

2. La t ransm utac ión y t rans form ac ión d e l a s ene rg ía sinferiores . Una completa regeneración de la personal i

dad .III. En su conjunto, se puede calificar como de un proceso

de «muerte y resurrección», que es e l cometido específ ico deuna de las vías principales: la «Etico-Regenerativa».

Después de todo e l lo —pero, en la práct ica , también duran te e l p roceso de a s im i lac ión y regene rac ión— viene e laprovecham ien to y l a u t i l i zac ión de l a s nuevas ene rg ía s yc a p a c i d a d e s a d q u i r i d a s m e d i a n t e l a a m p l i a c i ó n y l aelevación de la conciencia.

Es ta ut i l ización puede hacerse de dos modos: a t ravés de

la acció" interna y a través de la acción externa.La acción interna consiste sobre todo en la irradiación. De

la personal idad emanan o se i rradian energías , a l igual queuna fuente luminosa difunde por e l ambiente sus luminososrayos. Tal i rradiación sucede espontáneamente , dir íamos quede modo inevi table , lo cual expl ica la acción que e jerce lamera presencia de a lguien que haya a lcanzado la real izacióntranspersonal sobre las personas con las que contacta . El lo has ido cons ta tado y descri to en múlt iples ocas iones y podríamos calificarlo de una forma de «catálisis psicoespiritual».

Pero tamb ién exis te la i rradiación voluntaria , la acción del ibe rada de em anar ene rg ía o v ib rac iones bené f icas . Es taform a podr íam os ca l i f i ca r la de « te lepa t í a ps icoesp i r i tua l» ,que cons is te no tanto en enviar contenidos específ icos s ino, ysobre todo, en una acción general con voluntad de hacer e lbien, como una bendición. Es ta forma era usada —y todavíalo es— en e l ámbito re l igioso, pero puede ut i l izarse de cualquier otro modo, cualesquiera que fueren las convicciones f i -

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telepatía y la telecinesis prestan una base científica a esta acción.

El otro tipo de acción es la externa. Quien ha tenido elevaciones de la conciencia en un sent ido superior se s iente natura lmente , dir íase que i rres is t iblemente , impelido a hacer part i c i p e s a l o s d e m á s d e l a p r o p i a r i q u e z a i n t e r n a . E s u n aact ividad que se puede l lamar de «servic io». Es te servic io se

puede pres tar de diversas maneras , a tenor de las act i tudes eintereses individuales . La más directa cons is te en ayudar a losdem ás a obtener la ampliación y e levación de la conciencia , locua l puede l l eva rse a cabo ind iv idua lm e nte o en g rup o .

Otra acción pos ible es de carácter social y está encam inadaa cambiar las condiciones y las es tructuras exis tentes en loque tengan de inadecuado y de cons tr ic t ivo, y —sobre todo—a crear nuevas form as de asociación, de educación, de arte , decul tura . Los que as í actúan son los pioneros de una nueva ymejor civilización a escala planetaria.

5. Superconsciente y

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creación artística

Ya hemos vis to que exis ten diversas manifes taciones del

inconsciente que t ienen un valor cual i ta t ivamente superior a lde la conciencia normal , y que és ta , incluso queriendo, no escapaz de producir . Tales manifes taciones provienen de un nivel ps íquico superior a l ordinario que, por e l lo, es l lamadosuperconsciente o sobreconsciente .

Entre los músicos , encontramos a lgunos casos de sorprend e n t e p r e c o c i d a d : M e n d e l s o h n e m p e z ó a c o m p o n e r a l o scinco años , Haydn a los cuatro y Mozart nada menos que alos t res años . A es tas edades la personal idad consciente todavía no es tá formada, y por lo tanto no puede ser e l la la que

pro duz ca es tas compo siciones . En los adul to s la creat ividadsucede gene ra lm ente de m a nera e spontánea , im prev i s ta e im perat iva , lo cual es prueba de la autonomía de las facul tadesc r e a t i v a s . P r o v i e n e n d e l o q u e l l a m a m o s i n s p i r a c i ó n , q u epuede ser definida como la t ransmis ión de e lementos ps íquicos des de e l superconsciente a l consciente .

George Sand escribió sobre Chopin que para é l «la creac ión e ra e spontanea , m i lagrosa ; l a encont raba s in busca r la ,s in p reve r la , y l e l l egaba com ple ta , im prov i s ada , sub l im e» .El gran natural is ta Buffon a tes t igua: «Sientes como una pequeña sacudida e léctr ica que te golpea en la cabeza y e l es tóma go y, a l mism o t iemp o, inflama tu coraz ón. Es te es e l mo mento de la genial idad». Según De Musset : «No se t rabaja , seescucha. Es como s i un desconocido nos hablase a l oído». Lamart ine decía : «No soy yo quien piensa; son las ideas las quepien san en mí». A Wil liam Hamil t on e l concepto de los núm eros h ipe rcom ple jos que denom inó cua te rn iones l e re lam pagueó en la mente mientras paseaba con su esposa. Un inventor concibió de golpe la forma de cons truir c ierto prisma

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pa r t i c u l a r (p rob le ma sob re e l c ua l ha b ía me d i t a do du ra n te En fulgurante tronovi a mi genio oculto.

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mucho t iempo, pero s in éxi to) , mientras le ía una novela . Elquímico Kekule cuenta que v io danzar los á tomos en e l a i remientras v ia jaba sobre la p la ta forma de una autobús en Londres, lo cua l le permit ió formular su teor ía sobre los gruposa tómic os .

A unque no se a mos g ra nde s a r t i s t a s o c i e n t í f i c os , a muc hos de noso t ro s nos ha suc e d ido que nos b ro t a ba n nue va sideas mientras escr ib íamos, de forma ta l que nues t ros escr i

tos han tomado desarrol los de l todo imprevistos. Pero todavía hay más: en a lgunos casos, la inspirac ión surge durante e lsue ño a l pun to que inc lu so de sve la a l du rmie n te .

Tra temos de darnos cuenta de cómo funciona esta facul tady cuáles son sus relaciones con el yo consciente y con el restode la psique . Ante todo, no debemos confundir la inspiracióncon la creación. U na a na log ía pod rá a yuda rnos a d i fe re nc ia rlos d iversos estadios de la producc ión ar t ís t ica o in te lec tua l ya comprender su mecanismo o , mejor d icho, e l ín t imo procesoorgánico c rea t ivo.

Existe un est recho para le l ismo entre la c reac ión psicológica y la gene rac ión f ís ica . An te todo, entre amba s está e lmome n to de l a f e c unda c ión , de l a c onc e pc ión . En l a c re a c ión psicológica e l e lemento fecundador lo produce a vecesun e s t ímu lo e x te rno que impre s iona v iva me n te l a ima g ina c ión y susc it a p ro fund a s e moc ione s , i n t e nsos se n t imie n tos yp o n e a s í e n m o v i m i e n t o l a a c t i v i d a d c r e a d o r a d e l s u p e r -c onsc i e n te .

U n e je mplo m uy c onoc ido y t a mb ié n ba s t a n te no ta b le ,pue s to que c onc ie rne a un e sc r i t o r que no rma lme n te t r a ba

jaba de forma lenta y re f lexiva y con una m áxim a cooperac iónde la concienc ia , es e l de l poem a «Cinco de Mayo» de Ale jand ro Ma nz on i .

El anuncio inesperado de la muerte de Napoleón le imp re s ionó p ro funda me n te y l e i n sp i ró r á p ida me n te e l h imno .En é l , e l poe ta descr ib ió c la ramente cómo fue su génesis; esdec ir , cómo la conmoción impulsó a su «genio» (nosotros d i r íamos que fue a su superconsc iente) a escr ib i r .

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Constante entonces, una y otra vez,cae, resurge y permanece,de entre las mil voce s del sonidola suya sin mezclar.Fecundado de servil encomio,y ante el cobarde ultraje,surge de pronto enternecidoirradiado por tal resplandorqu e escoge de la urna un cánticoqu e acaso no morirá.

A veces se t ra ta de múl t ip les est ímulos, aun qu e menos intensos, que ac túan di rec tamente sobre e l superconsc iente de la r t is ta de modo que pasan inadvert idos a su concienc ia . Enmuchos o t ros casos, en cambio, e l est ímulo de terminante noes externo sino in te rno. En estos casos se ha l la const i tu ido porlas tendencias, los impulsos, los sent imientos y los problemasque se agi tan en e l ánimo de l a r t i s ta , e l cua l , a l no poder encontrar n ingún desahogo, sa t isfacc ión o soluc ión en la v ida ,

los manif iesta en una fantasía c rea t iva a t ravés de la cua lt ransmite su fuerza impulsora . Se t ra ta de la t ransformación ysubl imación ar t ís t ica de los sent imientos personales. Heine loexpresó de forma muy simple y e f icaz : «De mi gran dolorsaco mis pequeños cantos». Se pueden encontrar e jemplos de laná l is is de esta fuente de inspirac ión en d iversas obras psicológicas, pero hay que tomárse las con muchas reservas dada latendencia de muchos psicólogos a exagerar . Los aná l is is másra z ona b le s se ha l l a n c on te n idos e n e l l i b ro Psychanalyse del»art, de Charles Baudoin .

En pa r t e , t a mb ié n l a Divina Comedia p u e d e c o n s i d e r a r s ecomo la expresión t ransf igurada de l amor de Dante por Beat r iz , que no pudo ha l la r sa t isfacc ión te rrena l . Así también e lTristán e Isolda de Wagner fue descr i to por é l mismo como «unmo num e n to a l a mor que no pud e sa ti s fa c er» .

El est ímulo puede también poseer una na tura leza más e le vada , consist iendo en una vivida in tu ic ión de la Real idad super ior , en un re lámpago de i luminac ión espir i tua l . Esto suce-

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día a menudo en épocas más espir i tua les , en las que e l a r teposeía un carácter religioso y el poeta era además profeta y

cha y su expresió n externa . Al igua l que en el par to , ta l ex

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vidente . Es e l caso de Dante , e l cua l expresa admirablementeen e l «Para íso» sus in tu ic iones e i luminac iones míst icas.

En los casos en los que el estímulo iniciador de la aportac ión superconsc iente es in te rno, se puede hablar de una autofecundac ión, es decir, de una relación creativa entre las dist in tas par tes o e lementos de una misma psique .

Pero existe una tercera posibilidad: aquella en que los estí

mulos proceden de inf luenc ias psíquicas que ac túan te lepá t i camente sobre las a lmas sensib les y recept ivas. Esta h ipótesispodría se r ava lada por a lgunos casos de in te rvenciones s incrónicas o de manifestac iones s imul táneas, s in comunicac iónexterna . Las podríamos ca l i f icar de manifestac iones de l inconsc iente colec t ivo, pero ésta es una expresión que no expl ica nada .

A cont inuac ión viene e l per íodo de «gestac ión», de e laborac ión in te rna , la cua l , a l igua l que la f ís ica , puede desarrol la rse fác i lmente y s in producir t rastornos, pero lo más co

r r i e n t e 2S q u e r e s u l t e f a ti g o s a , c o m p l i c a d a y p e n o s a . S udura c ión p ue d e se r muy d ive r sa : qu iz á s se p roduz c a ra p id í s i-ma me n te , de fo rma c a s i i nme d ia t a , pe ro o t ra s ve c e s pue deextenderse mucho. En a lgunos casos, e l a r t i s ta se s iente presode una se nsa c ión de de sá n imo e inqu ie tud , c on mo me n tá neos f lorec imientos; en o t ros lo v ive como a lgo negat ivo, conuna ár ida sensac ión de desgana y de incapac idad para produc ir . Es f recuente q ue e l a r ti s ta in te rpre te e r rónea men te este est a do c omo una pa rá l i s i s de sus f a c u l t a de s p roduc t iva s y sea tormente in tentando forzar la inspirac ión mediante d iversos

est ímulos —el a lcohol , por e jemplo— lo cua l es a menudo dañino y en vano. En los per íodos de f lorec imiento , es posib ledar ocasión a la colaborac ión responsable y voluntar ia de l a rt i s ta con su inconsc iente , colaborac ión que se puede desarrol la r de múl t ip les formas según sea e l t ipo psicológico y la est ruc tu ra de l a pe r sona l ida d .

F ina lm e n te , l l ega e l mo me n to de l na c imie n to , de l a i r rup c ión en la concienc ia , o sea , de la inspirac ión propiamente d i -

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presión puede resul ta r fác i l y espontánea , o b ien d i f íc i l y do-lorosa; tal vez precise de ayuda artificial y entonces el result a d o n o s e a t a n v i t a l . E n a l g u n a s o c a s i o n e s s e p r o d u c eexal tac ión y un gran gozo (recordemos e l Eureka de A rqu í -me de s) ; e n o t ro s se t r a t a de a lgo to rme n toso , c omo fue e lcaso de Alfred de Musse t que in tentaba subst raerse de ta l estado mediante excesos de d iversa índole .

El producto a r t í s t ico puede nacer con di fe rente grado de

de sa r ro l lo : pue de se r un poc o c omo a que l lo s a n ima le s queson capaces de va le rse por s í mismos nada más nacer , o b ienpuede ser como e l n iño rec ién nac ido que necesi ta de cuidados u l te r iores, se r a l imentado y desarrol la rse . De esta mismaforma, la obra de a r te puede l legar ya casi perfec ta a l pr imertoque y tan sólo prec isar de una leve revisión o re toque , obien l legar sólo su d iseño y será necesar io desarrol la r d espu éssu t rama consc ientemente .

La relación mutua entre la creación espontánea y la activida d c onsc i e n te , y su r e spe c t iva p ropo rc ión , pue de se r muy

variada y comple ja .Existe a veces un desdoblamiento consc iente y casi a luc i -

na tor io . Considerando las a lusiones que Dickens hac ía en suscar tas respec to a la personal idad independiente —por así dec i r— de sus pe r sona je s , y c ompa ra ndo e s t a s a lu s ione s c onotros hechos que conocemos, deberemos considerar las comoge nu ina s . E l mi sm o a f i rma ba que Mrs . C a mp , una d e sus me jores c reac iones, le «hablaba» —genera lmente en la ig lesia—con una voz que e ra como una advertenc ia in te rna .

El dramaturgo francés De Cure l h izo un agudo aná l is is de

su método —o, mejor d icho, de sus experienc ias— durante e lt raba jo: descr ibe que comienza t ra tando e l tema de la formahabi tua l y quizás con m ás d i f icul tad y temor qu e ot ros escr i tores , pero enseguida s iente que a lgunos de los personajes brotan en é l y le hablan de l mismo modo que Mrs. Camp hablabaa D ic ke ns . Es to s pe r sona je s no l e e ra n ne t a me n te v i s ib l e s ,pero sent ía que se movían en torno suyo dentro de una escena , ya fuera cuando estaba en su casa o en e l ja rd ín , de

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modo que cas i podía verlos vagamente , como en un sueño. Apart i r de entonces ya no componía más , ni creaba; tan sólo ha hubiese terminado de escribir un c ierto número de páginas . Y

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cía un a revisión literaria: los personaje s habla ban y actu aba npor sí solos al punto de que incluso cuando el escritor era interrumpido o es taba durmiendo, e l drama seguía desarrol lándose espontáneamente en su mente; y cuando se dis tra ía y nopensaba en su trabajo, escuchaba a veces fragmentos de frasesque formaban parte de escenas de las cuales é l todavía no sehabía ocupado. Esto significa que la elaboración subliminal —

es decir , subconsciente— del drama ha t raspasado y precedido el punto en el cual se ha detenido el trabajo consciente.De Curel veía en es te pequeño desdoblamiento de la personal idad una especie de brote o excrecencia de la personal idadpr im i t iva , que e s de nuevo reabsorb ida g radua lm ente , aunque no s in una penosa lucha, apenas concluido e l drama.

Esta es una manifes tación específ ica de las subpersonal i-dades que exis ten en todos nosotros .

Aná logam en te , Lu igi P i rande l lo , ingen ioso y a to rm entad oanatomizador de la disociación y de la complej idad ps icoló

gica, hizo declaraciones similares y llevó este problema a escena en su original com edia Seis personajes en busca de autor.

La génesis de las creaciones artísticas y de las invencionesque hemos del ineado, as í como la exis tencia de diversos nivele s ps íqu icos s em i - independien te s , exp l ican c ie r tos hechoscuriosos y paradójicos concernientes a las re laciones entre unautor y su obra . A veces e l es tado de ánimo consciente del art is ta es netamente dis t into del que expresa en lo que es tá crea n d o , e incluso puede ser tota lmente opues to.

Ros in i , por e jem plo , com puso a lguno de los f ragm entos

más a legres de El barbero de Sevilla mientras es taba encoleri z a d o . El era muy perezoso y por e l lo nunca era puntual a lahora de entregar sus composiciones . Había s ido ya anunciadala fecha del estreno de El barbero de Sevilla, y aunque és ta seiba acercando cada vez más , é l no había comenzado a compone r cas i nada . En tonces e l em presa r io , s ab iendo que é l e ramuy perezoso pero también muy glotón, lo encerró con l laveen su habita ción y no le hac ía llegar la com ida hasta que no

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es por e l lo que Ross ini escribía completamente encolerizadoen su lecho (que era do nd e nor mal men te sol ía com poner) yarrojaba las hojas poco a poco a t ravés de la ventana, ávidamente recogidas por los escribanos que aguardaban en e l pat io para copiarlas .

Sucede con frecuencia que en otros casos e l autor experimente un extraño sent imiento de des interés , incluso de a le ja

miento hacia aquel lo que ha producido. Por e l lo, cuando pas a d o u n t i e m p o r e l e e d e n u e v o s u s e s c r i t o s , s i e n t e u n aimpres ión de novedad y cas i de maravi l la ante lo que ha brotado de su pena. Pero hay más: también puede suceder que e lautor no comprenda bien su propia obra ni reconozca su s ignif icado más profundo, mientras que otra persona, quizás a lgú n crí t ico exp erto , sabe com pre nd erla y la saca a la luz .Hace m uchos años pude p resenc ia r un caso t íp ico de e s tet ipo: un médico intui t ivo y espir i tualmente e levado leyó públ icamente varias poes ías en presencia de su autor, haciendocomentarios de gran ingenio que ponían de re l ieve e l s ignif i cado espir i tual y s imbólico que contenían. Después de la lectura , e l poeta di jo: «Jamás hubiese imag inad o que m is poes íaspudiesen encerrar todos es tos s ignif icados , pero ahora ¡ tengoque admit i r lo!». Debo señalar que ese poeta era más bien unv iv idor s in g randes a sp i rac iones e sp i r i tua le s , con una v idape rsona l bas tan te m edioc re .

I lus t ra ré todo cuan to he d icho m edian te e jem plos m uydis t intos entre s í , pero que ayudarán a comprender en lo pos ible e l admirable proceso de la inspiración y de la creación.Empezaré por c i tar e l c laro y candido tes t imonio de un genialescri tor: Hermann Keyserl ing.

«Me convertí en escritor, aunque originalmente no tenía ningunatendencia a escribir, debido sólo a que para poder materializar m i ser— y, debido a mis capacidades existentes y, sobre todo, a mi incapacidad— no veía ningún otro camino ante mí más que el de la expresión escrita. Al escribir, nunca me he sentido dema siado distinto aun médium: jamás he sabido lo que iba a decir. Tan sólo he sentido elimpulso de decir en ese momento algo sobre un determinado tema.

Los primeros resultados se producían cada vez más rápidos y constituían para mí una verdadera sorpresa, aunque sólo fuese la sorpresa

Ya desde su más t ie rna infanc ia , María Gal lo t t i fue muy

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de reconocer con alegría aquello que, en un principio, tan sólo habíapresentido.«Cuando en Darmstadt tuve que desarrollar una actividad externa(la fundación y dirección de la «Escuela de la Sabiduría») en la quenunca había pensado y que, por mi carácter, no m e resultaba apropiada en absoluto, se me precisó el hecho sorprendente de que miproducción debía de llevar un determinado título y entregarse en unplazo determinado. Por aquel entonces jamás tuve necesidad de pen

sar en lo que iba a escribir, ya que conforme se iba aproximando lafecha fijada, todo aquello que había presentido tomaba forma por símismo» (Mis relaciones con lo suprase nsible).

El segu ndo e jemplo es e l de u n escul tor , Ernesto Masuel l i .Se t ra ta de un joven que qu edó c iego a los d iec inueve añospor una her ida de guerra . Jamás se había dedicado a l a r te ytampoco lo h izo inmedia tamente después de haber perdido lavista , s ino que pasado un c ie r to t iempo y casua lmente , comosi de un juego se t ra tase , in tentó modelar un poco de p last i -l ina : sus resul tados fueron tan in te resantes que le impulsarona dedicarse a modelar de forma asidua . De este modo se desarrolló en él un talento con la característica de ser completamente espontáneo y que es sorprendente debido a su ceguera .Al preguntar le sobre su forma de c rear , Masuel l i me respondió l i te ra lmente : «No vigi lo mi mano mientras t raba jo; yo mesiento aquel lo que hago. En esos momentos, soy aquel lo queestoy labrando y de jo que la mano ac túe sola . Modelé El soldado (una de sus má s be l l a s e sc u l tu ra s ) e n t r e s c ua r to s dehora , en un estado como de ensueño, casi de inconsc ienc ia .Siempre t raba jo serenamente , l leno de gozo.» Resul ta suma

mente in te resante su a lusión a l proceso de ident i f icac ión, depersonificación.

El te rcer e jemplo, aún más s ignif ica t ivo en a lgunos aspectos, es el de la poetisa y dibujante María Gallotti . Me extenderé más sobre este caso ya que logré recopi la r d i rec tamentesus da tos b iográf icos: Me remit i ré a una par te de mi d iscursoinaugura l para la exposic ión de d ibujo rea l izada en e l «Circulo de l la Stampa» de Roma.

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dist in ta de las dem ás niñ as y jovenci tas . Sol ía a leja rse de l amb ie n te que l a rode a ba y e nc e r ra r se e n su mundo : un mundorebosante de hermosas v is iones, de bondad y de perfecc ión.Esta in tensa in t roversión y la d isoc iac ión psíquica que produc ía se v io agravada por un doloroso hecho que e l la misma explicaba así:

«Pasé mi infancia y mi juventud sumida en una pesadilla de la cual

jamás creí poder llegar a despertar. Para mi desgracia, y creo que estas desgracias suceden a menudo y resultan sumamente perniciosaspara mucha gente joven, tuve un maestro, Dios le perdone, que enlugar de desarrollar en mí el amor por el estudio con cariño o estimular m is conocimientos, no cesaba de repetirme continuamente queyo era una persona deficiente, incapaz de desear y, menos aún, dehacer nada bueno y que estaba destinada a convertirme en el peorfracaso de todo el colegio. Esta labor de sugestión quizás halló en miuna debilidad de carácter, porque no sólo no supe rebelarme y reaccionar, sino que terminé por considerarme una desgraciada, incapazde ver algo de lo que las otras comprendían y de trazarme en la vidami propio camino».

Esta maléf ica sugest ión hizo que la par te mejor y más verdadera de la personal idad de María Gal lo t t i permaneciese para l izada y durante muchos años su v ida t ranscurr ió en un est a d o c a s i d e s o n a m b u l i s m o . E s a p a r t e l l e g ó d e s p u é s amanifesta rse , pero en o t ras personal idades más débi les , menos sanas o con menos v ida in te r ior , esas deprimentes e insanas sugest iones acaban bruta lmente con cua lquier germen devida espir i tua l , provocando desequi l ibr ios y autént icas enfermedades nerviosas y psíquicas. Se t ra ta de mut i lac iones mora l e s que e n c i e r to s a spe c to s sue l e n se r muc ho má s g ra ve sque las f ís icas, y const i tuyen una gran responsabi l idad paraquienes las l levan a cabo. Su única excusa es que a menudono t ienen ninguna consc ienc ia de l daño que hacen, pero hal legado e l momento de que estos de l i tos psicológicos cesen,ha l legado e l momento de que todos se den cuenta de que lascr í t icas, la desva lor izac ión, e l pesimismo y los pronóst icos defracaso son un verdadero veneno, mientras que la compren-

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sión, el cariño, el ánimo y el sano optimismo son vivificantes,provocan súbi tas energías y pueden producir una admirable

sorprendente fac i l idad y rapidez de e jecuc ión, numerosos d i

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evoluc ión in te r ior y unas obras rea lmente maravi l losas. Estainconsc ienc ia carac te r iza a a lgunas madres que aman (aunque a su manera) a sus h i jos, y s in embargo arru inan sus v i das con estas imá gene s negativas y con estas continu as críticas.

Durante muchos años María Gal lo t t i v iv ió d ignamente susexperienc ias como mujer y como madre , pero s iempre se s in

t ió presa de l su ti l e insuprimible torm ento de aspira r con nosta lg ia hac ia una v id a espir i tua l que con sideraba ina lcanzable ,ya que se sent ía dominada por unas energías in te r iores a lasque no sabía dar r ienda sue l ta y me nos a ún expresar c rea t i vamente . Pero de repente le sucedió a lgo rea lmente m aravil l o so y so rp re nde n te : una noc he s in t ió r e pe n t ina me n te unfuerte impulso a escr ib i r unos versos que a f loraban de formaespontánea en su concienc ia . Maravi l lada y a lgo t i tubeante ,obedec ió este imp ulso y los versos fueron surg iendo r ápida me n te s in ne c e s ida d de re a l i z a r n ingún t i po de e s fue rz o .

Desde entonces, esta vena poé t ica brotó v iva y fresca comoun ina go ta b le ma na n t i a l . Era n ve r sos f lu idos y a rmon iososque , sin la más mínima carga re tór ica n i pre tensión «l i te ra r ia» , expresaban con gran sensib i l idad los sent imientos, reacc iones y aspirac iones de un a lma tan dulce y sensib le comotambién fervorosa e intensa.

Pa sa dos a lgunos me se s , t uvo luga r o t ro a c on te c imie n toaún más sorprendente que e l pr imero: María Gal lo t t i empezóa dibujar espontáneamente , s in haberlo hecho nunca anter iormen te y sin hab er recibido jamás ni un a sola lección de di

bujo . No fue un aprendiza je gradual , n i un desarrol lo c re c iente de una facul tad a r t í s t ica , s ino que se puso súbi tamentea dibujar un a de las im áge nes má s difíciles por técnica y expresión: la f igura de l Cris to . El imp ulso que , con inconsc ienteaudac ia , la empujó a el lo fue su enor me deseo de tener unaimagen de El , que se correspondiera con su propia v is ión inte r ior y a la que dedicar sus p leg arias . Y lo logró .

Ense gu ida e mpe z ó e spon tá ne a me n te a d ibu ja r , c on una

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seños. Entre e l los , poseen par t icular in te rés y va lor una ser ieen la que repres enta a l Cris to c ruc if icado evange l izando.

Además de sobre este tema, que e ra su predi lec to , MaríaGal lo t t i también dibujó sobre o t ros muchos, entre los que destacan los de San Francisco, Santa Caterina y Santa Clara; unaposter ior se r ie de de l icadas in te rpre tac iones o « t ranscr ipc iones» f igura t ivas de la música de los grandes composi tores:Bach, Beethoven, Haydn o Schubert ; además de representars i m b ó l i c a m e n t e d i f e r e n t e s e s t a d o s d e á n i m o : a ñ o r a n z a ,amargura , a t racc ión, re f lexión, medi tac ión, fe l ic idad, se renidad, e tc . . y, en fin , tamb ién un gran nú me ro de re t ra tos.

Todo cuanto he expuesto anter iormente sobre e l procesode inspirac ión y de c reac ión, lo encontramos ne tamente en e la r t e de Ma r í a G a l lo t t i : ha y e s t ímu los e x te rnos , pe ro sob retodo in te rnos y espir i tua les , e laborados desde un supercons-c iente sumamente v ivo y sensib le ; se produce e l nac imientofá c i l y e spon tá ne o de l p roduc to a r t í s t i c o ya c omple to c oncada una de sus par t icular idades y , por consiguiente , con unamín im a o n ing una pa r t i c ipa c ión de l a pe r so na l ida d c ons c iente ; todo se e labora y se prepara en una región más e le vada , y de el la prov iene .

No s resta e l problem a d e su s ingular hab i l idad técnica . Sobre e l lo me l imi ta ré a formular la h ipótesis de que puesto quela imagen y la visión interna del dibujo son en ella tan vivas,tan n í t idas y prec isas en cada una de sus par t icular idades, secrea la correspondiente coordinac ión neuromuscular necesar ia para po der p las mar sob re el pap e l los trazos de lápiz yllegar a objetivar así tal imagen.

La hiperac t iv idad superconsc iente de María Gal lo t i se haman ifestado tam bién en mu cho s o t ros aspec tos: en má s deuna ocasión sin t ió c la ras in tu ic iones premoni tor ias de hechosq u e m á s t a r d e s u c e d i e r o n r e a l m e n t e . A m e n u d o s e s i n t i óf u e r t e m e n t e i m p u l s a d a a a c t u a r d e a l g u n a d e t e r m i n a d afo rma que , de spué s , se de mos t ró a c e r t a da. A de m á s , s i e mprese s in t ió guiada y apoyada por una Fuerza espir i tua l superior.

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A unque a qu í a pe na s he mos t r a spa sa do lo s umbra le s de lmiste r io , no me seguiré extendiendo sobre este punto . Con 6. La inspiración

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c lui ré este capí tu lo parafraseando lo que Shakespeare puso enboca de uno de sus personajes: «Hay más cosas entre e l c ie loy l a t i e r ra que c ua n to l a me n te huma na ge ne ra lme n te a d mite.»

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t r ansper sona l

Si observamos los «signos de los t iempos», es dec ir , e l es

tado ac tua l de la humanidad, de sus in te reses y de sus compor t a mie n tos , pod re mos obse rva r f á c i lme n te una c re c i e n tep o l a r i z a c i ó n e n t r e d o s t e n d e n c i a s o p u e s t a s . P o r u n l a d o ,existe un exasperado deseo y una a fanosa búsqueda de posesiones mater ia les , de goces sensua les, de dominar la na tural e z a y a o t ro s se re s huma nos c on sus c ons igu ie n te s c onse cuencias de l icenc iosidad y de autoaf i rmación en todos losá mbi to s , de a g re s iv ida d y v io l e nc ia i nd iv idua l y c o le c t iva .Por o t ro lado existe también, de forma más o menos evidente ,una ma rc a da in sa t i s fa c c ión ha c ia t odo e s to , o i nc lu so una

a b ie r t a r e be l ión , sob re todo e n t re l o s j óve ne s , y una bús queda , consc iente o no, de va lores y de re t r ibuc iones de o t raíndo le má s e l e va da , c on un a nhe lo ha c i a l o que ge né r i c a mente se denomina espir i tua l o re l ig ioso .

P e r o e n e s t e c a m p o e x i s t e n n u m e r o s a s i n c e r t i d u m b r e s ,c on fus ione s y ma le n te nd idos . Se da l a e x t ra ña pa ra do ja deque , mie n t ra s a bunda n lo s t e s t imon ios de e xpe r i e nc ia s quehombres y mujeres de todos los t iempos y de todos lo lugareshan tenido en esa esfera superior, los estudios científicos y lasinve s t iga c ione s a e st e r e spe c to son s in e mb a rgo e sc a sos y

muy poco sa t isfac tor ios. Los mot ivos son muy diversos. Antetodo, está e l problema de una e rrónea concepción de l métodocientífico, que se limita a util izar técnicas cuantitativas y estadíst icas adaptadas a las c ienc ias na tura les . Además, la mentese muestra reac ia a admit i r la existenc ia de una rea l idad y deunos va lores no rac iona les, confundiendo lo que es super-ra -c iona l con lo i r rac iona l o , mejor d icho, ant i - rac iona l . Des puésestá e l hecho de que , normalmente , las descr ipc iones de ta les

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experienc ias han sido vinculadas con doctr inas re l ig iosas, conimágenes, s ímbolos y formas que ya no son aceptados o con

sabios, también están « los fa lsos profe tas» , quienes u t i l izan yenseñan métodos no vá l idos e inc luso pe l igrosos. Por e l lo , re

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s ide ra dos c omo vá l idos po r un núme ro c a da ve z ma yor depersonas. Ta l y como dec ía Keyser l ing , con su carac te r ís t icai rreverenc ia : «Han sido expuestas en e l marco de sus propiosprejuicios».

Otra dificultad es la de la inadecuación del lenguaje y delas expresiones verba les para comunicar la verdadera na turaleza de las experiencias transpersonales. Todos los que han in

tentado hacerlo han dicho que, en realidad, son inefables. (1)Fina lmen te , también existe e l mie do a aven turars e en un

mundo dist in to a l habi tua l , en un mundo desconocido y desconcertante . A menudo, esto se ve acentuado por e l hecho deque e s t a c onqu i s t a ha s ido e mine n te me n te p re se n ta da ba jouna forma negat iva de renuncia a todo aquel lo con lo que e lhombre se s iente genera lmente v inculado, s in l legar a resa l ta rsuf ic ientemente todos los aspec tos posi t ivos y gozosos de lamisma .

De todo e l lo se der ivan fuer tes renuencias y resis tenc ias ,

por lo que no es raro que se produzca lo que se conoce por «elrechazo de lo subl ime». Sin emba rgo, y a pesar d e todo, lame n c iona da in sa t i s fa c c ión y l a c ons igu ie n te bú squ e da de«algo diferente», el atractivo de las exploraciones y de la conquista de los mundos in te r iores, de los cua les muchos han te n ido p re se n t imie n tos , a me nudo se ha t r a ns fo rma do e n unresplandor o inc luso en un vivido rayo de luz y ha hecho quemuc hos de lo s que se ha n p re se n ta do c omo me nsa je ros ygu ía s e n e sos c a mpos ha ya n a t r a ído a un g ra n núm e ro depersonas, agrupando a su a l rededor a s impat izantes y a d isc í

pulos entusiastas y a me nud os faná t icos.Pero e l va lor de estos mensa jes y la capac idad de esosguías, de esos «maestros» , son muy diversos. Junto a las e le vadas y genuinas enseñanzas, existen también ot ras muchasque son falsas y en las que la verdad y lo ilusorio se entremezclan en grado diverso . Junto a los guías verdaderamente

(1) Esta eb una de las característ icas a t r ibuidas a la experiencia míst ica por W.James en su obra Varieties of Religous Experience.

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su l t a suma me n te u rge n te y ne c e sa r io un e s tud io y una e xpe r imentac ión c ient í f ica en este campo, que permita una eval u a c i ó n t o t a l m e n t e i n d e p e n d i e n t e d e c u a l q u i e r d o c t r i n a ,s i s te ma o a u to r ida d pe r sona l .

Este estudio y esta invest igac ión ya han sido in ic iados yv a n d e s a r r o l l á n d o s e r á p i d a m e n t e : c o n s t i t u y e n u n a n u e v arama de la psicología a la que se ha l lamado t ranspersonal y

que podría considerarse como una «psicología de lo e levado».Pero esto tan sólo es un comienzo: todavía queda mucho porhacer.

Por mi par te , me dediqué a e l lo hace ya más de d iez añosy ahora me he propuesto seguir hac iéndolo de una forma máscoordin ada y s is temát ica (en e l bue n sent id o de la pa labra) , esdec ir , escr ib iendo coordinadamente un l ibro sobre La psicología de lo elevado y del Sí Mismo.

Uno de los pr inc ipa les temas de esta «psicología de lo e le vado» es el de la re lac ión entre las ac t iv idades superconsc ien-

tes t ranspersonales y la v ida consc iente , o mejor d icho, sobrelas d is t in tas modal idades y estados de l t rasvase de contenidos y energías superconsc ientes a l ámbi to de la consc ienc ian o r m a l d e v i g i l i a . E s t a s m o d a l i d a d e s s o n m u y d i v e r s a s ypueden ser indicadas de la s iguiente forma:

1. In tu ic ión— 2. Imaginac ión— 3. I luminac ión— 4. Revelac ión— 5. Inspirac ión— 6. Creac ión— 7. Com prens ión e inte rpre tac ión.

E s t a s m o d a l i d a d e s n o s u e le n d e s a r r o l l a r s e s e p a r a d a mente , s ino que a menudo sue len hacer lo a l mismo t iempo y ,

en cierto aspecto, de forma bastante unitaria. Por ello, a vecesinc luso pueden l legar a confundirse entre s í . Pero para su estudio científico es preciso poner en evidencia las distincionesy las diferencias existentes entre cada una de ellas. Tan sólode spué s de ha be r lo he c ho a s í , se pod rá n re c onoc e r y c omprender tanto sus re lac iones como sus in te racc ionesr

A su vez , este estudio pos ee var ios aspec tos o fases q uetambién habrá que di fe renc iar :

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1. Ante to do, la fenomenología ; es dec ir : la recopi lac iónde experienc ias espontáneas y de los hechos observados, des

debido a la l imi tada y uni la te ra l concepción de los ámbi tos ymétodos de la ciencia, o bien la ha identificado con la percep

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cr i tos y expresados por muchas personas de todos los t iempos y lugares.

2. La mo dal id ad de l proceso de t rasvas e entre e l super-consciente y la conciencia.

3. Las técnicas que han sido y s igu en siend o ut i l izad aspara provocar o favorecer d icho t rasvase . Estas técnicas inc luyen las d i fe rentes prác t icas — externas o in te rnas— de las

distintas religiones, así com o toda una serie de ejercicios de nomina dos de muy d ive r sa s fo rma s , pe ro que pod r í a n se r i n c lu idos ba jo e l nombr e genérico de yoga .

4. Los resul tados inmedia tos y los e fec tos sucesivos quede ellos se deriven.

5. Los mé todo s para preve nir los pe l igros y repa rar losda ños que pud ie ra n p roduc i r se de b id o a l «desc e nso» o i r rup c ión de las energías t ransp ersona les.

6. Las formas para la mejor y más útil uso de esas realizaciones y energías.

V a i^os a e xa mina r p r ime ro l a s moda l ida de s de l t r a sva sede los e lementos y ac t iv idades superconsc ientes a l campo dela conciencia.

1. La In tu ic ión

Aquí es prec iso d ist inguir entre la in tu ic ión como funciónpsíquica , por un lado, y los resul tados de su ac t iv idad, es dec ir , las in tu ic iones pro piam ente d ichas con sus d iv ersas características por otro. La definición usual de este concepto pro

viene de su etimología: «in-tueri», es decir «ver dentro». Setra ta de la v is ión, de la percepc ión inmedia ta de un obje top re se n te , t oma do e n su r e a l ida d ind iv idua l . La in tu i c ión ,como función espec íf icamente cogno sc i t iva y aut óno ma , secontempla en genera l ac tua lm ente y ha s ido reconocida en e lpasado, tanto en Oriente como en Occidente .

Sin embargo, la psicología que se autodefine como científica no la ha reconocido como medio válido de conocimiento,

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c ión sensoria l d i rec ta de los est ímulos externos. Pero s iempreha existido y todavía sigue existiendo una reacción contra estein just i f icado exc lusiv ismo. Los dos mayores defensores de lavalidez y del valor de las intuiciones fueron, sobre todo, Berg-son y K e yse r l ing . A mbos e s t á n c ons ide ra dos y c a t a loga doscomo filósofos, pero tuvieron un finísimo sentido psicológicobasado prec isamente en la in tu ic ión y , en e l caso de Keyser

l ing , también en su gran capac idad de empat ia y compenetra ción. Por ello, su valiosísima contribución al conocimiento dela l m a h u m a n a d e b e r á s e r d e b i d a m e n t e r e s p e t a d a y t o m a d amuy en cuenta por parte de la nueva psicología científica.

J u n g , d e s d e u n á m b i t o m á s e s t r i c t a m e n t e p s i c o l ó g i c o ,tuv o el mé rito de afianzar la existencia y la valid ez de la intu ic ión como función psíquica espec íf ica y autónoma. Estenos lo explica así:

Bajo mi punto de vista, la intuición es una función psicológica fun

damental; no se trata de una sensación, ni de un sentimiento, ni deuna deducción intelectual... Median te la intuición, c ada contenidose presenta como un todo completo en sí mismo, sin que seamos capaces de explicar o de descubrir cómo ha sucedido tal cosa... Por ello,el conocimiento intuitivo posee un carác ter intrínseco de certeza yde convicción, el cual indujo a Spinoza a sostener que la «ciencia intuitiva es la forma suprema de conocimiento».

A esta forma de conocimiento Jung la l lama «irrac iona l» ,pero esta designac ión se presta a equívocos porque nos induce a contemplar la como contrar ia a la razón, mientras que

en rea l idad es solamente d is t in ta , pero no opuesta ; Se podríal lamar para-rac iona l , o mejor todavía , t rans-rac iona l .

Existen var ios t ipos de in tu ic ión. Ante tod o están las intu i c ione s se nso r i a l e s , c ons t i t u ida s po r l a pe rc e pc ión c ons c iente de las im presiones v is ib les , audi t iv as, tác t i les, e tc. , prod u c i d a s p o r e s t í m u l o s p r o c e d e n t e s d e l a m b i e n t e . N o h a r éhincapié sobre e l las porque se desarrol lan en los n ive les psí quicos personales y no a tañen a l superconsc iente .

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Después están las in tu ic iones de las ideas, en e l sent idop la tón ic o , que p roc e de n de una re g ión supe r io r a a que l l a

transformación y por ello sólo puede verla quien puede aferrar directamente aquello que —de vez en cuando— es posible, y ello en undoble sentido: primero de todo porque, más allá de los hechos, exis

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donde norm almen te func iona la me nte ordinar ia y , por consi g u i e n t e , p u e d e n c o n s i d e r a r s e t r a n s p e r s o n a l e s . L o m i s m opuede dec irse de los demás t ipos de in tu ic iones superiores, esdecir, de las estéticas, de las religiosas, de las místicas e incluso de las científicas (por ejemplo, las intuiciones de la matemática superior) . De hecho, hay mu cha s personas que deber ían haber s ido consid eradas com o normale s y no lo han

sido. Esto denota la diferencia entre la vida psicológica ordinar ia y la t ransperson al .Las intuiciones se presentan en la conciencia o son percibi

das de dos formas. La primera, que es la que se halla más vinculada a l s ignif icado e t imológico, puede descr ib i rse como laapertura de un «ojo interno» que permite ver o percibir una rea l idad que la v is ión normal no vislum bra . La o tra forma pue deser comparada a un resplandor , a un re lámpago, a un rayo deluz que se enciende en el campo de la conciencia y que es percibido por el yo, por el centro de la conciencia, des de su nivel osede habitual. Un carácter común y específico de la intuicioneses su autenticidad. Confieren la percepción del objeto en su totalidad, en su conjunto, como un todo orgánico, y por ello sediferencian d e la conciencia me ntal, qu e es analítica.

Keyserling lo manifiesta con gran evidencia:

... En definitiva, el homb re, al igual que el resto de los animales, estáíntimamente vinculado a todo el complejo de seres y cosas, y si le falla el instinto o lo tiene muy atrofiado, no puede entonces fiarse desus impulsos elementales y tiene que intervenir el equivalente humano del instinto para que el hombre se atreva a orientarse libremente en el cosm os. En este sentido, sólo los intuitivos son libres; ypor esta razón, tan sólo entre ellos surgen los grandes reveladores,los conductores y los innovadores...

Esta es otra característica específica de la intuición: su dirección hacia el progreso, hacia el futuro.

... La intuición — afirma K eyserling — penetra el velo del porveniry, por consiguiente, de lo posible. Pero la realidad está en perpetua

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ten algunas «posibilidades»; en segundo lugar, porque son capacesde percibir directamente, y de entre todas las posibilidades, aquellasqu e — ocasionalmente y en determinadas condiciones— pueden llegar a realizarse. Tanto la una com o la otra no pueden derivarse sinode la experiencia interior y primo rdial de la totalidad.Finalmente —observa todavía Keyserling— La intuición tambiénse halla estrechamente vinculada al amor.

Por todas estas razones, la in tu ic ión, más que la ca l idaddel objeto lo que capta es la esencia, lo que es. Por ello es unode los campos de invest igac ión de la nueva psicología de l se r ,de la cua l Maslow ha sido e l p ionero .

2. L a i ma g i n a c i ó n

Esta se ha l la est rechamente v inculada a la in tu ic ión, yaque normalmente las in tu ic iones no se presentan en la conciencia de forma ab stracta, sencilla y «pura» , sino bajo el aspec to de imágenes. Por e l lo , e l pr imer paso consiste en d ist ingu i r e l c on te n ido , l a e se nc ia o l a i de a que c ons t i t uye unaintuic ión, de la forma y de l revest imiento que adopta . Estaforma posee un carácter simbólico y ello nos lleva a la importante y comple ja cuest ión de l s imbol ismo. Hablaremos de e l lomás ade lante . (2)

Ahora recordaré tan sólo la doble , y en c ie r to sent ido cont radic tor ia , na tura leza y func ión de l s ímbolo: puede ve lar oreve lar. Cu and o se confunde con la rea l idad qu e expresa , lave la y es por e l lo fuente de i lusiones. Cuando, en vez de e l lo ,

es reconocido como medio de expresión, es una v ía ú t i l de se guir , y ta l vez necesar ia , que pu ede co nducir hac ia una rea l i da d t r a nsc e nde n te .

Inde p e nd ie n te me n te de su func ión c ognosc i t iva , ya seac omo v ía o ve h íc u lo de l a i n tu i c ión , l a ima g ina c ión pose eotros aspec tos d i fe rentes entre s í .

(2) Ver e l capí tulo 8 del prese nte volum en. $(N del E.)

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Primero es tá la s imple imaginación reproduct iva , es decir ,la imagen-recuerdo de las sensaciones o impres iones ya expe

min ado aspecto o manifes tación d e la Real idad. Pero la i lum inac ión e s a lgo m ucho m ás am pl io y durade ro ; e s una v i

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r imentadas ( imágenes mnem ónicas) . La más frecuente es la visual , pero también es tán las imágenes-recuerdo de las demásimpres iones recibidas a t ravés de los otros sent idos entre lasque des tacan las audi t ivas . Todas e l las se hal lan conservadasen es tado la tente en lo que podemos denominar «archivo delinconsciente», y pueden reaflorar a la conciencia espontáneamente o bien ser evocadas med iante la voluntad . La capacidad

de conservar y de evocar imágenes es inmensa, práct icamentese podría decir que ilimitada. En condiciones especiales (hipnosis , estados febriles, etc.) es posible reaflorar pequeños recuerdos de los acontecimientos de la primera infancia. Estántambién los prodigios mnemónicos de los grandes directoresde orquesta (por ejemplo, Toscanini) capaces de recordar sinfonías enteras y óperas musicales, y de dirigirlas sin tener laspart i turas delante suyo. También es sorp rend ente la capacidad que poseen a lgunos jugadores de a jedrez para visual izarlas piezas de múlt iples tableros y sus movimientos , pudiendo

llegar a íugar a la ciega quince o más part idas s imultáneas .Es tá también la imaginación creat iva , la cual posee una

enorm e im p or tanc ia , au nq ue toda v ía no e s lo su f ic ien te mente reconocida y ut i l izada como podría serlo, por e jemplo,en e l ámbito educat ivo. Normalmente su act ividad se manif ies ta en los sueños , que son un producto mixto de los dos t i pos de imaginación: la reproduct iva y la creat iva . Pero de lacreat ividad hablaré más adelante .

3 . L a I l u m i n a c i ó n

Una de las formas más frecuentes de man ifes tación d el su-perconsciente en la conciencia es la de la iluminación, que sigue a la apertura del «ojo interno». Exis ten muchas afinidades entre la intuic ión y la i luminación, aunque también haynotables diferencias.

En sent ido general , se pu ed e decir que una intuic ió n escomo un re lámpago de i luminación concerniente a un deter-

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s ión que mues tra la naturaleza esencia l y la unidad s inté t icade toda la Real idad, o de sus aspectos más importantes . Es lapercepción de una luz que no es f ís ica , s ino que emana de lapropia Real idad.

Es te t ipo de i luminación puede ser cons iderado como larevelación de la inmanencia divina, de la unidad de la VidaUniversal , manifes tada en miríadas de formas . La descripción

más eficaz es la contenida en el Bhagavad Gita, en donde se ladescribe como la «revelación de la Forma Universal».

Num erosos poe ta s han t en ido y han in ten tado expresa res ta experiencia de i luminación. Entre e l los , e l más importante ha s ido Da nte: e l «Paraíso» dantesco es tá l leno de expres iones luminosas . Dante afi rma claramente a l principio de eseCántico habe r tenido la inefable experiencia de la más a l taLuz, la que resplandece en el «cielo» más elevado, el más cercano a la Real idad S uprem a, a Dios .

La gloria de Aquél que todo muevealcanza el universo todo, y resplandeceen unas partes más y en otras menos.

En el cielo que mayor luz de El recibe

estuve yo, y vi cosas que decirni sabe ni puede quien de allí desciende;

pues aproximándose a su expresiónnuestro intelecto alcanza tal profundidadque la memoria no puede ir tras él.

La manifes tación de la luz asum e diferentes aspectos en laconciencia del que la percibe; o, mejor dicho, en ésta prevalecen diferentes aspectos en función de las características del individuo, pues ta les aspectos no son excluyentes s ino que seinterp enetra n y se confun den en grad o diverso. En a lgun oscasos prevalece la percepción de la bel leza , como p or e jemploen Tagore; en otros , prevalece e l aspecto cognosci t ivo, comoen Plot ino o en Eckhart .

En los míst icos c r is t ianos, y tam bién en los or ienta les , ta lesaspec tos se aunan con sent imientos de amor y de adorac ión.

c ión , c ua nd o e s impre v i s t a , pue de re su l t a r muy t r a ns to rna n tey p rovoc a r e s t a do de p re s ivos , m ie dos e i nc lu so de se spe ra

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En otros casos, la i luminac ión susc i ta sobre todo un sent i miento de gozo que puede a lcanzar inc luso estados de bea t i tud está t ica . Pero , repi to , se t ra ta de una preponderanc ia deuno u o t ro de estos aspec tos: normalmente , todos sue len esta rp re se n te s e n a lguna me d ida . Su fu s ión fue e xp re sa da deforma admirable por Dante .

4. La Revelac ión

Existe un tipo de experiencia iluminativa distinta a las indicadas hasta ahora: se trata de la «toma de conciencia», de lapercepc ión, a menudo imprevista , de lo que es e l se r humano,de la reve lac ión que un individuo t iene de s í mismo.

Los aspec tos y e fec tos de esta reve lac ión pueden ser muydist in tos entre s í , inc luso opuestos. El pr imer t ipo de reve la c ión posee un carác te r sumamente posi t ivo: se t ra ta de la v i s ión de las admirables potenc ia l idades la tentes o ac t ivas en

lo s n ive l e s supe rc onsc i e n te s ; pue de l l e ga r a p roduc i r se unresplandor , un re lámpago de reve lac ión de l Sí Mismo espir i tua l . El lo inc luye una nueva comprensión, la verdadera comprensión de uno mismo y de los demás; la concienc ia experi m e n t a u n a s e n s a c i ó n d e a m p l i a c i ó n , d e e x p a n s i ó n , y e sinunda da po r se n t imie n tos de goz o , bonda d , a mor y g ra t i t ud .

Pero la reve lac ión, ya sea por repent ina , imprevista o dema s ia do in t e nsa , t a mb ié n pue de p rovoc a r r e a c c ione s poc ode se a b le s e i nc lu so morbosa s : pue de p roduc i r se n t imie n tosde excitación y de exaltación. Si se pierde la conciencia de la

diferencia que existe entre el Sí Mismo espiritual y el ser o elyo personal , éste pu ede a t r ibuirse la cua l idad y e l pod er d eaquél , pudiendo l legar hasta la megalomanía .

Otro aspec to , inverso a l anter ior , de la i luminac ión in te rnaes la reve lac ión de la par tes infer iores y más oscuras de lape r sona l ida d , ha s t a e n tonc e s igno ra da s o no re c onoc ida s , obien más o menos rechazadas o repr imidas en e l inconsc iente ,y que const i tuyen lo que Jung l lama la «sombra». Esta reve la-

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ción. Para prevenir o a tenuar estos e fec tos resul ta sumamenteút i l una adecuada preparac ión psicológica y un adecuado conocimiento de la «psicología de lo profundo». Este conocimiento e l imina e l shock de la sorpresa y ayuda a aceptar lareve lac ión a l poner de manif iesto que e l lado oscuro formapa r t e de l a c ond ic ión hum a na usua l .

Otras reacc iones menos extremistas , aunque no menos no

civas, pu ed en expe rime ntarse a nivel físico cua ndo el sistemanervioso no soporta la intensidad, el voltaje de las irrumpientes energías psico-espirituales. También, en este caso, un conoc imiento prevent ivo de los d is t in tos n ive les de la na tura lezahumana , ta l como son def in idas en la «psicología de t res d i mensiones», puede ayudar a soporta r estas reacc iones y a te nuarlas , e indicar los modo s de e l iminarlas .

5 y 6. Inspirac ión y Creac ión

Otros t ipos de re lac ión y de in te racc ión entre e l supercons-ciente y la conciencia son la inspiración y la creación psico-es-pir i tua l . Es oportuno tener c la ramente en cuenta las d i fe renc i a s e x i s t e n t e s e n t r e l a i l u m i n a c i ó n , l a i n s p i r a c i ó n y l acreac ión, y tener las b ien presentes, ya que a menudo sue lenc onfund i r se . La i l umina c ión pue de p roduc i r i n sp i ra c ión y ame nudo lo ha c e , a unque no s i e mpre . En a lgunos mís t i c os , l ai l umina c ión pe rma ne c e e n un á mbi to sub je t ivo : pue de p rodu c i r un e s t a do c on te mpla t ivo , su sc i t a a me nudo impu l sos deamor y la aspirac ión a unirse a Dios y a fundirse en la Su

prema Real idad, pero no inspira c reac iones externas, n i inc i taa la acción.Por o t ro lado, también puede darse la inspirac ión sin i lu

minac ión, s in que exista una e levac ión o expansión de la conc ienc ia . Ta l es e l caso de las inspirac iones musica les experi m e n t a d a s p o r n i ñ o s d e c o r t a e d a d c o m o , p o r e j e m p l o ,Moz a r t .

También entre la inspirac ión y la c reac ión hay una ne ta d i -

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terencia. La inspiración, en sentido preciso, es el proceso depasa je o descenso de con ten idos m ás o m enos e laborados San Francisco. Poco después de su convers ión y mientras es

taba rezando, és te escuchó una voz interior que le di jo: «Ve y

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desde los niveles t ranspersonales a l ámbito de la conciencia .La creación es, en cambio, el proceso o serie de procesos enlos que se e laboran dichos contenidos antes de su descenso oaparic ión consciente . La creación es muy parecida a la concepción y a la ges tación de un nuevo organismo en e l úteromaterno, mientras que la inspiración es mucho más parecidaal nacimiento o a la aparición de la criatura.

En el capí tulo anterior he desarrol lado es ta analogía , indicando las dis t intas mo dalid ades de ambos procesos . He dicho que e s te «nac im ien to» puede t ene r luga r en d i fe ren tegrado d e e laboración. A veces , e l prod ucto l lega has ta la conciencia ya bien forma do y completo, capaz de l levar una vidaautónoma, ta l y como sucede biológicamente en muchos animales. En cambio, otras veces se presenta en es tado bruto eincompleto, requiriendo de una pos terior labor de perfeccionam ien to , a m enudo de g ran enve rgadura , por pa r te de l yoconsciente , a fin de a lcanzar una forma adec uada . También he

dicho eme, al igual que sucede en el parto físico, el nacimientopuede ser espontáneo, rápido y fáci l e i r acompañado por unsent imiento de gozo; pero otras veces , por e l contrario, también pu ed e ser mu y dif íc i l, largo y doloroso.

7. Comprens ión e In te rpre tac ión

En cierto aspecto, esta es la fase más importante. Las intuic iones , i lum inac iones y reve lac iones que s e han p roduc idodeben l legar a comprenderse bien a f in de evi tar interpreta

c iones erróneas , y apl icaciones y acciones inoportunas o incluso nocivas. Estos errores suelen ser frecuentes y podría citar un gran número de e l los . Voy a dar un par de e jemplos dedos t ipos de errores : uno re la t ivo a las interpretaciones erróneas sobre los impulsos u «ordenes» internas que obl igan aactuar a l suje to, y e l otro sobre las incom prens ion es mentalesde verdades surgidas en e l ámbito de la conciencia .

El primer e jemplo es un conocido episodio de la vida de

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recons truye mi Igles ia». Pues to que en la vecindad había unapequeña igles ia abandonada, é l interpretó es te mensaje comouna orden divina de recons truir la y as í se dispuso a hacerlo.S in embargo, poco después se dio cuenta de que es te mensajeposeía otro s ignif icado mucho más amplio: era la revelaciónde su misión de «restaurar» la Iglesia católica que, en aquellos

t i em pos , hab ía degene rado m ucho . Todos conocem os ya dequé forma tan admirable cumplió su mis ión.

El otro e jemplo es de mu y diferente natur aleza y conciernea un hombre bien dis t into. Se t ra ta de la fulminante revelac ión que tuvo Nietzsche sobre los grandes c ic los que se desarrol lan en la e ternidad del devenir cósmico. El la interpretó yla exp resó en su teoría del «eterno re tor no» . Seg ún él , e lt iempo no t iene l ímites , mientras que e l número de los á tomos de materia exis tente , aunque inmenso, es f ini to. Por e l losus combinacio nes serán nec esariame nte f ini tas y, antes o des

p u é s , deberán reproduc i r s e re to rn ando s iem pre a lo m ism o, yas í has ta la e ternidad. Naturalmente , es ta desoladora doctr inaes taba basada sobre una premisa errónea, la de que e l númerode los á tomos es f ini to e invariable . Aparte del ab surd o intr ínseco de es ta hipótes is , la f ís ica moderna ha demostrado yaque los á tomos se des integran continuamente y van formándose otros nuevos con propiedades diferentes . Lo que Nietzsche había intuido era la naturaleza cíclica de la manifestacióncósmica, o sea: e l proceso evolut ivo. Se t ra ta la concepciónorienta l de los grandes c ic los de aparic ión y desaparic ión de

los mundos , de la periódica emanación de la materia y de suevolución en innumera bles formas y, desp ués , de su suces ivareabsorción en e l espír i tu , en lo inmanifies to. Los recientesdescubrimientos as tronómicos sobre la formación y e l desarrol lo de los as tros y de las galaxias confirman plenamentees ta concepción. Así pues , según los orienta les , e l lo es igualmen te apl icable a escala huma na, com o es la manifes tación c íc l ica de las a lmas en una serie de cuerpos (reencarnación)-Pero todo e l lo no implica un re torno idént ico, s ino un reapa-

recer de forma s iempre más e levada, una evolución en espira lascendente. Lo expues to po r Nietzsch e es un c laro e jemplo deinterpretación errónea de un a intuic ión correcta .

En todo e l lo, repi to, no había nada part icularmente notable. En cambio, poco desp ués d e ut i l izar la técnica del dibujo

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En el campo ps icológico, nos enfrentamos cont inua men tea l p rob lem a de l a in te rpre tac ión de los s ím bolos . Tam biénaquí s e pueden obse rva r f recuen tes o cas i podr íam os dec i rque continuos errores y confus iones , como por e jemplo en lainterpretación de los s ímbolos de los sueños y también en lainterpretación de los mitos y de los s imbolismos de las obras

art ís t icas o l i terarias . A menudo, los errores se deben a pre-conceptos y a teorías part iculares de quienes los interpretan.Pero la dificultad también se debe al hecho de que los símbolos pueden poseer dis t intos s ignif icados y diferentes nivelesde realidad, sin por ello estar en contradicción o excluirse rec íprocamente .

Voy a i lus trar a cont inuación un caso de inspiración espon tánea que , a pesa r de s e r d i s t in to en a lgunos a spec tos ,guarda una c ierta afinidad con e l de María Gallot t i , c i tado enel capítulo anterior. En él se evidencian algunas características

peculiai ~s de la act ividad que se desarrol la a nivel supercons-ciente, así como sus relaciones con la conciencia.Se t ra ta de una joven mujer a la que t ra té durante muchos

años aunque de modo irregular , debido a mis largas ausenciasde la ciud ad en la qu e vivía, pero continu ado de sde lejos porcorrespondencia excepto du rante los años de la guerra d e 1941al 1945. La llam aré Lu cía (aun que este no es su verd ade ro nom bre). Desde un punto de vis ta c l ínico no presentaba nada insólito. Sus s íntomas entraban en e l cuadro de la as tenia neuro-psíquica: debilidad física, depresión emocional, dificultad de

atención mental , además de dis t intas fobias , sobre todo miedoa salir sola de casa. El ambiente familiar era opresivo: padreautori tario y madre buena pero de ideas es trechas que no lepermitieron seguir los estudios, tal como ella hubiera deseado-ais lamiento y nin gú n vínculo afectivo. Con mi tra tamiento, durante el cual utilicé distintas técnicas de la psicosíntesis, fuemejorando gradualmente a l punto de que cons iguió superar laagorafobia e inc lus o llegó a realizar sola largos viajes en tren.

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l ibre comenzaron a darse manifes taciones s ingulares e interesantes en varios asp ectos . Al principio, los dibujos cons is t íans implemente en l íneas , formas geométricas , representacionesesquem áticas de aspectos de la naturale za (sol , mar, mo ntaña )y de ob je tos s enc i l los . P e ro pasa do un b reve t i em po, comenzó a escribir en los dibujos palabras y frases a guisa decom e nta r io . Es ta evo luc ión surg ió e spo ntán eam ente y s inque tuviese nada que ver con mis ins trucciones o es t ímulos .Las frases expresaban diferentes es tados de ánimo, pero después y cada vez más , expresaban aspiraciones , anhelos de l i beración y de e levación, y re lámpagos de intuic ión de carácter universal o cósmico. He aquí a lgunas de e l las , real izadasentr e los año s 1932 y 1935:

«La cara de la deidad es tá ocul ta . Ondas mis teriosas a traviesan la atmósfera. En las altas esferas sopla el viento universal. La conciencia no quiere reconocerlo.»

«Entre las a l turas espacia les se ext iende la mirada. Atraviesa la vida su c ic lo his tórico. El gran todo p erma nece inmó vil.»

Después , la producción empezó a disminuir has ta cas i cesar , has ta 1940 cuando, s in embargo, volvió a re tomarla act i vam ente y los d ibu jos fue ron sus t i tu idos g radua lm ente porescritos que tenían forma poética sui gcneris. Estos asumieroncada vez má s el carácter de mensajes de los niveles del su-perconsciente .

La neta distinción, o tal vez la oposición, entre la concien

cia de vigilia normal y la fuente de inspiración fue claramentereconocida y expresada por Lucía .El es t ilo de los mensajes era muy variad o, a me nu do origi

nal , con expres iones extrañas , quizás extravagantes , pero vividas y eficaces. Era un estilo que en ciertos aspectos se podría com parar a l de los poetas surreal is tas . De a lguno de e l losa menudo se sospecha que expresan su arte as í del iberadamen te , incluso de mala fe. Pero es ta sospecha, a l menos en a lgunas ocas iones , no es jus ta y puede excluirse tota lmente en

e l caso de Lucía , ya que e l la misma fue la pr imera sorprendida a l ver lo que su m ano escr ib ía .

Lo que sucede en estos casos es que i r rumpen e lementos y

t rans perso nal ( la Tercera y la Cua rta Col um nas de la psicolog í a ) ha n de mos t ra do : que ha y l a t e n te s e n l a p s ique huma nauna enorme cant idad de facul tades y energías genera lmente

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ac t iv idad de l inconsc iente de forma direc ta , s in la e laborac ióny est ruc turac ión normal , y s in una expresión verba l coordinad a y de fáci l comu nicac ión.

Pero lo que más importa es la na tura leza y e l contenido delos mensa jes . Estos pueden proceder de los d is t in tos n ive lesde l inconsc iente , desde e l más ba jo hasta e l más a l to . En e l

caso de Lucía , a menudo los mensa jes poseen tanto un tonocomo un contenido e levados, prop ios de la esfera t ransp ersonal .

Los temas más recurrentes son: v is iones de un devenir luminoso; la urgencia de una renovación de la humanidad; presagios e indic ios de una N uev a Era ; y la compa recencia d e Seres Superiores que serán los p ioneros y c readores.

La ac t i tud asumida por Lucía hac ia la fuente de su inspira c ión e s e qu i l i b ra da y pe r fe c t a me n te a gnós t i c a . No c ons i dera que esa fuente sea un ser o ent idad externa , s ino que

otorga a ias expresiones que le brotan (El Dios, el Cantor, etc.)un carácter simbólico de «personificación psicológica».D e b e m o s o b s e r v a r q u e , m i e n t r a s e s c r i b í a , L u c í a j a m á s

perd ió la conciencia de sí mis ma . Esto la diferencia de to dosaquel los que escr iben en un estado de h ipnosis o de t rance ,a lgunos inc luso novelas enteras, s in darse cuenta de lo queestán hac iendo . Esta c lase de escr i tura autom át ica debe serdesaconse jada porque t iende a producir o a incrementar la d i soc iac ión psíquica y puede dar cabida a inf luenc ias indeseables . Además, los casos de Lucía y los de o t ros han demos

t rado que e l mantener la concienc ia despier ta no obstacul izala inspirac ión de los n ive les t ran sperso nales.¿Qué conclusión podríamos sacar de la producc ión espon

tánea de los dibujos y escritos realizados por María Gallotti ypor Lucía , así como de tantos o t ros de l mismo origen, re la ta dos por Myers en su l ibro Human Personality o por o t ros estudiosos de estos fenómenos? Estos casos const i tuyen un a conf i rmación eviden te de lo que la psicología humaníst ica y la

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igno ra da s , y t a n t a s a dmi ra b le s pos ib i l i da de s c re a t iva s y e x presivas, d ispuestas a manifesta rse tan pronto les sean ofrec i das las condic iones adecuadas.

La s de mos t ra c ione s má s e v ide n te s v i e ne n da da s : po r unaparte , a t ravés de las manifestac iones espontáneas, de las queya he hablado; y por o t ra , por la existenc ia de muchos n iños y

jóvenes superdotados y por los se res superiores: los genios re l ig iosos, a r t í s t icos, c ient í f icos, grandes maest ros y benefac tore s de l a huma n ida d .

Los supe rdo ta dos que de mue s t ra n c ua l ida de s e spe c ia l e s ,a veces ya desd e su m ás t ie rna infanc ia , em piez an a ser re c o n o c i d o s y v a l o r a d o s , p e r o t o d a v í a d e f o r m a l i m i t a d a eina de c ua da . No so la me n te e x i s t e i nc ompre ns ión , s ino t a mbién re t icenc ia y hasta host i l idad hac ia sus aprec iac iones pord i s t i n t a s r a z one s sob re l a s c ua le s a ho ra no me pue do de t e ne r . S in e mba rgo , e x i s t e n dos impor t a n te s r a z one s que de be

r í a n induc i r a oc upa rse de lo s supe rdo ta dos . La p r ime ra e sque el lo s r e p re se n ta n e l e l e me n to hum a no má s a p re c i a do ,c ompa ra b le a l u ra n io e n t re l o s me ta l e s , a mbos c a pa c e s dede sp re nde r po te n te s i r r a d ia c ione s . La se gunda , e s que no re su l t a e x t ra ño que lo s supe rdo ta dos t e nga n una e xube ra nc iade energías a todos los n ive les de su ser . Cuando les es impe d ida u obs t a c u l i z a da l a ma n i fe s t a c ión , pue de p rovoc a r l e sefec tos dest ruc t ivos y manifestac iones ant isoc ia les e inc lusodel ic t ivas.

A menudo se ha podido observar que entre los n iños y jó

venes rec lu idos en los i rónicamente l lamados «Correcc ionales» , existe un e levado porcenta je de superdotados; quizás a l guno de e l los tuvo un desperta r espir i tua l espontáneo. Pero s ie l lo no fue reconocido y se le ma nt ien e en un régim en deopresión, se vue lve cada vez más ant isoc ia l y , cuando se lepr iva de l iber tad , puede l legar a convert i rse en un violento ype l igroso c r imina l . Por e l lo , es urgente que la soc iedad hagatodo lo pos ib l e pa ra p re ve n i r e s t e pe l ig ro y pa ra e nc a uz a r

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esas exuberantes energías hac ia un t ipo de ac t iv idades másconstruc t ivas y c rea t ivas

Es posible hacer muchas cosas en este sent ido. Los medios7. Telepatía vertical

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necesar ios existen; son muy numerosos y de d i fe rente na turaleza : desde la más e levada , como la comprensión, la compasión o e l amor, hasta las d iversas técnicas psicoterapéut icas yeduca t ivas que van evoluc ionando más cada día ; y entre e l laslas hay sencillas y fáciles de realizar, como el dibujo o el escrito libres.

T o d o s d e b e m o s s e n t i r e l d e b e r d e d e f e n d e r e l c o n o c i miento , de inc i ta r a los médicos y educadores, y de ayudar alos progeni tores a hacer uso de é l a l máximo posible . Así , ysobre todo así , se podrán prevenir los males que amenazan laexistenc ia mism a de la convivencia c iud adan a y prep arar lal legada de un a N uev a Era en la cua l se logre una psicosín tesisplane tar ia ; en la cua l , s in necesidad de guerras n i de v io lentasluchas soc ia les , la más a l ta potenc ia l idad humana pueda a l canzar las más am plias y l ibres apl icac iones.

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Ahora , hablaremos de las re lac iones entre e l yo consc ientey aquel lo que puede rec ib i r o captar de l superconsc iente . Ae s t a f a c u l t a d de r e c ib i r «de lo a l to» pode mos de nomina r l a«telepatía vertical», a fin de diferenciarla de la telepatía horizonta l , que es la que proviene horizonta lmente de fuera de lsuje to , es dec ir , de la corr iente de l pensamiento individua l ycolec t ivo procedentes de l ambiente . También puede l lamarse«te lepa t ía in te rna», porq ue se desarrol la en e l in te r ior de l pro pio individuo. Pero es prec iso hacer una advertenc ia : es muydif íc i l d is t inguir entre aquel lo que v iene de l superconsc ienteind iv idua l y l o que p roc e de de una s e s fe ra s t oda v ía muc homás e levadas o de n ive les superconsc ientes exter iores a l prop io ind iv iduo . C ua n to má s se e l eva e l i nd iv iduo , má s t i e nde n

a desaparecer los l ími tes de la individua l idad; cuanto más see leva , más t iende e l individuo a unirse con e l Todo. Por e l lo ,toda descr ipc ión, toda te rminología , es sólo indica t iva y re la t iva . El lenguaje es s iem pre s imból ico , a lusivo, y tanto m ás ene l campo espir i tua l .

La palabra telepatía significa influencia a distancia, y ennuest ro caso indica que existe una d istanc ia psicológica , unad i s t a nc ia de n ive l e s e n t re e l yo c onsc i e n te y e l supe rc ons c i e n te . Es t a t e l e pa t í a , a l i gua l que l a ho r i z on ta l , t a mb ié npuede dividi rse en te lepa t ía espontánea y te lepa t ía provocada

o e xpe r ime n ta l .En e l caso de la te lepa t ía horizonta l , la modal idad espon

t á ne a c ons i s t e e n re c ib i r , s in ha be r lo de se a do o p re t e nd ido ,una se r i e de impre s ione s sob re a lgo l e j a no que de spué s r e su l t a a c o rde c on l a r e a l ida d . En l a moda l ida d e xpe r ime n ta l ,u n a p e r s o n a p r o y e c t a u n p e n s a m i e n t o o u n a i m a g e n q u eotra persona in tenta rec ib i r . Lo mismo sucede con la te lepat ía ver t ica l . Hay una te lepa t ía ver t ica l que podría l lamarse

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espontánea , en la cua l par t ic ipan todos los fenómenos inspira t ivos: la inspirac ión ar t ís t ica , l i te ra r ia , musica l ; las in tu i c iones, los d is t in tos t ipos de premonic ión de carác te r supe

cuada preparac ión psicoespir i tua l a f in de poder resis t i r laaf luenc ia de su fuerza , así como para captar sus sut i les mensa jes d is t inguiéndolos de todas las demás voces in te r iores, y

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r ior , e l impulso de rea l izar ac tos heroicos y la i luminac iónmíst ica . En e l la , los contenidos superconsc ientes i r rumpen ose enc ien den es pon táne am ente en la concienc ia de v ig i l ia yson perc ib idos por e l yo consc iente . Pero también en estec a so pue de fa vo re c e r se e l p roc e so , o i nc lu so p rovoc a r se ,mediante e je rc ic ios psico-espir i tua les que a t raen y fac i l i tan

el descenso de los mensa jes e inf lu jos supe rcons c ientes en laconciencia.

