Arends Cap 1
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SETIMA EDI«;io
A prender a en sina r
Richard I. ArendsCen tral Connecti cu t S ta te Un iver sity
Tradu-rao
A. Faria - Edi~ao Electr6nica Lda.
Revisao teeniea
Sara Bahia, Univ ers id ad e d e L isb oa
[oao Nogueira, Unio ersid ad e N ov a d e L isb oa
Boston BurrRidge, IL Dubuque, IA Madison,WI NewYork SanFrancisco St.Louis
Bangkok Bogota Caracas KualaLumpur Lisbon London Madrid MexicoCity
Milan Montreal NewDelhi Santiago Seoul Singapore Sydney Taipei Toronto
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Livrode recursos (disponivel no Interactive Student CD-ROM)
III'
1 , . i ·
1
IiI;
I iI : : .I,:~ji
xiv fndice
Livrode recursos 1
Conceitos fundamentais da investigacao 507
Q uestoes e prob lem as da investigarao 507
M odelo para a investigarao do ensino 507
V ariaveis ind epend entes e d epend entes 509
Abordagens a investigacao ed ucacional 510
Supo si ro es s ob r e 0 conhecim ento cientifico 510
T ipos de estudos d e investigariio 511
Investig ariio d escritiva 51 1
Investig ariio exp erim en ta l 51 2
In ve stig ariio c orre la cio na l 5 12
In ve stig ariio c au sa l-c om pa ra tiv a 5 12
Conceitos estaHsticos e convencoesde investigacoes 513
Amostragem 513
Aleatoriedade 514
Numeros e conoeniiies 514
Referenc ias R - 1
G/ossar io G -1
Creditos C-1
fn d ic e o n oma stic o / - 1
lndice remiss ivo / - 6
Ler e manter-se a par da investigacao 515
L er a investigariio com urn espirito criiico 515
L e r u rn r ela t6 rio d e uma i nv es tig ar iio :
urn exemplo 516
M anter-se a par da investigarao 517
Livrode recursos 2
Utilizar 0A pre nd er a E nsin ar para se preparar paraa PRAXIS IITM Principles of Teaching and LearningExam 518
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Aprender a ser professor e uma viagem longa e complexa, rep leta de desafios e entusiasmo.
Comeca com as muitas experiencias que temos com os nossos pais e irmaos, continua
enquanto observamos professor apos professor ao longo de dezasseis a vinte anos de esco-
laridade, e culmina formalmente com a formacao profissional, continuando no entanto ao
longo de uma vida inteira de experiencias de ensino.
Objec t i vo e aud ienc iaEsta e a 7.a edicao do Apr ende r a Ens in ar . Destina-se aos candidatos a professores que fre-
quentam uma disciplina normalmente chamada de Metodologias de Ensino, leccionada ao
longo dos programas de formacao de professores para 0ensino basico e secundario, Por
vezes esta disciplina recebe outros nomes - Analise do Ensino, Estudo do Ensino, Princi-
pios e Praticas de Ensino, ou Estrategias de Ensino. Independentemente da sua designacao,
o conteiido desta disciplina aborda normalmente modelos, estrategias e tecnicas gerais
que podem ser aplicadas ao ensino de todas as areas currieulares e para todos os niveis de
escolaridade.
Apesar de estas disciplines variarem de instituicao para instituicao, partilham na sua
maio ria os seguintes objectivos gerais. A maior parte dos professores deseja que os seus
alunos, futuros professores:
• Desenvolvam um repertorio basico de modelos, estrategias e tecnicas
basicas de ensino;• Compreendam as bases teoricas subjacentes ao ensino e it aprendizagem;
• Compreendam as dinarnicas do ensino, dentro e fora da sala de aula;
• Tomem consciencia e valorizem a base de conhecimentos que apoia as actuais praticas
de ensino;
• Apreciem as oportunidades e os desafios de ensinar em salas de aula caracterizadas
pela diversidade:
• Saibam como adaptar a instrucao para ir ao encontro das necessidades
de todos os alunos;
• Adquiram as competencias necessarias para observar, registar e reflectir
sobre 0 ensino.
Organiza~ao e con teudo da 7 . a edi~aoA 7.a edicao do Aprender a Ensinar o£erece uma visao abrangente e equilibrada do ensino.
Para tat este livro esta organizado em cinco partes. A Parte 1 apresenta 0 livro, explore 0
significado de ensino eficaz e considera os processes e fases pelos quais os professores em
inicio de carreira passam ate se tornarem professores competentes. Tambem apresenta os
principais temas do livro, assim como 0 contexto social contemporaneo do ensino - um
contexto caracterizado pela diversidade dos alunos e pelas exigencies socials de que os
professores ajudem todos os alunos a perceberem 0seu potencial para aprender.
As Partes 2, 3, 4, e 5, 0 coracao do livro, estao organizadas em tomo de conceitos que
definem 0que os professores fazem. Estas secedes partem do principio que todos os profes-
sores tem tres importantes responsabilidades: (1) lideram urn grupo de alunos - os aspectos
xv
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i
xvi Prejacio
, jd a lid era nca n o e nsin o; (2) proporcionam aos alunos urna instrucao directa e presencial - os
a sp ec to s in te ra ctiv os d o e ns in o; e (3)trabalham com colegas e pais para levar a cabo os aspectos
o rgani za ci onai s d o ens ino . Em resposta as opinioes dos leitores, nesta nova edicao, os aspectos
interactivos dos professores foram divididos em duas partes. A Parte 3 (Capftulos 7 a 9)
descreve as abordagens a instrucao mais tradicionais e centradas no professor, enquantoque a Parte 4 (Capitulos 10a 13) centra-sa especificamente nas abordagens contemporaneas
centradas no aluno, assim como nas formas de utilizar diferentes abordagens em conjuntopara satisfazer a variedade de objectivos de instrucao,
In vestig avc1 0 a plica da a os p ro blem as
praticos do en sinoPara serem bern sucedidos, os profess ores devem ter uma s6lida compreensao acerca da
investigacao que apoia e define as praticas do ensino eficaz. Devem tarnbem ter urn pro-
fundo conhecimento pratico sabre as alunos, a forma como estes aprendem e as estrategias
que promovem a sua aprendizagem. E seguindo esta crenca que A pren der a E nsin ar enfatiza
a importancia que a investigacao e a base de conhedmentos tern para a ensino e para a
aprendizagem, demonstrando como ideias derivadas da investigacao podem ser aplicadasaos problemas praticos que os professores enfrentam todos as dias.
A parte do ensino baseada na investigaQao
A clarificacao e a organizacao da base de conhecimentos sabre 0 ensino tern sido alvo de
grandes progresses. E importante que os professores do seculo XXI dominem a conheci-
mento especializado acumulado ao longo do ultimo meio seculo, au mais. Este conheci-
mento distingui-los-a da media das pessoas e proporcionar-lhes-a, enquanto profissionais,
algumas garantias de que estao a utilizar as melhores praticas,
Ligacoes entre teo ria e pratica. A pren der a E nsin ar esforca-se par proporcionar aos leitores
a teoria e a base racional que suportam e apoiam determinados principios e praticas, Cadacapitulo tern urna seccao denominada "Fundamentos te6ricos e empiricos", onde se apre-
senta exemplos da investigacao que constitui a base de determinadas praticas, seguida de
uma explicacao sobre 0 funcionamento das praticas e procedimentos recomendados.
Caixas Sumdrio de Investigariio. Cada capitulo contern uma caixa de "Sumario de Inves-
tigac;ao" de urn estudo de investigacao importante relacionado com a t6pico do capitulo.
Estes estudos foram seleccionados para ilustrar nao s6 alguns dos aspectos da base de co-
nhecimentos subjacentes aos temas em analise, mas tambem algumas das formas de fazer
investigacao na area da educacao, Alguns dos estudos sao mais tradicionais e empiricos, en-
quanta outros representam abordagens qualitativas contemporaneas, Muitos dos estudos
sao considerados classicos, e 0seu conjunto abrange quase cinquenta anos de investigacao
na area da educacao. Apesar de muito resumidos, estes sumarios sao fieis aos metodos e asconclusoes dos seus autores.
Livro de recursos "Ler e utilizar a investigacao". 0ivro de recursos "Ler e utilizar a in-
vestigacao", disponibilizado no Interactive Student CD-ROM que acompanha este livro,
contern um guia resumido para a leitura e compreensiio da literatura de investigacao, dis-
ponivel nas revistas cientificas. Este livro de recursos constitui um incentivo ao "consume"
de literatura - uma competencia que qualquer aluno que se preze deve desenvolver.
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Prejckio xvii
o lado pratlco e aplicado do ensino
Apesar de 0 ensino se basear em conhecimentos derivados da investigacao educacional,
tem tambem urn lado pratico e aplicado irnportante. 0 conteudo do A prend er a E nsin ar foi
organizado para ajudar a resolver muitos dos problemas que os professores enfrentam no
dia-a-dia. 1 3 . necessario proporcionar aos que aprendem a ensinar e se sentam atras, e nao afrente, da secretaria do professor, uma visao pratica e realista do que eo ensino. Os capitulos
proporcionam guias concretos para a planificacao e orientacao de urna variedade de aulas,como avaliar e classificar a aprendizagem dos alunos, e como criar e gerir urn ambiente de
aprendizagem produtivo. A organizacao do texto e a sua abordagem foram concebidos de
modo a proporcionar aos leitores a compreensao e as competencias especificas necessaries
a aplicacao destes conhecimentos a situacoes concretas em sala de aula.
NOVO capitulo sobre a utilizacao de varies modelos e a instrucao diferenciada. Aprender
a Ensi na r analisa varias abordagens e modelos de ensino de forma independente de modo a
proporcionar uma discussao abrangente e baseada na investigacao acerca de cada urn deles.
Na realidade, os professores raramente utilizam estes modelos e abordagens de forma indi-
vidual mas, em vez disso, utilizam diversos modelos numa dada aula ou unidade. Nesta 7.a
edicao, urn novo capitulo mostra como utilizar varies modelos numa s o aula, assim como
diferenciar a instrucao para apoiar a aprendizagem individual dos alunos.
() Enfase integrada na diversidade e na inclusao. A discussao acerca da diversidade e da
inclusao estende-se por todo 0livro. Tern inicio no Capitulo 2, 0qual tinha sido completa-
mente reescrito na 6.a edicao para centrar-se na aprendizagern dos alunos em salas de aula
diversificadas, e agora nesta edicao ampliado de modo a incluir novas discussoes sobre
classe social, diversidade religiosa e orientacao sexual. A discussao iniciada neste capitulo
continua ao longo do restante livro, em seccoes que abordam a aprendizagern dos alunos
e a diversidade, em relacao ao topico em discussao, Estas seccoes descrevern como os pro-
fessores podem adaptar ou diferenciar as suas praticas de instrucao a urna vasta gama decapacidades, diferentes herancas culturais, e varias necessidades educativas especiais.