La importancia científica y humana de la telepatía verticales eno rme : científicamente, po rq ue confirma la existencia deesta región superior de nuest ro ser ; y humanamente , porquees la mejor par te de nosotros mismos la que resul ta a t ra ída ypermanece consc iente , y por e l lo pue de ser u t i l izada benéficay c rea t ivamente . Pero esta impo rtanc ia no es reconocida , pu esde ot ro mo do, ¡v iv i r íamos de una forma bien d ist in ta !

Una ana logía nos ayudará a darnos cuenta de e l lo . Si su

piéramos de la existenc ia de un gran Sabio dotado de e levados poderes espir i tua les , un Sabio amoroso y desin te resado,c ie r tamente surgir ía en nosotros un vivo deseo de hablar le ,de pedir le conse jo y ayud a . Y si éste v iv ie ra en una e rmita , enlo a l to de la montaña , ¿acaso no esta r íamos dispuestos a acometer la ascensión para llegar hasta él? ¿Acaso no estaríamosdispuestos a recibir sus valiosas enseñanzas y a ser vivificados por la energía y e l amor i r radiados por é l , y a someternosa l a d i sc ip l ina de una de t e rmina da p re pa ra c ión p s i c oe sp i r i -tua l? Rápidamente nos dar íamos cuenta de que su ayuda nos

e v it ar ía e r ro re s , su f r imie n tos y pe na l ida de s , t r a ns fo rma n dove rda de ra me n te nue s t ra v ida .

Pues bien: existe un Sabio así, un Maestro de este tipo; estámuy cerca y s iempre presente en cada uno de nosotros. Es e lYo Superior, el Sí M ism o es pir itu al. Pa ra llegar hast a él es preciso, hacer un viaje, sí; pero un viaje por los mundos internos.Para a lcanzar su morada es necesar io esca la r , ascender hac ialas a l turas de l superconsc iente . También es necesar ia una ade-

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también para comprender e in te rpre ta r correc tamente su s imbo l i smo . Es p re c i so , e n f in , e s t a r d i spue s to a r e a l i z a r c onfi rme y constante voluntad todo aquel lo que nos indique .

C i e r t a m e n t e , e s t a p r e p a r a c i ó n n o e s n a d a f á c i l . E l S íMismo espir i tua l considera las cosas, los acontec imientos ylos seres de una forma m uy d ist in ta a la de l Yo Personal . Su

sent ido de los va lores y de las proporc iones es muy dife rentede l de la concienc ia ordina r ia , cuya visión no a lcanza para vermás a l lá de sus nar ices. Las indicac iones de l Sí Mismo corresp o n d e n a l b i e n v e r d a d e r o , p e r o p u e d e n c o n t r a d e c i r s e c o nnuest ros deseos o nuest ras preferenc ias personales.

El Sí M ism o no requ iere sacrificios, en el sen tido us ual yerróne o de renuncia forzada y dura , pero s í en e l sent ido deuna consagrac ión que impl ica la e l iminac ión gradual de muchas cosas, costumbres y ac t iv idades que resul tan noc ivas einút i les , o menos importantes , para hacer espac io y dedicar

nuest ro t iempo a aquel lo que rea lmente va le la pena .Además, e l Sí Mismo, con su sabiduría y amor compren

sivo, no exige hacer esto de forma inmediata ni perfecta. Espac iente y puede esperar , sabiendo bien que con seguridad, ymás o menos lentamente , a lcanzaremos la e levada meta quen o s h a d e s t i n a d o y q u e é l t i e n e p r e s e n t e d e s d e e l i n i c i omis mo de nuest ro peregrina je evolut ivo. En otras pa labras: e lSí Mismo posee e l sent ido de lo e te rno; o , mejor d icho, v iveen e l e te rno. Pero en e l e te rno presente, no e n una e t e rn ida dsólo t ranscendente esc indida de l devenir evolut ivo.

El «e te rno presente» es una expresión paradój ica que esin tu ida , pero que nos da la l lave de una verdad fundamenta l :la re lac ión entre lo t rascendente y lo inmanente , entre e l se r ye l devenir . Es la v ida p lena , que es prec isamente la s ín tesisde l se r y de l devenir . En nosotros, ambas están o deberían est a r p r e s e n t e s , c o n s c i e n te s y o p e r a n t e s . D e b e r í a m o s v i v i ra tentos y consc ientes cada instante , pero desde la profundidad de lo e te rno. Entonces sobreviene la s ín tesis de l instante ,

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lo eterno y su ciclo. La vida se desarrolla en ciclos, ciclos ques o n i n s t a n t e s o r g á n i c a m e n t e v i n c u l a d o s , p r e c i s a m e n t e , acualquier cosa que los trasciende: a lo Eterno. Ello se expresa

Mismo, porque é l no obl iga , no coacc iona . Tenemos e l don dela l ibre voluntad, de l que a menudo hacemos mal uso , peroque es e l don más prec ioso porque nos conduce a t ravés de

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sintéticamente en la frase »E l glorioso y eterno presente».Para ponerse en re lac ión consc iente con e l Sí Mismo, es

prec iso «sin tonizarse» con é l . La ana logía de la radio puedeayud arno s a com prend erlo . En un pr inc ipio se pens ó en aumentar la potenc ia de los apara tos receptores a base de mul t i p l icar las vá lvulas, pero pro nto se v io que la potenc ia per judi

caba la calidad y la pureza de los sonidos. Así, poco a poco, sedio más imp ortan cia a la finura y a la clarida d de la recep ción que a la potencia necesaria para captar la emisora.

Lo mismo sucede en nosotros. El problema no es tanto e lde «recibir» (en cierto sentido, siempre se recibe aunque demasia do y de to das p ar tes a la vez) , s ino que se tra ta de desarrollar una sintonía cada vez más refinada y sutil . Para estanecesar ia preparac ión, resul ta impresc indible superar las re t i cenc ias, la rebe l ión de nuest ro egoísmo y de nuest ra propiapereza mora l ( todos somos mora lmente perezosos, aunque lo

disfracemos con la ac t iv idad externa qu e , a me nu do , sue le seruna evasión, una pasiv idad disfrazada prec isamente de ac t i v idad); pero podríamos conseguir lo s i nos d ié ramos cuenta yre c o rdá ra mos c on t inua me n te que re a lme n te vale la pena. ElMaestro interior, el Yo espiritual y omnisciente, ve el futuro,posee admirables poderes de los cua les no podemos f i ja r losl ímites; su guía , su inspirac ión y sus múl t ip les ayudas pueden propo rc iona rnos paz , segu ridad y susc i ta r en nosotros e lgozo y e l amor, convir t iéndonos en e f icaces inst rumentos dea yuda pa ra lo s de má s .

Los s ímbolos de l Sí Mismo son múl t ip les , y cada uno indica y sugiere un aspec to . Entre los de uso más genera l izadoestán: la estrella; la esfera de fuego irradiante; la figura de unángel, que los orientales llaman «Ángel Solar»; el Maestro interior; el anciano Sabio; el Héroe; el Guerrero interior.

Pe ro somos noso t ro s qu ie ne s de be mos invoc a r lo ; somosnosotros quienes debemos dar e l pr imer paso, abr i r la puerta ,c re a r e l c a na l de c omun ic a c ión ; só lo a s í i n t e rve nd rá e l S í

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las experiencias, los errores y los sufrimientos, hasta el despertar. El Sí Mismo no obl iga a nada , pero s i le l lamamos, nosr e s p o n d e .

C on t inua me n te nos e nc on t ra mos c on l a pa ra do ja de l adua l ida d y de la uni dad de la Divinidad. D e la est re l la , de l Yoespir i tua l , desc iende e l yo personal , su re f le jo ; podríamos encontrar en ello uno de los significados de la parábola del hijopródigo. El yo personal es e l h i jo pródigo que ha ba jado a lmundo de la mater ia y ha o lv idado su or igen, hasta que , después de haber comet ido l ibremente todas las tonter ías de lasque era capaz, todos los errores (de «errar», con el doble sent ido de equivocarse y de i r e rrando) , s iente nosta lg ia por lacasa pa te rna , la busca y , f ina lmente , la reencuen tra .

Pe ro no ba s t a c on a dmi t i r o r e c onoc e r i n t e l e c tua lme n tee s t a dua l ida d e n l a un ida d ; a unque e s to t a mb ié n ha ya quehacerlo, es sólo un paso previo. Se trata de realizarla, de vivirla. Y ante s de llegar a la reunificación hay q ue pasa r po r

todo e l proceso de l dramát ico «coloquio in te rno», de la invocac ión, de la demanda , de la respuesta ; después, poco a poco,llega el acercamiento, la chispa cada vez más frecuente y másviva entre los dos polos que se aproximan y que en uno u o t roinstante se « tocan», para después separarse de nuevo. . . hastaque l lega e l momento de la gran paz , cuando los dos deviene n U no .

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8 . S ímbolos de la s exper ienc iast r a n s p e r s o n a l e s

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Antes de hablar de l superconsc iente , es oportuno ac la rarlo que entendemos por «normal» . Por regla genera l , se consi de ra «no rma l» a l hombre me d io que se mue s t ra r e spe tuosocon las reglas sociales del ambiente en el que vive o, dicho enotras pa labras, a l «conformista»; pero la normal idad, entendida de esta forma, es un concepto muy poco sa t isfac tor io : esa lgo está t ico y exc lusivo. Esta normal idad es una «mediocri dad», que no admite o inc luso condena todo aquel lo que sea p a r t a d e l a n o r m a y q u e e s p o r e l l o c o n s i d e r a d o c o m o«anormal» , s in tener en cuenta e l hecho de que muchas de lasdenominadas «anormal idades» son en rea l idad in ic ios o tenta t ivas de superar la mediocr idad.

No obs t a n te , a c tua lme n te ya ha n e mpe z a do a p roduc i r sereacc iones en contra de este me zqu ino cul to a la «normal i da d» . G ra nde s pe nsa do re s y c i e n t í f i c os de nue s t ro s t i e mposse han opuesto a e l la con gran dec isión. Entre los más competentes , podemos c i ta r a Jung, quien no dudó en a f i rmar que :«El hombre normal es la meta idea l para los que han fracasado en la v ida , para todos aquel los que todavía están por deba jo de l n ive l genera l de adaptac ión; pero para aquel los qued i spone n de pos ib i l i da de s muc ho ma yore s que l a s de l hombre m edio , la idea o la obl igac ión d e ser só lo «normales» cons

t i tuye una autént ica tor tura , un aburr imiento insoportable , uninf ie rno sin esperanza» (Modern Man in Search of a Soul).Otro estudioso, e l profesor Gat tegno de la Universidad de

Londre s , ha a ña d ido que c ons ide ra a l hombre me d io o rd ina r io como a un ser prehumano y reserva la pa labra «Hombre ,»con la H mayúscula , só lo para aquel los que han t rascendidoel n ive l o estadio co mú n y que son, con respec to a aquél , su-pe rno rma le s .

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Antiguamente , e l cul to hac ia los seres superiores e ra bastante difuso: los genios, los sabios, los santos, los héroes, o losin ic iados e ran considerados como la vanguardia de la huma

obviar mediante la u t i l izac ión de d i fe rentes s ímbolos para indicar una misma verdad. De este modo, tomados en conjuntoy a t ravés de su convergencia y de la s ín tesis de todos esos

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nidad, como la gran promesa de aquel lo en lo que todo hombre podría l legar a convert i rse . Esto mismo impl ican las pa la bras inc i tadoras de l Cris to : «Sed perfec tos, com o lo es vu est roPadr e que está en los c ielos» , o también: «Cosas m ás grand esque las que yo he hecho podré is hacer vosotros». Estos Seressuperiores, s in desprec ia r a la humanidad común, han in ten

tado susc i ta r en e l la e l impulso , e l anhelo de t rascender la«norm al idad» y med iocr ida d en la que se encue ntra , y a desarrol la r las posib i l idades la tentes en todo ser humano.

Al hablar de l superconsc iente , nos encontramos frente auna grave d i f icul tad: lo inadecuado de l lenguaje humano, porser excesivamente concre to ; sobre todo e l moderno lenguaje ,que es tan objet ivo . Todas las pa labras q ue desig nan condic iones o rea l idades psicológicas o espir i tua les son predominant e me n te me tá fo ra s o s ímbo los ba sa do s e n c osa s c onc re t a s .Por e jemplo, a lma se der iva de anemos, viento; espír i tu de sof-

fio, respirac ión; pensar , de «pesar» mater ia lm ente ; e tc . Sin embargo, esta d i f icul tad no es insuperable s i reconocemos y te n e m o s s i e m p r e p r e s e n t e l a n a t u r a l e z a s i m b ó l i c a d e t o d aexpresión, ya sea verba l como de cua lquier o t ro género . Loss ímbo los , c o r re c ta me n te r e c onoc idos y c ompre nd idos , pose e nun enorme va lor : son evocadores y fac i l i tan la comprensiónintui t iva d i rec ta . Es más: e l hecho de que las pa labras q ue indican rea l idades superiores tengan su ra íz en la experienc iade los sent idos, permite poner de manif iesto las corresponde nc ia s e se nc ia l e s y a ná loga s e n t re e l mundo e x te r io r y e lmundo in te r ior , ent re e l macro y e l microcosmos.

No obstante , los s ímbolos t ienen también sus pe l igros: dehecho, e l hombre que se los toma l i te ra lmente y que no l legaa la rea l idad pasando a t ravés de l s ímbolo sino que se enc ie rra en é l , nunca a lcanzará la verdad. Además, los s ímbolospose e n una l imi t a c ión e n su un i l a t e ra l ida d : de he c ho , c a dasímbolo no puede expresar más que un aspec to , una modal i dad , un concep to parc ia l de un a rea l idad dada . Esto se pue de

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puntos de v ista , es posib le una comprensión mayor e in tegra lde la rea l idad que simbol izan.

Por e l lo , para indicar las experienc ias y las conquistas super iores abier tas a l hombre , u t i l izaremos quince c lases o grupos de s ímbolos:

1. In t roversió n. 2 . Profund izac ión o descens o. 3 . Eleva

c ión o ascenso. 4 . Am pliac ión o expansión . 5 . Desperta r . 6 .Luz o i luminac ión. 7 . Fuego. 8 . Desarrol lo . 9 . Potenc iac ión.10. Amor. 11 . Vía , sende ro , peregrina je . 12 . Transm utac ión osubl imac ión. 13 . Nu evo nac imiento o regenerac ión. 14 . Liberac ión. 15 . Resurrecc ión o re torno.

Estos s ímbolos no son solamente sugest ivos y evocadores,s ino que a de má s pue de n se r u t i l i z a dos c omo t e ma s de me d i tac ión o inc luso como autént icos y propios e je rc ic ios psicoes-pir i tua les . Esto ya se ha in tentado con f ina l idades aná logas ypsicoterapéut icas, y ta les medi tac iones y e je rc ic ios han resul

tado extraordinar iamente e f icaces, l legando a producir a veces t ransformaciones sorprendentes. (Un e jemplo de ta l usoes el Ejercicio de la Rosa, cuya descripción se encuentra al fina l de este capí tu lo) .

1 . A l pr im er gru po per tenecen los s ímbolos de la in t roversión o in te r ior izac ión. La in t roversión es una necesidad urgente para e l hombre moderno. Nuest ra ac tua l c iv i l izac ión estan exageradamente extrovert ida que e l hombre es presa deuna actividad frenética, y ese torbellino puede acabar con él.Actua lmente se puede dec ir que e l hombre «normal» v ive psi

cológica y espir i tua lmente «fuera de s í mismo». Esta expres ión , a n t a ño u t i l i z a da pa ra lo s e n fe rmos me n ta l e s , ¡ a c tua l me n te r e su l t a de lo má s a de c ua da pa ra de f in i r a l hombremo de rno ! E l hom bre v ive a ho ra e n c ua lqu ie r s i ti o e xc e p todentro de s í mismo. En rea l idad es un excéntr ico , es dec ir :v ive a le jado de su propio centro in te rno. (En francés existeotra expresión igua lmente adecuada: désaxé, fuera del propioeje). Por e l lo resul ta necesar io equi l ibrar la v ida externa con

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una a de c ua da v ida in t e rna . D e be mos « re e n t ra r e n noso t ro smismos». Es impresc indible que e l individuo renuncie a susmúlt ip les evasiones y que se dedique en cambio a descubri r

or ígenes son bastante más remotos y ant iguamente pose ía unsent ido mucho más profundo. Basta con recordar e l descensode Eneas a los infiernos, en la Eneida de Virgilio, o la descrip

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aquel lo que rec ientemente ha s ido denominado como «espac ioin t e rno» . Es p re c i so r e c onoc e r que no v iv imos só lo e n unmundo exter ior , s ino que también existen muchos mundos interiores, y que es posible —incluso es un deber— llegar a conocerlos, explorar los y conquista r los. Esto es una necesidad,tanto para nuest ro equi l ibr io como para nuest ra sa lud.

E l hombre mode rno , que ha domina do l a na tu ra l e z a y e x plota sus energías , no se da cuenta de que , en rea l idad, todolo que hace en el exterior tiene su origen en él, en su propioestado de ánimo, y es e l producto de sus deseos, inst in tos, impulsos, p lanes o programas. Estas ac t iv idades t ienen un or i gen psicológico, o sea, interno: cada acción externa es el resultado de unos móvi les in te rnos. Por e l lo y ante todo, debenconocerse , examinarse y regularse estos móvi les . Un hombrer e a l m e n t e e x c e p c i o n a l , G o e t h e , q u e s u p o r e p r e s e n t a r m u ybien e l pape l de «hombre normal» cuando así lo quiso , d i jo enuna oc a s ión : «C ua ndo pon e m os de nue s t ra pa r t e i n t e r io r mente , todo lo exter ior se desarrol la automát icamente por s ími smo» .

Además, la in te r ior izac ión puede l legar a mejorar tanto lasa lud como e l equi l ibr io nervioso y psíquico, y puede produc i r e fe c to s que pue de n c a l i f i c a r se de supe rno rma le s . Pe ne t rando en nuest ro in te r ior , descubrimos nuest ro Centro , nuest ro verdadero ser , nuest ra par te más ín t ima; es una reve lac ióny, a l mism o t iemp o, una potenc iac ión. Es lo que Cristo l lamó«la per la más prec iosa»; quien la encuentra y reconoce su valor , se queda con e l la y vende todo lo dem ás.

2. El se gundo g rupo de s ímbo los lo c ons t i t uye n lo s de l aprofundizac ión o descenso a l «fondo» de nuest ro ser .

Simból icamente , la explorac ión de l inconsc iente se consi dera como un descenso a los abismos de l se r humano, comola exploración de los «bajos-fondos de la psique». Tal símboloe s t á pa r t i c u l a rme n te e n u so de sde que c ome nz ó a de sa r ro l la rse e l psicoanál is is , aun que n o fue descu bier to po r é l . Sus

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ción dantesca de l Inf ie rno. Además, var ios míst icos hablan delos «abismos de l a lma». Aparte de l psicoanál is is , en sent idoest r ic to , existe una corr iente psicológica denominada «psicología de las profundidades», representada por Jung y o t ros.S u p r i n c i p i o f u n d a m e n t a l a f i r m a q u e e l h o m b r e d e b e s e rfuer te y tomar concienc ia de todos los aspec tos infer iores y

oscuros de su propio ser —los cua les const i tuyen su «sombra»— para inc lui r los después en su personal idad consc iente .Este reconocimiento y esta inc lusión es a l mismo t iempo una c to de humi lda d y de pode r : a que l que d i spone de l pode rnecesar io para tomar concienc ia de los aspec tos más ba jos ysó rd idos de su pe r sona l ida d s in de j a r se a r ro l l a r po r e l lo s ,l l e va a c a bo una ve rda de ra c onqu i s t a e sp i r i t ua l . Pe ro e s topuede presentar a lgunos pe l igros. Me ref ie ro a la apología de laprendiz de brujo con su admonic ión: es re la t ivamente fác i lconseguir que i r rumpan las «aguas», pero después ¡es muchomás difícil l legar a ponerles freno y ordenar que se retiren!

A este respec to , es oportuno recordar lo que hace un val i e n t e p s i c o te ra pe u ta , R obe r t D e so i l l e , c re a do r de l mé tododel «réve éve i l lé» . El se s i rve también de l «descenso», perosob re todo de l a « sub ida » . R e spe c to de l de sc e nso D e so i l l eaf i rma que hay que rea l izar lo con prudencia , «fracc ionadamente», es dec ir : comenzando por ac tua l izar las rea l izac iones superiores y después, a medida que e l su je to se va re forz a n d o , p r o c e d e r a e x p l o r a r c a u t a m e n t e la z o n a d e linconsc iente . Su obje t ivo es e l iminar la d isoc iac ión entre la

concienc ia y e l inconsc iente infer ior , producto éste de la re presión, de la condena por par te de l consc iente , de l no querer admit i r , por miedo o presunción, que en nosotros existae se a spe c to de mue s t ra pe r sona l ida d . R e p r imi r lo no s i rvepara nada: no sólo no lo e l imina , s ino que lo exaspera . Loque debem os hacer es redim ir esta par t e inferior . «Reconocer» esta par te de nosotros no signif ica de ja rse a rrast ra r pore l la , s ino disponerse a t ransformarla . El descenso de Cris to a

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l o s i n f i e rnos pa ra r e d imi r a su s ha b i t a n te s pose e e s t e p ro fundo signif icado.

3. El te rcer grupo de s ímbolos, muy difuso , a lude a la e le

4. El c ua r to g rupo de s ímbo los c ompre nde todos a que l lo sque se re f ie ren a la expansión o ampliac ión de la concienc ia .D e be mos t e ne r e n c ue n ta que , a unque a lgunos de e s to s s ím

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vación, a la ascensión, a la conquista de l «espac io in te rno» ense n t ido a sc e nde n te . Ex i s t e n una se r ie de mu nd os in t e rnoscada uno de los cua les posee un carác te r espec íf ico , y dentrode cada uno hay nive les superiores y n ive les infer iores. Asíp u e s , en e l pr imero, e l mundo de las pasiones y de los sent i mientos, existe una gran distanc ia , un fuer te «desnive l» , entre

l a s pa s ione s c i e ga s y lo s se n t imie n tos má s e l e va dos . V ie nedespués e l mundo de la in te l igenc ia y de la mente , e inc lusoaquí existen también di fe rentes n ive les: los de la mente concreta y analítica y los de la razón superior y filosófica (nous).Están, además, e l mundo de la imaginac ión, con su t ipo infer ior y su t ipo superior ; e l mundo de la in tu ic ión; e l mundo dela voluntad; y , todavía más «e levados», los mundos inefablesque tan sólo pueden ser designados con e l té rmino de «mundos de la t rascendencia».

El simbolismo de la elevación ha sido utilizado a lo largo

de todos los t iempo s. Todas las re l ig iones han const ru ido tem plos en lugares e levados, sobre las c imas de las montañas. Enla a n t igüe da d , muc hos mon te s e ra n c ons ide ra dos sa g ra dos .Ad em ás existen d iversas leyendas, como la de Ti ture l que subea la cima de la montaña y construye allí el Castillo del SantoGria l . El s ímbolo de l c ie lo como zona superior , morada de losdioses y meta de las aspirac iones hum anas , es universa l .

A este respec to , resul ta oportuno hacer una observac iónsemántica: la diferencia entre la palabra «ascensión» y «asee-sis». Se t ra ta de dos pa labras foné t icamente parec idas, pero

c on ra í c e s d i s t i n t a s : «a sc e s i s» p rov ie ne de aiskesis, que e ngriego quiere decir «ejercicio», «disciplina». En cambio, «ascensión» se deriva del latín ad scandere, que significa subir unpe lda ño de spué s de o t ro . Pe ro e s t a s dos pa l a b ra s , a de má s deser a f ines foné t icamente , tamb ién lo son espir i tua lm ente po rcuanto que la ascensión es f ru to y premio por la ascesis , entendiendo ésta no en e l sent ido de «asce t ismo», s ino en e l sent ido gr iego y psicagógico de «disc ip l ina psico espir i tua l» .

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bo los pue da n pa re c e mos c on t ra d ic to r io s , e n r e a l ida d no loson , s ino que se c omple me n ta n . C omo , po r e j e mplo , e l de s censo a los inf ie rnos, que no exc luye la sa l ida ; y además esbue no —c omo ya he mos d i c ho— «sa l i r» p r ime ro , pa ra se rde spué s c a pa c e s de de sc e nde r s in pe l ig ro ; a de má s , pa ra e x pandir la concienc ia s in perderse en su vastedad, es necesa

r io p r ime ro ha be r t oma do una só l ida pos i c ión e n e l c e n t rode l propio ser . Se podría dec ir que la posib i l idad de expansión consc iente se encuentra en re lac ión di rec ta con la potenc iac ión de l centro . Estas dos rea l izac iones no se exc luyen ent re s í , s ino que se complementan.

El psiquia t ra Urban habla de l «espec tro de la concienc ia» ,y d ice que tan sólo somos consc ientes de una par te l imi tada— de forma simila r a l espec tro v isua l , de l cua l perc ib imos sólola zona que va de l ro jo a l v io le ta— pero que , aná logamente ,hay zonas psicoespir i tua les correspondientes a l infra rro jo y a l

u l t r a v i o l e t a . N u e s t r a c o n c ie n c i a p u e d e e x p a n d i r s e y a m pl ia rse , inc luyendo zonas cada vez más vastas de impresionesy c on te n idos p s i c oe sp i r i t ua l e s . Es t a e xpa ns ión se p roduc e«esfér icam ente», en toda s d i recc ion es, tanto ver t ica l comohor i z on ta lme n te , y t a n to de l i nd iv iduo , c omo de l g rupo , l asoc iedad, y toda la humanidad. Pero se t ra ta de reconocerseen e l todo, no de d ispersarse en é l . Leopardi y Carducc i hans imbo l i z a do re spe c t iva me n te e s t a s dos pos ib i l i da de s : e n e l«Inf in i to», Leop ardi habla de «dispersars e en el todo», mien t ras que en su «Canto de l amor», Carducc i d ice : «¿Soy yo

quien abraza a l c ie lo o es e l universo e l que dentro de s í mereabsorbe? «

Otra ser ie de s ímbolos de agrandamiento y de ampliac iónnacen de la ra íz sánscr i ta mah, que significa «grande». De ellade r iva n magister (maest ro) , mago y mahatma. Se habla , genera lmente , de «grandes» hombres, f rente a los pequeños hombres «normales» .

La expansión o la inc lusión de o t ros seres en uno mismo

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está re lac ionada con e l s imbol ismo de l amor (Véase e l déc imogrupo de s ímbo los ) .

O t ra d i re c c ión que pue de toma r l a e xpa ns ión e s l a que

Vienen después las i lusiones emocionales y menta les , lascua les nos a tañen má s de cerca y condic io nan nuest ra v ida ,provocando cont inuos e rrores de va lorac ión y de conducta , ysufr imientos de todo género . También en este campo la c ien

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t iene lugar en e l t iempo. Por regla genera l , e l hombre normalsue le v iv i r en e l presente , dominado y apresado por los in te re se s mome n tá ne os . Pe ro e s pos ib l e a mp l i a r l a c onc ie nc iahasta llegar a incluir ciclos cada vez más amplios, una «conti-n u u m » t e m p o r a l d e m ú l t i p l e s d i m e n s i o n e s . A s í e s c ó m opuede l legarse a comprender que e l s ignif icado y e l va lor de

una v ida huma na no ra d ic a e n a lgún mome n to e spe c í f i c o ya islado, s ino en un proceso que se desarrol la cuando menosentre el nacimiento y la muerte física.

Esta expansión en e l t iem po, esta inc lusión de uno s c iclosc a da ve z má s a mpl io s , p re pa ra e l pa sa j e —ta mbié n pod r í a mos dec ir e l «sa l to»— de lo tempora l a lo e te rno, entendidoéste no como a lgo de durac ión i l imi tada , s ino como una di mensión extra tempora l y t rascendente , en la que nuest ro Cent ro espir i tua l existe y permanece por sobre e l f lu i r de la corr iente tempora l .

5. Llegamos ahora a l quinto grupo de s ímbolos, entre losque se encuentran los más sugest ivos y e f icaces: los s ímbolosde l de spe r t a r . E l e s t a do de c onc ie nc ia de l hom bre n o rm a lpuede ser ca l i f icado de estado de «ensoñac ión» en un mundode i lusión: la i lusión de un mu nd o externo rea l ta l y como loperc iben nuest ros sent idos, mientras que no es s ino un conjunto de i lusiones producidas por la imaginac ión, las emociones y los conceptos menta les . Respec to a l mundo externo, laquímica y la f ís ica modernas han demostrado que todo aquel lo qu e a n te nue s t ro s se n t i dos pa re c e c onc re to , e s t a b le e

iner te es , por e l contra r io , un ver t ig inoso torbe l l ino de e le mentos inf in i tesimales y de cargas energé t icas dotadas de unpotente d inamismo. Por e l lo la mater ia , ta l como aparece antenuest ros sent idos y como era concebida por la f i losofía materialista, no existe. De esta forma, la ciencia actual se va aproximando cada vez más a l concepto fundamenta l de la India , ae sa a n t iqu í s ima v i s ión e sp i r i t ua l se gún l a c ua l t odo lo queperc ib imos es maya, es dec ir : pura i lusión.

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cia psicológica moderna se aproxima a las mismas conclusione s de l a a n t igua sa b idu r í a , que a f i rma que e l hombre e spresa de los «fantasmas» in te r iores, de los apegos y de loscomple jos. El hombre v ive v iendo toda cosa y todo ser a t ra vés de un tupido ve lo coloreado y deformado por sus reacc iones emotivas, por e l e fec to de t raumas psíquicos de l pasado,por las inf luenc ias exter iores, por las corr ientes psíquicas delas masas, e tc . Todo e l lo ocasiona la deformación de su mentede modo que lo que é l c ree que es un pensar obje t ivo , está ,por e l contra r io , inf luenc iado por lo que Bacon l lamaba «ídolos», por los preconceptos y por las sugest iones.

Todo esto provoca un autént ico estado de ensoñac ión, de lcua l se puede y se debe desperta r . Para hacer lo , es prec isoante todo efectuar un acto de coraje y mirar cara a cara a la rea l idad; es prec iso reconocer la mul t ip l ic idad psicológica queha y e n todos noso t ro s , l a s d ive r sa s sub -pe r sona l ida de s quecoexisten en nuest ro ser a ta l punto podría dec irse que cadase r hu m a n o es un pe r sona je p i ra nd e l i a no . E l p r im e r pa sopara e l lo consiste en aceptar todo a quel lo que existe y se agi taen nosotros. El segundo paso reside en descubri r lo que rea l mente somos: e l Sí Mismo, e l Yo espir i tua l , e l Test igo de lat r a g ic ome d ia huma na .

La doc tr ina y la praxis de l «desperta r» t ienen un or igenmuy remoto. En sus enseñanzas, Buddha insis t ió tanto en e l loque inc luso fue l lamado e l «Perfec to Despier to». Para favorecer este «despertar» se puede llevar a cabo un ejercicio espiritua l sumamente e f icaz : por la mañana , después de haber despe r t a do no rma lme n te de nue s t ro sue ño a l e s t a do de v ig i l i ahabi tua l , debemos pasar de éste a un autént ico y verdaderodesperta r a l mundo de la rea l idad espir i tua l . Esto se podríaexpresar en forma de ecuación: el sueño es a la vigilia ordinaria lo que ésta es a la vigilia espiritual.

6. El sexto grupo de símbolos se refiere a la luz, a la i lumi-

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nación. Dado que en e l desperta r ordinar io se pasa de las t i n ieblas de la noche a la luz del sol, el despertar de la concienc ia espir i tua l rec ibe e l nombre de « i luminac ión», puesto que

adorac ión y e l cul to a l fuego se ha l lan presentes en todas lasre l ig iones y t radic iones esotér icas. Por todas par tes , sobre losa l ta res , en las antorchas o en las lámparas, a rden los fuegos

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consiste en el paso desde las tinieblas de la ilusión a la luz dela Real idad. El pr im er paso , que se corre spon de con e l pr i mer grado de l desperta r , consiste en un simple (pero , no pore l lo fác i l ) ver c la ro en nosotros mismos. El segundo paso, quees o t ro e fec to de la i luminac ión, es la posib i l idad de soluc iona r p rob le ma s que pa re c í a n i r r e so lub le s , y e l lo me d ia n te e l

inst ru me nto específ ico de la v is ión espir i tua l : la in tu ic ión. ( Intu i r , ta l y como ya h e d icho antes, e t imológ icamen te , s ignif ica«ver dentro», en profundidad, es dec ir : ver la rea l idad de lascosas) . El conocimiento in tu i t ivo v iene así a subst i tu i r a l conocimiento sensib le , in te lec tua l , lógico y rac iona l o , en todocaso, lo com plem enta y t rasc iende . D e hecho, la in tu ic ión conduce a desident i f icarse de todo aquel lo que se ve y se contempla , así como a l reconocimiento de la unidad in t r ínseca entreel objeto y el sujeto.

Pero la i luminac ión espir i tua l todavía es a lgo más: es una

«fulgurac ión», la percepc ión de la Luz inmanente a l a lma huma na y a toda la c reac ión. Existen num ero sos test im onios ,como por e jemplo, e l de San Pablo en e l camino de Damasco.En e l Budism o, y en par t icular en e l Zen, se in tenta p rovocarmediante toda una ser ie de d isc ip l inas espec íf icas esta « i lumina c ión» re pe n t ina , c omo re ve la c ión de l a r e a l ida d t r a sc e n de n te .

Pode mos c ons ide ra r e l «Pa ra í so» da n te sc o c omo un po ema a la Luz. El famoso terceto:

Luz intelectual, plena de amor;

amor por el bien verdadero, de alegría tan pleno;que trasciende todo dolor.

expresa de forma admirable la ín t ima re lac ión entre la luz ,el amor y la inteligencia (de intelligere, que signif ica comprender espir i tua lmente) .

7 . El sépt imo grupo, e l de los s ímbolos de l fuego, es unode los más d i fusos, aunque también de los más esenc ia les . La

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sagra dos y br i l lan las l lamas. Tamb ién la l lama de la antorcha o l ímpica es s ímbolo de unas compet ic iones en las que losa t le tas se esfuerzan por demostra r sus excepcionales dotes f í sicas.

La experienc ia in te r ior de l fuego ha s ido vivida y descr i tapor muchos míst icos; basta rá con seña lar a Santa Cata l ina de

Siena y a Blaise Pascal. Más que un símbolo, el fuego es enve rda d una re a l ida d e x i s t e n te que ope ra e n mundos inv i s i bles. Ese ncialm ente su función es la de purificar y con tal obje to es u t i l izado en la «a lquimia espir i tua l» .

8 . En el oc tavo grupo de s ímbolos se encu entran los quese engloban ba jo los té rminos de «evoluc ión» y «desarrol lo»,y e n t re e l lo s e s t á n lo s má s a dhe r idos a l a e xpe r i e nc ia hu ma na . En c i e r to se n t ido , e sos dos t é rminos son s inón imos .Desarrol la r , «desplegar lo que estaba enrol lado», indica quese ac tua l iza lo que estaba en estado potenc ia l .

Los dos pr inc ipa les s ímbolos de l desarrol lo son la semil lay la flor. La semilla, porq ue con tiene en pot encia al árbol; y laflor, porque su capullo cerrado se abre y deja que se forme elfruto.

Ya no nos ma ra v i l l a mos , po rqu e e s t a mos ha b i tua dos , a n t eel «milagro» por el cual de la bellota se desarrolla la encina, yde l n iño e l adul to . Pero , ¿dónde está , en rea l idad, e l á rbol enla semil la? ¿Dón de está la enc ina en la be l lo ta? Aristó te leshabla de «ente lequia»; o t ros, de «modelos» o de «arquet ipos».Se debe admit i r que hay una rea l idad preexistente , una In te l i

genc ia inmamente que di r ige las d is t in tas fases de l desarrol lode sd e la semilla hasta el árbol, y desd e la célula o células germina les hasta e l organ ismo com ple to .

El otro símbolo, el de la flor, ha sido muy utilizado desdelos t iempos má s remo tos; en par t icular e l lo to , en la India , y larosa , en Persia y Euro pa . El s imbo l ismo d e l lo to es e l que másse asemeja al proceso del hombre. El loto tiene sus raíces en latierra, su tallo crece en el agua y la flor se abre en el aire gra-

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cías a la acción de los rayos del sol. Los orientales comparaneste proceso a l de l hombre , el cua l posee un cuerp o f ís ico , quees su fundamento te rrest re , y psicológicamente se desarrol laen la esfera de las emociones («agua») y de la mente («aire»).

demos que Plutarco ya dec ía : e l hombre no es n ingún ja rrónque haya que l lenarse , s ino un fuego que hay que encender» .De hecho, educar debería se r lo que ese té rmino signif ica e t i m o l ó g i c a m e n t e : e-ducere, es dec ir , sacar fuera lo de dentro ,

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El despertar de la conciencia espiritual se corresponde con laapertura de la flor, lo cual se produce gracias a la acción vivificante del sol que es símbolo del Espíritu. Además, los orientales creen que el alma del hombre es como la flor del loto yque t iene nueve pé ta los pr inc ipa les separados en t res grupos.El pr imer grupo correspondería a l conocimiento espir i tua l ; e lsegundo, a l amor espir i tua l ; e l te rcero , a la potenc ia o poderespiritual. En el centro está «la joya en el loto», la Esencia div ina que tan sólo se reve la cu an do e l ho m bre está p lena me n te de sa r ro l l a do esp í r i tua lme n te . A lgunos mé todo s o r i e n t a l e s de de sa r ro l lo y de me d i t a c ión e s t á n ba sa dos e n e s t esimbol ismo de l lo to .

Lo mismo se puede dec ir de la rosa . Su simbol ismo proviene de Persia , donde los poe tas míst icos se re f ie ren a e l lacon este sent ido simból ico . En Europa , encontramos Le románde la rc.e, la «rosa mística» de Da nte, así com o ciertos mov imie n tos e so té r i c os c omo e l de lo s «R osa -C ruc e s» . H e mosusa do e l s ímbolo de la rosa en un e jerc ic io muy espec ia l , queresul ta sumamente e f icaz tanto para promover como para fa vorecer la apertura de la conciencia espiritual (descrito al fina l de l presente capí tu lo) .

El s ímbolo de l desarrol lo puede apl icarse a dos fases muyd i s t in t a s : l a p r im e ra , va de l n iño a l a du l to no rm a l y c o r r i e n t e ; l a se gunda , va de l hombre «no rma l y c o r r i e n te » a lhombre e sp i r i t ua lme n te d e sp ie r to .

María Montessori , que tanto se dedicó a la educac ión delos n iños l legando inc luso a revoluc ionar los anter iores s is te mas educa t ivos, dec ía justamente : «El n iño desarrol la ac t ivamen te en sí mis mo a l homb re y l leva a cabo esta labor conalegría cua ndo e l adul to que está a su lado no se lo impide .El niño es la semilla del hombre; al igual que en la bellota estála enc ina , así en e l n iño está el adul to en embrió n». Au nqu e e lmétodo de María Montessori haya sido revoluc ionario , recor-

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desarrol la r .En cuanto a la segunda fase de l desarrol lo de l hombre ,

po dem os dec ir que ésta represen ta rea lmente e l pasa je a unestadio prác t icamente sobrehumano: es la entrada , s imból icamen te hab lando , en e l Reino de Dios, en e l quin to re ino de la

na tura leza , tan d ist in to de l cuar to re ino como éste lo es de lt e r c e r o , e l r e i n o a n i m a l . N o d e b e m o s d e s p r e c i a r n u e s t r ocuerpo porque per tenezca a l te rcer re ino, ya que aunque tengamos un cuerpo animal seguimos siendo seres autoconsc ien-tes; así el ser superhumano (el genio, el santo, el sabio, el hér o e) t i e n e u n c u e r p o a n i m a l y u n a p e r s o n a l i d a d h u m a n ape ro , a l mismo t iempo, también es a lgo más: es un ser espir i tua l .

9 . La novena ser ie la const i tuyen sobre todo símbolos modernos, y a luden a la potenc iac ión y a la in tensi f icac ión. La

conquista espir i tua l se puede considerar como una potenc ia ción, una intensificación de la conciencia de la vida; una tensión, un «vol ta je» psicoespir i tua l d i fe rente y superior a aquelc on el que v ive e l homb re me d io no rma l . H e r ma n n K e yse r-l ing habla de una «dimensión de la in tensidad», asoc iando e lsimbolismo de la intensificación con el del discurrir a lo largode una dimensión di fe rente que e l l lama «vert ica l» (mientrasque las o t ras dos son horizonta les) . Cuando habla de d imensión «vertical», no se refiere al término en su significado ordina r io ; é l l o e n t i e nde c omo una «ve r t i c a l ida d» que a sc i e ndedesde e l mundo de l devenir , de l f lu i r , hac ia e l mundo de l se r ,de la t rascendencia . También apl ica este s ímbolo a l t iempo;un «pa sa r ve r t i c a lme n te » de sde e l t i e mpo c omún a l e t e rnoe x t ra t e mpora l .

La potenc iac ión t iene también dos estadios o grad os: e lpr im ero consiste en la potenc iac ión de todas las energías yfunciones la tentes que estaban subdesarrol ladas o mal desarro l ladas. Un ensayo de Wil l iam James, t i tu lado las energías de

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los hombres, i lust ra e f icazmente la cant idad de posibi l idadesenergé t icas que están ocul tas en e l hombre a la espera de queéste quiera descu bri r las , ac t ivar las y u t i l izar las .

E l se gundo g ra do de po te nc ia c ión e s e l que pe rmi t e e l

e l Para íso es considerado como una peregrinac ión. Recordemos también e l conocido «Pi lgr im»s progress» , de Bunyan.

12 . A h o r a h a b l a r e m o s d e l d u o d é c i m o g r u p o : e l d e l o ss ímbo los de l a t r a nsmuta c ión . E l c ue rpo pue de se r t r a smu

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p a s o d e l r e i n o h u m a n o a l r e i n o s u p e r h u m a n o m e n c i o n a d oanter iormente . Aquí se encuentra la manifestac ión de los d i f e r e n t e s p o d e r e s s u p e r n o r m a l e s . E s t o s p o d e r e s , j u n t o c o notras d iversas dotes é t ico-espir i tua les superiores, fueron adscr i tos en todos los t iempos a los i luminados, a los profe tas , a

lo s i n i c i a dos o a l o s «ma gos» : de sde Moisé s a P i t á go ra s , ydesde Buddha a l Cris to , inc luyendo a los d iversos santos. Algun os de e l los los u t i l izaron de l iberada y consc ientem ente ,o t r o s e s p o n t á n e a m e n t e , i n c l u s o c o n t r a s u p r o p i a v o l u n t a d(como fue e l caso de a lgun os m íst icos y santos) . Se podría dec i r que estos poderes son una consecuencia na tura l , un «subproducto», de la rea l izac ión espir i tua l .

10 . El déc im o gru po de s ímbo los es e l de l amor. El amorhumano es en s í mismo, en c ie r to aspec to , un deseo y un int e n to má s o me nos c onsc i e n te de sa l i r se de uno mismo , de

t rascenaer los l ími tes de la propia existenc ia separada , de ent ra r en comunió n, de fundirse con ot ro ser , con un «tú». Losdevotos y los míst icos de todas las épocas han hablado de suse xpe r i e nc ia s de c omun ión c on D ios o c on Se re s supe r io re s ,u t i l izando e l s imbol ismo de l amor humano. Basta con recordar e l «Cantar de los Cantares» de la Biblia y las expresiones,a ve c e s de una a uda c ia so rp re nde n te , de Sa n ta C a ta l ina deSiena y San Juan de la Cru z .

11. El undéc imo grupo de s ímbolos abarca los que se re fieren al camino, al sendero, a la peregrinación. La utilización

de estos s ímbolos s iempre ha s ido y s igue siendo universa l .En la t radic ión esotér ica se habla de l «sendero de l d isc ipulado», de l camino de la In ic iac ión y sus d i fe rentes «puertas» .En las religiones se utiliza el término «vía mística».

El s ímbolo de la «peregrinac ión» ha s ido muy ut i l izado, ya menudo lo s igue siendo; inc luso en su sent ido f ís ico y exte rno, a t ravés de las peregrinac iones a los d is t in tos «LugaresSantos». El recorr ido de D ante por e l Inf ie rno, el Purga tor io y

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tado mediante un proceso de t ransformación psicoespir i tua lregeneradora (proceso durante e l cua l también se desarrol lanpod eres psicofís icos y parapsicológicos) . La psiqu e se a rm oniza con e l espír i tu e in tegra a l cuerpo, a lcanzando la unaunidad orgánica y a rmónica de todos los aspec tos de l hombre : una «bio-psicosín tesis» . El lo const i tuye la verdadera a l quimia espir i tua l .

Cu and o se habla de a lquimia , se p iensa en la t ransformac ión de l p lomo en oro , (cosa que parec ía incre íb le , pero queahora , y desde que e l hombre es capaz de manipular los á tomos t r a ns fo rma ndo un e l e me n to e n o t ro , pa re c e muc ho me nos quimé rica) . Pero , en rea l idad, los libros de a lquimia á ra bes y med ieva les a m en ud o ut i l izaban un lenguaje s imból icopara expresar la a lquimia psico-espir i tua l , es dec ir , la t ransmutac ión misma de l hombre . Esto ha s ido reconocido por a l g u n o s e s t u d i o s o s m o d e r n o s , s o b r e t o d o p o r J u n g , q u e d u ra n te lo s ú l t imos a ños de su v ida de d ic ó muc ho t i e m po ya lgunos de escr i tos a l s imbol ismo a lquímico. En su obra Psicología y Religión, nos expl ica que encontró estos s imbol ismosen los sueños de sus enfermos y en los dibujos de los enfermos y de los sanos.

13 . El dec imotercer grupo de s ímbolos es e l de la regenerac ión, e l de l «nuevo nac im iento». Este se ha l la re lac ionadoc on e l p re c e de n te , pue s to que una c omple t a t r a nsmuta c iónprep ara o abre las pue rtas a la regenerac ión. Esta , en su s ignif icado más profundo y esenc ia l , const i tuye un «nuevo nac i miento»: e l nac imiento de l hombre nuevo, de l hombre espir i tua l , dentro de la personal idad. Los Hindúes l laman «nac idosdos veces» a los brahmanes. En e l c r is t ianismo, este s ímboloha s ido muy u t i l i z a do y a lgunos mís t i c os ha n ha b la do de l«nac imiento de Cris to en e l corazón».

14. El dec imocuarto grupo de s ímbolos es e l de la « l iberación», y está relacionado con el desarrollo. Esto significa que

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el desplegar lo que es taba «arrol lado» cons is te en un procesode liberación de nues tros complejos , de nues tra s i lus iones , dela identificación con los diversos «aspectos» de nuestra vida,con nues tras diferentes «máscaras», con nues tro s ídolos , e tc . .

bertad es una continua v igi lancia». La l ibertad deb e ser reconquis tada y sa lvaguardada todos los días , incluso a cada instante , ya que no bas ta con «l iberarse» una vez por todas . Elhom bre, aun que a veces no se dé cuenta de e l lo, lo intuye as í

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Es un «desprendimiento», en e l sent ido e t imológico del término , una l iberación y act ivación de las potencia l idades latentes.

En es te proceso de l iberación se pasa po r un a prim era fasede dual idad: de hecho, resul ta necesario des ident if icarse delcuerpo, de las emociones , de nues tro pequeño «yo» personal ,diferenciarse de todo es to a f in de ser capaces de t ransmutarlo después .

El s imbolismo de la l iberación ha es tado presente en to daslas grandes re l igiones del mundo. En la India , Buddha decía :«Al igual que el agua del mar está llena de sal, así, toda midoctrina está llena de liberación». En el Cris tianis mo , San Pablo consolidó la «libertad de los Hijos de Dios». Dante hacedecir a Virgilio, en su discurso a Catón:

la libertad va buscando, y es tan querida,

como sólo sabe quien por ella dio la vida.

Y m ás rec ien tem ente , duran te l a s egunda gue r ra m un dia lF rank l in Rooseve l t p roc lam ó a l m undo la s Cua t ro GrandesLibertades: libertad de expresión, libertad religiosa, liberaciónde las carencias y liberación del miedo.

Es ta úl t ima, la l iberación del miedo , es funda men tal , pue ssólo cuando nos l ibramos del miedo podemos puede l legar aser realmente libres. El anhelo por la libertad se encuentra expresado de un modo s imple , primit ivo, pero genuino, en la

canción de Domenico Modugno: «Libero» ( l ibre) , cuyas palabras la proclaman eficazmente .S in embargo, aquí debemos enfrentarnos a una autént ica

paradoja: en contras te con su espontáneo anhelo por la l ibertad, al mismo t iempo , ¡e l hom bre s iem pre le ha tenido m iedo!Esto se expl ica por e l hecho de que la l ibertad implica empe ño , autodominio, valor y otras cual idades de la vida espir i tual. Tal y como se dice con gran acierto: «El precio de la li-

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y t iene mied o de la l ibertad y, por co ns iguiente , la rehuye . Ensu novela La peur de vivre (El miedo a vivir) , Henri Bordeauxpone en evidencia lo que en ps icoanál is is se define como undeseo de pe rm anece r en un e s tado pre -adu l to , o inc luso deregresar o refugiarse en la infancia. Por otra parte, esta es unatendencia muy frecuente y s i mirásemos en nues tro interior ,

probablemente nos encontraríamos con e lementos infant i les yretrógr ados . Los «nos tá lgicos» de todos los t iempo s , aquel losque añoran los «t iempos dorados», son continuos e jemplos dees ta «gazmoñería ps icológica». Pero es ta tendencia es vana ynociva: vana, porque cualquier tenta t iva por frenar e l poderoso y act ivo curso de la vida , tanto dent ro de nosotros mismos como a nues tro a lrededor, es tá des t inado a l fracaso; noc iva , porq ue no pue de da r n ing ún re su l t ado pos i t ivo s inoque , y por e l contrario, incluso pued e l legar a producir gravesconfl ic tos y t ras tornos neurops íquicos .

15 . Ahora exam ina rem os e l dec im oquin to g rupo de s ím bo los , los de la resurrección y el retorno, descritos en el Evangelio en la parábola del hijo pródigo y su retorno a la casa delPadre . Se t ra ta de un re torno a es tadios anteriores ; indica e lregreso a l S e r p r im ord ia l , o r ig ina r io , y p re supone una doc tr ina eman antis ta según la cual e l a lma emana da del Padreha descendido a la materia y se ha imbuido de e l la para , desp u é s , retornar a su «Casa», a la patria celeste, pero no tal ycomo era antes , s ino enriquecida por la experiencia de la au-toconciencia madurada en el trabajo y el conflicto.

También hay otro «retorno», e l más e levado de todos : e lre torno a l mundo de aquel los seres que, por un acto de amory de compasión, han escogido ayudar a aquel los que todavíaperm anec en c iegos , ador mec idos o pris ioneros . Es e l re tornode aquel los Seres espir i tuales , l ibres , desvinculados , que yano t ienen más neces idad de aprender, de preguntar ni de desear nada del mundo, s ino que bajan de nuevo a é l para «re-

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dimir» a los dem ás , convirt iéndose as í en colaboradores deDios, en «liberados liberadores» . En el Bu dism o a esto se lellama la renuncia al Nirvana y, en el Cristianismo, la obra deredención.

c iones ; también por las múlt iples emociones e impulsos (miedos , deseos , a tracciones y repuls ione s , e tc . ), as í como por unainquieta y tum ultu osa act ividad men tal . Es necesario l iberaro «am pl ia r» e s ta s envol tu ra s pa ra que pueda reve la rs e e l

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Ejercicio de la rosa

Introducción

Por regla genera l, tanto en Oriente com o en Occ ident e, laf lor s iempre ha s ido cons iderada y ut i l izada como s ímbolodel Sí Mismo espiritual.

En China existe un antiguo texto taoísta que trata del significado profundo de la «Flor de Oro», el cual ha sido comentado ampliamente por Jung en El Secreto de la Flor de Oro. Enla India ha sido y sigue siendo utilizado el símbolo del Loto(nuestro nenúfar) que tiene las raíces en el barro, el tallo en elagua y cuyas flores se abren al aire bajo los rayos d el sol.

En Persia y en Europa, se ha utilizado preferentemente larosa. Tan sólo haré alusión al Román de la rose de los Trovadores; a la rosa mís tica , adm irablem ente descri ta por D ante en e l«Paraíso» (Canto XXIII); a la rosa en el centro de una cruz,símbolo de la orden de los Rosa-Cruces.

Por regla general se ha utilizado la imagen de la flor yaabierta como símbolo del Espíritu, y su visualización es sumame nte suges t iva y evocadora . Pero todavía es mu cho m áseficaz y suscitadora de energías y de procesos psico-espiritua-les la utilización «dinámica» del símbolo, es decir, la visualización del pasaje, del desarrollo, del capullo cerrado a la flortotalmente abierta.

El s ímbolo del «desarrol lo» corre spon de a un a real id adprofunda, a una ley fundamenta l de la vida qu e se manifies tatanto en los procesos de la naturaleza como en los del almahum ana .

Nues tro Ser espir i tual , e l S í Mismo, que es la parte másreal y esencia l de nosotros , suele es tar normalmente ocul to,cerrado y «arrollado»; sobre todo por el cuerpo y sus sensa-

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Centro Espiri tual .Es to sucede, tanto en la naturaleza como en e l a lma hu

mana, en vir tud de la acción admirable y mis teriosa de la vita l idad, tanto biológica como ps icológica , que «desde e l inter io r» im pu lsa y ope ra de fo rm a i r re s i s t ib le . P or e l lo , e l

s ímbolo —o, mejor dicho, e l principio— del crecimiento, deldesarrol lo, de la evolución ha s ido y s igue s iendo ut i l izadocada vez más en la ps icología y en la educación, y en é l sebasa tanto e l concepto como la práct ica de la ps icos íntes is .Una de sus aplicaciones es el ejercicio que describimos a cont inuación:

Técnica del Ejercicio

E s t e e j e r c i c i o p u e d e r e a l i z a r s e t a n t o i n d i v i d u a l m e n t e

como en grup o. En e l prim er caso, es necesario aprend er biensus dis t intas fases para poder recordarlas con faci l idad. En e lsegundo caso, e l que dir ige e l e jerc ic io, lentamente y con laspausas oportunas , lo desarrol la de la s iguiente forma:

Imaginemos e l capullo cerrado de una rosa . Visual icemosel tallo, las hojas y, en lo alto del tallo, el capullo. Este es deco lor ve rde , porque los s épa los todav ía e s tán ce r rados y ,como máximo, en la parte superior , se puede l legar a ver tansólo un pequeño punto rosa . Procedemos a visual izarlo vividamente , manteniendo su imagen en e l centro de la concien

cia . . . Mientras lo observamos, vemos cómo poco a poco se vainic iando un lento movimiento: los sépalos comienzan a separarse dir igiendo sus extremos hacia afuera , descubriendo as ílos péta los rosados , todavía cerrados . . . Los sépalos se separa ncada vez más . . . y cada vez se dis t ingue mejor e l capullo depéta los de un tenue color rosa . . . Ahora , también los péta losemp iezan a extenderse . . . e l capullo s igue abrién dose lentamente. . . hasta que la rosa se revela en toda su belleza y nos

que da mos a dmi rá ndo la c on a l e g r í a .Llegados a este punto , comenzamos a perc ib i r , inha lando,

e l a roma de la rosa , este perfume tan carac te r ís t ico y conocido... t e nue , du lz ón y a g ra da b le . . . l o o l e mos c on p ro fundo

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placer . . . El s ímbolo de l perfume ha s ido ut i l izado frecuentemente en e l lenguaje re l ig ioso y míst ico («El o lor de sant i dad») y también es f recuente e l uso de perfumes en los r i tos(incienso, etc..)

D e s p u é s , v i s u a l i z a m o s t o d a l a p l a n t a e i m a g i n a m o s l afuerza v i ta l que brota desde las ra íces hasta la f lor , produc iendo este desarrol lo . . . y permanecemos contemplando estemilagro de la na tura leza .

A hora , nos ide n t i f i c a re mos c on l a ro sa o , má s e xa c ta mente , « in t royec tamos» la rosa en nuest ro in te r ior . . . Ahorasom os, s imból icam ente , una f lor , un a rosa . La mis ma V idaque anima e l Universo y que ha producido e l mi lagro de larosa , está produciendo en nosotros un milagro s imila r , o inc luso mayor: e l desarrol lo , la aper tura , la i r radiac ión de nuest ro ser espir i tua l . . . y nosotros podemos cooperar consc iente me nte con nue stro florecimiento interior.

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Segunda Parte

El despertar espiritual

9. Fases y cr is is de l desarro l loe sp i r i t u a l

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Si consideramos, aunque sólo sea superf ic ia lmente , todasl a s pe r sona s que nos rode a n , e nse gu ida nos da re mos c ue n tade que no se encuentran en e l mismo grado de desarrol lo psi cológico y espiritual. Es fácil constatar que algunas de ellas seencuentran aún en un estadio pr imit ivo, casi sa lva je ; o t ras están a lgo más avanzadas; o t ras están todavía más evoluc ionada s ; y , f i na lme n te , t a mb ié n ha y a lguna s , a unque e n núme romuy re duc ido , que ha n t r a sc e nd ido l a no rma l ida d huma na yse a p rox ima n o ha n a l c a nz a do un e s t a do supe rhuma no y e s pi r i tua l .

No nos de tendremos a estudiar las posib les causas de estas d i fe renc ias . Es un problema muy in te resante , pero se sa le

de nuest ro tema. Sin embargo, sean cua les sean las causas deestas d i fe renc ias , ta l d iversidad de desarrol lo in te r ior entrelos hombr es es ú t i l e inc luso di r ía qu e necesar ia .

Esta d iversidad da ocasión a los d i fe rentes t ipos de re la c ión entre los individuos: re lac ión de autor idad y de obedienc ia , de enseñanza y de aprendiza je , de opresión y de rebe l ión,que da n luga r a e xpe r ie nc ia s fe c unda s . En una hu ma n ida d e nla que todos se encontrasen en e l mismo nive l , estas acc ionesy reacc iones v i ta les no exist i r ían; la v ida ser ía mucho máss e n c i l l a , p e r o t a m b i é n m á s m o n ó t o n a , m e n o s e s t i m u l a n t e ,

menos in te resante , más aburr ida y , en gran par te , f racasar íaen su propósi to .

Para e l estudio de los d i fe rentes estadios de l desarrol lo espi r i tua l podemos encontrar una buena guía en e l pr inc ipio deanalogía , tan va lorado por los ant iguos pero ac tua lmente dema s ia do o lv ida do y a ba ndona do .

Es c ie r to que este pr inc ipio da fác i lmente lugar a in te rpre-

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tac iones fantas iosas y a deducciones arbi t rarias , pero cuandose u t i l i za adecuadam ente y con d i s c r im inac ión , puede p roporcionar la c lave de muchos secretos de la naturaleza y dela lma.

ante el sufrimiento ajeno. Muchos de estos caracteres se pueden encontrar , más o menos acentuados , en los héroes homéricos descritos en la litada.

Los aspectos superiores de es ta edad ps icológica fueron

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En nuestro caso, la utilización de esta «clave» no es difícily es muy esclarecedora. La analogía existente entre la psicología del niño y la de los individuos y pueblos primit ivos eseviden te y ha s ido señalada con frecuencia . Los niños , a l igualque los seres primit ivos , son s imples , impuls iv os , curiosos , sedistraen con facilidad y viven sólo el presente. Son sencillos y

e m o c i o n a l e s , p e r o s u s s e n t i m i e n t o s , a u n q u e i n t e n s o s , s o npoco profundos y b reves . Ca recen de m ora l idad , porque not ienen desarrol lado e l sent ido de la responsabi l idad, son muyprocl ives a una crueldad inconsciente y t ienden a dotar depersonificación a los objetos y a las fuerzas naturales. Su responsabi l idad es rudimentaria y no se perciben netamente diferenciados del mundo que les c ircunda.

En un e s tad io un poco m ás avanzado , encont ram os por unlado a muchachos a lgo más maduros y, por otro, a a lmas deuna edad interior correspondiente , las cuales aparecen en su

aspecto mas típico al inicio de las grandes civilizaciones.Recordemos, por e jemplo, a los hombres de la primit iva

época védica en la India; o a los del período h omérico en Grecia, con su fresco sentido poético y su sencillez, con su vivosent ido de infant i l comunión con la naturaleza , y con sus dioses un tanto infant i les que eran inic ia lmente la personificación de fuerzas naturales y de pas iones humanas para , desp u é s , i r g r a d u a l m e n t e e l e v á n d o s e h a s t a s i m b o l i z a r a l t o sprincipios espir i tuales .

Antes de in ic ia r e s te aná l i s i s , convendr ía recorda r quetanto en cada edad del cuerpo y del a lma como en cada t ipops icológico o en cada manifes tación humana, debemos diferenciar los aspectos superiores e inferiores del mismo principio y cual idad. Así , en las a lmas primit ivas encon tramo s cual i dades inferiores de rudeza y de violencia, una cierta barbarie,una inte ligencia de t ipo primit ivo, una c ierta as tucia y tend encia a l engaño, un candido egoísmo y una escasa sens ibi l idad

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descri tos por los poetas de la Edad de Oro, a saber: la pureza,la inocencia , la natu ral id ad, la doci l idad, la devoción y la obediencia a los dioses o una infantil confianza en Dios. En nuest ra c iv i l i zac ión no encont ram os a dem as iados hom bres dees te t ipo; tenemos que buscarlos entre los criados f ie les , los

devotos de una re l igión y, con más frecuencia , entre la gentede l cam po o de l a m ontaña . Es tos hom bres s e desa r ro l l anprincipalmente a t ravés de una act ividad externa, con la cualadquieren experiencia , desarrol lan su mente y adquieren cual idades mora les , como la sabiduría , la cons tancia , e l valor o e lsacrificio. Para ellos, el principal ideal, su línea de conducta,se encuentra en la devoción, la f idel idad y la obediencia aDios o a los dioses , a sus superiores , a los preceptos m orales yreligiosos, y a las leyes establecidas.

Pero los hombres no pueden, ni deben, permanecer s iem

pre en es te es tadio infant i l . Su desarrol lo es tá refrendado, a ligual que sucede con la adolescencia , por una serie de contrastes y de conflictos. En el ámbito moral tiene lugar con elinicio de la reflexión crítica, que hace surgir problemas y duda s . Los principios inculcados y las teorías dominantes ya noson aceptados s in discus ión. La mente les pide sus credenciales, exige saber su origen, sus bases y su concordancia con loshechos .

En la vert iente emotiva se produce una intens if icación yuna com pl icac ión de los s en t im ien tos , con l a i r rupc ión de

nuevas pas iones .En la vert iente act iva encontramos un vehemente deseo de

independencia , una feroz rebel ión contra los «dioses» y contra cualquier t ipo de autoridad. Es e l es tadio t i tánico y pro-m e te ico . Ha l lam os t am bién una acen tuac ión de l a au tocon-c ienc ia y de l a au toa f i rm ac ión que , a m enudo , t i ende a l aintrospección subjetiva y es la principal característica de la act i tud romántica .

Este es un estadio inarmónico y caót ico , tan penoso y esforzado para quien lo v ive como incómodo y de d i f íc i l t ra topo r pa r t e de lo s de má s .

Los aspec tos infer iores de esta edad de l a lma son los de

mitac iones, en e l endurec im iento , en la a r idez . El contac to conlas duras «rea l idades» de la v ida , las luchas, las desi lusionesy los f racasos han dest ru ido los sueños generosos, derr ibandoel entusiasmo, y ponen a prueba la fe de l individuo. De este

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un e xc e so de a u toa f i rma c ión , impu l sos de s t ruc t ivos , a na r quía , fana t ismo, orgul lo , in t ransigencia , tendencias extremistas, in to le ranc ia y fa l ta de respe to y de compresión hac ia losd e m á s .

Por o t ra par te , los aspec tos superiores son: e l idea l ismo, e l

espír i tu de sacr i f ic io por una causa , la generosidad, e l va lor ,la audacia, la apreciación de la belleza, el sentido del honor y,en genera l , todas las cua l idades inherentes a una ac t i tud y auna conducta caba l le rosa .

El Dharma de esta edad es e l desarrol lo de la mente y delos poderes mora les autónomos, la a f i rmación de la autocon-c ienc ia y de la independencia espir i tua l , e l estudio de la v iday la adquisic ión de una mayor experienc ia , y la consagrac iónac t iva a un idea l o a una causa qu e no es ya aceptad a externamente , s ino que es sent ida en e l in te r ior y a la cua l e l indivi

duo se a a ñ ie re l i b re me n te .A c tua lme n te , muc hos hombre s se e nc ue n t ra n e n e s t e e s

tadio y a lguna de las carac te r ís t icas enumeradas pueden serapl icadas a la menta l idad de la mayoría de nuest ros contemporáneos. Basta con recordar la rápida d isoluc ión de las v ie jast radic iones y formas, las inquie tudes, e l individua l ismo cr í t ico y la ac t i tud rebe lde qu e ahora p reva lece .

Observemos ahora las carac te r ís t icas de l a lma adul ta . Sicomparamos a l hombre o a la mujer adul tos con los jóvenes,nos da re mos c ue n ta que ha ha b ido una d i sminuc ión g ra dua l

de la exuberanc ia v i ta l y de la e fervescencia emot iva , habiéndose producido para le lamente un c rec imiento de las facul ta des menta les y rac iona les. El estado caót ico , los cambios rápidos y las osc i lac iones entre los extremos han cedido lugar aun c ie r to orden: la personal idad se ha formado y se ha consol ida do .

También este estadio posee sus aspec tos infer iores y super iores. Los pr imeros consisten sobre todo en un exceso de l i -

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modo puede l legar a producirse una reacc ión de escept ic ismoy de descontento , que puede l legar hasta e l c in ismo. El desarro l lo de la mente , la cua l es también un inst rumento necesar io , t rae consigo pe l igros como e l exceso de c r i t ic ismo y lacr is ta l izac ión in te lec tua l , que obstacul izan o dest ruyen la con

ciencia de lo Real.El de ja rse absorber por los in te reses prác t icos y los debe

re s pe r sona le s , pue de c onduc i r f á c i lme n te a l se pa ra t i smo , auna indebida a f i rmación de l yo personal y a l egoísmo.

Los aspec tos superiores de esta edad psicológica puedenresum irse en t res pa labras: a rmo nía , equi l ibr io y e f ic ienc ia.

Durante este per íodo, e l hombre es capaz de conseguir e lequi l ibr io entre e l espír i tu y la forma: la personal idad, ya forma da y pe r fe c c iona da , de v ie ne e n un in s t rume n to de e xp re sión de l yo , b ien formado, const ru ido y resis tente , pero toda

v ía su f i c i e n te me n te f lu ido . Es e n tonc e s c ua ndo l a pe r sonaestá preparada para ac tuar en e l mundo la voluntad de l Espír i tu .

Esta edad, aparentemente más está t ica y l ibre de c r is is tumul tuosas es , s in embargo, una «edad cr í t ica» a n ive l espir i tua l : es e l punto donde los caminos se separan, es e l momentode la e lecc ión que dec id i rá e l fu turo de l a lma. Si el proces o d eendurec imiento y de c r is ta l izac ión se rea l iza s in ser contrastado y la forma va preva lec iendo cada vez más sobre e l ladovi ta l y espir i tua l , inevi tablemente , sobreviene la ve jez con sus

aspec tos nega t ivos de osi f icac ión, de debi l i tamiento , de egocentr ismo, de gradual segregac ión de la v ida c i rcunstante . . . ysi este proceso no es in te rrumpido por la in te rvención de a l guna fuerza equi l ibradora , sue le degenerar en una to ta l ause nc ia de r e sponsa b i l i da d y e n un a i s l a mie n to e go í s t a quepuede culminar en la muerte espir i tua l , de la misma forma enque l a se n i l i da d c u lmina e n l a mue r t e f í s i c a . A fo r tuna da mente , no es ra ro que in te rvengan otros fac tores que de t ienen

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la ca ída de la personal idad por esta pendiente y la hacen re gresar , suave o v io lentamente , hac ia una v ía ascendente , l i brándola de las ilusiones y de los apegos de la v ida «normal» ,y poniéndola en contac to con su E spír i tu .

j uve ne c imie n to in t e r io r , y o t ra , muc ho má s o sc u ra y mis t e r iosa , que sucede en un estadio u l te r ior y corresponde a loque los míst icos denom inan la «noche oscura de l a lma» (1) .

¿Cuál es el significado de estas crisis?

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Cuando esto sucede se puede observar un hecho extraño;extraño sólo s i lo consideramos ba jo un punto de v ista ordi nario. Una nueva sensación de poder, de fervor y de eficienc ia invade a estos hombres; es como una espec ie de re juvenec i m i e n t o , u n a n u e v a j u v e n t u d i n t e r n a c u y a s m e j o r e scua l idades se suman, s in subst i tu i r las , a las de la edad madura . Este hecho sue le conl levar una in te resante correspondencia f ís ica , ya que en a lgunos casos de personas robustascon más de ochenta años de edad se ha podido observar e lin ic io de una te rcera dent ic ión, una tenta t iva muy parc ia l ,pero s ignif ica t iva , de la na tura leza hac ia una renovación f í sica. En tales casos no pasa de ser un mero inicio, ya que noexiste un correspondiente re juvenec imiento psicológico y espi r i tua l para sostenerlo .

En otros casos t iene lugar un conato de re juvenec imientoemotivo. El ejemplo más famoso es el de Goethe, el cual a laedad de se tenta y cua tro años se enamoró de una joven a le mana . Esto le ocurr ió encontrándose en p lena posesión de susfacul tades menta les y no debe ser considerado —como en unprimer momento se podría pensar— un signo de chochez ; fueun sent imiento verdadero , de carác te r idea l is ta y juveni l , queexpresaba en una exquisi ta poesía . Pero aunque las l lamas deun vie jo fuego se enc iendan, también se ext inguen rápidamente s i no son a l imentadas de forma duradera .

En e l caso de l re juvenec imiento espir i tua l , s in embarg o, set ra ta de a lgo muy profundo y fundamenta l , que es productodel «matr imonio», por así dec ir , de la personal idad con su espí r i tu más ín t imo, de l cua l brota un poderoso f lu jo de energíaespiritual, de luz y de amor, que la vivifican y la transforman.

D e spué s de ha be r e fe c tua do e s t a r á p ida v i s ión de c on junto sobre las e tapas de l c rec imiento in te r ior , consideramosoportuno destacar las dos c r is is más importantes y dec isivas:la ya indicada anter iormente , que precede y de te rmina e l re -

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Estas se producen por el hecho de que la conciencia espiritual, es decir, el sentido de lo eterno y de lo trascendente, semanifiesta primero en forma negativa antes de revelarse bajosu aspecto positivo de iluminación y de expansión. Ello hacesent i r que toda cosa par t icular , aunque sea buena , cuando esc ons ide ra da y a ma da e n s í m i sma y se pa ra da de lo de má s(como sue le ocurri r normalm ente) , es vana y e f ímera ; que nad aque sea limitado tiene valor por sí; y que cada afirmación separa t is ta y antagónica de nuest ro yo personal es e rrónea y estádestinada al fracaso, no porque viole las reglas o lo códigos exte rnos y a rbi t ra r ios, s ino porque está en contradicc ión con lapropia na tura leza de la Real idad Espir i tua l . Pero e l hombreciego e ignorante tiene miedo de dejarse llevar, no quiere abandonar los puntales que lo sostienen ni los apegos que le unen alas cosas y a las personas que teme perder, y por ello se muestra reacio a las invitaciones y a los comandos del Espíritu; hasta

que llega al l ímite de su resistencia y se ve obligado a rendirse.Entonces, ante su propio asombro, en lugar de la temida aniqui lac ión, encuentra una nueva vida mucho más r ica e in tensay se siente inundado de luz y de alegría. Incluso el mundo se leaparece como transfigurado y, dentro y más allá de la mutabilidad de las apariencias, siente en todas las cosas y seres el palpita r de l podero so r i tmo de la unidad suprem a.

Esta extraña y dura lucha entre la personal idad y e l SíMismo ha s ido descr i ta admirablemente por dos poe tas contemporáneos: Francesco Chiesa , en su poema La V oce (La voz)

c on te n ida e n l a r e c op i l a c ión 1 Viaíi d»Oro (Las Avenidas deOro), y Fra nc i s T hompson , e n su poe ma The Hound of Heaven(E l sabueso del cielo).

Tras e l desperta r de l a lma sue le seguir un per íodo de gozosa expansión, tanto in te r ior como exter ior , que adopta d is-

(1) Ver e l capí tulo 10 del presente v olum en N.T.

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t in tas formas y aspec tos, según los casos. Unas veces prevalece e l aspec to míst ico e i lumin at ivo, m ientras que o t ras veceslas nuevas energías se expresan en una acc ión impersonal yheroica , en un a postola do de l b ien o en a lgun a crea t iv idad artística.

c i a s , ha s ido de sc r i to , a unque c ons ide ra do ba jo un a spe c tovoluntar io y ac t ivo, por d iversas t radic iones hermét icas, in i -ciáticas y alquímicas como «la prueba del fuego» o «la purificac ión por e l agua».

La c ompre ns ión de l a na tu ra l e z a y e l ob je t ivo de e s t a

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Este pe r íodo pue de du r a r m uc ho t i e mpo ; i nc luso toda u navida . En otros casos, s in embargo, las cosas no se desarrol lande una forma tan sencilla y favorable.

Algunas veces sucede que la personal idad no se ha l la lobastante preparada o está mal const i tu ida y no resis te e l inf lu jo de la fuerza espir i tua l , reacc ionando de forma inarmónica o pa tológica . De este m od o es como se produ cen las exa l tac iones, los desequi l ibr ios o e l fana t ismo que se observa ena lgunos míst icos e « i luminados» espúreos, que desacredi tanante la gente (que no sabe o no quiere d iscr iminar) a los autént icos míst icos e i luminados de los que aquel los no son másque una car ica tura y una mera imitac ión.

En otros casos, t ras e l per íodo de luz , de gozo y de fe cunda ac t iv idad, empieza la lucha . La personal idad ordinar iasólo estcba dominada tempora lmente por la nueva concienc iae sp i r i t ua l , no se ha b ía t r a ns fo rma do de fo rma e s t a b le . E l«v ie jo A dá n» re a pa re c e de nue vo c on sus c os tumbre s , su stendencias y sus pasiones, y e l hombre se da cuenta de quetodavía le falta un largo, complejo y duro trabajo de purificac ión y de t ransformación de los e lementos humanos.

En a lgunos casos, esta ta rea v iene impuesta de forma durae inexorable por e l propio Espír i tu . De esta forma, e l a lma seve obl igada a pene tra r en « la noche oscura» experimentada ydescr i ta por Santa Teresa , San Juan de la Cruz , Mm e. Guyo n ymuchos o t ros míst icos.

Se t ra ta de un estado in te r ior de sufr imiento y de pr ivac ión, aná logo a l que precede a l desperta r de l a lma, pero e le vado, por así dec ir lo , a la oc tava potenc ia , es dec ir : muchomá s p ro fundo , c omple to y r a d ic a l .

La na tura leza y e l s ignif icado de esta experienc ia hansido muy bien descr i tos dentro de la t radic ión cr is t iana , y unestado y experienc ia s imila r , a l menos por a lgunas re feren-

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prue ba p ue d e ha c e r la me no s du ra y me no s l a rga . En luga r desufr i r la a la fuerza , se puede cooperar voluntar ia e in te l igenteme nte a su acc ión, acogiéndola s in in tentar rechazar e l te rr i ble y magnífico regalo que nos ofrece.

Esta cooperac ión puede resumirse en dos pa labras: amor yaceptac ión.

A c e p ta r c ompre ns iva y ge ne rosa me n te lo s su f r imie n tos ,las expol iac iones, el aniqui lamie nto . Y, todavía más : amar lo .

Es un he ro í smo muc ho má s a rduo y e l e va do , a unque me nos evide nte , que aquel los qu e se manif iestan con ac tos externos y son c ompre nd idos y a dmi ra dos po r l a s ma sa s ; y l a sconquistas a las que conduce son considerablemente más prec iosas.

De esta forma se l lega a la denominada «santa l iber tad delos hijos de Dios», a «la vida unitiva».

San Juan de la Cruz a f i rma que aquel que la ha a lcanzado«pa re c e e l m i smís imo D ios y pose e l a s mi sma s p rop ie da de sque é l» .

Es e l estado de v ic tor ia y de l iberac ión que los or ienta lesl l a ma n Nirvana. En é l , todo deseo o anhelo personal es consumido; todo apego, «quemado»; y todo temor, d is ipado. El espí r i tu , así v inculado, a lcanza un sut i l y formidable poder: esc a pa z de l wu-wei, es decir, de la acción sin acción a la quenada puede resis t i rse .

C on e s t a s b re ve s e xp l i c a c ione s he in t e n ta do mos t ra r unpanorama o , mejor d icho, una perspec t iva de los estadios yde las c r is is de l desarrol lo espir i tua l .

A p r ime ra v i s t a , pa re c e que me ha ya a de n t ra do e n unmundo muy d i s t i n to de l que l a t e y se a g i t a a nue s t ro a l r e dedor , muy a le jado de l ru ido de los coches, de l s i lb ido delas s i renas de las fábr icas, de los ba i les y los espec táculos,de lo s a gob ia n te s p rob le ma s e c onómic os ; pe ro e s t a l e j a n ía

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e s m u c h o m e n o r d e l o q u e c r e e m o s . L o q u e s o l e m o s v e rn o r m a l m e n t e e n l a v i d a m o d e r n a e s s o l a m e n t e u n a f a chada, pero detrás es tá la vida de las a lmas en pena; ocul tostras e l tumulto y las luchas externas es tán los táci tos roces ylos duros confl ic tos de las fuerzas ps íquicas y espir i tuales .

10. El desarrollo espiritual y lostrastornos neuro-psíquicos

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Tras l a s m ásca ras p in tadas que s e ag i t an a l com pás de a lgunas de l a s m ús icas de hoy , t ra s l a s pe rsonas ves t idas def ie s ta que consum en beb idas a lcohól icas , t ra s aque l los queapues tan en l a s s a la s de juego o que s e degradan con l adroga , ¿qu ién puede dec i r cuán ta s de e s ta s a lm as a to rm en

tadas no e s tán in ten tando hu i r a s í de l acoso de l s abueso ce lestial?

Y en las clínicas, en los manicomios, tras las figuras postradas e inmóviles , mudas de desesperación o que gri tan sa lvajemente su insos tenible pena, ¿quién puede decir cuántosincom prendidos e ignoran te s e s tán a t ravesando la s t e r r ib le spruebas de la disolución interior , de la noche oscura espir i tual?

¿Cuántos errores funes tos , cuántos dolorosos e innecesarios comlic tos y complicaciones se podrían evi tar s i es tas a lm as s e com prendiesen a s í m ism as y fuesen com prendidaspor los demás? Por eso, hablar en nues tros días de cris is espir i tua le s , l e jos de s e r un anac ron i sm o, un desa r ro l lo acadé mico o una es téri l curios idad, es a lgo que responde a una neces idad u rgen te y cons t i tuye un c la ro debe r pa ra qu ienestengan la más mínima experiencia o conocimiento.

A es ta hum anidad , p reocupada t an só lo por l a búsquedaexterior del bienestar y de la propia satisfacción, sedienta deplaceres y de poder, hay que hacerle ver que todas las conquis tas que pueda real izar sobre la naturaleza , todo e l dominio de la materia , toda la intens idad y la rapidez de los mecan i s m o s , t i e n e n , c o m o m u c h o , u n v a l o r i n s t r u m e n t a l , u ns ignificado s imbólico; pero que sólo mediante e l despertar dela lma profunda, sólo con la reconocida y real izada soberaníadel Espíri tu , podrá a lcanzar e l hombre e l verdadero poder, lapaz segura , la divina l ibertad que es su suprema, aunque inconsciente , aspiración.

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El desarrol lo espir i tual del hombre es una aventura largay ardua, un via je a t ravés de extraños países l lenos de maravi

llas, pero también de dif icul tades y de pel igros . El lo implicauna pur i f i cac ión y t ransm utac ión rad ica le s , e l despe r ta r detoda una serie de facul tades previamente inact ivas , la e levación de la conciencia a niveles antes inalcanzables, y su largaexpans ión hac ia una nueva d im ens ión in te rna .

No debe a som bra rnos e l hecho de que una m utac ión t animportante se desenvuelva a t ravés de varios es tadios crí t i cos, acom pañados de d i s tu rb ios t an to neuro-ps íqu icos com ofísicos (psicosomáticas).

Es tos dis turbios , aunque pueden aparecer ante la observa

c ión c l ín ica o rd ina r ia com o s im i la re s a los p roduc idos porotras causas , t ienen en real idad un s ignif icado y un valor tota lmente diferentes y, por e l lo, sólo pueden sanarse cuando setra tan por medios bien diferentes .

Los t ras tornos producidos por causas espir i tuales son actua lm ente cada vez m ás num ero sos , ya que e l núm ero de pe r sonas que, consciente o inconscientemente , son cons treñidaspor exigencias espir i tuales también es mayor cada vez.

Además , a ra íz de la mayor complej idad del hombre moderno y, en part icular , por los obs táculos que crea su mente

crí tica , e l desarrol lo espir i tu al se ha convert ido en u n procesointerno más dif íc i l y complicado.

Por es te motivo, es oportuno dar una vis ión general de lasal teraciones nerviosas y ps íquicas que t ienen lugar en los diversos es tadios del desarrol lo espir i tual , y ofrecer a lgunas indicaciones sobre e l modo más apropiado y eficaz para su curación.

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En e l proceso de rea l izac ión espir i tua l pueden observarsecinco estadios críticos:

I . Las c r is is que preceden a l desperta r espir i tua l ;II. Las c r is is producidas por e l desperta r espir i tua l ;

mica ingenuidad— de que desea i r a l l í . . . ¡ lo más ta rde posi ble!

Pero puede suceder —y así ocurre en a lgunos casos— quee s t e hombre o rd ina r io se ve a so rp re nd ido y tu rba do po r uncambio imprevisto en su v ida in te r ior .

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I II . Las reacc iones que siguen a l desperta r espir i tua l ;IV. Las fases de l proceso de t ransmutac ión;V. La «noche oscura de l a lma».

I. Crisis que preceden al despertar espiritual

Para comprender b ien e l s ignif icado de las s ingulares expe r i e nc ia s i n t e r io re s que sue l e n p re c e de r a l de spe r t a r de la lma, es prec iso recordar a lgunas de las carac te r ís t icas psicológicas de l hombre común.

Este, más que vivir, se puede decir que «se deja vivir». Setoma la v ida ta l y como viene , y no se p lantea n ingún problema en cuanto a sus orígenes, a su valor, o a sus objetivos. Sise t ra ta de una persona vulgar , se ocupará s implemente deapagar srs propios deseos personales, procurarse los más va

riados placeres para sus sentidos, l legar a ser rico o satisfacersus propias ambic iones. Si posee una mora l más e levada , subo rd ina rá su s p rop ia s sa t i s fa c c ione s pe r sona le s a l c umpl i miento de los deberes familiares y civiles que le hayan sido inculcados, s in preocuparse por conocer los c imientos de esosdeberes, su orden je rárquico, e tc . También puede dec lararse«religioso» y creyente en Dios, pero su religión es exterior ypuramente convencional, y sólo se siente en «su sitio» cuandoha obedec ido las prescr ipc iones formales de su Ig lesia y haparticipado en sus diferentes ritos.

En conclusión: e l hombre corr iente c ree impl íc i tamente enla rea l idad absoluta de la v ida ordinar ia y se s iente dominadopor los b ienes te rrena les , a los cua les a t r ibuye un va lor posi tivo. De este modo, considera en la prác t ica que la v ida ordi nar ia posee un f in en s í misma, y aunque también cree en unparaíso futuro, tal creencia es totalmente teórica y académica,como se evidencia en e l hecho —a menudo confesado con có-

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A veces es consecuencia de una ser ie de desi lusiones; y noes ra ro que se produzca después de un fuer te choque mora l ,como puede ser la pérdida de a lgún ser amado. Pero en a lgunas ocasiones también se produce que sin n inguna causa aparente , y en medio de l éxi to o de l b ienesta r económico (comole sucedió a Tolsto i ) , la persona empieza a perc ib i r una vagainquie tud y a sent i r insa t isfacc ión, como un sent imiento depérdida ; pero no se t ra ta de la pérdida de a lgo concre to , s inomás bien de a lgo vago, d i fuso , que n i s iquiera é l mismo sabría cómo definir.

Poco a poco se adic iona una sensac ión de i r rea l idad, deque la v ida ordinar ia es fú t i l ; los in te reses personales, que antaño tanto le ocupaban y preocupaban, p ie rden su color , porasí dec ir , perdiendo su importanc ia y su va lor . Se a frontannuevos problemas y la persona empieza a cuest ionarse e l sentido de la vida y e l porqué de tantas cosas que antes aceptabacomo a lgo na tura l : e l porqué de l sufr imiento , tanto de l propiocomo de l a jeno; la just i f icac ión de tanta d ispar idad ante lafortuna; el origen de la existencia humana; y de su final.

A qu í c omie nz a n l a s i nc ompre ns ione s y lo s e r ro re s : muchos, a l no comprender e l s ignif icado de este nuevo estado deánimo, lo consideran una maldic ión, como una fantasía anormal ; dado que sufren (porque es muy penoso) , lo combatende todas las formas posibles; temiendo «perder la cabeza», see s fue rz a n po r r e a da p ta r se a l a r e a l ida d o rd ina r i a que a me naza con escapar de sus manos; a veces, inc luso reacc ionanla nz á ndose c on re nova do ímpe tu a l a búsque da de nue va socupaciones, nuevos est ímulos, nuevas sensac iones. Con éstey con otros recursos, a veces llegan a sofocar parcialmente lainqu ie tud , pe ro c a s i nunc a pue de n l l e ga r a de s t ru i r l a t o t a l mente : cobi jada en lo más profundo de su ser , s igue minandolos c imientos de su existenc ia ordinar ia para después, t ras a l -

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gunos años , aparecer de nuevo de forma más intensa . El es tado de agi tación deviene más y más penoso, y e l vacío interno cada vez más intolerable . La persona se s iente comoanonadada: todo aquel lo que cons t i tuía su vida ahora le parece un sueño , desapa rece com o un e spe j i sm o, y m ien t ra s

a lm a s e ve acom pañada de o leadas de luz , de a legr ía y deenergía que frecuentemente producen una admirable l iberación. Los conflictos internos, los sufrimientos y los trastornosne rv iosos y f í s i cos desapa recen , a m enudo con una rap idezsorprendente , confirmando as í que aquel los dis turbios no se

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tanto la nueva luz no a lumbra todavía . Sucede, además , quegeneralmente la persona ignora tan s iquiera la exis tencia deesa luz , o s implem ente no cree po der obtenerla .

A me nud o, a es te tormento general se le un e una crisis moral más definida: la conciencia ética se despierta y se acentúa,con lo cual la persona se siente acosada por un profundo sentimiento de culpa y de remordimiento por e l daño cometido, sejuzga severamente y es presa de un profundo desánimo.

LLegados a e s te pun to , ca s i s i em pre sue len p resen ta rs eideas o impulsos de suic idio. La persona cree que la aniqui lación física es la única consecuencia lógica de esta ruina y de ladisolución interna.

Debemos des tacar que es to es sólo e l esquema genérico deta les experiencias y de su evolución. En real idad, exis ten numerosas diferencias individuales : en a lgunos casos no se a l

canza el estadio más agudo; en otros, llega casi de golpe, sinel proceso gradual que hemos señalado; en a lgunos , prevalecen la búsqueda y las dudas filosóficas; en otros, la crisis moral está en primera línea.

Es tas manifes taciones de las cris is espir i tuales presentans imil i tudes con a lgunos s íntomas de la enfermedad conocidacomo neuras tenia o ps icas tenia . Una de sus caracterís t icas esprecisamen te la «pérdida del conc epto de lo real», como lo califica Pierre Janet, y otra es la «despersonalización». La semejanza se ve acrecentada por e l hecho de que la afl icción de

es ta cris is también produce a menudo s íntomas f ís icos , comoson: agotamiento, tens ión nerviosa , depres ión, insomnio y diversas a l teraciones diges t ivas , c ircula torias , e tc .

II. Crisis producida s por el despertar espiritual

El in ic io de l a com unicac ión en t re l a pe rsona l idad y e l

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deb ían a causas m a te r ia le s , s ino que e ran consecuenc ia d i recta de la fatiga psico-espiritual. En estos casos, el despertarespir i tual cons t i tuye una verdadera y autént ica cura .

Pero e l despertar no s iempre se desarrol la de forma tan

sencilla y armónica, sino que puede a su vez ser causa de complicaciones, trastornos y desequilibrios. Esto sucede en el casode aque l l a s pe rsonas cuya m ente no e s lo su f ic ien tem entefirme, o cuyas emociones son exuberantes e incontrolables , obien poseen un s is tema nervioso exces ivamente sens ible y delicado, o incluso cuando el flujo de energía espiritual es tan súbi to y violento que resul ta t raum ático.

Cuando la m ente e s dem as iado déb i l y todav ía no e s táp r e p a r a d a p a r a s o p o r t a r l a l u z e s p i r i t u a l , o b i e n c u a n d oexis te una tendencia hacia la presunción y e l egocentrismo,

es te acon tec im ien to in te rno puede s e r m a l in te rpre tado . S eproduce en tonces lo que podr íam os denom ina r una «confusión de planos»: no se reconoce la distinción que existe lo absoluto y lo re la t ivo, entre e l espír i tu y la personal idad, con loque la fuerza espir i tual puede producir la exal tación y e l «inflamiento» del yo personal .

Hace a lgunos años tuve la ocas ión de observar en e l manicomio de A ncona u n t ípico caso de es te género. Uno d e los internos , un s impático anciano, afi rmaba t ranquila , pero obs t i nada men te . . . que era Dios . En torno a es ta convicción se había

forjado toda una serie de fantásticas y delirantes ideas: aseguraba tener las tropas celestiales a su servicio, afirmaba haberrea l i zado grandes p roezas , e t c . P e ro , apa r te de e s to , e ra l ape rsona m ás buena , m ás gen t i l y encan tadora que im agina rse pueda , s i em pre d i spues ta a ayudar t an to a los m édicoscomo a los demá s enfermos . Su men te era tan c lara y lúcida ysus ac tos t an de l i cados que hab ía s ido nom brado ayudan tedel farmacéutico, el cual le confiaba incluso las llaves de la

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fa rmacia y la preparac ión de a lgunas medic inas. Nunca diolugar a n ingún t ipo de problemas, apar te de la desaparic iónde un poco de azúcar que sust ra ía de vez en cuando para hacer la v ida m ás agra dable a a lgunos in te rnos.

Desde e l punto de v ista de la medic ina corr iente , este en

práctica, la gran diferencia existente entre el espíritu individua l en su na tura leza esenc ia l —lo que ha s ido denominadocomo el «fondo», «centro» o «ápice» del alma, el Yo superioro e l Sí Mismo rea l— y la pequeña personal idad ordinar ia , e lpe que ño yo que ha b i tua lme n te c onoc e mos .

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fe rmo vendría a ser considerad o como u n sim ple caso de de l i r io de grandeza , una forma paranoide . Pero estos té rminos noson más que e t ique tas puramente descr ip t ivas o de c lasi f icac ión cl ín ica , porque en rea l idad la psiquia t r ía no sabe nada decierto sobre la verdadera naturaleza o las causas de estos disturbios. Por lo tanto, me parece lícito ir tras la búsqueda deuna expl icac ión psicológica más profunda sobre las ideas deese enfermo.

Es notor io qu e la percepc ión in te rna d e la rea l idad de l Esp í r i t u y de su ín t ima c ompe ne t ra c ión c on e l a lma huma naproporc iona a l que la experimenta un sent ido de grandeza yde ampliac ión in te rnas , junto con la convicc ión de que se part icipa de a lgún m od o de la na tura leza d iv ina .

En las t radic iones re l ig iosas y doc tr inas espir i tua les de toda s l a s é poc a s , se pue de n ha l l a r nume rosos t e s t imon ios yconfi rmaciones, a menudo expresadas de forma considerable me n te a uda z .

En la Bibl ia encontramos una frase expl íc i ta y concisa :«¿No sabé is que sois Dioses?». Y San Agu st ín d ice : «Cu andoel alma ama algo, a ello acaba asemejándose; si ama las cosast e r re na s , de v ie ne t e r re na ; ma s s i a ma lo d iv ino (pod r í a mosdecir) ¿deviene Divina?».

La expresión más extrema de la ident idad de na tura lezasentre e l espír i tu humano, en su pura y rea l esenc ia , y e l Espír i tu Suprem o está contenida en la enseñanza centra l de la f i losofía Vedanta: Tat twam asi (Tu eres Ello) y AJiam evam paramBrahmán (En verdad yo soy e l supremo Brahmán).

Como fuera que se quiera concebir esta re lac ión entre e le sp í r i t u i nd iv idua l y e l un ive r sa l , ya se a que se c ons ide recomo una ident idad o como una semejanza , como una par t i c ipac ión o como una unión, es necesar io reconocer con c la r i dad y tener s iempre presente , tanto en la teor ía como en la

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No reconocer esta d is t inc ión acarrea toda una ser ie de absu rda s y pe l ig rosa s c onse c ue nc ia s . Es to nos p ropo rc iona l ac lave para poder comprender e l desequi l ibr io menta l de l enfermo descr i to anter iormente , así como de o t ras formas menos extremas de autoexal tac ión y de autoinf lamiento . El fu

nesto e rror de todos aquel los que son presa de ta les i lusioneses el de a t r ibuir a l propio yo personal n o regene rado las cua li dades y poderes del Espíritu. En términos filosóficos, se tratade un a confusión entre la rea l idad re la t iva y la Real idad a bsolu ta , entre e l p lano personal y e l metaf ís ico . De esta in te rpretac ión de este t ipo ideas de grandeza se pueden extraer tamb ié n ú t i l e s no rma s c u ra t iva s . B a jo e s t a l uz se ve que e lin tentar demostra r a l enfermo que está equivocado, que susideas son de l todo absurdas o que son de l i r ios , no s i rve paranada; inc luso puede l legar a exasperar lo aún más. En vez de

e l lo , lo adecuado es reconocer con é l los e lementos de verdadque hay en sus a f i rmaciones y después, pac ientemente , buscar hacer le comprender la d is t inc ión antes mencionada .

En otros casos, la imprevista i luminac ión in te r ior provocada por e l desperta r de l a lma de termina en cambio una exa ltac ión emocional , que se expresa de forma c lamorosa y desorde na da : c on g r i to s , l l a n to s , c a n tos y a g i t a c ione s mo t r i c e sd ive r sa s .

Así pues, aquel los que son de t ipo ac t ivo, d inámico o combat ivo, impel idos por la exc i tac ión de l desperta r , pueden l le

gar a asumir e l pape l de profe ta o de re formador, c reandomov imie n tos y se c t a s c a ra c t e r i z a da s po r un e xc e s ivo fa na t ismo y prose l i t i smo.

En a lgunas a lmas nobles, pero demasiado r íg idas y excesi va s , la reve lac ión de l e lemento t rascendente y d iv ino de l propio espír i tu susc i ta una exigencia de adecuac ión comple ta einmedia ta a la perfecc ión. Pero en rea l idad ta l adecuac ión no

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puede darse más que a la conclusión de una la rga y gradualobra de t ransformación y de regenerac ión de la personal idad;de ahí que esta exigencia no pueda ser s ino vana y provocarreacc iones depresivas y de desesperac ión autodest ruc t iva .

En a lgunas personas predispuestas a e l lo , e l «desperta r»

cuentran en ta l «estado de grac ia» . Su personal idad anter ior ,c on sus á ngu los a gudos y c on sus e l e me n tos de sa g ra da b le s ,parece haber desaparec ido y una nueva persona , a legre y desbo rda ndo s impa t í a , nos son r í e a noso t ro s y a l mundo e n te ro ,deseosa de hacer e l b ien , de proporc ionar p lacer , de ser ú t i l y

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se acompaña de manifestac iones psíquicas y paranormales dediverso género . Estas personas sue len tener v is iones, genera l mente de seres e levados o angel ica les , o b ien escuchan voces,o se s ienten impulsadas a u t i l izar la escr i tura automát ica . Elva lor de los mensa jes así rec ib idos es muy diverso de un caso

a o t ro . Por e l lo , deben examinarse y se lecc ionarse obje t ivamente ; s in pre ju ic ios, pero también sin de ja rse subyugar pore l modo con e l que se han rec ib ido, n i por la presunta autor i dad de quien a f i rme ser su autor . Es oportuno desconfia r espec ia lmente de los mensa jes que contengan órdenes prec isaso que requieran una obedienc ia c iega , así como de aquel losque t iendan a exa l ta r la personal idad de l receptor . Los verdaderos inst ruc tores espir i tua les jamás u t i l izan estos métodos.

Al margen de la presunta autent ic idad y va lor in t r ínsecode ta les ~iensa jes , está e l hecho de que son pe l igrosos porque

pueden turbar fác i lmente , e inc luso gravemente , e l equi l ibr iotanto menta l como emocional .

III. La s reacciones que siguen al despertar espiritual

E s t a s r e a c c i o n e s s e p r o d u c e n g e n e r a l m e n t e p a s a d o u ncier to t iempo.

C omo ya he mos me nc iona do , e l de spe r t a r e sp i r i t ua l a r mónico susc i ta sent imientos de gozo y produce una i luminación de la mente que hace que se perciba el significado y la fina l idad de la v ida , expulsa muchas dudas, ofrece la soluc iónde muc hos p rob le ma s y da una se nsa c ión de se gu r ida d in t e r ior . A e l lo le acompaña un vivido sent i r la unidad, be l leza ysant idad de la v ida , y ,de l a lma despertada brota una o la deamo r hac ia las demá s a lm as y a l resto de las c r ia turas.

En ve rda d no e x i s t e na da má s a l e g re y r e c on fo r t a n tecomo e l contac to con uno de estos «despertados» que se en-

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de poder compart i r con los demás las nuevas r iquezas espir i tua les de las cua les no sabe contener en s í misma la superab u n d a n c i a .

E s t e e s t a d o d e g o z o p u e d e d u r a r m á s o m e n o s t i e m p o ,pero está dest inado a cesar . En este punto la personal idad ordinar ia , con sus e lementos infer iores, tan sólo ha s ido supera da y a do rme c ida t e mpora lme n te , pe ro no ha mue r to n i seha t ransformado. Además, e l a f lu i r de luz y de amor espir i tua les es r í tmico y c íc l ico , como todo cuanto acontece en e lun ive r so , po r l o que a n te s o de spué s d i sminuye o c e sa : e lflujo es seguido por el reflujo.

Esta experiencia interna de reflujo es muy penosa y en algunos c a sos pue de p rovoc a r r e a c c ione s v io l e n ta s y se r io st rastornos. Las tendencias infer iores se despier tan reaf i rmadas con más fuerza que antes; todos los escol los, los escombros, los desechos que habían sido cubier tos por la marea , re a pa re c e n nue va me n te .

Tras ese desperta r , la persona —cuya concienc ia mora l seha vue l to más re f inada y exigente , y cuyas ansias de perfecc ión se han hecho mucho más in tensas— se juzga a s í mismac on ma yor se ve r ida d , se c onde na muc ho má s r igu rosa me n tee inc luso puede l legar a pensar e rróneamente que ha ca ído todavía más ba jo que antes. A esto también puede inducir la e lhecho de que a menudo c ie r tas tendencias e impulsos infer iores , que hasta entonces habían permanecido la tentes en e l in

c onsc i e n te , son a ho ra e s t imu la dos y se de sp ie r t a n opon ié n dose a las nuevas y e levadas aspirac iones espir i tua les , s iendopor e l lo un desaf ío y una amenaza .

A veces estas reacciones van tan lejos, que la persona llegahasta a negar el valor y la veracidad de la reciente experienciain te r ior . En su mente surgen ta l se r ie de dudas y de c r í t icasque siente la tentac ión de considerar todo lo ocurr ido como

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una ilusión, una fantasía, una especie de «montaje sentimental». La persona se torna entonces amargada y sarcás t ica; seburla de ella misma y de los demás, y le gustaría renegar desus propios ideales y aspiraciones espir i tuales . S in embargo,por mucho que se esfuerce en ello, ya no puede re tornar a l es

permanecido la tentes o demasiado débi les ; fases en las quela pe rsona l idad debe pe rm anece r f i rm e y dóc i l , de jándose«trabajar» por e l Espíri tu y soportando con valor y con paciencia los inevi tables sufrimientos . Se t ra ta de un períodolleno de cambios , de a l ternat ivas entre la luz y las t inieblas ,

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tado anterior: ha tenido una visión y la fascinación de su bel leza permanece en e l la , y no puede olvidarla . Ya no puedeadaptarse a vivir meramente la pequeña vida ordinaria y ses iente invadida de una divina nos ta lgia que no le da reposo.A veces las reacciones asumen caracteres netamente morbo

sos, produc iéndose a taques de desespe rac ión e in ten tos desuic idio.La cura de tales reacciones excesivas consiste sobre todo

en impart i r una c lara comprens ión de su naturaleza e indicarcuál es e l único medio a t ravés del cual se pue de n su perar . Sedebe hacer comprender a aquel que las sufre que e l «es tadode gracia» no podía durar para s iempre, que es ta reacción esnatural e inevitable. Es como s i se hubiese real izado un magníf ico vuelo entre las cumbres i lum inada s por e l sol , que perm itiera admirar el amplio paisaje que se extiende hasta el hori

zon te ; pe ro todo vue lo an te s o después debe f ina l i za r : s eregresa de nuevo al l lano y, pos teriormente , hay que volver asub i r l en tam ente y paso a paso l a e s ca rpada pend ien te queconduce a la estable conquista de las cimas. El reconocimientode que es te descenso o «caída» es un acontecimiento natural ,a l cual todos es tamos sometidos , reconforta y a l ivia a l peregr ino y l e an im a a d i spone rse con m ás án im os pa ra e l a s censo.

IV. Las fases del proceso de transmutación

La ascens ión a la que nos referimos cons is te en real idaden la t ransmutación y regeneración de la personal idad. Es unproceso largo y complejo, compues to por diversas fases : depurif icación act iva , encaminadas a remover todo aquel lo queobstaculiza la afluencia y la acción de las fuerzas espirituales; fases de desarrol lo de las facul tades interiores que habían

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entre la alegría y el dolor.Las energías y la a tención de quien es tá pa san do p or e l lo a

menudo es tán tan absorbidas por esa tarea que le resul ta dif í cil hacer frente a las distintas exigencias de su vida personal.Por e l lo, observada superfic ia lmente y para quien la juzguedesde e l punto de vis ta de la normalidad y de la efic ienciapráct ica , parece que la persona ha empeorado y vale menosque antes . Debido a e l lo, su t rabajo interior se ve a menudoafectado por juic ios arbi t rarios y l lenos de incomprens ión porparte de los demás, de los familiares, de los amigos e inclusode los m édicos , que no s e ahor ran obse rvac iones m ordacessobre «los hermosos resul tados» de sus aspiraciones e idealesespir i tuales que lo hacen débi l e inefic iente en la vida práct i ca . Es tos ju ic ios a m enudo re su l t an bas tan te penosos , yquien es objeto de e l los puede resul tar t ras tornado y dejarsedominar por las dudas y e l desal iento.

También e l lo cons t i tuye una de las pruebas que deben sersuperadas . En part icular , enseña a vencer la sens ibi l idad persona l , a adqu i r i r independenc ia de ju ic io y a m antene r unaconducta f i rme. Por e l lo ta l prueba debería ser asumida s inrebel ión, incluso con serenida d. Por otro lado, s i aquel los querodean a la persona sometida a dicha prueba comprenden sues tado de ánimo, pueden serle de gran ayuda y evi tarle muchos contras tes y sufrimientos innecesarios .

En real idad se t ra ta de un período de t rans ic ión: un abandonar un vie jo es tadio s in haber a lcanzado todavía e l nuevo.Se t ra ta de una condición parecida a la del gusano que es táexpe r im entando e l p roceso de t rans form ac ión que l e ha ráconvert i rse en una a lada mariposa: debe pasar antes por e l es tado de crisá l ida , que es una condición de des integración y deim potenc ia .

Pero e l hombre generalmente no viene dotado de ese pri-

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vi legio de l que goza e l gusano, y no puede desarrol la r estat ransmutac ión protegido y recogido en e l in te r ior de un capul l o . D e b e p e r m a n e c e r , s o b r e t o d o e n n u e s t r o s d í a s , e n s upuesto y seguir resolviendo lo mejor posib le sus propias obl i gaciones familiares, profesionales y sociales, como si en él noestuviese sucediendo ningún cambio. El d i f íc i l problema que

que dicha acc ión se desarrol le espontáneamente en su a lma.Otra d i f icul tad , en c ie r to modo opuesta a la anter ior , debe

ser superada en los per íodos durante los cua les la a f luenc iade fuerza espir i tua l es ampl ia y abun dan te . Y es que esta prec iosa fuerza puede ser fác i lmente malgastada en una e fervescenc ia emot iva y en una ac t iv idad excesiva y febr i l . En ot ros

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debe resolver es muy parec ido a l de aquel los ingenieros ingleses que debían t ransformar y amplia r una gran estac ión fe rroviar ia de Londres s in in te rrumpir e l se rvic io de t renes n is iquiera durante una sola hora .

No de be po r e l lo so rp re nde rnos de que una ob ra a s í decomple ja y fa t igosa sea en ocasiones causa de t rastornos psí quicos y nerviosos, como por e jemplo: agotamiento nervioso,insomnio, depresiones, i r r i tabi l idad, in t ranqui l idad, e tc . A suvez , estos t rastornos, y dada la gran inf luenc ia de la psiquesobre e l cuerpo, también pueden l legar a provocar d i fe rentessíntomas físicos.

Para curar estos casos, es necesar io comprender la verdadera causa y ayudar a l enfermo con una sabia y oportuna acc ión psLoterapéut ica , porque las curas f ís icas y los medica

me n tos pue de n a yuda r a a t e nua r l o s s ín toma s y t r a s to rnosf ís icos pero , evidentemente , no pueden ac tuar sobre las causas psicoespir i tua les de l mal .

A ve c e s , l o s t r a s to rnos son p rovoc a dos o a g ra va dos po rlos excesivos esfuerzos personales que rea l izan los que aspiran a la vida espiritual con el fin de forzar su propia evoluc ión in te r ior , esfuerzos que más que una t ransformación loque producen es una represión de los e lementos infer iores, asícomo una extrema in tensi f icac ión de la lucha junto con su correspondiente excesiva tensión nerviosa y psíquica . Estos as

p i r a n t e s , n o r m a l m e n t e d e m a s i a d o i m p e t u o s o s , d e b e n d a r s ecuenta de que la par te esenc ia l de esta labor de regenerac iónes rea l izada por e l espír i tu y sus energías , y que una vez a t ra í das d ichas energías mediante su fe rvor , sus medi tac iones yu n a d e c u a d o c o m p o r t a m i e n t o i n t e r n o , y d e s p u é s d e h a b e rprocurado e l iminar todo aquel lo suscept ib le de obstacul izarla acción de l espír i tu , debe n ag uar dar con pac ienc ia y con fe a

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casos, s in embargo, puede suceder que sea frenada y controlada en exceso, con lo que apenas puede l legar a manifesta rsey, a l a lmacenarse cada vez más, l lega a a lcanzar una fuer tetensión que puede l legar a provocar toda una ser ie de t rastor

nos y agotamientos in te rnos, a l igua l que una corr iente e léct r ica demasiado fuer te puede fundir los p lomos e inc luso l le gar a provocar un cortoc i rcui to .

Por consiguiente , es prec iso aprender a regular adecuada ysabiamente el flujo de las energías espirituales, evitando su dispersión, pero no po r e l lo de jándolas d e emplear ac t ivamente ennobles y fecundas o bras in te rnas y externas.

V. La «noche oscura del alma»

C ua ndo e l p roc e so de t r a ns fo rma c ión p s i c oe sp i r i t ua l a l canza su estadio final y decisivo, produce a veces un intensosufr imiento y una oscuridad in te rna que fue denominada porlos míst icos c r is t ianos como la «noche oscura de l a lma». Suscaracterísticas hacen que se parezca mucho a la «psicosis depresiva» o melancol ía . Dichas carac te r ís t icas son: un estadoemocional depresivo, que puede l legar inc luso hasta la desespe ra c ión ; un a c usa do se n t ido de l a p rop ia ind ign ida d ; unamarcada tendencia a la autocr í t ica y a la autocondena que ena lgun os casos pu ede l levar a la convicc ión de que se es un caso

pe rd ido o c onde na do ; una pe nosa se nsa c ión de impo te nc iamenta l ; un debi l i tamiento de la voluntad y de l autodominio;una sensac ión de d isgusto y una gran di f icul tad para ac tuar .

A lgunos de e s to s s ín toma s pue de n p re se n ta r se t a mb ié n ,aunque de forma menos in tensa , en los estadios precedentes,pero entonces no se t ra ta de la verdadera «noche oscura de la lma » .

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A pesar de las apar ienc ias , esta extraña y te rr ib le experiencia no es un estado pa tológico; sus causas son espir i tua lesy posee un gran valor espiritual (1).

A esta experienc ia , también conocida como «cruc if ix iónmíst ica» o «muerte míst ica», le s igue una glor iosa resurrecc ión espir i tua l —que pone f in a todo sufr imiento y a todo

c a mino e sp i r i t ua l , a unque a ve c e s t a mb ié n pue da n l l e ga r aser graves, en rea l idad no son más que reacc iones tempora leso e l deshecho, por así dec ir , de un proceso orgánico de evoluc ión y de regenerac ión in te r ior . Por e l lo , a menudo desaparecen espontáneamente cuando se resue lve la c r is is que los ha

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t r a ns to rno , l o s c ua le s son re c ompe nsa dos c on c re c e s— queconst i tuye la p leni tud d e la sa lud e spir i tua l .

El tema escogido por nosotros nos ha obl igado a ocuparnos casi exc lusivamente de los aspec tos más penosos y anor

males de l desarrol lo in te r ior , pero no queremos dar la impresión de que aquel los que siguen e l camino de la e levac iónespir i tua l t iene que sufr i r más t rastornos nerviosos que loshombre s o rd ina r io s . Po r e l lo , r e su l t a opo r tuno a c l a ra r b i e nlos s iguientes puntos:

1) En muchos casos, la evoluc ión espir i tua l se desarrol lade una forma bastante más gradual y a rmónica de lo que hemos descr i to , de manera que las d i f icul tades son superadas ylos d i fe rentes estadios se van sucediendo sin que tengan lugar reacciones nerviosas ni físicas.

2) Los t rastornos nerviosos y menta les de los hombres ymujeres «ordinar ios» , son a menudo más graves y más d i f íc i les de soporta r y de curar que los producidos por causas espi r i tua les . Los t rastornos de las personas ordinar ias sue len serproducto de los v io lentos confl ic tos que t ienen lugar entre laspasiones o los impulsos inconsc ientes y la personal idad consciente; o bien, de la rebelión contra ciertas condiciones o personas contra r ias a sus deseos y a sus exigencias egot is tas . Noes de extrañar que resulten más difíciles de curar, ya que losaspec tos superiores son demasiado débi les y no hay nada a lo

que se pueda ape lar para inducir a ta les personas a rea l izarlos sacr i f ic ios necesar ios o a someterse a la d isc ip l ina oportuna para producir los a justes y la a rmonía que pueden devolver les la sa lud.

3) Los sufr imientos y t rastornos de aquel los que siguen e l

(1) Véase La noche oscura del alma, de San Juan de la Cruz.

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b ía p rovoc a do , o b i e n c e de n c on má s fa c i l i da d a una c u raa de c ua da .

4) Los sufr imientos producidos por la ba jada de la mareao e l re flu jo de la o la espir i tua l se ven amp liam ente recom pensados por las fases de afluencia y de elevación, así como porla fe en la importante finalidad y en la elevada meta de estaaventura in te r ior .

Esta g lor iosa v is ión const i tuye una poderosa inspirac ión,un infa l ib le consue lo , un manant ia l inagotable de fuerza y devalor . Por e l lo , se debe recordar esta v is ión lo más v ivamentey lo más a menudo posible y , además, uno de los mayores fa vo re s que pode mos ha c e r a a que l que e s t á a to rme n ta do po rlas crisis y los conflictos espirituales, es ayudarle a hacer otrotanto .

In tentemos imaginar v iv idamente la g lor ia y bea t i tud de la lma vic tor iosa y l iberada que par t ic ipa consc ientemente dela sabiduría , de l pod er y de l amor de la Vida Divina . Imaginemos con visiones todavía más amplias la g lor ia de l Reino deDios rea l izado en la T ierra , la v is ión de una humanidad redimida , de toda la c reac ión regenerada y manifestando con a le gría la perfección de Dios.

Este t ipo de v isiones han conseguido que los grandes míst icos y santos pudiesen soporta r sonriendo su tormento in te rior y su martirio físico, al punto que hicieron exclamar a SanFrancisco: «¡Tal es el bien que espero, que cualquier penali

dad es para mí un deleite!».Pero , ahora debemos descender de estas a l turas para re

tornar por un instante a l va l le donde las a lmas laboran.Considerando la cuest ión ba jo un punto de v ista est r ic ta

mente médico y psicológico, y ta l como ya se ha seña lado, esprec iso darse cuenta de que aunque los t rastornos que acompañan a las d is t in tas c r is is de l desarrol lo espir i tua l parecen,

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en un pr imer examen, muy semejantes y a veces inc luso idént icas a las padec idas por los enfermos ordinar ios, en rea l idadsus causas y su s ignif icado son muy dife rentes y en c ie r tosent ido inc luso opuestos, por lo que en consecuencia e l t ra ta miento también debe de ser d is t in to .

a pe gos , a yudá ndo lo a t r a sc e nde r su e xc e s ivo e goc e n t r i smo ,sus fa lsas eva luac iones y su deformado concepto de la rea l i dad para llegar a alcanzar una visión objetiva y racional de lavida , a la aceptac ión de sus deberes y obl igac iones, y a unajusta aprec iac ión de los derechos de los demás. Los e lementosno de sa r ro l l a dos a de c ua da me n te , no c oo rd ina dos n i c on t ra

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Por regla genera l , los s ín tomas neuro-psíquicos de los enfermos ordinar ios sue len tener un carác te r regresivo. Estos enfermos no han sido capaces de rea l izar los necesar ios a justesin te rnos y externos que forman par te de l desarrol lo normalde l a pe r sona l ida d . Po r e j e mplo , é s to s no ha n log ra do de s

prenderse de los apegos emotivos con respec to a sus progenito re s , pe rma ne c ie ndo po r e l lo e n un e s t a do de de pe nde nc iainfant i l hac ia e l los o hac ia aquel o aquel la que simból icame n te lo s e s té su s t i t uye ndo .

A ve c e s , e n c a mbio , su inc a pa c ida d o e sc a sa vo lun ta dpara hacer f rente a las exigencias y a las d i f icul tades de lav i d a n o r m a l , f a m i l i a r y s o c i a l h a c e n q u e , a u n s i n d a r s ecuenta , busquen re fugio en una enfermedad que les sust ra igade esas obl igac iones. En otros casos, se t ra ta de un t raumae m o t i v o : c o m o , p o r e j e m p l o , u n d e s e n g a ñ o o u n a p é r d i d a

que no saben aceptar y ante la que reacc ionan con una enferm e d a d .

En todos estos casos se trata de un conflicto entre la personal idad consc iente y los e lementos infer iores que sue len actuar en e l inconsc iente , resul t ando en la v ic tor ia parc ia l de estos ú l t imos.

En cambio, los males producidos por la ta rea de l desarrol lo e sp i r i t ua l t i e ne n un c a rá c t e r ne t a me n te progresivo. Estosson resul tado de l esfuerzo por c recer , por e l impulso hac ia loa l to ; son e l resul tado de confl ic tos y de desequi l ibr ios tempo

ra les entre la personal idad consc iente y las energías espir i tuales que i r rumpen desde lo a l to .

De todo e l lo resul ta evidente que e l t ra tamiento para losdos t ipos de enfermedades debe ser to ta lmente d i fe rente .

Para e l pr imer grupo, la labor te rapéut ica consiste en ayudar a l enfermo a a lcanzar e l n ive l de l hombre «normal» , e l i mina ndo l a s r e p re s ione s y l a s i nh ib i c ione s , e l m ie do y lo s

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pue s to s , de be n se r a rmon iz a dos e i n t e g ra dos e n una psicosíntesis personal.

En cambio, para los enfermos de l segundo grupo, la laborcura t iva consiste en de producir un a juste a rmónico, favore

c iendo la asimilac ión y la in tegrac ión de las nuevas energíasespir i tua les con los e lementos normales preexistentes , es dec i r : acometer una psicosíntesis transpersonal a l re de dor de uncentro in te r ior más e levado.

Así pues, está c la ro que e l t ra tamiento apropiado para losenfermos de l pr imer grupo es insufic iente e inc luso puede serper judic ia l para los de l segu ndo . Si e l pac iente se pone en manos de un médico que no ent ienda sus sufr imientos y que nie gue o ignore las posib i l idades de su desarrol lo espir i tua l , enlugar de d isminuir , sus d i f icul tades aumentarán. Este médico

puede devaluar o escarnecer las aspirac iones espir i tua les de lenfermo, considerándolas como vanas fantasías o in te rpre tándolas de una forma mater ia l is ta . De esta forma, e l pac ientepuede ser inducido a c reer que hace b ien a l re forzar e l cascarón de la propia personal idad y a l rechazar las constantes l la ma da s de su a lma . Pe ro e s to só lo pue de a g ra va r su e s t a do ,hacer más amarga su lucha y re t rasar la so luc ión.

En cambio, un médico que a su vez persiga la v ía espir i tua l o que a l menos tenga una c la ra comprensión y una aprec iac ión adecuada de la rea l idad espir i tua l y de su conquista ,

puede resul ta r de gran ayuda para los enfermos de este t ipo .Si , ta l y como sue le suceder a menudo, éste todavía se en

cuentra en la fase de insa t isfacc ión, de inquie tud y de una inconsc iente aspirac ión; s i ha perdido todo in te rés por la v idaordinar ia , pero todavía no ha rec ib ido la luz de la Real idadSuperior ; s i busca a l iv io en d i recc iones equivocadas y vagac iegamente por los senderos, entonces la reve lac ión de la ver-

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dadera causa de su mal y una e f icaz ayuda para encontrar laverdadera soluc ión pueden fac i l i ta r y ace le rar considerable me n te e l r e na c imie n to de l a lma , l o c ua l c ons t i t uye e n s ímismo una p ar te esenc ia l de la curac ión.

Cuando una persona se encuentra en la segunda fase —

hal la tan inmerso en su propio sufr imiento que la luz de l espí r i tu no a lcanza a su concienc ia . La única forma de poderanimarlo y presta r le a lguna ayuda es repi t iéndole hasta la sa c iedad que se t ra ta de una experienc ia t ransi tor ia y no de unestado permanente , que es lo que t iende a c reer quien en e l lase encuentra y lo que más desesperac ión le produce . También

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aquélla en la que se deleita en la luz del espíritu y vuela conjúbi lo hac ia las a l turas superconsc ientes— se le hará un granbien expl icándole la verdadera na tura leza y func ión de susexperienc ias , avisándola previamente de que éstas son necesar iamente tempora les y descr ib iéndole las poste r iores v ic is i tudes de la peregrinac ión. De esta forma, la persona esta rápreparada cuando sobrevenga la reacc ión y se ahorrará unaparte considerable de l sufr imiento que produce la sorpresa dela «ca ída», y las incer t idumbres y e l desánimo que de e l la sederivan.

Si no se ha recibido tal preaviso y se ha comenzado el tratamiento durante la reacc ión depresiva , e l enfermo puede sermuy a l iv i a do me d ia n te l a a se ve ra c ión —a va la da c on e j e mplos— de que se t ra ta de un estado tempora l de l cua l resurgi rá con toda seguridad.

En el cuarto estadio, el de los «incidentes de la ascensión»,que es e l más la rgo y mul t i forme, la labor de aquel que ayudaal enfermo también resul ta mucho más comple ja . Sus pr inc i pa les aspec tos son:

1) Explicar a aquel que sufre qué es lo que le está sucediendo e indicar le e l comportamiento adecuado a seguir ;

2) Enseñarle la forma de dominar las tendencias infer ioressin que sean reprimidas y re legadas a l inconsc iente ;

3) Enseñarle y ayudarle a t rasmutar y subl imar las propiasenergías psíquicas;

4 ) A yuda r l e a c onse rva r y a u t i l i z a r c re a t iva me n te l a senergías espir i tua les que a f luyen a su concienc ia ;

5) Guiar lo , cooperan do con é l , en la ta rea de reconstrucc ión de su pers onal id ad, es dec ir , en su psicosín tesis .

Durante e l estadio de la «noche oscura de l a lma» es bast a n te d i f í c i l pode r p re s t a r n inguna a yuda , po rque qu ie n seencuentra en e l la se ve envuel to por una nube tan densa y se

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es benefic ioso asegurar le con toda energía que su tormento ,por muy te rr ib le que sea , posee tan gran va lor espir i tua l y leaporta rá tantos b ienes que después l legará inc luso a bendecirlo. De esta forma, se le ayudará a soportar y a aceptar su

sufr imiento con pac ienc ia y resignac ión.Considero oportuno seña lar que estos t ra tamientos psicológicos y espir i tua les no exc luyen la u t i l izac ión de o t ros medios f ísicos auxi l ia res , los cua les pue den a l iv ia r los s ín toma s ycontr ibuir a l éxi to de la curac ión. Ta les ayudas serán sobretodo aquel las que apoyen a la sa lud por medios na tura les , ta les como una alimentación sana e higiénica, técnicas de relajac ión, e l contac to con la na tura leza , y un r i tmo equi l ibrado enlas d iversas ac t iv id ades f ís icas y psíquicas.

En a lgunos casos e l t ra tamiento puede resul ta r a lgo más

complicado debido a que en e l enfermo existe una mezcla desín tomas progresivos y de s ín tomas regresivos. Se t ra ta de casos de un de sa r ro l lo in t e r io r i r r e gu la r e i na rmón ic o . Es t a spersonas pueden a lcanzar un e levado nive l espir i tua l en a l gunos aspec tos de su personal idad, pero ser esc lavas en o t rosde manías infant i les , o b ien , ha l la rse dominadas por «complejos» inconsc ientes. Inc luso se podría dec ir que , ana l izad os contodo esmero, en la mayoría de aquel los que recorren la v ía espi r i tua l se encuentran — tal y como puede observarse en casi todas las cosas llamadas «normales»— vest ig ios más o menos im

portantes de l imi tac iones de este t ipo .De hecho, en la mayoría de los casos existe un c la ro pr edo

minio ya sea de los s ín tomas regresivos, ya sea de los progresivos. No obstante , la posib i l idad de que sín tomas de ambosg rupos se e nc ue n t re n e n t re me z c la dos e n e l m i smo e n fe rmotambién debe ser tenida en cuenta y conviene que cada molest ia sea estudiada e in te rpre tada con esmero a f in de acer ta r

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con la verdadera causa y encontrar por lo tanto e l t ra tamientoadecuado .

A t ravés de todo cuan to hem os exp l icado , re su l t a obv ioque para curar de forma eficaz y sa t is factoria las moles t iasnerviosas y ps íquicas que acompañan al desarrol lo espir i tual ,se necesita una doble serie de conocimientos y de prácticas: la

11. M ís t i c a y me d ic in a

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del médico experto en enfermedades nerviosas y en ps icoterapia , y la del serio es tudioso o pere grino de las vías del Espíritu.

Es ta doble competencia normalmente no suele i r asociada.

Pero, dado el rápido crecimiento del número de personas neces i tadas de semejantes cuidados , todos aquel los que es téncapaci tados para hacerlo tendrían que es tar dispues tos y prepa ra rs e a em pre nder e s ta buena obra .

Además , es tos t ra tamientos serían mucho más fáci les s i a lmismo t iempo se formarán también grupos de enfermeras yde a s i s t en te s adecuadam ente p repa rados pa ra coopera r deforma inte l igente .

Y, f inalmente , sería mu y út i l qu e e l público en generalfuese in f ormado de los principales hechos referentes a las co

nexiones entre las moles t ias neurops íquicas y las cris is interna s , de manera que los famil iares pudiesen faci l i tar la labordel enfermo y del médico, en lugar de complicarla y de obstruirla con su ignorancia, sus prejuicios y su activa oposición,ta l y como desgraciadamente acos tumbra a suceder.

Cuando se haya l levado a cabo es ta t r iple tarea de preparación de los médicos , las enfermeras y e l público en general ,se habrán e l iminado un gran número de sufrimientos inneces a r i o s y m u c h o s p e r e g r i n o s p o d r á n a l c a n z a r e n m e n o st i em po y con m enor d i f i cu l t ad l a e levada m e ta que pe rs i

guen: la uni ón con la Divina R eal idad.

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Durante e l pasado s iglo, e incluso en e l actual , numerososcientíficos positivistas (entre ellos, Murisier, Tanet, Ribot, Bi-net-Sanglé , Port igl iot t i y a lgunos de los representantes de laescuela ps icoanal í t ica) , han pretendido explicar los fenóme

nos m ís t i cos cons ide rándolos com o m ani fe s tac iones m orbosas. Dado que la gran mayoría de los mís t icos han padecidoinnegables t ras tornos nerviosos , és tos dedujeron que toda suact ividad mís t ica era fruto de la enfermedad.

No es preciso refutar tan tosca concepción, pues es evidente que revela una tota l incomprens ión de lo que es la experiencia mís t ica . Pero pues to que es te error es tá todavía bast a n t e d i f u n d i d o e n t r e e l p ú b l i c o e n g e n e r a l , y e n t r e l o smédicos y los ps icoanal is tas en part icular , no cons idero inút i lreafirmar —como médico— que la cons ta tación de los s ínto

mas de una enfermedad en un ser humano no autoriza en absoluto a desvaloriza r sus experiencias espir i tuales .

Tal y como tuve ocasión de escribir hace varios años:«El valor inte lectual y moral de una persona es tota lmente

independiente de los s íntomas morbosos que pueden afl igir lay que és ta puede tener en común con otras personal idades infe rio re s o ve rdad e ram en te degene radas .

«Si bien es cierto que Santa Teresa, Santa Caterina de Genova y tantas otras nobles f iguras del mundo re l igioso fueronafectadas por e l his terismo, e l lo no t iene porqué disminuir

nues tra admiración por sus dotes espir i tuales , aunque lo ques í debemos hacer es modificar nues tra opinión sobre e l carácter de los his téricos . S i , ta l y como s iempre se ha afi rmado,S an F ranc i s co suf r í a «es t igm as som át icos degene ra t ivos» ,c iertamente e l lo no disminuye nues tra admiración por e l «Pobre de Asís», s ino que demuestra que es tos es t igmas no s iempre t ienen porqué tener e l s ignif icado «degenerat ivo» que se

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les a t r ibuye , y puede inducirnos a modif icar nuest ro conceptode «degenerac ión». Si f ina lmente fuera verdad —tal y comoha pre ten dido dem ostra r un méd ico francés— qu e Jesús, esesubl ime idea l de hum anid ad, estaba loco, e l lo s ignif icaría únicamente que ta l vez esta locura es inf in i tamente superior a lasa b idu r í a de l a s pe r sona s no rma le s , i nc lu idos lo s p s iqu ia

rea l idad que padecen los psicasténicos. Pero e l s ignif icado ye l va lor de una y o t ra son muy dist in tos: en e l pr imer caso set ra ta de una fase tempora l , correspondiente a l paso hac ia unavida más p lena y más r ica , mientras que en e l segundo no esmá s que una pé rd ida de l a s f a c u l t a de s no rma le s s in n ingún

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tras».Por demás, uno de los posi t iv is tas más en boga durante e l

pasado sig lo , Max Nordau, comprendió e l gran e rror que secomet ía a l querer considerar las manifestac iones superioresde l espír i tu como si fueran fenómenos morbosos. Nordau, re chazando la teor ía de su maest ro Lombroso, expresó br i l lantemente que resultaba tan injustificado afirmar que «la genial idad es una neurosis» como podía ser lo e l sostener que «e la t le t ismo es una cardiopa t ía» en v i r tud de que la mayoría delos g imnastas sufren de l corazón.

E s t a c o m p a r a c i ó n m u e s t r a l a v e r d a d e r a r e l a c i ó n q u eexiste entre enfermedad y míst ica . Los t rastornos nerviosos ypsíquicos de los míst icos, cuando no son una simple concomi

tanc ia acc identa l , representan como máximo un efec to , unarepercusión orgánica de su in tensa v ida espir i tua l , a l igua lque lo s t r a s to rnos c a rd í a c os de lo s a t l e t a s son t a n só lo e le fec to de su in tenso esfuerzo mus cular .

La vida mística, con sus fases y con sus «puntos críticos»,con sus imperiosas exigencias y las excepcionales experienc ias a las que da lugar , puede l legar a poner a prueba la resistenc ia nerviosa y psíquica de l individuo. Ya en e l estado a lque pod r í a mos de nomina r «p re mís t i c o» —a que l que p re c e dea l desperta r de l a lma— a menudo sue len presentarse t rastor

nos debidos a las fuer tes tensiones in te rnas provocadas por lalucha entre la llamada del espíritu y la tenaz resistencia de lape r sona l ida d . En e s t e e s t a d io c a s i s i e mpre se p roduc e unaprimera experienc ia espir i tua l nega t iva : la de la no sustanc ia-l idad, i r rea l idad y desva lor izac ión de l mundo fenoménico yde la propia personal idad empír ica . Dicha experienc ia podríapa re c e r , ba jo un e xa me n pu ra me n te supe r f i c i a l , que e s e lmismo t ipo de desident i f icac ión y pérdida de l sent ido de la

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benefic io correspondiente .El desperta r y la i luminac ión de l a lma que , desde e l punto

de vista psicológico, pueden considerarse como la i r rupc ión yla a f luenc ia de una poderosa o leada de v ida espir i tua l en la

pe r sona l ida d o rd ina r i a , f á c i lme n te p rovoc a n t r a s to rnos ne r v io sos , t e mpora l e s . Es muy pos ib l e que e l c ue rpo no pue daresis t i r esta a f luenc ia de fuerza y que la psique todavía noe s t é l o b a s t a n t e p r e p a r a d a c o m o p a r a a s i m i l a r a r m ó n i c a mente esta nueva concienc ia . Normalmente , sue le ser prec isoun comple jo per íodo de a juste . Pero e l lo tan sólo pone en evidencia la debi l idad de l «vie jo Adán» y c ie r tamente no debese r imp u ta d o a l «nue vo C r i s to» .

También en la fase de purificación activa —es decir, durante e l per íodo ascé t ico de la v ida míst ica— pueden l legar a

surgir s ín tomas morbosos; sobre todo cuando la puri f icac iónse l leva a cabo de una forma dem asiad o violenta o , si en lu garde in tentar t ransformar y subl imar sus energías inst in t ivas yafec t ivas, e l míst ico , e rróneamente , las repr ime en su inconsciente.

Después, también está la miste r iosa fase de la «noche oscura del alma», «la purificación pasiva» en la que la concienc ia de l míst ico a t raviesa una nueva experienc ia nega t iva muc ho má s ra d ic a l y e n l a c ua l se l l e va a c a bo re a lme n te l amue r t e de su p r ime ra pe r sona l ida d , de l A dá n , que e s c ond i

ción necesaria para su resurrección en Cristo. Creo que es enesta muerte míst ica cuando e l sufr imiento humano a lcanza suma yor g ra do : e s un to rme n to ine xp re sa b le , una ve rda de raagonía consc iente . No es de extrañar que en una experienc iatan te rr ib le , y que además puede durar mucho t iempo, la sa lud se resienta y sufra s ín tomas aná logos a los que aparecendurante esa enfermedad que los psiquia t ras l laman «melancolía».

Pero también en es te caso, las concomitancias patológicasnada pueden res tar a la importancia y a l valor de la experiencia espir i tual . Es más , precisamente me atrevería a afi rmarque sucede todo lo con t ra r io : he pod ido cons ta ta r que enciertos casos de afectados por la así llamada «melancolía», enlos que los propios pacientes es taban seguros de que se t ra

fue rza y un obs tácu lo en un nuevo pe ldaño , t am bién debe mos reconocer que su comportamiento es taba basado en pre-conceptos y en concepciones l im itadas e incorrectas .

Según la nueva mís t ica , e l cuerpo no es enemigo del espír i tu , s ino que es o debería convert i rse en su más apreciadoins tru men to, en su f iel servidor, en su tem plo. El ascet ismo, e l

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taba tan sólo de una enfermedad, en real idad se es taba operando en e l los un profundo cambio espir i tual .

El reconocimiento de las diversas re laciones entre la míst i ca y l a enfe rm edad pe rm i ten e l im ina r m uchas incom pren

s iones , muchos malentendidos y también graves errores práct icos, ya sea por parte de los médicos , ya sea por parte de lospropios mís t icos . Los médicos deben aprender a comprendery a respetar la vida espir i tual de sus enfermos , y a favorecersu armónico desarrol lo en lugar de desvalorizarlo y obs tacul i zarlo ta l y como has ta ahora han venido haciendo la mayoríade las veces . Por su parte , los mís t icos , conociendo de antema no la naturalez a y e l s ignif icado de los t ras tornos a los cual e s p u e d e n e x p o n e r s e , n o d e b e r í a n p r e o c u p a r s e e x c e s i v a m ente , pe ro t am poco debe rán cons ide ra r los — com o a veces

ha sucedido— como un s igno de superioridad o de los favores divinos . Deben reconocer que se t ra ta de debi l idades e impe r fecc iones de su pa r te hum ana , l a cua l todav ía no s e hatransformado en un ins trumento apto y dóci l del Espíri tu , ypor e l lo deberán ocuparse de e l iminarlas y aspirar a la perfecta salud.

Es ta act i tud frente a la enfermedad cons t i tuye uno de losprincipales puntos de diferencia entre la ant igua mís t ica (a lmenos la cris t iana occidental) y la nueva. El exagerado espíritu ascético, las ansias de sufrimiento, de sacrificio, de humi

l laciones , la act i tud hos t i l hacia e l propio cuerpo o la sumis ión pas iva hic ieron que muchos mís t icos del pasado no sólono intentasen l iberarse de sus dolores f ís icos , s ino que además los acogiesen con a legría y l legaran cas i a cul t ivarlos ,vien do en e llos un me dio d e purif icación. S i bien deb em osadmirar su fuerza de voluntad, su generos idad y e l amor at ravés de l cua l logra ron t rans form ar una deb i l idad en una

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sufrimiento y el sacrificio no constituyen un fin en sí mismos,no poseen ningún valor absoluto, s ino que se t ra ta de mediosy de valores re la t ivos . Y la enfermedad, en s í misma, no sólono cons t i tuye ningún méri to, s ino que es tan sólo una imper

fección o incluso directamente la consecuencia de una omis ión propia o a jena. Por demás , tanto en és te como en otrosmuchos aspectos , la nueva mís t ica es mucho menos revolucionaria de lo que pu eda parecer a primer a vis ta ; és ta , a l igualque cualquier verdadera renovación, cons t i tuye un re torno ala primera y genuina fuente; más que original , podríamos l lamarla «originaria». De hecho, podemos comprobar que la act i tud de Jesús con respecto a la sa lud resul ta bas tante másafín con lo que he afi rmado que con e l comportamiento demu cho s de los mís t icos del pasad o. Y Jesús (no debería ser

preciso decir lo aquí , pero com o hay qu ien lo niega, no es tá d emás e l reafirmarlo) fue en verdad un gran y perfecto mís t ico.Ahora bien, en Jesús no encontramos ningún cul to por la enfe rm edad n i a s ce t i sm o a lguno . Las t rad ic iones no re sa l t anninguna imperfección f ís ica o enfermedad por su parte : lasprofundas cris is por é l experimentadas en varias ocas iones —desde las tentaciones en e l des ierto has ta los sufrimientos enel huerto de Getsemaní que le produjeron incluso un sudorde sangre— no tuvieron la fuerza de provocar en su cuerponingún tras torno duradero. Realmente , nos resul ta muy dif í

c i l imaginarnos a Jesús como un enfermo, con una act i tud deaceptación pas iva frente a los t ras tornos f ís icos . En cambio,los Evangel ios lo describen como alguien muy fuerte y res is tente a la fa t iga , pero también dispues to a reposar y a recobrar e l vigor a t ravés del recogimiento y de la plegaria . Nosólo lo describen com o sano, s ino como un sanador.

En toda época, los hombres han buscado la ayuda de las

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tuerzas espir i tua les , de los poderes y de los seres invisib lespara curar sus males físicos. En los templos de Egipto y de laantigua Grecia, en el Serapeo de Menfis, en el templo de As-c lepio a Epidauro y en muchos o t ros, se u t i l izaba e l métodode la « incubac ión», es dec ir , de l sueño en e l templo, duranteel cual, el enfermo a menudo tenía visiones benéficas de las

a lgunos mov imie n tos l i b re s u o rga n iz a dos . E l má s t í p i c o ynumeroso de estos grupos es e l l lamado «Christ ian Sc ience»(Cienc ia Cris t iana) , fundado por Mary B. Eddy. Otro grupo,ba s t a n te e x te nd ido e n A mé r ic a , e s e l de «U n i ty» (U n ida d ) ,que tiene su sede en Kansas City. En la Iglesia Anglicana sehan reanudado ac t ivamente las ant iguas prác t icas cura t ivas:

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que se despertab a cu rado. En cua lquier c iv i l izac ión y en cua lquier re l ig ión, aquel los que seguían la v ía míst ica , l legados aun c ie r to n ive l de evoluc ión espir i tua l , adquir ían e l poder decurar y lo utilizaban para favorecer a aquellos que sufrían. Je

sús, en su encuentro con Juan, como prueba pr inc ipa l de queera e l Esperado, hace re ferenc ia a este poder cura t ivo cuandodice : «Andad, contadle a Juan lo que habéis o ído: los c iegosve n , l o s c o jo s a nda n , l o s l e p rosos son c u ra dos , l o s so rdosoyen, los muertos resuc i tan y a los pobres se les anuncia e lEvangel io». El confi r ió a sus doce d isc ípulos este poder paracurar los males y les encargó la misión de e je rc i ta r lo : «Yllamó a sus doce d isc ípulos, les d io poder sobre los espír i tusimpuros , a f i n de que pud ie ra n e xpu l sa r lo s , a s í c omo pa rapoder cura" todo t ipo de sufr imientos y de enfermedades». Y

a ña de : «de vo lve d l a sa lud a l o s e n fe rmos , r e suc i t a d a l o smuertos, curad a los leprosos, echad a los demonios, dad gratu i tamente aquel lo que gra tu i tamente habéis rec ib ido».

Poster iormente , en la Epísto la de Sant iago, se a f i rma queen e l Cris t ianismo primit ivo se usaban la p legaria y la unc ióncon f ines cura t ivos y que e l sacramento de la extremaunciónpose ía en sus or ígenes un signif icado te rapéut ico . «¿Hay deentre vosotros a lguien que esté enfermo? Llamad a los anc ia nos de la Iglesia y oremos por él, ungiéndolo con el óleo en elnombre del Señor; y la oración de la fe salvará al enfermo y el

Señor lo a l iv ia rá» . Poco después, la preponderanc ia de la tendencia ascética debilitó y casi hizo que se perdieran tales tradic iones, por lo que , y hasta hace poco t iempo, esta esenc ia lfunc ión míst ica y sacerdota l estuvo bastante descuidada . Encambio, desde hace a lgunas décadas asis t imos a un rápido ylozano renac imiento de las prác t icas cura t ivas espir i tua les ymíst icas, espec ia lmente en América y en Ingla te rra , obra de

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imposic ión de manos, unc iones, p legar ias , misiones cura t ivas,etc.

La t e ra p ia e sp i r i t ua l c on l l e va muc hos p rob le ma s impor tantes y difíciles de resolver:

— ¿En qué consiste rea lmente e l pode r cura t ivo?— ¿Cómo se obt iene?— ¿Qué papel desempeña en e l lo la ac t i tud de l pac iente?— ¿Qué importanc ia t iene la fe , tanto en el que opera la sa-

nac ión como en e l que es sanado?— ¿Cuáles son las d i fe renc ias y las re lac iones entre la

psicoterapia y la te rapia espir i tua l?— ¿ C u á l e s s o n l a s r e l a c i o n e s e n t r e la c u r a f í s i c a y

la regenerac ión in te r ior?No in tentaré s iquiera in ic ia r e l examen de ta les cuest iones,

s implemente he querido enumerar las para inc i ta r a aquel losque se ocupan de la míst ica a no descuidar estos importantesaspec tos, e invi ta r a los médicos —que apenas rec ién empiez a n a a c oge r l a p s i c o te ra p ia , a unque toda v ía c on de sc on f i a nz a y r e se rva s— a no pe rma ne c e r de ma s ia do de s fa sa doscon respec to a l ac tua l desperta r esp ir i tua l , y a reconocer e l valor de l má s prec iado y noble de los me dios cura t ivos.

Yo expreso con confianza la esperanza y el deseo de quelas re lac iones entre la míst ica y la medic ina l legarán a sercada vez más est rechas, comprensivas y a rmónicas. Esta a r

monía benefic ia rá tanto a los médicos como a los míst icos y—lo que es más importante— a todos los que sufren .

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12. El desp er tar del a lm a

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El desperta r de l a lma, e l pr imer y resplandec iente deste l lode la nueva concienc ia espir i tua l que t ransformará y regenerará la to ta l idad de l se r , const i tuye un acontec imiento de fundamenta l importanc ia y de incomparable va lor en la v ida in

te r ior de l hombre .La ma yor pa r t e de l a huma n ida d no ha a l c a nz a do toda

vía este estadio de evoluc ión; es más, por regla genera l , loignora o d i rec tamente n iega su existenc ia . Pero en todas lasépocas y en todos los lugares han exist ido a lmas a las queles ha l legado la luz y nos han de jado e l conmovedor y jubilo so t e s t imon io de l g ra n a c on te c imie n to . Esc uc he mos c onespír i tu reverente y a tento todos estos test imonios e in tente mos c ompre nde r su se n t ido ín t imo y su a u té n t i c o va lo r . R e c o r ra m os , jun to a t odos lo s que nos ha n b r ind a do e s to s m e n

s a j e s , l o s e x t r a ñ o s y a m e n u d o á r i d o s , t o r t u o s o s yt e n e b r o s o s s e n d e r o s q u e l e s h a n c o n d u c i d o a l d e s p e r t a r .Es t a c omun ión nos ha rá me jo re s y má s sa b ios , i nc i t á ndonosa t r a ba ja r e n nue s t ro de sa r ro l lo e sp i r i t ua l y ¿ qu ié n sa be ? ,qu iz á pue da ha c e r b ro t a r e n lo má s p ro fundo de nue s t ro c o razón una chispa de la gran Luz .

Quien lea y compare entre s í los test imonios de los «desper tados», encontrará in ic ia lmente muchas d i fe renc ias de lenguaje , de tono o inc luso de forma de considerar y de in te rpreta r sus experienc ias . Pero un estudio mucho más profundo y

deta l lado demostra rá que estas d i fe renc ias no son substanc ia les, s ino cont ingentes, y que se deben a la const i tuc ión y a ltemperamento de la persona , a su educac ión y a los d iversosmat ices y l imi tac iones que der ivan de la raza , cul tura y épocaen la que v ive . Y encontrará que ba jo esas d ife renc ias subyaceuna ident idad fundamenta l , un admirable consenso a l descr i b i r los carac te res esenc ia les de l desperta r . A menudo, encon-

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tramos las mismas expresiones, las mismas imágenes e in

cluso idénticas palabras en documentos muy alejados entre sí,tanto en el tiempo como en el espacio. Tal consenso es bas

tante significativo y constituye una firme demostración de la

validez y de la universalidad de esta experiencia interna.

punzándome siempre en el mismo sitio, hasta que estas preguntassin respuesta se extendieron como una nube negra. Me ocurrió lomismo que le ocurre a cualquiera que cae enfermo a causa de unaenfermedad mortal: al principio aparecen algunos síntomas menore s del mal, a los cuales el enfermo no presta atención; poco a pocoestos síntomas van haciéndose cada vez más frecuentes y se reúnen

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En el breve examen que me dispongo a hacer ahora, tra

taré de señalarlos, poniendo particular relevancia en estos

puntos de común consenso y pasando por alto las diferenciasformales, en especial las originadas por las diferentes creen

cias religiosas de los «despertados». Citaré después, y conpreferencia, los testimonios más contemporáneos, debido a

que son los más fácilmente comprensibles y porque su expresión es más afín y cercana a nuestra educación. Considero

oportuno tratar primero los estadios preparatorios del des

pertar, dado que su conocimiento y justa comprensión seránde gran utilidad para cualquier alma que esté buscando la

luz.