® Caixa Melhorar 0 Ensino Atraves da Tecnologia. A rnedida que as salas de aula ternrnais computadores, mais materiais de ensino disponibilizados em CD-ROM, e acesso mais
facilitado a Internet, os professores devem manter-se a par destes irnportantes e estimulan-tes desenvolvirnentos. E fundamental que os novos professores sejam capazes de entrar nasua prirneira sala de aula com 0 conhecimento e as competencies necessarias para utilizar
o computador e as tecnologias de telecomunicacoes, Em resposta a esta realidade, cada
capitulo contem uma caixa charnada Melhorar 0 E nsin o A traves da T ecn olo gia , onde sao evi-
denciados software e outras tecnologias informaticas relacionadas com 0 tema do capitulo.
A po io p a ra a ap ren d iza g em do s a lun os
A prend er a E nsina r tern varias recursos criados com 0prop6sito de apolar a aprendizagerne ajudar os alunos a aceder e a aprender a informacao contida no livro.
• Objectivos de aprendizagem. Cada capitulo comeca com Objectives de Aprendizagem
que permitem que 0 estudante se centre nos aspectos-chave do capitulo.
• Rever, Expandir, Explorar. Cada seccao principal de capitulo terrnina com questoespara "Rever", que ajudarn 0leitor a rever 0conteiido abordado, questoes para "Expan-
dir", que convidarn a reflexao e tarnbern apresentam "questoes de sondagern" a que
o leiter pode responder no Online Learning Center, e listas que permitem "Explorer"
t6picos relacionados em sites da Web e que podem ser acedidos atraves do OnlineLearning Center.
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xviii Prejacio
• Notas a margem. Ao Iongo dos capitulos as notas a margem evidenciam as ideias prin-
dpais e definem conceitos importantes.
• Sumario. Reladonado com os objectivos de aprendizagem que introduzem os capitulos,
o sumario apresenta uma revisao ponto por ponto do contetido do capitulo.
• Palavras-chave, No final de cada capitulo, apresenta-se a lista das palavras-chave com
a referenda a pagina onde aparecem. As definicoes sao apresentadas no Clossario, no
final do livro.
Oportunidades de aplica~ iio e de interac~iioApesar de muitos aspectos do ensino se poderem guiar pela base de conhecimentos, mui-
tos outros podem ser abordados a partir de mais de urn ponto de vista, pelo que requerem
a reflexao e a resolucao de problemas por parte dos professores. A pren der a E nsin ar inclui
varias seccoes de aplicacao que permitem que os candidatos a professores reflictam sobre
questoes importantes, comparem as suas ideias e opinioes com as dos professores experien-
tes, e pratiquem 0que estao a aprender.
• Reflectir sobre . .. Cada capitulo comeca com urn pequeno cenario e urn conjunto de
questoes destinadas a fazer com que os leitores reflictam sobre as suas pr6prias vidase experiencias dentro da sala de aula, para os preparar para 0 conteudo que se segue.
Os leitores podem responder as questoes atraves do Online Learning Center.
• Reflexiies a partir da sala de aula - Estudo de caso. Todos os capitulos sao concluidos
com urn caso retirado de uma sala de aula ou de uma situacao de ensino, seguido das
reaccoes de dois professores a esse mesmo cenario.
• Actividades de portfolio e experiencia de campo. Organizadas de acordo com os capi-
tulos do A pre nd er a E ns in ar , estas actividades constituem urn guia pratico que auxilia os
candidatos a professor a recolherem e interpretarem dados, a analisarem as suas pro-
prias experiencias e a desenvolverem urn portfolio pro fissional. As actividades estao no
In tera ctive S tu den t C D-ROM (em lingua inglesa), e cada urna tern correspondencia com
urn ou rnais principios do INTASC (International New Teacher Assessment and Support
Consortium).• Exerdcios de planificacao e actividades praticas, 0 In tera ctive S tu den t C D-ROM (em
lingua inglesa) inclui dois tipos de actividades interactivas, concebidas para ajudar os
candidatos a professor a aplicarem 0que estao a aprender, dando-lhes a oportunidade
de planificarem aulas e de se envolverem em diversas actividades praticas, Os Lesson
P la nn in g E xe rc is es conduzem 0 aluno atraves da planificacao de uma aula, baseada em
determinadas abordagens ao ensino. 0 aluno recebe uma tarefa e as ferramentas (in-
formacao de fundo sobre uma sala de aula real, descricoes dos alunos, clips de video,
amostras de planes de aulas, etc.) necessaries para a completar, Cada tarefa constitui urn
dos passos da planificacao de uma aula baseada num determinado modelo. As Practice
Activities independentes permitem ao aluno levar a cabo uma actividades tipica de urn
professor.
• Recursos de portfolio. Hoje em dia, e exigido urn portfolio profissional a muitos candi-datos a professor. Para ajudar os alunos na construcao de portfolios, a seccao Port fo li o and
F ie ld E xpe ri enc e Ac ti vi tie s do In te ra ctiv e S tu de nt CD -ROM (em lingua inglesa) inclui uma
introducao aos portfolios, assim como numerosas actividades que poderao ser apresen-
tadas como artefactos de urn portfolio. Para alern disso, muitas das caracteristicas do
livro podem servir de guia para a elaboracao de trabalhos de portf6lio.
• Recursos para a preparacao para 0exame Praxis II™. Hoje em dia, a maioria dos estados
dos EUA exige que os alunos que estudam para ser professores passem 0 EducationalTesting Services Praxis I1TM P rinc ip les of L ea rn in g a nd T ea ch in g E xa m para obterem a sua
primeira licenca para ensinar. 0 Interactive Student CD-ROM que acompanha esta edi-
<;aodo A pren de r a E nsin ar inclui recursos destinados a ajudar os alunos a prepararem-se
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P r e f a c i o xi x
para 0 exame Praxis IITM. Uma matriz relaciona os t6picos do exame com os conteiidos e
actividades do Ap re nd er a En si na r, e a In te ra ctiv e S tu de nt CD -ROM disponibiliza questoes
objectivas e no formato Praxis™, para que as alunos possam praticar,
Novidades da 7 . a edi~ao
• N ola do Editor: Todos os materiais suplernentares sao disponibilizados na sua versao original, ern lfngua inglesa com
a excepeao das Transparencies de apoio a s aulas (PowerPoint) para professores.
Tal como aconteceu com as edicoes anteriores, as revisoes deste livro tiveram como base a
minha propria experiencia de ensinar, assim como as opinioes e os comentarios dos leitores
e colegas de todo 0 pais. Apesar de os objectivos gerais, os temas e as caracteristicas das
edicoes anteriores se terem mantido constantes, foram feitas muitas revisoes, a pedido dos
leitores, assim como devido aos desenvolvimentos da crescente base de conhecimentos so-
bre 0 ensino, as alteracoes sociais importantes que estao a acontecer, e as novas tecnologias
que podem melhorar 0ensino. De seguida, apresentam-se resumidamente as revis6es feitas
para a 7.a edicao:
• Um novo Capitulo 13, "Relacionar as modelos e diferenciar a ensino", discute a forma
de utilizar varies modelos numa mesma aula au unidade (incluindo dois exemplos de-
talhados) e uma explicacao mais pormenorizada de como diferenciar a instrucao paraalunos individuals.
• 0 capitulo sobre a avaliacao (Capitulo 6) foi profundamente revisto de modo a oferecer
uma cobertura nova e alargada da era da responsabilizacao, da garantia do teste-reteste,
da garantia pelo metodo das formas paralelas, da garantia pelo metodo da biparticao, do
papel do professor nos testes estandardizados, da utilizacao dos resultados dos testes,
da construcao de testes, da avaliacao alternativa, das rubricas e muito mais.
• Novos topicos-chave tais como 0modo de conceber e conduzir investigacao, as pers-
pectivas cognitiva/construtivista do ensino e da aprendizagem, a aprendizagem auto-
-regulada,o "andaime intelectual", 0modo de funcionamento do cerebro, a motivacao,
o desenvolvimento de um portfolio para as profess ores, e revisoes a Taxonomia deBloom.
• Mais de 200 novas referencias,• No Interactive Student CD-ROM (em ingles) apresenta-se uma matriz que relaciona ost6picos do A pre nd er a E nsin ar com os prindpios INTASC e os conhecimentos necessaries
para 0PRAXIS IFMPrinciples of Teaching and Learning Exam.
• Quatro novos segmentos de video, sobre avaliacao, diversidade, ensino de conceitose utilizacao de rruiltiplos modelos, foram adicionados ao video T eaching M ethod s in the
Classroom (em Ingles), agora tambem disponfvel em formato DVD.
• Objectives de aprendizagem iniciam agora cada capitulo e servem de estrutura de base
para 0 sumario do capitulo.
Suplementos*Esta edic;:aodo Ap re nd er aE en si na r e acompanhada par varies recursos suplementares e au-xiliares de aprendizagem, para professores e alunos.
Para 0 professor
• Intructor's Online Learning Center. A seccao dos professores no Online Learning Cen-ter e protegida por uma palavra-passe e contem uma versao electr6nica do Instructor's
Manual, diapositos em PowerPoint, Classroom Performance System (CPS) ,e acesso aos
recursos para 0estudante (incluindo PowerWeb).
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xx Pre/acio
Alguns suplementos da presente edicao do A pre nd er a E nsin ar estao disponiveis para os
professores que recomendam este livro nas suas aulas. Contacte 0representante local da
McGraw-Hill para mais informacoes.
Para 0 aluno
• Interactive Student CD-ROM. Disponibilizado juntamente com 0 livro de texto, este
CD-ROM contem exercicios d e plan ificara o de a ulas (L essor P la nn in g E xercise), a ctivid ad es
p rd ii ca s (P rac ti ce A c ti vit ie s) , actividades de portf6lio e experiencias de campo (Portfolio
a nd F ie ld E xp er ie nc e) , os clipes de som referidos no texto na seccao T ea ch er s o n T ea ch in g,
recursos para a utilizacao do A prend er a E nsina r na preparacao para 0 exame Praxis IITM,
urn Action Research Handbook, 0Lesson Plan Builder e 0 Bibliomaker, 0guia de estudo
para 0aluno com questionarios de pratica, e muito mais.