Resultaría de lo más interesante e instructivo realizar un

estudio sobre las diferencias individuales, pero no es posiblehacerlo convenientemente en esta ocasión. Sin embargo, para

dar una idea más precisa y más viva de esta experiencia, con

sidero oportuno citar con cierta amplitud uno de los casosmás notables y significativos: el caso de Tolstoi. He aquí lo

que escribió en sus Confesiones:

«... Hace cinco años que algo extraño empezó a manifestarse en mí.Al principio tuve momentos de estupor: la vida se detenía como si yoya no supiese cómo vivir ni qu é hacer, me sentía inquieto y me poníatriste. Pasados estos momentos, continuaba viviendo como antes.En

seguida, estos momentos de perplejidad se volvieron cada vez másfrecuentes, pero adoptando siempre la misma forma. Estos momentos en los que la vida se detenía se manifestaban siempre con las m ismas preguntas: ¿Por qué? ¿Y bien? ¿Ydespués?«Al principio me parecieron preguntas inútiles, sin sentido; creíaqu e se trataba de cosas conocidas y que si un día me empeñaba enresolverlas, lo haría con facilidad; que ese momento no er a el adecuado, pero que podría encontrarles respuesta tan pronto lo descara. Pero las preguntas se presentaban cada vez con más frecuencia, cada vez más apremiantes, exigiendo una respuesta y

en un sufrimiento único y continuo; éste aumenta y el enfermo,antes de haber tenido tiempo ni de darse cuenta, se encuentra conque lo que parecía una simple indisposición es algo de la mayor im-portancia: la muerte.

«Esto es lo que me sucedió. Comprendí que no se trataba de una in-disposición pasajera, sino de algo mucho más grave, y de qu e el he-ch o de que se repitiera siempre la misma pregunta hacía necesarioresponderla, intenté hacerlo. Eas preguntas ¡parecíantan absurdas,tan simples e infantiles! Pero tan pronto las estudié e intenté resolverlas, me convencí inmediatamente: primero, de que no eran infantiles ni estúpidas, sino las cuestiones másserias y profundas de lavida; y después, cuando hube reflexionado profundamente, que nopodía resolverlas. Antes de ocuparme de mis posesiones en Samara,de la educación de mi hijo o de la publicación de uno de mis libros,debía saber por qu é hacía todo esto: hasta que no supiese el porqué,no podría hacer nada, no podría vivir. Cuando me ponía a pensar enla organización de mis asuntos, que era algo que por aquel entoncesme preocupaba mucho, de improviso me venían a la mente estas preguntas: «¿Y bien? Tengo seis milacres de tierra en Samara, y trescientos caballos. ¿Y después?», y me desconcertaba totalmente y yano sabía qué pensar. O bien, apenas empezaba a reflexionar sobre laforma de educar a los niños, me preguntaba: ¿Por qué? O cuandopensaba en la fama que me habían proporcionado mis obras, me de-cía: «¿Ybien? Seré más célebre que Gogol, que Puskin, Shakespeare,Moliere y todos los escritores del mundo... ¿Y después? Y no podíaresponder nada.

«Las preguntas no daban tregua; requerían una respuesta inmediata. De no responderlas, no podía vivir. Y no hallaba ninguna res

puesta. Sentía como sí el suelo que me sostenía huyera bajo mis pies,que no Iiabía nada a lo que pudiese aferrarme, que aquello por lo quehabía estado viviendo ya no existía, y que ya no me quedaba nada.«Mi vida se detuvo. Podía respirar, comer, beber, dormir, ya qu e mehubiese resultado imposible no respirar,no comer o no dormir. Peroesto no era vida, ya que no sentía ningún deseo que me satisficiera losuficiente. Y aun cuando deseara cualquier cosa, sabía con antelación que de mi deseo, satisfecho o no, no se derivaría cosa alguna. Sise me hubiese presentado un hada, dispuesta a satisfacer cada uno de

mis deseos, no hubiese sabido qué pedirle. Si en un m omento de embriaguez reencontraba, no ya el deseo, sino la costumbre del deseo,apenas volvía a mi estado normal me daba cuenta que se había tratado de un engaño, que no tenía nada que desear.«Llegué a un punto en el que, aun estando sano y feliz, sentía que yano podía seguir viviendo. Una fuerza invencible me em pujaba a despojarme de la vida de una u otra forma, p ero no se puede decir quequisiera m atarme: La fuerza que m e empujaba más allá de la vida era

tado hablar de e l lo concuerdan en lo inadecuada que resul taser cua lquier descr ipc ión, y en la incapac idad de las pa labrasordinar ias para expresar un hecho tan grandioso y tan d i fe re n te de c ua lqu ie r e xpe r i e nc ia c omún . S in e mba rgo , t odoshan sent ido la necesidad y e l deber de test imoniar lo para losde m á s . T a le s te s t imon ios lo s ha n e xp re sa do mu c ho me jo r m e

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más poderosa que eso, más completa, más general; era una fuerza parecida a mi antigua aspiración por la vida, pero en sentido contrario.«Esto me sucedía en una época en la qu e, bajo todos los aspectos, tenía todo lo que se considera que proporciona la completa felicidad.

Todavía no había cumplido los cincuenta a I os , tenía una esposa qu eme quería y a la que yo adoraba, unos hijos excelentes, una buenaposición que, sin esfuerzo alguno por mi parte, seguía prosperando;era más que nunca respetado por todos mis parientes y conocidos;los extraños me colmaban de elogios y, sin pecar de vanidoso, podíaasegurar que mi nombre era uno de los más célebres. Además, nosólo no estaba loco ni enfermo mentalmente, sino que tenía unafuerza moral y física como pocas veces había podido encontrar entremis compañeros. Físicamente, podría haberme puesto a segar comoun campesino; intelectualmente, hubiese podido trabajar ocho o diezhoras seguidas sin fatigarme lo más mínimo.

«En tal estado llegué al punto de no poder seguir viviendo, pero te

nía tanto miedo a la muerte que hube de usar todo tipo de artificiossobre mí mismo para no quitarme la vida.»

¿Cuál es e l s ignif icado de estos extraños estados in te r iores? ¿Se t ra ta acaso de hechos exc lusivamente morbosos, produc to de l c a nsa nc io o de l de se qu i l ib r io de l a me n te y de lc ue rpo? ¿ La s pe r sona s que re su l t a n a fe c t a da s pue de n l i be ra rse de e l los y volver a se r igua l qu e antes?

N o . No se t ra ta sólo de t rastornos nerviosos, n i esos hombres volverán jamás a ser como antes; pero , ta rde o temprano,

un nuevo y maravi l loso advenimiento in te r ior los l iberará degolpe de su penosa condic ión y los t ransformará comple ta m e n t e .

No es fácil , o mejor dicho, es casi imposible para alguienque no haya tenido ninguna experienc ia d i rec ta l legar a comprender en toda su p leni tud, v i ta lmente , qué es y qué signif ica este gran advenimiento in te r ior . Todos cuantos han in ten-

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diante su propia v ida y sus obras que a t ravés de las pa labras.La t ransformación de la to ta l idad de l se r que se reve la en sucomportamiento , la inf luenc ia que e je rcen sobre los demás einc luso su propia apar ienc ia f ís ica es más e locuente y s ignif i

ca t iva que cua lquier expresión verba l . Por e l lo , n inguna descr ipc ión puede aproximarnos mejor a este acontec imiento quee l profundo conocimiento de sus v idas y , sobre todo, de su re lac iones perso nal con e l la; aun que , a fa lta de e l lo , tamb ién p odemos l legar a in tu i r a lgo de lo que han experimentado a t ra vés de la lec tura de sus escr i tos , ya que con frecuencia hanconseguido infundir en las v ie jas y consabidas pa labras nuevos s ignif icados exce lsos y una nueva vida .

In tentemos por tanto in tu i r , a t ravés de los ve los de las palabras y ba jo las d i fe renc ias debidas a la forma de expresión,

a l temperamento o a l ambiente de los d i fe rentes test igos, lascarac te r ís t icas esenc ia les de aquel advenimiento . La pr imeray también más frecuente de sus manifestac iones es una extra o rd ina r i a y de s lumbra n te se nsa c ión de luz .

Recordemos que la conversión de San Pablo , según la narrac ión contenida en los «Actos de los Apóstoles» , comenzócon la v is ión de «una luz en e l c ie lo (que) deslumhraba todo asu a l rededor». Modernamente , e l doc tor R . M. Bucke , a l conta r en te rcera persona su propia experienc ia in te r ior , la descr i b ía así : «De repente , y s in n ingún t ipo de advertenc ia , se en

c on t ró rode a do , po r a s í de c i r , de una nube c omo de fue go .Por un momento pensó en un incendio , en una conflagrac iónimpre v i s t a de l a c iuda d , pe ro pa sa dos unos in s t a n te s c omprendió que la luz estaba en é l .»

El test imonio de un desconocido, c i tado por James, d ice :«El mismísimo parec ió abri rse y emit i r rayos de luz y de g lor ia . Y ya no sólo por u n mo me nto , s ino que dur ante to do e l

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día y toda la noche me parec ió que unas o leadas de luz y deglor ia a t ravesaban mi a lma, y yo e ra t ransformado y todo serenovaba .»

El Presidente Finney descr ibe así una experienc ia s imila r :«De repente , la g lor ia de Dios resp landec ió sobre mí y a mi a l rededor de forma maravillosa... Una luz inefable llegó a bri

v is ib le : cada ser , cada obje to , adquiere una nueva be l leza yparece como rodeado por un ha lo de g lor ia .«La aparienc ia de las cosas se t ransformó», a f i rmaba Jo-

na than Edwards a l descr ib i r su propia conversión. «Parec íacomo si cada cosa tuviese una impronta de ca lma y de dulzura , con una aparienc ia de g lor ia d iv ina . La exce lenc ia deDios, su sabiduría , su pureza y su amor, parec ían esta r pre

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l lar en mi alma con tanta fuerza que casi me postró en tierra...Esta luz se parecía a la del resplandor del sol, presente en todas d i recc iones. Era dem asiad o in tensa p ara los o jos.»

El poe ta Wal t Whitman descr ib ió también esta misma ex

periencia con la breve, pero eficaz frase: «Luz rara e indecibleque i lumina inc luso a la propia luz .»

Sin embargo, la expresión más senc i l la y a la vez más poderosa por su desnuda concisión es la que se encuentra en e lcé lebre «amule to» de Pasca l , e l t rozo de pergamino en e l que ,a l rededor de un tosco dibujo de la c ruz l lameante , descr ib ióen una s breves f rases e l test imon io d i rec to de l despert a r de sualma: «El año de gracia de 1654, lunes 23 de noviembre, díade San Clemente . . . desde las d iez y media de la noche hastalas doce y me dia de la noche , fuego.»

El fuego interior de Pascal es a la vez luz y calor, y en otrosdesperta res también predomina esta sensac ión de ca lor y deardor. Así Richard Rolle, un místico inglés del siglo catorce,cuenta con de l ic iosa s impl ic idad: «Quedé maravi l lado, más dec ua n to pue do de mos t ra r e n re a l ida d , c ua ndo se n t í po r p r i mera vez que mi corazón empezaba a reca lentarse y a a rder ,no en mi imaginac ión, s ino impulsado por un fuego sensib le . . .y en mi ignoranc ia , me oprimí e l pecho con las manos repe t i das veces para sent i r s i esta quemazón der ivaba de a lgunacausa física. Pero cuando me di cuenta de a este fuego se acce

día sólo debido a una causa espir i tua l . . . comprendí que e ra undon de mi Creador».El significado de estas sensaciones de luz y de fuego po

drá ser fác i lmente comprendido cuando incorporemos las demá s c a ra c t e r í s t i c a s de l de spe r t a r e sp i r i t ua l , sob re l a s quea hora t r a t a re mos .

El e fec to de la nueva luz es la t ransf igurac ión de l mundo

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sentes en todas las cosas: en el sol, en la luna y en las estrellas;en las nubes y en el cielo azul; en la hierba, en las flores y enlos á rboles; en e l agua y en tod a la na tu ra leza .»

Junto a esta t ransf igurac ión de na tura leza externa tambiénse p roduc e , y a me nudo de modo p re ponde ra n te , una i l umi nac ión in te r ior grac ias a la cua l e l a lma descubre nuevas yma ra v i l l o sa s ve rda de s y r e sue lve e n un mome n to de in tu i c ión aquel los problemas que tanto la habían a tormentado. Veel universo como un Todo viviente y se reconoce como unapart ícula indest ruc t ib le de éste ; mínima, pero necesar ia ; unano ta c one c ta da ind i so lub le me n te c on l a s de má s pa ra c omponer la a rmonía cósmica .

El a lma siente cómo en esta suprema Unidad cada con

t raste y cada desarmonía se recomponen, e in tuye e l miste rioso significado y la verdadera naturaleza del mal. Este le parece irreal, no en el sentido de que no exista, sino en el sentidode que , aun cuando grave y penoso para la c r ia tura l imi tadaque lo padece y por é l es oprimida , de hecho es t ransi tor io yno es «sustancial»; ve el mal como la ausencia del bien, comodesarmonía , como un desequi l ibr io parc ia l dest inado a desaparecer . La mirada de l a lma, así i luminada , perc ibe cada hecho y cada acontec imiento en re lac ión con todo lo demás, yjust i f icado por una lógica superior ; contempla cómo e l universo está sostenido y compenetrado por una perfec ta just ic iay por una inf in i ta bondad.

En much os casos, a esta manifestación un iversal de lo Divinose le añade, o a veces es substituida por, una manifestación má sdefinida y también más íntima: una viva sensación de la presencia de alguien, de un ser superior invisible pero intensamentereal, mucho más real y verdadero que cualquier cosa visible.

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A esta luz de conocimiento corresponde una poderosa ya r ro l l a du ra e fus ión de nue vos se n t imie n tos . E l U n ive r so ,t ransf igurado por la nueva luz de l espír i tu , aparece maravil losamente be l lo y en su contemplac ión, e l a lma, a l pr inc ipio ,resul ta invadida por un sent imiento de estupor y de admirac ión, seguido por gozo exul tante así como por una sensac ióninefable de paz.

amor, el dolor y, finalmente, también con la tentación. Yo no Lo buscaba, pero sentía en perfecto unísono mi espíritu con el Suyo. Palideció el sentir ordinario de las cosas que me rodeaban. En esos momentos tan sólo permaneció en mí un gozo y una elevación inefables. Meresulta imposible describir adecuadamente lo que sentí. Era como elefecto de una gran orquesta, cuando todas las notas se funden enuna armonía cada vez más sublime de modo que aquel que la escucha sólo percibe que su alma es transportada hacia lo alto, casi hasta

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Un himno de gra t i tud se a lza hac ia e l Creador de tantasmaravillas, y el corazón se llena de amor hacia El y hacia todas sus c r ia turas. Así , to ta lmente absorta en esta v is ión y en

estos sent imientos, e l a lma se ha o lv idado de s í misma; s inapenas darse cuenta , ha t rascendido sus l ími tes y sus miser iasy , cuando vuelve a mirarse a s í misma, se maravi l la a l percata rse de que todas las penas, todo e l miedo y toda la desespera c ión que l a e nvo lv ía n e n un p r inc ip io , ha n de sa pa re c idomiste r iosamente ; e l peso que oprimía su corazón, su descontento , sus sent imientos de infer ior idad y de culpabi l idad, handejado de exist i r ; se s iente l igera , d i la tada y como invadidapor una nueva sensac ión de seguridad y de fuerza . Entonces,a l conocimiento , a l sent imiento , a la v is ión y a l amor, se uneuna to ta l adhesión de la voluntad, con e l propósi to espontáne o de todo su se r de t r a ns fo rma rse de a c ue rdo c on e s t enuevo idea l entrevisto , de puri f icarse de toda su escoria y dere ge ne ra r se to t a lme n te , de c umpl i r de sde e n tonc e s e n a de lante , s iemp re y en todo, con la volu ntad de l Esp ír i tu .

Estas son, resumidas en una breve sín tesis , las pr inc ipa lescaracterísticas del despertar del alma. Con el fin de focalizarlas mejor ; así como para ponderar de qué var iadas formas seentre te jen y cuá l es su preponderanc ia según sea e l caso , veamos todavía a lgunos test imonios de « i luminados»:

«Yo recuerdo muy bien esa noche y casi también el punto preciso, enla cima de la colina, donde mi alma se abrió, por así decirlo, al infinito; y los dos mundos, el interior y el exterior, se fundieron en unosolo. Era lo profundo que reclamaba a lo profundo; y a la profundidad que m i lucha había abierto dentro de mi ser, respondía la profundidad insondable del universo exterior que se extendía hasta losastros. Yo estaba a solas con Aquel que me había creado, con el

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el punto de desaparecer en brazos de una excelsa emoción. La calmaperfecta de la noche se hallaba inundada por un silencio todavía mássolemne. La oscuridad albergaba una presencia tanto más sentida encuanto que no visible. Sin embargo era para mí más cierta Su pre

sencia incluso que la mía propia. En verdad yo sentía que yo, acaso,el menos real de los dos.

«La más alta fe en Dios y la más veraz idea de El nacieron entoncesen mí. Repetidamente he vuelto de nuevo al Monte de la Visión y hesentido al Eterno en torno a mí, mas nunca fue inundado mi corazón por esa misma conmoción. Entonces, o nunca, creo haber estadoen presencia de Dios y haber sido remodelado por Su Espíritu. Notuvo entonces lugar ningún cambio súbito de pensamiento o de creencias, sino que mis rudimentarios conceptos precedentes, por asídecirlo, comenzaron a florecer. No hubo destrucción alguna de lo antiguo, sino un rápido y maravilloso desarrollo.»

Más fa t igoso, comple jo y gradual fue e l desperta r de Tols-to i . El tenía muchas y muchas veces la v iva sensac ión de lapresenc ia de Dios y de l gozo que de e l lo se der ivaba , pero enseguida le acosaban después las dudas y las re t icenc ias in te lec tua les de todo t ipo que le cegaban la v is ta y le turbaban e la lma, hac iéndole caer en la más absoluta desesperac ión. Pero ,f i n a l m e n t e , u n d í a t u v o u n a e x p e r i e n c i a d e c i s i v a q u e é lmismo descr ib ió así :

«Recuerdo que un día de primavera estaba solo en el bosque, escu

chando sus mil rumores. Aguzaba el oído y mi pensamiento, comosiempre, se volvía hacia aquello que lo ocupaba desde hacía ya másde tres años: la búsqueda de Dios... «La idea de Dios no es Dios», medecía a mí mismo. «La idea es aquello que surge en mí. La idea deDios es cualquier cosa que yo pueda despertar en mí, pero no es estolo que busco, yo b usco aquello sin lo cual la vida no podría ser.» Eracomo si todo muriera a mi alrededor y de nuevo sentí deseos de acabar con mi vida. Pero entré en mí mismo y recordé todos los arreba-

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tos de desesperación y de esperanza que me habían asaltado cientosde veces. Recordé que tan sólo vivía cuando creía en Dios. Ahora, aligual que entonces, cuando creía conocer a Dios vivía, pero apenas loolvidaba y cesaba de creer en El, dejaba de vivir«¿Qué significaba entonces toda esta exaltación y esta desesperación7 Yo no vivía cuando perdía la fe en la existencia de Dios. Mehubiese suicidado hace tiempo, si no hubiese tenido la vaga esperanza de encontrar lo Mientras, seguía viviendo, pe ro sólo vivía

fiesta en la conciencia exterior de una forma que resulta muy difícilde describir, ya que se parece más a un lamento inarticulado que aun discurso compuesto por palabras co n un significado definido«La tristeza y el sufrimiento que intentan encontrar expresión en lasene de poesías $Cantos Vespertinos&, tenían su raíz en la profundidad de mi se r Así como nuestra conciencia, dominada por el sueñoprofundo, combate contra las pesadillas e intenta despertar, así el yoprofundo, sumergido en nuestro interior, lucha por liberarse de sus

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realmente cuando buscaba y sentía su presencia Pero, entonces,¿qué es lo que todavía busco? — gritaba una voz en mi interiorPo r lo tanto, estaba claro que er a sin El sin lo que no podía vivirConocer a Dios y vivir eran una misma cosa Dios es vida Si se

vive buscando a Dios, ya no volverá a haber más vida sin El Y,ma s que nunca, todo se iluminaba en mi, y en torno a mí. Y desdeentonces, esa luz ya nunca me abandonó »

Por varios motivos, también resulta sumamente intere

sante la historia del despertar espiritual de Rabindranath Tagore, el gran poeta, filósofo y místico hindú, cuyos admirables escritos, llenos de sabiduría y de belleza, son muy

conocidos en todo el mundo.

El hecho más notable del caso de Tagore es la manifestación independiente y separada, en diferentes momentos y

bajo la acción de distintos estímulos, de dos de los aspectosanteriormente mencionados del «despertar»; o sea: por unlado la transfiguración del mundo exterior y, por otro, la sensación de libertad y de paz que sigue a la terrible experiencia

de la impermanencia y vanidad de la vida personal separadade la universal. Por ello, es muy sugerente lo que Tagore dice

sobre el contraste entre el yo profundo y el yo superficial, asícomo sobre la lucidez espiritual que se adquiere cuando conseguimos apartar nuestra pequeña personalidad ordinaria,

con sus límites y sus mezquindades, y silenciar sus discor

dantes y múltiples clamores.He aquí la descripción de la primera crisis externa y de la

primera fase del «despertar» que Tagore nos ofrece en sus Re-

cuerdos:

«Cuando la vida exterior está en desarmonía con la interior, lo másprofundo de nuestro ser resulta herido y su sufrimiento se mani-

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complicaciones y por salir al exterior. En mis versos, intento describir esta lucha »

Pero, el despertar y la liberación estaban próximos.«Un día, al atardecer —nos explica más adelante— yo pa

seaba de arriba a abajo por la terraza de nuestra casa. El res

plandor del ocaso se unía con la sombra del crepúsculo, confiriendo un especial atractivo a la cercana noche. Incluso los

muros de la casa vecina parecían haber adquirido una sorprendente belleza. Entonces, ¿la desaparición del aspecto vulgar de las cosas comunes — me pregunté yo— depende qui

zás de algún mágico efecto de la luz vespertina? Ño, ¡seguroque no!

«De repente comprendí que el efecto tan sólo había tenido lugar enmi alma y que, con sus sombras, este anochecer había obliterado mi«yo» ordinario. Mientras este «yo» era evidente en plena luz de l día,todo cuanto percibía se hallaba entremezclado y mediatizado por él.Pero ahora que el «yo» había sido apartado, podía ver el mundo ensu verdadero aspecto. Y este aspecto no tenía nada de vulgar, sinoqu e estaba lleno de belleza y de alegría

Después de esta experiencia he intentado varias veces suprimir mi«yo» deliberadamente y considerar el mundo como un simple espectador, sintiéndome siempre recompensado por una sensación de place r muy particular

«Poco después, fui adquiriendo un sucesivo poder de visión queluego me duró para toda la vida« Una mañana, estaba en la galería (de nuestra casa)., el sol estabasaliendo y comenzaba a asomar por entre el follaje de los árboles quehabía delante. De repente, mientras estaba observando este espectáculo, sentí como si un velo cayera de mis ojos y pude contemplar elmundo impregnado de un maravilloso esplendor, con oleadas de be lleza y de alegría que surgían por todas partes En sólo un instante,

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este esplendor penetró a través de los cúmulos de tristeza y de depresión que oprimían mi corazón, inundándolo d e luz universal.«Ese día, la poesía titulada «Eldespertar de la cascada» brotó y severtió como una verdadera cascada. Yo terminé la poesía, pero esevelo jamás volvió a ocultarme el aspecto gozoso del Universo. Y asífue como, a partir de entonces, nunca másninguna cosa o personaen el mundo volvió a parecerme vulgar o desagradable.»

de que la vida no era algo estable y permanente constituía un descubrimiento muy doloroso, pero que a la vez me propocionaba unagran sensación de alivio. El reconocer que nosotros no somos prisioneros para siempre dentro de las sólidas murallas de la vida ordinaria era un pensamiento que, inconscientemente, poco a poco se ibaadueñando de mí, provocando auténticas oleadas de satisfacción. Yome veía obligado a abandonar aquello qu e había poseído y este sentimiento de pérdida era el que m e hacía infeliz. Vero, cuando al mismo

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Escuchemos ahora la otra experiencia de Tagore, ocurridapoco después, a la edad de veinticuatro años, a raíz de la

muerte de una persona muy querida por él:

«Que pudiera existir alguna laguna o interrupción en la procesiónde alegrías y dolores de la vida, era algo de lo que yo aún no tenía nila másmínima idea. Yo no podía ver nada más allá de esta vida yhabía aceptado esta vida como si constituyese la única realidad.Cuando d e repente vino la muerte y en un solo instante desgarró to-talmente aquella aparente realidad de la vida. Yo permanecí totalmente desconcertado y confuso. Todo lo que me rodeaba: los árboles,el suelo, el agua, el sol, la luna y las estrellas seguían tan inamovibles y reales como siempre, m ientras que la persona que antes también hnbía estado presente y que, por medio de mil puntos de contacto con mi vida, con mi mente y co n mi corazón, era mucho más

real para mí que la misma naturaleza, había desaparecido en un mo-mento, como un sueño. ¡Qué contradictorio me parecía todo esto,mientras miraba a mi alrededor! ¿Cómo podría llegar jamás a reconciliar aquello qu e quedaba co n aquello qu e había desparecido?«La terrible tiniebla, aparecida ante mía través de aquella desgarradora experiencia, continuó fascinándome noche y día...«Intentaba sumergirme en ella y comprender qué er a lo que habíaquedado en el lugar de aquello que había desaparecido. El vacío esun a cosa en la que el hombre no puede llegar a creer: aquello que noes , es falso; aquello que es falso, no existe. Y, de esta forma, todosnuestros esfuerzos por encontrar algo donde no vemos nada, son in-cesantes.

«Al igual que una joven planta, sumergida en la oscuridad, se es-fuerza por crecer para buscar la luz, así, cuando en un arrebato lamuerte arroja la tiniebla de la negación alrededor del alma, ésta también se esfuerza por salir a la luz de la afirmación. Pues, ¿qué otrodolor es comparable al del estado en el que las propias tinieblas impiden encontrar el camino para poder salir de ellas?«Sin embargo, en medio de este intolerable dolor, destellos de alegríabrotaron en mí y ello me dejó profundamente maravillado. El hecho

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tiempo, lo consideraba bajo el punto de vista de la libertad adquirida,una gran paz embriagaba todo mi ser. A medida que iba cesando enmí la atracción por el mundo, la belleza de la naturaleza iba adquiriendo ante mis ojos un significado cada vez más profundo. La

muerte me había proporcionado la perspectiva justa desde la que poder ver el mundo en la plenitud de su belleza y, cuando contemplabael cuadro del Universo sobre el fondo de la muerte, lo encontraba realmente extasiante.»

Tras haber pasado así unos instantes en las sublimes altu

ras donde resplandece la luz del espíritu, debemos regresar ala oscuridad del valle. Ahora estaremos mucho mejor prepa

rados para poder llegar a comprender tanto el significadocomo la función del duro y tormentoso período que precede

al despertar del alma. Ahora podremos darnos cuenta del he

cho de que es el propio aproximarse al despertar lo que determina la crisis interior.

Considerando la intensidad y el alcance de estos sufrimien

tos , espontáneamente surge esta pregunta: ¿no podrían ser evi

tados, al menos en parte? ¿No se podría facilitar y abreviar el

sendero hacia la luz? Sí, efectivamente, esto puede hacerse.

Mientras algunas experiencias fundamentales son absolutamente necesarias y no pueden ser sustituidas por ninguna en

señanza o ayuda ajena, muchas penas, muchas rebeliones vanas y muchas desviaciones y tropiezos podrían evitarse por

medio del conocimiento de los misteriosos senderos del alma y,sobre todo, por medio de la ayuda directa de un sabio guía que

ya haya recorrido estos senderos y vivido estas experiencias.

Ahora conviene dar aunque sea una breve respuesta a otra

pregunta natural: ¿Qué le sucede a¡ hombre después de quesus ojos se han abierto a la visión espiritual? Variadas, com-

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ple jas y maravi l losas son las aventuras que le s iguen. Tras lasolemne y dec isiva experienc ia mediante la cua l e l a lma sedespier ta , ésta empieza rea lmente una nueva vida : se s ienteimpulsada por una a rdiente voluntad de hacer e l b ien , experi menta la necesidad de ha l la rse en perfec ta a rmonía con lavida universa l , así como de obedecer en todo a la d iv ina voluntad. En un pr imer momento , mientras está todavía ba jo la

13. La purificación del alma

Aho ra vam os a t ra ta r sobre la labor de puri f icac ión que

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impresión y e l est ímulo de su comunión con e l Espír i tu , c reepode r ha c e r lo c on fa c i l i da d y d i re c t a me n te , c on un s imp leac to de voluntad. Sin embargo, cuando se d ispone a emprender la obra , sufre enseguida un amargo desengaño. La na tura leza humana infer ior resurge con sus hábi tos, sus tendenc i a s y su s pa s ione s , y l a pe r sona c ompre nde que de be decumpli r un la rgo, laborioso y comple jo t raba jo de puri f icac ión. Debe emprender una peregrinac ión a t ravés de los ba josfondos de su na tura leza infer ior para conocerla , dominarla yt ransformarla . Pero los f ru tos de esta obra la rga y a rdua sonprec iosos y admirables: nuevas y más in tensas i luminac ionesy mayores reve lac iones recompensarán a l a lma puri f icada .

Pero artes de la victoria plena y definitiva, ella debe some

te rse a o t ra prueba: debe pasar a t ravés de la miste r iosa «noche oscura», que es una experienc ia nuev a y más profund a deaniquilación, un crisol en el que se utilizan todos los elementos humanos de los que todavía está compuesta . Pero a las noches más oscuras s iguen las a lbas más resplandec ientes y , e la lma, f ina lmente perfec ta , entra en una comunión comple ta ,constante e indisoluble con el Espíritu, de tal forma que, util izando la audaz expresión de San Juan de la Cruz «parece e lmismísimo Dios y t iene las mismas propiedades que El» .

Estas son las grandes e tapas de la peregrinac ión de l a lma.

Largo es e l camino y pocos han l legado a recorrer todo sulargo en esta v ida , pero e l conocer estas maravi l losas posib i l i dades de desarrol lo y de conquista , y e l saber que a lgunoshan conseguido l levar lo a cabo, const i tuye para todos nosot ros un gran a l iv io así como una admonic ión y una vá l ida inv i t a c i ó n p a r a q u e n o s s a c u d a m o s e l s o p o r y d e s p e r t e m o sta mbié n a lgún d í a nue s t ra a lma .

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hay que emprender para t ransformar los e lementos infer ioresy unif icar nuest ro ser . Para in ic ia r este tema, tomaré a DanteAlighier i como referenc ia .

Todo e l mundo conoce la Divina Comedia, pe ro poc os c omp r e n d e n s u s m á s í n t i m o s y p r o f u n d o s s i g n i f i c a d o s . A s í ,mie n t ra s todos la e s tud ia n y l a a dm i ra n c omo la má s su bl ime obra l i te ra r ia escr i ta en lengua i ta l iana , pocos l legan aa p re c i a r l a c omo un ve rda de ro «poe ma sa g ra do» , c omo unamaravi l losa descr ipc ión y guía de la v ida in te r ior y de l desarro l lo espir i tua l .

Esta , a l igua l que todos los escr i tos o todas las pa labrasque in tentan expresar lo inexpresable , es a legórica y s imból ica , y sus s ímbolos son comple jos y múl t ip les . El lo impl ica

que posee d iversos s ignif icados según sea e l n ive l de su lectura . Para descubri r cada uno de estos s ignif icados será prec iso poseer la «c lave» correspondiente .

Ta l y como todos sabemos, la Divina Comedia posee un signif icado histór ico y pol í t ico y , para com prend erlo b ien , es preciso poseer esta «clave», es decir: conocer las condiciones pol í t i c a s d e I t a l i a y d e E u r o p a d u r a n t e l a é p o c a d e D a n t e ,conocer sus propias opiniones e idea les pol í t icos, así como losa c on te c imie n tos que ma rc a ron su v ida .

Lo mismo puede apl icarse para e l s ignif icado espir i tua l y

esotér ico de los s ímbolos dantescos. Es impresc indible poseerla «c lave» para poder c ruzar e l umbra l de las apar ienc ias yde sc ub r i r l a g ra n ve rda d s imbó l i c a . Noso t ro s in t e n ta re moshacerlo así , al obje to de nue st ro tem a. A este respec to , la pa r temá s signif ica tiva se ha l la al pr inc ipio de l d iv ino poe ma.

Dante, «hacia la mitad del camino de su vida», se encuentra,sin saber cómo, en un «bosque salvaje, árido y frondoso». Pero,

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incluso en éste, encuentra el bien De hecho, vagando por esebosque , l lega hasta e l p ie de un cerro , entonces, mira hac iaarriba y se da cuenta de que éste se halla iluminado por el sol

En esta senc il la a legoría se ha l la s im bol izad o, en breve síntesis , todo cuanto respec ta a la pr imera fase de l desarrol lo espi r i tua l

Este f rondoso bosque no sólo representa la v ida v ic iosa

Esta pr imera f ie ra , la « l igera y rapidísima pantera», s imbol iza espec ia lmente la a t racc ión y las tentac iones de los sent idos

En e l momento de la i luminac ión, con su gozosa exa l ta c ión, e l hombre no siente ta les a t racc iones, parec ie ra como sitoda i lusión se hubiese desvanec ido, como si todo vínculo te rrena l hubiera s ido desp eda zad o Pero no es así e l a lma, con

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de l hombre o rd ina r io , t a l c omo sue le n a f i rma r su s d ive r soscomentadores, s ino también y espec ia lmente ese pecul ia r est a do de de sa z ón , de a gudo su f r imie n to y de o sc u r ida d in t e

r ior que sue le preceder a l desp erta r de l a lma A este estadioc o r re sponde , muc ho má s que a l de l a v ida de l hombre o rd i nar io , lo que D ante no s ref ie re sobre e l bos que que se ve ía inv a d i d o p o r e l m i e d o t a n s ó l o c o n r e c o r d a r l o , y q u e « t a nam argo era , que sólo un poco m ás e ra la mu erte» Al poco loconfi rma todavía mejor De hecho, e l descubrimiento de l cerro i luminado por e l so l y la e levac ión de la v is ta indican c la ra me n te e l mom e n to de c i s ivo de l de spe r t a r de l a lma Se a pa c igua entonces su temor en e l remanso de l corazón y , t ras unl igero descanso, comienza a ascender por la ladera de l cerro

El lo s imbol iza c la ramente la fase que sigue a l desperta r , de laque ha b la re mos a ho raA que l que ha e xpe r ime n ta do un p r ime r r e sp la ndor de l a

radiante luz de l espír i tu , aquel que ha degustado, aunque sólofuere por un instan te , la gran paz y la perfec ta bea t i tu d de l«desperta r» , s iente cómo en su propia a lm a surge la in tensa asp i ra c ión de r e c ib i r c a da ve z má s luz y de pe rma ne c e r pa rasiem pre en este esta do sereno y beatífico Por consig uien te, intenta seguir esca lando la deslumbrante c ima y , movido por e lentusiasm o de la pr im era reve lac ión, c ree pod er seguir avanzando rec to y seguro Pero , (ay de é l ' , pron to emp iezan las d i f i cul tades y los pe l igros De mo do q ue , «casi a l comienzo de lacuesta», dice Dante, se encuentra con una fiera que le obstacul iza e l paso cont inuamente

No se apartaba de mi vistay me impedía el paso a tal grado,que muchas petes me sentí tentado a retroceder

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dolorosa sorpresa , se da cuenta de que su na tura leza infer ior—q ue ta n so lo ha b ía s ido pa ra l i z a da y a do rme c ida mom e nt á ne a me n te , pe ro no ve nc ida — rá p ida m e n te se de sp ie r t a y se

rebe la con violenc ia , p lantándose ante e l hombre y obstacul i z a ndo su c a minoSin embargo e l a lma i luminada no se de ja vencer por la

a t racc ión de los sent ido s, s ino qu e sostenida por sus aspira c iones, e levada y est imulada por d is t in tas seña les e indicac iones y por ay uda s in te r iores y externas, espera t r iunfar

Dante lo expresa así en sus versos

Y me daban motivos para confiaren conseguir la piel manchada de aquella fieraaquella hora y estación tan dulces

Pe ro muy p ron to nue vos y má s g ra ve s obs t á c u los se p re se n ta n a n te e l hombre , su sc i t á ndo le nue va s y má s p ro funda sa p re ns ione s

Pero no podía superar el terrorde la visión de un león que apareció

El león simbol iza uno de nuest ros mas te rr ib les enemigosinte rno s e l orgul lo espir i tua l , que con tanta fac il idad in vad e

a l h o m b r e c u a n d o é s t e d e s c u b r e e n s í m i s m o u n a n u e v afue rz a y un nue vo pode r y log ra v i s lumbra r l a ma ra v i l l o saposibi l id ad d e desarrol lo qu e se abre ante s i Pero con e llo desarrol la ese sent ido de separac ión que es la verdadera ant í te sis de la espir i tua l idad, y levanta en consecuencia una granbarrera en su propio camino

Pero esto no es todo a l león se une rápidamente la loba ,

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« e m b l e m a d e t o d a c o d i c i a » . E l l a r e p r e s e n t a e l p r i n c i p i omismo de la separa t iv idad y de l egoísmo, que son e l verdadero or igen de toda codic ia y de lo que los or ienta les l laman«tumba»: la ambic ión de v iv i r , la ra íz de los deseos de l a lmaind iv idua l .

Por e l lo no debe sorprender e l hecho de que la loba nosó lo obs t a c u l i c e e l c a mino a sc e nde n te de D a n te , c omo l a s

Pe ro , ¿ qu ié n mue v e e i n sp i ra e s t e pode r? La re spue s t aque nos ofrece Dante es tan profunda que merece un amplioc ome n ta r io . E l p r ime r impu l so de a yuda p rov ie ne de l a e x ce lsa esfera de l Para íso , a t ravés de una generosa mujer quese apiada de Dante . El la s imbol iza e l miste r ioso pr inc ipio d i v ino de la compasión, e l cua l pone en acc ión la grac ia , la luzdel alma, que Dante personifica en Lucía; la gracia, a su vez,

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otras dos f ie ras , s ino que además vaya a su encuentro y le re chace allí «donde calla el sol». Cuando se encuentra frente aeste gran peligro se le aparece Virgilio, al que invoca humil

de me n te p id i é ndo le a yuda .Así , e l hombre , después de haber consta tado con dolorosa

experiencia la dificultad de la vida, tras haber sufrido su prime r a ma rgo de se nga ño , p i e rde su o sa d ía y p re sunc ión , y r e conoce su propia debi l idad e impotenc ia . Adquiere entoncesla verdadera humildad, que por f in le permite poder ser ayudad o. Y, en cuan to lo ha lograd o, la ayuda l lega.

Esta es la gran y consoladora ley de la vida y del espíritu,que a me nudo o lv ida mos e n lo s mome n tos de duda y de de sánimo, pero que siempre deberíamos recordar: la ayuda su

per ior está s iempre d ispuesta y nunca nos es negada; nosot ros somos los únicos obstáculos que la mant ienen apartada .Lo que ocurre es que no sabemos o no queremos creer lo así .

Pero , ¿en qué consiste verdaderamente esta ayuda? Y, ¿dedónde p rov ie ne ?

Veamos quién es Virgilio.De él se suele decir que personifica la razón. Tal explica

c ión no es e rrónea , pero resul ta insufic iente s in un adecuadocomentar io que ac la re la verdadera na tura leza y las verdadera s func ione s de l p r inc ip io s imbo l i z a do po r V i rg i l i o . Es t e

princ ipio se podría def in i r exac tamente como la «discr iminac ión espir i tua l» que los h indúes l laman Viveka, que es e l pode r que pose e l a r a z ón huma na (c ua ndo no e s t á e mpa ña da , ono se ha desviado, por las pasiones y los sent imientos persona les) para reconocer e l buen camino a seguir , y para guiar al a pe r sona l ida d po r e s te c a mino , a n imá n do la y a yudá ndo la aevi ta r todo pe l igro .

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susc i ta la sabiduría d iv ina representada por Beatr iz :

Beatriz, verdadera alabanza de Dios,¿socorrerás a aquel que te amó tanto

que por tí de la esfera de vulgaridad salió?

Esto nos demuestra que Dante había aspirado a obtener lasabiduría d iv ina con ta l in tensidad que e l a lma le había impu lsad o a recorrer resue l ta y ser iamen te la v ía de l espír i tu , ye l lo hace que pueda rec ib i r la ayuda superior . Pero la sabidur ía d iv in a todavía no se le manif iesta d i rec tam ente a él : Elhombre , t oda v ía impuro y no re ge ne ra do , e n re da do toda v íaen e l denso ve lo de la mater ia , no puede contemplar d i rec ta mente la suprema verdad. Por e l lo Beatr iz le envía a Virgi l io ,

susc i tando e inspirando así e l poder de l conocimiento inna toen el hom bre norm al . Este pod er de conocimiento y de d isc r iminac ión es e l que deberá conducir a l a lma durante la pr i mera par te de su peregrinac ión, por e l la rgo y doloroso camino de puri f icac ión y de expiac ión a t ravés de los re inos desu na tura leza infer ior .

Pero antes de descr ib i r las d is t in tas e tapas de esta peregri nac ión, antes de indicar los mé todo s de puri f icac ión mor a l ,debemos de tenernos a d iscut i r e in tentar resolver una importante cuest ión de pre ju ic ios.

Ex i s t e n va r i a s e sc ue la s que de he c ho a f i rma n —a lguna sexpl íc i ta y abier tamente , o t ras más ve ladamente y más en laprác t ica que en la teor ía— que la puri f icac ión mo ra l no es necesar ia , que se pueden tener grandes reve lac iones s in necesi dad de pasar por esta ingra ta y penosa ta rea . Estas doc tr inasc i e r t a m e n t e r e s u l t a n m u y c ó m o d a s a n u e s t r o e g o í s m o y anuest ra pereza , y resul tan igua lmente pe l igrosas a causa de

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su seductora apar ienc ia . Así pues, debemos ac la rar b ien laside as sob re e s t e pun to , ya que lo s a rgume n tos a dop ta dos po restas escue las —q ue pod ríam os l lamar « inmora l is tas»— sonde lo más engañosos y podrían l legar a i lusionar a las mentesincautas e inexpertas .

El b ien y e l mal s on re la t ivos, a f i rman los inmora l is tas; unmismo hecho puede ser bueno en un caso y malo en o t ro . ElEspír i tu está por enc ima de estas d is t inc iones humanas; para

parte de esa misma mala acc ión. El pr imer e fec to , y también e lmás importante , de una acc ión es aquel que se apl ica de inmedia to sobre e l ánimo de quien la ha comet ido: una buenaacc ión e leva y ennoblece casi automát icamente a aquél que laha l levado a cabo, mientras que una mala acc ión degrada a suautor . Esta es una r igurosa ley de la que resul tan evidentes sujust ic ia y su necesidad, y no existen sof ismas n i funambul is-mos a rgume n t i s t a s que pue da n pone r l a e n duda .

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él tod o es lo mi sm o, él lo justifica tod o.

La mora l , a f i rman todavía más expl íc i tamente , es un producto soc ia l que está const i tu ida por toda una ser ie de normas t radic iona les que los hombres comunes aceptan sin c r i t i c a r ; pe ro , e l i n i c i a do , e l supe rhombre , pue de l i be ra r se deestas molest ias; é l ha a lcan zado ta les logros que le está per mit ido hacer todo aquel lo que los o t ros no pueden o no se a t re ven hacer , y puede ut i l izar medios que le están prohibidos a lc omún de lo s mor t a l e s .

Pero e l que no se de ja deslumhrar por estas ha lagadorasaf i rmaciones, puede descubri r fác i lmente su fa lsedad fundame n ta l .

En pr imer lugar , estos sof ismas son consecuencia de confundir los grandes pr inc ipios m ora les de carác te r universa l conlas particulares e imperfectas aplicaciones que de ellos ha hecho e l hombre en d i fe rentes épocas y lugares. Las normas mora les concre tas , los códigos mora les y de urbanidad, c ie r ta mente son relativos y quizás incluso contradictorios, pero ellono disminuye un ápice la va l idez de las grandes leyes de lamora l , que son tan seguras y r igurosas como las de la na turaleza física. Pues, tanto en un caso como en el otro, de lo que setrata en el fondo es de la manifestación de la gran Ley de laCausa l idad, la Ley de l Karma. Grac ias a e l la , no sólo der ivatodo efec to necesar iamente de su causa , s ino que además sehalla implícito en ella misma.

De esta forma, a l hombre que comete una mala acc ión nose le cast iga porque haya infr ingido una ley humana , n i porque haya ofendido a un Dios personal ; no es cast igado, en f in ,por haber c ome t ido una ma la a c c ión , s ino d i re c t a me n te po r

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En c ua n to a l o t ro a rgume n to a dop ta do po r l o s i nmora l i s t a s , no ha y duda de que e s t á ba sa do e n una c on fus ión deideas. Es c ie r to que e l Espír i tu puro —lo Absoluto , lo no manif iesto— en esenc ia no pose e a t r ibutos y por lo tanto se encuen tra por enc im a de l b ien y de l mal ; pero con e l pr imerpa lpi to de la manifestac ión cósmica , de l Uno e te rno devienee l dos , aparec iendo así la polar idad , la inf in i ta se r ie de opu estos, y entre e l los e l b ien y e l mal . Ahora b ien , ¿quién puedeafi rmar ser rea lmente puro Espír i tu y , por consiguiente , encontrarse po r sobre e l b ien y e l mal? Cualq uiera pu ed e comp re nde r l o a bsu rd o de t a l p re sunc ión .

Bien dist in tas son las enseñanzas que , concordantemente ,impa r t e n toda s l a s e sc ue la s de O r i e n te y de O c c ide n te quet ienden a desarrol la r la verdadera y pura espir i tua l idad. El lasaf i rman que toda pasión y deseo egoísta nos hace esc lavos delas fuerzas y ent idades infer iores, como una bola de p lomoatada a l p ie de aquel que quiere ascender . Nos enseñan también que cua lquier manifestac ión de egoísmo, inc luso la máslarvada y sut i l , es separa t iva por na tura leza , mientras que e ldesarrol lo espir i tua l consiste en la gradual y sucesiva superac ión de toda separa t iv idad, en la a rmonizac ión de los d is t intos e lementos ant i té t icos en s ín tesis superiores, como preparac ión necesar ia para una unión consc iente con e l Pr inc ipio

universa l , y para la rea l izac ión de la unidad en todos los p la nos y en todos los aspec tos.

T a mbié n se pue de l l e ga r a l a mi sma c onc lus ión e xa mi na ndo e s t a c ue s t ión de sde e l pun to de v i s t a de lo s pode re sque c ompor t a n de modo na tu ra l l a s d i s t i n t a s f a se s de l p ro greso espir i tua l . Grandes son las d i f icul tades, los pe l igros y

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las responsabi l idades que conllevan la obtención y la ut i l izac ión de es tos poderes . Deberemos aprender a dominar y a ut i l izar de una forma sabia y benéfica las grandes fuerzas deluniverso (macrocosmos). Pero, ¿cómo podremos aspirar a e l los i aún seguimos s iendo esclavos de las pequeñas fuerzas del«microcosmos» y de las mezquinas pas iones de nues tra pequeña pe rsona l idad?

En conclusión: la obediencia a los principios morales, lejos

a nivel de pensamiento o de intención son para é l a lgo tangrave como los cometidos exteriormente .

Por ello resulta de lo más cierto aquello que dijo el autord e La imitación de Cristo: «Quanto plus e t melius , tanto gra-vius judicaveri t nis i sanct ius vixeris» (Cuanto más y mejorseas, más severamente serás juzgado s i no vives santamente) .

Espero haber desarrol lado es te punto con la sufic iente c la

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de l imitar y re trasar inút i lmente nues tro progreso, es lo únicoque nos hace verdaderamente l ibres , mientras que toda inmora l idad , am ora l idad o supe rm ora l idad , aunque s e ha l l en encubiertas por una aparente l ibertad, nos vuelven en real idadtan to m ás e sc lavos cuan to m ás engañados e ignoran te s denues t ra s cadenas .

Son innumerables las severas advertencias en es te sent idopor parte de aquel los que han logrado a lcanzar las excelsascumbres hacia las que nosotros volvemos la mirada, y que están l lenas de aguda nos ta lgia y ardiente aspiración por losque todav ía agua rdan en e l fondo de l va l l e . Desde Buddhahas ta J e sús , y desde los s ab ios y desconoc idos au tores de lUpanishad has ta los g randes m ís t i cos c r i s t i anos , toda a lm ailuminada asegura que ha obtenido la vic toria a t ravés de lapurif icación de la personal idad y mediante la e l iminación delego í sm o.

De todo e l lo se desprende que quien avanza por la vía delespír i tu , no sólo debe observar los grandes principios é t icosde l a hum anidad , s ino que t am bién debe posee r una m ora lm ucho m ás pura , m ás s eve ra y m ás consc ien te que l a de lhom bre com ún y o rd ina r io .

Al aum ent ar los conocimientos referentes a las leyes de losp lanos supe r io res , se a sum en n uevas re sponsab i l idades y d e be re s . P or e jem plo : aqué l que ha aprend ido que los pensa mientos , los sent imientos y las afi rmaciones de la voluntadno son abs tracciones , s ino fuerzas vivas y poderosas real idades de los planos sut i les que son en verdad nues tras propiascreaciones , es más responsable a l ut i l izar es tas fuerzas internas que aquél que ignora todo es to; y los errores y las culpas

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r idad . Tan só lo añad i ré que l a cues t ión é t i ca cons t i tuye e lpunto de referencia más seguro para sopesar los dis t intos movimientos , las diferentes escuelas o las diversas tendencias ; y

no sólo para va lorar las afi rmaciones teóricas , que a veces parecen muy edif icantes , s ino también y sobre todo las apl icaciones práct icas y los resul tados efect ivos , recordando s iempre la gran verdad: «El árbol se conoce por sus frutos».

Es ta neces idad imperiosa de purif icarse moralmente const i tuye la c lave para comprender e l verdadero motivo de esela rgo pe regr ina r por los m undos in te rnos que cons t i tuye l atrama de la poes ía dantesca .

Virgi l io —la razón y e l poder de discriminación espir i tualinna tos en e l hom bre— ha reconoc ido que e l a lm a , todav ía

impura, no puede afrontar ni vencer por s í misma a las f ierasy ascender directamente a la i luminada cumbre; por e l lo, antee l reque r im ien to d e ayuda p or pa r te de Dante , re sponde :

Te conviene seguir otro camino,

si quieres librarte de este lugar salvaje.

Y le propo ne cam inar junto a é l , para recorrer e l abismo delas t inieblas y de la expiación y poder ascender después porla montaña de la purif icación. Virgi l io le promete que des

pués de e l lo le será concedido ascender, con la ayuda de unguía m ás e levad o, a las ans iadas esferas de la Luz.Entonces , y s in dudarlo más , Dante se encamina resuel ta

mente detrás de su sabio guía .

Cual las flores, que por la nocturna escarcha

están cerradas y vencidas, mas cuando el sol las iluminase abren y yerguen sobre su tallo,

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as í ocurrió con mi desfallecido ánimo,y me inundó el corazón tan vivo ardor,que exclamé franca y resueltamente:

¡Oh tu, piadoso, que me has socorrido;y tu, atento, que tan presto obedecistelas veraces palabras que te ha dirigido!

Con anhelo mi corazón has dispuesto

14. La ciencia de la purificaciónapl icada

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al hilo de estas palabras tuyas,que capaz soy de retornar a mi primer propósito.

Vamos, pues. Y que una sola voluntad nos dirija:Tu eres mi guía, mi señor y mi maestro.As í le hablé, y en cuanto empezó a andar,

Penetramos por la profunda y agreste vía.

En es tos dos primeros Cantos del Divino Poema, Dante representa e l a lma h um an a a l inic io de la vida espir i tua l . Representa lo que somos todos y cada uno de nosotros , y lo que atodos nosotros nos es dado s i realmente lo deseamos: recorrerel mismo camino que é l recorre , seguirlo a t ravés de las dife

rentes e tapas de su peregrinación, y ascender con é l has ta lassubl imes esferas de la Luz y del Am or.

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Con sidera mo s que la purificación es , con toda jus t ic ia , unaciencia . Realmente es te es un tema muy amplio, pues to que

abarca varios aspectos y dis t intos campos de apl icación, as ícomo las numerosas técnicas adaptadas a cada uno de e l los .Para hablar adecuadamente sobre e l tema se requerir ía de ungrueso t ra tado ; pe ro un ráp ido exam en, a m odo de re sum en,tamb ién pued e resul tar de lo má s út i l para prep arar y crearuna act i tud interior adecuada para una meditación dinámica.

En real idad, s i en nues tro interior hemos vuel to la miradahacia la luz , ya hemos emp eza do a recorrer el sende ro qu econd uce de la esclavi tud a la l ibertad, y por lo tanto ya hem osaplicado en a lgun a me dida , ya sea de forma más o men os

consciente, la ciencia de la purificación. Por ello, aunque el repaso gene ra l que s igue con tenga ideas que pueden re su l t a rfamil iares para muchos de los lectores , su objeto es tambiénservir de recordatorio de los dis t intos deberes que és ta compor ta y ser un incent ivo para ut i l izar aquel lo s med ios quepueden ayudar a la real ización del gran plano evolut ivo. Lapurif icación puede y debe ser apl icada a todos los niveles dela manifes tación.

1. Purificación física

El primer paso cons is te en la purif icación del cuerpo f í sico . Los m edios son m uy conoc idos : u t i l i zac ión de l agua ;aire puro; expos ic iones a l sol ; die ta senci l la , equi l ibrada ys iempre adaptada a la propia cons t i tución; evi tar e l tabaco, e la lcohol , las drogas , e tc . Es ta práct ica es únicamente prel iminar y tiene por objeto hacer más fáciles y seguras las sucesi-

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vas exigencias de la purificación . N o obsta nte, si se le concede una exces iva importancia puede l legar a obs tacul izar lasdemás práct icas , que son mucho más importantes .

2. Purificación emocional

A es te nivel , resul ta urge ntem ente necesaria un a amp lia

zada como un eficaz medio terapéut ico, y en e l campo de laeducación ya se empieza a ut i l izar , aunque mucho menos delo que se podría .

P or su pa r te , los hom bres de negoc ios ya s e han dadocuenta d e la gran im portan cia d e la imaginació n y la es tán exp lo tando a g ran e sca la pa ra sus p rop ios f ines , u t i l i zándolapara apelar a sus ins t intos y a sus neces idades fundamentales

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apl icación de la purif icación. Se puede decir que los sufri mientos , las enfermedades y los problemas que aquejan a lahumanidad t ienen su principal origen en los deseos egoís tas

y en la búsqueda de la satisfacción personal. Esto es algo queel Buddha indicó, y lo formuló c laramente en sus cuatro Nobles Verdades para indicar las causas del sufrimiento y parademo strar e l camino d e la l iberación.

Todos los hom bres son em pujados — inc luso podr íam osdecir que poseídos— por a lgún t ipo de deseo o también pordeseos de diferente género, desde los re la t ivos a los placeressensuales hasta las aspiraciones más idealistas. El deseo es lara íz com ún de t res causas de apegos y de esclavi tud: la a tracción de la materia , los múlt iples t ipos de ofuscamiento emo

tivo y las ilusion es men tales. Todos ellos se enc am ina n o secombinan para crear un apego fundamental que es e l que nosata a la personal idad: la ident if icación con la personal idadque camufla a l propio y verdadero yo.

3. Purificación de la imaginación

Siempre se ha reconocido e l poder que t iene la imaginación para condicionar la vida interna y e l comportamiento externo del hombre, y e l lo tanto en Oriente como en Occidente .

P e ro m odernam ente s e l e ha a t r ibu ido una im por tanc ia c re ciente y su investigación y utilización se han intensificado, ytam bién dem as iado a m enudo s e ha exp lo tado , en am pl ia e s cala . Su poder se basa en e l e lemento motor inherente a cadaidea y a cada imagen. La imagen actúa como una fuerza es t i mulante de la act ividad mental y del surgimiento de emociones y de sent imientos . En ps icoterapia s iempre ha s ido ut i l i -

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q u e , por lo de más , son las inferiores. Ciertam ente , e l ar te y last é c n i c a s p u b l i c i t a r i a s e s t á n m u c h o m á s d e s a r r o l l a d a s q u eaquel las que se usan para perseguir f ines más dignos . El lo ha

producido un refuerzo art i f ic ioso de los es t ímulos encaminados a obtener placer junto con e l deseo de poseer una grancant idad de objetos inút i les . De e l lo se derivan los problemasde la sociedad de consumo y, por reacción, la creciente rebel ión contra e l la , part icularmente por parte de los jóvenes .

Pero aparte de es te t ipo de ut i l ización de la imagen, exis teotro todavía más pernic ioso que encuentra su propia expres ión en la l i tera tura y en las producciones teatra les o c inematográficas , que explota la fascinación morbosa que provocanla violencia , la crueldad, e l horror y las imágenes sexuales do

tadas a m en udo d e pe rve rs ión .Grande, e incluso podríamos decir que enorme, es e l poder malsano de suges t ión que e jerce es te género de imaginación, y ya no sólo sobre e l público en general , s ino tambiénsobre los que ocup an pos ic iones de au tor idad y que dem ues t ran una sorprenden te fa l t a de conoc im ien to sobre los des truct ivos resul tados producidos por es tas influencias . No exage ram os en abso lu to a l a s egura r que s e t ra ta de un venenocolect ivo, de un «smog ps íquico» más nocivo todavía que e lqu ím ico .

Es te consent imiento apat ía general izados hacen pos ible las is temática y c ínica explotación de ta l veneno por parte deaquel los que contribuyen a su producción y difus ión con f i nes meramente lucrat ivos . Los edi tores , los directores teatrales o los productores de c ine todavía t ienen la osadía de def e n d e r y d e j u s t i f i c a r e s t e t i p o d e « p a s a t i e m p o s » c o n e lp re tex to de su p roc lam ado «va lor a r t í s t i co» , a s í com o en

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nombre de la l ibertad de expres ión. Un ejemplo l ímite de es tedeplorable es tado de cosas es la pel ícula El exorcista, que hasusci tado una verdadera ps icos is colect iva . ¡Parece increíbleque a pesar de los efectos morbosos que produce se s iga permit iendo su proyección!

Los mét odo s y las técnicas para real izar la purif icación sonm u y n u m e r o s o s . A l g u n o s s o n d e a p l i c a c i ó n g e n e r a l i z a d a ;otros son más específ icos y se dir igen a t ipos part iculares de

i luminación. A escala más amplia , es to s ignif ica la e l iminación de todas las impurezas del canal que une e l yo personalcon e l t ranspersonal . En real idad, s ignif ica la purif icación detoda l a pe rsona l idad , a s í com o una des iden t i f i cac ión cons ciente de el la me dian te e l cul t ivo de una « divina indiferencia»a sus pretens iones , produciéndose en consecuencia una progresiva identificación con el Sí Mismo.

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im purezas .La e l iminación de las i lus iones mentales hace necesaria

una c lara comprens ión de la doble naturaleza de la mente .

1. La mente analítica

Dada su propia act ividad, sobre todo s i resul ta es t imuladapor las impres iones , los impulsos , los deseos o las emociones ,provoca un cons tante y a menudo febri l torbel l ino de pensam ien tos y de concep tos e r róneos , ca s i s i em pre de ca rác te regocéntrico.

2. La mente superior sintéticaE s t a p r o p o r c i o n a u n a v i s i ó n m u y c l ar a y a c e r t a d a d e

aquel lo hacia lo que se dir ige . Además de es ta capacidad depercepción directa , también t iene la facul tad de reconocer einterpretar rectamente las intuic iones que aparecen en e l ámbito de la conciencia. Este es el verdadero significado y comet ido de la discriminación. Pero a f in de poder cumplir cones ta función, e l campo de la conciencia debe ser purif icado,vaciándolo de los contenidos que normalmente lo ocupan y le

impiden la l ibre ut i l ización de la mente superior y de la intuic ión. De ahí que sea una neces idad prel iminar la meditaciónreflexiva, que tan sólo acepta las act ividade s men tales que s irven a l propós i to f inal de la conciencia . Después de es to esprecisa la práctica y la consecución del «silencio mental», queel imina todos los obs táculos del canal que une a la mente conlas funciones cognosci t ivas superiores de la intuic ión y de la

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El hecho de a lcanzar un c ierto grado de purif icación individual permite cooperar en la gran obra de purif icación gru-pal y planetaria . Es to es a lgo que tam bién d ebe de verif icarsea todos los niveles. En el físico, el primer deber es el de purificar la materia de toda la contaminación producida por la humanidad con f ines egoís tas .

La atención que en la actualidad de spierta la ecología nos demuestra el creciente reconocimiento de la importancia de estedeber; pero ello se encuentra ta n sólo en estado inicial y debe recorrerse todavía un largo camino hasta que las devastaciones llevadas a cabo por el hombre pued an ser reparadas .

Una obra u l t e r io r im pl ica aque l lo que podr íam os d enom inar com o «redención de la materia»; es decir, su refinamientoy su t ransmutación. Es to supone la redención por parte de lahum anidad de los innum erab le s s e re s que com ponen los t re sre inos inferiores : animal , vegeta l y mineral . A nivel emocional , la purif icación exige la dispers ió n de las miasm as y de losvenenos que ac tua lm ente cons t i tuyen e l p r inc ipa l con ten idode es te plano. En primer lugar, es to podría l levarse a cabomediante la e l iminación de las «obnubilaciones» de grupo.

La purif icación del mundo mental exige la disolución y lades trucción de los vie jos conceptos y dogmas , de las fa lsas ,uni la tera les y fanát icas ideologías que las mentes de los hom

bres fabricaron en e l pasado y que, aún ahora , todavía se s i guen creando (la disolución de las i lus iones) .

CUA DRO DE MEDITACIONES P ARA LAP URIF ICACIÓN

I. Preparación:1. Relajamiento físico

2. A pa c igua mie n to e moc iona l3. Silencio mental.

II . C onsa g ra c ión :

«Se me ha concedido ser tan puro como para abrazar e lmundo sin desear re tener lo».

III. Elevación:

15. Obstáculos al desarrolloespiritual: el miedo

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« C o n l a s a l a s d e l a a s p i r a c i ó n , p r o y e c t o e l c e n t r ode la conciencia personal hacia el Sí Mismo».

IV. Afirmación:Aserc ión de la propia ident idad esenc ia l con e l Sí Mismo,«más puro que la n ieve».

V. Proc lamación:

P roc la ma c ión de l a p rop ia vo lun ta d de pu re z a po r pa r t ede l a pe r sona l ida d c omp e ne t ra da po r e l S í Mism o .

VI. Medi tac iones con los medios de puri f icac ión:

1. Purificación por el agua:

P e n s a m i e n t o - s e m i l l a : R e f le x i o n a r s o b r e e l a g u a c o m os í m b o l o d e p u r e z a , d e s a n a c i ó n y d e u n i v e r s a l i d a d .V i s u a l i z a r u n a c a s c a d a d e a g u a q u e d e s c i e n d e d e s d e l oa l t o , a r r a s t r a n d o t o d a c l a s e d e i m p u r e z a s y d eobstáculos ( lodo, p iedras, e tc .) .

P e n s a r e n u n a g r a n c o r r i e n t e d e v i d a y d e l u z q u edesc ien de desd e e l re ino t rans perso nal y l impia l a

pe rsona l ida d e n te ra me n te de toda s l a s impure z a s .

2. Purificación por el fuego:R e f l e x i o n a r s o b r e e l f u e g o c o m o d e s t r u c t o r d e

impure z a s y de obs t á c u los .Visualizar:a ) U n g r a n f u e g o q u e q u e m a u n g r a n c ú m u l o d e

renuencias y rechazos.b) Un te rreno ardiente sobre e l cua l se consume los a rbus

t o s . I m a g i n a r u n t o r r e n t e d e f u e g o q u e d e s c i e n d e d e l S íMismo y puri f ica todos los vehículos de la personal idad.

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Quien se d ispone a recorrer , o ya está recorr iendo, la v íade l espír i tu debe superar obstáculos de t res órdenes: mentales, e moc iona le s y vo l i t i vos . V a mos a e xa mina r a c on t inua c ión los obstáculos emocionales, que sue len ser los más fre c ue n te s . No e s r a ro , a de má s , que lo s obs t á c u los me n ta l e s oin te lec tua les —como las dudas o e l escept ic ismo— sean provocados o acentuados por los emocionales o por los vol i t ivos,s iendo aquel los las mamparas o pre textos t ras los cua les seocul tan los miedos y re t icenc ias de los que n i s iquiera somosconsc ientes.

De entre los d i fe rentes obstáculos emocionales, hablaremos sobre todo de l miedo. El miedo es rea lmente la emociónm á s d i f u s a , p e r o t o d o s s o m o s o h e m o s s i d o v í c t i m a s d e l

mie do e n un g ra do u o t ro . A de má s , pue de a l c a nz a r una g ra nintens idad y a conl levar e fectos de le té reos.

C re o que se pue de a f i rma r que de l mie do se de r iva n l amayor par te de los males y de los sufr imientos que a f l igen ala humanidad. El miedo no t iene medida n i l ími tes: ¡se puedete ne r mie do de todo ! Es una va r i a b le que a dop ta innume ra b le s fo rma s . Muc hos son lo s ma le s que ha c e n su f r i r a l o shombre s , ¡pe ro toda v ía muc ho ma yore s son l a s de sg ra c i a s ,los acc identes o los ca tac l ismos que no han l legado a sucederni ocurr i rán jamás! Sin embargo, hacen sufr i r a aquel los que

los temen tanto o más que si fuesen rea les , ya que en su a te rror izada imaginac ión éstos son vividos y sufr idos innumerables veces.

Pero e l miedo no sólo produce sufr imientos in te rnos. Estambién un pésimo conse jero que con frecuencia nos hace cometer acc iones per judic ia les , tanto para nosotros como paralos demás, y nos induce a adoptar ac t i tudes c rue les y v io len-

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tas. ¿Quién podría decir la cant idad de luchas y guerras queel miedo a originado? Es por e l lo que t iene un profundo sent ido la aguda observación de Montaigne: II n'est qu'une choseque nous devons cmindre et c'est... la peur! (Sólo hay una cosa ala que debamos temer y es . . . ¡el miedo!).

Verdade ram ente hay pe rsonas que l l egan a t ene r m iedo¡incluso del miedo mismo!

Siendo as í que e l miedo es un veneno que intoxica la vida

Nom bra ré apenas (porque reque r i r í an de un t ra tado en s ímismas) las formas morbosas del miedo. Es tas son: la ans iedad, la angustia, la fobia y los miedos colectivos.

¿Cóm o podem os l ib ra rnos de l m iedo? Exis ten dos g ruposde medios —los medios ps icológicos y los medios espir i tuales— los cuales actúan a dis t into nivel po r lo que es aconsejable que se ut il icen conjuntam ente . Los má s eficaces son, n atu

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del hombre, que de otro modo podría ser tan bel la , gozosa ycreativa, vale la pena movilizar nuestras fuerzas y facilitar elcambio que nos permita l ibrarnos de esa «espina c lavada ennues tr a carne», según la eficaz expres ión de San Pablo.

P odr íam os dec i r que ex i s ten c inco t ipos p r inc ipa le s demied os que son e l fundam ento de los c inco ins t intos bás icos .

El primero es e l ins t into de conservación, que t iene comoraíz e l mie do a la mue rte .

El segundo es e l impulso sexual , que surge del miedo a lasoledad y de la sensación de es tar incompletos .

El tercero es el instinto gregario, y también él tiene su origen en e l miedo que experimenta e l suje to a l sent i rse un divid i d o , débil e inseguro individuo separado, lo que le induce abuscar apoyo y seguridad en sus asociaciones con los demás .

El cuarto es la tendencia a la autoafirmación. Es to podríaparecer e l polo opues to del miedo, pero un anál is is más profundo muestra que a l menos una de sus ra íces es e l miedo ano ser apreciados , reconocidos o valorados en lo que merecemo s (¡o creemos merecer!) y, por c ons iguien te , de no dispo nersobre los dem á s de todo e l pode r que desea r íam os .

El quinto es la tendencia a indagar, la sed de saber suscitada p or e l mied o a lo descono cido y a l mis terio.

Debem os reconoce r que e s tos ins t in tos han im pulsado yespoleado a l hombre a muchas act ividades út i les e incluso necesarias , y que por cons iguiente e l miedo que es tá en su ra ízha tenido y puede seguir teniendo una función benéfica . Pero,frente a e l lo, ¡cuánto daño hace! A es te respecto, se pu ed e de cir aquel lo que di jo Alessandro Manzoni sobre e l amor: «¡Noshiere al menos 600 veces más de las necesarias!»

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ralmente , los segundos; pero también los primeros son út i les ,y son además de apl icación más senci l la y por e l lo más oportuna en ciertos casos y a la espera de saber utilizar bien los se

g u n d o s .

1. Métodos psicológicos

I . U so de la men te — Reflexión — Persuas ión.La re lación entre la mente y las emociones varía en fun

ción de los diferentes niveles de desa rrol lo ps icológico:a) La men te se hal la sometida a las emocion es .b ) L a m e n t e s e h a l l a d e s v i n c u l a d a d e é s t a s , p e r o e s

incapaz d e modificarlas de forma eficaz .c ) Dom in io y t ransm utac ión de l a s em oc iones por pa r te

de la mente .II . Psicoanál is is . La exploración del inconsciente . Hallar las

raíces del miedo y llevarlas a la luz de la conciencia.III. Desvío y sus t i tución por medio de:

a) Activid ades f ís icas y depor t ivas .b) Dirigir la imaginación hacia otros puntos .c ) U t i l i z a r e l h u m o r . E s t o p u e d e r e s u l t a r m u y e f i c a z :

E l n o v e l i s t a T a l b o t M u n d y c o n s i g u i ó s a l v a r s u v i d agracia s al rec uer do de un a escena cómica, el cual le liberó del mie do que le paral izaba dur ant e una s i tuac ión m uy pe l ig rosa .

d ) C u l t i v a r e m o c i o n e s p o s i t i v a s y d i n á m i c a s : v a lo r ,alegría, etc.IV. Ejercicios psicagógicos.

a) Suges t iones y afi rmaciones .b) Entrenamiento mediante la imaginación: intentar vivir

c o n a n t e r i o r i d a d e l a c o n t e c i m i e n t o t e m i d o ( e x a m e n ,o p o s i c i o n es , e t c . ) ; r ep e t i r l o en l a i mag i n ac i ó n h as t a q u e e lmi ed o h ay a d esap arec i d o .

2. Métodos espirituales

Cualqu ier m iedo es tá basa do en la ignorancia o en el er ro r ,

c ) C o n e l d e s a r r o l l o d e l a c o n s c i e n c i a y d e l asab idur ía . La ciencia ha el iminado muchos miedos supers t i c iosos: cuan to más se sabe, menos se teme; pero la verdaderaconsciencia espiri tual es la intuición íntima y directa, es la i luminación , la iden t i f icación con la verdad y con la v ida, queson esencialmente una ún ica real idad .

Con es ta iden t i f icación se superan las l imi taciones de la

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y puede ser vencido fáci lmente por la luz de la verdad y mediante la realización espiri tual .

Examinemos las d i feren tes tendencias :

1 . I n s t i n t o d e co n s e rv a c i ó n , mi e d o a l a m u er t e . Ba joe l p u n t o d e v i s t a e s p i r i t u a l , la m u e r t e n o e x i s t e .C u a n d o a b a n d o n a m o s e l c u e r p o f ís ic o p a s a m o s a u n av ida mejor , mucho más l ib re y hermosa.

2 y 3 . Mie do a la so ledad y al a i s lamien to . Se supera:a ) M e d i a n t e l a c o m u n i ó n c o n D i o s , c o n la V i d a y

con el S í Mism o inmorta l .b ) Co n e l am o r e sp i r i t u a l , e l co m p añ er i s mo y l a v i d a

d e g r u p o . ( A u n q u e p a r e z c a u n a p a r a d o j a , c u a n t om e n o s s e t e m e e l a i s l a m i e n t o y m e n o s s e n e c e s i t a o

s e e x i g e e l a m o r y l a c o m p a ñ í a d e l o s d e m á s , m á sso l ic i tado y amado se es) . Esforcémonos por comprender y reconocer que el a i s lamien to no es más que una i lus ión . Seamose n t o d o m o m e n t o p a r t í c i p e s d e l a V i d a u n i v e r s a l , e npresencia y en un ión con lo Supremo.

4 . M i e d o a l f r a c a s o , s e n t i m i e n t o s d e i n f e r i o r i d a d y ,de ah í , una excesiva y separat iva tendencia a la au toaf i rma-ción . Esta se e l imina por me dio del reconocim ien to de nues t ros pode res la ten tes y de nuest r a natura leza esp i r i tual .