• Online Learning Center, em www.mhhe.com/arends7e. a Online Learning Center
inclui urn guia de estudo para 0 aluno com questionarios de pratica (com informacao
retroactiva), ligacoes aos sitios da Web referidos ao longo do texto, e recursos para os
leitores responderem as questoes Rejle ctir s ab re ... e Expandir que se apresentam ao Zongo do
texto.
Avalia~ao por parte de alunos e professoresTal como aconteceu nas edicoes anteriores, eu encorajo os alunos a enviarem-me os seus
comentarios e opinioes acerca de todos e quaisquer aspectos deste livro atraves do meu
endereco electr6nico [email protected].
AgradecimentosUma vez que que a area do ensino e da aprendizagem se tern tornado tao abrangente e
complexa, pedi a colaboracao de alguns colegas na escrita dos topicos fora da minha espe-cialidade. Nas edicoes anteriores, Dr. Richard Jantz, Dr. Virginia Richardson, e Dr. Nancy
Winitzky fizeram contribuicoes notaveis ao escrever diferentes capitulos.
Gostaria tambem de prestar 0 meu reconhecimento e agradecer aos muitos colegas e
professores ao lange dos ultimos anos. as Drs. Hilda Borko, Sharon Castle, Shelley Ingram,
Lenore Cohen, Pat Christensen, Neil Davidson, Margaret Ferrara, Paulette Lemma, Ronald
Moss, Susan Seider, Carole Shmurak, Nancy Hoffman, Karen Riem, Jim Henkelman, Frank
Lyman, Joe McCaleb, Kathy Rockwood, Roger Zieger, e Linda Mauro nao foram s6 uma
fonte de apoio mas proporcionaram tambem importantes contribuicoes para as versoes
iniciais deste manuscrito assim como para esta revisao,
Gostaria de fazer urn agradecimento especial a Ora. Sharon Castle, uma colega da GeorgeMason University, a principal criadora dos exercicios baseados em casos e das actividades
de pratica apresentadas no Interactive Student CD-ROM. A Ora. Castle foi tambem respon-savel por grande parte do desenvolvimento e edicao iniciais dos clipes de som e video.
1
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P r e j c i c i o xxi
As seccoes "Reflex6es a partir da sala de aula" e "Teachers on Teaching" ganharam vida
gra<;;asaos professores que se seguem, que partilharam as suas experiencias, Obrigado.
Angela Adams
Faye Airey
Ian Call
Amy CallenDiane Caruso
Lynn Ciotti
Ellen Covell
Sandra Frederick
Kendra Ganzer
Mike Girard
Dennis Holt
Patricia MerkelJason O'Brien
Jennifer Patterson
Addie Stein
Vickie Williams
Muitos revisores contribuiram tambem com reaccoes e criticas valiosas, que levaram
a uma melhoria apreciavel do texto. Gostaria de fazer um agradecimento especial aos revi-
sores desta nova edicao:
Kathryn Benson, Southern Arkansas University
Sharon Castle, George Mason University
Marsha D. Daria, Western Connecticut State UniversityMarjorie Checkoway, Madonna University
Anthony DeCarli, University of Scranton
Betz Frederick, Grand Canyon University
Joseph Hruby, Baldwin Wallace College
Peter S. Kelly, Truman State University
Laura B.Kent, George Washington University
Emily Lin, University of Nevada, Las Vegas
Francisca Norales, Tennessee State University
Sherrie Pardieck, Bradley University
Molly Romano, University of Arizona
Sharon Shrock, Southern Illinois University, Carbondale
Betty ToSimmons, Longwood UniversityRonald Towery, Arkansas State University
A minha actual editora, Cara Labell, tem sido extraordinaria ao longo do processo de
revisao. Ela tem sido uma fonte constante de encorajamento, de apoio e de ideias excelentes.
Tambem me foi dando alguns gentis ernpurroes, sempre que os prazos se aproximavam
e eramos pressionados para entregar 0material a tempo.
Finalmente, obrigado a equipa do livro cujo trabalho permitiu 0 seu desenvolvimento,produc;ao e marketing: Beth Mejia, Publisher; Allison McNamara, Senior Sponsoring Edi-
tor; Shannon Gattens e Jocelyn Arsht, Media Producers; Pamela Cooper, Executive Marke-
ting Manager; Holly Paulsen, Project Manager; Carol Bielski, Senior Production Supervisor;
Srdjan Savanovic, Designer; Ayelet Arbel, Art Editor; Natalia Peschiera; Photo Research
Manager; e Louis Swaim, Senior Supplements Coordinator.
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,. :
Bern-vindos ii Z :" edi( :ii o d e Aprender a Ensinar. [unte-se a nos para urn passeio ao longo do livro.
Ca ra cte ris tic as d o c ap itu loAs caracteristicas dos capitulos permitem-lhe ficar com uma
imagem fiel dos contetidos importantes, aplicar 0que esta a
aprender e verificar a sua compreensao acerca das principaisideias do capitulo.
• As caixas Sumdrio de Inuestigaciio apresentam resumosde investigacoes importante relacionadas com a conteudodo capitulo.
xxii
A ber tu ra de cap ftu lo sAs aberturas dos capitulos foram concebidas para prepa-rar 0 leitor para 0capitulo que se inicia.
• Cada capitulo comeca com os Objectives de aprendi-
zagem, para centrar a sua atencao nos aspectos-chavedo capitulo.
• Reflectir sabre ... partilha urn pequeno cenano, e
uma serie de questoes concebidas para 0 levar a re-flectir sobre as suas proprias experiencias em sala deaula, relacionadas com a conteudo do capitulo.
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.~ . . . . . . . . . . , ._-~iiino~ tkopoio .
ApbI:dc.lI:q~~fiio~Iksj.a.h,m"do.5I!U(l"lW.Jha~~IfJ"e.mn"l>tti 9$ Oj lj mMp rr d . deo~.ektmtdooo~ ...fI!:iIO~bemf.$;pti.t5~..ru.u"«l\j~~
ea'~" (""~JIS.~p-riu"ltiro.ll.Jvr.(J&~C'80pwrmqtienl<N~*..,..~e-1.uemtltJ~,taod~pt~~.-~~ V~IJ,pro(~q~-pjQiwiJm
IsMot!-tt;~ ...&~~porho;>rQ-OI.qufl"\So.r~~!ilooomo~Ii~-
f a:d~(Q ff l~ .~ I ail I! .i lin.dt ; lUl • .E r n~ol"N r ., . ;t$iXiea. .:1e .J1' to 'l iI a~
.mowu.bm.~fu.«S~~(eMl'i:If\I.~~I:~~~I"klI!I'lu>\O'l;"Q&.pro-~_t~lie~~dotnhaUlonl.o£otkm:kiiu
Q5.~bl;~~Ve~!iMtJi.Jprindp.\bWp::tiv(l$~a val¥-
..io~..w.deaw...~fI:S"~naTlIibebU.A~~~~
mW~Uit-asilJbter5lt~d(}progt1im..dt".v~dlj.f~
Reft",.-o e ret llo)uq4o • PrObtemes
Mwlo: J. d .o & ~ " \ Q t " I»~ mtJll1'~ Mti '>r~nu . t t l! ! > ~ ~ partkuk'l\"t.
~ T"r!<tP JtiM"m~~p;itljtuJ ..~.~rtqtlW!M~·;a~
~- ~'JU =nAQje~~mlJito~.p.uti:,do:;;lI. vt "CI I I l .m ' ' l , ) . t d i sV> . a= ;~M"1t"·J£s"V~·~N~~k:-.;»lW"I\lfM.I\WCkd~~d~~eftP·~;tam-de-~tltt;W~d&~I!I~,,$&,>I.pNpri·rrlw
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~rll>ftlle~0!I ~1ft8;:l~i~d!;onti§ta5.5ffM~OU~ p_ "peu_r de-
Hln" t .Wlnpno :~~~rl J .Ttoed\ '"e J l s~rt I1 . :wbe-mos 'i I .O'l ! .e s ta .~ I ! " ! 'o ! ' It ; ~ i d.lX"o l . tgUJ1W-~.
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enslJ1al'e 0 e Bel 'utili a 1'ecnola .s alunoB a apre Zdadapara ajuda. 'glarnOstratn
n er; r osprofesso~
•A .s Refie::roes
capitulo co"" a Partir da saldo' .., Utnb a de
IS prOfessoresp reve estudo de aula concJuern€l'ante ess caso e as 1 1 cada
e cenario. eaq:oes de
• ~J.\ abord
• ;:alada POl '7f;~/lltegrada « « di .1 ; a s a s s e c\'o e ~ne especial vers1dade ec uldas com sPl'lrtcipais . as-
rever 0res q~est6es para" dos capftulos ~que 0 1 pectlVo COnt _ ReVer" go ~ao COn-
evam a eudo q eoaJudUlTla serie reflectir e ,uestoes "8 a~ ano OnJj de qUest6es a 01lde lhe sa xpandu:""11 me Learn' s qUais 0 colocad
xplorar" - . 1 1 1 g Center . POdera res asqUe po d tOP1COS rela' ,e hstas que ponderning C em ser itcedid CIOlladosern s -ti pennitel1lAo 1 enter. as atraves d 1 os da Web
taca;ngo dos cCipitol 0Online Lear:1m as ideias .. ~s, as llotas 'POrtCUltes. pr 11 1Clpaise deU; llIargent des-
e 1 1 1 conceitos
•
A ~ O " b > I 5 indt"Idu0:,5,. Of grupt'$ i<i " ! ! "J1p ie -u~. q~a~I.>H Wh~f.Q.r e 1 7 1 . " i . f - u Io_~ ....
vt-~ ' lI :J n! t. tn t~ ?O rd iJ et tw :, ~ ~e rt al tm na , n :p ~l .l .t ld il e1 l\ l; l a t tn t\ bt "i t! fnO! io o _ ~, ;. . .. ..
jiIUt"JW_fPWl1'.a~_Ul~~kOIl~IUA_AtIIUIGdet ~mp".oUn\liit;JI~VI~ = - ~ . . . . = ~llP4-$ ~"CtJkdi " ' .a J . ta>dQ wnstrnida W'n~;tdQ~ tn n:dot.u~tfoZp £>S ~o:"Iiecv..dl! mQC: rtff o:t s ~\( d.nI JMm . hut ~ que as V~ do ! . dd;adj~ w ; . 1 ' f ! . ",",vidf.!!.~ ! )f ...._~qlleA!i~~m~Itd~~"¥OI1"t.-Ik4.!.M.aiori.t,Mvjlll1id.ukad~~pW".~
"l>1dtJ<h:~u.(I~.Ir4ert£"it~o:JPi*ef/IJJ~a4fu~lodeFtdcli~&!»l:kfi_·
n tmep1( lf tlOVft l I~~tM»MQ>le. t. , ..po ·"am~t t"11 \I " , . ..aJ.ariU0rn05 . .1~ re•• u-", v&. .u (;,,1. 6e DtmlLlle oU-$lrit "tve:l.e}he ~\»f4;tn. !;t lti.ik'~ deq~. "
~p<l<hmd~>;>q ' IJC~ui .¥ol 1! '< l 1. J.«Cdi!f . r~" " " ' ' l u - t~r r l i1.~u ir : a . r tna~. , , -Q )r1d u-%i r ~<J,1f .U V~i H m - , ~~iJl dM out tJ J_ ~ ~ tJ -KPKt() IruSivid.,.~ du fW;fU
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xxiv Gu ia d o e stu da nte p am 0A pre nd er a E ns in ar
E stru tura de fin al de cap itu loAs components do final dos capitulos proporcionam ferra-
mentas e recursos para 0estudo:
• 0 Sumario, relacionado com os objectivos de aprendi-
zagem do infcio do capitulo, resume ponto par ponto as
conteiidos do capitulo.