5 . M i e d o d e l o d e s c o n o c i d o y d e l f u t u r o . E s t e s e

su p era :a) Median te la ref lex ión de que los males que tememos,a m e n u d o n i s i q u i e r a l l e g a n a p r e s e n t a r s e ( ¡ m a s b i e nson o t ros los que se p resen tan!) .

b ) C o n l a f e d e q u e n o s e n o s p r e s e n t a n p r u e b a ssuper io res a nuest ra res i s tencia . Las d i f icu l tades susci tan lasenerg ías necesar ias para superar las .

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co n c ien c ia s ep a rad a . Cad a co m p ren s i ó n d e u n a n u ev a v e rd adp r o d u c e u n a a m p l i a c i ó n d e l a c o n c i e n c i a j u n t o c o n u n asensación de gozosa expansión y de l iberación .

16. El m ied o a sufrir: ref lexion essobre el dolor

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Uno de los mayores obstáculos que se oponen a nuest rodesarrollo espiritual es el miedo a sufrir.

Este nos hace re t roceder ante las d i f icul tades y nos impideluchar , cor tándonos las a las y para l izando nuest ros más generosos impulsos. Pero también hace a lgo peor: con frecuencianos induce a abandonar nuest ros deberes, a fa l ta r a nuest rosc ompromisos in t e rnos o e x te rnos y nos ha c e pe c a r de omi sión, lo cual no es a veces menos grave que caer en el exceso.

Por consiguiente , es impresc indible para todo hombre queaspire a recorrer la v ía de l espír i tu e l proponerse superar esteobstáculo , venc iendo o a l menos a tenuando su miedo a sufr i r .

Pero , para conseguir vencer este miedo fundamenta l y tan

arra igado en nosotros, hay que conocer la verdadera na turaleza, el significado y la función del sufrimiento. Es necesarioa p r e n d e r c u á l e s e l m e j o r c o m p o r t a m i e n t o q u e p o d e m o sa d o p t a r f r e n t e a é s t e , p e r o s o b r e t o d o t a m b i é n d e b e m o saprender cómo t ransformarlo para que l legue a ser una verdadera fuente de b ien espir i tua l .

La pr imera lecc ión que debemos aprender con respec to a ldolor es una lección de consciencia y de sabiduría. De hecho,mientras s igamos considerando e l sufr imiento como un mal ,como a lgo in justo , c rue l , o como mínimo incomprensible , no

seremos capaces de dominar el arte que se requiere para acogerlo, transformarlo y convertirlo en algo positivo.En e l pasado, muchos se conformaban con expl icac iones

dogmá t i c a s o r e nunc ia ba n a c ompre nde r lo , a mpa rá ndose e nDios; a a lgunos todavía les basta con e l lo . Pero , ac tua lmente ,la mayoría de los hombres no pueden ni quieren permanecerdentro de estos l ími tes , y quieren conocer , comprender y l le -

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gar a l menos hasta donde su razón humana y su in tu ic ión espi r i tua l se lo perm ita .A e s t a i n s u p r i m i b l e e x i g e n c i a d e l h o m b r e m o d e r n o , y

pa ra su ha mbre in t e r io r , l o s g ra nde s c onc e p tos e sp i r i t ua l e sofrecen un sano y v i ta l a l imento que le proporc iona una to ta lsa t i s fa c c ión , t a l y c omo pue de a t e s t igua r po r e xpe r i e nc iaquien en ellos ha encontrado la luz, la fuerza y la paz.

Dichos conceptos son bien conocidos, por lo que tan sólo

En pr imer lugar , podemos darnos cuenta de que e l sufr i miento const i tuye una expiac ión l igada a la inevi table ley decausa y efecto.

Pero d icha expiac ión no const i tuye la única func ión de lsufr imiento , n i es tam poco la má s importa nte o esenc ia l . Elsufr imiento ayuda poderosa y d i rec tamente a l ascenso y l iberac ión de l a lma: la puri f ica , quemando con su benéfico fuegomuchas de las escorias te rrenas; y la esculpe , l iberando de l

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acentuaremos la luz con la que a lumbran e l problema de l dolor.

La huma n ida d se e nc ue n t ra a ho ra e n e l a rc o a sc e nde n tede su e vo luc ión . T ra s ha be r de sc e nd ido ha s t a l o má s p ro fundo de l a ma te r i a , a ho ra e s t á sub ie ndo l e n ta y f a t igosa men te hac ia el espír i tu , hac ia su pa tr ia e te rna .

El hombre , t ras haber a lcanzado e l máximo de la separa t i -v idad, de la autol imitac ión y de l egocentr ismo, ahora debe i ra mp l i a ndo g ra dua lme n te lo s c on f ine s de su p rop io yo pe r so na l restablec iendo la comunicac ión armónica con sus semejantes , con e l unive rso y con lo Supre mo .

Cuanuo e l hombre empieza a sent i r esta ín t ima necesidad

y este deber, se inicia en él una ardua e intensa lucha: el impulso y la tendencia a la ampl iac ión y a la expansión chocancontra las r íg idas y duras barreras de la separa t iv idad y de le go í smo .

El a lma se s iente entonces como un pá jaro enjaulado: pr i s ionera de una est recha ce lda ; en consecuencia , se deba te ysufre.

Este es e l estadio c r í tico y doloroso qu e precede necesar ia mente a la l iberac ión —o, mejor d icho, a una pr imera l iberac ión— del a lma.

En e l ac tua l per íodo de desperta r espir i tua l , muchas personas se encuentran a t ravesando prec isamente esta fase . A laluz de esta exposic ión sin té t ica , la cua l nos demuestra que e lsufr imiento es a lgo necesar io e inevi table para nuest ro proc e s o d e e v o l u c i ó n , p o d r e m o s c o m p r e n d e r m á s p r o f u n d a mente y aceptar con más fac i l idad los d is t in tos s ignif icadosparticulares y las diferentes funciones específicas del dolor.

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b l o q u e d e m a t e r i a i n f o r m e a l d i o s q u e e s t a b a e n c e r r a d o .Como dice la be l la expresión: «Los d ioses se forman a golpe

de mart i l lo» .Así pues, e l sufr imiento templa y re fuerza , desarrol lando

en nosotros este d i f íc i l y admirable poder de resis tenc ia in te r ior que es condic ión indispensable para e l desarrol lo espir i t ua l . Muc ha s pe r sona s no se da n c ue n ta que e l e sp í r i t u e sa lgo t r e me nda m e n te po de roso y que c a re c e mos toda v ía de lasuf ic iente fuerza y resis tenc ia para acogerlo y soporta r lo . Ambas cosas se desarrol lan sobre todo mediante e l dolor .

A de má s , e l su f r imie n to de sa r ro l l a y ha c e ma dura r t odoslo s a spe c to s de nue s t ra c onc ie nc ia , e spe c ia lme n te lo s má s

profundos y sut i les . El dolor obl iga a que desviemos la a tenc ión de l fantasmagórico mundo exter ior , nos l ibera de l apegohacia é l y nos hace profundizar en nosotros mismos; nos hacemás consc ientes y nos inc i ta a buscar conse jo , luz y paz ennuest ro in te r ior y en e l espír i tu que anida en cada uno de nosotros. En resum en, e l dolor nos despier ta y hace que nos re ve l e mos a n te noso t ro s mism os .

Nue s t ro do lo r , e n f in , nos pe rmi t e c ompre nde r me jo r ycompart i r e l dolor de los demás, lo cua l nos hace más sabios ydispuestos a presta r ayuda a los que nos rodean. Como dice

e l hermoso verso v i rg i l iano: «Non ignara mali, miseris succu-rrere disco» (no ignorando e l mal , aprendo a socorrer a los infelices).

Sin embargo, l legados a este punto se podría obje ta r : ¿porqué , entonces, e l dolor produce tan a menudo e l e fec to cont ra r io? ¿Por qué a veces nos i r r ita , nos exaspera y no s empujaal mal, al odio y a la violencia?

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Que esto es así, y ello con lamentable frecuencia, es innegable; pero no debe cons iderarse como un efecto necesario yfata l del dolor. Una observación ps icológica mucho más profunda demuestra c laramente que la mayoría de las veces es tos efectos se deben a la act i tud de opos ic ión que solemosadoptar ante los acontecimientos dolorosos .

Descubriremos que es te es un hecho important ís imo, sobre e l cual debemos concentrar nues tra a tención: las conse

dolor sobreviene una maravi l losa serenidad, una gran fuerzam ora l y una p rofunda paz .

En ciertos casos se puede l legar a una tan plena comprens ión de la función y del valor del sufrimiento, a una aceptación tan voluntariosa , que se experimenta un sent imiento dealegría incluso en medio del mayor sufrimiento.

S an ta Te resa — que hab la de su expe r ienc ia pe rsona l a l

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cuenc ia s de l su f r im ien to y su cua l idad dependen m ás quenada de la act i tud que asumimos frente a é l , de cómo lo recibimos interiormente y de nues tras reacciones externas . SanPablo ya expresó s inté t icamente es ta verdad en la hermosafrase: «Hay dolores que ensalzan y dolores que abisman».

Por e l lo vamos a examinar a cont inuación las diversas act i tudes que podemos asumir ante e l dolor y las consecuenciasque de e l las se deriv an.

S i nos sent imos impotentes ante e l dolor —que es lo quesucede con frecuencia— nos rebelamos contra é l y e l resultado es una exacerbación del dolor, un nuevo dolor que seañade a l primit ivo dolor formándose un c írculo vic ioso queda lugar a errores , culpas , obcecación, desesperación, violencia, etc.

Con las pruebas se sufre menos , a l evi tarse a lgunas de lasc o n s e c u e n c i a s n e g a t i v a s e x t e r n a s , p e r o s e g u i m o s c o n s e r van do las internas : como el abat imiento, la depres ión o la ari dez; de es te modo de e l las no se aprenden buenas lecciones ,s ino meramente a soportar y a aguantar .

La aceptación del dolor presupone, por e l contrario, esaconsciencia de la que hemos hablado anteriormente o un actode fe: fe en Dios y en la bondad de la vida; pero para ser eficaz debe ser una fe viva y activa.

Es acep tando in te l igen tem ente e l do lor com o se aprendede sus múltiples lecciones; se coopera, y ello reconforta y abrevia cons iderablemente e l sufrimiento. Además , no es raro quesuceda un hecho sorprendente: apenas bien aprendida la lección, la causa del sufrimiento desaparece.

En todos y cada uno de los casos , t ras la aceptación del

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respecto en su biografía— califica de misterio a este hecho.Pe ro , a la luz de es tas concepciones , ta l aparente mis terio

tiene una clara explicación.Sabemos, de hecho, que e l hombre no es a lgo s imple , s ino

que es tá compues to de una mult ipl ic idad ps icológica . Exis tenen nosotros div ersos niveles , por lo cual es perfectam ente fact ible que mientras que e l nivel emotivo —por e jemplo— sufre, otro nivel más e levado pueda es tar gozando.

Es pos ible , entonces , que en a lgu nos casos e l gozo y la a legría inherentes a la aceptación espir i tual puedan prevalecerhas ta e l punto de superar e l dolor y de hacerlo desaparecerdirectamente de la conciencia .

Es tos da tos , aunq ue dem as iado suc in tos e incom ple tos de

bido a la vas tedad del tema y a su complej idad, pueden a lmenos ayudar a comprender la profunda jus t i f icación del dolor en la vida de los hombres y su necesaria función evolutiva, así como a sentir la elevada y preciosa tarea a la que podemos ofrecerlo y consagrarlo.

17. Obstáculos al desarrolloespiritual: los apegos

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Durante nuest ro examen de las d i f icul tades y los obstáculos que d i f icul tan y hacen más dolorosa la ascensión de l hombre hac ia las cumbres de la consc ienc ia espir i tua l , hemos destacado a l miedo, e l cua l puede asimila rse a una pará l is is queinmoviliza el pie del caminante y lo deja sin fuerzas y sin ánimos pa ra p rose gu i r su c a mino .

Ahora hablaremos de los múl t ip les apegos —a las persona s , a las cosas y a las formas d e v iv i r— qu e podr ían ser comparados con pesadas bolas de p lomo a tadas a los p ies de l camina n te y que l e imp ide n p rose gu i r su ma rc ha , o a un muroque le obstaculiza el paso y que a veces le obliga incluso a ret roceder .

El hombre que Va viviendo ' , que se de ja a rrast ra r por lacorr iente y jamás se de t iene a estudiarse a s í mismo, no se dac u e n t a — a l m e n o s h a s t a q u e n o s u r g e a l g ú n e l e m e n t og ra ve — de lo e sc l a vo que e s y de lo a t a do que e s t á . Pe roc ua ndo in t e n ta i n i c i a r e l a sc e nso , a ba ndona ndo su mora dahabi tua l y los t r i l lados caminos de la l lanura , pronto se dacuenta de lo numerosas y tenaces que son los apegos que loma n t i e ne n p r i s ione ro .

Estos apegos son de dos c lases:1. A pe gos a c t ivos : i n s t in to s , pa s ione s , de se os y a fe c to s

que nos a tan a o t ras personas o a cosas, y que absorben energía , que exigen t iempo, cuidados y considerac ión, y que d ist r a e n de mú l t ip l e s fo rma s nue s t ra a t e nc ión de l a e l e va dameta a la que aspiramos.

2. A pe gos pa s ivos : son me nos e v ide n te s , pe ro no me nosreales y obstaculizantes. Son la inercia, la pereza física y mora l , la 'pesadez ' , que inmovi l iza por lo ba jo; cua lquier t ipo de

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rut ina , de hábi tos , de t radic ión, de cos tumbres , de 'moldes 'en los que nos refugiamos para obviar nues tro ascenso.

Desde e l punto de vis ta espir i tual y de los verdaderos valores, todo apego apas ionado y exclus ivo o cualquier t ipo deinercia moral se basa en una falsa apreciación y en una visiónequivocada . E l lo deno ta una ausenc ia de pe rspec t iva , unaconcepción parcia l y deforme de la real idad, una violación delas leyes de la armonía y del gran principio jerárquico por los

inicio de la lucha y de la tarea a emprender para la liberacióninterior.Pero aunque hayamos comprendido bien todo es to y desee

m os l ib ra rnos de e l los , los apegos s iguen m anten iendo unaobs t inada res is tencia en nosotros . Rabindranath Tagore lo sup oexpresar bas tante bien en un o de los poem as del Gitanjali:

Tenaces son las cadenas, y el corazón me duelecon sólo intentar romperlas.

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cuales la Divinidad, la Realidad, el Bien, que es el Valor Suprem o, debe r ían ocupa r e l p r im er pues to en nues t ra s m entesy en nues tros corazones y convert i rse en la meta más e levadade nues t ra vo lun tad .

Desde otro punto de vis ta , se puede decir que todo apegoconst i tuye u n error q ue se opon e a las leyes de la vida , ya q uelo que aquél los pretenden es la vana y desesperada empresade cerrar, fijar y congelar una parte de la vida, desarraigándola del res to, mientras que la vida es una unidad sol idariaque , como una inmensa corriente en continuo f luir , cons t i tuyeuna manifes tación dinámica en continua t ransformación. Debido a e ' lo , sucede que lo que en un momento dado era unaayuda, un es t ímulo o una condición favorable a la expans ión,con e l t iemp o l lega a convert i rse en un o bs táculo, una a tad urao una rem ora .

Es to es lo que origina, por e jemplo, e l dra ma del amor mat e rno , cuando la madre no t iene la sabiduría necesaria parat rans form ar l a ca l idad y l a s m ani fe s tac iones de su p rop ioam or , adecuándolas g radua lm ente a l desa r ro l lo de l a pe rsonal idad de sus hi jos .

De el lo se deriva un importante hecho: que los apegos sonun obs táculo a la real ización espir i tual no sólo cuando son delt ipo inferior o negat ivo, s ino también cuando se pueden cal i f icar de 'buenos ' . Son es tos úl t imos , además , los más ins idiosos y tenaces precisamente porque t ienen una aparente ' jus t i ficación'.

Entender bien todo esto, y liberarse con ello de las ilusiones y de la ceguera , es de gran ayu da: es el prim er y necesariopa so . Pero, por sí solo, no es suficiente. Solamente señala el

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Sólo la libertad quiero, pero de aguardarla me avergüenzo.Cierto estoy de que hay en Tí inapreciables riquezas,

de que eres Tú mi m ejor amiga, pero no tengo el valorde desprenderme del oropel que obstruye mi morada.Como de un lienzo de cenizas y de muerte estoy recubierto,un lienzo que detesto, pero que aprieto en mi pecho.Muchas son mis deudas, grandes mis carencias,secreta y agobiante mi vergüenza; mas cuando voy a rogarpor lo que es mi más preciado bien, tiemblo ante el temorde que mi plegaria sea escuchada.

Veam os ahora los d i s t in tos m é todos por los que s e p roduce e l desapego:

1. Método del 'desgarro'

A m en udo la v ida nos lo im pone , desa r ra igánd onos d e unmodo u otro de las personas o cosas de las cuales es tamosapegados . Es la forma más rápida y radical , pero también lamás dolorosa ya que puede susci tar graves reacciones . Perotras un período de tempestad emotiva, durante e l cual pocaayuda se puede pres tar , la persona supera por s í misma es taetapa y sa le de e l la más madura y reforzada.

2. Método de la transmutación

De es ta forma se t ransforman los apegos por medio de lasubl imación de las energías emotivas que los determinaban, ymediante la ampliación y la subs t i tución de los objetos hacia

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los cuales se dir igía . Es la forma más g radu al y armó nica , y a lf inal conduc e a los mism os resu l tados .

Este camino es más o menos fácil en función de las caract e r í s t i c a s d e c a d a i n d i v i d u o , l a s c u a l e s s o n — d e s d e e s t epunto de vis ta— de lo más variadas . Las energías emocionales son, en a lgunas personas , plás t icas , ági lmente mutables ,ta l vez incluso demasiado influenciables ; en otras , por e l cont ra r io — y usando una m e tá fora m a te r ia l— podr íam os dec i r

Así , en un primer momento, se suele amar a Dios por ladulzura interior que e l lo nos proporciona, por la gracia quevierte sobre nosotros o por los benefic ios que esperamos recibir de El . Pos teriormente , y a t ravés de suces ivas y penosaspurif icaciones , l legamos a amarlo de una forma cada vez másdes interesada, más generosa y e levada. Es te es tadio de re lac ión amorosa con Dios ha s ido expresado de forma admirabley con un pro fund o anál is is ps icológico por Santa Teresa y San

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que son más bien densas , viscosas , tenaces , y son, por cons iguiente , muy dif íc i les de t ransformar o de desplazar.

Veamos ahora cómo se puede apl icar es te método al mást í p i c o e i m p o r t a n t e d e l o s a p e g o s : a q u é l q u e l l a m a m o s' a m o r ' .

C o n l a p a l a b r a ' a m o r ' s e d e s i g n a n c o s a s t a n d i s t i n t a scomo: e l amo r sensual e ins t int ivo; los diversos t ipos de amo rpas ional y sent imental ; e l amor mís t ico y e l espir i tual ; e tc .

Es te tema requiere un amplio es tudio, y más adelante nosextenderemos más sobre é l (en e l capí tulo t i tulado Transmutación y sublimación de las energías afectivas), pero por ahora nosl imitaremos a hacer unas cuantas observaciones .

La t ransm utac ión m ás im por tan te y que s e p re sen ta conmás frecuencia es la subl imación del amor pas ional y emotivoen amor espir i tual . Veamos cuáles son las diferencias que hayentre ellos.

El amor pas ional es poses ivo, exigente , acaparador, exclus ivo y celoso. El amo r espir i tual es generoso, respland eciente .Quien ama espir i tualmente , permanece l ibre y da l ibertad.

Las caracterís ticas del amo r espir i tual son:a) Am or a la Divinidad, a l Suprem o, sobre todas las demá s

cosas y criaturas. Pues, al ser el Bien Supremo, requiere y merece ocup ar e l primer pue s to. Es te es el verdadero s ignif icadode la expresión simbólica «Dios es celoso», que tan a menudose ha p res tado a e r ro res de in te rpre tac ión . No obs tan te , e lamor hacia la Divinidad, o como se prefiera llamar al Ser o a laEsencia Universal (El Supremo Valor, la Mente Cósmica, la Suprema Real idad, e tc . ) puede tener dis t intos grados de e levación y de pure za.

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Juan de la Cruz en sus diversas obras ; también podemos perc ibir lo, aunque de forma más concisa , en e l s iguiente poema

de Rabindrana th Tagore :

Muchos son mis deseos y lastimoso mi grito, pero Tú siempreme has salvado con duros rechazos; y de esta gran misericordia seha ido tejiendo mi vida.Día a día, Tú me honras con esos grandes y sencillos dones que meotorgaste sin haberlos pedido — este cielo y la luz, este cuerpo y lavida de la mente — y me m antienes a salvo del peligro de un excesode deseos.Unas veces me demoro perezosamente; otras, me despierto y meapresuro en b usca de la meta; pero Tú, despiadado, te ocultas de mi

vista.Día a día, a base de continuos rechazos, me haces digno de ser internamente aceptado, y me salvas de los peligros de un am or débil e incierto.

b) Am or a todo y a tod os en Dios. Es decir, con referenciaa Dios y como manifes tación de Dios ; como almas que, a lapar que nosotros , buscan e l camino para re tornar a Dios .

c) Amor espir i tual , diferenciado según su objeto. El amorespir i tual no es a lgo fr ío, abs tracto o indiferenciado. Es , porel contrario, a lgo cál ido y vivo que asume diversas cual ida

des específ icas en función de la diferente naturaleza de losseres hacia los que se dir ige y, por cons igu iente , de las d is t int a s re lac iones de a fec to y de s en t im ien to que t enem os conellos.

La ampliación d e la es fera de nues tr as re laciones afect ivas— con un apego cons igu ien te m enor , l im i tado y reduc ido auna sola re lación u objeto— se ve mu y favorecida po r las nue -

vas caracterís t icas que va asumiendo la vida moderna. La ex

pans ión e intens if icación de las re laciones humanas , a consecuencia de los más rápidos y s imples medios de comunicac i ó n , y l o s n u e v o s m o d o s d e v i d a q u e é s t o s c o m p o r t a n ,favorecen múlt iples t ipos de camaradería y cooperación, y corr igen oportunamente la tendencia a l exclus ivismo y a l apegoexcesivo.

Lo mismo puede decirse referente a la subs t i tución de losobjetos sobre los cuales vertemos la mayor parte de nues tras

La danza de Siva tiene un triple significado: primero está la imagen

de su juego rítmico, que simboliza el m ovimiento del Cosmos; después el objetivo de esta danza, que es liberar a las innumerables almas hum anas de la esclavitud de las ilusiones; expresa, finalmente,que el lugar de la danza —el Centro del Universo— está en nuestrocorazón.

Esta misma concepción es tá bel la y suges t ivamente expres ado por Herm ann Keyse r l ing , en e l cap í tu lo que s e t i tu laprecisamente «Divina Comedia» de sus Méditations Sud-Amé-

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energías afectivas: esos tesoros del sentimiento que constituyenel penoso embarras de richesses de muchas a lmas , sobre todo de

las femeninas. La variada y creciente mole de actividades sociales ofrece numerosas ocasiones para explayar benéficamentelos sent imientos que la vida no ha permit ido dotar de un vínculo directo y personal.

También es tá la sus t i tución de los suje tos humanos por sujetos espirituales, tal y como R. W. Emerson reflejó con estabreve pero eficaz frase: «Cuando los semidioses se van, vienen los Dioses».

3. Método de la desdramatización y el humor

Muchas pe rsonas e s tán exces ivam ente apegadas porquesuelen tomarse la vida , las s i tuaciones o las personas con exces iva seriedad. Es tas personas t ienden a tomárselo todo porlo t rágico. Para l iberarse de e l lo deberían cul t ivar una act i tudmás suel ta , más serena y más impersonal .

Se t ra ta de aprender a observar la comedia humana desdea r r i b a , s i n p a r t i c i p a r e n e l l a d e m a s i a d o e m o c i o n a l m e n t e ,como s i la vida del mundo fuera una mera representación teatra l en la cual cada uno t iene su propio papel . Debemos inter

pretar n ues tra pa rte de la mejor forma p os ible , pero s in l legara identificarnos del todo con el personaje.Una de las concepciones hindúes más profundos y genia

les es la 'danza cósmica ' de S iva, deidad que representa unode los t res aspectos del Supremo. Podemos resumirla del s i gu ien te m odo:

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ricaines.Observando y viviendo la vida de es ta forma tan e levada y

con esta libertad, nos damos cuenta de que si bien ésta tienesus lados serios , duros y dolorosos , también posee vert ientesalegres , amenas y luminosas , as í como toda una serie de as pectos cómicos y graciosos. Estos constituyen el justo y necesario contrapeso y equilibrio de aquellos. El arte de vivir cons is te en saber a l ternar oportunamente los dis t intos e lementosy act i tudes ; hacerlo as í es tá en nues tras manos en mucha mayor medida de lo que creemos.

Un arma val ios ís ima para es te f in es e l humorismo, cuyavert iente mejor y más e levada —lejos de ser una vulgar comi

cidad superfic ia l— es tá l lena de sent imiento. Es te t ipo de hum or im pl ica com prens ión , s im pa t ía y com pas ión des in te re s ada .

4. Método de la independencia interior y de laautonomía espiritual

Muchos de nues tros apegos son fruto de una sensación dedependencia hacia los demás, a la necesidad (real o ficticia)de apoyo y ayuda. Muchos creen —y lo temen— que no sa

ben valerse por s í mismos y es tán seguros de perderse s i nose apoyan o se am para n en los dem ás .

Para l ibrarse de es te t ipo de apegos , que nos l imitan y es c lavizan, es necesario tener fe en las pod erosas energías la tentes en e l a lma humana, y presentes en todos nosotros . Es prec i s o r e a f i r m a r n u e s t r a v e r d a d e r a n a t u r a l e z a e s p i r i t u a l

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haciendo una l lamada a nuest ro verdadero ser , a nuest ro Yo

superior y espir i tua l . Esto es lo que es esta r en comunión conla Suprema Real idad Espir i tua l , y en e l la encontraremos todala luz , toda la fuerza y toda la ayuda que necesi temos.

Para te rminar , debemos darnos cuenta de que l ibrarse delos apegos no requiere una ta rea negat iva , n i impl ica una mut i lac ión o a lgún t ipo d e p érdid a .

Tal y como dijo un sabio oriental: «Poco a poco aprenderé is a desapegaros, y descubri ré is que podéis amar a aquel los

18. Obstáculos emotivos ymentales: agresividady criticismo

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que o s son que r idos de una fo rma muc ho má s p ro funda yconstruc t iva '

Logra r de sa pe ga rse s ign i f i c a ha be r c onqu i s t a do l a má se levada d e todas las l iber tades; ta l vez , inc luso, la única y verdadera l iber tad: la libertad de los hijos de Dios.

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A hora e xa mina re mos o t ro de lo s ma yore s obs t á c u los quese oponen a la rea l izac ión espir i tua l : la tendencia a la autoa-f i rmación personal con sus correspondientes manifestac ionesa g r e s i v a s . E s t a s m a n i f e s t a c i o n e s s o n m u y v a r i a d a s , p o s e ye nd o una s u n c a rá c te r má s impu l s ivo y o t ra s una na tu ra l e z amá s me n ta l . La s e xa mina re mos c on jun ta me n te , ya que a me nudo los e lementos emocionales y los e lementos menta les seasoc ian y se entre lazan en nosotros de modo comple jo .

En t re l a s ma n i fe s t a c ione s de c a rá c t e r a g re s ivo pode mosdestacar e l antagonismo en sus d iversas formas: i ra o cólera ,resent imiento , reprobac ión, censura y c r i t ic ismo.

La i ra o cólera es la reacc ión prov ocad a por cua lqu ierobstáculo o amenaza a nuest ra existenc ia o a nuest ra autoaf i r -mación en cua lquiera de los aspec tos de nuest ra v ida . El hecho de que se t ra te de una reacc ión 'na tura l ' no impl ica quesiempre sea oportuna y n i s iquiera venta josa para los f inese go í s t a s de l a a u toa f i rma c ión . No e s r a ro que c on l l e ve undaño evidente : la i ra es una pésima conse jera y s i no se domina puede conducir a excesos y a ac tos de v io lenc ia que , a ligua l que el bu me ran g aust ra l iano, rebotan contra aquel quelos ha lanzado. Esto es a lgo tan pa tente que n i s iquiera va l d r í a l a pe na in s i s t i r e n e l lo , pe ro de sg ra c i a da me n te , ¡ e n l a

vida a menudo nos o lv idamos de las cosas más notor ias y e le me n ta l e s !

Otro e fec to dañino de la i ra es que l i te ra lmente produceautént icos venenos en nuest ro organismo. Estos son provocados po r e l r e se n t imie n to , que pue de c ons ide ra r se c omo unairr i tac ión crónica .

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P ero cons ide ro opor tuno de tene rm e en un a spec to de l a

tendenc ia com ba t iva que m erece una e spec ia l a tenc ión de bido a su ins idiosa y sut i l naturaleza , su enorme difus ión ysus efectos particularmente maléficos. Se trata del criticismo:esa tendencia —o cas i pod ríam os decir que manía general i zada— por censurar y desvalorizar a nues tro prój imo en todaocas ión.

Examinemos por qué ta l tendencia se hal la tan poderosamente difundida: ¿por qué tantas personas , provis tas en otros

femenino que entre e l mascul ino (y es ta cons ta tación no esmía) . Y es que, en efecto, e l hom bre d ispon e de o tros y peore sm edios pa ra m ani fe s ta r sus t endenc ia s com ba t ivas , de loscuales suele hacer amplio uso.

F ina lm ente , e l c r i t i c i sm o sa t i s face — y es un hecho cur ioso— nues tra propia tendencia de comunión con los demás ,aunque bien es c ierto que de forma parcia l y nada edif icante .Es ta apa ren te pa rado ja no debe a som bra rnos dem as iado . Es

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aspec tos de una g ran ca l idad m ora l , s e ded ican con a rdor ,cas i con entus iasmo, a cri t icar a los demás experimentando

con el lo un vivo placer que puede verse refle jado en todo suser: desde el brillo de sus ojos, hasta las inflexiones de su vozo a la animación de sus ges tos?

Un breve aná l i s i s ps ico lóg ico nos pe rm i t i rá com prenderes te hecho con faci l idad. De hecho podemos observar cómom ucha s de la s t endenc ia s fundam enta le s de l hom bre encuentran satisfacción en el criticismo. En primer lugar, criticar sat is face nues tro ins t into de autoafirmación: e l cons ta tar y pone r en ev idenc ia l a s de f ic ienc ia s y deb i l idades a jenas nosproporc iona una agradab le s ensac ión de supe r io r idad y ex

ci ta nues tra vanidad y presunción. En segundo lugar, ofreceun desahogo directo a nues tras energías combativas con unadoble cual idad: por un lado nos proporcionan la sa t is facciónde una fác i l v ic to r ia ob ten ida s in n ingún t ipo de pe l ig ro(pues to que e l enemigo es tá ausente) , mientras que por otroparece a lgo inofens ivo —a veces incluso como un deber— escapando a cualquier freno o censura interna a l haber engañando as í a nues tra propia conciencia moral .

A el lo se añade e l hecho de que para muchas personas quedeben someterse a l dominio de otras s in oponerse , o que de

ben soportar s i tuaciones y condiciones que les resul tan desagradables pero contra las cuales no pueden rebelarse , e l cr i t i c ismo cons t i tuye e l único modo de l iberar su hos t i l idad y susresent imientos reprimidos : es su única válvula de escape paradisminuir sus pres iones internas . Es te hecho explica tambiénpor qué e l cri t ic ismo se hal la más desarrol lado entre e l sexo

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un hecho que lo que más une y reconci l ia a las personas y alos g rupos e s t ene r un enem igo com ún, ya s ea p resun to o

rea l . P or cons igu ien te , no debe sorprende rnos que los hom bres se proporcionen con suma faci l idad e l placer de congeniar y de entenderse con los demás a t ravés de ¡hablar mal desus semejantes! Pero naturalmente , en es tos casos no puededecirse que se t ra ta de una verdadera unión s ino de acomodos temporales y superfic ia les , ya que es tán basados en la se-parat ividad y no en la unidad; es por e l lo que es tos vínculosnegat ivos suelen deshacerse con faci l idad. De es te modo, enel ámbito del cri t ic ismo, no es raro que Tizio y Cayo hablenmal de Sempronio, que poco después Tizio y Sempronio cri t i

quen a Cayo, y que e l lo no excluya que cuando Cayo y Sempron io se encue ntren ¡hagan lo mism o con Tizio!

La actitud psicológica del criticista sistemático, y toda su ridicula presunción, se hal la perfectamente refle jada en la s i guiente anécdota inglesa: dos ancianos escoceses revisan concomplac encia to das las locuras de sus conocidos. Una vez finalizada esta nada breve tarea, uno de ellos observa a modo de conclus ión: «En resumidas cuentas , amigo mío, se pue de decir quetodos los hombres es tán locos , a excepción de nosotros dos ,claro está. .. Au nq ue, bien mir ado , tu también estás un poco.. .»

Una part icular manifes tación del cri t ic ismo la cons t i tuyenla burla y e l escarnio. Todos los pioneros e innovadores hans ido r idicul izados e incluso tachados de desequil ibrados .

Sería conveniente des tacar que exis te una diferencia radical, aunque frecuentemente no reconocida, entre la burla y e lhumorismo. La burla es antagónica , intrans igente y cas i s iempre cruel . Por e l contrario, e l humorismo es tá dotado de in-

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du lge nc ia , bonda d y c ompre ns ión . Es t e ú l t imo c ons i s t e e n

contemplar desde lo a l to , en su justa medida y proporc ión, lasde b i l i da de s hum a na s . Y el ve rda de ro h umor i s t a e s a quel que ,ante tod o, . . . ¡se ríe de s í mism o!

¿Cómo podemos l legar a l ibrarnos de nuest ra tendencia a lcriticismo?

Existen var ios me dios m uy ef icaces:

1. Transformación y sublimación

T é n g a s e e n c u e n t a q u e n o e s t a m o s h a b l a n d o d e u n apse udo-bonda d pa s iva , dé b i l y se n t ime n ta l , s ino de l a bon dad espir i tua l , que es potente , d inámica e i r radiante . Es unt i p o d e b o n d a d c o m o l a d e S a n F r a n c i s c o d e A s í s , q u ea ma ns ó a l l obo de G ubb io y a muc hos ' l obos huma nos ' . Es labonda d de su homón imo , Sa n F ra nc i sc o de Sa le s , c uya du l z u ra e impe r tu rba b le bond a d p rodu je ron num e rosa s c onve r siones. El poder de la dulzura se ha l la magníf icamente re f le jado en un agu do proverb io toscano: «Se cazan más mos cas

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La tendencia a la c r í t ica puede t ransformarse en una sut i l

y sabia d iscr iminac ión. Esta no es tan sólo legí t ima, s ino también necesar ia . En rea l idad, y a l contra r io de lo que sost ienen falgunos, no criticar no significa no reparar en las deficienciasajenas o cerrar los ojos frente a éstas, ni mucho menos cederpasivamente a las in justas exigencias de los demás.

Lo que dist ingue a l c r i t ic ismo de una justa y adecuada disc r iminac ión es la ac t i tud in te rna frente a l descubrimiento delos defectos ajenos: mientras que el criticista se siente complac ido más o menos consc ientemente , e l que d iscr imina sufrecon e l lo ; no sólo no acentúa n i d i funde ta les defec tos, s inoque se s iente impulsado a compadecer y a ayudar a las personas imperfec tas . Le jos de complacerse en su propia superior i dad , prefer ir ía q ue e l o t ro fuese igua l o superior que é l , deseaque aquél se corrija y actúa con este fin. Si en alguna ocasión—por a mor a l a ve rda d , po r ma n te ne r se f i e l a su s p rop iosprinc ipios o también por e l b ien de los demás— el que d iscr i mina e sp i r i t ua lme n te se ve ob l iga do a ma n i fe s t a r a b i e r t a me n te su d i se n t imie n to , de be a mone s t a r o a dve r t i r a n t e unas i tua c ión , o de be de fe nde r a lguna c a usa , i n s t i t uc ión o pe r sona in ju s t a me n te a t a c a da s , l o ha c e c on fue rz a y va l e n t í a ,

pero s iempre de forma serena e impersonal .

2. Desarrollo de las cualidades opuestas

Esta s c ua l ida de s pue de n d iv id i r se e n dos g rupos . E l p r i mero abarca la bondad, la dulzura , la generosidad y e l amor.

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con una sola gota de miel que con cien barriles de hiél». Esto

es a lgo tan evidente que resul ta superf luo insis t i r más en e l lo .También en este caso se trata ' tan sólo' de llevarlo a la práctica.

E l se gundo g rupo de c ua l ida de s e s t á c ons t i t u ido po r l ae s t ima , l a s a l a ba nz a s , l a g ra t i t ud y l a c ons t a n te a c e n tua c iónde l l a do bue no de l a s c osa s , de lo s hombre s o de l a s c i r c uns t a nc ia s . A e s te t i po de a p re c i a c ión no rma lme n te se l esue le l l a ma r op t imi smo , pe ro no se t r a t a de un op t imi smoc ie go y supe r f i c i a l . Pue de n ve r se c l a ra me n te todos lo s a s pe c to s de l a v ida , i nc lu so lo s má s o sc u ros o ne ga t ivos , pe ro

e n tonc e s se d i r ige n c o nsc i e n te m e n te l a a t e nc ión , el i n t e ré s ye l aprec io hac ia los posi t ivos.Según una c i ta de Alphonse Karr : «El pesimista ve la es

pina ba jo la rosa , mie ntras que e l opt imis ta ve la rosa sobre lae sp ina » . O b ie n , u t i l i z a ndo o t ra ima ge n : «A n te un va so dea gua l l e no ha s t a l a mi t a d , e l pe s imis t a l o ve me d io va c íomientras que para e l opt imista está medio l leno».

Es t a a c t i t ud l a e xp re só poé t i c a me n te V i t to r i a A ga noorPompil j a t ravés de l s iguiente d iá logo entre San Franc isco yuno de sus frailes:

«San Francisco, me parece oír el triste silbarde las serpientes bajo los arbolillos».«Yo no escucho más que el plácido susurrardel pinar y el himno de los pajarillos».«San Francisco, desde el estanque y p or la salvaje víame llega un aliento que apesta.»«Y o sólo huelo a tomillo y a hiniesta

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Y del estanque bebo salud y alegría».

«San Francisco, aquí el suelo se hunde y, además,llégala noche y estamos lejos de las celdas».«Levanta tus ojos del fango, hombre, y verásen los celestes huertos renacer las estrellas».

Esta cordia l percepción del lado bueno y luminoso de todas las cosas y de todos los seres, facilita y alegra la vida. Nosproporcion a la luz y las fuerzas necesarias para pod er l ibrarnos de esos sent imientos de descon tento, de mal humor, de

car de 'm ágico ' : facil i tan e l camin o, disuelve n los obs táculos yatraen e l bien. Sea como fuere , lo c ierto es que producen unaadmirable t ransformación interna: crean en nosotros una arm onía , una s e ren idad y una p rofunda paz «que nada puedeperturbar y en la cual el alma crece como la flor sagrada sobrelas aguas mansas».

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rebel ión o de resent imiento contra las c ircuns tancias , contra lavida, o incluso contra e l mism o D ios , y que co ns t i tuyen e l as

pec to m ás am arg o , m ás to rm en toso , m ás c iego y t am biénm ás m ezquino de todos nues t ros do lores y adve rs idades .

Osamos cri t icar a Dios y acusarlo —más o menos conscientemente— de insens ibi l idad, de dureza y de crueldad hac ia noso t ros m ism os o a los dem ás , s in n i s iqu ie ra da rnoscuenta de lo r idículo de nues tras presunciones y s in recordarcuántas veces , con la dis tancia del t iempo, hemos terminadopor reconocer la función espir i tualm ente benéfica del dolor.

Es necesario que sepamos ver la acción de Dios , inclusocuando nos parece dura y adversa . Víctor Hugo escribió una

fina apología a este respecto:

... el caballo debe ser maniqueo.Ahrimán le hace daño; Onnuz le hace el bien;cada día, bajo la fusta, se siente despedazado,siente tras él al terrible patrón invisible,ese desconocido demonio que lo cubre de golpes;al anochecer, ve a un ser dulce, bueno y solícitoque le da de comer y de beber,que pone paja fresca en su negro establo,que intenta apaciguar su dolor con calmantesy su dura fatiga con el reposo.Uno de ellos le persigue, pero el otro le ama.Y el caballo se dice a sí mismo:«Son dos»; pero son el mismo.

Muchos opinan que la es t ima, la a labanza o la grat i tud poseen un poder sobre las c ircuns tancias que podríamos cal i f i -

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T e r c e r a P a r te

La espiritualidad en la vidacotidiana

19. La espiritualidaddel siglo XX

El t í tu lo de este estudio quizás pueda parecer paradój ico .Creo, además, que los pesimistas , los d i famadores de la v ida

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c on te mporá ne a o lo s p ro fe t a s de l a de c a de nc ia de l t i po de

Spengler , lo considerarán t r is temente i rónico .Reconozcamos que los aspec tos más l lamat ivos y aparentes de esta par te de s ig lo ya t ranscurr ida parecen dar les la ra zón. El panorama externo presenta carac te res c la ramente mate r ia l is tas y a menudo ant i -espir i tua les .

De hecho, y ya desde su comienzo, se aprec ia un rápidodesarrol lo de la técnica y una c rec iente va lorac ión de l b ienesta r mater ia l , así como un esfuerzo cada vez mayor encaminado a obtenerlo . Es una época en la que predomina e l cul topor e l d inero , cuyo prest ig io y poder va en aumento , y en la

que e l éxi to prác t ico y mater ia l es s ímbolo y prueba de l va lorde l i nd iv iduo .La sed de r iqueza y de poder , las ambic iones individua les

y colec t ivas, los sueños de b ienes mater ia les , las r iva l idades,las incomprensiones y los miedos rec íprocos entre las nac iones, culminaron con las dos te rr ib les guerras mundia les .

Una vez f ina l izadas éstas , se sufr ie ron las consecuenciasde una turbia posguerra : la propagac ión de la v io lenc ia , unadesenfrenada codic ia económica , la l icenc iosidad sexual y labú squ eda de p laceres, e l despi l fa rro de una s fáci les ganan c ias , los duros enfrentamientos dentro de todas las nac iones yentre las nac ion es, e tc .

En e l aspec to cul tura l encontramos un desin te rés por losva lores y los idea les t radic iona les, una inc l inac ión cada vezmayor por la c ienc ia , e l in te rés v i ta l d i r ig ido casi por completo hacia el mundo exterior, fi losofías de tipo más o menoscon sc ie ntem ente m ater ia l is ta , posi t iv is ta y rea l is ta . Y en la

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vida ind iv idua l y soc ia l , una im por tanc ia exage rada de los

asu nto s depo rtiv os y el culto al cue rpo físico, a su fuerza y asu des treza . En la actual idad, ¡un boxeador puede ganar mil lones por un comb ate y un par t ido de fútbol pue de a traer amás de c ien mil espectadores!

Au nqu e los m ovim ien tos revo luc iona r ios y de recons t ruc ción nacional y socia l es tuvieron animados por un soplo deidea l i sm o, su ca rác te r y m ani fe s tac iones t am bién han s idomateria l is tas , con punzantes y violentos movimientos de ma

contrario, uno de los obs táculos más ins idiosos para la espir i tual idad. En resumen: e l s iglo XIX había perdido todo contacto con las fuerzas vivas , tanto naturales como espir i tuales ,y estaba en un callejón sin salida.

P or e s te m ot ivo , l a ' r evo luc ión de l a s fue rzas t e lú r icas '- s eg ún l a ace r tada denom inac ión de Keyse r l ing- con su des pertar de las fuerzas ins t int ivas , primigenias e i rracionales ,pero sanas y vivas , cons t i tuyó una reacción, un re torno a losorígenes necesario para poder abandonar ese cal le jón s in sa

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sas que rea f i rm an va lo res de ca rác te r ne tam ente t e lú r ico ,como son e l apego a la t ierra y a la raza , y que ponen en pri

mer plano los problemas de t ipo pol í t ico, económico y organizat ivo.

Es te breve cuadro demuestra que no me hago i lus iones ni ,c iertamente , ideal izo es te s iglo. Pero la mera cons ta tación delos fenómenos acaecidos no es sufic iente ; y menos aún e l l i mitarse a cri t icarlos o a dep lorarlos .

Todo es tudioso y observador de la vida t iene e l deber decomprender los datos que va descubriendo, y para e l lo es necesario nj l imitarse a sus manifes taciones más aparentes , nocons iderarlos a is ladamente y, sobre todo, no tomar pos ic iones

apresuradas a favor o en contra de e l los . Es preciso no serprejuic iosos y poner a un lado las opiniones o preferenciaspe rsona le s .

Si intentamos hacer todo esto con respecto al siglo XX, susemb lante asum e una expres ión muy dis t inta : en sus du ras ya to rm entadas facc iones podem os descubr i r una nueva a lm ay, en sus ojos, pod em os ver bri l lar una n ueva luz .

En primer lugar, debemos cons iderar e l s iglo XX en re lac ión con e l XIX que le dio origen. Reco rdemo s qu e és te , sobretod o dura nte los úl t imos decenios , a pesar de su barniz h um anis ta y su idea l i sm o ve rba l pod ía cons ide ra rs e cua lqu ie rcosa menos espir i tual . En la vida socia l predominaba e l concepto burgués , y en la f i losofía : e l materia l ismo, e l pos i t i vismo y el escepticismo. La literatura era realista, sensual, rom á n t i c a y d e c a d e n t e . S u c u l t u r a e r a , e n g e n e r a l ,inte lectual is ta ; y e l inte lectual ismo no es espir i tual , s ino por e l

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lida y salvar así la civilización de una peligrosa decadencia y

descom pos ic ión .Pero esta justificación no basta para valorar y caracterizarla espir i tual idad del s iglo XX. A es te respecto debemos plantearnos una serie de preguntas muy precisas : ¿Exis ten, junto alos fenóm enos m enc ionados , c la ros ind ic ios de e sp i r i tua l i dad? ¿Es pos ible espir i tual izar las fuerzas te lúricas desencadenadas? ¿De qué m anera?

Antes de intentar responder a es tas preguntas , es necesario aclarar ní t idamente qué es lo que entendemos por $espí-r i tu&. Tal y como expresaron con acierto los ant iguos sabios

chinos y como reafirma la nueva c iencia de la semántica , a lobjeto de todo es tudio que pueda ser cons iderado de serio, detodo intercambio de ideas , de toda discus ión fecunda, es necesario precisar los conceptos y aclarar perfectamen te e l s ignif icado que se a tr ibuye a las palabras . ¡Cuántas veces part imossolemnemente con las lanzas en r is t re para combatir contram o l i n o s d e v i e n t o ! ¡ C u á n t a s v e c e s c r e a m o s i n c o n s c i e n t e mente una caricatura , una imagen irreal de un adversario, deuna teoría o de una idea, logrando sobre e l las una vic toria taninút i l como vana!

Si hay una palabra que se pres te a malentendidos , incomprens iones o confus iones , es precisamente la palabra espíritu.Ello no debe extrañarnos , pues s i surgen equívocos y errorescon palabras que des ignan hechos o conceptos más definidosy más accesibles, más fácil aún es que surjan (y de hecho hansurg id o y s egu i rán surg iend o) con re spec to a una pa labraque indica una real idad tan e levada, tan dif íc i l de captar y de

exper im enta r , y cas i im pos ib le de fo rm ula r rac iona lm ente .Por cons iguiente , es tota lmente imprescindible intentar precisarla con la máxima claridad pos ible . Veamos, ante todo, quées lo que el espíritu no es .

Se confunde frecuentemente espír i tu con inte l igencia , confus ión favorecida por la ambigüedad del término francés es-prit y el a lemá n Geist con que se des ignan es tas dos real idadestan dis t intas . Otras veces la palabra espír i tu se ut i l iza en e lsent ido de ps iq ue o carácter ps icológico, como po r e jemplo en

t ivas que se agi tan en é l ; todo lo que le ayu da a reconoceruna real idad más amplia y superior , ya sea socia l o ideal , y ainsertarse en e l la a travesando los l ímites de su propia persona l idad .

En es te sent ido —y en un grado u otro— son manifes tac iones espir i tuales :

El valor, como superación del ins t into de conservación f í sica;

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la expres ión 'espír i tu de los t iempos ' usada para referirse inc luso a t iempos nada espir i tuales .

Para des ignar de forma apropiada qué es e l 'espír i tu ' , esnecesario dis t inguir c laramente lo que és te es en esencia —ensu real idad úl t ima— d e lo que son sus manifes taciones : lascaracterísticas con las que se revela ante nosotros y las formasen que lo percibimos y lo reconocemos en nosotros mismos yen los dem ás , as í como en la naturale za y en la his toria .

En sí mismo, el Espíritu es la Realidad Suprema en su aspecto t rascendente , es decir , absoluto y desprovis to de cualquier Lmitación o determinación concreta . En consecuencia ,t rasciende cualquier l ímite de t iempo o de espacio, as í comocualquier t ipo de vínculo materia l . Es ta suprema y absolutaR e a l i d a d n o p u e d e s e r c o n o c i d a i n t e l e c t u a l m e n t e , p o r q u et ra sc iende la m ente hum ana , no obs tan te pued e s e r pos tu ladaracionalmente , cul t ivada intui t ivamente y, de a lguna manera ,expe r im entada m ís t i cam ente .

Dicho es to, vamos a cons iderar lo que son las manifes tac iones del Espíri tu , que es a lgo que nos resul ta mucho másacces ible y nos a tañe m ás dire ctamen te .

El Espíri tu cons t i tuye e l e lemento de t rascendencia , de su

perioridad, de permanencia , de potencia , de l ibertad, de inter ioridad, de creat ividad, de armonía y de s íntes is en toda man i fe s tac ión , t an to ind iv idua l com o soc ia l . As í pues , en e lhombre, es espir i tual (en una u otra medida) todo aquel lo quele indu ce a t rascender su exclus ivismo egoís ta , sus mied os , suinercia , su hedonismo; todo lo que le l leva a disc ipl inar, dominar y dir igir las fuerzas descompues tas , ins t int ivas y emo-

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El amor y la entrega a otro ser humano, a la familia, a lapatr ia o a la humanidad, en cuanto que superación del egoí smo ;

El sentido de la responsab ilidad;El sentido de cooperación, d e sociabilidad y d e solidari

dad;El desinterés, y más aún la entrega y el sacrificio;La voluntad, en su verdadero sent ido de principio y capa

cidad d e auto dom inio, e lección, disc ipl ina y s íntes is;La comprensión — que supone l a am pl iac ión de nues t ra

es fe ra de conc ienc ia con su cor re spondien te iden t i f i cac ións impática con otros seres y con otras manifes taciones de lav ida un ive rsa l— es , sobre todo , com prens ión de e s ta v idauniversal, de su significado y de su finalidad, con el reconocimiento de esa Voluntad y Poder inte l igente , sabio y amorosodel cual proviene e l universo , y que dir ige y guía la evoluciónhacia una meta gloriosa .

No se pueden valorar por igual todas es tas manifes taciones del espír i tu; su valor es re la t ivo a l individuo o a l gruposocial en e l que se revelan. Es por e l lo que mientras que pueden represen ta r una t ra s cendenc ia , una supe rac ión o una l i beración para un individuo o una colect ividad en concreto,pueden cons t i tuir s in embargo una l imitación, una barrera ouna p os tur a pas iva par a otros y, en consecuencia , repre sentara lgo no e sp i r i tua l o d i rec tam ente an t i -e sp i r i tua l pa ra e l los .Es to es a lgo que no admite e t iquetas ni juic ios absolutos o es tá t icos . Nos encontramos en un ámbito en e l cual la vida esalgo diferenciado y concreto, inserto en e l t iemp o, en e l es pacio y en la materia ; es , por con s iguiente , un ámbito de re la-

d o n e s , de perspect ivas , de escalas de valores , de jerarquías y

de desarrol los .Así, por ejemplo, el valor físico que hace afrontar los peli

gros es una expres ión genuina de espir i tual idad, pero es pri m i t ivo y e lem enta l en com parac ión con e l va lo r m ora l . E lamor a la famil ia , que hace que e l hombre abandone su egoísmo y le induce a aceptar sus deberes y responsabi l idades ,también es una forma de espir i tual idad sumamente aprecia-ble, pero a lgo l imitada s i la comparamos con e l amor, la sol i da r idad o l a en t rega que va d i r ig ida a una com unidad o a

cuya expres ión carecen de los medios y los órganos ps icofís i -cos necesarios .

Es así que es tas experiencias , es tos actos e lementales , pro dujeron una gran aceleración en e l desarrol lo personal de mil lones de individuos . Imaginemos e l caso de un campesino de1914, acos tum brado a l re s t r ing ido ám bi to de su m onótona ytosca vida, cas i más vegetat iva que humana, l imitada a la sat is facción de unos pocos ins t intos e intereses e lementales , e

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todo un pueb lo , con sus m i l lones de ind iv iduos , o d i rec ta

m ente a toda l a hum anidad .No obs tante , y para evi tar eventuales malentendidos , cabe

señalar que es tas esferas progres ivamente más amplias de lav ida e sp i r i tua l no anu lan n i exc luyen l a s p receden tes , s inoque las apoyan. El hombre puede l legar a reconocer y real izarlas dis t intas formas de espir i tual idad tan sólo de forma gradua lm ente a scenden te .

Una vez descritas las principales características de la espir i tual idad, s i bien de forma necesariamente somera y meramente indicat iva , podemos pasar a cons iderar cuáles de e l las

se manifies tan en e l s iglo XX y de q ué mo do.Desde es te punto de vis ta , más amplio y más profundo, e l

aspecto del s iglo XX cambia cons iderablemente . Hay que reconoce r que e l desencadenam ien to de l a s fue rzas t e lú r icas ,acaecido tanto a lo largo de las dos guerras mundiales comodurante las dis t intas revoluciones que las s iguieron, dio ocasión a innumerables actos de valor y de coraje, de sacrificio,de sol idaridad y de a l t ruismo individual y colect ivo.

Cabe señalar que, para mil lones de individuos primit ivos ,el valor físico, el desprecio hacia el peligro, el soportar el do

lor, pract icar la entereza du ran te e l sufrimiento, la so l idarida dy la entrega, fueron las formas de espir i tual idad adecuadas asu nivel y a t ravés de las cuales podía n e levarse .

Es injus to, y revela además una gran fa l ta de comprens ióny por lo tanto de espir i tual idad, e l pre tender en aquél los quetodavía no es tán maduros unas formas de espir i tual idad para

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i luminada únicamente por e l apego a su famil ia . Imaginemos

a es te campesino sorprendido y t ras tornado ante los acontecimientos de la guerra , que es forzosamente adies trado en lasdiversas act ividades mil i tares y enviado a varios frentes encontacto con compañeros y superiores , con enemigos y a l iad o s , expues to a bombardeos , a la dura vida de las t r incheras ,part íc ipe de vic torias y de derrotas , obl igado a la disc ipl ina yal autodominio, enfermo o herido, l levado as í a experimentarmiles de noved oso s aspect os de la vida . . . ¡Qué diferencia!¡Qué intens if icación de las experiencias y de la vida! ¡Quéape r tu ra m enta l !

Pasemos a cons iderar las evoluciones mecánicas y técnicasde nuestra civilización. El aspecto exterior, tal y como ya hemos señ alado anterio rmen te , es bás icamente m ateria l ista . Peroconsideremos también los tesoros que son la inteligencia, la tenacidad, la voluntad, los sufrimientos, los riesgos y los sacrific ios prod igad os por los hom bres de cara a la conquis ta y a ldom inio d e la materia . Despu és , la e levación del nivel de vidacolect iva . F inalmente , los importantes benefic ios ocas ionadospor es te dominio de la materia : la l iberación del homb re de lostrabajos más peno sos y embru tecedores y la disminu ción d elas horas de t rabajo, con la cons iguiente oportunidad para todos de disponer de t iempo y de energía sufic ientes para dedicarse a actividades culturales, artísticas o espirituales.

Otro aspecto —que puede parecer ant iespir i tual pero que,por e l con t ra r io , inc luye exce len te s p r inc ip ios y represen tauna prometedora evolución en e l sent ido espir i tual— que caracteriza a l s iglo XX es la prepo nder ancia del aspecto socia l ycolect ivo sobre e l individu al .

También aquí las apariencias mues tran su lado peor: lasmasas humanas son primit ivas y su predominio parece amenazar los valores espir i tuales supe riores . Pero aqu í es necesario eliminar un gran equívoco: una cosa es la masa amorfa olas mult i tudes incontroladas , y otra muy dis t inta son las colect ividades organizadas y las nuevas formas de vida socia lque se van desarrol lando dentro de los dis t intos organismosnacionales. Son dos cosas no sólo distintas, sino en cierto aspecto también opues tas .

ferenciado de vida espir i tual . Y aquí surge la cues t ión de loscometidos y funciones de las élites o 'ar is tocracias espir i tuales ' , que son com et idos im por tan te s y ac tua lm ente m ás u r gen te s que nun ca .

Se t ra ta de contener, domin ar y discipl inar las fuerzas telúricas con e l f in de que no i rrumpan en forma de mult i tudesdes truct ivas ; de e levar y canal izar f i rmemente la espir i tual i dad e lemental de las masas , semi-inconsciente e impregnadad e t e l u r i s m o , l l e v á n d o l a a m a n i f e s t a c i o n e s c a d a v e z m á s

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La m uchedum bre e s a tom ís t i ca , ind i fe ren te , regres iva ya táv ica , y en e l l a e l ind iv iduo s e p ie rde y em pequeñece ;puede crear la i lus ión de l ibertad, pero en real idad es tá dominada por los dem ago gos .

La colect ividad organizada, s in embargo, es orgánica y seencuen t ra a r t i cu lada en g rupos j e rá rqu icos p rogres ivam entemayores , de forma que los individuos son a l mismo t iempodi r ig idos y d i r igen te s , sub y supraord in ados ; apre nden a obe decer, pero también a mandar; t ienen deberes y responsabi l i da de s , pero también poderes precisos y efect ivos .

No obs tante , en es ta nueva vida socia l se mezclan nivelesmuy dis t intos . Part ic ipan en e l la numerosos individuos pocoevolucionados y poco diferenciados que aportan a los nuevosgrupos sociales la vieja actitud pasiva. Pero ello es inevitable;y, en cualquier caso, és tos habrían permanecido as í .

Más b ien hay que reconoce r ab ie r t am ente e l pe l ig ro deuna exces iva preponderancia del e lemento socia l y colect ivosobre e l individual . Es preciso que exis ta un equil ibrio o, mejor aún, una ' tens ión creat iva ' —en palabras de keyserl ing—ent re am bos .

Volviendo al problema de las masas humanas , es necesa

rio que los hombres evolucionen lo mejor y más rápidamentepos ib le de l a s m ul t i tudes o de l ' r ebaño ' a l g rupo . S e t ra taesencia lmente de un problema que a tañe a una labor de educación individual y socia l , que es una responsabi l idad y undebe r p rec i so de los hom bres y g rupos e sp i r i tua lm ente m áscul tos y más despiertos .

De es ta forma, nos e levamos a un nivel superior y más di-

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conscientes , e levadas , puras y cons truct ivas .

Se t ra ta de crear un nuevo arte para e l pueblo, que no de'popula r iza r ' en su s en t ido peyora t ivo .

Tales tareas parecen difíciles de llevar a cabo, pero debem os recorda r la m agni tud de l pode r p la sm ad or y c reador de le sp í r i tu . Las m ul t i tudes , por su m ism a pas iv idad , son porotra parte muy recept ivas y plás t icas . Carlyle y otros han dem os t rado cóm o lo hé roes y los gen ios han im pregnado y hant rans form ado m edian te su in f luenc ia a todo un pueb lo , unacul tura o un s iglo.

Por otro lado, los nuevos medios de difus ión y de comunicación permiten una mayor faci l idad, rapidez y extens ión dedichas influencias . La escasez de es tos seres superiores puedeser en gran parte compensada por la colaboración unánime yorgan izada de g rupos de hom bres de buena vo lun tad , e sp i r i tualmente act ivos y despiertos .

Ad em ás , s i bien es verdad que los héroes , los sabios y losgenios no se pueden fabricar en serie , mediante la búsquedade supe rdo tados y una educac ión adecuada pa ra e l los , y — engeneral— con la ut i l ización de medios educat ivos basados enla nueva psicología integral y en sus técnicas psicosintéticas,

s e puede favorece r cons ide rab lem ente l a ac t ivac ión de l a sgrandes potencia l idades la tentes en e l superconsciente y en e lS í Mism o.

Por lo tanto, es necesario que es tos acuerdos y colaborac iones en t re los t raba jadores e sp i r i tua le s s e e s tab lezcan lomás rápida y eficazmente pos ible .

Pero antes de hablar de la formación de estas élites, es pre-

ciso considerar otras características de la espiritualidad del si

glo XX.Ya en los mism os com ienzos d e es te s iglo surgiero n en to

dos los sectores de la cul tura vivaces movimientos de reacción contra las tendencias materia l is tas y pos i t ivis tas imperantes durante el siglo anterior. En el ámbito de las cienciasbiológicas , la interpretación mecanicis ta del evolucionismodarwinis ta fue superada por conceptos más amplios . En e l dela medicina se produjo una rápida t ransformación: las directrices, puram ente ana tóm icas y pa to lóg icas , que o to rgaban

En el ámbito filosófico, la metafísica positivista y racional is ta fue eficazmente rebat ida por los diversos movimientosideal is tas , por e l brote de esplr i tual ismo y por las fuertes corr ientes ant i - inte lectual is tas , las cuales cons t i tuyeron la act i tud más general izada y t ípica de la nueva generación.

Una discipl ina muy part icular —la ps icología— que es tásituada entre las ciencias naturales y la filosofía, ha adquiridoen e l s iglo XX una notable y animada evolución. Sometida enun pr inc ip io a l pos i t iv i sm o, ráp idam ente s e fue l ibe rando

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una m áxim a im por tanc ia a los agen tes pa tógenos ex te rnos

(microbios, etc.) y a las lesiones locales, fue cediendo terrenoa un concepto más diná mico de la vida orgánica , que tenía encuenta tanto la cons t i tución individ ual , como la acción de lasfuerzas psicológicas y espirituales sobre el cuerpo.

Esta acción, a menudo superior, de las energías psíquicas yespir i tuales fue es tudiada y en muchos casos demostrada demo do irrebatible por una nu eva ciencia: la parap sicolog ía. Estudios serios y rigurosos demostraron la existencia de fenómenos y de poderes para y supra-normales . Algunos c ient í f icoseminentes, como el fisiólogo Richet o los físicos Lodge y Ba

rrer , han l legado a demostrar que hay una a l ta probabil idadde que la ps ique individua l sobreviva a la mu erte del c uerpo.Pero en el frente científico la ofensiva más victoriosa y de

cisiva fue quizás la de la física, que hizo literalmente desaparecer ante los atónitos ojos de los materialistas su 'materia ', esdecir , aquel la ent idad a la que a tr ibuían determinadas propiedades de masa, dens idad e inercia .

Los físicos no sólo han fundido la materia en energía, sinoque también han demostrado que todos los fenómenos energéticos se verifican según complejas y precisas fórmulas ma

temáticas. Y esto significa —y así lo afirman abiertamente—que la base de todos es tos fenómenos es tá cons t i tuida por unac to de l pensam ien to , ya que una fó rm ula m a tem át ica e sesencia lmente pensamiento, razón y espír i tu . Así se demuestra como verdadera y genial la intuición de la filosofía antigua: «Dios hace geometría».

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para orientarse hacia un sent ido más amplio y espir i tual .

En e l ámbito cons iderado más específ icamente como espir i tual y re l igioso, e l s iglo XX ha producido importantes desarrol los e indudables progresos . A es te respecto podemos reseñar t res tendencias principales que con e l t iempo se han idopropagando y v igor izando cada vez m ás .

1) La tende ncia a la ampliación , a la uni ver salid ad y a las íntes is . El ant i - inte lectual ismo también se consol idó en es tecam po en fo rm a de an t i -dogm at i sm o y de an t i - fo rm a l i sm o.Empieza a tener lugar un creciente reconocimiento de la relatividad de toda formulación doctr inal y de toda s is tematizaciónformalis ta , y se comprenden cada vez mejor como meramenteindicat ivas y s imbólicas . El lo no implica que sean negadas osupri mida s , s ino que son colocadas en su jus to lugar.

A e l lo ha con t r ibu ido en g ran m edida e l m ayor conoc i miento, tanto en profundidad como en extens ión, de los conceptos espir i tuales de otros pueblos ; sobre todo de los orienta les y, en part icular , de los hindúes . Se puede decir que conel lo se inic ió una v erda dera s íntes is cul tural y espir i tual entreOr ien te y Occ iden te , cuyo a lcance y consecuenc ia s puedenllegar a ser enorm es: pu ede n l levar a que se pro duz ca la unif icación, no formal o externa, s ino interna y sus tancia l , detoda l a hum anidad .

2) La seg und a tende ncia es la interiorización y la experiencia espiritual directa, que se manifiesta en el creciente interés por la mística y por los métodos de disciplina y de conq u i s t a i n t e r i o r e s : c o n c e n t r a c i ó n , m e d i t a c i ó n , i l u m i n a c i ó n ,yoga, etc.

227

3) La tercera es la tend enci a a llevar la espi ritu alid ad a la

vida cot idiana, tanto a nivel indiv idua l como socia l .Exis ten también dos factores de suma importan cia :1 ) Nos encam inam os hac ia una e sp i r i tua l idad in tegra l

(que podríamos l lamar ps icos íntes is espir i tual) que contempla a l hombre en su totalidad, s in compart imientos es tancos ,sin oposición entre el corazón y la mente, entre el alma y elcuerpo, o entre la vida interior y la vida práct ica , y que sehace extensiva a la vida social.

2) Asis t imos a un ráp ido crecimiento d e la labor, bú squ eda

Provis tos de es ta vis ión general izada, es tamos en condic iones de com pren der cuáles son las neces ida des má s urgentes del momento actual , as í como de prepararnos para actuarcon decis ión. Deb emos enfrentarnos a la s i tuación. El mo mento que es tamos viviendo es realmente dif íc i l : es un período de t rans ic ión.

He aquí un resumen de a lgunos de los presentes problem as y debe res .

1) Comprender lo que es tá sucediendo. El lo cons t i tuye la

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y despe r ta r e sp i r i tua le s de un núm ero cada vez m ayor de

personas . De e llo no exis ten demasiad as manifes taciones aparentes , ya que se t ra ta de hechos internos que muchos prefieren mantener ocul tos , pero puedo ofrecer un tes t imonio realmente s ignif icat ivo: e l del ps icólogo y ps iquiatra C.G. Jung,quien en uno de sus l ibros —significat ivamente t i tulado Elhombre moderno en busca de un alma— declara lo s iguiente :

«Durante los úl t imos t re inta años han acudido a mi consul ta perso nas de todas las regiones del mu nd o. He curado acentenares de enfermos . . . De entre todos los que se encontraban en la segunda mitad de su vida, es decir , los mayores de

tre inta y c inco años , no había ni s iquiera uno cuyo problemano fuese, en última instancia, hallar una visión religiosa de lavida.»

Se puede decir que la humanidad, en su conjunto, se encuentra no sólo en medio de una cris is económica, pol í t ica ysocia l , s ino también espir i tual , aun a pesar de que muchos nolo reconozcan consc ien tem ente . De hecho , m uchos hom bresenfermos y preocupados ignoran la causa profunda de su malhas ta que no se les ayuda a comprenderla .

Es ta tarea es la más noble que se puede real izar en nuest ros t i em pos y e s adem ás l a m ayor p rom esa de e spe ranzapara e l futuro.

Según los más des tacados observadores , es ta labor es laque realmente conducirá a l nacimiento de un nuevo t ipo decivilización, es decir, a la llegada de una nueva era para la hum a n i d a d .

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base indispensable .

2) Aceptar , sopor tánd olos con valor y con a legría , cualquier t ipo de desas tres , contrariedades e inconvenientes .

3) Colabo rar act ivam ente a la cons trucción de la nueva c ivilización. Ser parte de los constructores.

Tal cons trucción, a l igual que cualquier otra gran obra , nopuede ser l levado a cabo por individuos a is lados . De ahí laneces idad an te r io rm ente expresada de que s e c reen élites ogrupos de ' t rabajo espir i tual ' . Dichos grupos deberán poseertoda u na serie de nu eva s caracterís t icas : debe rán ser l iberales ,flexibles y universales; la unión en ellos será de carácter interno y es tará cons t i tuida por una comprens ión común, porun fervor común y por un común impulso de servir a la humanidad; pero tendrá que haber una tota l l ibertad de conceptos pa r t i cu la re s , de m é todos y de cam pos de t raba jo . Es taun ión p rovendrá de una p rofunda am is tad y f ra te rn idad e s p i r i tua le s , y no de neces idades o rgan iza t ivas ex te rnas . Laobra de es tas élites cons is t i rá sobre todo en: proporcionar directr ices, fomentar inic ia t ivas , educar, i lumina r y e levar en todos los aspectos de la vida y de las act ividades humanas . Esincalculable todo lo que as í podrá l legar a hacerse . De el lo ha

b la t am bién Herm ann Keyse r ling :«La to ta l idad de l o rgan i sm o he redado e s t rans to rnada y

se descompone; e l a lma se entreabre de forma natural y seproduce una refus ión general que tan sólo aguarda e l advenimiento de la impronta espir i tual que le dotará de una nuevaform a . Es p rec i s am ente e sta inm e nsa pos ib i l idad , v i s lum brada y present ida por mil lones de hombres , lo que en defini-

t iva alimenta el entusiasmo, el fervor y el espíritu de sacrificioque se evidencia en las revoluc iones de cua lquier nac ión. Yel lo se debe a que e l hombre , aunque consc ientemente c reasólo en los datos y en los valores terrenales, es en el fondo Espíritu...

«La pos ib i l i da d que t i e ne e l Esp í r i t u , e n e s t e mome n tocruc ia l de la h is tor ia , de dar un gigantesco paso ade lante ensu proceso de i r rupc ión en e l ámbi to te lúr ico , es dec ididamente única . De ahora en ade lante todo depende de la in ic ia t iva espir itua l , y por lo tanto pers onal , de los homb res.»

20. Transmutación y subl imaciónde las energías afectivasy sexuales

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Si e s a s í —y somos muc hos lo s que e s t a mos to t a lme n te

c onve nc idos de e l lo— fo rm ula m os una fe rv i e n te l l a m a dapara que con dec idido propósi to todas las a lmas despier tas ,las mentes i luminadas y los corazones generosos sean dignosde esta maravi l losa oportunidad, para que pueda l legar a instaurarse la nueva y gloriosa Era del Espíritu.

230

Es opo r tuno —inc luso ne c e sa r io— a f ron ta r l o s d i f í c i l e s

problemas re lac ionados con e l amor, para ver cómo podemosintentar resolver las numerosas y graves d i f icul tades que suelen presen tarse en este campo, y a rreglar las d iscordias qu egenera lmente provoca en e l a lma humana y que dan lugar at a n to s d ra ma s ín t imos .

Los confl ic tos que t ienen lugar en la esfera amorosa sonmuy nume rosos . Se p roduc e n c on f l i c to s e n t re l o s impu l sosinst in t ivos y las mil y una c i rcunstanc ias o razones que impiden el víncu lo; diver gen cias entre la atracción de los sentid osy las aspirac iones de los sent imientos; ant inom ias entre los de

seos susc i tados por la pasión o las emociones y e l sent ido de ldeber , de la responsabi l idad y de la d ignidad; desarmonías ent re los apegos a fec t ivos a una de terminada persona y las l la madas y requerimientos de o t ro amor más e levado y p leno.

A menudo, todos estos confl ic tos sue len ser causa de profundas preocupaciones y agudos sufr imientos, de nobles luchas y de magníficas victorias, de purificación y de elevación:son e l los los que en rea l idad marcan las e tapas más importantes de la ascensión de l a lm a.

Tales luchas in te rn as forman por e l lo par te de la experien

c i a h u m a n a m á s v i t a l , y r e s u l t a i n ú t i l i n t e n t a r r e h u i r l a s .Aquel que por fa lso pudor , miedo o ignoranc ia , evi ta tomaruna c la ra posic ión frente a estos prob lemas , comete un granerror y se expone a caer con más fac i l idad en manos de losde má s . Pe ro a que l que , po r e l c on t ra r io , t i e ne e l va lo r deafrontar resue l tamente las cuest iones y las s i tuac iones in te rnas y externas que le depara la v ida , y las examina serena-

231

mente a la luz de l espír i tu , puede disipar muchas confusionese i lusiones, evi ta r e rrores y culpas , y aho rrars e , tanto a s ími sm o c omo a lo s de m á s , t oda una se r ie de su f r imie n tosinút i les . También encontrará que existen un gran número defo rma s in sospe c ha da s e i nc lu so ine spe ra da s de a rmon iz a r l a senergías d isonantes que le permit i rán resolver d igna y fe l iz me n te todos sus p ro b le ma s v i t a l e s.

Veamos cuá les son las d i fe rentes ac t i tudes que se puedenadoptar f rente a los mencionados confl ic tos.

t iempos modernos, ya sea como reacc ión frente a un previoexceso de represión, ya sea como consecuencia de l debi l i ta miento de l sent imiento re l ig ioso y mora l y de la acentuac iónde los derechos de l individuo frente a sus deberes y obl igac iones.

E l r e g re so a la na tu ra le z a p ro pug na d o po r R ousse a u y po rsus seguidores, la recuperac ión de los idea les gr iegos hedo-nísticos y estéticos, el materialismo y el positivismo filosóficoy prác t ico , e l r íg ido individua l ismo nórdico representado porIbsen y , en resumen, todos los movimientos in te lec tua les más

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1. La represión de los elementos inferioresAquel los que poseen un concepto r íg idamente dua l is ta y

separa t is ta , que consideran los inst in tos y las pasiones comoa lgo funda me n ta lme n te ne ga t ivo e impuro , t i e nde n na tu ra l mente a considerar los con horror y d isgusto y a hacer cua l quier t ipo de esfuerzo para repr im ir los y suprimir los.

Pero esta actitud da lugar a graves inconvenientes. Los estudios psicológicos demuestran que estas fuerzas v ivas y existentes en nosotros no se puede n sup rimir o e l iminar. Con la represión tan sólo se consigue impedir la manifestación externa yparalizarla, lo cual requiere de una fuerza contraria de igual intensidad que la contrarresta. Pero esta inhibición forzada no esla solución adecuada y satisfactoria, porque requiere un considerable gasto de energías que agota y deprime las demás ac t i v idades, provocando además una fuer te tensión in te rna de lacua l puede n der iva rse c r isis o trastornos nerviosos y psíquicos.

De esta expl icac ión der ivan mayormente las opiniones delos que a f i rman que la cont inenc ia sexual es perjudic ia l pa rala sa lud. Pero , en rea l idad, no es la cast idad en sí misma laculpable de todos estos t ra tornos, s ino e l método equivocado

que se emplea .

2. Permitir el libre desahogo de las pasionesy de los instintos

Esta ac t i tud se ha ido extendiendo cada vez más en los

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impor t a n te s de l pa sa do s ig lo , c on t r ibuye ron e n d ive r so g ra doa crear el culto del Yo personal, a justificar el l ibre desahogode los inst in tos y de los impulsos, y e l abandono a cua lquierpasión y a cua lquier capricho.

Como ya es sabido, los resul tados de estas corr ientes fueron desast rosos tanto a n ive l individua l como colec t ivo.

La sa t isfacc ión y la fe l ic idad soñadas por aquel los que hab ía n a ba ndona do su p rop ia p r imoge n i tu ra e sp i r i t ua l j a má sl legaron a manifesta rse . Normalmente , t ras los excesos, sue leaparecer e l d isgusto , e l agotamiento y la desazón. A menudo,

las pasiones pueden no verse sa t isfechas debido a una fa l tade correspond encia por par te de los dem ás, así como por e lchoque con ot ras pasiones opuestas . La ausencia de un apoyointer ior hace que e l hombre se vue lva in t ranqui lo , incapaz debasta rse a s í mismo, esc lavo de cua lquier cambio in te r ior o decualquier v ivencia externa . El somet imiento a la na tura lezainfer ior susc i ta después —incluso en aquel los que se considera n c on me nos p re ju i c io s— un so rdo de sc on te n to , una p ro testa cont inua de ese u l t ra jado e lemento espir i tua l que se hal l a p re se n te e n toda pe r sona . La voz de l a c onc ie nc ia noproporc iona ni un minuto de paz y es inút i l in tentar cerra r losoídos a e l la a turd iéndo se en una cont inua agi tac ión, o sofocar la cayendo en excesos cada vez mayores.

En resumen: e l método de l desahogo y de l abandono a losinst in tos y a las pasiones, no sólo contrasta con los pr inc ipiossupe r io re s mora l e s s ino que , a de má s , t a mpoc o p ropo rc ionaninguna sa t isfacc ión duradera .

211

Afortunadamente , exis te una tercera pos tura que no pre

senta los inconvenientes de las otras dos y que puede conducir a la liberación, a la satisfacción y a la paz:

3. La transformación y sublimación de las energíasinstintivas, pasionales y sentimentales

Este método no sólo se conoce desde hace mucho t iemposino que además , a l t ra tarse de un método bueno y 'natural 'en e l sent ido más e levad o de la palabra —o sea, ade cua do a la

t icos cris t ianos intuyeron y señalaron más o menos explíc i tamente e l método de la subl imación. Por e jemplo San Juan dela Cruz, que afirma: «Sólo e l amor superior puede vencer a linferior», y añade: «De las pas ion es y de los apet i tos nacenla s v i r tudes , cuando e s ta s pas iones son regu ladas y equ i l i b radas . . . » . P e ro pa ra s i tua rnos en nues t ros t i em pos y an teunas expos ic iones más precisas y concretas , c i taré ante todoun insospechado tes t imonio, e l de un c ient í f ico pos i t ivis ta :S igm und F reud . Al e s tud ia r l a v ida s exua l y em oc iona l desus enfermos , seguramente tuvo ocas ión de cons ta tar la exis

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verdadera naturaleza del hombre y a la vía de e levación queés te debe recorrer— ha s ido pract icado exi tosamente por muchas personas qu e, por intuic ión, s in darse cuen ta , s in saberloo s i n n i s i q u i e r a d e s e a r l o c o n s c i e n t e m e n t e , h a n s e g u i d os iempre los dic támenes y las indicaciones de ese Guía interiordel que nunca carecen aquel los que s inceramente intentan hacer el bien.

Dicho método es tá en la base de la a lquimia — de la verdadera a lquimia— de carácter espir i tual que ut i l izaba s ímbolosmateria les para expresar real idades y procesos internos .

El azufre, la sal y el mercurio de los que hablan los alquimis tas representan los dis t intos e lementos de la ps ique humana. El recipiente en el que se mezclaban, el Athanor, s im boliza al propio hombre. Al fuego sobre el cual se deposita tieneel s ignif icat ivo nombre de Incendium amoris, y s imboliza esafuerza transformadora que es el calor del amor espiritual. Lass u s t a n c i a s s o m e t i d a s a e s t e p r o c e d i m i e n t o p a s a n p o r t r e stransformaciones : en una primera fase en la cual se vuelvennegras , l lamada de putrefacción, corresponde a l es tadio de lapurgación o purificación de la que hablan los místicos; en lasegunda fase se vuelven blancas y se t ransforman en pla ta , y

ello corresponde a la iluminación del alma; finalmente, en latercera y más elevada fase, se vuelven rojas y se transformanen oro, ese oro espiritual que es la conclusión de la MagnwnOpus y que corresponde a l glorioso es tado uni t ivo de los místicos.

Tam bién a lgunos de los m ayores y m ás equ i l ib rados m ís -

234

tencia de es ta sorprendente pos ibi l idad de t ransformación yde subl imación. He aquí lo que afirma basándose en sus propias observaciones :

«Los elementos del instinto sexual se caracterizan precisamente por ser a l tamente suscept ibles de ser subl imados , pu-diendo cambiarse su finalidad sexual por otra más remota y so-cia lmente más apreciable . Toda esa cant idad de energía as ípreservadas puede canalizarse hacia las producciones psíquicas,y a ello debemo s segura men te los mayo res logros culturales.»

Y el escri tor inglés Edward Carpenter , que también habíaes tudiado ampliamente los hechos y las leyes de la vida sexual , af i rmó todavía más explíc i tamente:

« ¿ N o p o d r í a m o s d e c i r a c a s o q u e p r o b a b l e m e n t e e x i s t euna especie de t ransformación continuamente actuada y ac-tuable en e l ser humano? La sensual idad y e l amor —la Afrod i t a P andem os y l a Afrod i ta Ouran ios— pueden su t i lm entepermutarse . Es un hecho de la experiencia ordinaria que e ldesahogo incon t ra s tado de l deseo puram ente f í s i co de ja l ana tu ra leza hum ana pr ivada de sus m ás e levadas ene rg ía s deam or ; m ien t ra s que s i l a s a t i s facc ión f í s i ca e s negada , e lcuerpo se sobrecarga de ondas emocionales , a veces has ta ungrado exces ivo y pel igroso. S in embargo, es pos ible t ransform ar e l am or em oc iona l — frenando o im pid iendo su expre s ión— en ese influjo sut i l y om nipe netr ante que es e l amo r espiritual.»

Finalmente, reflejaré el importante testimonio del gran filósofo a lemán Schopenhauer:

2 ^

«En esos días y horas en que la tendencia a la voluptuos i

dad es cada vez más fuerte . . . es precisamente cuando tambiénson más e levadas las energías espir i tuales . . . y es tán más dis ponibles para ser act ivadas a l máximo, mientras que —por e lcontrario— permanecen la tentes cuando la conciencia se som e te a l a av idez . Con apenas un vá l ido e s fue rzo s e puedecambiar de dirección y entonces la conciencia , en lugar deabrigar es tas ans ias tormentosas , miserables y desesperadas ,puede dedicarse a act ividades más e levadas imbuida de esaselevadas energías espir i tuales .»

A part i r de és tas y de otras muchas observaciones , pode

Este es e l caso evidente de muchos art is tas y escri tores .P or e jem plo , podem os pensa r en Dante , en Wagner y , m ásm odernam ente , en F ogazza ro .

También puede decirse lo mismo de muchos f i lántropos ,educadores y t raba jadores soc ia le s . En é s tos , a m enudo s eprodu ce una sub l im ac ión de l am or m a te rno y pa te rno , lo cua lcons t i tuye una ve rdade ra m a te rn idad y pa te rn idad e sp i r i tua lque se expresa en su capacidad para curar los cuerpos y lasa lm as (m édicos , m onjas , enfe rm eras , educadores , a s i s t en te ssociales, directores espirituales, etc.).

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mos precisar de la s iguiente forma el mo do en q ue se desarrolla este proceso:1. Trans form ac ión de l a s d i s t in ta s m ani fe s tac iones de l

amor la una en la otra.O dicho de otra manera: I . Transformación de las energías

sexuales ins t int ivas en emociones y sent imientos .Así , un amor noble y e levado ayuda eficazmente a regu

lar , a disc ipl inar y a calmar los impu lsos ins t int ivos .2. S ubl im ac ión de l a s em oc iones y de los s en t im ien tos

personales en a mor e spir i tual hacia las a lmas y hacia Dios .

Es ta subl imación del amor humano en amor re l igioso seencuentra refle jada en la vida de muc hos mís t icos y santos .Aquí , s in emb argo, es necesario poner se en guardia contra

la s pseudo-sub l im ac iones , que no son m ás que m ásca ras ysus t i tuc iones de l am or hum ano . Aunque t am bién s e dan ca sos intermedios , en los que se empieza por la sus t i tución y sel lega a una subl imación más o menos completa .

Hay una serie de caracterís t icas que permiten dis t inguirl a s ve rdade ras sub l im ac iones de l a s m eras pseudo-sub l im aciones . En las primeras , e l amor asume un carácter cada vez

más impersonal , universal y des interesado, cada vez más gene roso y m enos poses ivo , i r rad ian te y no s en t im enta l . Es tet i p o d e s u b l i m a c i ó n p o d r í a e x p r e s a r s e t a m b i é n d e l a s i guiente forma:

II. Transformación y subl imación de las energías emocionales y sexuales en obras creativas y benéficas.

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No hay que creer que sólo un genio o una persona excepcional puede real izar ta les subl imaciones . Cualquiera de nosotros puede hacerlo en a lguna medida. Ante todo es necesar i o a s p i r a r a e l l o , p r o p o n é r s e l o s e r i a m e n t e , d e c i d i r s e ydesearlo f i rmemen te . El lo cons t i tuye un benéfico impu lso yuna orden que las energías ps íquicas obedecen.

Así pues , será necesario pa sar a la acción externa con resolución y lanzarse a es tas nuevas act ividades has ta a traer hacias í las energías a t ransformar, y sumergirse en esa act ividadcon interés vi ta l , con fervor y con arrojo. De es te modo todasnues tras energías empe zará n a f luir . Lo imp ortan te es no re

p r im i r la s , no in ten ta r supr im i r o a le ja r con hos t i l idad l a senergías inferiores , s ino dominarlas con apacible f i rmeza, encauzando mientras tanto las energías superiores hacia cualquier forma de expres ión. No se trata de amar menos, sino deamar mejor.

El hom bre m oderno a m enudo com ete e l e r ro r de endure cer sus propios sent imientos mediante e l inte lectual ismo, laactividad estéril, la ambición y el egoísmo. De esta forma loúnico que cons ig ue es cortar los vínculos entre los dis t intosaspectos del amor.

En lugar de e l lo, sería necesario amar s in miedo: amar apersonas , a ideales , a nobles causas socia les , nacionales y human as ; amar lo bel lo, ama r lo sup rem o. La fuerza i rradian te yascendente de un amor as í a traerá hacia s í y absorberá lasenergías sexuales , pas ionales y emotivas .

Cuando se ama de es te modo, dar es crear . Dar es crear de

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muc ha s fo rma s , se gún lo s c a sos y l a p rop ia c a pa c ida d de

cada uno, pero es s iempre un di fundirse , entregarse e i r ra dia rse gastan do las propias energías .Esta forma de tratar el problema del amor es algo distinta

de la habi tua l , pero espero haber demostrado que se basa enhechos y en leyes de la v ida p lenamente demostrados, que esla más amplia y la más completa, la más elevada y, en su conjun to , t a mb ié n l a má s p rá c t i c a , y que e s l a ún ic a que nosofrece realmente la solución apropiada para poder ajusfar lasdiscordias in te rnas en una sín tesis a rmónica y c rea t iva .

21. Din ero y v ida espir itual

Existen todavía tantos pre ju ic ios y tanta desconfianza entorno a la espir i tua l idad que no me extrañaría . . . que a lgunosde los lec tores se sorprendiesen por e l t í tu lo de este estudio .Por consiguiente , quizás no sea de l todo inút i l reaf i rmar que

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la espir i tua l idad no consiste en teor ías o abst racc iones y queno se t ra ta de n ingún idea l ismo a le jado de la v ida .En pr imer lugar , la espir i tua l idad consiste en considerar

lo s p rob le ma s de l a v ida de sde un pun to de v i s t a e l e va do ,comprensivo y s in té t ico; en probarlo todo en base a los verdaderos valores; en intentar l legar a la esencia de los hechos, sinde jarse a rrast ra r por las apar ienc ias externas, s in de ja rse convencer por las opiniones t radic iona les, s in de ja rse inf luenc iarpor las masas, n i por las tendencias, las emociones o los preju ic ios personales.

Cier to es que esto no es nada fác i l y se r ía una autént icap re sunc ión pe nsa r que se pue d e c onse gu i r p l e na me n te . Pe rointentar lo no sólo es l íc i to , s ino que además const i tuye un deber muy concre to ; porque la luz espir i tua l proyec tada sobrelos var iados y comple jos problemas individua les y colec t ivosreve la soluc iones y muestra las formas de evi ta r muchos pe l i gros y e rrores, ahorrarnos muchos sufr imientos y , por consi guiente , proporc ionarnos inca lculables benefic ios.

La concepción espir i tua l de la v ida y de sus manifestac iones, le jos de ser teór ica o no prác t ica , es eminentemente revo

luc ionaria , d inámica y c rea t iva .Es revoluc ionaria porque , a la luz de l espír i tu , se evidenc i a que l a s va lo ra c ione s o rd ina r i a s y lo s c ompor t a mie n tosp rá c t i c os que de e l l a s se de r iva n e s t á n funda me n ta lme n teequivocados. Esto es na tura l e inevi table , porque estas va lorac iones y estos comportamientos son egocéntr icos y separa t istas y, dada la falsa perspectiva sobre la cual se basan, defor-

man la real idad y crean barreras art i f ic ia les en lo que verda

de ram ente e s una so la v ida . P or cons igu ien te , e l pun to devis ta espir i tual produce una especie de ' revolución coperni-cana ' a l sus t i tuir las concepciones antropocéntricas y personal is tas por un 'hel iocentrismo espir i tual ' , lo cual s i túa en sujus to lugar los hechos y los problemas , pero, sobre todo, también a nosotros mismos .

La espir i tual id ad es dinám ica y creat iva por que los cambios de perspectiva, la alteración de los valores, el despejar laniebla de las i lus iones y la t ransfiguración del mu nd o y de lavida debida a es ta nueva luz , provocan profundos cambios en

requ ie ren m ás que n ingún o t ro s e r exam inados y e s tud iados

a la luz del espíritu.S e t r a t a d e n u e s t r o s c o m p o r t a m i e n t o s c o n r e s p e c t o a l

amor (entendido en su sent ido más amplio que incluye también la sexual idad , aun qu e no se l imita a és ta) , y con respectoa l d ine ro . Ya nos hem os ocupado an te r io rm ente de l p r im erproblema, por lo que ahora , con la ayuda de otras personasque también se han interesado sobre es te tema, intentaré cons ide ra r b revem en te e l s egundo .

Si nos autoexaminamos con valerosa s inceridad —que es

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nosotros , desvelan nuevas y potentes energías , ensanchan e lcamp o de nues tra acción sobre los dem ás y t ransform an engran medida la cal idad de dichas acciones .

Por e l lo resul ta sumamente oportuna es ta labor de revis ión radical que las a lmas más i luminadas y fervorosas intentan en todos los aspectos de la vida hu ma na.

Tal revis ión espir i tual implica una doble acción: primeramente , una c lara comprens ión y una decidida reafirmación delos principios y valores e ternos del espír i tu; después , la apl i cación de es tos principios y valores a los problem as concretos ,

persona les y socia les de nues tra época.De hecho, en cada época y en cada individuo es tos problemas asumen aspectos muy dis t intos . En la escena de la vida— s o b r e t o d o a c t u a l m e n t e — n o s ó l o c o m p a r e c e n n u e v o sacontecimientos , nuevas condiciones y nuevas energías , s inoque los múlt iples factores pre-exis tentes se agregan ademásen combinaciones diversas creando nuevas formas . Por cons igu ien te , aunq ue pa r t i endo s iem pre de los m ism os pun to s in iciales, para que las soluciones espir i tuales resul ten adecuadasa es ta s iemp re muta ble real idad y sean eficaces en la práct ica ,

deben ser plás t icas y, en c ierto sent ido, s iempre nuevas y ori ginales .En t re los m uch os p rob lem as que ac tua lm ente opr im en a l a

humanidad, hay dos que t ienen un interés centra l y que es tánrelacio nado s con los má s fuertes imp ulso s de acción en lavida de los individuos y de la colect ividad. Por cons iguiente ,

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condición indispensable para seguir una vida espir i tual digna

de t a l nom bre— reconoce rem os que e l pensam ien to de l d i ne ro nos p rovoca p rofundas e in tensas re sonanc ia s , un tu multo de oscuras emociones y de reacciones apas ionadas quedemuestran que e l 'v i l metal ' toca puntos muy sens ibles denues t ra pe rsona l idad .

Conv iene po ner luz sobre es te caos , para lo cual es precisoque aflore a nues tra conciencia todo aquel lo que se encuentraen los bajos fondos de nuestro inconsciente. Ello implica eliminar toda censura . Pero entonces emerge una turbia oleadaen la que se entre te jen corrientes de m iedo , de deseo, de codi

c ia y de apego, junto con sent imientos de culpa, de envidia yde resent imiento.

Intentemos l legar a l origen de es tas fuerzas con la ayudade Hermann Keyserl ing, quien a nues tro juic io ha indagadomejor que ningún otro las oscuras ra íces te lúricas de aquel loque desde lo bajo se ha desarrol lado en la personal idad humana: lo que en e l la hay de mineral , de vegeta l y de animal ,s in por e l lo caer en e l error —cometido por otros inves t igadores de los bajos fondos— de ignorar aquel lo que, por e l cont ra r io , t i ene un o r igen supe r io r to ta lm ente independien te y

que é l denom inaba m uy ap rop iada m ente ' la i r rupc ión de l Es pír i tu ' .

En sus Méditations Sud-Américaines, que quizás sea su obram ás p rofunda , y t am bién en su l ib ro an to lóg ico Vie intime,Keyserl ing pone en evidencia dos tendencias principales quese hal lan jus tamente en la ra íz de la vida . La primera es e l

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Miedo originario, con respecto a l cual nos señala lo s iguiente :

«este miedo originario no se refiere a la muerte, sino a la carestía»; es decir, se trata de miedo a la carencia del alimentonecesario, del miedo a l hamb re.

«Probablemente e l lo se deba a la exis tencia de un oscuro,pero intenso recuerdo a távico por la preocupante neces idadde procurarse a l imentos , lo cual cons t i tuía una continua angus t i a pa ra e l hom bre p r im i t ivo . Com o sa lvagua rda con t raes te Miedo originario •—pros igue dic iendo— aparece e l inst into de seguridad, e l cual cons t i tuye e l primer impulso act ivo de todo ser viviente .» Y el ins t into de p ropie dad se desa

tras hipócri tas jus t i f icaciones— sobre cualquier otro móvil o

freno superior , y no es raro que a menudo l legue a superar inc luso a l ins t into de conservación.

S i pud iéram os da rnos cuenta de la cant idad de del i tos , t ra i ciones, robos, despotismos, prostituciones físicas y morales, ybajezas de todo t ipo que, más o menos encubiertas , los sereshum anos l l egan a com ete r co t id ianam ente en nom bre de l aauri sacra james —la execrable avidez de dinero— quedaríamosprofundamente t ras tornados , por no decir a terrorizados . Y s idespués hic iésemos un s incero autoexamen sobre es te aspecto,

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rrolla , según él , a part i r de ese ins t into de segur idad.A la otra tendencia fundamental que surge de los bajosfondos del inconsciente —y que es la antítesis dinámica de lapr im era— Keyse r l ing l a denom inó Ham bre o r ig ina r ia , aunque a f in de evi tar confus iones sería más adecuado l lamarlaAvidez originaria . En palabras de Keyserl ing, es ta tendenciaes «el principio m otor d e todo crecimiento. Ahora bien, el crecimiento, por su propia esencia, aspira al infinito y ya desdesus in ic ia s no reconoce n ingún l ím i te com o de f in i t ivo . Enconsecuencia , es te Hambre originario o primigenio es origi

nalmente agres ivo e insaciable . Por su propia naturaleza seopone a cualquier ins t into de seguridad; e l r iesgo es su e lemento, lo i l imitado es cons tantemente su objet ivo. De e l lo sederiva un confl ic to originario con todo aquel lo que perteneceal ámbito de la Propiedad y del Derecho. En los bajos fondost iene lugar una perpetua y encarnizada lucha entre e l Hambre y e l Miedo; no exis te a l l í ningún equil ibrio permanente ya rm ónico» .

No es dif íc i l percatarse de que en nues tra c ivi l ización materialista estas dos tendencias se manifiestan en forma de co

d ic ia , que pe rs igue adqui r i r y conse rva r l a m ayor can t idadposible de dinero y de otros bienes materia les . A pesar de losmilenios t ra nscur ridos y e l parcia l refinamiento de la vida humana, es todavía tan arrol ladura la fuerza de es tos ins t intosque gene ra lm ente p reva lecen — ya s ea con m ani fe s tac ionesviolentas , ya sea de forma engañosa e indirecta , dis frazada

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temo que podríamos l levarnos a lguna desagradable sorpresa .

De todo es to se han dado buena cuenta los e levados Seresque han ven ido a in ten ta r l a d i f í c i l t a rea de e leva r m ora l -mente y despertar espír i tualmente a los hombres , l ibrándolosdel sometimiento a sus pas iones .

Así pues , Buddha abandonó en un principio todas sus r i quezas y poses iones para i r en busca de la Verdad, y después ,t ras haber a lcanzado la i luminación, para ayudar a los hombres a l iberarse del dolor que es fruto del deseo. Y todavíamuchos s iglos antes de la l legada de Buddha, todos aquel losque en la India habían a lcanzado un c ierto nivel espir i tual so

l ían renunciar a todos los bienes terrenales y se convert ían ensannyas in , l l evando una v ida m endican te .

Jesús, por otra parte , advirt ió en más de una ocas ión conduras palabras de los graves pel igros que para la vida espir i tua l represen tan l a s r iquezas . A es te re spec to su ac to m ásenérgico y combativo, y también e l más conocido, fue e l expulsar del templo a aquel los cuya avidez por e l dinero les había l levado a profanarlo.

Es ta act i tud contraria a l dinero cont inuó ma nten iénd osedu ran te los s iglos del cris t ianismo has ta culminar en e l dramático y subl ime ges to de San Francisco de Asís , que renunció a todo cuanto poseía e incluso a la ropa que l levaba enc i m a y c e l e b r ó j u b i l o s o s u m í s t i c a b o d a c o n l a s e ñ o r apobreza . F ren te a t a le s com por tam ien tos y a l a s fo rm as devida que de e l los se derivan, surgen de forma espontánea ennoso t ros dos p reguntas :

24 \

1 • Bajo un punto de vista espiritual, ¿son justas y necesa

rias es tas act itudes? ¿Es necesario cond enar e l dinero para po der vivir espir i tualmente?2. Y de ser así, ¿es factible vivir d e este mod o en nue stro s

tiempos?La respues ta a la segunda pregunta es fáci l . Transcurridos

a lgunos pocos decen ios después de l a m uer te de S an F rancisco, la Comunidad Franciscana acordó que una vida regularen e l convento no era práct icamente pos ible s in manejar dinero y s in poseer, de un modo u otro, edif ic ios o terrenos .Es to dio lugar a fuertes controvers ias entre los seguidore s r i

esas act i tudes negat ivas hacia e l dinero, representada por una

concepción tota lmente opues ta y que, s in embargo, se inspiraen principios re l igiosos . De acuerdo con es ta concepción, queimpregna e l Antiguo Tes tamento, la r iqueza y la prosperidadserían, por e l contrario, señales tangibles del favor de Dios yel premio por conducirse jus ta y rectamente . La pobreza y lasadvers idades , en cambio, serían consecuencia del cas t igo divino o, como mínimo, e l resul tado de los errores de pensamien to, sent imiento o condu cta , tanto individua les como colectivos.

Tal concepción fue re tomada por a lgunas corrientes re l i

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g u r o s o s d e l a R e g l a p r i m i t i v a y a q u e l l o s q u e p r e t e n d í a nadaptarla a las exigencias de la vida práct ica . Es tos úl t imosllevaron las de ganar, y actualmente los religiosos franciscanos se s i rven de todo s los med ios qu e ofrece la vida mo dern a,desde el sello hasta el buzón, desde el tren hasta el coche o elavión, pag and o regu larme nte por su uso. Por lo tanto, s i es tolo hacen incluso los hijos de San Francisco, con má s razón todavía podemos hacerlo nosotros , los la icos , enredados en losmil y un problemas de la vida económica, famil iar y socia l eínt imamente integrados , no sólo por neces idad s ino tambiénpor propia e lección, en la vida de nues tros t iempos . Y el lo

convencidos de que cualquier t ransformación de es ta vida, ene l s en t ido e sp i r i tua l , no puede s e r hecha desde fue ra y deform a a jena , s ino desde den t ro de su con jun to y ac tuandocomo fermento.

Consideremos ahora la primera y más dif íc i l pregunta .En primer lugar, es preciso ponerse en guardia contra las

fáci les degeneraciones e hipocres ías a las que puede dar lugarel desprecio por e l dinero. El lo puede convert i rse en una cómoda máscara para ocul tar la pereza, la debi l idad o las bajezas; puede dar lugar a l paras i t ismo individual y colect ivo. En

rea l idad e s to ha ocur r ido ya , sobre todo en e l pasado , porejemplo en la India , en donde e l c l ima, las condiciones devida y la mentalidad colectiva lo hacían más fácilmente factible.

Pero todavía exis te una objeción más fundamental contra

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giosas y espir i tuales modernas y en e l la se basa , más o menosconscientemente , la mental idad americana. De es te modo eléxi to práct ico y los valores personales l legan a ident if icarse .Aqu él es señal y prue ba d e és te .

Veamos qué puede haber de c ierto en es ta teoría . S i Dioses bueno , a f i rm an convenc idos sus de fensores , s i Dios e samor, s i desea lo mejor para e l hombre y quiere que és te dis frute de una vida plena, a legre y ' r ica ' no puede es tar en contra de que e l hom bre ut i l ice al máx imo los bienes terrenos q uela naturaleza le otorga tan copiosamente .

S i exis te —y evidentemente exis te— una jerarquía entrelos re inos de la naturaleza , es de orden natural y divino quelos reinos inferiores estén al servicio de los reinos superiores.En los re inos subhumanos sucede espontáneamente: e l re inomineral hace pos ible la exis tencia de la vida vegeta l que sealimenta gracias a ellos, y la contribución y el 'sacrificio' deambos re inos es necesario para la manifes tación de la vidaan im a l .

Exis te una re lación s imilar entre los re inos subhumanos ylos humanos . La vida del hombre neces i ta en gran medida de

la contribución de los otros tres reinos. Por ello, los excesos ylos abusos por parte del hombre no jus t i f ican la condena espiritual y la renuncia práctica a la recta utilización.

P ero todav ía hay m ás : con una adecuada u t i l i zac ión , e lhombre no sólo recibe beneficios de los otros reinos —o, utilizando una expresión más realista, los disfruta— sino que les

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da much o a cambio, e levándolos y refinándolos en much os as

pectos . ¿Acaso no pod em os decir que en c ierto sent ido e l hombre glorifica y sublima la materia mineral extrayendo de la oscuridad de la t ierra las gema s apris ionadas y t ransformán dolasen refulgentes brillantes, en rubíes, en topacios o en brillanteszafiros? ¿Acaso no imita de a lgún modo el poder de Dios a lt ransformar las pesadas e inertes masas d e metal en del icadís imos y vibrantes mecanism os pu lsantes d e vida, sabios en e l tomar y transformar las más sutiles energías del éter?

P e ro l a obra bené f ica de l hom bre s e desa r ro l l a de unaforma mucho más importante sobre e l re ino vegetal y animal .

Hay todav ía otro e lemento de verda d en es ta concepción favorable a las posesiones, y es el hecho de que en muchos casosla adquisición de estos bienes es realmente fruto del trabajo, dela previsión, del ahorro, de la disciplina y de otras virtudes morales, mientras que por e l contrario la pobreza y e l fracaso ame nu do pue den ser a tr ibuidas a los vic ios o defectos opuestos: pereza, falta de previsión, malversación, desorden.

Por otra parte, es obvio que no siempre es así, y que la acumulación de r iquezas a menudo va acompañada de codicia , dedureza de corazón, de una ausencia tota l de escrúpulos e in

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¡Qué tarea ha real izado e l hombre con las plantas , y cuántolas ha valorizado, a l t ransforma r tan tos árboles se lvát icos defrutas pequeñas y aspérrimas en plantas que ofrecen sabrososfrutos portadores de sa lud y de a legría!

M á s e v i d e n t e a ú n e s e l c o m p o r t a m i e n t o q u e u n a g r a npa r te de l a hum anida d , aunq ue por desgrac ia no toda , adop tafrente al reino animal. La doma de los animales y su crianza,aun cuando tenga f ines u t i l i t a r ios , p roduce inva r iab lem enteun refinamiento de esas especies animales y la manifes taciónde gérmenes de inte l igencia que se desarrol lan a part i r de sus

ins t intos .Además es tán las re laciones de afecto y de comprens iónentre el jinete y su caballo, entre el hombre y su elefante o supe r ro , que se puede decir que cas i 'humanizan ' en c ierta medida a esos animales . Es to s in hablar de a lgunas cual idadesp r o d i g i o s a s — d i s c u t i d a s p e r o i n n e g a b l e s , a l m e n o s e npa r te— de la s que han dado prueba a lgunos an im a les am aes trados con intens idad y especia l ingenio.

Todo es to pon e en evidencia e l aspecto pos i t ivo del uso delos bienes materia les por parte del hombre, uso que requiere

algún t ipo de poses ión o de intercambio act ivo de es tos bienes entre los hombres . A su vez, para pract icar es tos intercambios se precisan un os medio s que los faci li ten o agi l icen,y entre todos ellos el dinero es si no el único, ciertamente elmás práct ico y —al menos en las condiciones actuales— ind i spensab le .

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cluso pue de ser el fruto de háb iles fraudes o de robos legales.Es por e l lo evidentemente uni la tera l y a menudo no res

ponde a la verdad la ident if icación entre favor divino, méri tomoral y éxito económico, de la cual es una típica e incluso inconscientemente satírica expresión la frase: »That man is ivorthone million dollars» (ese hombre 'vale ' un mil lón de dólares) .

Evidentemente , e l examen real izado has ta aquí sobre lasrelaciones entre el dinero y la espiritualidad no nos ha facilitado ninguna conclus ión en concreto, e incluso es pos ible quenos haya dejado todavía más perple jos que antes . Pero e l lo nopodía ser de otra forma, pues to que e l problema ta l y como lohemos expues to has ta ahora —que es como suele plantearsenorm a lm ente— es tá m a l enfocado .

Se ha intentado hacer una apreciación objet iva del dinero,s e h a p r o b a d o d e e t i q u e t a r l o c o m o a l g o ' m a l o ' o ' b u e n o ' ,como algo reprochable o apreciable ; pero es te t ipo de valoración objetiva y externa así como cualquier otra de este género(cualquiera que posea c ierta 'moral idad ' formal , por e jemplo)es fund ame ntalm ente e rrónea, ya que es tá basad a sobre unequívoco y, por cons iguiente , sobre una i rreal idad (1) . Aband o n e m o s p o r e l l o e s t e p l a n t e a m i e n t o y r e c o m e n c e m o s d e

(1) Ciertamente no queremos con el lo cri t icar o rebajar e l acto subl ime de SanFrancisco. Este fue heroico y tuv o una incalculable y benéfica eficacia como ejemplo,const i tuyendo una lección viviente de desapego y uno de los golpes más poderososjamás inferidos a l feroz ídolo de Mammón. La renuncia a toda posesión terrenal essumamente apreciable en su justo valor como camino de excepción. Nuestra intención es tan sólo demostrar que este camino no puede const i tui r una solución generalapl icable a la vida contemporánea

nuevo por unos cam inos to ta lm ente d i s t in tos . Em pecem os

por otorgarle una des ignación más apropiada.¿Qué es en real idad e l dinero? Es un m edio convencion alcreado por los hombres para faci l i tar e l intercambio de bienes, as í como para hacerlo pos ible en amplia escala dentro dela complej idad y e l rápido desarrol lo de la vida contemporánea. Así pues , e l dinero es s implemente un ins trumento, uns ímbolo de los bienes materia les . Por e l lo, por s í mismo nomerece «ni cet excés d'honneur, ni cette indignité» (ni este excesode honor, ni es ta indign idad) .

Es por e l lo que los que lo condenan con vehemencia equi

Pero en el caso del dinero no se trata de una inofensiva ymás o menos r idicula manía , s i no de sórdidas manifes taciones de ava r ic ia que 'p ie rden e l a lm a ' , s im ból icam ente ha blan do; se t ra ta de una violenta codicia que no se det iene antela culpa o e l cr imen, desde e l sanguinario homicidio por rapiña has ta los más refinados , dañinos e innobles : aquél los quecometen los fabricantes o vendedores de armas que, por vender sus mercancías , fomentan los confl ic tos entre los pueblos ;aquél los que i legalmente fabrican o t rafican con es tupefacientes; aquél los que dir igen redes de pros t i tución o que explotan

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vocan la dirección, y entonces lo jus to es que e l 'organismocom pe ten te ' , que e s l a ve rdade ra m ora l , re sponda a l ' r em i tente ' , o sea , a l hombre. Es en e l a lma humana donde se hallan la verdad y el error, el bien y el mal, el mérito y la culpa.Y s i exam inam os es te problem a de sde es te más jus to y pro fundo punto de vis ta podremos cons ta tar que los errores y lasculpas del hom bre respecto a l dinero son sus tancia lmente d edos géne ros : uno pa r t i cu la r hac ia e l d ine ro m ism o; e l o t roconcerniente , junto con é l , a todos los bienes m ateria les .

El principal malentendido y los errores de conducta que

de é l se derivan provienen de la tendencia humana a confundir e l medio con e l f in , de ident if icar e l ins trumento con loque és te produce o, en un sent ido más general , e l s ímbolo conla realidad que representa, la forma con la vida.

Es un error del que se pueden observar cont inuos e jemplos, a menudo cómicos. Ello se manifiesta en todas las formas de coleccionismo devenido un f in en s í mismo, un e jemplo del cual es e l bibl iómano que l lega a preferir edic ionescas i ininte l igibles , porque son ant iguas y raras , a excelentesediciones modernas . Así , e l bibl iómano no duda en exclamar

(tal y como dice el epigrama de Pons d e Verdun):\Esta es! Dios mío, ¡qué alegría!No hay duda, es la edición buena;Aquí están las páginas doce y dieciséis,con los dos errores de impresiónque no aparecen en la mala.

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el interés por e l sexo publicando y difundiendo 'suges t ivas 'imág enes y escri tos pornográ ficos —o , má s perspic azm ente ,s em i -pornográ f icos— ba jo e l m anto de l a ' l i t e ra tu ra ' y de l' a r te ' .

Por e l lo e l primer acto espir i tual que debemos cumplir esel de l ibrarnos de sobrevalorar e l medio o e l ins trumento porel cual se otorgan e intercambian los bienes terrenos , o sea: eldinero . Rechacemo s resuel tam ente ofrecer un sacrif icio mássobre el altar de este falso numen, librémonos de la fascinación que e jerce es te ídolo y reduzcámoslo con vis ión c lara ysosegada fr ia ldad a lo que es en real idad: un s imple ins trumento, un cómodo art i f ic io, una út i l convención.

Eliminado as í es te primer obs táculo, podemos pasar a resolver el problema sustancial: el que se refiere a nuestras relaciones con los propios bienes materiales, de los cuales el dinero no es más que un s ímbolo y un sus t i tuto temporal .

Hemos vis to cómo los bienes materia les —ya sean a l iment o s , ropa , v iv iendas , ins t rum entos de t raba jo u ob je tos dear te— se componen sus tancia lmente de materia les extra ídosde los tres reinos de la naturaleza que se utilizan ya sea en su

es tado natural , ya sea ( lo cual es más usual) después de habers i d o t r a n s f o r m a d o s y a d a p t a d o s a l h o m b r e . En e l l o s n op u e d e h a b e r , p o r t a n t o , n i n g ú n m a l i n t r í n s e c o . D e s d e u npunto de vis ta natural ís t ico son cosas ; desde e l punto de vis tare l igioso, son done s de Dios .

De ahí que lo que s ignif ican para nosotros , as í como suefecto benéfico o maléfico, dependen de nues tra act i tud in-

l

terna hacia ellos y de la utilización que, con libertad de elec

ción, podemos y queremos hacer de e l los .E s t e r e c o n o c i m i e n t o f u n d a m e n t a l n o s c o n d u c e a t o d a

una s e r ie de ac la rac iones de g ran im por tanc ia e sp i r i tua l ypráct ica . En primer lugar, resul ta evidente que la fa l ta dep o s e s i o n e s e x t e r n a s n o r e s u e l v e d e n i n g ú n m o d o e l p r o b lem a . Apar te de todas l a s l im i tac iones y de l a e s c lav i tudque con l leva l a pobreza en l a v ida m oderna , s i un 'pobre 'desea apas ionadam ente los b ienes m a te r ia le s , s i no p iensaen otra cosa más qu e en pro curá rselo s , si se hal la res ent id oy enfurec ido con t ra aque l los que los poseen , s e encuen t ra

La base para una correcta ut i l ización individual subyaceen la renuncia a la idea de que lo poseído es un derecho persona l . La p rop iedad ju r íd ica e s a lgo puram en te hu m an o , quese jus t i f ica ps icológica y práct icamente debido a l nivel mediodel desarrol lo moral de la humanidad. El deseo de poseer esuna fue rza p r im ord ia l que m erece s e r t en ida en l a deb idacuenta: no puede e l iminarse o reprimirse violentamente . Perocontem plad a e sp i r i tua lm ente , l a p rop ied ad a su m e un a spec toy un s ignif icado bien dis t intos . Ya no se t ra ta de un derechopersona l , s ino de una responsabilidad tanto hacia Dios como

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ps ico lóg icam ente e sc lav izado por e l los .Esto no significa que no sea lícito buscar mejorar la propia

condic ión ; m ás b ien e s cas i un debe r in ten ta r lo . P e ro e l lopuede hacerse s in dejarse absorber u obses ionar por completo,man tenien do la propia l ibertad interior y la propia d ignida d.

A su vez, un r ico moralmente desapegado de sus poses iones y que se s ienta l ibre interiormente no se encuentra en absoluto disminuido espir i tualmente por sus r iquezas ; ps icológicamen te es un 'pob re ' de espír i tu , en e l sent ido evangél ico.

Para l legar a dominar as í los bienes materia les , para res is

t i r las cont inuas tentaciones a las que dan ocas ión —tentaciones sexuales , f lojera , pereza, y egoísmo de toda suerte— espreciso poseer un temple de ánimo ciertamente part icular , espreciso saber vivir en un c l ima espir i tual que cons t i tuye laverdadera prueba del fuego de la l ibertad interna, del desape go , del 'espír i tu de pobreza ' .

P e ro t am poco e s ta 'pobreza in te rna ' re sue lve com ple ta m ente e l p rob lem a . Cu and o e l hom bre t i ene su conc ienc iatranquila y, por cons iguiente , has ta c ierto punto es tá a biencon Dios , también debe ponerse a bien con sus semejantes ,

con los cuales se encuentra entre te j ido en una t rama de re lac iones ínt imas e indisolubles de índole moral y práct ica . Porello, l a l ibe rac ión in te r io r debe i r acom pañada por una correcta ut i l ización de los bienes que se poseen. El lo tambiénconlleva, a su vez, dos problemas: 1. el de su recto uso individua l; 2. el de su recto uso colectivo.

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hac ia los dem ás ho m bres .S i nos acogemos a concepción re l igiosa de la vida , debe

mos reconocer que todo procede de Dios , que todo nos vienedado por El y que, por lo tanto, en real idad es suyo. El es e lúnico y universal 'propietario ' .

S i además nos adherimos a la concepción más metafís icade que la vida es inextricablemente una, que sólo e l Supremo,lo Absoluto, t iene una exis tencia Real y que todas las manifes taciones individuales no son más que efímeros apariencias(como sostiene la filosofía Vedanta, por ejemplo), menos todav ía podrem os adm i t i r que l a p rop iedad pe rsona l pueda t ene runa base espir i tual .

Desd e e l pu nto d e vis ta espir i tual , por lo tanto, un hom bretan sólo puede cons iderarse depos i tario, adminis trador o ' f i duciario ' de los bienes materia les que, de una u otra forma,posea jurídicamente . Tales bienes cons t i tuyen para é l una autént ica y verdadera prueba a la cual es sometido, as í comouna responsabi l idad espir i tual , moral y socia l muy dif íc i l dem a n t e n e r d i g n a m e n t e .

Es te l engua je re su l t a a lgo insó l i to en e s tos t i em pos ypuede parecer la expres ión de un ideal ismo poco práct ico. S inem bargo e s toy convenc ido de pode r dem os t ra r que posee unvalor inmediato y superior a lo que pueda parecer a primeravis ta .

En pr im er luga r , aque l los que poseen una s ens ib i l idadmoral a lgo refinada l legan espontáneamente a la conclus iónarriba c i tada. Recordemos, por e jemplo, los nobles escrúpulos

que pe r tu rba ron e l án im o de Anton io F ogazza ro cuando en

tró en poses ión de los bienes heredados , revelados por Gallaran' Scotti en su Vida de Antonio Fogazzaro. Recordem os t am bién las duras luchas que a tormentaron a Tols toi durante lamayor parte de su vida.

Pero e l concepto de ser unos 'servidores socia les ' , de serm eros depos i t a r ios de l a s r iquezas — ya s ea adqui r i éndo lasmediante la producción de bienes út i les a la comunidad, yas e a d i s t r i b u y é n d o l a s d e s p u é s a é s t a m e d i a n t e d o n a c i o n e spa ra obras hum ani ta r i a s— no só lo ha s ido adoptado s ino , ylo que más cuenta , l levado a cabo por a lgunos de los hombres

c a s , p r i m e r o e n A m é r i c a y d e s p u é s e n o t r o s l u g a r e s d e lmundo. ¿Quién podría calcular los benefic ios inte lectuales ym ora le s que han ob ten ido y que s egu i rán ob ten iendo innumerables lectores de los centenares de mil lares de l ibros deestas bibliotecas? Tam bién está el caso del sobrin o de Ford,Henry F ord I I , que c reó l a F ord F ounda t ion , do tándola decen tena res de m i l lones de dó la re s , con f ines hum ani ta r ios ,cul turales y educat ivos . Obras más específ icamente espir i tuales emp ujaro n a Eli Lilly a llevar a cabo el proy ecto del doc tor P i t i r im A. Sorokin, fundando la Harvard Research Center

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más práct icos , real is tas y real izadores del mundo contemporáneo. Harto conocidos son los casos de des interés , de aus ter idad en la vida personal y de una as idua labor inspirada porun ideal de servic io a la sociedad de Edison o de Ford, porejemplo.

Pero también entre aquel los hombres que dedicaron la pri m era pa r te de su v ida a negoc ia r p reocupados por acum ula rr iquezas , luchando inc luso á spe ram ente con t ra sus com pe t i dore s , ex i s ten a lgunos que en un de te rm inado m om ento s es in t i e ron im pulsados (por m ot ivos p robab lem ente d ive rsos y

mixtos que resul taría m uy dif íci l e incluso indiscreto in dagar)a ut i l izar o a des t inar gran parte de sus r iquezas a obras humanitarias y cul turales .

El ejemplo más típico de este tipo es el de John Rockefe-11er, el cual —tras haberse convertido en el 'Rey del Petróleo'y ta l vez en e l hombre más r ico del mundo— fundó, dotándola con un gran capi ta l (centenares de mil lones de dólares)la Rockefeller Fou nd atio n. Esta Institu ción fomenta los estudios y las investigaciones científicas, sobre todo en el ámbitode la medicina, l levand o su apl icación a la práct ica en am plia

esca la . En t re o t ra s obras , e s ta F undac ión e l im inó l a f i ebream ar i l l a que hab ía causado m i l l a re s de v íc t im as en t re losobreros de la zona del canal de Panamá, y f inanció una campaña mundial contra la malaria .

Otro e jemplo, también muy conocido, es e l de Carnegie , e l' rey del acero ' , que creó una amplia red de bibl iotecas públi-

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in Creat ive Altruism, s i tuada cerca de la Univers idad de Harvard, qu e publicó varios l ibros del doctor Sorokin y de sus colaboradores .

Tampoco fa l tan e jemplos de es te género en Europa e inc l u s o p o d e m o s e n c o n t r a r l o s e n I t a l i a . R e c o r d e m o s , e n t r eotros, las iniciativas culturales y sociales de la Olivetti, la Fundac ión C in i , los p rem ios cu l tu ra le s Marzo t to , los p rem iosMotta a la bondad, e tc .

Hay una importante razón por la cual es tas inic ia t ivas nodeberían ser excepcionales ni escasas, sino multiplicarse amplia

y rápidamente . Una poderosa agi tación impulsa a las masashumanas y las hace intolerantes y rebeldes contra la concepciónindividual is ta que hace de la propieda d u n derecho incondiciona l , s in n ing una re spo nsab i l ida d hac ia l a co lec t iv idad , as ícomo contra el es tado que perm ite y protege es te derecho. Porconsiguiente, el pueblo ya no se conforma con las ayudas o medidas que asum en un aspecto de 'caridad ' o de beneficenciapaternal is ta que l levan implíc i tas una superioridad y magnanimidad en quienes las otorgan y una obl igación de reconocimiento y de gratitud por parte de aquellos que las reciben.

Ahora bien, has ta que no se cumplan es tos cambios sociales (de los que hablaremos con más ampli tud), o mientras sees tán cumpliendo, es necesario, para frenar la impaciencia delas masas , que aquel los que posean bienes materia les no loscons ideren como un derecho incondicional , s ino que demuestren que saben y que quieren ut i l izarlos dignamente y para e lbien de todos . Es to debería hacerse de dos formas:

La pr im era de e l l a s — que s e puede l l am ar nega t iva en

cierto sentido— consiste en limitar, o mejor aún eliminar, losdespilfarros egoístas, la vida lujuriosa y la ostentación de obje tos cos tosos que i rr i tan y también exasperan a los que carecen de lo más necesario o de todo aquel lo que, poco a poco,va s i endo cons ide rado com o necesa r io pa ra m antene r unaforma de vida men os miserable y más acorde con la dignidad de un s e r hum ano .

Acaso no re su l t e supe r f luo in ten ta r desenm asca ra r aqu íun sofisma en e l que muchos creen, aunque quizás de buenafe, para jus t i f icar su lujo. «De es te modo —pretextan— hace

es e l que se orienta hacia la e levación moral y espir i tual delos hom bres .De hecho, es ta ut i l ización posee un doble valor. El pri

m e r o , que es de carácter preventivo, cons is te en combatir lascausas profundas , las ra íces de todos los t ipos de males queaso lan a l a hum anid ad . Todo hom b re m ora lm ente regene radocons t i tuye un pe l ig ro m enos y un e lem ento ac t ivo m ás de lbien en la sociedad. El otro valor, más directo e inmediato,cons is te en e l hecho de que de es ta forma se otorgan a loshom bres l a s m ás nob les y m ás durade ras r iquezas , aque l l a s

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mos circular e l dinero y proporcionamos ganancias a muchostrabajadores .» A el lo se pu ed e y se debe objetar en prim er lugar que una c irculación demasiado rápida del dinero obs tacul iza las invers iones product ivas a largo plazo, que es lo queprecisa e l bienes tar colect ivo, por que con e l dinero gas tad o enun objeto de lujo se podría más humanamente subsanar lasneces idades urgentes de aquel los que carecen de lo necesario.

S i después — lo que e s ausp ic iab le , pe ro . . . ¡no m uy probable!— la 'convers ión ' é t ico-socia l de los más r icos adquir i e ra t a le s p roporc iones que l l ega ra a s e r de te rm inan te de l

c ierre de las empresas de objetos de lujo, e l lo no provocaríam ás que los cam bios norm a les que con t inua m en te t i enenlugar en e l ámbito de los t rabajadores a causa del desarrol lode l a t écn ica y de l a p rogres iva adap tac ión de los p roduc tosa los gus tos de l púb l ico . De todos m odos , no s e r ía d i f í c i lu t i l i za r l a s p rov idenc ia s adecuadas pa ra favorece r l a reconve rs ión de los t raba jadores .

La segunda forma de hacer un buen uso de las propias r i quezas es la de invert i r las en empresas que produzcan y quemult ipl iquen los bienes út i les a los demás hombres , para des

pués dedicar la mayor parte pos ible de las ganancias as í adqu i r idas a obras hum ani ta r i a s .

A es te re spec to , y aunque va lo ram os deb idam ente l a l a bor de aque l los que han con t r ibu ido o con t r ibuyen a e leva re l n ive l de v ida de l a hum anidad y a m e jora r su s a lud , de bem os a f i rm ar que e l em pleo m ás bené fico de l a s r iquezas

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que propo rc ionan e l m ás e levado y sus tanc ia l consue lo , l amás pura y viva a legría .

Fáci les y numer osas son las formas en las que u n r ico, anim ado por l a buena vo lun tad , puede u t i l i za r sus m edios pa rael bien moral y espir i tual de los hombres . He aquí a lgunas dees tas formas:

La publicación y difus ión de buenos l ibros . Es tos son unaverdadera reserva de energías espir i tuales : poseen e l poder,que b ien podr íam os l l am ar 'm ágico ' , de pe rm i t i rnos en t ra r encomunión con los espír i tus más e levados de la humanidad a

pesar de las dis tancias del espacio o del t iempo, y de recibirsu mensaje de vida. Hay l ibros que han influido eficazmenteen el curso de la historia. Baste recordar las obras de los encic lopedis tas que prepararon la Revolución Francesa . En I ta l iaapareció el libro de Silvio Pellico Le mié Pngioni (mis pris iones) del que G. Pal lavic ino, en un informe enviado en e l año1837 al Gob ierno Austr íaco , dice que «resul ta más perjudicia la l Gob ierno de Su Majes tad que la pérd ida de diez bata l las».

¿Quién podría calcular la acción espir i tual e jerc i tada durante s iglos y en infinidad de países por ' l ibri tos ' ta les como

Las floréenlas de San Francisco o la Imitación de C risto? Por citarun e jemplo (entre otros muchos ) la lectura de un folle to sobreGandhi indujo a una joven inglesa , hi ja de un a lmirante , aabandonar su casa y a su famil ia para via jar has ta la Indiajunto a Gandhi , convirt iéndose en su discípula y después ensu act iva colaboradora . Recientemente , e l efecto benéfico delos buenos l ibros ha s ido reconocido y valorado, e incluso ut i -

l izado como un método de psicoterapia , la b ib l io te rapia , me

diante la cua l e l médico debe proponerse 'dar e l l ibro adecuado a la persona adecuada y en e l momento adecuado ' .Pero a menudo los mejores l ibros, los más benefic iosos,

resul tan muy dif íc i les de encontrar . A veces las edic iones est á n a go ta da s y no vue lve n a r e e d i t a r se , o b i e n no s i e mpreson t raducidas a todos los id iomas. En este aspec to los r icos' i l umina dos ' pod r í a n re a l i z a r un inc a l c u la b le b i e n , i nc lu sosin grandes sumas de d inero . Con e l va lor de una torre , deun ya te o de a lgunas joyas, se podría fundar y d i r ig i r unaedi tor ia l que publ icase l ibros 'const ruc t ivos ' a ba jo prec io . Y

les de los que tan necesi tada está la humanidad y de los que ,

aunque sea inconsc ientemente , está sedienta (3) .Además, convendría c rear y potenc iar toda una ser ie de

Ins t i t uc ione s que a c tua se n c omo C e n t ro s de a yuda p s i c o ló gica y espir i tua l : Consul tor ios educa t ivos para padres; Consul tor ios pre y post -matr imonia les; Centros de prof i laxis psi cológica y de psicoterapia ; in ic ia t ivas para la prevención desu ic id io s ; In s t i t u to s pa ra jóve ne s p re c oc e s y e spe c ia lme n tedotad os, e tc. Algu nos de estos Centros ya existen y l levan acabo una labor rea lmente ú t i l , pero su número y su campo deacc ión son insufic ientes en re lac ión a las inmensas y urgentes

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con lo que cuesta un coche , un abrigo de p ie les o a lguna costo sa a n t igüe da d se pue de pub l i c a r un l i b ro que a ña da luz ,c onsue lo y e s t ímu lo a mi l l a re s de pe r sona s . A de má s , c onmu cho men os se pod rían rega lar a b ib l io tecas o a par t icula res decenas de e jemplares de un l ibro que nos haya hechoalgún bien a nosotros o a o t ros (2) .

Lo mismo puede dec irse de la publ icac ión de per iódicos ode revistas . En este aspec to merece ser c i tado como e jemp lo aseguir el Chnstian Science Monitor, un mode rno pe r iód ic o quecont iene amplia información sobre lo que sucede en e l mundopero e l imina las descr ipc iones de de l i tos y de suic id ios y re sume los procesos y cua lquier o t ro t ipo de acentuac ión de losaspec tos nega t ivos o denigrantes de la v ida .

A de má s de po r me d io de l a p re nsa , t a mb ié n se pue de nproducir y d i fundir mensa jes de gran va lor mora l y espir i tua lcon los más modernos medios: c ine , radio , te levisión, e tc . Sehan producido pe l ículas muy benefic iosas —¡aunque , desgrac iadamente , muy pocas!— aparte de las de carác te r espec íf i camente educa t ivo. Pero pensem os en e l b ien que podr ía lle ga r a ha c e r un p roduc to r de a lma e l e va da que f ina nc ia sepe l ículas que , además de poseer in te rés humano y va lor a r t í s

t ic o (lo s c ua le s s in du da p r opo r c iona r í a n a l a pe l í c u la unéxi to a n ive l prác t ico) , aportasen también mensa jes espir i tua-

(2) Cualquiera puede regalar un buen l ibro en lugar de un objeto y hacer esteregalo muc ho mas person al con una oportu na dedicatoria y, si lo desea, aume ntarsu va l o r con una e nc ua de m a c i ón a r tí s ti c a

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necesidades ac tua les .Fina lmen te , está e l tema d e la preparac ión y u t i l izac ión d e

los t raba jadores o ' se rvidores ' espir i tua les . Estos deben poseer una vocac ión espec ia l y unas carac te r ís ticas mu y par t iculares que no siempre resultan fáciles de encontrar. Por ello debe r í a mos pone rnos a l a búsque da de l a s pe r sona s que l a sposean y considerar las como va l iosos inst rumentos de l b ien ,pon ie ndo a su d i spos i c ión todos lo me d ios ne c e sa r io s pa raque puedan dar e l máximo rendimiento posible y desarrol la rde forma rápida y eficaz su misión. Se trataría de hacer con

los ' e xpe r to s huma n i t a r io s y e sp i r i t ua l e s ' e n e s t e á mb i to loque se hace habi tua lmente con los expertos en los d is t in toscampos de la técnica.

Ahora conviene examinar brevemente los aspec tos colec t i vos —nacionales, soc ia les y mundia les— de la u t i l izac ión de ldinero y de los b ienes mater ia les en genera l .

Aun cuando la mayoría de los r icos tomaran la dec isión

(3) Llegados a este punto podríamos poner en cuest ión la obra de las iglesias yde las inst i tuciones específ icamente re l igiosas No voy a hacerlo porque el lo requeri r ía un extenso desarrol lo del tema que excedería las dimensiones de este ensayoAdemas, aquel las personas que son sinceramente re l igiosas no necesi tan ser inci tadas, ya que sienten de manera espontanea e l impulso de 'dar ' , o responden complacidas a las l lamad as que se les hacen Me l imitare a decir que a las iglesias e inst i tuciones re l igiosas también se les presenta e l problema de repart i r y de ut i l izar e ldinero disponible de la forma mas acertada para lograr un autent ico y e levado bienestar de los asist idos, esto es cual es la proporción que hay que dest inar a los medios de cu l to (edif ic ios, ornam entos, e tc ) , a la asistencia materia l , a la ayud a m oral yespir i tual di recta , e tc Pero este problema, que no es nada fáci l, a tañe a los di r igentes y a la jerarquía eclesiásticas

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de hacer todo cuanto acabamos de exponer y se cons ideraran

a s í mismos como 'gerentes ' y adminis tradores responsablesde los bienes concedidos por Dios —y nadie es tan ingenuocomo par a creerse una cosa as í— el proble ma n o es taría todavía tota lmente resuel to. Para la compleja vida moderna la acción individual no es sufic iente . Exis ten grandes problemasde producció n y de dis tr ibució n, de trabajo y de orga nización, de economía y de f inanzas , que sólo pued en resolverse agran escala mediante organismos nacionales , internacionalesy m undia le s .

Los principios básicos de una utilización espiritual del di

nazan g ravem ente a l a hum anidad : s angr ien ta s revo luc iones

sociales, violentas rebeliones de las masas asiáticas y africana s , una gue r ra m undia l que podr ía des t ru i r g ran pa r te de l ah u m a n i d a d .

Pero el deber, la importancia y la urgencia de esta gran tarea en e l ámbito materia l no debería desplazar a un segundoplano la otra labor igualmente necesaria y urgente a desarrollar en el ámbito ético-espiritual.

Aquel los que dominados por la ideología del materia l ismohistórico tan sólo consideran al 'hombre económico', están dejando de lado la profunda verdad, más psicológica que moral y

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nero y de los bienes que és te puede generar son los de unajusticia social auténtica y una repartición ecuánime de los recursos naturales entre todos los pueblos de la Tierra . Actualmente se es tán reconociendo y afi rmando rápidamente es tosprincipios y se es tá desarrol lando ante nues tros ojos , por todas partes y de dis t intas formas , una dura y dramática luchaentre aquel los que exigen su pues ta en práct ica (a lgunas veces de manera violenta y fanática, sin tener en cuenta la neces i d a d d : u n p r o c e s o g r a d u a l ) y l o s q u e l a o b s t a c u l i z a n ,abierta o encubiertamente , debido a su es trechez de ideas , a

su apego hacia las poses iones y privi legios que detentan o asu carencia de sent ido humanitario.

Es obv io que no puedo t ra ta r ahora e s te t em a tan am pl io , complejo y. . . confl ic t ivo, dadas sus inevi tables connotac iones po l í t i ca s . Únicam ente c i t a ré l a s m ás im por tan te sorganizaciones internacionales que bajo la égida de las Naciones Unidas se dedican a la actuación de aquel los principios a escala mundial : la FAO (Organización de la agricult u r a ) , l a O r g a n i z a c i ó n M u n d i a l d e l a S a l u d , l a B a n c aInternacional , e tc . Por otra parte , sería injus to olvidar aquí

la s ingen tes ayudas p roporc ionadas por l a s nac iones m ás r i cas, sobre todo por los Es tados Unidos de Am ér ica , a lospa í s es m ás pobres . En e s te caso t am poco e s p rec i so hace run ps icoanál is is de los móviles , s ino que conviene apreciarpos i t ivamente e l benefic io recibido.

Así, y sólo así, podrán ser atajados los peligros que ame-

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religiosa, contenida en el dicho: «No sólo de pan vive el hombre». El ser humano también precisa de bienes culturales y espirituales y, por co nsiguiente, tiene todo el derecho d e poseerlo s.

Pero aún hay más: e l bienes tar económico, no sólo no essufic iente , s ino que además también pu ede presentar inconvenientes y pel igros a l producir efectos pernic iosos en aquel las personas que carecen del temple moral necesario para hacer buen uso de dicho bienes tar . Numerosos y conocidos sonlos e jemplos de es ta índole , pero como la inmensa mayoría(por no decir casi la totalidad) de los hombres no los tiene en

cuenta o los olvida en su ciega avidez y en su frenética carrera por la conquis ta de las r iquezas , no es inadecuado l lamar la atención sobre ellos.

Recordemos que los hi jos de los mil lonarios o de los mult imil lonarios que no t rabajan en las empresas de sus padresofrecen a menudo un espectáculo público de vida disoluta , yrecordemos también los escándalos que suelen producirse enel seno de la denominada 'a l ta sociedad' . Incluso entre laspersona muy ricas cuya conducta es i rreprochable exis ten casos de suic idio. Además , toda una serie de encues tas l levadas

a c a b o e n d i s t i n t o s p a í s e s h a n d e m o s t r a d o u n á n i m e m e n t eque generalmente los mil lones ganados en la lotería , en lascarreras o en las quinielas no aportan la felicidad a sus afortunados ganadores , s ino que por e l con t ra r io e s ta s gananc ia ssue len s e r d i l ap idadas ráp idam ente y de m a la m anera , l l e gan do a provocar a veces incluso graves cris is famil iares .

2W

Un hecho menos conocido y también menos espectacular ,

aunque quizás más s ignif icat ivo, es que incluso un moderadoy jus t i ficado bienes tar , la segu ridad materia l o la de saparic ióndel miedo con respecto a los apuros económicos pueden presentar —y de hecho, as í ocurre— inconvenientes .

Un claro e jemplo de e l lo son los países escandinavos , sobre todo S uec ia , donde l a s ex tend idas p rev i s iones soc ia le saseguran a todos los c iudadanos subs id ios y a s i s t enc ia s encaso de neces idad. Pues bien, se ha observado que en es tospaíses la fa l ta de incent ivos y de r iesgos ha generado un sent imiento de monotonía y de aburrimiento has ta e l punto quelas es tadís t icas mu es tra n qu e los suic idios son a ll í mu cho má s

A es te respecto, debemos t r ibutar nues tra más s incera admiración y brindar todo nues tro apoyo moral y materia l a laUNESCO (United Nations Educat ional Scient if ic Cultural Or-ganizat ion) que se ha propues to y es tá l levando a cabo a es cala mundial una labor de educación y de e levación humana.Por un lado, es tá desarrol lando una gran campaña contra e lanalfabet ismo, y por otro ayuda de muy dis t intas formas a ldesarrol lo de la cul tura , sobre todo concediendo a los jóvenescon más méri tos la oportunidad de demostrar su propia val ía .

F inalmente , exis te otro aspecto de nues tro tema que también exige una aclaración. Para evi tar cualquier sent imiento

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numerosos que en otros lugares . El minis tro del interior deSuecia, al hablar de los «Teddy Boys», llegó incluso a decirque és tos cons t i tuían ' la criminal id ad del bien es tar ' (4) .

Naturalmente que para l legar a es ta s i tuación también haninfluido otras causas ; pero e l lo nos demuestra que e l bienesta r económ ico no re sue lve los p rob lem as , y no e s que noapor te l a fe l i c idad , s ino n i s iqu ie ra s e ren idad . C ie r tam enteque e l remedio no cons is te en acabar con es tas ayudas social e s t an p rofunda m ente hum an i ta r i a s y que e l im inan una g rancant idad de desgracias y de sufrimientos . El remedio cons is teen adecuadas ayudas de carácter ps icológico y espir i tual .

Tales ayudas son también actualmente necesarias y urgentes por otra razón. El rápido desarrol lo técnico, la revoluciónindus tr ia l que se es tá l levando a cabo debido a la 'automatización ' , y la ut i l ización a gran escala de la energía nuclearproducirán, una vez superadas las inevi tables cris is de a jus te ,una cons iderable disminución del t rabajo y de las horas labora les y, en consecuencia , mayor bienes tar económico. De es taform a la s pe rsonas podrán d i spone r de m ás t i em po, de m ásenergías y también de más dinero. Pero s i no han s ido educa

das para ut i l izar todo es to de forma cons truct iva , para re t i narse y e levarse , dicha 'disponibi l idad ' se convert i rá fáci l mente en una amenaza y en un pel igro.

(4) Ci tado en e l art ículo de C Savo nuzzi «D iventano cnm inal i in Svezia iva m c he s t a nno t roppo be ne » ' (La Nazwne, 25 de sept iembre de 1959)

de inferioridad o quizás de noble amargura en aquel los quen o t i e n e n p o s i b i l i d a d e s d e c o n t r i b u i r e c o n ó m i c a m e n t e , e sbueno recordarles que es ta forma de benefic iar a los demásno es la única ni tampoco la más e levada; exis ten muchas ydis t intas maneras de servir a la humanidad. Incluso las mássenci l las y humildes , como pasar un texto a máquina, escribirunas direcciones , e tc . t ienen un gran valor y dignidad espir i tual cuando se real izan con f ines humanitarios y a l servic iode una obra espir i tual .

Un t ipo de servic io que integra fe l izmente la ayuda material con la moral es el que se realiza en el Servicio Civil Internacional . Resul ta reconfortante ver cómo una cant idad cadavez más numerosa de jóvenes se dedica a e l lo con entus iasmoy soporta p acien temen te e l es fuerzo y las moles t ias que exige.Por otra parte , e l los mismos declaran que se s ienten recompensados con creces por las val iosas lecciones que extraen desu labor, por las experiencias vividas , por la ampliación desus horizo ntes espir i tuales , as í como por las re laciones fra ternales que les prop orcion a su t rabajo.

En real idad, los diversos modos y medios de servic io seentre lazan y se integran recíprocamente . Las obras de quienesded ican su p rop io t i em po y sus ene rg ía s requ ie ren pa ra sudesa r ro l lo de l a s apor tac iones económ icas y de los m ediosmateria les necesario s . Y a la inversa: cuanto má s num eroso s yg e n e r o s o s s e a n l o s d o n a n t e s , m á s n u m e r o s o s d e b e r á n s e raque l los que s epan hace r uso fecundo y e levado de d ichos

medios. Por ello, y bajo este prisma, la tarea esencial e impe-

lente es formar nuevas élites, esos equipos de p ioneros de laNueva Era const ruc tores de una c iv i l izac ión nueva y mejor yde una cul tura nueva y superior .

De todo lo expuesto c reo que es fác i l deducir que e l problema de l d inero y de los b ienes te rrena les es un problemaesencia lmente espir i tua l que sólo puede resolverse a la luzde l espír i tu . En verdad que espír i tu y mater ia , esos aparentesy re l a t iva me n te ' e ne migos ' , pue de n y de be n un i r se de ma nera a rmoniosa en una sín tesis d inámica en la unidad de lavida .

22. Marta y Mar ía : v idaac t iva , v ida medi ta t iva

Mientras estaban en camino, El (Jesús) entró en un pueblo yuna mu jer llamad a Marta lo recibió en su casa. Ella teníauna hermana que se llamaba María y que se sentó a los pies deJesús para escuchar sus palabras. Pero Marta, que estaba

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muy ocupada sirviendo la m esa, se acercó a Jesús y le dijo:«¿Señor, no te importa que mi hermana me haya dejado sola yno me esté ayudando?» ¿Por qué no le dices que me ayude?»Pero Jesús le contestó: «Marta, Marta, tú te afanas y te inquietas por muchas cosas, pero sólo una cosa es necesaria.María ha escogido la mejor parte y no le será arrebatada».

(Lucas, 10, 38-42)

Al Evangelio se le ha llam ado 'el l ibro no leído'. Ciertam e n t e e s u n l i b r o g e n e r a l m e n t e n o c o m p r e n d i d o y , s o b r etodo, no seguido. Si los subl imes preceptos en é l contenidos

fueran correc tamente entendidos y verdaderamente prac t icados , la v ida de los hombres presentar ía un aspec to muy dist in to .

Dentro de l ac tua l desperta r de las aspirac iones espir i tuales —aspirac iones a rdientes y s inceras, pero todavía a lgo confusas, tambaleantes e inc ie r tas en torno a cuá les son las mejores v ías a seguir y qué n ie tas concre tas cabe proponerse— am e n u d o s e s u e l e p l a n t e a r l a p r e g u n t a d e s i e l E v a n g e l i opuede sac ia r de modo sa t isfac tor io las exigencias de las a lmasmodernas, o b ien si éstas necesi tan a l imentarse de d ist in tasfuentes. Mientras que por un lado hay quien def iende un senc i l lo y verdadero re torno a l evangel io como única medic inapara las enfermedades re l ig iosas, mora les y soc ia les que nos-af ligen, por o t ro están aquel los que se preg unta n sin rodeos(ut i l izando una expresión de la que hacen voluntar io uso yabuso a lg unos f i lósofos co ntemp oráneos ) s i acaso los E vangel ios no esta rán ya a lgo desfasados.

Que los valores ético-espirituales afirmados y ejemplifica

dos en los Evangel ios poseen un carácter universal y e terno,que és tos responden a las exigencias ínt imas y perennes dela lma humana y que, por cons iguiente , no pueden es tar desfasa dos , me parece a lgo tan evide nte como para no neces i tardemostración a lguna. Merece en cambio un más a tento y amplio examen la cues t ión de s i e l Evangel io puede respondertodas l a s dem andas de l hom bre m oderno y s i puede l l ega r aapag ar toda e l ham bre y la sed de su a lma.

Muchos son los que cons ideran oportuna, e incluso necesaria , una integración del Evangel io con otros e lementos del

casa de Betania . La l legada inesperada de Jesús produjo c ier

tamente una fuerte impres ión en e l ánimo de las dos hermana s , pero la forma en la que una y otra reaccionaron ps icológ i c a m e n t e a n t e d i c h o a c o n t e c i m i e n t o f u e m u y d i f e r e n t e .Ambas s int ieron brotar en s í mismas e l vivo deseo de rendirhomenaje a l huésped, ¡pero de qué forma tan dis t inta lo hic ieron!

Mar ta , con su m enta l idad burguesa , s e p reocupó de de m os t ra r l e su p rop ia devoc ión y sus a tenc iones p repa randouna e sp lénd ida com ida y pon iendo en l a m esa lo m e jor detodo cuanto poseían. De es ta forma el la honraba e l cuerpo y

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conocimiento y la acción espir i tual —elementos que en partese encuentran en las experiencias de ant iguas y le janas c ivi l i zaciones , en las enseñanzas de otras concepciones f i losóficasy re l igiosas , y son en parte portadores de novís imas evoluciones y conquis tas del a lma moderna. Con ta l integración quizás se pudiera l legar a crear una gran s íntes is de una r iquezay una universal idad todavía no a lcanzada en la his toria . Perono es mi prop ós i to t ra tar aq uí es ta cues t ión.