• As Palavras-chave permitem a revisao e a referenda facil
dos conceitos importantes.
• A Aprendizagem interactiva e aplicada apresenta uma
lista dos recursos de estudo e de aplicacao disponiveis
nos suplementos do livro.
• 0 Portfolio e actividades de campo sugere urn conjunto
de actividades de campo e de portf6lio que acompanham
o capitulo.
• A lista Livros para profissionais sugere titulos para lei-
turas adicionais.
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Gu ia do e studante para 0Aprender a Ensinar xxv
Recursos para estudo e apiicafiioo Interactive Student CD-ROM (em Ingles) contem exercicios de planificacao de aulas
(Lesson Planning Exercise), actividades (Practice Activities), actividades de campo e de
portfolio (Portfolio and Field Experience Activities), os clipes de som Teachers on Teaching
referidos no livro, recursos para utilizar 0Aprender a Ensinar na preparacao para 0 exame
Praxis II™, um manual para investigacoes (Action Research Handbook), 0 construtor depIanos de aulas (Lesson Plan Builder) e Bibliomaker, urn guia de estudo com questionarios
de pratica, e muito mais.
Rld'ru:d I. A rend sUmfJ~~~
----------...! walt«,,. M Ita. LI;~ r~ru1. uu,:,r. ""oH'IOIr19 ("'''''nl -'lind 'P~+~ ~"1.I no • •• .o.di IiUu ,... d.~i...... 1 bI.Uf1 ' l ' 1 h , j WIa~~1 tt l Il k MlIled<;lelM sklJlJ l'01.I
I ,••I.,~h tf..,",I.Jr8:00 .. "b o. a" 'l nt .o • • , .,
I 1.~"::I!4U.=~i~;t!.';:::~l~I;;'~~:'~ n ~ ~ ~ ' ~ . r t r l l~~v.~I z. ~~,~,, : :==.:! ' : ) '_ '.a Ipplr •. . .. : I • • had Vo • .-Id.....,..t>o)h In 'haptart:
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th.'t*l<tMID,pIlM:l~tt."Id:i<rqo.
• •• ,nQiro'lll t . . o m VI.. .. . . dlp~ to nrnp" ~.uon pi.... b)fOo"OlU t" n4l. Ie
.....Ip - .. K CD m . .. . 1 . . .1PI. T-II 'Io;, (.....t + 0 :1 4 W T I D- V ' .b)I"'MI,,,~,", "" 'III"..." W I . .. . . . )
• clo o u ~ 0 I11ho l .u~" ,d dU~1 of r tYdt nt . ~ 1l1'O~14",.ct...1 ,Wd..-""" fQ.
id-.ain to pbn f ,. .r <f ,. .. .. ~ . . n ., .o ; . .. .. .. .. M J,r ~lIdW>'III il"' dlthlDm
t .esscn Plarl1iog ex eres es & n . d - Practk-e A c O " f l j j o e ' S
t" I"M 'm/j~i 'M ~ro! l i" ' l i ': :Overv iew
Online Learning Center, em www.mhhe.com/arends7e. 0 Online Learning Center inc1ui
urn guia de estudo para 0aluno com questionarios de pratica (com informacao retroactiva),
ligacoes aos sitios da Web referidos ao longo do texto, e recursos para os leitores responde-
rem as quest5es Reflectir sobre ... e Expandir que se apresentam ao longo do texto.
~mRr1ll"_~~~~""""'-~"'--·
0" , taIY_mduMtr
01 ......... .-, ...........
Oc,,...,~todNII~
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0'1·"..-.d«llwtv.n~~...,fII'1IIroIh
C(I .......lIoino1r"l.... ~Hrlndlldtl)~NIt~WI~PJicI:h"OD, ~tolncl"..~_,~.,........t~
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Aparte 1 do Aprender a Ensinarfala sobre os professores eo ensino, os alunos
e a aprendizagem. Os capitulos desta parte foram escritos com 0 intuito de
proporcionar lntorrnacao de fundo sobre 0ensino e a aprendizagem, que facili-
tara a cornpreensao dos capltulos que se seguem, e que descrevem variados modelos,
sstrateqlas e taeticas de ensino.
o Capitulo 1, "As bases cientificas da arte de ensinar" apresenta uma breve perspec-
tiva hist6rica do ensino, desde os tempos colonials dos EUA ate ao presente, e procura
mostrar como as expectativas em relacao aos professores se tern altern ado entre cons-
tan cia e rnudanca, Como ira perceber, alguns aspectos do ensino actual nao sao muito
diferentes do que eram M cern anos atras. Outros sofreram rnudancas radicais nas ulti-
mas duas decadas, em particular aqueles que sao necessaries para lidar com os novas
e importantes desafios do seculo XXI.
Acima de tudo, 0Capftulo 1 resume a perspectiva geral sabre os objectivos e as ideias
relacionadas com urn ensino eficaz, que influenciaram a planificacao e a conteudo do
Aprender a Ensinar. Esta perspectiva assume que a ensino € I uma arte, assim como uma
ciencia, e que as professores eficazes baseiam a sua pratica nas duas tradlcoes, Por urn
lado, as professores eficazes usam a lrwestlqacao sobre 0ensino e a aprendizagem para
seleccionar as praticas que se sabe que melhoram a aprendizagem dos alunos. Par outro
lado, 0ensino tern tarnbern um lade artfstico, baseado na sabedoria colectiva dos profes-
sores experientes. Estes sabem que nao existe uma forma ideal unica de ensinar. Em vez
disso, os professores eficazes tern um conjunto de mstodos, conhecidos como estimu-
ladores da rnotivacao e da aprendizagem dos alunos. Estes rnetodos sao seleccionados
com base nos objectivos a atingir pelos professores, as caracteristicas dos alunos e os
valores e expectativas das comunidades em que se inserem.
o Capitulo 2, "A aprendizagem do aluno em salas de aula diversificadas" apresenta
urn dos mais complicados desafios enfrentados pelos professores de hoje, au seja,
como assegurar que cada crlanca atinja 0seu potencial maximo, independentemente
das capacidades e experlencias que traz consigo para a escola. Este capitulo examinaos desafios e as oportunidades oferecidos pela diversidade e descreve como hoje, ao
contrarto de antigamente, as salas de aula. se caracterizam pela presenca de diferentes
tipos de alunos, e sao governadas pela crenca social de que todas as crlancas devem ver
o seu potencial de aprendizagem maximizado: "Nenhuma crlanca pode ser deixada para
tras," 0 capftulo descreve ambas as vertentes da diversidade do conjunto de alunos hoje
considerados especiais - tanto aqueles com dificuldades de aprendizagem como os mais
dotados. Sao tam bern descritas com algum pormenor dlterencas de raca, etnia, cultura,
religiao, idioma e genero. A analise nao se llmita a descrever as varlas formas de diversi-
dade, mas apresenta tarnbem vartos rnetodos e suqsstoes para ensinar e trabalhar com
grupos heteroqeneos de alunos dentro da mesma sala de aula.
Capitulo 1
As bases cientfficas
da arte de ensinar 2
Cap itu lo 2A aprendizagem do
aluno em salas de aula
diversificadas 38
. - ~------
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Oensino pode proporcionar uma 6ptir.na: gratifica~te carr~i:a a todos aqueles que se-jam capazes de responder aos desafios intelectuais e SOCIalSque coloca. Apesar dos
inumeros relat6rios que criticaram as escolas e os professores ao longo da ultima
decada, a maioria dos cidadaos continua a apoiar as escolas e os professores, expressando
a sua confianca na educacao. A tarefa de ensinar os jovens e demasiado importante e com-plexa para ser deixada amerce dos pais ou das estruturas informais de tempos passados.
A sociedade moderna precisa de escolas dotadas de professores competentes que instruame cuidem das criancas enquanto os pais trabalham.
Na nossa sociedade, as professores tern direito a urn estatuto profissional. Enquanto es-
pecialistas e profissionais, deles se espera que utilizem as melhores praticas para ajudar os
alunos a aprenderem competencies e atitudes essenciais. Urn professor amigo e carinhoso
para as criancas ja nao e suficiente, tal como ja nao e suficiente que os profess ores utilizemmetodos de ensino exclusivamente baseados na sua intuicao, preferencia pessoal au senso-
-com urn. as professores de hoje tern a obrigacao de utilizar praticas de ensino consideradas
eficazes, tal como as membros de outras profiss6es, como a medicinal 0 direito e a arqui-
tectura se guiam por padr6es de praticas aceitaveis. Este livro descreve como aprender a
utilizar a melhor pratica - pratica essa que tern uma base cientifica. Tern como objective
principal auxiliar os professores em inicio de carreira a dominarem a base de conhecimentos
e as competencies que sao necessarias aos profissionais cujo 0 trabalho consiste em ajudaros alunos a aprender.
Este livro tambem explora outra faceta do ensino: a arte de ensinar. Tal como a maior
parte das actividades humanas, 0 ensino tern aspectos que nao podem ser codificados ou
exclusivamente guiados pelo conhecimento cientifico, mas que dependem de urn complexo
conjunto de julgamentos individuais, baseados em experiencias pessoais. Nathaniel Gage
(1984), urn dos principals investigadores educacionais dos EUA, escreveu, M alguns anos
atras, que a arte de ensinar e "uma arte instrumental ou pratica, nao uma das belas-artesque tern como objective ultimo a criacao da beleza.
4 Parte 1 Ensinar e ap render nas solos d e aula d e noje • wwwmhhecomtarendsre
o enslno tern uma base
cientffica - os seus me-
todos sao base ados em
investiga~oes e em evi-
di!ncias cientfficas.
~ !
o ensino e tambem uma
arte baseada nas experi-
6ncias dos professores
e na sabedoria da pratlca,
"0sonho comeea com um
professor que acredita em
ti, que te empurra, te puxa
e te encaminha ate ao
proximo nival."
Dan Rather
Enquanto arte instrumental 0ensino e algo que se afasta de receitas, formulas ou algoritmos.Requer improvisacao, espontaneidade e 0 lidar com rmiltiplas possibilidades relativas a forma,
ao estilo, a cadencia, ao ritmo e a adequabilidade, de modos tao complexos que mesmo os com-putadores seriam, em principio, incapazes de 0 fazer, tal como nao sao capazes de perceber 0
que urna mae faz com 0 seu filho de cinco anos, ou 0 que urn amante diz ao seu amado em cada
determinado momento. (p. 6)
Repare em algumas das palavras escolhidas por Gage para descrever a arte de ensinar- e sp on ia ne id ad e, c ad en cia , r itm o . Estas palavras descrevem aspectos do ensino que a investi-
ga~ao nao consegue medir muito bern, mas, que ainda assim, nao deixam de ser caracteristi-
cas importantes das melhores praticas, e que constituem parte da sabedoria dos professorescompetentes e experientes. Este livro tenta demonstrar a complexidade do ensino - os
dilemas enfrentados pelos professores e as escolhas artfsticas que os professores eficazes
fazem enquanto realizarn 0seu trabalho diario, Apresenta tambem uma visao integrada do
ensino enquanto ciencia e enquanto arte, enfatizando que 0que sabemos sobre 0ensino naose traduz em f6rmulas faceis ou receitas simples.
Este capitulo comeca com uma breve resenha hist6rica do ensino, dado que os padr6esbasicos do ensino actual estao enraizados numa rede de hist6ria e cultural que por sua vez
tern grande imp acto nos processos de aprender a ensinar. Esta introducao e seguida deuma perspectiva sobre 0ensino eficaz, que guiou a planificacao e a escrita do Aprender a
Ensinar. A seccao final do capitulo descreve uma parte do que e conhecido sabre a processode aprender a ensinar, Explica como os professores em inicio de carreira podem comecar
o processo de se tomarem professores eficazes, aprendendo a utilizar urn conjunto de co-
nhecimentos sobre 0 acto de ensinar, a acumular a sabedoria da pratica, e a reflectir sobreas suas experiencias,
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-Capitulo 1 As b ases cien tifica s d a a rte d e en sin ar 5
Perspectivas historicas sobre 0ensinoAs concepc;:6essobre 0 ensino reflectem os valores e a filosofia social de grande parte da
sociedade e, it medida que estes se alteram, muda tambem a ideia que a sociedade tern dos
professores. Entender 0papel do professor na sociedade actual requer uma breve revisao
hist6rica de algumas das importantes alteracoes que ocorreram no ensino e nas escolas nos
ultimos tres seculos,
Expectativas sobre 0 papel de professor anteriores ao secule XX
o papel de professor, tal como e visto nos dias de hoje, nao existia durante 0 periodo co-lonial da hist6ria dos EUA. No inicio, individuos letrados, muitas vezes jovens estudando
para 0 sacerd6cio, eram contratados como tutores ou professores dos filhos das familias
mais abastadas de uma comunidade. Mesmo no seculo XVIII, quando comecaram a surgir
as escolas, os professores escolhidos pel as comunidades locais nao tinham uma formacao
espedfica e eram, na sua maioria, homens de classe media que decidiam enveredar pelo
ensino enquanto se preparavam para uma profissao mais lucrativa.
As escolas publicae surgiram nos EUA entre 1825 e 1850. Durante esta epoca, e durante
grande parte do seculo XIX,as escolas tinham poucos objectives e 0papel dos professores
era bastante simples comparado com 0 de hoje. as principals objectivos da educacao do
seculo XIX eram competencies basicas de leitura e de aritmetica, sendo os programas esco-
lares dominados pelo que mais tarde de denominou de tres Rs": ler, escrever e contar. Nao
era obrigat6rio (nem esperado) que a maioria dos jovens frequentasse a escola, e aqueles
que 0 faziam apenas ficavam por curtos periodos de tempo. A maior responsabilidade na
educacao das criancas era assumida por outros grupos integrantes da sociedade, como a
familia, a igreja e as organizac;:6es de trabalho, que tambern ajudavam os [ovens a fazerem
a transicao entre a familia e0mundo do trabalho.
• N. T.:3Rs: Reading, wRiting, aRithmetic.
Os padrfies para os pro-
fessores do seculo XIX so-
brepunham a sua conduta
pessoal as suas capacida-
des profissionais.
Grandes a lt er a~6es
durante 0 s ec ulo X IX
d et ermin ar am mu it osd os e le me nto s d o a ctu al
s is tema educac ionaI.
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6 Parte 1 Ensinar e aprender nas salas de Quia de hoje • www.mhhe.com/arends7e
No final do seculo XIXe no inicio do seculo XX,os objectives da
educacao estavam em rapida expansao e os papeis dos profes-
sores aquiriram dimensoes adicionais. Foram criadas as actuais
escolas secundarias polivalentes, muitos estados norte america-
nos aprovaram leis que tornaram obrigatoria a escolaridade ate
aos 16 anos, e os propositos da educacao alargaram-se para alem
do estreito objective de uma literacia basica, Grandes alteracoes
economicas ocorridas durante estes anos tornaram obsoleto 0sis-
tema de aprendizagem existente nos locais de trabalho, e grande parte da responsabilidade
de ajudar os jovens na transicao entre a familia e 0mundo do trabalho passou a reeair sobre
as escolas. Alem disso, a chegada de imigrantes de outros paises e os padr6es de exodo ru-ral criaram grandes e diversificadas populacoes de estudantes, com neeessidades que iam
para alem da simples intrucao basica, A titulo de exemplo, olhemos para os sete objectives
tracados para 0ensino secundario por urn comite nomeado pela National Education Asso-
ciation (EUA) em 1918. Repare que muitos destes objectivos excedem 0 ambito dos tres Rs
de tempos mais recuados:
Figura 1.1 Exe rn plo d e u rn c on tra to d e uma
pro je sso ra do se cu lo X IX
Jromdo mbnlber-tt te em wbnJOlItl l f ltrdas bn truhallJn
bll C!lmquese, oi£reeenbn n men tempa; serbi~n
f mnIJeiro em beneficin bll ritmunwnbe_
Jrnrmw IIhllbr-rm be bn~nr, be me bf!ltir be
Inrms pnuen mobe;dn e qUllillquer nutrns conbutns
impr.oprills be umn profell6otll e be Until "enlJarlt.
JlrDrmtn niin Bllir rom qulllquer jofrem, IImenos que
"ejll"neeeB"i\rio pllrn 0trnhllllJo rdncionnbo cmn
It C!lntequese.
Jlrorneta nitn me Itpltixmutr, firl tr nomll DU CIIBttrem
sesreao.
lh'nmdn permanecer nil 'bormih' trin DU nit recintn blt
ulCnln burante0
tempo que nito estwu enfrolbibll notrt thttIlJa att escnltt au btt isnill .
Jlrormfn nitn encorlljllr mr loki-nr quttlqu£r tipo be
fnmilittdallbe pnr pttrb bOil rnptt;:EliOmeUIl nlunoliO.
Jrorneta a.nrmir aitn lJ.nru pOl' bilt, tel"uma
nlitttllntnfiio ruibnbll __
Fonte: Brenton (1970), p. 74.
Os professores eram essencialmente recrutados nas suas CO-
munidades locais. A formacao profissional dos professores nao
era eonsiderada importante e 0 ensino tambem nao era visto
como uma carreira. Os professores da epoca eram, na sua maio-
ria, jovens mulheres que tinham obtido algurn grau de educacao
por elas proprias e que estavam dispostas a "manter" a escola
ate que surgisse algo melhor. Quase nao existiam padroes deregulamentacao da pratica do ensino, apesar de, em algumas
comunidades, as regras que govemavam a vida pessoal e a con-
duta moral dos professores pudessem ser bastante severas. Ve-
jamos por exemplo na Figura 1.1,0 conjunto de promessas que
as professoras de uma eomunidade na Carolina do Norte eram
obrigadas a assinar. Esta lista pode ser dernasiado severa quando
comparada com outras em uso naquela epoca, mas da-nos uma
boa imagem da preocupacao existente no seculo XIX com a mo-
ral e a conduta dos professores, assim como do aparente falta de
interesse em relacao as suas capacidades pedag6gicas.
Expectativas do seculo XX
1.Saude
2. Dominio de processos fundamentais
3. Membro familiar valido
4. Preparacao vocacional
5. Cidadania
6. Utilizacao valida de tempos livres7.Caracter etico ..
"Estes objectivos foram denominados de Sete Prindpios Fundamentais. Alguns historiadores acreditam que estes
eram uma boa declaracao sirnbolica de esperanc;a, que revelam 0que as escolas da nova era industrial pretendiam
fazer, mas que nao descrevem a realidade daquele tempo.
--~~--- - .......-----~_j
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o estudo da arte e da
ci6ncia do ensino denomi-
nam-se pedagogia
Capitulo 1 As b ases cien tifica s d a a rte d e en sin ar 7
Estes novos desafios, mais abrangentes e diversificados, tornaram as escolas do seculo
XXmais completas, e fizeram delas locais em que era possivel responder a algumas das
reformas sociais que caracterizaram 0seculo XX.Cada vez mais escolas se tomaram instru-
mentos de oportunidades, primeiro para imigrantes europeus e, mais tarde, para afro-arne-
ricanos, hispanic os, asiaticos e outros grupos minoritarios, aos quais tinha sido neg ado 0
acesso a sducacao. Ao expandirem as suas funcoes para alem da aprendizagem academica,
as escolas comecaram a proporcionar cuidados de saude, transporte, um horario mais alar-gado, pequenos-almo~os e almocos. As escolas tambem assumiram funcoes relacionadas
com 0aconselhamento e a saude mental - anteriormente desempenhadas pela familia ou
pela a igreja - para ajudar a manter 0bem-estar emocional e psicologico dos jovens.