S i m p ^ m e n t e l a h e s e ñ a l a d o t a n t o p a r a p r o p o n e r l a a l amás profunda y actual meditación de todos aquel los que se

ocupan de los problemas del espír i tu , como también para tene r ocas ión de rea lza r que inc luso aque l los que cons ide rannecesa r ia l a m enc ionada in tegrac ión s ien ten p rofundam entela neces idad de acercarse a los evangel ios con e l a lma pura ,in te rpre tándolos a l a luz de nues t ros nuevos conoc im ien tospara descubrir las apl icaciones a los problemas actuales y, sobre todo, par a intentar real izar de forma cada vez menos imperfecta sus e levados principios en la vida cot idiana.

E l ep i sod io que hem os e scog ido con t iene una enseñanzaque , de entre todas las contenidas en e l Evangel io, quizás sea

la m enos com prendida , va lo rada y s egu ida en l a v ida m oderna; y es por e l lo que merece un es tudio más a tento y cuidadoso que puede aportar más benefic ios que las otras .

Para poder l legar a comprender mejor e l profundo s ignif i c a d o d e l a a m o n e s t a c i ó n d e J e s ú s , d e t e n g á m o n o s u n m o mento y recordemos de nuevo la escena que tuvo lugar en la

264

la personal idad externa de Jesús .Por e l contrario, María , con su act i tud interior y espontá

nea, honró e l Espíri tu de Jesús , y mientras que en aparienciano hacía ni daba nada s ino que tan sólo escuchaba extas iadalas palabras l lenas de luz que brotaban de sus labios , en real i dad le estaba ofreciendo lo que para él era la cosa más grata yprec iosa , qu izás l a ún ica que deseaba a rd ien tem ente y quetan sólo de los humanos podía recibir : la comprens ión de sudivino mensaje y la total dedicación al ideal del cual él era laencarnación viviente .

¡Cuántas veces su corazón rebosante de amor debió de haber sang rado , choca ndo contra los dur os y cerrados corazones de los hombres! ¡Cuántas veces debió de haber sufrido sualma por e l escept ic ismo, la sequedad, la torpeza y la maldadde las personas; y no sólo por la de los escribas y de los fariseos, s ino —y lo que todavía resul ta más doloroso— tambiénpor la de aquel los que le eran más queridos , que es taban máspróxim os a él y que se cons ide raban sus discípulos!

La tan frecuente equivocada comprens ión de sus palabras ,su sueño durante la agonía de Getsemaní , las t res negaciones

de Pedro, por no hablar de la t ra ic ión de Judas , son pruebasevidentes de la gran dis tancia exis tente entre Jesús y e l res tode la humanidad; dis tancia cuyo conocimimiento cons t i tuyóel aspecto más ínt imo y ocul to, pero acaso e l más penoso desu pas ión.

Por cons iguiente , ¡cuánto debió de haberse regoci jado e l

?.hri

sens ib le corazón de J e sús a l expe r im enta r l a du lzura de l a

com prens ión y l a ín t im a com unión de l a lm a que l e donabaMaría en su recogimiento inmóvil, en su estático silencio! Sinembargo, Jesús notaba que aunque la buena de Marta lo honraba como mejor sabía y podía , y apreciando su prosaico homenaje , se dispuso a saborear la espléndida comida que la dil igente ama de casa le había es tado preparando. El la dejabahacer y no la obl igó a seguir sus discursos , ni a escuchar man samente aquel lo que no habría sabido comprender.

Pero Marta no poseía la discreción de Jesús . Le gus tabahacer las cosas a su manera y quería obl igar a su hermana a

problema de la acción es mucho más difícil y complejo de lo

que pu eda parecer a primer a vis ta . Bien lo sabían los ant iguo ssab ios de l a ind ia , que t ra ta ron con profundidad e s te p ro blema vi ta l . Dice e l desconocido autor del Bhagavad-Gita, elgran poema filosófico-religioso contenido en el Mahabharata:

«¿Qué es la acción y qué es la no acción? Sobre este puntoincluso los Sabios están perplejos. . . Difícil de entender es lanaturaleza de la acción. Sabio entre los hombres y devoto enel cum plim iento de tod a acción es aquel que sabe ver la noacción en la acción y la acción en la no acción.»

Veamos cuál es el significado de esta aparente paradoja. Los

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que hic iera lo mismo que es taba haciendo el la ; e incluso, aunque de forma indirecta , intentó dir igir un reproche a Jesúsporq ue ni é l mism o indujo a María a seguir su e jemplo: «¿Señor, ¿no te importa que mi hermana me haya dejado sola paraservir la mesa? ¿Por qué no le dices que me a yude?» .

Es ta m ues t ra de agres iv idad por pa r te de l a exces iva men te enérgica y abso rben te ama de casa obl igó a Jesús aabandonar su condescend ien te re se rva y a am ones ta r l a consuav es palabras , per o severas y eficaces , l lenas de un profundo y universal s ignif icado: «Marta , Marta : tú te preocupas

y te inquietas p or m uch as cosas , pero tan sólo una cosa es necesaria. María ha escogido la mejor parte y no le será arrebatada» .

¿Qué nos dicen actualmente las amones taciones de Jesús?En mi opinión se pueden apl icar de muy variadas y fundamentales maneras , pero para l levarlas a la práct ica es antetodo imprescindible que nos demos c lara cuenta de la verdadera naturaleza y de las dis t intas modalidades de lo que nosotros l lamamos acción.

Por regla general , Marta y María s iempre han s ido cons i

deradas como los símbolos de la acción y de la no acción. Estainterpretación es correcta s i entendemos la acción en e l ordinario y res tr ingid o sent id o de act ividad ex terna, pero en real i dad no pone en adecuada re levancia la ínt ima naturaleza desus contrapues tas funciones y por cons iguiente ha dado lugara equívocas y erróneas deducciones práct icas . En real idad, e l

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criterios por los cuales el hombre ordinario juzga aquello quese refiere a la acción son totalmente externos, cuantitativos ymecánicos . Según él , un hombre de acción es aquel que produce efectos tangibles y visibles, que gana mucho dinero, quecons truye grandes edif ic ios o que manda a muchos hombres .

En cambio la meditación y la contem plación son para é l s i nónimo de sueños vanos , de inercia , de es teri l idad. Como enlos versos de Carducci , cons idera a l meditabundo y a l míst ico, al igual qu e a l poeta , com o:

.. un 'pierdedías'que vaga por los alrededores

dándose de cabeza co n ¡as esquinas,co n ¡a nariz siempre al viento;su s ojos desvaríantras ángeles y golondrinas.

Esta convicción se hal la muy extendida, lo cual hace quesea necesario aclarar su fundamento erróneo. Quien examineatentamente y s in dejarse engañar por las apariencias la verdadera naturaleza de la as í cons iderada 'ac t ividad ' que impera hoy en día , se dará cuenta fáci lmente de que se t ra ta engran pa r te de o rope l , y no de o ro : a ta ream ien to , e s t rép i to ,consu mism o, agi tación. . . ac t ivismo, en f in, y no verd adera acción. En cambio son caracterís t icas esencia les de és ta , ta l ycom o nos dem ues t ra l a na tu ra leza , l a a rm onía , l a o rgan ic i -dad , e l r i tmo y, sobre todo, la fecund idad.

Pero por desgracia , ¡cuántas de nues tras act ividades care

cen de todas es tas caracterís t icas! ¡Cuan a menudo representan meramente una vana apariencia y una es téri l dispers iónde fuerzas! ¡Qué pareci das son a la cal qu e, com o afirma Ta-gore con gran ingenio, «levanta polvo, pero no fertiliza la tierra»!

El hom bre de negoc ios , que ya r i co s igue l l evando unavida afanosa con e l f in de acumular más r iquezas de las queno sólo no hará un uso noble y fecundo, s ino que ni s iquieradispondrá de t iempo para dis frutarlas ; e l pol í t ico, que preocupa do por la ambición se esfuerza s in t regua para ascender

dientemente , en lugar de e l lo y s in que nos demos cuenta , es t am os s iendo a r ra s t rados por una cor r i en te ex te rna . A es terespecto re la taré una breve anécdota , ocurrida realmente , quecons t i tuye un c laro e jemplo del poder de imitación del inconsciente .

Un amigo mío, que acababa de l legar a Nueva York y queno tenía nada que hacer, sa l ió del hote l en e l que se hospedaba con e l propós i to de pasearse t ranquilamente por la c iudad. Pero, pasados unos minutos se percató de que es taba andando a toda prisa y que cas i jadeaba. Sorprendido aminoróla marcha, pero poco después se dio cuenta que de nuevo vol

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sobre los efímeros ped es ta les de los cargos públicos , urd iend omil intrigas sin rehuir ninguna bajeza; la dama frivola que jadeante va de un té a una recepción, de una comida a un teat ro , s iem pre p reocupada por su m aqui l l a je y por sus joyas ,para contar con los fútiles triunfos de su vanidad. ¿Acaso todas es tas personas son realmente act ivas? ¿Acaso no se parecen sus vanos e incansables a je treos en pos de la res tr ingidabúsqueda de sus mezquinas preocupaciones a la r idicula obst inación con la que a lgunos perros dan vuel tas a lrededor de s ímismos intentando atraparse la cola?

Y todav ía peor : ex i s ten ac t iv idades dec id idam ente noc i va s , de carácter des truct ivo ; como los actos que ofenden e lcarácter sagrado de la vida , tanto por parte de aquel los quemuti lan e l cuerpo como de aquel los que hieren y perviertenlas almas; y toda la triste gama de culpas y delitos, tanto losreconocidos y condenados por la ley como los que escapan a lcas t igo humano, aunque no a l imperio infal ible de la ley moral.

En todas es tas manifes taciones , repi to, el hombr e no es rea lm ente activo. Lo que sucede en estos casos es que se deja en

volver pas ivamente por los ins t intos y por las pas iones , i lus ionar por los espej ismos , y empujar por las suges t iones y loshábi tos .

P a r t i cu la rm ente fue r te y f recuen te e s l a in f luenc ia queejerce sobre nosotros la suges t ión, tanto individual como colect iva . A m enud o , m ien t ra s c reem os e s ta r ac tuando indepen-

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vía a e s ta r anda nd o ¡a toda p r i s a ! A su a l reded or todo e lmundo caminaba muy de prisa y é l había recibido de formairres ist ible la tácita pero impe riosa sug es t ión de su e jemplo.

En cambio, bajo la apariencia de la no acción, en el corazón del s i lencio, suele ocul tarse la verd ader a act ividad del serprofundo. Al igual que en la naturaleza exterior , también enla vida del hombre todo acto creat ivo, todo inic io y arranqueoriginal , todo im pulso vi ta l se pro duc e en la oscuridad, en laqu ie tud , en l a apa ren te inm ovi l idad . Las s em i l l a s ge rm inanen las t inieblas , recubiertas de u na d oble capa d e oscura t ierray de b lanca n ieve ; los m anant ia le s de agua b ro tan con m ásfuerza y más pureza cuanto más ocul ta en las visceras de lat ierra se encuentra la vena que los a l imenta . Igualmente en e lhombre, la ínt ima labor por medio de la cual é l se hace a s ímismo y desarrol la sus propias facul tades , la fa t igosa e laboración y as imilación de los materia les de experiencia recogidos en la vida externa, e l duro t rabajo que precede a toda fec u n d a c o s e c h a , c u a l q u i e r a c t o , e n s u m a , v e r d a d e r a m e n t eproduct ivo y creat ivo se desarrol la en e l recogimiento, en e lsilencio y en las regiones internas del alma.

E l hom b re m od erno , cuya a tenc ión e s tá s iem pre pend ien tedel exterior , cont inuamente dis tra ído por la fantasmagoría delas apariencias , no puede sospechar s iquiera la real idad, laconcreción, la r iqueza de ese mundo interior , e l poder de lasfuerzas que se agitan en él o la importancia de los acontecimientos que allí se desarrollan. Lejos de ser el mundo de la

l

inercia y de los sueños , e l mundo interno es e l mundo de las

causas eficientes de las que toda manifestación visible y externa es sólo el resultado y el efecto.Exis te , en verdad, en e l mundo interno la región de los

sueños v anos , de las agota doras nos ta lgias , de los quejosos lamento s , de los sent imental ismo s mo rbosos ; la región de la crí tica estéril, de las dudas miedosas, de la floja pereza, de lavergonzosa inercia . Pero es te no es e l verdadero mundo inter ior; es una zona intermedia , donde se refugian los débi les ,los áridos , los vi les y todos aquel los que no saben o no quieren afrontar valerosam ente ni las dif icul tades de la vida mo

com o se ha d icho an te s , l evan tan po lvo pe ro no c rean nadarea lm ente v i t a l.

Resu l ta ev iden te que pa ra e s ta s pe rsonas im puls ivas I a

más elevada y real de todas las acciones debería cons is t i r enuna aparente no-acción, en un continuo y severo dominio delos impulsos , en toda una serie de actos voluntarios para dis c ipl inar las energías descomp ues ta s , para obl igarlas a armo nizarse , para purif icarlas y e levarlas has ta que hayan conseguido manifes tarse exteriormente en obras cons truct ivas . Es tees un c laro e jemplo de cómo una disminución en las act ividades externas puede ser indicat iva de una intensa acción inte

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derna ni las no menos importantes de la verdadera vida inter io r . Es ta , a l igua l que la o t ra , t am bién requ ie re un du roaprendizaje , una gran esfuerzo y un verdadero espír i tu desupe rac ión .

En el amplio mundo del a lma exis ten radiantes c imas decontemplación espir i tual , en las que todo esfuerzo desaparecey en las que e l hombre puede abandonarse tota lmente a la acción del Espíri tu . Pero para a lcanzar es tas a l turas es necesariorecorrer vn largo y fa t igoso camino; para conseguir e l es tadoen e l cual es pos ible la pura contemplación es preciso un t ra

bajo as iduo y metódico de purif icación, de ascens ión y de as-cesis.

Para intentar expl icar con mayo r c laridad las diferentes relaciones que entre lazan la act ividad externa con la act ividadinterna, examinaremos brevemente los dos t ipos opues tos deanomalías y de desvíos que se dan en e l campo de la acción,as í como los métodos para corregir los . Una de es tas anomalías la constituye la impulsividad; la otra, la abulia.

Los impuls ivos , los violentos , los inquietos son aquel losen los que e l poder centra l de la inhibic ión no a lcanza a dis

c ip l ina r y a dom ina r conven ien tem ente l a s fue rzas ins t in t i vas y pas ionales , ya sea por su exces iva intens idad, ya seapor la debi l idad intr ínseca del suje to. Por e l lo, és tos se s ienten im p ulsad os a em pren der m uc has cosas, pe ro ra ra vezsuelen terminarlas ; o bien se abandonan a la comis ión de actos de ca rác te r agres ivo y des t ruc t ivo . S on aque l los que ,

270

rior.S i exam inam os a los abúl icos , a los débi les , a aquel los que

no se s ienten con ánimos y son incapaces de actuar, l legaremos a las mismas conclus iones . De hecho resul ta inút i l empujar a un abúlico a actuar. S i supiese hacerlo ya no sería unabúlico. Para inci tar a un abúlico a actuar, o para cu rar suabulia , es necesario descubrir las causas profundas y e l iminarlas . Es tas causas suelen ser mucho más variadas y complejas de lo que podamos pensar y requieren un amplio es tudio,pero para nues tro actual obje t ivo bas tará con mencionar a lgu

nas de las más importantes :Por lo general la abulia no se debe a una ver dade ra debi l i

dad, s ino a la acción inhibidora de intensas impres iones y deexperiencias que se remontan quizás a la infancia , y de lascuales normalmente la persona no suele conservar ningún recuerdo; o también pueden deberse a la pugna entre dos fuertes tendencias —conscientes o inconscientes— que a l ser depolos opues tos pero de intens idad cas i igual , consumen lasene rg ía s ps íqu icas en una lucha e s té r i l y s in so luc ión . Enotros casos , la abul ia también puede deberse a un exceso de

sens ibi l idad y de plas t ic idad, por cuya causa e l individuo suf re cons tan tem ente l a s innum erab le s y con t rad ic to r ia s in fluencias del ambiente y se convierte en una especie de veletaque g i ra hac ia donde l e em puja e l v ien to . F ina lm ente , enotros casos la abulia es el resultado de una exagerada actividad intelectual de tipo crítico y analítico que reseca las fuen-

tes act ivas y vivientes de la energía profunda. En cualquierade es tos casos la desaparic ión de la abul ia y la adquis ic ión deun poder normal de acción requieren de una larga y complejalabor de asentamiento, de recons trucción y de refuerzo inter ior que has ta que no se haya l levado a cabo no proporcionará manifes taciones vis ibles , pero que es una verdadera acción y fuente d e todas las dem ás act ividad es futuras .

Lo que es c ierto en los casos más extremos de personasimpuls ivas o abúl icas es por demás también c ierto para todoslos hom bres : para to dos nosotro s . Con exces iva frecuencia olvidamos que no es la cant idad de obras lo que t iene valor,s ino la cal idad de la acción, y que de cara a los demás —y

nudo nos da rem os cuen ta de que é s tos no son t an puros n i

tan e levados o des interesados como pudieran parecer. Entreesa bri l lante a leación, y mezclados con e l oro, podemos descubrir los bajos metales de la presunción, de la vanidad y delprosel i t ismo, as í como un e lemento mucho más sut i l y ocul to:e l deseo de t ranquil izar nues tra conciencia y disponer de unpretexto para no tener que emprender e l fa t igoso deber de lapurificación interior.

Pero aun cuando no exis ten es tos móviles interiores , inc luso cuando los motivos son realmente puros , se puede cometer es te mismo error, ya sea por debi l idad, por condescen

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para su propio bien— nues tro primer y más urgente deber esem peza r po r m e jora rnos a noso t ros m ism os .

«Toda a lm a que s e e leva , e leva a l m undo» , a f i rm ó unamís t ica moderna, El isabet ta Leseur. Toda pas ión dominada,todo e r ro r enm endado , s ign i f i ca un pe l ig ro m enos pa ra to dos ; cualquier des te l lo de sabiduría que bri l le en nues tro inter ior, cualquier nueva fuerza moral desarrol lada o cualquiersent imiento superior cons t i tuyen, ya de por s í , un benefic iopa ra toda l a hum anidad .

Es tos tesoros espir i tuales t ienden a propagarse por s í mismos de mil formas dis t intas , s in ningún esfuerzo conscientepor nues t ra pa r te y aunq ue lo desconozcam os , m ani fe s tándose en cada palabra y en cada acción con una i rradiación invis ible pero poderosa . En cambio, S in embargo, normalmentepasamos por a l to es te deber fundamental y, s in ni s iquieradudar lo , a sum im os con despreocupac ión , im pac ienc ia y p re sunción la ardua tarea de mejorar . . . a los demás . En cuantod i s p o n e m o s d e u n a p e q u e ñ a m o n e d a , n o s a p r e s u r a m o s aconve rt i rnos en benefactores y f i lántropos , s in pensar en lapequenez de nues t ro dona t ivo n i en l a s deudas in te rnas que

aún t enem os que paga r , o lv idando que «qu ien e s tá dem as iado absor to en hace r e l b ien , no t i ene t i em po pa ra s e rbueno », según el agu do y sut i l aforismo de Tagore .

De hecho, s i examinamos con toda s inceridad los motivosque nos impulsan a afanarnos para ayudar a los demás , a me-

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d e n c i a , p o r i g n o r a n c i a o p o r u n a c o n c e p c i ó n d e m a s i a d omezquina o superfic ia l del deber.

Maurice Maeterl ink, con una imagen realmente suges t iva ,aconseja : «Evitemos actuar como aquel farero que dis tr ibuíaentre los pobres de la chozas vecinas el aceite de que se alimentaba la l lama con la que debía a lumbrar los océanos . Ensu centro, toda a lma es guardiana de un faro más o menos necesario. La más hum ilde de las madr es qu e se deja entr is tecer,absorber o anonadar por sus res tr ingidos deberes de madre ,da así su aceite a los pobres y sus hijos sufrirán toda su vida

por e l hecho de que e l a lma de su madre no fue tan c laracomo hubiera podido serlo. La fuerza inmateria l que re luceen nues tros corazones debe ante todo bri l lar por s í mism a, yaque sólo as í pod rá l legar a bri l lar también p ara los demás . Porcuanto que es pequeña vues tra luz , jamás regalé is e l acei teque la alimenta, sino la llama que la corona».

S i cons ideramos a tentamente la vida de aquel los que másh a n b e n e f i c i a d o a l a h u m a n i d a d , p r o p o r c i o n a n d o a l i v i o yconsuelo no sólo a los cuerpos s ino también a las a lmas , encon t ra rem os que su apos to lado s iem pre e s tuvo preced ido por

la rgos pe r íodos de recog im ien to y de apa ren te inac t iv idad ,los cua le s en rea l idad susc i t aban y concen t raban po ten te mente las energías espir i tuales que debía después i rrumpir ydifundirse de forma irres is t ible , ex plenitudine contemplationis,según la he rm osa expres ión de S an to Tom ás , p roduc iendomaravi l losos efectos .

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La vida de Jesús nos ofrece un claro ejemplo de ello. El hecho de que no se haya t ransmit ido nada de cuanto acontecióen su vida desde los doce hasta los treinta años resulta de lomás significativo. Se han barajado distintas hipótesis para llenar es te hueco: se ha mencionado un período de ins trucción ode iniciación en la escuela secreta de los Esenios; se ha pensado en viajes por otras regiones o en contactos con otras corr ientes de conocimiento espir i tual . Sean c iertas o no dichash ipó te s i s , e l hecho e s que duran te d iec iocho años J e sús s emantuvo ale jado de la vida ordinaria de los hombres , y quede una u otra forma, sólo o en comunidad, desarrol ló una s i lenciosa labor de preparación interior cuyos efectos se mani

importantes actos de su vida, sol ía re t i rarse a rezar durante

mu cho t iemp o. Así , antes de escoger entre sus discípulos a losdoce após toles y de pronunciar e l Sermón de la Montaña, «Else encaminó al monte para rezar y pasó la noche en oracióncon Dios ' . Y la noche de Getsem aní , se s i rvió nue vam ente dela plegaria , de la ínt ima co mun ión con e l Padre , para lograr laf u e r z a s o b r e h u m a n a q u e l e p e r m i t i ó e n c a m i n a r s e l i b r e yconscientemente a l encuentro del holocaus to y lo sos tuvo durante las largas horas de la Pas ión. El mismo método han seguido pos teriormente sus más grandes ' imitadores ' : los apóstoles má s act ivos , desd e San Pablo has ta Santa Teresa y de sde

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fes tarían después de forma vis ible entre los hombres durantetan sólo tres año s, pero con tal fuerza q ue aún hoy, y a pesarde haber t rascurrido ya más de veinte s iglos , todavía s iguenvigentes . La mayoría de los más grandes mís t icos s iguierontambién es te mismo camino. Así , por e jemplo, santa C aterinade S iena vivió durante a lgunos años re t i rada del mundo enun angos ta habi tación de la casa paterna. Pero, cuando sal ióde e l la , recorrió incansablemente las t ierras de I ta l ia y deF ranc ia , am ones tando y p legando a su vo lun tad de buenosprincipios a los papas , componiendo odios tenaces y despert ando a innum erab le s a lm as .

Pero, el reconocim iento, el exam en de conciencia , la meditación, la plegaria, la contemplación y, en resumen, todos loselementos esencia les de t ransformación interior , no cons t i tuyen tan sólo la preparación indispensable para la acción externa, s ino que son sus cont inuos y necesarios inspirado res yan im adores , su pe renne a l im ento .

También hallamos una clara confirmación de esta gran leyen la vida de Jesús. A este respecto, las alusiones que se encuentran en los Evangel ios son sumamente expl íc i tas : «Tras

habe r d i spe rsado a l a m uchedum bre — cuenta Mateo— Jesússe retiró al monte para rezar.» Y Marcos nos dice: «Por la mañana , cuand o todav ía es taba oscuro, Jesús se levantó y se dir i gió hacia un lugar solitario y allí se puso a rezar.» Lucas nosconfirma y nos precisa que Jesús , antes de real izar los más

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San Francisco de Sales hasta San Vicente de Paul.Que ta les es trechas re laciones de integración y de a l ter

nancia entre la vida interna y la vida externa poseen un carácte r un ive rsa l , cons t i tuyendo una condic ión necesa r ia pa rauna armónica y benéfica exis tencia hum ana , es a lgo que se veconfirmado por e l hecho de que ya habían s ido descubiertas yejerc i tadas incluso en múlt iples c ivi l izaciones a le jadas de lanuestra. Bastaría la forma precisa con la cual es planteado yresuel to e l problema de la acción en e l Bhagavad-Gita para de mostrar que los ant iguos sabios hindúes l legaron a las mis

mas conclus iones que los santos cris t ianos . También hal lamosun elevado ejemplo y una confirmación práct ica en la vidad e l m á s g r a n d e d e t o d o s l o s h i n d ú e s , G a u t a m a B u d d h a ,quien luego que la revelación del dolor universal le hubo impulsado a abandonar la casa paterna para i r en busca de laverdad l iberadora , se dedicó infat igablemente y durante largos años a la vida interior. Tras diversas tentativas infructuosa s , t ra s habe r p robado inú t i lm ente los m é todos de l a s ce t ismo, Buddha hal ló en la e levación puramente interior , en e lmétodo del logro y del desarrol lo de unos es tados cada ve/

más e levados de meditación y de contemplación, la Luz suprema. Y en e l subs iguiente apos tolado, desarrol lado durantemedio s iglo, recorriendo toda la India y convirt iendo a mil lones de hombres , enseñó y aconsejó con part icular ins is tenciala práct ica de es tas act ividades intern as .

Es únicamente en nues tra moderna c ivi l ización donde ta-

les principios son despreciados e ignorados . Sólo entre noso

tros Marta es exal tada y cons iderada como ejemplo, mientrasque María es ignorada y desvalorizada. Espero, s in embargo,habe r consegu ido dem os t ra r lo equ ivocada que re su l t a e s taac t i tud , l a can t idad de consecuenc ia s pe rn ic iosas que conl leva y cómo muchas de las más graves defic iencias y unagran mayoría de los males de la vida contemporánea provienen de es ta causa.

Todo es r í tmico, tanto en la naturaleza exterior como en lainterior y, así, tal y como existe el verano y el invierno, el díay la noche, o la vigilia y el sueño, en cada vida ordenada y ar

e incluso surgir la sospecha d e que se t ra ta de exageraciones o

degene rac iones de l m is t i c i sm o. S e puede pensa r que e s toscontemplat ivos no saben conservar la jus ta medida, que sonunos déb i le s , unos náuf ragos o unos dese r to re s de l a v ida .Que en a lgunos casos e l lo pueda s e r ve rdad , a l m enos enparte , creo que es a lgo que debemos imparcia lmente admit i r ;p e r o , una vez hecha es ta reserva, se puede afirmar que losgrandes mís t icos , los verdaderos contemplat ivos , t ienen unafunción real y efectiva en la vida d e la hu ma nid ad; que, antesbien, son s in embargo act ivos cuando se apres tan a real izarlos más e levados f ines de su vocación, s iendo capaces de de

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mónica tendría que haber también una a l ternancia periódicaentre e l recogimien to y la acción externa. No es necesario q uees te r i tmo posea la r igidez o puntu al id ad de los c iclos que dete rm inan los fenóm enos na tu ra le s : pueden adap ta rs e opor tu namente y con flexibilidad a las diferentes condiciones y exig e n c i a s p r á c t i c a s d e l a c o m p l e j a v i d a h u m a n a ; y e spract icable por quien quiera verdaderamente hacerlo. Recordemos la sabia dis tr ibución del t iempo pract icada en e l pasa do : todos los días había dos momentos de recogimiento —por la mañana, para la meditación y la preparación para lasact ividad es práct icas , y por la noche, para e l examen interior-;todas las semanas , t ras se is días dedicados prevalentemente aCésar, un día dedicado a Dios ; y todos los años un prolongado re t i ro, como mínimo, durante e l cual se intentaba desarrol lar una labor de perfeccionamiento interno mucho más íntima y eficaz.

Has ta aquí , creo, no es dif íc i l que hayamos obtenido e lconsenso de todas las mental idades abiertas y de todas las a lma s nobles que aspiren a l bien. Pero ahora debem os enfrentaruna cues t ión sobre la que no resul tará tan fáci l conseguir un

acuerdo. Se t ra ta de la forma de cons iderar y de valorar a loscon tem pla t ivos puros , a aquel los que una vez abandon ada l avida común de los hombres no vuelven ya a l 'mundo' , s inoque pe rm anecen en los c laus t ros o en l a s e rm i ta s . Quizáspueda parecer que es tán violando esa ley del equi l ibrio r í t mico entre la vida exterior y la interior anteriormente c i tada

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sarrol lar un t ipo de act ividad que requiere la más intensa ycon tinu ada concentrac ión de las energías ps íquicas , e l másdirecto dominio de la materia por parte del espír i tu , e l cualpuede producir efectos benéficos , amplios y potentes .

Tan radicada es tá la act i tud extrovert ida y materia l is ta dela c ivi l ización moderna que incluso aquel los que se proclam an esp i r i tua l i s t a s a m enudo no aprec ian o no com prendenes ta part icular forma al ternat iva de act ividad humana. En e lpropio seno de la igles ia , en es tos t iempos modernos , la vidacon tem pla t iva e s tá t en iendo cada vez un m enor núm ero de

seguidores . S in embargo, exis ten pruebas c laras y seguras dela eficacia de las fuerzas espir i tuales que son i rradiadas poresas a lmas superiores encendidas por e l fuego de la contemplación. Tales pruebas , que escapan a las miradas superfic iales y a las men tes prejuic iosas , se manifies tan c larame nte anteuna cons ideración a tenta e imparcia l . Los num eroso s y coincidentes tes t imonios que de es te poder encontramos en la his toria de todo pueblo no pueden ni deben ser ignorados .

La i rradiación que proviene de s i lenciosas plegarias , las

extrañas curaciones, las conversiones a distancia, el influjo deuna persona recogida en oración percibido por aquel los haciaquienes iban conscientemente dir igidas —que a veces incluyela sensación de la presencia real de la persona misma— sonhechos que pueden maravi l larnos , pero que no deben ser negado s a priori en base a prejuic ios doctr inales o a aven tura dassentencias de imposibi l idad.

Más que nunca resulta ilícito hacerlo ahora, cuando la ciencia de la materia , con sus novís imos descubrimientos y superándose a s í misma rápidamente , es tá logrando pruebas vál i das que confirman las concepciones espirituales. Los casos dete lepat ía , de te lequines ia o de ideoplas t ia que actualmente a lgunos hombres de c iencia han demostrado s in género de dudas dem uestr an que las fuerzas ps íquicas pue den actuar másal lá de los l ímites del organismo físico y qu e pue de n plasm ary hacer vibrar la materia directamente a distancia. Tras la demostración de la exis tencia de es tos poderes ¿quién t iene e lderecho de t razar nue vos l ímites? ¿Con qué argu me ntos sepuede negar la eficacia de los actos espirituales de los contem

La poderosa i rradiación espir i tual de los contemplat ivos

es po r lo tant o la forma má s pura y elevad a de acción, la quemás se aproxima al modus operandi de la Divinidad. Es, en resumen, la apoteos is de María . Pero precisamente por ser as íde e levada y cas i sobre hum ana, es una act ividad excepcionalque t rasciende las pos ibi l idad es del hom bre ordinario y a laque tan sólo deben dedicarse de pleno aquel los que poseanes ta vocación y se s ientan poseedores de toda la fuerza interna que se precisa para poder expresarla . Para los demás esapl icable la recomendación de Dante: «conviene seguir otroviaje». Y para reconfortarlos —y u na vez reconocidos e l valor

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plativos y de los místicos?También por otras vías podemos tener confirmación de su

eficacia. Diariamente vemos cuánto más poderosa es la actividad mental que la sola act ividad muscular para modificar e lmundo exterior. El esfuerzo mental temporal necesario para inventar una máquina y dir igir su cons trucción proporciona unmedio para ahorrar cant idades incalculables de energías musculares , y además se producen efectos que con ninguna sumade esfuerzos musculares se podrían obtener. Ahora bien, muchos hechos y cons ideraciones inducen a admit i r que un a re lación similar existe entre la energía mental y la espiritual; queés ta es tanto más potente que aquél la , cuanto aquél la es máspote nte qu e la fuerza física. Por éstas y otras razon es qu e se podrían aducir, opino que ya no se puede dudar más de la eficaciade la irradiación espiritual directa y que incluso debería reconocérsele una intens idad incalculable . Es ta autént ica revelacióndescubre una vis ión desbordante sobre los poderes la tentes debien que hay en e l a lma hum ana y sobre e l propio m od o en q uese expresa la acción divina, y proporciona una concepción de lavida y del mundo bien dis t into del que impera actualmente .Esta concepción todavía no ha sido acogida generalmente y lavida contemplat iva raramente es pract icada con seriedad porparte de los propios espir i tual is tas modernos . No fa l tan, s inembarg o, también voces mod ernas qu e proclaman el valor y laexcelencia de la acción oculta de los contem plativos.

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y la superioridad esencia l de María— podemos pasar ahora aelogiar también a Marta , a la Marta arrepent ida , que ha comprend ido l a am ones tac ión de J e sús , que s e ha reconc i l i adocon Mar ía y que p ros igue hum i lde y vo lun ta r iosam ente suút i l obra .

Múlt iples son las ventajas de la act ividad externa, cuandono sobrepasa sus jus tos l ímites y es tá i luminada por la luz delespír i tu . Aparte de su ut i l idad directa , ta l ac t ividad cons t i tuye —sobre todo para los jóvenes— una forma de desfogarlas energías desbordantes , un fecundo campo de experiencia ,una pales tra donde son pues tas a prueba las vir tudes formadas a base de discipl ina interna, y una fragua en la que e lacero de la voluntad se templa cada vez con mayor y renovada f i rmeza. Pero todavía hay más: e l s ignif icado espir i tualy los efectos internos de cualquier acción dependen esencia lmente del móvil profundo que la ha inspirado. Es te es realmente e l a lma. Es te senci l lo y evidente principio, pero a menudo dem as iado o lv idado , nos ind ica una g ran pos ib i l idad .S i emprendemos una acción, aunque sea la más humilde o lanías materia l , con e l ánim o exento de cualquier pro pós i to per

sonal, si la ofrecemos como puro acto de amor al servicio deDios y de los hombres , es tamos cumpliendo un acto espir i tual . Es ta es la gran compensación, e l gran consuelo de todosaquel los que sedientos de recogimiento y de paz debensuiri rlas duras exigencias de la vida práct ica y de los imprescindibles deberes familiares y sociales, y se ven forzados a llevar

(

una vida l lena de esfuerzos y de duro t rabajo. Cuando se descubre que la act i tud interna puede infundir en todo acto uns ignificado espir i tual , que cualquier c ircuns tancia de la vidaexterna puede ser ut i l izada como ocas ión para e jerc i tar lasvir tudes internas y, en resumen, que cada ges to puede l legara ser un r i to , la vida experimenta entonces una t ransformación, y de mezquina, árida y desagradable deviene, como pormilagro, en r ica, fecunda y gozosa.

S iguiendo es ta vía se puede ascender, grado a grado, has tauna c ima no menos e levada y luminosa que la de la contemplación, y se pu ed e a lcanzar un es tado en e l cual la acción externa no impide la vida interior del a lma y és ta no dis trae de

aquélla, sino que la sostiene, la guía y la fortalece. En este es

23. Elementos espirituales de lapersonalidad: la belleza

Vamos a t ra tar ahora sobre los e lementos espir i tuales que,como rayos de sol , descienden sobre la personal idad humanai lum inando nues t ra conc ienc ia pe rsona l y cons t i tuyendo e l

vínculo entre nues tra personal idad humana ordinaria y e l S í

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tado e l hombre posee cas i una doble conciencia en la cual seexpresa más plenamente su esencia l unidad espir i tual , dondees a l mismo t iempo actor y espectador: s imultáneamente dis fruta del gozo que proporcionan la obra fecunda y la l ibre vis ión espir i tual . Es ta e levada conquis ta ha s ido conocida, buscada y divulgada tanto en Oriente como en Occidente .

Es te e levado idea l e s pa r t i cu la rm ente adecuado pa ra l avida mouerna, porque no impone l imitaciones a nues tras act i vidades externas , ni nos obl iga a abandonar nues tros cometi

dos o a pasar por a l to ningún deber. La t ransformación querequiere es tota lmente interna. Es arduo conseguirlo, pero losgrandes espír i tus del pasado son tes t imonio de que es pos iblehace r lo y nos inv i t an a pe rs egu i r t an e levada m e ta . Desdees ta luminosa cumbre descienden las vibraciones de una admirable armonía: es la unión de dos cual idades purís imas , esel abrazo espir i tual de Marta y de María .

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M i s m o o R e a l i d a d e s p i r i t u a l . S u s r a y o s d e s c i e n d e n a d o p tando colores y matices diversos , a tenor de la permeabil idady transparencia de nues tra conciencia personal .

Ya hem os t ra tad o an te r io r m en te sobre e l s en t ido m or a lcomo u no d e los aspectos bajo los cuales se revela la Real idadespiri tual y la consciencia personal humana. También del conocimiento mental , racional e intui t ivo como medio de conexión entre la consciencia personal y la real idad espir i tual delh o m b r e .

A h o r a h a b l a r e m o s d e u n t e r c e r e l e m e n t o s u p e r i o r q u edesciende desde lo a l to para i luminar, fecundar y vivif icar lavida h um ana : e l sent ido de lo Bello.

Para comprender bien la naturaleza y e l poder de la bel leza , debemos recordar la concepción espir i tual según la cualtodo aquel lo que exis te externamente , concretamente , s ingularmente , es manifes tación, efecto y refle jo de una Real idadsuperior , t rascendente y espir i tual . Es e l gran principio de lainvolución o emanació n: de una real idad primige nia , fundamental y absoluta , se originan por gradual diferenciación unaserie de niveles de vida, de inte l igencia , de sent imien to y devida materia l has ta l legar a la materia inorgánica . Por cons iguien te , cualquier cual idad o a tr ibuto del m un do exterior , dela materia o de las innumerables criaturas, es sólo un reflejomás o menos pál ido y velado de una cual idad o a tr ibuto de laRea l idad e sp i r i tua l : l a Div in idad . Es to e s pa r t i cu la rm entecierto para la cualidad de lo Bello.

Que la bel leza cons t i tuye la nota esencia l del Supremo, delo Divino, es un hecho qu e ha s ido reconocido y proclam adopor los más e levados pensadores , los más grandes mís t icos ypor todos los art is tas de todos los t iempos . En occidente , has ido part icularmente reafirmado por P la tón, por P lot ino y —dentro del ámbito cris t iano— por un desconocido mís t ico dels iglo V o VI cuyas ob ras han s ido a tr ibuid as a D ionis io e l Are-opagita . «Al Infini to se le l lama Belleza», afi rmaba es te últ imo , que además definía a Dios como «Aquel que es esencia lmente bel lo».

En consecuencia , en todo lo que ha s ido creado debe encontrarse a lgún ves t igio, a lguna huel la de es te a tr ibuto esencia l del Principio Creador. Según el pseudo Areopagita , todo

vis lumbrar su e levado origen, s in reconectarla con su fuente ,

a l punto de que surge e l impulso de cons iderarla como unacual idad connatural a la propia materia y a sus formas concre tas .

Pero también exis te otra razón. Es la propia intens idad delpoder de la belleza y la fascinación que ejerce lo que suscitaen e l hombre aún no purif icado ni dueño de s í mismo deseosprepotentes , pas iones desordenadas y sed de poses ión exclus iva . ¿Cómo puede resolverse es ta ant inomia? ¿Qué podemoshacer para que e l néctar de la bel leza no se convierta en unveneno morta l para e l hombre, s ino que vuelva a ser o s iga

s iendo aq uel lo que d ebería ser y que es en esencia : e l agua de

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lo que exis te conserva en e l ordenamiento de sus partes a lgúnvestigio de belleza inteligible, dado que su propia existenciaderiva de lo esencialmente Bello.

Pero cuando es tudiamos los efectos de la percepción de label leza , ta l y com o nor ma lme nte suelen manifes tarse en lahumanidad, nos encontramos ante una especie de paradoja ocontradicción ap arente . Por un lado se evidencia que, de entretodos los atributos de lo Divino, la belleza es el más fácil dereconocer, pues to que es e l que viene manifes tándose desdemás ant iguo, e l que resul ta mayormente objet ivado, e l que seha impreso con más fuerza en las formas concretas y materiales, y el que impres iona más directamente los sent idos y laimaginación. S in embargo, y por otro lado, tambié n apare cecomo el más pel igroso, pues to que más que ningún otro vincula al hombre a la materia y a la forma al suscitar en él el deseo de placeres sensoria les de todo t ipo, as í como un sent idode poses ión egoís ta y separat is ta ; también es e l que má s leciega y le engaña envolviéndolo en los i r isados velos de maya—la Gran Ilusión— y por ello es el que más lo aleja y lo se

para de Dios y de la Realidad profunda de la Verdad.¿Có mo se explica esta para doja ? N o es mu y difícil. Pue s

s iendo precisamente la bel leza la cual idad divina que más seconcreta , permaneciendo sens ible en su manifes tación en lamateria , pu ed e el homb re abusar de e lla con más faci lidad s in

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la vida, e l e l ixir de la inmo rta l idad ? Exis ten dos caminos .

El primero es negat ivo: es e l camino del reconocimientodel velo de maya o i lus ión, e l del r iguroso desapego, e l de lasupres ión de toda act ividad de los sent idos . Es la vía que sesue le denom ina r un t an to e r róneam ente a scé t i ca o , m e joraún, ascet ismo. La palabra ascet ismo ha asumido un s ignif i cado que yo cal i f icaría incluso de peyorat ivo, debido precisamente a c iertos excesos de los cons iderados ascetas ; pero e t i mológicamente posee un sent ido más amplio y pos i t ivo. Es ta

palabra griega significa simplemente ejercicio, disciplina, entrenamiento, pero ha tomado el sent ido cas i de dura imposic ión o privación. Es te es e l camino que s iguen a lgu nos de losorienta les má s es tr ictos —especia lmente los bud is tas— y ciertos ascetas místicos cristianos, como los anacoretas de la Tebaida, o ese santo —creo que era San Bernardo— que duranteun viaje por Suiza cerraba los ojos para que la belleza de loslagos y de los mon tes no dis tra jesen su concentración, o aquelcura que sent ía escrúpulos incluso por oler una rosa .

Es este un camino que suscita fácilmente nuestra crítica ynues t ra rebe l ión , y que nos pa rece s epa ra t ivo , inhum ano ycas i blasfemo. Considerado con imparcia l idad, es pos ible quecons t i tuya un rápido a ta jo, un medio violento pero poderosopara l legar has ta e l Supremo, cortando radicalmente con cualqu ie r apego . P or o t ra pa r te , t am bién puede cons t i tu i r unafase necesaria o ta l vez oportuna de desapego para aquel los

q u e s e d e j a n s u b y u g a r d e m a s i a d o p r o f u n d a m e n t e p o r l o s

atractivos que afectan a su sensibilidad, o para los que se venesclavos de sus sent idos y desean l iberarse radicalm ente . Pe roconcedido es to, se puede afirmar que se t ra ta de un caminono desprovis to de graves inconvenientes y que en cualquiercaso es vál ido solamente para unos pocos .

Pero existe otro camino mucho más fácil, armónico, gradualy tan e levado como pueda serlo e l primero. Es e l camino quenos conduce a la superación de los apegos exclusivistas y sensoriales por las cosas bellas; y lo hace en un doble sentido: mediante una ampliación o inclus ión en sent ido horizontal de to-

d a s l a s f o r m a s b e l l a s , s i n p r e f e r e n c i a s e x c l u s i v i s t a s oseparat is tas ; y mediante una e levación o subl imación en sen

quien e l canto de un pájaro o la vis ta de una f lor tenía e lefecto inmediato de e levar su a lma a Dios .

También San Francisco de Sales era un maes tro en e l artede convert i r cada fenómeno natural en un medio de referencia a Dios , s iendo ana logía y s ímbolo d e la Verdad espir i tual .

Precisamente este es el secreto: reconocer que las cosas externas no poseen un valor, s ignif icado y ni s iquiera real idaden s í mismas , s ino que tan sólo poseen un valor indicat ivo yrepresentat ivo de la verdad y de la real idad interna, que es lacual idad espir i tual . Goethe lo expresó lapidariamente a l f inal

d e Fausto en lo que podríamos calificar de moraleja de ese admirable p oema : «Todo lo que es t rans i torio es tan sólo un s ím

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tido vertical que retrocede desde el efecto hasta la causa, desdela expresión hasta la esencia, y desde la manifestación hasta loinmanifiesto. Platón lo describió con gran claridad y admirableconcisión en su Banquete.

«Desde e l amor por una bel la forma es preciso a lcanzar e lamor por todas las bellas formas y por la belleza física en gene ra l . Y después , desde e l am or por los be l los cue rpos , e lamor por las bellas almas, las bellas acciones y los bellos pen

sam ien tos .«Durante es ta ascens ión a t ravés de la bel leza moral , aparece súbi tamente una maravi l losa y e terna bel leza , exenta detoda corrupción y realmente bella. Esta belleza no consiste enun hermoso ros tro, ni en un cuerpo, ni en un pensamiento, nien ninguna c iencia ; no se encuentra fuera de s í misma, ni enel cielo, ni en la tierra, sino que existe eternamente en ella ypor e l la , en su absoluta y perfecta unid ad.»

Este camino ascendente ha s ido ut i l izado y descri to poralgun os mís t icos cris t ianos , sobre todo po r san Francisco

(basta con recordar el Canto de las criaturas, en el cual «el Solconlleva s ignif icados divinos»), quien lo expresa además enp a r t i c u l a r i d a d e s d e l o m á s g r a c i o s a s , c o m o p o r e j e m p l ocuando ordenó que se cul t ivasen f lores en e l convento paraq u e t o d o s a q u e l l o s q u e l a s c o n t e m p l a s e n r e c o r d a r a n l aE te rna Du lzura . Y tam b ién por S an ta Rosa de L im a , pa ra

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bolo» .

Examinemos un poco más concretamente los diversos grados de la escala platónica de la belleza y la forma de recorrerlos práct icamente para poder ascender por e l la .

El primero, repi to, es pasar del amor por una bel la formaal amor por todas las bel las formas . Con es ta ampliación ensent ido horizontal se van vencien do poco a poco los apegosexclus ivos y e l ans ia de pose s ión materia l sobre un a sola

form a en pa r t i cu la r , sobre una so la c r i a tu ra s epa rada . Enc ie r to s en t ido podem os ca l i f i ca r lo com o de descubr im ien tode la bel leza del mundo, y puede hacerse sobre todo directamente con la naturaleza , aprendiendo a descubrir la infini tavariedad y bel leza de los fenómenos y espectáculos naturales :se t ra ta de apren der a ver. Para e llo es preciso ado ptar una act i tud des interesada, olvidarse de la propia personal idad, delyo separado y todas sus preocupaciones egoís tas ; es precisosumergirse en e l obje to observado y admirarlo has ta cas i fundirse con él y convertirse en uno solo. Es la forma más fácil deabrir una f isura , una rendi ja en e l duro y es trecho caparazónde l yo s epa rad o . Es bas tan te fáci l porq ue bas ta un p r im ermovimiento nues tro hacia e l obje to para que la bel leza intr ínseca de és te nos responda y nos a tra iga; y cuanto más nosatrae , más nos aproximamos hacia e l la y más descubrimos subel leza . Así , poco a poco , llegamos a sa li r realmente de n osot ros m ism os en pos de l a com unión en t re ob je to y su je to ,

uniéndonos en esa contemplación es té t ica que —según Scho-

penhauer— es l iberadora a l grado de ser e l máximo consuelode la sufriente humanidad.Hay algunos objetos naturales que por poseer una bel leza

m ás ev iden te , m ás g rand iosa o pa r t i cu la rm ente fa sc inadoranos a traen y nos ayudan especia lmente . Uno de los objetosnaturales que más posee este efecto benéfico es el cielo. Heaquí a lgunas bel las expres iones pertenecientes a uno de loshombres que más y mejor han sabido apreciar la bel leza delm undo: Rusk in .

«Resulta extraño lo poco que conoce ¡a gente el cielo. Es la parte dela creación a través de la cual la naturaleza expresa con mayor evi

lo que señala su noble origen. Hay hombres que poseen másacrecentado que los demás e l don divino de poder ver es tabel leza escondida.

Las cosas se vuelven como transparentes , i luminadas internamente t ras sut i les velos que s in embargo permiten quenues tros ojos intuyan o perciban parte del esplendor divino,que de otro modo nos cegaría .

Por lo tanto, en la contemplación de la naturaleza ya exis ten los s iguientes grados : admiración de un objeto part icularmente bel lo de la naturaleza; a part i r de ahí , una primera sal ida de nues tro ens imismamiento; la comunión entre e l obje to

y el sujeto; la percepción de la belleza de todos los objetos de

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dencia su propósito de recrear al hombre, de hablar con su espíritu,de educarlo. Y es precisamente la parte que menos conocemos. Cualquier persona, dondequiera que esté situada y aun a pesar de que seencuentre alejada de cualquier otra fuente de atracción o de belleza,tiene al menos esto en todo momento: el cielo. Los más admirablesmilagros pueden ser vistos y conocidos por pocos, nadie está destinado a vivir en m edio de ellos continuamente; cesaría de sentirlos silos tuviese siempre ante sus ojos. Pero el cielo es para todos. El cíelorL mita de lo más adecuado en todas sus funciones d e reconfortar yexaltar los corazones, de suavizarlos y liberarlos de su impureza. Aveces dulce, otras caprichoso o incluso triste, nunca es idéntico durante dos momentos consecutivos; siempre humano en sus pasiones,siempre espiritual en su ternura, siempre divino en su infinidad ygrandeza. Su apelación a todo cuanto en nosotros hay de inmortal estan evidente com o esencial es su labor de castigar y de h erir cuantohay de m ortal.»

Así pues , repi to, e l primer grado de comunión con la natura leza es a t ravés de a lgunos de sus 'milagros ' que más nosatraen. Pero desp ués es a lcanzable una com unión m ás general, menos separat iva , que cons is te en ver cualquier e lemento

de belleza en todas las cosas, incluso en las más humildes ycot idianas : en una brizna de hierba, en una s imple f lor y también en aquel lo que a primera vis ta pud iera no parecem osbello.

Y es es ta re lación, es ta sol ida rid ad, es ta uni da d qu e setransparenta bajo la variedad y la mult ipl ic idad de las cosas ,

la naturaleza; después , la sensación de su profunda unidad;finalmente, la revelación de la consecución de la belleza en lana tu ra leza .

Otra forma de descubrir la belleza es mediante el arte. Laverdadera función y misión del arte es revelar la belleza ocultay la impronta divina en todas las cosas. El artista acentúa, exterioriza y revela esta belleza, de modo que aquellos que no sabenverla por s í mismos en la naturaleza encuentran ayuda en e larte. El alma del artista, habiendo contemplado esta belleza, laexpresa en una nueva belleza que ayuda a vislumbrar el sellodivino. Esta es la piedra angular que permite diferenciar el pequeño arte —el pseudo arte de la belleza exterior y artificial—del gran y verdadero arte .

Me l imito a hacer es ta pequeña a lus ión, dejando para otrom om ento un exam en m ás ex tenso sobre e s te t em a . No obs tante apuntaré que es ta vía horizontal , que cons is te en la ampliación, revelación y manifestación de la belleza en la naturaleza y en el arte, también posee sus peligros y limitaciones.

Uno de es tos pel igros es e l es te t ic ismo, que por m uy refinadoque s ea s i em pre re su l t a un t an to hedonís t i co , con un t in tesensual y algo egocéntrico. La complacencia excesiva y exclusiva en el disfrute de la contemplación estética induce a olvidarse injus t i f icadamente de los demás aspectos , cual idades yatr ibutos de lo Divino, los cuales s in embargo debemos a lcanzar y vivir s i queremos lograr una comprens ión y una real i /a-

ción completa e integral . Supone además , un l imitarse a l as pecto formal y externo de la belleza.

Procede ah ora p asar a la gradación d e la bel leza interior .Es evidente que la bel leza interior depende de nues tra ac

t i tud. Un peldaño puede ser tanto un obs táculo como un medio o ayuda para sa lvar lo que nos impide ascender. El méri too la culpa no están en las cosas, sino en nosotros y en nuestradisposición interior hacia ellas.

La belleza sensible, la belleza moral, la belleza de los pensamientos e levados y armónicos , de los sent imientos nobles ygenerosos y de los actos heroicos ha s ido descri ta de formaadmirable por Maurice Maeterl inck. He aquí a lgunas expres iones del capí tulo t i tulado «La bel leza interior» del volumen

de los sent idos ; de hecho és tos se ven impotentes para a lcan

zar lo , como s i fuese a lgo que sobrepasara infini tamente la es fe ra s ens ib le . Ante lo sub l im e e l s a lva je huye , porque nopuede ev i t a r un s en t im ien to de angus t i a cuando su pe rcepción le impacta con toda su fuerza materia l . La emoción quedespierta lo subl ime es , por cons iguiente , inic ia lmente depres iva , pero a l primit ivo sent imiento de terror le s igue otro deínt ima sat is facción por cuanto que lo subl ime despierta ennosotros e l sent imiento de nues tra propia grandeza moral . Y,así, la inic ia l emoción depres iva se convierte en exal tación yla angus t ia se torna entus iasmo.

Lo sub l im e presen ta dos a spec tos : e l que podr íam os de

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El tesoro de los humildes, quizás la más profunda y e levada detodas sus obras :

«No hay cosa más apropiada para un a lma ávida de belleza, ni más susceptible de embellecerla que. . . un bello pensam ien to ence r rado en su in te r io r , no expresado y s in em b a r g o c o n c e b i d o , q u e l a i l u m i n a c o m o u n a l l a m a p r e s t afulgor a una lámpara .»

Plot ino, t ras haber hablado de la bel leza inte l igible , concluye as í su VIII l ibro de la quinta Enéada: «S om os be l loscuando nos pertenecemos a nosotros mismos y ya no lo somos cuando descendemos a l plano de la naturaleza inferior .S o m o s b e l l o s c u a n d o n o s c o n o c e m o s y d e j a m o s d e s e r l ocuando nos ignoram os .»

No creo que se pueda expresar mejor la naturaleza y esencia de la belleza moral, de los bellos pensamientos, de los sent imientos e levados , de los actos generosos dentro del ámbitode lo indiv idual y de lo diferenciado.

Platón, en fin, señaló un tercer grado: el paso a la bellezaesencial y más allá de las formas. Para dar este paso es preciso el sentido de lo sublime.

El méri to de haber anal izado es te sent imiento correspondea Em m anue l Kant . Mien t ra s que an te l a be l l eza norm a l l aimaginación y e l inte lecto actúan a l unísono, ante la subl imese hal lan en controvers ia . Lo subl ime no se percibe a t ravés

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nom ina r cuan t i t a t ivo o m a tem át ico , que expresa e l m i lagrode su g randeza ba jo l a apa r ienc ia de ex tens ión , y e l d iná mic o , que aborda e l milagro de su potencia . Pero a l profundizar en e l anál is is aparece inserto un aspecto cas i terr ible , quees l a m a jes tuos idad y g rand ios idad de lo Div ino . Es te a s pecto ha s ido descri to de forma admirable por e l a lma profundamente re l igiosa de Rudolf Otto, des tacándolo con part icular re levancia en su l ibro Lo Sagrado, donde lo califica den u m i n o s o .

Nos hemos referido a los dos grandes aspectos del Divino:inmanencia y t rascendencia . Son ambos verdaderos y necesar ios , pero tomados separadamente son uni la tera les ; es precisointegrarlos , fus ionarlos . Cuando prevalece e l aspecto de la inmanencia , exis te e l pel igro de empequeñecer o rebajar la ideade lo Divino en todas sus manifes taciones . Así , en e l ámbitode la es té t ica , cuando prevalece es te aspecto de expres ión yde forma obtenemos la perfección agradable , afable , e legante ,pero fr ía, de los parna s iano s y de los neoclás icos . En e l camporel igioso nos encontramos ante e l mis t ic ismo sent imental , e l

am or pe rsona l por Dios hecho hom bre — dem as iado hum ano .En el ámbito del pensamiento, nos encontramos ante la deif i cación del hombre como hombre, como en a lgunas corrientesideal is tas . Cuando, s in embargo, se acentúa de forma exclus iva e l aspecto t rascendente , aparece un exces ivo dual ismo,cas i una contrapos ic ión y una opos ic ión art i f ic ia l entre natn-

ra leza y Dios , entre creación y Creador. Se produce as í unaexcesiva separación entre e l hom bre y D ios .

Es precisa , repi to, una integración, una s íntes is de ambosaspectos , y para obtenerla práct icamente es necesario acentuar e l aspecto que presente mayor carencia , tanto en nosot ros m ism os com o en nues t ra época . Hoy en d ía p reva lececlaramente en e l mundo exterior la tendencia inmanentís t ica .Vivimos en la era de la ciencia en la cual ésta destaca, de entretodo s los aspectos de lo subl ime, su extens ión.

El enfoque general es de extrovers ión, con la búsqueda dela verdad, la bel leza y e l poder en e l mundo externo y en lana tu ra leza . P or cons igu ien te conviene ac tua lm ente acen tua r

el otro aspecto para l lamarnos la a tención a nosotros mismosy a l re s to de l a hum anidad sobre e l s en t ido de lo t ra s cen

24. Elementos espirituales de la

personalidad: el amor

En nues tro examen de los ' rayos espir i tuales ' que desciend e n s o b r e l a p e r s o n a l i d a d , h e m o s h a b l a d o d e l a b e l l e z a .Ahora hablaremos de otro e lemento important ís imo: e l amor.

El amor es uno de los aspectos de la vida más extendido,

cons t i tuyendo el sent imiento y la act ividad más universales .

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dente , abriéndonos a sent i r y hacer sent i r e l es tremecimientodel misterio ante lo infinito.

También para es te f in recomiendo la lectura de El tesoro delos humildes, de Maeterl inck. El capí tulo del s i lencio nos ayuda rá a desprende rnos y desapega rnos de e s ta pequeña v idafrenét ica y extrovert ida en la que cas i todos es tamos implicados y que tanto nos arras tra . Un renovado y adecuado sent ido de la t rascendencia co nduc e directam ente a la gran R eal idad, a l permit i rnos intuir esa bel leza que subyace bajo todaforma y que tan ins upera blem ente describió P la tón: la Bel lezaeterna, que exis te e ternamente en s í misma en absoluta y perfecta unidad.

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Sin embargo quizás sea uno de los más incomprendidos , e lque má s confus iones provoca y por e l que se cometen los másgraves errores . Por cons iguiente , y para po der ama r mejor, resul ta muy út i l e incluso necesario comprender lo que es realmente e l amor.

Las confus iones y los errores exis tentes no deben extrañarnos demasiado s i tenemos en cuenta que e l amor posee unorigen, una naturaleza y unas funciones cósmicas , que a menudo se vive como algo arrol lador que domina y abruma al

individuo, y que posee manifes taciones interiores y exterioresm u y d i v e r s a s y a p a r e n t e m e n t e c o n t r a d i c t o r i a s : e x i s t e u nam or f í s i co y un am or e sp i r i tua l ; un am or que desea , queatrae y que absorbe, que l imita y que somete , y un amor queamplifica y que libera; también existe un amor en el que el ind iv iduo pa rece pe rde rse y o t ro en e l que pa rece reencontrarse . Para poder aportar a lgo más de c laridad y de orden aesta confusión y a estos contrastes es necesario incluir el amordentro de la gran concepción espir i tual de la vida a la que yahemos a ludido anteriormente . Solamente as í lograremos acla

rar , a l menos en parte , todo es te mis terio. Recordemos a grandes rasgos las l ineas maes tras de es ta concepción espir i tual ,para poder re lacionarla con e l tema que ahora nos ocupa.

Exis te una unidad originaria y no diferenciada: lo Absolu to , Trascendente e Inmanifies to. De e l la procede la manifest ac ión y d i fe renc iac ión que pueden cons ide ra rs e com o pro-

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yecc ión , em anac ión y au to-ob je t ivac ión de l S uprem o. Es tegran proc eso cósmico posee varios gra dos . El prim ero es e l dela dual idad: e l uno se convierte en dos . Se produce entoncesla primera diferenciación fundamental : espír i tu y materia , as pecto subjetivo y aspecto objetivo, energía y resistencia, activ idad y pas iv idad , po lo pos i t ivo y po lo nega t ivo , a spec tomasculino y aspecto femenino. Has ta ahora , sólo se t ra ta delaspecto objet ivo de la materia , de a lgo indiferenciado, no dela materia ya diferenciada ta l y como nosotros la conocemos.Es l a fa s e p r im ord ia l a l a que podem os l l am ar re lac ión ded u a l i d a d .

Es tos dos grandes aspectos del ser no permanecen escindidos ni indiferentes e l uno del otro, s ino que interactúan pro

Esto nos revela e l secreto de la naturaleza y de la función

del amor. Es te deseo de complementarse , de unirse , de fus ionarse con a lgo o con a lguien dis t into de uno mismo es precisam ente la esencia misma del amor. Y es ta unión , es ta fus ióncreat iva y product iva , da origen a cualquier otra cosa . El Uno—el Espíri tu— m ás e l dos —la materia— da n origen a l t res :o sea , a la manifes tación diferenciada. De es ta forma, de launión de lo pos i t ivo con lo negat ivo surge a lgo dis t into y diferenciado, en consonancia con la naturaleza de los e lementos que se hayan unido. Traduciéndolo a un lenguaje c ient í fico, se puede dec i r que e l un ive rso e s tá basado sobre e l

principio de la polaridad, según una ley de a tracción y unaserie de actos de reproducción. Es tos principios y leyes bás i

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duciendo acciones y reacciones, y el efecto de esta atracciónvita l es la creación y manifes tación del universo ta l y comonosotros lo conocemos, ya concreto y formalizado. Es te no seforma en un solo ins tante , s ino que exis ten suces ivas diferenciaciones en e l seno de la creación. Se pro duc e prim ero la obje t ivación de los planos , con niveles de vida cada vez másconcretos y materia les , y es tados de conciencia más y más l i mitados . Y dentro de cada nivel se producen suces ivas e in

numerables diferenciaciones has ta l legar a l es tado actual demáxima divis ión, escis ión y dispers ión entre todo lo creado.

Esta, diría yo, es la estructura o el marco en el que nosotros podemos incluir y comprender e l amor. Dentro de es teactual es tado d e divis ión, de escis ión y de du ra separac ión, enlas cria turas exis te de varias formas y en diversos grados unoscuro y a le jado recue rdo de l a un idad p r im i t iva , un vagasensación del origen comú n y una inconsciente pero pod erosa nos ta lgia por regresar a é l . Toda cria tura , todo ser a is l a d o , se s iente incompleto, insufic iente , insat is fecho; busca

a lgo, s in saber qué es , s in encontrar la paz. Busca equivocánd o s e , sufriendo continuas des i lus iones , pero s in poder hacerotra cosa más que seguir buscando, empujado por un apremio que no le da un momento de descanso y por una sed queno se ext ingue. Y no puede ser de otra forma, porque es te imp u l s o , es te anhelo, es la expres ión de la gran ley evolut iva .

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cos los encontramos en todas las manifes taciones del amor,aun cuand o a p r im er a v is t a é s tas pu eda n pa recem os t an d i s t intas y contradic torias .

P od em os ha l l a r e s tos p r inc ip ios inc luso en l a m a te r iainorgánica . Dentro del á tomo exis ten la carga pos i t iva del núcleo y la carga negativa de los electrones, cuyo conjunto establece la vida y la cualidad específica del átomo. También podemos encontrarlos en la e lectr ic idad en general , en la que la

ca rga pos i t iva y l a ca rga nega t iva , a l un i r s e , p roducen l achispa que proporciona luz y calor. En los e lementos químicos, el amor, la ley de a tracción y de unión, se manifies tacomo afinidad química: entre los ácidos y las bases , por e jemp lo , cuya reacción da lugar a las sales.

En e l aspecto biológico encontramos que en la vida orgánica vegeta l y animal se produce la a tracción y fus ión de lascélulas . En los organismos más e lementales —los unicelulares— se funden dos o rgan i sm os dando luga r a o t ra s cé lu la s .En los o rgan i sm os supe r io res — los p lu r ice lu la re s— ex i s ten

ind iv iduos d i fe renc iados , m ascu l inos y fem eninos , por m edio de los cuales t iene lugar la reproducción sexual .

Ahora b ien : e l a spec to sub je t ivo y ps ico lóg ico de e s tafunción sexual es una poderosa a tracción f ís ica , e l ins t intosusci tado por las impres iones de los sent idos . El hombre, enlo que se refiere a es te aspecto, part ic ipa de la vida de las

sensaciones , pero en é l exis ten otros niveles en los que también se manifies ta e l amor. Es tá e l nivel emotivo, en e l queaqué l adqu ie re e l a spec to de a t racc ión em ot iva y s en t im ental , de neces idad de un com plem ento ps íqu ico de d i s t in tosn ive le s , desde l a pas ión poses iva m ás e lem enta l has ta lossen t im ien tos m ás e levados de com unión de l a s a lm as . Tam bién exis te e l nivel inte lectual , en e l que t ienen lugar comuniones de índole inte lectual , en e l que se producen intercamb ios de ideas que dan luga r a un enr iquec im ien to rec íp roco .Y, f inalmen te , tam bién exis te el nivel espir i tual , en e l que ent ran en juego o t ros e lem entos de los que hab la rem os m ásade lan te .

Has ta ahora hemos señalado los casos más senci l los del

penando sus func iones con a rm onía , con so l ida r idad e in c luso se podría decir que con amor.

A n á l o g a m e n t e p o d e m o s e n c o n t r a r e n e l m u n d o h u m a n odi fe ren te s agrupac iones que en su con jun to son c readas yes tán unificadas por fuertes vínculos afect ivos . La primerade e s ta s agrupac iones que podr íam os cons ide ra r com o unacé lu la hum ana e s l a fam i l i a . Resu l ta ev iden te que en m uchos casos l a fam i l i a cons t i tuye una ve rdade ra un idad p rop i a , c o n s t i t u y e n d o u n p e q u e ñ o g r u p o c a s i i n d e p e n d i e n t edel res to y que se mantiene unido por fuertes vínculos de unm ism o am or , de unos m ism os idea le s , de unas m ism as t en

denc ia s . Ot ra agrupac ión e s l a com unidad . La pa labra co

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amor, de la tendenc ia a la unió n, de la ley de la atracción, es decir, de la relación y complementación entre dos elementos o seres de polos o de sexos opues tos . Pero exis ten extens iones ,complicaciones y refinamientos de es ta manifes tación. Antet odo , los casos en los que no existe una polaridad rígida y estable, com o la eléctrica y como el sexo físico, sino una función alterna. Así, por ejemplo, en el ámbito de los sentimientos y delinte lecto, un mismo individuo puede ser a l ternat ivamente negat ivo y pos i t ivo, act ivo y pas ivo, emisor y recept ivo. Exis teuna mayor plas t ic idad, una mayor l ibertad de acción y, porconsiguiente, también de selección.

Una s egunda com pl icac ión y un d i s t in to desa r ro l lo de lam or t i enen luga r cuando ex i s te una com plem entac ión , unafus ión de más e lementos e indiv iduo s , y no tan sólo de dos .Es to sucede ya en e l mundo de la materia . Por e jemplo: haycom binac iones qu ím icas com pl icadas en l a s que en t ran enjuego tres o más e lementos . Cas i todos los compues tos orgánicos son de es ta naturaleza: moléculas complejas formadas

por ca rbono , h id rógeno , ox ígeno , n i t rógeno y o t ros e lem entos . En el ámb ito biológico se encu entr an las células como elemento primordial , después los grupos de células , y los grupos de grupos de células que forman los órganos , has ta l legara l c o n j u n t o c o h e r e n t e y a d e c u a d a m e n t e i n t e r c o n e c t a d o d egrupos de ó rganos que fo rm an una un idad v iv ien te , desem -

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munidad s ignif ica unión, es decir , la unif icación de dis t intose lem entos . As í pue s , ex i s ten agrupac iones y com un idad espolí t icas , re l igiosas , socia les e incluso inte lectuales . Algunosc e n t e n a r e s d e i n d i v i d u o s r e p a r t i d o s p o r t o d o e l m u n d o ,com o por e jem plo los a s t rónom os , fo rm an una com unidadbien diferenciada y que habla un lenguaje en parte incomprens ib le pa ra los dem ás . Tam bién e s ta e s una fo rm a deunión y de am or .

En todos es tos grup os po dem os encontrar las mism as caracterís t icas fundamentales del amor ya mencionadas : sent i mientos afect ivos , sent ido de unión y de complementación, yuna ac t iv idad y p roduc t iv idad com ún y g rupa l m ucho m ayore incluso quizás también dis t inta de la que puede real izar unindiv iduo a is lado. Pero e l lo no es sufic iente expl icación. Ape nas es tamos en la mitad de nues tro examen.

Todas e s ta s re lac iones de po la r idad y de un ión que he m o s c o n s i d e r a d o h a s t a a h o r a s e d e s a r r o l l a n e n e l m i s m oplano; son ampliaciones horizontales o superfic ia les , por as ídecir . Las diferentes afinidades químicas t ienen lugar en e lám bi to qu ím ico ; l a com unión a fec t iva hum ana , en e l a fec t ivo; y la compenetración inte lectual , en e l inte lectual . Perotam bién hay o t ra s re lac iones y com plem enta c iones que podr íam os ca l i f i ca r de ve r t i ca le s , y que son adem ás l a s m ásesencia les . Las com plem entac ione s horiz ontal es son insufic ien te s , ya que t an só lo pueden l l ega r a c rea r un v íncu lo

parcia l y temporal . La sed más profunda no resul ta sa t is fecha con e l las , y ahí radica e l drama del amor pas ional o del

am or hum ano en gene ra l . En e l am or f í s i co , en e l s im pleam or pas iona l , ex i s te una con t inua insa t i s facc ión . Muchospoetas y escri tores han sabido refle jar lo que sucede en e la lma de dos seres que se aman: una sed por lo e terno e infi n i to , y una p rofunda a sp i rac ión por de tene r e s e m om ento yc o n s e g u i r q u e e s e p e q u e ñ o a m o r h u m a n o s e c o n v i e r t a e nalgo perfecto y completo. Por s í mismas es tas aspiracionesson inalcanzables e imposibles de real izar , y por es te motivode e l las se deriva un profundo dolor y e l cons iguiente deseode anu la r lo , de de tene r lo e te rnam ente , que puede conduc i r

incluso has ta e l suic idio.

para e l hombre que todavía no es capaz de a lcanzar lo Su

premo y lo Universal .Otro aspecto, otro paso más hacia e l amor por e l Supremoy el amo r hacia e l Espíri tu en nosotro s mism os , es e l de la as piración, que es la a tracción que experimenta la personal idadhacia la individual idad, hacia e l centro espir i tual , hacia e l S íM i s m o .

Viene después e l amor hacia Dios . Es te amor puede adoptar dos formas que n o se excluyen entre s í . Exis te e l amo r h acia Dios , concebido és te como una personal idad —una person a l i d a d s u b l i m e — p e r o s i e m p r e c o m o e l e m e n t o d e

diferenciación y de manifes tación; y también hay otro amormu cho má s mís t ico entre e l a lma y Dios , en e l que e l a lma p o

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Esto sucede a causa de los motivo s arr iba señalado s ; es decir : debido a que se percibe la unidad originaria . Tal unidadt iene su origen precisamente en un plano dis t into a l horizontal , en un lugar superior y t rascendente , lo cual se advierteprimero con sorpresa y se mal interpreta , pero después se revela cada vez con más claridad. Es la aspiración hacia el Espír i tu , e l am ; r hac ia l a Div in idad com o Rea l idad S uprem a ,como unión de todo y de todos . Es ta aspiración, es ta inquietud, es amor; un amor expresado de forma lapidaria por San

Agust ín: «¡Mi corazón no hal la sos iego has ta que no reposaen Ti!». Pero, repito, al igual que la revelación de esta aspirac ión es lenta y gradual , as í también las manifes taciones songrad uales y dis t intas . El proceso cons ta de un a serie de e tapascon caracterís t icas mu y dis t in tas .