Como seria de esperar, este alargamento de objectives teve urn grande impacto nas
expectativas em relacao ao papel dos professores. A maioria dos estados e localidades
comecaram a definir padroes para os professores, que mais tarde se tomaram exigencies
para a profissionalizacao. Foram criadas escolas especiais para treinar os professores nas
materias das disciplinas que estes teriam de ensinar, e para se certificarem que estes sabiam
algo sobre pedagogia. No infcio do seculo XX, os professores tinham de ter dois anos de
preparacao universitaria; a meio do seculo a maioria deles ja tinha 0bacharelato. 0 ensino
comecou a ser visto como uma carreira e as organizacoes profissionais de professores, como
a National Education Association (NEA) e a American Federation of Teachers (AFT) viram asua importancia aumentar devido ao seu papel na definicao da profissao, assim como pela
sua influencia sobre a politica educacional. No entanto, as praticas de ensino da epoca rara-
mente se apoiavam na investigacao e, apesar de se esperar que os professores ensinassem
bern, estes eram julgados por criterios vagos e globais, como "conhece a materia da disci-
plina", Apesar de tudo, durante este periodo foram feitos progressos no desenvolvimento
dos programas de todas as disciplinas, como a leitura, a matematica, os estudos sociais e as
ciencias. Alem disso, foram dados grandes passos na compreensao do desenvolvimento e
potencial humanos, assim como acerca de como se aprende.
Desafios do ensino para 0 seculo XXI
Nao existem bolas de cristal que nos permitam olhar para 0 seculo que acabou de comecar,No entanto, e provavel que certas tendencies continuem, e alguns aspectos da educacaodeverao manter-se, enquanto outros podem mudar radicalmente (Figura 1.2).Por urn lado,
as enormes alteracoes que ocorrem na forma como a informacao e armazenada e acedidacom os computadores e tecnologias digitais irao certamente alterar muitos dos aspectos da
educacao. Hoje e no futuro, a Internet oferece a possibilidade de os alunos acederem a um
largo conjunto de recursos que nao estavam disponiveis anteriormente. Muitos acreditam
que a Internet se tornara no primeiro veiculo de divulgacao de informacao, se e que tal naoaconteceu ja, reformulando de forma substancial outras publicacoes impressas ou visuais.
Isto fara com que os professores redefinam muitas das aulas e tarefas que distribuem aosalunos.
Por outro lado, e muito provavel que a sociedade continue a querer que os jovens fre-
quentem a escola, pelo menos no futuro imediado, A educacao continuara a dedicar-se a
varies objectives e outros novos poderao ser adicionados, mas a aprendizagem academics
continuara a ser 0mais importante. Alem disso, nao e provavel que 0 espaco ffsico a quechamamos escola sofra alteracoes significativas num fututo proximo. A organizacao e a
burocracia da educacao irao alterar-se mas, se olharmos para 0passado, esta alteracao sera
gradual. As escolas permanecerao integradas nas comunidades e os professores continua-
rao a instruir grupos de criancas em salas rectangulares.
Os esforcos de reforma contemporiineos mostram a importancia de adoptar perspectivas
novas e decisivas sabre 0 significado da aprendizagem academica e sobre a melhor forma
de a promover. Comecam tambem a surgir novas perspectivas sobre 0 que constitui uma
A aprendizagem acade-
mica e 0objectivo
mais importante da
escolaridade
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8 Parte 1 E nsinar e aprend er nas soias de aula d e hoje • www.mhhe.com/arends7e
Figura 1.2 Desafios
do ens ino para
os proJessores do
secu loXXI
Vivemos numa sociedade
multicultural; e urns condi-
CIaoda nossa culture.
Nos dias de hoje, nos
EUA, quase 20% das
crianc;as em idade escolar
esti io a aprender ingil ls.
: ! · ~ , ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ; j ~ ¢ . t & ~ l ' i : 0...
comunidade e sobre a sua relacao com as escolas. A natureza da populacao estudantil e as ex-pectativas em relacao aos professores sao factores adicionais que, provavelmente, sofrerao
mudancas drasticas ao longo das pr6ximas decadas,
Ensinar numa sociedade multicultural. Os EUAsao uma sociedade multicultural. Nos dias
de hoje esta situacao ja nao e uma questao de valores ou politica, E urn facto, uma condicaoda nossa cultura. 0 desafio que se propoe aos professores do seculo XXI e que transformemas escolas e as abordagens ao ensino, que foram criadas numa epoca em que a maioria dos
alunos tinha ascendentes europeus e falava Ingles, de modo a satisfazerem as necessidades
de urna populacao estudantil muito mais diversificada. Harold Hodgkinson (1983) escre-
veu que "Todas as sociedades sao construidas numa fundacao de suposicees demograficas.
Quando estas suposicoes se alteram, tal como acontece de quando em quando, 0 resultado
eurn enorme choque em toda a sociedade" (p. 281).
As escolas dos EUA tern vindo a passar por urn desses cheques demograficos ao longo
dos ultimos trinta anos, choque esse que vai continuar a afectar as escolas e os professores
durante grande parte do seculo XXI. A mudanca demografica mais significativa envolve
o crescente mimero de estudantes de etnia ou ascendestes nao europeus, que tern 0 Ingles
como segunda lingua e que vivem na pobreza. Tal como esta representado na Figura 1.3, a
proporcao desta minoria de estudantes dentro das escolas tern vindo a aumentar, passando
de menos de urn quinto no inido da decada de 1970 para mais de urn terce nos dias de
hoje. No ana de 2010, as estudantes pertencentes a grupos minoritarios deverao constituir
40% da populacao estudantil (Cond it io n s o f Edu ca ti on , 2001,2002). Na Figura 1.3 vemos que
a percentagem de alunos pertencentes a uma minoria atingiu as 50% em escolas do Oeste
dos EUA, aproximando-se dessa proporcao no sul do pais.
A diversidade linguistica constitui uma das alteracoes rnais rapidas na educacao, dado
que cada vez mais criancas que nao falam Ingles entram nas escolas publicas. 0 mimero
de estudantes com urn nivel de Ingles reduzido, ou que estao a aprender a lingua, mais do
que duplicou nos EUA ao longo dos ultimos vinte anos (Cond it io n s o f Edu ca ti on , 2000, 2002;
Mercado, 2001) e, de acordo com 0US Department of Education (2004), ja ultrapassa os 5,5milhoes de estudantes. No inicio do seculo XXI, quase 20% das criancas tern uma lingua
materna que nao 0 ingles (Van Hook & Fix, 2000). Dessas criancas, 80% falam 0 espanhol
como primeira lingua, mas muitas outras Hnguas estao representadas, incluindo 0 arabe,
o vietnamita, 0 russo e 0 tagalog.
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Capitulo 1 A s b ases cien tif;ca s da arte de en s;na r 9
Figura 1.3 Perc en ta gem d e e stu da nte s em e sc o/a s p ub /ie as, d o j ar dim d e in ja nc ia a te a o 12.0 ano,
q ue Ja ziam parte d e uma m in oria , p or re gia o g eo gr aJ ic a: 1 97 2- 20 00 , EUA
Dutro
HispanicoNegro
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Q. 20
10
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Nordeste Centro Sui OesteReg1ao
Fonte: Department of Commerce, Bureau of Census. Citado em Condi ti on s o f E d uc a ti on (2002), P : 45.
Ao longo da Historia, uma das tendencies das escolas foi 0alargamento das oportunida-
des educativas a urn ruimero cada vez maior de alunos. As leis de frequencia obrigat6ria,
aprovadas no inicio do seculo xx nos EUA, abriram as portas a criancas brancas pobres;
a famosa decisao do Supremo Tribunal no caso B ro wn tis. B oard o f E du ca tion of T op ek a (1954)
alargou as oportunidades de educacao a criancas afro-americanas. A lei da educacao para
todas as criancas deficientes (Education for All Handicapped Children Act) de 1975 (agorachamada a lei da educacao para os indivfduos incapacitados - Individuals with Disabilities
Education Act), acabou com as politicas que impediam que as criancas com incapacidades
obtivessem uma educacao e alteraram os padroes de inscricao nas escolas. Por exemplo, a
meio da decada de 1970, quando a lei das criancas defidentes foi aprovada, apenas cerca de
8% das criancas com deficiencia viam 0 seu estatuto reconhecido e apoiado, ao passo que
a meio da decada de 1990 esta estatistica tinha subido para os 13% ( Co nd itio ns o f E d uc atio n,
1996,2000). Tal como esta representado na Figura 1.4,47% das criancas com incapacidades
passam 80% dos seus dias em salas de aula regulares, urn aumento em relacao aos 31% da
decada anterior. De salientar tarnbem que a percentagem de criancas com incapacidades
educadas em escolas ou instituicoes especializadas sofreu urn declinio durante estes dezanos.
Outro factor demogrMico que afecta as escolas e os professores, e 0facto de muitas crian-
cas que frequentam as escolas publicae viverem na pobreza. De facto, alguns dos observa-
dores defendem que a pobreza e a classe social substituiram a raca enquanto questao mais
importante para a nacao, e que a pobreza esta na base da maior parte dos fracassos na escola(Children's Defense Fund, 2000).A Figura 1.5 inostra a percentagem de criancas que viviam
na pobreza em 1997 (os ultimos dados por regiao disponiveis). No entanto, a partir de 2001,os relat6rios ( Co nd iti on s o f E d uc atio n, 2002) mostram que 15% das criancas com idades com-
preendidas entre os 5 e os 17 anos estao inseridas em familias cujo rendimento anual estava
abaixo do limiar da pobreza. 0 relat6rio Cond iti on s o f E d uc atio n (2004) alertou para 0facto
de 39,9% dos alunos do ensino publico entre 0 jardim infantil e 012.0 ano, se qualificarem
par~ a obtencao de almocos gratuitos ou a preC;oreduzido. 0 problema da pobreza infantil e
rnais severo nas grandes cidades, onde as medias sao de cerca de 29%, em comparacao com
menos de 13% nos suburbios, A pobreza infantil e maior no Nordeste e menos pronunciada
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10 Parte 1 Eminar e a prend er nas sa la s d e aula d e ho je • www.mhhe.comlarends7e
Figura 1.4 Distribui~iio
percentua l de a lunos
com incopac idade, com
idades en tre o s 6 e o s
21 anos, par ambien te
educadonal1988-1989
e 19 9 8- 19 99 , EUA
50
10
40
i.t 9 30c ::
~0>
c .. 20
• 1988-1989
[J 1998- 1999
o800rrnais Menos de40 Nao frequentam
escolas regulares
79-40
Percentagern de urn dia nurna sala de aula regular
Fonte: Con di ti on s o f E du ca ti on ( 20 02 ).
Figura 1.5 Percentagem 100
de criancas pobres com
idades en tre o s 5 e o s 1780
an o s par urbanidadeE
e regii io ,2002, WA. 0>OJ
(M SA - A rea E sta tistica ro60'E
Metropolitana)0>
~8 ! .
40
20
0Total
As escolas de hole preci-
sam que as professores
ten ham um reperteric de
estrategias de ensino e1i-
cazes que Ihes pennitam
satisfazer as necessida-
des de cada crlanea,
• Total
o Grande cidade dentro de grande MSA
• SubUrbio dentro de grande MSA
Nordeste Centro
Regiao
Sui Oeste
Fonte: US Department of Commerce, Bureau of Census. Citado em Condi ti on s o f E d uc a ti on (2002), p. 46
no Oeste e no SuI. A iinica boa noticia desta realidade e que a percentagem de criancas que
vivem na pobreza diminui ligeiramente entre os anos de 1994e 2001 (Condi ti on s o f Educat io n,
2002, p. 46; ver tambem Eamon, 2002).
Estas tendencies demograficas sao importantes para 0ensino e para aqueles que se pre-
param para ensinar devido a, pelo menos, tres razoes.Em primeiro lugar, por razoes sociais e econ6micas, a sociedade i r a pennanecer em-
penhada em proporcionar as mesmas oportunidades educacionais a todas as criancas.
A sociedade tambem exigira que as minorias e os alunos com incapacidades tenham su-
cesso na escola. Alguns destes alunos serao oriundos de familias pobres; outros virao de
lares onde os pais nao falam a lingua do pais; outros serao fisica ou emocionalmente dife-
rentes dos seus colegas. Estes alunos viverao a escola de forma diferente daqueles cujos pais
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As escolas d e h oje t e r nd e c on cilia r u ma g ra nd e
v ar ied ad e d e d ife re nc a» d e
ap rend iz ag en s e cul tu ra is .
Capitulo 1 As base s c ient if icas da art e de em inar 11
foram eles proprios educados nessas mesmas escolas, e que prepararam os filhos para elas.
Trabalhar com jovens de origens culturais diversificadas e com variadas necessidades es-
peciais exigira que os professores possuam urn reportorio de estrategias e metodos eficazes
muito diferente do anteriormente requerido. Os professores terao tambemde estar aptos a
adaptar os curriculos e a instrucao de modo a toma-les mais adequados a alunos que po-
dem considerar a escola excessivamente diffcil ou irrelevante para as suas vidas.
Em segundo lugar, e provavel que as escolas continuem a ser escrutinadas relativamente
ao equilibrio racial e etnico das populacoes de discentes e docentes. Isto significa que, du-
rante as proximas decadas, os professores podem contar com modificacoes organizacionaise sociais complexas, nas quais os padr6es de matriculas serao alteradas, serao feitos esforcos
no sentido da diversificacao das populacoes estudantis atraves de programas escolares pi-
loto e de inscricao livre, e os proprios professores poderao vir a ter de se movimentar com
maior frequencia de escola para escola.
Ensinar para a contrucao do significado. As escolas que frequentamos eram, na sua maio-
ria, muito semelhantes a s escolas que os nossos pais e possivelmente os nossos avos fre-
quentaram, porque 0 tipo de escolas que surgiram no final do seculo XIXforam construidas
em torno de urn conjunto de suposicoes sobre a natureza do conhecimento e modo como
este e adquirido. Baseavam-se igualmente num conjunto de crencas sobre a melhor formade assegurar que todos os jovens cidadaos adquirissem tal conhecimento e, em troca, se
transformassem em cidadaos adultos produtivos e trabalhadores.o nosso sistema educacional tern origem no final do seculo XIXe no inicio do seculo XX,e baseia-se num modelo educacional fabril e numa perspectiva objectivista do conheci-
mento e da aprendizagem. As escolas, tal como as fabricas da epoca, eram locais onde a ins-
tru~ao e as tarefas podiam ser padronizadas e os professores podiam passar a informacao
~! ! ! ! ! ! ! I ! ! l ! ! I I I I I I . " . _ . _ . . . _ ~ _
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12 Parte 1 fnsinar e aprender nas salas de aula de hoje • www.mhhe.comlarends7e
A visao tradicional sabre a
conhecimento afirma que
existem "verdades" e urna
realidade objectiva a que
as seres humanos tern
acesso e podem aprender
atraves da descoberta.
A perspectiva construti-
vista defende que a apren-
dizagem e uma actividade
cultural e social, que 0co-
nhecimento e algo pessoal
e que as alunos controem
significados atraves da in-
terac~lio com os outros.
aos seus alunos sob a forma de "verdades" absolutas. 0 conhecimento, de urna perspectiva
objectivista, era algo constante e inalteravel. Os professores eram pessoas que tinham ad-
quirido urna "quantidade" consideravel de conhecimento significative em materias espe-
cificas, 0 seu papel consistia em transmitir esse conhecimento aos alunos sob a forma de
factos, conceitos e prindpios. Como 0conhecimento era urn dado adquirido e estabelecido
(relativamente falando), a escolaridade formal, govemada por esta perspectiva, tinha como
objective estruturar 0que era conhecido em programas normativos que estabeleciam 0quetodos os alunos deveriam aprender. Por sua vez, 0 sucesso escolar era demonstrado pelo
dominio que 0 aluno tinha do curriculo e medido atraves de testes de desempenho estan-
dardizados. Esta perspectiva levou, nos EUA, a urn movimento nacional de realizacao de
testes durante os tiltimos 2 0 anos e it criacao em 2001 da legislacao denominada No Child
Left Behind (NCLB, Nenhurna crianca pode ser deixada para tras), A todos os estados dos
EUA foi exigido que avaliassem os alunos e mostrassem que eles dorninavam conhecimen-
tos e competencias especificas, Cad a vez mais, os alunos que nao passem nos testes, sao
impedidos de passar ao nivel seguinte e obrigados a frequentar uma escola de Verao. Os
distritos escolares que nao cumpram os requisitos minimos em relacao a todos os alunos
sao sancionados e, em alguns casos, os seus fundos federais sao restringidos. Os pais dos
alunos que frequentam escolas de menor sucesso podem transferi-los para outras escolas.
Uma das altemativas a perspectiva objectivista, que tem vindo a ganhar apoio nos circu-los educacionais ao longo das tiltimas duas decadas, e conhecida por construtivismo. Aoinves de considerar 0conhecimento como um dado adquirido, estabelecido e transmissivel,
a perspectiva construtivista defende que 0conhecimento e algo pessoal, e 0 significado econtruido pelo aluno atraves da experiencia. A aprendizagem e uma actividade social e cul-tural na qual os alunos constroem significados, que sao influenciados pela interaccao entre
o conhecimento previamente adquirido e as novas experiencias de aprendizagem. Tobin
(1992) escreveu que, segundo a perspectiva construtivista, "a aprendizagem deve centrar-
-se ...nao s6 no modo como 0individuo tenta perceber os fen6menos, mas tarnbern no papel
do contexto social na mediacao da aprendizagem" (p. 3). A partir desta perspectiva, 0curri-
cula de uma escola deixa de ser considerado um documento com inforrnacoes importantes,
mas sim urn conjunto de acontecimentos e actividades de aprendizagem atraves do qual os
alunos e os professores negoceiam significados em conjunto.
Ensinar para a aprendizagem activa, 0 sistema escolar criado no seculo XIX assentava na
ideia de que a aprendizagem era uma actividade passiva, Salas rectangulares, lugares fixos,
quadros pretos e estantes de leitura no topo da sala eram pensados para uma transmissao
eficaz de conhecimentos por parte do professor, enquanto os alunos se sentavam em silen-
cio e tiravam apontamentos.
Segundo a perspectiva construtivista, a aprendizagem nao consiste nos alunos sentados
passivamente recebendo informacao do professor, mas em alunos activamente envolvidos
em experiencias relevantes e tendo oportunidades de dialogar para que os significados
possam ser desenvolvidos e construidos. A aprendizagem nao tern lugar em salas de aula
passivas, mas em comunidades caracterizadas por elevados niveis de participacao e envol-
vimento, Em A pre nd er a E nsin ar, voltaremos repetidamente it ideia de que a aprendizageme urn processo de atribuicao de significados as experiencias e, ao longo deste livro, poderaperceber que ensinar com vista a uma aprendizagem activa implica alteracoes drasticas no
comportamento dos professores que contrastam com 0de muitos professores que observou
ao longo da sua vida.
Ensinar de acordo com as novas perspectivas sobre aptid6es As teorias e metodos tradicio-
nais defenderam que os individuos tern aptid6es mentais especificas. Na viragem para 0se-
culo XIX,psicologos como Alfred Binet, em Franca, e Lewis Terman da Stanford University
(EVA), desenvolveram testes que procuravam medir a inteligencia e as aptid6es humanas.
Estes testes eram bastante utilizados na Europa para determinar quem poderia beneficiar
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Capitulo 1 As b as es c ie nti fi ca s d a ane d e emi na r 13
de uma escolaridade mais avancada. Nos EUA, estes testes foram rapidamente utilizados
para ajudar a colocar as alunos em grupos de instrucao baseados nas suas capacidades e
para ajudar a determinar quem tinha capacidade para ingressar no exercito. Apesar dos
testes de QI terem perdido adeptos ao longo dos tiltimos 50 anos, foram substituidos por
testes de competencias basicas e de conhecimentos mais gerais, como 0Teste de Avaliacao
Escolar (SAT,Scholastic Assessment Test), e sao largamente utilizados na tomada de deci-
s6es relativas a colocacao de alunos em escolas e as universidades que deverao frequentar.
Mais de urn seculo de trabalho deixou-nos com tres quest6es por resolver: A inteligencia
e composta por uma ou varias coisas?A inteligencia e herdada? E, a inteligencia pode sermedida com exactidao?
Muitos educadores acreditam, hoje em dial que os testes de QI e os testes de conheci-
mento geral tern pouco a ver com a aptidao ou capacidade de urn indivfduo para aprender,
mas, em vez, disso, reflectem 0 passado social e cultural dessa pessoa. Por exernplo, as
criancas pravenientes de familias e comunidades que reflectern a cultura dominante tern
muitas vezes rnelhores resultados neste tipo de testes do que os filhos de pais pobres, ou
que emigraram para os EVA e cuja a lingua materna nao e 0Ingles,Par ultimo, alguns psicologos contemporaneos como Howard Gardner (1983, 1993) e
Robert J . Sternberg (1985, 1999) desafiararn a ideia de que existe uma inteligencia geral. Estapesquisa mostrou quer em vez disso, a inteligencia e a aptidao sao muito mais do que uma
unica dimensao de utilizacao de lingua gem e pensamento 16gico, tal como sao medidos
peia maioria dos testes de inteligencia e de aptid6es. No Capitulo 2 iremos analisar esta
questao mais detalhadamente.