Antes de poder amar y sent ir a la Divinidad en su esencia ,en su inconceb ib le g rand ios idad , e l hom bre aprende poco apoco a amar las manifes taciones veladas , concretas e individua l i zadas , cada vez m ás am pl ia s . De e s ta fo rm a , em piezapor dirigir su amor en sentido vertical, hacia lo alto, hacia el

Espíri tu , amando a los seres humanos superiores a é l , ideal i z a d o s , en los que se manifies ta a niveles más o menos notables a lgo de divino y espir i tual . Son los héroes de la humanid a d , l o s g e n i o s , l o s s a n t o s ; l o s h o m b r e s d i v i n o s , c o m oBuddha y com o Cr i s to . Es tos son com o un pun to de apo} >

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see un aspecto y una act i tud 'negat iva ' , en la que hay refle josanálogos a los del amor humano. Precisamente , los mís t icoshablan de una noche mís t ica y de una unión mís t ica . Tambiénaquí encontramos las mismas caracterís t icas del amor: deseosd e c o m p l e m e n t a c i ó n , d e u n i ó n y , d e s p u é s , d e p r o y e c c i ó n .Porque es tas a lmas mís t icas no se conforman con gozar pas ivamente del sent imiento de amor divino, s ino que se s ientenempujadas a actuar en e l seno de la humanidad para l levar

es te amor a todos los hombres .Después , también exis te un amor hacia todo lo creado, hacia la naturaleza y hacia los hombres , que posee un carácterespir i tual por cuanto que no se t ra ta de amor hacia una criatura en part icular o por un hombre en concreto, s ino que esun am or un ive rsa l basado en e l p r inc ip io de un idad de tod aslas cria turas .

Espe ro habe r dem os t rado cóm o es ta v i s ión de con jun toexplica la unidad del amor y la gran divers idad de sus manifestaciones, entre los distintos seres y en los diferentes niveles

de vida; pero sobre todo en e l hombre, ya que és te es un sermuy complejo que abarca desde las reacciones f ís icas y químicas de su cuerpo, has ta la pos ibi l idad de conciencia espir i tua l y com unión con e l S uprem o. P or cons igu ien te , en e lhombre coexis ten y se entremezclan todas las diferentes manifestaciones del amor.

l

Es muy impor t a n te obse rva r a de má s que e s to s d i s t i n to snive les no permanecen a is lados, s ino que se producen cont i nuas acciones reacciones entre ellos y, por consiguiente, la actividad de un nivel puede influir o ser influida por otro. Es fác i lmente comprensible que estas in te racc iones sean fuente dec on fus ione s , de inc ompre ns ione s y de e r ro re s , a unque t a mb ié n de g ra nde s opo r tun ida d e s de t r a ns fo rma c ión , de r e ge ne ra c ión y de sub l ima c ión , t e n i e ndo c onse c ue nc ia s p rá c t i c a spara nuest ra e levac ión y para nuest ro desarrol lo .

25. Ele me n to s e sp i r i t u a l e s d e l ap e r so n a l id a d : l a a l e g r í a

Otro hermoso re f le jo , o t ro v iv i f icante rayo que desc iendea travé s del sol del Espíritu par a ilum inar y vivificar la persona l idad humana , es la a legr ía . El or igen espir i tua l de la a le gr ía v iene confi rmado por e l hecho de que una de las carac te

rísticas esenciales del Espíritu es la beatitud.En ve rda d que e l Sup re mo , que e s omnipo te nc ia , sa b idu

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ría y amor, que es la suma de toda perfecc ión, no puede poseer n ingún nexo de def ic ienc ia , de inconsc ienc ia , de sufr i mie n to o de de se o . No pue de se r c onc e b ido de o t ro modomá s que to ta lmente sa t isfecho y en perfec ta bea t i tud . A esterespec to , toda s las corr ientes espir i tua les , tanto en Orien tec omo e n O c c ide n te , se mu e s t ra n de a c ue rdo . Pa ra los h in d ú e s , los t res aspec tos fundamenta les de l Espír i tu son: Sa t —Chit — Ananda, es decir, Ser, Conciencia y Beatitud.

Otros textos, como e l Upanishad, ha b la n de Atman — Shi-va m — Advaüam, es dec ir , Paz , Bea t i tud y Unidad.Según laconcepción cr is t iana , e l a t r ibuto de Dios más frecuentementeproc lamado y ce lebrado es e l de la g lor ia , y la g lor ia impl icabea t i tud . Esta bea t i tud consc iente está reple ta de amor y fuea labada por Dante a l f ina l de l Paraíso:

Oh Luz Eterna que sólo en Tí resides

sola Te entiendes; y por Tí entendiday de Tí entendedora, Te amas y sonríes.

Esta d iv ina be a t i t ud , ma n i fe s t á ndose e n nue s t ra i nd iv i dua l idad espir i tua l , en nues t ro Yo Superior , asum e un caráct e r de pu ro re goc i jo , y de spué s , de sc e nd ie ndo poc o a poc opor los d i fe rentes n ive les de la personal idad, se a tenúa , se re frac ta y se mezcla con ot ros e lementos. Se producen así las

9 l ) i )

a l e g r í a s y l a s s a t i s f a c c i o n e s h u m a n a s d e d i v e r s o g é n e r o ,g rado y va lo r , has ta que a l l l ega r a l cue rpo s e m ani f i e s tacomo bienes tar f ís ico y placer producto de las impres iones delos sentidos y de la satisfacción de las necesidades e instintosna tura le s .

Por desgracia , e l hombre, debido a su egoísmo, su avidezy su sent ido de poses ión, ha contaminado la pureza y la naturaleza original de la alegría y del placer y ha creado gran cant idad de excesos , de pe rve rs iones y de ina rm onías que sonfuen te de enfe rm edades y de do lor . Es é l qu ien a m enudoseca su p rop ia fuen te de a legr ía e levada y nob le , de l m áspuro regoci jo, dedicándose a la búsqueda de la sa t is facción y

de la felicidad en los placeres más fáciles y accesibles, persiguiendo s in t regua y s in medida la sa t is facción de los sent i

cualquier otro t ipo de e mbria guez. A los placeres y a las sa t is

facciones egoís tas suele seguirles un sent imiento de disgus toy de atonía; el regocijo espiritual no provoca tales reacciones,s i n o q u e e s s u m a m e n t e v i v i f i c a n t e e i n c l u s o v i g o r i z a e lc u e r p o .

Además , mientras que los placeres egoís tas t ienden a separarnos de los demás , a l levarnos a l olvido de todo empeñados y absortos en saborear nues tras peque ñas sa t isfaccionesperson ales —o bien cons t i tuyen un 'egoísm o a dú o' , la natu ra leza del verdadero regoci jo es expans iva, nos hace mejoresy más compasivos y nos inspira e l ardiente deseo de hacer

part ic ipar también a los demás de nues tra propia a legría .Otra caracterís t ica del regoci jo espir i tual es que puede co

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dos y de las ambiciones en las conquis tas y las vic torias m ateriales.

Pero as í no se cons igue hal lar una sat is facción permanente , s ino un placer t rans i torio, mutable , inseguro e imperfecto a l que a menudo acompaña una sensación de disgus to,o bien resalta ser una satisfacción mezquina e ilusoria.

La ve rdade ra na tu ra leza supe r io r de l hom bre puede s e rm o m e n t á n e a m e n t e a d o r m e c i d a y p a r a l i z a d a , p e r o n o d e s truida. S iendo indes truct ible , dada su naturaleza y esencia ,és ta se debate en su encierro proporcionando a quien la olvida o la niega sent imientos de incomodidad y de inquietudque van tornándose en un sut i l pero ins is tente tormento. Elhombre intenta acal larlo volcándose hacia e l exterior y dejándose envolver por un torbel l ino de frenét ica act ividad. . . aunque en v ano. Entonces emp ieza e l re torno, e l ascenso, a l princ i p i o f a t i g o s o y l l e n o d e o b s t á c u l o s p e r o c o n t i n u a m e n t ereconfortado por una a legría cada vez más e levada e intensa .Y precisam ente , en esos mo men tos , es cuan do el hom bre em

pieza a sustituir los placeres físicos por el regocijo espiritual.El regoci jo espir i tual posee una serie de caracterís t icas

propias que lo diferencian c laramente del res to de los placeres. Este se hal la permeado de paz, de seguridad, de una tota ls a t i sfacc ión de l a que ca recen los p lace res tum u l tuo sos o

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exis t i r con e l dolor. A primera vis ta es to puede parecemosparadójico, pero t iene fáci l expl icación s i cons ideramos la natu ra leza hum ana y su cons t i tuc ión in te rna . Ya he m enc ionado que som os un o rgan i sm o sum am ente com ple jo , cons t i tu ido por m úl t ip le s e lem entos de d ive rs a na tu ra leza ; pe roinc luso sim pl i f icando a l m áxim o, encont ram os en e l hom bredos ám bi tos : pe rsona l idad e ind iv idua l idad . S e puede cons ta tar que incluso en aquel las personas que se encuentran enuna fase de desarrol lo intermedia —en la cual la concienciaesp i r i tua l e s tá desp ie r t a , aunque todav ía pe rs i s t an m uchose lem entos de l a pe rsona l idad o rd ina r ia— se p la sm a m ás omenos acentuada es ta dual idad en e l sent i r y e l reaccionar.Por e l lo es fáci lmente comprens ible que pueda suceder —yde hecho no es raro que suceda— que mientras que la persona l idad suf re hum anam ente , l a ind iv idua l idad — el a lm a—se regocija en la luz del espíritu . Esta coexistencia de dolo r yalegría ha s ido muy bien expresada por Soeur Blanche de laChari té , según el cual : «No es lo mismo sufri r que ser desgrac iado» .

Ahora t ra taremos del valor educat ivo de la a legría . Algunos conceptos re l igiosos a lgo r ígidos y separat ivos han sobre-va lo rado in jus tam ente e l do lor . Cons ide ra r l a a legr ía com oalgo sospechoso o negat ivo es un error espir i tual que ha causado graves daños , ya que ha induc ido a m uch os hom bres a

.101

a le ja rse de la re lig ión y de la espir i tua l idad a l se r pre senta daséstas de forma tan poco a t rac t iva . Es prec iso , en cambio, ha

cer todo lo contra r io , aunque sin presc indir de l aspec to de se r iedad y auste r idad de la e levac ión espir i tua l : acentua r e l asp e c t o a le g r e y a m p l i a m e n t e c o m p e n s a t o r i o q u e l aespir i tua l idad proporc iona y seña lar cómo cada sa t isfacc iónque se qu ie ra o se de ba a ba ndona r se ve sob ra da me n te r e c ompe nsa da po r una a l e g r í a má s e l e va da , má s he rmosa ymás luminosa . Es este un modo muy dist in to de concebir lae sp i r i t ua l ida d que a de má s re su l t a má s a t r a c t ivo pa ra a que lque e s tá da nd o sus p r ime ros pa sos .

Pero el regocijo espiritual no es tan sólo bueno, l ícito y ele

vado, s ino que es también un verdadero deber . La mejor 'propaganda ' y la mejor manera de d ivulgar la espir i tua l idad es

propia ac t i tud , nuest ra forma de reacc ionar ante las c i rcunstanc ias y ante los hechos , ya que un a de las pr inc ipa les causas

de l sufr imiento sue le ser nuest ra propia rebe l ión. Es evidenteque la rebe l ión no evi ta e l dolor . Ad em ás, a m en ud o nosi rr i tamos fác i lmente y nos comportamos de forma mezquinaa n te lo s pe que ño s inc onve n ien te s y de se nga ños q ue nos de para la v ida .

Otra de las cosas que obstacul izan la a legr ía (y que además depende de nosotros) es e l de ser tan exigentes. Al se rsiempre tan exigentes con los demás, así como con respec to al a s c i r c uns t a nc ia s que nos rode a n , no pode mos me nos quese n t i rnos de f ra uda dos a n te l o s r e su l t a dos , l o c ua l nos p ro

voca cont inuas que jas, lamentac iones y enfados. Otro aspec tomás es e l de tomarnos las cosas demasiado en ser io , e l sent i r

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mo st ra rn os a le g re s , se re nos y sa t i s fe c hos . La hum a n i da d ,a tormentada por e l miedo y por las cont inuas dudas, busca laa legría y se s iente a t ra ída i r resis t ib lemente hac ia aquel los queen su propia v ida y con la propia i r radiac ión demuestran haber a lcanzado un estado de t ranqui l idad, de a rmonía y de sa tisfacción. T ras haber consta tado los resul tados posi t ivos, t rashaber reconocido a t ravés de un e jemplo viviente e l va lor dela v ida espir i tua l , e l hombre se s iente d ispuesto a pagar e l

prec io necesar io ; prec io que después se demuestra i r r isor ioante e l gran tesoro que conquistamos para toda la e te rnidad.Por consiguiente, la alegría es un deber.

En su Convivio, Dante escribe: «La virtud debe ser alegre, yen ningún caso triste. Donde el don no es alegre, ya sea al daro al recibir, no hay disposición perfecta ni virtud».

Y San Franc isco: «No conviene que los servidores de Diosaparezcan t r is tes y con semblante oscuro».

No es fác i l se r a legre . Veamos, entonces, cuá les son losprinc ipa les obstáculos y cuá les los mejores remedios. Los pr i

me ros e s t á n c ons t i t u idos po r e l do lo r , po r l a s a dve rs ida de s—que pa re c e n se r una c ons t a n te e n nue s t ra s v ida s— y qu i zás también por un c ie r to apego hac ia e l sufr imiento . Si examinamos estos obstáculos con toda sincer idad e imparc ia l i dad, reconoceremos que lo que más nos hace sufr i r es nuest ra

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de forma exagerada e l aspec to t rágico de la v ida y , re lac iona do con lo anter ior , e l tom arn os a nosotros mismos d e m a siado en ser io . Fina lmente , también nuest ro apego a un c ie r totipo de satisfacciones o a alguna satisfacción en concreto, porlo que el dolor caracteriza todo aquello que nos falta. El denominador común de todos estos obstáculos es e l egoísmo, y sure su l t a do e s una ma l sa na c ompa s ión ha c ia noso t ro s mismos .Sin embargo, y s i mostramos una buena predisposic ión, estos

obs t á c u los pue de n se r f á c i lme n te e l imina dos . La re be l iónpuede ser subst i tu ida por la aceptac ión, la mezquindad y laexigencia , por la generosidad, la pac ienc ia y la se renidad. Dela generosidad brota un sent imiento de d ignidad y nosotrosde be r í a mos t e ne r l a d ign ida d de no de j a rnos e xa spe ra r po rlas pequeñas contra r iedades. La aceptac ión y la generosidadnos inducen a a labar la v ida y a sent i r gra t i tud por todos losaspec tos que e l la t iene de bue no, aun cu and o se ha l len entre me z c la dos c on a que l lo s má s a dve rsos y má s pe nosos ; a qué llos son los que hacen que la flor de la alegría pueda llegar aabri rse y a desarrol la rse .

El dar demasiada importanc ia a los acontec imientos y lossent imientos t rágicos pueden ser fác i lmente e l iminados adoptando la ac t i tud opuesta : tomándonos un poco a broma. Deb e m o s c o n t e m p l a r n u e s t r a p r o p i a p e r s o n a l i d a d d e s d e

M)\

' a fuera ' y observar lo cómicas que pueden l legar a se r sus re acc iones y contorsiones, establec iendo un justo sent ido de las

proporc iones y de los va lores; después de prac t icar lo sobrenosotros podemos hacer lo también con los demás. . . s iemprebe né vo la me n te .

Vamos a contem plar a hora e l cul t ivo d i rec to de la a legr ía .El regoci jo espir i tua l es una nueva prueba de la concep

c ión espir i tua l de la v ida , de la cua l ponemos nuest ra máximaatención y el mayor acento en la gloriosa meta que otorga fina l idad y sent ido a la v ida misma. Y e l sent ido de esta g lor iosa meta , de esta v ida mucho más rea l y e levada , es la a le gría: la mayor e inagotable fuente de alegría.

San Pablo dijo: «Por ello os digo que los sufrimientos actua les no pueden compararse s iquiera con la g lor ia que habrá

qui lamente . Aunque se t ra te de una ocupac ión ingra ta o penosa , pod re mos e nc on t ra r a lguna oc a s ión de a l e g r í a e sp i r i

t u a l m o t i v a d a p o r n u e s t r o s p r o p i o s d e s e o s d e s u p e r a c i ó n .Quien además tenga la for tuna de poder desarrol la r una ac t i v ida d a g ra da b le o a c o rde c on su p rop ia na tu ra l e z a , t e nd rámayor fac i l idad para t raba jar con a legría y mayor obl igac iónde conseguir lo .

«LLenad de a legr ía todas vuest ras ocupac iones.»«A t ravés de todo tu t raba jo morta l , tu a lma debe cantar

d iv ina me n te .»«Em prende cua lquier ta rea con cara sonriente : parecerá qu e

tu trabajo se haga solo y la satisfacción re nova rá tu sonrisa.»

Una buena disposic ión matut ina es la que nos aconse jaM. B. Eddy : «Al abri r los o jos por la mañ ana , h aced q ue vu es

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de manifesta rse ante nosotros».Y san Franc isco: «Tan grande es e l b ien que espero , que

cualquier pena me resul ta un de le i te» .Otras fuentes de a legr ía son: la na tura leza , s iempre d is

puesta a ayudarnos, s iempre accesib le a todos; e l a r te , que enc ier to se i .üdo perfecc iona la na tura leza , puesto que e l hombrele añade un e lemento de espir i tua l idad (na tura lmente , me re f iero a los verda deros a r t i s tas , a aquel los que han d esp ertad o

su ve rda de ra na tu ra l e z a e sp i r i t ua l ) ; y e l e j e mp lo de o t ro shombres. Es verdaderamente inca lculable la c rea t iva y sugestiva eficacia del ejemplo viviente. Por ello, cuando no se tienela suer te de l legar a experim entar o a esta r en contac to con ta les e jemplos de espir i tua l idad y de regoci jo , podemos ayudarnos de los test imonios de todos aquel los que sí la han tenidoy acudir también a la lec tura de l ibros apropiados.

Otras fuentes de a legr ía son la comuniones espir i tua les ene l amor y la amistad . Ya hemos hablado de l amor, pero nomenos importante es la a legr ía de la amistad cuando se basa

en una comunión desin te resada , fe rviente y v i ta l .Y en f in , o t ra cont inua fuente d e a legr ía , cuand o sabem osdescubri r la , es e l t rabajo y la ac t iv idad. D ado q ue éste , de un au otra forma, nos acapara bastantes horas al día, es fácil comprender lo importante que es l legar a t raba jar se rena y t ran-

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t ro pensamiento se e leve por enc ima de la d iscordia de l yo yde la mater ia hasta e l Padre e te rnamente presente .

«Saludad la mañana con la radiante a legr ía de la gra t i tudpor cua lquiera de las ta reas que debáis emprender , considerando que cada una de e l las es una nueva y jovia l ocasión decolaborar con la il imitada fuerza divina, sirviendo a los hijosde D ios c on c o ra z ón vo lun ta r io so ; t r a ba ja ndo po r a mor yamando t raba jar , devotos y d ispuestos a rec ib i r e l b ien inf i

n i to y s iempre presente . Escuchad la voz de l Padre y con unc a n to de a g ra de c imie n to se gu id e l c a mino que o s ind ic a l aMente Divina . La gra t i tud teñirá de oro todas las cosas y d i réis: 'Es cierto, el Señor estaba aquí y yo no lo sabía '. Esta es lacasa de Dios, la puerta del Cielo.»

El darse a los demás y e l se rvi r a la humanidad es una delas mayores fuentes de a legr ía . El pr imer benefic io que nosprocura es hacer que nos o lv idemos de nosotros mismos permit iéndonos sa l i r de ese 'caparazón de acero ' que es nuest rapersonalidad. La justa satisfacción que conlleva hacer el bien

a nuest ro a l rededor es enorme y nadie nos la puede a rreba tar .Pero la forma más directa de alcanzar la alegría espirituales mediante e l recogimiento y la medi tac ión, que pueden l le var hasta la contemplac ión, la comunión y la ident i f icac ióncon e l Sup rem o, que es e l may or esta do de g lor ia y bea t i tud .

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No sabría una forma mejor de concluir este capí tu lo quec i tando dos te rce tos de Dante conocidos por todos, pero que

de be r í a mos re pe t i rnos c o t id i a na me n te :Oh regocijo, oh inefable alegría;oh vida interna de amor y de paz;oh segura riqueza que no precisa de codicia.

Luz intelectual, plena de amor;amor por el verdadero bien, pleno de gozo;gozo que trasciende todo dolor.

26. Elementos espiri tualesde la personalidad:

poder-voluntad

Todavía nos fa l ta mencionar un úl t imo rayo individua l que

se manif iesta en nuest ra personal idad, una ú l t ima carac te r íst ica y a t r ibuto espir i tua l para e l cua l resul ta espec ia lmente

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apropiada la frase inglesa: last but not least, (por ú l t imo, perono menos importante) : e l poder . Aunque es e l ú l t imo a t r ibutoque c ome n ta re mos c i e r t a me n te no só lo no e s me nos impor tante que los otros, sino que en ciertos aspectos puede ser considerad o como e l pr ime ro y e l más esenc ia l de todos e l los .

S i nos pone mos a l a búsque da de l a p r ime ra y o r ig ina lmanifestac ión de la d iv in idad en e l a lma de l hombre pr imit ivo , encontraremos que consiste en la sensac ión de un oscuro

poder sobrena tura l , pavoroso e incomprensible , f rente a l cua le l hombre se s iente débi l , dependiente , esc lavo e inc luso anon a d a d o .

Este aspec to de l d iv ino ha s ido i lust rado por Rudolf Ot toen su libro Lo sagrado. En é l nos habla de l t remendo miste r ioque representaba la d iv in idad para e l hombre pr imit ivo y e lest remecimiento de temor que le provocaban su potenc ia yma je s tuos ida d .

También recoge un a c i ta de un míst ico c r is t iano:«El hombre naufraga y se deshace en su nada y en su pe

quenez . Cuanto más desnuda resplandece ante é l la grandezade Dios, más se le revela su propia miseria.»Así pues, en esta pr imor dia l experienc ia de lo d iv ino se da

un absoluto dua l ismo y una extrema t rascendencia . El Podery la Divinidad son concebidos como a lgo externo y contra pue s to a l hombre .

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Pero e l hombre debe superar ese es tadio y a lcanzar un segundo, en e l que despierta a sent i r su propio poder. A me

d ida que s e va desa r ro l l ando , e l hom bre adquie re una conc i e n c i a g r a d u a l m e n t e m a y o r d e l o s p o d e r e s q u e p o s e e .Empujado y también cons treñido por las neces idades primordiales de la vida (alimentación, refugio y defensa ante los ataques de los animales o de otros hombres , e tc . ) , e l hombre haido desarro l lando poco a poco sus poderes : la fuerza y la dest reza f í s i ca , p r im ero ; e l ingen io y l a in te l igenc ia , después .Aprendió as í a ut i l izar los minerales —las piedras , e l bronce,e l hierro— y a servirse del fuego, aume nta do cada vez m ássus habi l idades técnicas y desarrol lando un creciente dominio

sobre la naturaleza que ha ido afianzándose e intens if icándose de una forma rapidís ima.

pues e l hom bre descubre que pa ra pode r dom ina r a los de

más neces i ta de un c ierto dominio sobre s í mismo: ante todosobre su propio cuerpo y sus sent idos (y de aquí , la exis tenciade una especie de ascet ismo en e l hombre ambicioso) y después sobre las pas iones , emociones , sent imientos y la propiam e n t e .

De es te modo puede l legar a a lcanzar un notable grado deauto-dominio. S in embargo, exis te e l pel igro de que se desarrol le en é l e l yo perso nal se para do y, por cons iguien te , e l orgul lo , etc . En es te es tadio, e l hombre se contrapone a l mundoy a los demás y surge as í e l ' superhombre ' nie tzschiano. Pos

te r io rm ente , el hom bre va pe rd ie ndo in te rés por e l m u nd o exte r io r , m ien t ra s que e l in te ré s por e l au todom in io t i ende amantenerse. Esta es la fase estoica, en la que el hombre valora

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P ara le lam ente , e l hom bre ha ido desa r ro l l ando pode ressobre los demás hombres . Aparecen as í , y a tenor de los dis tintos tipos de civilizaciones: el jefe de la tribu, los reyes primit ivos , los soberanos y después los jefes de las comunidad e s , d e l o s p a r t i d o s y d e l a s m a s a s . E l t i p o d e p o d e rps icológicc que desarrol lan es tos úl t imos es muy interesantey es tá compues to por diversos e lementos : a tract ivo personal ,fe en un o mis mo, resolución, valor, audacia y faci lidad de pa

labra .De es te modo en e l hombre se desarrol lan cada vez más e l

ans ia de dominar, la ambición, la tendencia a la auto-afirmación y a ut i l izar e l propio poder, l legando en a lgunos casos a lgrado de convert i rse en una pas ión arrol ladura que le haceafrontar incomodidades y r iesgos has ta incluso poner en pel i gro su propia vida.

¿Cuál es e l origen de es ta pas ión? Un oscuro, pero intensosent imiento de que exis ten poderes aún mayores la tentes enel hombre, que debe y puede desarrol lar ( 'divina insat is fac

c ión ') .Al principio es ta tendencia a la afi rmación de los poderes

interiores se manifies ta de forma errónea; y e l error fundamental es el de dirigirse exclusivamente hacia el exterior, hacia e l dominio de la naturaleza y de los hombres . Pero des-

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e l au todom in io y s e re t i ra a 'una roca in te r io r ' inacces ib ledonde hal la la propia sa t is facción en s í mismo, pero aún es táposeído por sent imientos de orgul lo y de separat ividad.

Otra fase , igualmen te interesante y pel igrosa , es la del descubr im ien to en uno m ism o de pode res m ágicos o sobrena tu rales. Es es te un punto que a mi juic io requiere de un comenta r io m ás d e ten ido .

Ante todo , l a rea l idad de e s tos pode res e s indudab le . Nosó lo s e hab la de e l los en todas l a s t rad ic iones re l ig iosas ,s ino que en e l m undo m oderno su ex i s tenc ia ha s ido cons ta tada inc luso c ien t í f i cam ente . A es te re spec to , e l Doc torOs ty ha a f i rm ado que s i los d i fe ren te s pode res ps íqu icosm a n i f e s t a d o s p o r a l g u n a s p e r s o n a s s e r e u n i e r a n e n u n aso la , t endr íam os un s e r sobrehum ano , un g ran S e r , un In i c ia do , com o los fund adores de l a s re l ig iones .

Por cons igu iente , resul ta expl icable el interés por es tos pode re s ; no obs tante , es és te un terreno ins idioso por e l que debem os cam ina r despac io .

Ante todo es preciso dis t inguir entre facul tades mediúm-nicas y poderes espir i tuales . Normalmente e l que posee es tasfacultades no tiene maestría sobre ellas, sino que, por el cont ra r io , a menudo es tá poseído con grave pel igro para su sa ludy su equi l ibrio ps íquico. Por dem ás , es to es lo natur al : c uan do

3M

es un hecho que e l hombre común ni s iquiera sabe dominarl a s fue rz a s no rma le s que pe rme a n su pe r sona l ida d , e s f á c i l

pensar que más d i f íc i l le resul ta rá dominar estas o t ras fuerzas, a menudo más amplias y a rro l laduras. En ot ros té rminos:l a me d iumnida d e s a lgo pa s ivo e i nc on t ro l a do , mie n t ra s quelos poderes espir i tua les están ba jo control y se pueden usar avoluntad. Esta es la diferencia esencial.

Así pue s, e l pr im er paso para una conq uista sana y s inpe l ig ros de lo s pode re s sup ra no rma le s e s l og ra r e l domin iode las fuerzas norm ales que existen en cada un o de nosotros.

Es también prec iso hacer o t ra d is t inc ión, en func ión de laf ina l idad con que se usan estos poderes; es dec ir , d is t inguir

entre 'magia b lanca ' y 'magia negra ' ; la pr imera se rea l izapara hacer e l b ien , mientras qu e la segun da se u t i liza para f i

y puro es e l sent ido de la unidad de la v ida , cuando e l espí r i tu individua l y e l Espír i tu universa l se encuentran ín t ima

mente re lac ionados; es la superac ión de lo que ha s ido denom inad o ' la herej ía de la separa t iv idad ' . El Espír i tu es un idady un ive r sa l ida d .

Cuando se a lcanza este estado surge con lo Divino unanueva ac t i tud de dependencia y de obedienc ia muy dist in ta ala de l hombre pr imit ivo. No se t ra ta ya de una dependencia uobedienc ia externa , nac ida de la separa t iv idad, s ino in te rna ,que nace de la obedienc ia a l Dios in te r ior , a l Espír i tu queanida en nosotros; es una l lamada de la personal idad a l Espír i tu profundo que ésta reconoce como propio , como su verda

dero ser.Esta actitud espiritual se halla perfectamente reflejada en

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nes personales y a menudo para hacer daño a o t ras personas.No ha y duda a lguna de que l a 'ma g ia ne g ra ' no pue de má sque a c a r re a r c onse c ue nc ia s de s t ruc t iva s —e s de c i r , ma le spara todos y ante todo a quien la prac t ica— puesto que esuna violac ión de la ley de l equi l ibr io que no puede quedari m p u n e .

Q u e da c l a ro , po r t a n to , que de be m os mos t ra r nos suma mente caute losos en este aspec to y que no resul ta aconse jable

que desarrol le poderes supranormales quien no posea la suf i c iente prepara c ión é t ico-espir itua l .

Como excepción, es l íc i to u t i l izar estos poderes —o hacerque quien está dotado de e l los los u t i l ice— solamente con f i nes de experimentac ión c ient í f ica y por e l b ien de la humanidad; esta razón puede contrapesar los daños que podrían re caer sobre el sujeto. Pero, repito, es necesaria una gran cautelaa este respecto.

En cambio, los poderes sobrena tura les se desarrol lan espontáneamente y s in haberlos buscado en quien se e leva espi-

r i tua lmente y descubre e l Centro de l propio ser . En este casolos poderes son concedidos na tura lmente y en cant idad, y e lhecho de que la persona haya adquir ido e l dominio sobre sunatura leza infer ior garant iza que hará un buen uso de e l los .

Lo que carac te r iza e l verdadero desarrol lo espir i tua l sano

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la expresión cr is t iana : «Hágase Tu Voluntad».T a l a c t i t ud de be se r , s in e mba rgo , c o r re c t a me n te c om

p r e n d i d a : n o e s d u a l i s t a , n o e s u n a r e s i g n a c i ó n p a s i v a yt r i s t e , s ino que e s un i t i va y e xp re sa una a l e g re a dhe s ión eide n t i f i c a c ión de l a vo lun ta d pe r sona l c on l a V o lun ta d U n i ve r sa l . Es t a un i f i c a c ión c ompor t a una g ra n se nsa c ión de se gu r ida d , de r e goc i jo , de be a t i t ud y de pa z .

Inc identa lmente , recordaré a este respec to que en América

se h izo un re feréndum sobre cuá l habría s ido e l verso prefer ido de Dante . Como resul tado se obtuvo e l verso: «En Su voluntad está nuest ra Paz».

En esta unificación se renuevan y acrecientan los diferent e s pod e re s de l a lma . Se t r a t a de pod e re s r e a l e s sob re e lmundo y sobre los demás, pero son poderes benéficos que nosometen, s ino que susc i tan , a t raen y reve lan energías encaminada a hacer e l b ien . El hombre empieza a comprender la bel leza y bon dad de l maravi l loso p lan d ivino , se ident if ica conla Voluntad de Dios y , por consiguiente , voluntar iamente co

labora consc ientemente con é l . Así , e l hombre conserva unae le va da d ign ida d pe r sona l , pe ro a use n te de n ingún t i po deorgul lo o ambic ión y en perfec ta unión con e l resto de los demás espír i tus en un solo Espír i tu .

¿Cóm o se a lcanza este estadio? ¿Cóm o se susc i ta este po-

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der espir i tua l? Los métodos para e l lo son los mismos que re quiere cua lquier rea l izac ión espir i tua l : s i lenc io , recogimiento ,

sosegamiento y obedienc ia de la personal idad; después, aspi rac ión y comunión in te r ior ; f ina lmente , la a f i rmación —unacont inua y renovada af i rmación— que nos ayuda a l iberarnosde la personal idad y de l mundo exter ior .

Cuando se ha conseguido esto , cuando se ha susc i tado e lpoder espir i tua l , se puede dec ir que ya se ha hecho todo, porque de spu é s e l pode r a c túa po r s í m i sm o .

Esto nos demuestra cuan errado es e l fa t igoso, agotador einarmónico ac t iv ismo moderno, que or ig ina tantas reacc ionescontrar ias . En cambio, e l o t ro méto do ac túa de sde e l in te r ior .

A este respec to , podemos poner e l e jemplo de la lámpara y dela luz : únicamente es prec iso preparar y encender la lámpara ;

pl ica a todos los demás. En conclusión: e l espír i tu es la s ín te sis de tod as estas 'ca rac te r ís t icas ' , que en é l se ha l lan re unid as

e n ma ra v il l o sa a rm on ía .Al igua l que los rayos de l so l , las d is t in tas cua l idades de l

e sp í r i t u va n b r i l l a ndo suc e s iva me n te , a dop ta ndo c o lo ra c io nes d iversos, en ocasiones tornándose opacas y así l imi tadasparecen esta r en oposic ión entre e l las (así , e l poder puede parecer hallarse en contradicción con el amor, la justicia con labondad, e tc .) . Sin embargo, en su or igen, en e l espír i tu , lasdist in tas cua l idades no están en contraposic ión, s ino que secomplementan y se a rmonizan las unas con las o t ras .

E l e sp í r i t u e s t odo e s to y toda v ía má s , po rque noso t ro s

aún no conocemos toda su g lor ia . En e l mundo de l espír i tut o d a v í a s o m o s c o m o n i ñ o s ; n o c o n o c e m o s s u s m a r a v i l l a s .

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después ya no hay que hacer nada más, la luz i r radia por s ím i s m a .

Después de haber estado esc lavizados sobre todo por noso t ro s mismos , dé monos c ue n ta de una ve z po r t oda s de queexiste un poder rea l que podemos e je rcer ; un poder que esimpersonal o , mejor aún, suprapersonal , para e l cua l nada esimposible . Se t ra ta de provocar la 'a tmósfera ' de este poder yde pe rma ne c e r s i e mpre e n e l l a , ma n te n ie ndo su ' c a mpo ma g

né t ico ' . A par t i r de entonces ya no será prec iso rea l izar n ingún esfuerzo personal . Basta con susc i ta r e l poder , a f in deque éste ac túe espontánea , fác i l e i r resis t ib lemente en nosot ros. Porque e l poder de l espír i tu es una i r radiac ión espontánea cuya sola presenc ia basta para abr i r las puertas y domina r l a s c i r c uns t a nc ia s . No p re c i sa ha c e r : e s ; y s i e ndo , l ot r a ns fo rma todo .

Y ahora , una ú l t ima observac ión:Hemos hablado de los d i fe rentes aspec tos y carac te r ís t icas

de l espír i tu . Pero debemos darnos cuenta de que a l se r e l es

pí r i tu una sín tesis , una unidad indivisib le , n inguno de estose lementos puede ser desarrol lado de forma perfec ta y a rmónica s in los restantes . La re lac ión entre e l los es evidente : e lsent ido mora l impl ica consc ienc ia y amor, y es una fuente dea legría , de poder , e tc . Así , cua lquiera de estos e lementos im-

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Pe ro p re se n t ir lo ya e s muc h o , pue s to que nos e mpu ja pode ro samente a seguir ascendiendo de ' luz en luz ' y de 'g lor ia englor ia ' .

313

27. Reflexiones sobre la paz

Q uiz á s nunc a a n te r io rme n te ha e s t a do t a n p r iva da de pa zl a huma n ida d c omo a ho ra . Pa ra da r se c ue n ta de e s to ba s t ac on obse rva r l o que suc e de a nue s t ro a l r e de dor . Po r t oda spartes hay luchas abier tas o escondidas, repercusiones de d i versas guerras y amenazas sobre por e l porvenir , lucha entrenac iones, razas, c lases soc iales y par t ido s pol í t icos; pero también, y con no menos in tensidad, luchas, agi tac iones y tem

pestades en lo mas ín t imo de las a lmas, lo cua l se manif iestaen crisis afectivas, morales y religiosas; en descontento hacia

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nosotros mismos y hac ia los demás; en rebe ldía contra la soc iedad, contra la famil ia , contra la v ida e inc luso contra e lp rop io D ios .

En un mundo a s í i n t e n ta r ma n te ne r l a pa z no e s n ingúnlujo espir i tua l , s ino una necesidad cot id iana para todos aquel los que buscan mantener su in tegridad in te rna y no deseanverse a rrast rados por las corr ientes colec t ivas de agi tac ión, depánico o de v io lenc ia . Cul t ivar la paz es también un deber

con respec to a los demás. Aquel que sabe ser un centro v i v iente de paz , quien sabe i r radiar la con fuerza y s in descansoa su a l rededor , proporc iona a la pobre humanidad e l b ien de lque quizás más pr ivada está y de l que más necesidad t iene .

Veamos cómo se puede lograr esto de la forma más e f i c iente .

En pr imer lugar , y a mo do de advertenc ia y de est ímulo ,recordemos que todos los grandes Maestros espir i tua les haninsis t ido siempre sobre la paz de forma par t icular . Los textosre l ig iosos h in dúe s empieza n y te rm inan con la fórmula : Om -

shanti - shanti- shanti (Om - paz - paz - paz); o bien con estaotra : «Paz a todos los seres» . Buddha enseñó, a t ravés de lapa labra y de l e jemplo, la exce lsa paz de l espír i tu . De é l sedijo: «El I luminado está en paz consigo mismo y l leva la paza l mundo entero». En las descr ipc iones de los d iversos grados

3\5

de l a con tem plac ión bud is ta una de l a s ca rac te r í s t i ca s m ás

acentuadas es la de la serenidad del ánimo contemplat ivo.En el cris t ianismo originario y en sus po s teriores manifes

taciones más puras y e levadas a t ravés de los s iglos , resuenarei teradamente la nota de la paz. La f igura del Cris to es tá rodeada de una a tmósfera de paz: «Paz en la Tierra a los hombres de buena voluntad». El actuó a menudo como pacif icad o r : a p l a c ó u n a t e m p e s t a d ; a p a c i g u ó i n c a n s a b l e m e n t e l a sa lm as de los d i s c ípu los , que t en ían m iedo , que d i spu tabanentre s i para ser los preferidos o que —como Pedro— eranviolentos en sus reacciones. Al final dejó un mensaje de paz

espir i tual con un profundo s ignif icado: «Mi Paz os dejo; miPaz os doy, mas no la de este mundo» (Juan, XVI,27).

ra rs e com o la s d ive rs as face ta s de un ún ico p r i sm a . Medi

t a n d o p r o f u n d a m e n t e s o b r e e l l a s , e n c o n t r a m o s q u e e n u ncierto punto se encuentran y se funden unas en otras , y todasen el Espíritu.

Por cons iguiente , se puede decir que:Paz es voluntad - paz es fuerza - paz es sabiduría - paz e s

l ibertad - paz es regoci jo - paz es armonía - paz es verdad -paz es comp rens ión - paz es luz . . .

Resul ta muy út i l meditar sobre la sol idaridad de las cual i d a d e s e s p i r i t u a l e s , t o m a n d o c a d a v e z u n a d i s t i n t a c o m opunto de part ida . Es és te un método para pasar de la mult i

pl ic idad a la unid ad, a la s íntes is.Ya hemos vis to cómo Cris to ra t i f icó c laramente la dis t in

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Dentro d e la mís t ica cris tiana hay un es tadio bien definidoy elevado en la ascensión del alma hacia Dios, el cual se conoce con e l término de 'quie tud ' o bien 'oración de quietud ' ,que es tá cons t i tuido por una perfecta paz interna. Esa paz,ese s i lencio interior en e l cual cal lan todos los pensam iento s ylos sent imientos de la personal idad, es tá cons iderada comouna condición indispensable para la unión mís t ica en la queexis te una plena comunión del a lma con Dios .

Recordemos la hermosa descripción que en La Imitación deCristo se hace de ta l es tado: «Paz f i rme, paz imperturbable ysegura , paz interior y exterior , paz es table por doqu ier».

Intentemos comprender cuál es e l s ignif icado espir i tual dela paz.

Con respecto a la paz, exis ten a lgunos errores y malentend idos . Hay una paz ve rdade ra y una fa l s a . Lo que nor malmente se ent iende por paz suele ser la fa lsa : una condic i ó n p a s i v a , e s t á t i c a , q u e r e h u y e c u a l q u i e r c o n t r a r i e d a d ,esquiva cualquier lucha, cualquier fa t iga o advers idad; es s i

n ó n i m o d e p e r e z a (tamas); una paz i lusor ia y que p rec i s a mente por e l lo, no l lega a real izarse .En cambio, la verdaderapaz es pos i t iva y espir i tual .

Ya hemos hablado de la indivis ible sol idaridad exis tenteentre las distintas características espirituales. Cierto es que tomadas por separado presentan carencias , pero deben cons ide-

ción entre la verdadera y la fa lsa paz con las palabras : «MiPaz os doy, mas no la de es te mun do ».

Así pues , ¿dónde es tá la verdadera paz y cómo se cons igue?

En una be l l a invocac ión , encon t ram os una f ra se que nosi lum ina : «Exis te una paz que t ra s c iende toda com prens ión .E l la re s ide en los corazones de aque l los que v iven en loe te rno» .

Es to nos dice que la paz es una experiencia espir i tual queno puede s e r com prendida por l a m ente pe rsona l ; que pe r te nece a otro plano, a otra esfera de realidad: a la de lo eterno.

Es, por e l lo, inút i l buscarla en e l mun do ordinario, en nuestra vida personal , donde no hay es tabi l idad ni seguridad; esuna vana i lus ión buscarla a l l í afanosamente . La paz exis te tansólo en e l mundo espir i tual y la a lcanzamos sólo cuando noselevamos has ta é l y en é l perm anece mos es tablemente .

Tal paz, lejos de conducirnos a la inercia, a una tranquilidad e s tá t i ca o a una re s ignac ión pac í f i ca , nos p roporc ionanuevas ene rg ía s . S e t ra ta de una paz d inám ica y c rea t iva .Desde es te lugar interno de paz podemos dir igir todas nuest r a s a c t i v i d a d e s p e r s o n a l e s , p o t e n c i á n d o l a s y h a c i é n d o l a smás efic ientes cons truct ivas , porque es tamos l ibres de ambiciones , de miedos y de a taduras . En resumen: vivimos comoamos y no como esclavos .

El campo de pruebas de la es ta paz es nues tra vida cot i diana y nues tra forma de reaccionar frente a las cont inuas lu

chas y advers idades , frente a las pequeñas contrariedades y alos cont inuos roces y enfrentamientos que nos depara la vidadiaria . La paz espir i tual res is te y permanece aun en medio delco t id iano tum u l to ex te rno .

Su paz, la verdadera paz, permanece f i rme ante los confl ict o s , el dolor f ís ico y ante cualquier t ipo de a taque, coexis t iendo con e l t rabajo interno, pues to que no l legará a a lcanz a r s e u n e s t a d o d e p l e n o r e g o c i j o y a l e g r í a h a s t a q u eh a y a m o s r e g e n e r a d o c o m p l e t a m e n t e n u e s t r a p e r s o n a l i d a d ,de forma que la paz interior se haya 'encarnado' y todo nues

tro ser es té compenetrado de paz y haya devenido en paz.Esta es la meta a alcanzar, pero el comienzo es estableceren nosotros un inatacable 'centro ' de paz que res is ta a toda

Es út i l comenzar ampliando lo más pos ible nues tro horizonte interno, dir igiendo los pensamientos hacia la cons ideración y la contemp lación de lo infini to y lo e terno. Re cordem osy conc ienc iém onos de que som os s e re s e sp i r i tua le s y quenues tra esencia espir i tual es indes truct ible .

Es ta ampliación de perspect iva nos ayudará a res tablecerlas verdaderas proporciones , a comprender la re la t iva ins ignif icancia de tantas cont ingencias por las que a menudo nos dejamos abrumar o incluso enfurecer. Así , poco a poco, empezaremos a sent ir verdaderamente la paz del e terno, la paz delespír i tu , la paz que Cris to l lamó 'mi paz ' .

A quien le resul te dif íc i l es te t ipo de meditación podemossugerir le otro método, basado en la ut i l ización de imágenes .Aunque los dos m é todos s e pueden a soc ia r opor tunam ente y

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cos ta cualquier prueba, que cons t i tuya una verdadera fortaleza interna desde la cual dir igir toda nues tra vida.

Es ta es la paz que posee nues tro Tes t igo interno. Un inst ructor decía : «Aprende a observarte a t i mismo con la t ranqui l idad de un extraño».

En un primer es tadio, aquel que precede a la regeneraciónde la personal idad, e l centro interior de paz nos permite per

manecer f i rmes mientras afrontamos los furiosos embates del a p e r s o n a l i d a d , m i e n t r a s a r d e n l a s l l a m a s p u r i f i c a d o r a s ,mien tras e l dolor l leva a cabo su obra de purif icación y de redención; desde é l somos conscientes del valor y e l s ignif i cado de todas l a s p ruebas . En noso t ros hay am arguras cons c i e n t e s e i n c o n s c i e n t e s , r e s e n t i m i e n t o s , r e b e l i o n e s yes tancamientos que impiden la a legría y la serenidad. Peroen la paz del a lma todo e l lo se apacigua, se armoniza y sei lumina; se revela e l s ignif icado y e l valor de la vida manif ies ta e inmanifies ta ; e incluso e l propio dolor se t ransfigura

entonces y se rodea de regoci jo. Entonces , la 'c ruz devieneluminosa ' ; entonces , y según expresó Tagore en una de suspoes ías , es cua ndo «Tu luz centel lea en mis lágrimas» .

Veam os de qué m odo podem os m edi ta r pa ra a lcanza r l apaz .

318

const i tuir dos fases de una misma meditación. Para es te propós i to s e pueden u t i l i za r d ive rs as im ágenes , a lgunas de l a scuales serán más suges t ivas que otras según los dis t intos tempera men tos y los diferentes t ipos ps icológicos .

Podemos imaginarnos un c ie lo azul y una gran extens iónde agua, sobre cuya t ranquila superfic ie miríadas de f lores deloto se abren bajo los rayos de u n sol resplan deciente .

Otra imagen, igualmente suges t iva , es la escena evangélica en la que San Marcos describe cómo Jesús aplaca una torm enta :

«Ese mismo día, al anochecer, Jesús les dijo: 'Pasemos a laotra ori l la ' . Tras haber despedido a la muchedumbre, los l levoen la barca en la qu e se enco ntraba él, y les aco mp aña ban otrasbarcas .

«Entonces se levantó un gran remolino y las olas empezaron a caer con fuerza sobre la barca hasta que casi se hubo llenado de agua . J e sús dorm ía en l a popa , con l a cabeza ap° '

y a d a e n l a a l m o h a d a . E l l o s l o d e s p e r t a r o n y l e d i j e r o n :'Maes t ro , ¿no t e p reocupa que noso t ros pe rezcam os? ' . Ve s~pertándose, él exclamó al viento y le gritó al mar: '¡Silencio!'-Entonces e l viento amainó y hubo una gran calma.»

Una tercera imagen, también muy adecuada, puede ser l '1

de nues tro globo terráqueo con su infini ta extens ión de esp '1 '

3 , 0

cios celes tes , magn íficamente evocada en los versos de Amielque , con su r i tmo sosegado y solemne, cons t i tuyen un exce

lente medio para evocar la Paz:»Del eterno azul del insondable espacio / nuestro agitado globo

se envuelve de Paz. / Hombre, envuelve así tus días, efímeros sueños, I del calmo firmamento de tu eternidad.»

Con la ayuda de es tas imágenes se e leva e l a lma hacia laradiante y suprema Real idad, l legando a sent ir y a a lcanzar lapaz .

Aprendamos a vivir en paz y, por cons iguiente , a dar y airradiar es ta paz a nues tro a lrededor adonde fuere que vayam o s . Todos que rem os da r paz , pe ro pa ra pode r rea lm ente h a

cerlo primero tenemos que es tar en paz con nosotros mismos ,vivir en la gran paz, convert i rnos en paz.

Apéndice primero

Elementos espir i tuales de la persona l idad : e l sen t ido mo ra l

(Apuntes s in elaborar)

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Es l íc i to buscar la ayuda de aquel los que nos han precedido en es ta búsqueda y han hal lado la paz.

Una paz as í produce t ransformaciones ; y no sólo en nosot ros , s ino también en todas las re laciones humanas y socia les .Y sólo así, de arriba a abajo y de sde el interio r hacia el exter ior , será pas ible operar profundas t ransformaciones , e l iminarlas gue rras y evi tar los pel igros y ame naza s que oscurecenac tua lm ente l a v ida de l a hum anidad . Recordem os s iem pre

que es tos problemas no pueden ser resuel tos con t ra tados , nicon ingeniosas combinaciones o con violentas luchas en sumismo nivel , s ino e levándose hacia lo a l to donde se resolverán por s í mismos; se l iquidarán ' , por as í decir lo, has ta desaparecer.

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Es la conciencia de lo recto, de lo justo y de lo bueno, quese manifies ta co mo: voz de la conciencia , sent ido d e re sponsabi l idad, sent imiento de jus t ic ia (es te úl t imo ya en los niños yen los seres primit ivo s) .

Desarrol lo gradual desde abajo. Se revela en la acción externa; re laciones con los demás , autoridad; normas externas ,

cód igos m ora le s , reconoc im ien to de l de recho de los dem ás ,jus t ic ia , sol idaridad, t ransgres ión y sanción, culpa y pena; punic ión, aceptación, reconocimiento de lo que es jus to. Interiormente: asunción interna de la ley, autonomía, refinamiento ydesarrol lo d e la conciencia mo ral .

Oh digna y límpida concienciacuan amarga brida te resulta el menor fallo.

Elementos ya innatos a la personal idad (heredi tarios , au-tohe red i t a r ios , am bien ta le s ) y rayos que desc ienden sobreella.

Aspectos más elevados: so l ida r idad de g rupo cada vez m ásamplia , unidad de la vida (horizontal) ; una concepción cadavez m ás e sp i r i tua l , in te rna , d inám ica . Unión con l a pe r fec ción, con el Yo Espi ritual (vertical).

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PATOLOGÍA DE LA MORAL

Perduración de estadios primitivos: estancamiento, degeneración, caricatura, exageración, perversión, represión.

Miedo excesivo al mal: moralismo estrecho y moralidadesnegativas, constrictivas, represivas y estáticas.

Fariseísmo: orgullo de la propia moralidad.Fingimiento, hipocresía, formalismo.Inmoralismo. Amoralismo. (Más allá del bien y del mal).Pasar de una concepción moral estrecha, fosilizada, muerta,

a otra más amplia; de una estrecha ley de justicia a la ley delamor. Espíritus prometeicos, aparentemente inmorales.

Cristo y los fariseos. Spinoza, etc.: Destruir para reconstruir.Crisis de pasaje, peligroso; posibilidad de desviaciones, de

reincidir en la inmoralidad. Pseudo prometeicos. Nietzsche y

Confirmación: la enfermedad se alivia tras el «ritual expia-torio» (p. e. ser lavados).

... los síntomas más constantes y tenaces pueden cesar deun día para otro, cuando el enfermo deviene accidentalmentevíctima de algún gran sufrimiento físico, orgánico (fiebre,dolores, intervención quirúrgica) o incluso moral (pérdidadel puesto de trabajo o de dinero; luto). Ver el libro de R.Allendy: La justice intérieure, basado en todo esto.

Cura de la autopunición: substituir la autopunición que es lacondena y venganza del Principio concebido como juicio seve ro , inflexible y punitivo por la expiación (que el pecador seconvierta y viva), la catarsis, la purificación. La absolución li

beradora, la redención. Substituir el remordimiento estérilpor el arrepentimiento liberador, la punición por la compensación. El sentido de culpa, de ser imperfecto, pasa a ser el es

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nietzscheanos. Ver la poesía de Luigi Valli: Pitecántropo (caricatura del superhombre).

Sin embargo estas crisis son necesariaspara el desarrollo.Comprender que es así, tanto para uno mismo como para los de-más, permiLe dirigirlas oportunamente.

Remordimiento. Incapacidad de superar la culpa. LadyMacbeth: "Ni con todos los perfumes de Arabia sería posible

dulcificar (purificar) esta pequeña mano"."La enfermedad suele ser, en manos del Superyo, el medio

de castigar al Yo, al sí mismo, haciéndolo sufrir. El enfermo seve entonces constreñido a comportarse como un condenadoque precisa de la enfermedad para expiar su delito" (Freud).

Síndromes de autopunición aparente y de autopunición disimu-

lada.

Manifestaciones diversas: miedo a ser arrestado y acusado.Impulso obsesivo a lavarse. Enfermos que se lavan durantehoras y horas.

Condenación de un órgano considerado culpable. Antiguoprecepto: si tus ojos ven pecado, arráncatelos; si tu mano hapecado, córtatela. Parálisis. Autopunición extrema: el suicidio.

No todos los suicidios se deben a esta causa, pero sí algun o s , sin que la persona sea consciente.

322

tímulo para trabajar activamente hacia la elevación; da fuerzas para la renunciación y el sacrificio que requiere alcanzaruna vida moral y espiritual más amplia, pura y noble.

En el cristianismo esto se encuentra simbolizado y actualizado en el rito de la confesión, que puede y debe llegar a serun procedimiento individual e interior.

Este es el objetivo de la curación psicológica (psicoanálisis,

psicosíntesis): conciliación, eliminación del conflicto estático ydesgastante; unificación de lo inferior con lo superior, y suutilización y sublimación. Pasaje por sucesivos estadios haciala luz, la perfección, el sol interno; unificación de la personalidad con la individualidad.

(Alineamiento, coordinación entre personalidad y Ego através del yo superior o el supraconsciente).

323

Apéndice segundo

Elementos espirituales de lapersonalidad: deseo de saber

y capacidad de conocer

(Apuntes sin elaborar)

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La sed de conocer constituye una de las diferencias másclaras entre el hombre y los animales. Estos no muestran deseos de conocer sino aquello que atañe directamente a sus necesidades e instintos: búsqueda de alimento, defensa, etc. Únicamente el hombre posee el anhelo de conocer por conocer. Estatendencia se revela en él ya desde niño: esos famosos 'por

q u é s ' de los niños que deben ser sabiamente utilizados porlos educadores. Los niños no deben ser nunca reprimidos odesanimados, jamás ridiculizados; no debe dárseles un 'nada,nada' por respuesta, porque deducen e intuyen mucho másde lo que creemos. Su mente es concreta, por lo que no se lesdebe hablar en términos abstractos; carecen de preconceptos,están libres de obstáculos. Es adecuado responder a los niñosmediante analogías, parábolas, símbolos.

DESEO DE CONOCER

1. Superficialmente.

a) Conocimiento del mun do externo. Es el primer peldaño (los 'Ulises'); adolescentes, jóvenes; exploradores

325

de la super fici e terr est re, de la profund id ad de losmares, del aire, de la estratosfera.

b) Conoc imie nto ínt imo de la nat ura lez a, de losfenómenos naturales, leyes, ciencias; nobles pasiones; ascetasy héroes de la ciencia (Pasteur).

2. En profundidad.

Deseo de conocer el sentido oculto de la vida. ¿Por qué?¿Qué es lo que somos? ¿De dónde venimos? ¿Por qué estamos aquí? ¿A dónde nos dirigimos? El problema del dolor. Elproblema del mal (también en aquél). El problema de la crea

ción. La búsqueda filosófica (filosofía significa amor por laVerdad).

Órganos estáticos y planos: de conocimiento. Su campo

y limitaciones.

I. LA CONCIENCIA SENSIBLE: SU NATURALEZA Y SUS

LIMITACIONES

Las cinco ventanas al mundo (los cinco sentidos), bstirnu-los (vibraciones); sensaciones, percepciones, apercepciones,reconstrucciones mentales de los datos sensibles.

Limitación y relatividad de los datos sensibles:1. Percibimos únicamente una pequeña parte de las

vibraciones existentes (de 1620 por segundo el sonidohasta trillones de vibraciones por segundo).

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Deseo de saber, de conocer: primero el mundo externo,después las leyes que lo regulan, y después su origen. A continuación se intenta encontrar la causa primera, la Realidadinvisible que se encuentra detrás de todo; el poder que ha creado todo; el Espíritu; Dios.

Todo peiSona, ya sea un administrador, un operario o unamujer humilde, tiene una concepción de la vida aunque seainconsciente, informulada o rudimentaria.

La importancia de tal concepción; la importancia de reconocerlaclaramente en nosotros mismos: determina nuestras acciones ynuestras decisiones más importantes; da fe y fuerza, o tal vezescepticismo y desánimo. Ciertas concepciones pesimistashan sido causa de suicidio.

PSICOLOGÍA DE LA CONCIENCIA

Curiosidad vana, personal y superficial sobre los hechos

de los demás. Negación. Duda excesiva; esquivar la búsqueda. Una estéril metafísica rumiante. Fanatismo, intolerancia, persecución; exceso de confianza.

Dogmatismo teológico, filosófico y científico: Esto nos lleva ahablar de la crítica del conocimiento (gnoseología).

326

2. Relatividad cualificada de las percepciones sensibles.Nuest ros senti dos están especi aliz ados de un ciertomodo, pero ese es uno de nuestros modos sensibles. Sepodr ía ver el sonid o u oír la luz. In st ru me nt os paratransformar la luz en sonido.

II. LA CONCIENCIA RACIONAL E INTELECTUAL: SU

NATURALEZA Y LIMITACIONES

Concepto-idea.1. Segundo grado de elaboración de los datos de la

experiencia.2. Actividad racional autónoma.Categorías y formas en las que a priori insertamos y en

cuadramos las experiencias: tiempo, espacio, cualidad, cantidad, causalidad, relación.

III. SUBJETIVIDAD Y RELATIVIDAD DE LA CONCIENCIARACIONAL

Fenómeno y noúmeno. Esencia, la 'cosa en sí' . Es to escapaa las posibilidades de la conciencia racional... Pero h«iy un.ivía de escape, que es:

IV. LA CONCIENCIA SUPERIOR ESPIRITUAL

Identificación consciente con ella. Intuición. Iluminación.Conciencia 'Cósmica'. Realizaciones orientales. Plotino, Berg-son, Carpenter, Bucke, Ouspensky.

V. LA CONCIENCIA LIBERADORA

Ya en el campo científico. Conocer la gravitación y sus leyes permite volar. Conciencia de libertad, poder, dominio,apego (Keyserling). El sentimiento de liberarse definitivamente del Maya (ilusión): Oriente. Vedanta, Buddhismo,

Jnana Yoga, Vivekananda, Ramacharaka.Desidentificación: realización del verdadero Sí Mismo (Ve-

danta): Realización de la unidad del espíritu individual con el

Notas bibliográficas

Primera ParteEl estudio del superconsciente

Capítulo 1. El despertar y el desarrollo de la conciencia espiritual

Escrito no fechado; debido a que no menciona a Maslow entrelos diversos estudiosos del superconsciente, podemos ubicarlo enun período anterior a 1964, que fue cuando Maslow publicó sus pri

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Espíritu Universal. Silencio. Contemplación. Aspiración. Devoción. Raja Yoga. Ver: Vivekananda, Patanjali, A. Bailey (Delintelecto a la intuición), etc.

Es una facultad que, como cualquier otra, se desarrollacon la práctica, sin embargo requiere disciplina, autodominio,desarrollo, elevación de toda la personalidad. Pero vale lapena. No debemos perseguirla únicamente con nuestro es

fuerzo de 'lo bajo'. Si creamos las condiciones necesarias (eliminación de los obstáculos. Ver: Los aforismos del yoga de Pa-tanjali) siguiendo los Rayos del Espíritu, la Verdad tiene unapotencia irresistible que disipa las tinieblas de la ignorancia,las nieblas y los espejos. Es un sol que vivifica, fecunda, crea.En su luz nos transfiguramos, nos reconocemos como somosen espíritu y en verdad: hijos de Dios, parte integrante del Supremo.

328

meras contribuciones a la psicología transpersonal.

Capítulo 2. El superconsciente

Lección impartida en el Instituto de Psicosíntesis, Florencia, el 7 deabril de 1973, con el título de «Psicosíntesis y superconsciente».

Para profundizar en el examen de la concepción psicosintética,ver la obra de Assagioli, Per Yarmonía della vita, Edizioni Mediterra-nee, Roma, 1966.

Para mayores aclaraciones sobre el concepto de método científico, ver la obra de Assagioli, Principi e metodi della psicosintesi tera-péutica, Astrolabio, Roma, 1973, pp. 164165.

Capítulo 3. Alpinismo psicológico

Lección impartida en el Instituto de Psicosíntesis, Florencia, enel año 1970.

La función del «centro externo» en el proceso de autorrealiza-ción aparece más ampliamente descrita en Principios y métodos de lapsicosíntesis terapéutica, pp. 3132.

Capítulo 4. La expansión de la conciencia : conquista y exploración dmundos internos

Lección impartida en el Instituto de Psicosíntesis, Florencia, el12 de febrero de 1972.

Para profundizar en el análisis de la naturaleza de los diversos niveles del inconsciente, ver Per Yarmonía della vita; para una definicimás sintética, ver Principi e metodi della psicosintesi terapéutica, pp. 2

329

Para la relación entre el yo y el Sí Mismo, ver Principi e metodi della psicosintesi terapéutica, pp. 26.

Capítulo 5 . Superconscicnte y creación artísticaLección impart ida en e l Ins t i tu to de Psicosíntes is , Florencia , enel año 1969.

Capítulo 6 . La inspiración transpersonal

Lección impart ida en e l Ins t i tu to de Psicosíntes is , Florencia , enel año 1973.

El libro La psicología deU'alto e il Sé nunca l legó a concluirse . Algunos de los ensayos contenidos en e l presente volumen habríanprobablemente formado par te de é l .

Capí tulo 7 . Telepatía vertical

Escri to no fechado, pero presumiblemente anter ior a 1930.La expresión «telepatía vertical» se vuelve a emplear en «El alpinismo psicológico» de 1970.

t ip les veces ya lo largo de los años por e l propio autor , const i tuyetambién e l capí tulo 2 de Principi e metodi della psicosintesi terapéutica.

Respecto a la diferencia entre represión y control, ver L'atto di volontá, p. 24 y Principi e metodi della psicosintesi terapéutica, p. 33.Respecto a la t ransmutación de la energía ps íquica , ver L'armo-

nia de la vitta, pp. 221230 y L'atto de volontá, pp. 5254.

Cap í tu lo 11 . Mística y medicina

Publicado en Ultra, XIX, 1925, pp . 16.Incluye e l comentar io «Tenere per raccol ta saggi spir i tual i» , de

la mano de Ida Palombi, colaboradora de Assagiol i y pres identa delInst i tu to a la muerte de aquél .

Para una valoración psicosintética de la teoría del psicoanálisis,ver Roberto assagioli, «Psicoanalisi e Psicosintesi», Instituto de Psi

cosíntesis, Florencia, 1963.Capítulo 12. El despertar del alma

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Capítulo 8 . Símbolos de la experiencia transpersonal

Publicado inic ia lmente con e l t í tu lo «Los s ímbolos de lo super-normal» en la revis ta Verso la luce, 1965, el texto que constituye estecap í tu lo pe r t enece p robab lemen te a un pe r íodo p receden te .

Ver «Ju"g e la psicosintesi», Instituto de Psicosíntesis, Florencia,1966. Assagiol i conoció personalmente a Jung, con quien mantuvoademás una re lación epis tolar .

El término «biopsicosíntes is» , en e l sent ido de unidad orgánica

y armónica de todos los aspectos del hombre, const i tuye e l términoexacto para e l proceso y la praxis de lo que , por abreviar , se denomina «psicosíntesis» (ver Perl'armo nia della vita, p. 180).

Respecto a l e jerc ic io de desident i f icación y autoident i f icación(publicado por pr imera vez en 1931) , ver L'atto di volontá, Astrola-bio, Roma, 1973, pp. 156162.

Segunda Parte

El desper tar espir i tual

Capítulo 9 . Estadios y crisis del desarrollo espiritual

Escri to no fechado, pero presumiblemente anter ior a 1930. Su t í tulo original era «Las crisis del crecimiento espiritual».

Capí tulo 10. Desarrollo espiritual y transtornos neuropsíquicos

Escrito publicado en 1933 (Tipografía Giuntina, Florencia) bajola guía del Ins t i tu to de Psicosíntes iscon sede en Roma. Citado múl-

330

Pub l i cado en Ultra, XV , 12,1921 .Para una valoración del ar te y la personal idad de Tagore , con e l

cual tuvo ocasión de entrev istars e Assagioli en Italia, en 1922, verRobero assagiol i , «Rabindranath Tagore , poeta , mís t ico, educatore»,en Rassegna italiana, 18, (1926), pp. 684694.

Capítulo 13. La purificación del alma

Basado en una lección impart ida presumiblemente en e l per iodo19301932; publicada en Alba spiritualc, 5 (1959).

Ver el ejercicio basado en la Divina Comedia en Principi e Metodidella psicosintesi terapéutica, p. 175.

Capítulo 14. La ciencia de la purificación aplicada

Escrito no fechado, pero colocable en trono al año 1973.Para e l desarrol lo y e l uso de la imaginación, ver Principi e me

todi della psicosintesi terapéutica, pp. 124139.Pa ra un aná l i s i s más p ro fundo de l p rob lema de l a «po luc ión

psíquica» y de los medios para neutra l izar lo , ver L'atto de volontá,p p . 5661.

Capítulo 15. Obstáculos al desarrollo espiritual: el miedo

Este escrito formaba parte del «Curso de psicosíntesis espiritual»del año 1938. Con la observación «apuntes sin elaborar», traza de formasistemática el tema que después era elaborado durante la lección.

Para la técnica del entrenamiento imaginat ivo, ver Principi e metodi della psicosintesi terapéutica, pp. 186187.

331

Capítulo 16. El miedo a sufrir: reflexiones sobre el dolor

Respecto a la posibi l idad de que coexis tan a legr ía y dolor , ver

L'atto de volontá, p. 150.Capítulo 17. Obstáculos al desarrollo espiritual: Los apegos

Escri to per teneciente a l «Curso de psicosíntes is espir i tual» delaño 1938.

Ver Roberto Assagiol i , «La vi ta come gioco e rappresentazione»,Instituto de Psicosíntesis, Florencia, 1967.

Capítulo 18. Obstáculos emotivos y mentales: agresividad y criticismo

Escrito pertenecien te al «Curso de psicosíntesis espiritual» de 1938,parte d el cual está incluido en el capítulo 17 de Per Yarmonía della vita.

Para una valoración psicológica del humorismo, ver Roberto as

sagiol i , «Una técnica del la ps icosintes i : il buon u more », Ins t i tu to dePsicosíntesis, Florencia, 1970.

Tercera Parte

El texto de las lecciones sobre el sentido moral y sobre la capacidad de conocer no l legó a ser desarrol lado de forma orgánica , s ino

sólo como apuntes s in e laborar , demasiado esquemáticos para serintegrados en e l presente volumen. No obstante , dada la importancia de su argumento se adic ionaron f inalmente en forma de apéndices como guía de consul ta .

Capí tulo 24. Elementos espirituales de la personalidad: el amor

Escri to per teneciente a l curso «Psicología individual y desarrollo espiritual» de 1932.

Respecto a los diferentes tipos de am or, ver L'atto di volontá, pp. 72-75.

Capítulo 25. Elementos espirituales de la personalidad: la alegría

Escri to per teneciente a l curso «Psicología individual y desarrollo espiritual» de 1932.

«Por aceptación se ent iende no una aceptación pasiva, no un sufr imiento res ignado; se t ra ta de comenzar por aceptar , y despuéshacer aquel lo que sea posible lo que sea y cuando sea para cambiar

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La espir i tual idad en la vida cot idiana

Capítulo 19. La espiritualidad del siglo XX

Publicado bajo e l auspicio del Ins t i tu to en 1935, y poster iormen te en L.. cultura del mondo, Bolonia, 1962, an no XVIII, na 6.

Capítulo 20. Transmutación y sublimación de las energías afectivas ysexuales

Publicado en la revis ta / / Loto, Tipograf ía Giunt ina , Florencia ,1938 anno IX, n e 3.Para la re lación entre subl imación y mist ic ismo, ver Principi e

metodi della psicosintesi terapéutica, p. 226.

Cap í tu lo 21 . El dinero y la vida espiritual

Escri to basado probablemente en una conferencia de febrero de1937.

Para una valoración de la obra y la figura de H. keyserling, conel cual Assagiol i es tuvo l igado po r una re lación de afecto y am istad,ver R. Assagiol i , «Un maestro di v i ta : Hermann Keyser l ing», Ins t i tuto de Psicosíntesis, Florencia.

Capí tulo 22. Marta y María: vida activa vida meditativaPublicado en Delta, 1923, an no 1, ny 9 , 1 0 , 1 1 .

Capítulo 23. Elementos espirituales de la personalidad: la bellezaEscri to per teneciente a l curso «Psicología individual y desarro

llo espiritual» de 1932.

332

la situación.» Ver Roberto Assagioli, «Corso di lezioni sulla Psicosintesi», anno 1970, lezione v.

Capí tulo 26. Elementos espirituales de la personalidad: poder voluntad

Texto relativo a las lecciones que concluyen el Curso «Psicologíaindividual y desarrol lo espir i tual» de 1932.

Respecto a l rol de la voluntad en e l proceso de autoaf irmación,en base a su cualidad y sus aspectos, así como por la fisiología del

acto de voluntad, ver L'atto de volontá.Capítulo 27. Reflexiones sobre la paz

Este capí tulo comprende los apuntes del 16 de mayo de 1936 yel ar t ículo publ icado en L'atiesa del regno, 1964, ann o II, n- 3.

Apéndices

Apénd ice Pr imero : Elementos espirituales de la personalidad: el sentidomoral

Esquema re la t ivo a la XI lección del curso «Psicología individua l y desa r ro l lo e sp i r i tua l» de 1932 . Seña lado con l a obse rva ción «Apuntes s in e laborar», const i tuye e l bosquejo del tema queAssag io l i de sa r ro l ló pos te r io rme n te a l impar t i r l a l ecc ión .

Respecto a los niveles y aspectos de la conciencia moral, ver Roberto assagioli, «Los conflictos morales», Instituto de Psicosíntesis,Florencia, 1964.

333

Para una valoración d e la concepción amoral ís t ica , ver el capítulo 13 del presente volumen.

Respecto a la dis t inción entre Superyo y conciencia moral superior, ver Principi e metodi della psicosintesi terapéutica, p. 190.La personal idad es nuestra par te más exter ior y es tá const i tu ida

por un cong lomerado más o menos cohe ren te de e l emen tos p s íqu i cos de diversa procedencia: herencia , inf lujo del ambiente (en gradodiverso) , as imilación de e lementos individuales . La individual idad,en cambio, es tá const i tu ida por nuestro centro espir i tual , nuestro yomás verdadero y profundo, único y universal en s í mismo («Psicología individúale e svi luppo spir i tuale», de Roberto Assagiol i , Ins t i tuto de Psicosíntesis, Roma, 1932).

Apénd ice segundo : Elementos espirituales de la personalidad: deseo desaber y capacidad de conocer

Esq uem a re la t iv o a la lección X del curso «Psicología indiv idúale e svi luppo spir i tuale» de 1932. Con la reseña «Apuntes s in

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elaborar», const i tuye e l bosquejo del tema que Assagiol i desarrol lóen la lección.

Para un examen más amplio sobre la naturaleza y los aspectosde la conciencia racional , ver Roberto Assagiol i , «Note sul l»educa-zione», Instituto de Psicosíntesis, Florencia, 1968.

La identificación espiritual es muy distinta de la identificaciónemotiva: ésta es ciega, exclusiva y exigente; la primera, en cambio,es c lar ividente , carece de apego y es desinteresada (Roberto Assagiol i , «Comprendere gl i a l t r i» , Ins t i tu to de Psicosíntes is , Florencia ,no fechado) .

La intuic ión no es racional , s ino superracional ; aunque es imprescindible la cooperación de la mente para su uso correcto . A es terespecto , las funciones necesar ias de la mente son: pr imero, reconocer la in tuic ión y sus mensajes ; segundo, in terpretar los correctam e n t e ; t e r c e r o , f o r m u l a r l o s y e x p r e s a r l o s ( Ro b e r t o a s s a g i o l i ,«Orientamenti del la ps icología del l 'avvemre», Ins t i tu to de Psicosíntesis, Florencia, no fechado).

La desidentificación definible como la consecución de la discriminación entre el yo y el no yo que se realiza en la conciencia mediante un cont inuo objet ivar los sucesivos y t ransi tor ios contenidosde la propia conciencia, tiene por meta la identificación con el Yosuperior o Sí Mism o (extractado de «Lo s tudio di sé», Roberto Assagioli, Instituto de Psicosíntesis, Florencia, 1932).

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