Ensino e escolha. Quando comecamos a questionar a noccao de curriculos e formas de
conhecimentos, podemos igua1mente questionar a eficacia da escola estandardizada. Por
exemplo, sera que todos os alunos necessitam de ser expostos as mesmas ideias, em cer-
tas disciplina, ao mesmo tempo e da mesma forma? Deve exigir-se a todos os alunos que
frequentem 0mesmo tipo de escolas, com os mesmos programas e por perfdos de tempo
identicos? Urn ruimero crescente de legisladores e educadores comeca a responder nega-
tivamente a este tipo de questoes, procurando activamente alternativas a escola publica
padrao.Hoje em dia e possivel encontrar alternativas a escola padrao em muitas regi6es dos
EUA. Norma1mente, estas consistem em escolas piloto au de ensino direccionado, com
curriculos direccionados para as artes performativas ou ciencias e tecnologia. Este tipo de
alternativa e financiado por fundos publicos, podendo os alunos e os pais optar por ela, emdetrimento das escolas mais tradicionais da comunidade.
Uma tendencia mais pronunciada ern escolas localizadas nas grandes cidades dos EVA,
nas quais as populacoes de estudantes sao mais diversificadas e onde os recursos que
financiam a educacao publica sao mais escassos, e a privatizacao e a entrega de escolas a
direq:6es externas. Por exemplo, varies sistemas escolares urbanos de grande dimensao
desde a Florida a Calif6rnia, contrataram empresas privadas para gerirem algumas das suas
escolas, com 0 objectivo de obter lucros, Na Primavera de 1992,0 presidente da Yale Uni-
versity demitiu-se para assumir a direccao do Whittle Industries' Edison Project. Hoje emdial a Edison gere escolas destinadas a obtencao de lucras em todos os EUA. As empresasde educa~ao online, com fins lucrativos, estao tambem a causar impacto, e muitos pais tiram
proveito desta variedade de opcoes agora disponivel. AApollo Management Company, por
exemplo, gere a Connection Academy (escolas virtuais) nos estados do Arizona, Calif6rnia,
Colorado, Florida, Minesota, Ohio, Pennsilvania e Wisconsin. A K12, fundada pelo 0antigo
Sec~etario de Estado da Educacao William Bennett, e outro exemplo de escolas privadas
online. Uma das carateristicas destas empresas orientadas para 0 lucro (Carter, 2005) e aadapta~ao dos curriculos a cada estado e a criacao e distribuicao de aulas e planos atraves
de correio electr6nico a pais e professores. Algumas destas empresas registam a assidui-
dade, os trabalhos e ate as viagens de estudo atraves da Internet.
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14 Parte 1 Em inar e aprend er nas salas de aula de hoje • www.mhhe.comlarends7e
Permitir que os pais esco-
Iham as escolas dos seus
filhos desafia 0conceito
tradicional de ensino
publico estandardlzado.
Os professores de hoje
sao responsabilizados
pelos seus metod os de
ensino e pelo 0que os
seus alunos aprendem.
As escolas alternativas tem-se tornado populares em areas urbanas, enquanto que as
escolas "virtuais" sao escolhldas por alunos de zonas rurais e de dificil acesso do pais. as
resultados deste tipo de educacao permanecem relativamente desconhecidos. Os criticos
mantem-se cepticos quanta it eficacia da educacao "virtual" e defendem que a educacao
com fins lucrativos nao se enquadra na resolucao nacional de manter urn sistema de escola-
riedade publica forte. As escolas publicas de gestae privada tambem foram alvo de ataqueem algumas partes dos EUA. as criticos deste sistema argurnentam que 0que se criou foi
urn sistema duplo, com graves disparidades demograficas e econ6micas. As escolas priva-
tizadas e as escolas piloto, financiadas pelos distritos, criam urn sistema de escolas privadas
publicamente financiadas, que favorecem familias abastadas que tern a possibilidade de
procurar opccoes educacionais e disponibilizar urn meio de transporte pr6prio. Como tal,
os rnais capacitados e abastados frequentarn escolas privatizadas e escolas piloto, fazendo
com que as escolas vizinhas sejam maioritariamente frequentadas por alunos oriundos de
familias corn menos possibilidades financeiras,
A ultima tendencia nas escolas altemativas tern sido 0 movimento das escolas priva-
das com financiamento publico ( cha rt er s chools ). Estas escolas sao financiadas por fundos
publicos mas concebidas e iniciadas por pais, cidadaos ou professores; de certa forma elas
operam como escolas privadas, pois sao independentes dos distritos escolares publicos eestao isentas de muitas das regras locais e estaduais impostas as escolas publicas. Oepois
de urn individuo ou urn grupo ter obtido uma autorizacao por parte de urn distrito escolar
ou do govemo estadual, sao-lhes atribuidos fundos publicos para fazer funcionar a escola,
e atribuidas responsabilidades inerentes ao cumprimento de criterios de qualidade prede-
terminados. Actualmente, mais de 25 estados emitiram leis relacionadas com este tipo de
escolas, e rnais de 1700 destas escolas foram criadas.
A escolha de escolas e a privatizacao tern criticos e defensores. Estes ultimos defendem
que as escolas privadas e orientadas para 0 lucro irao introduzir urn elemento de competi-
<;aono sistema educacional e que, uma vez libertas das estruturas burocraticas e processos
politicos que caracterizam muitas das escolas das grandes areas urbanas, poderao oferecer
urn myel superior de educacao aos alunos, pelo mesmo custo au menor, atraves de progra-
mas inovadores e uma utilizacao eficaz dos recursos hurnanos. Muitas pessoas estao dis-postas a permitir que estas experiencias prossigam, devido a crenca que as escolas publicas
nfio estao a funcionar como deveriam.
Por outro lado, muitos professores e cidadaos preocupados receiam que as escolasprivadas nao aceitem os alunos mais dificeis de ensinar, transformando assim, e cada vez
mais, as escolas publicas ern casas para os jovens mais necessitados e desesperados da so-ciedade. Outros preocupam-se com as valores e 0 sistema moral reflectidos, formal ou in-
formalmente, pelas escolas orientadas para 0lucro. Outros ainda, receiam que os melhores
professores do pais sejam atraidos pelas escolas corn fins lucrativos e as escolas de seleccao,
deixando os professores menos aptos a ensinar para aqueles alunos que mais necessitam
de professores competentes.
Ensino e responsabilidade. Ate ha pouco tempo atras, a preparacao dos professores era mi-nima e pouco se esperava do seu desempenho. No entanto, a moviInento do seculo xx paraa criacao de padr6es de exigencia deu maior enfase a preparacao em humanidades e alguma
exposicao it pedagogia. Esta tendencia tem-se acentuado dramaticamente nestes prirneiros
anos do seculo XXI.Aos professores em inicio de carreira sera exigido que demonstrem os
seus conhecimentos em pedagogia e na materia das disciplinas, antes da certificacao, e se-
rao responsaveis pela utilizacao das melhores praticas ao longo das suas carreiras. No ana
2000, por exemplo, apenas urn estado dos EUA nao requeria algum tipo de teste antes de
emitir urn primeiro certificado de habilitacao para 0 ensino. A maior.ia dos estados utiliza 0
1
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teste Praxis, desenvolvido pelo Educational Testing Service
(ETS), contudo alguns deles estao a considerar testes alter-
nativos mais baseados no desempenho.E provavel que as actuais tendencias relacionadas com a
avaliaC;aodos professores se mantenham e orientem progra-
mas de formacao alargada para professores. Muitos dos lei-tores deste livro podem estar a frequentar esses programas
de formaC;ao.A maioria dos programas alargados dos EVA
sao caracterizados pela obtencao de urna licenciatura numa
determinada disciplina (rnaior), seguida de urn mestrado
em pedagogia.Antes de obter uma licenca para ensinar, os candidatos
sao obrigados a demonstrar 0 seu conhecimento e compe-
tencia para 0fazer mediante urn exame. A competencia re-
lativa a materias escolares ja nao e suficiente, especialmentepara ensinar em salas de aula culturalmente diversificadas e
que incluem alunos com varias necessidades especiais. Gos-
tar de criancas, por si s6, tambem nao sera suficiente para osprofessores de amanha. Os professores do seculo XXIterao
de dominar varias bases de conhecimentos (academicos, pe-
dag6gicos, sociais e culturais) e serem profissionais reflexi-
vos e capazes de resolverem problemas. No artigo A N atio n
P re pa re d: T ea ch ers fo r th e T w en ty -F irst C en tu ry , patrocionado
pelo Carnegie Forum on Education and the Economy (1986)
surge a seguinte descricao dos professores:
Capitulo 1 As bases c ienti ficas da arte de ens inar 15
Os professores deverao conhecer bern os modos de funcio-
namento de todos os sistemas fisicos e socials: saber em que
consistem os dados e para que servem; ter a capacidade para
ajudar 05 alunos a identificarem padr6es de significado onde
outros veem apenas confusao: ter a capacidade para promovera criatividade genuina dos alunos, assim como a capacidade
de trabalhar em grupos que decidam a melhor forma de de-
sempenhar as tarefas. as professores devem ser sempre capa-
zes de aprender, a medida que 0 conhecimento necessario para 0 seu trabalho se modifica comos novos desafios e progressos da ciencia e tecnologia. as professores nao irao para a escola sa-
bendo tudo 0 que precisam de saber, mas sabendo como descobrir 0 que precisam de saber, onde
obte-lo e como ajudar os outros a perceber 0 seu significado.
Os professores devem pensar por si proprios, se queretn ajudar os outros a pensar por eles
pr6prios, devem ser capazes de agir de forma independente e de colaborar com as outras pes-
soas, bern como fazer [uizos criticos. Devem ser pessoas com urn vasto conhecimento e urn myel
profundo de compreensao. (p, 25)
Arthur Wise (1995), presidente do National Council for the Accreditation of TeacherEducation (NCATE) nos EUA, fez uma declaracao semeJhante sabre 0 conhecimento e as
compeb~hcias que os professores terao dedemonstrar no futuro:
a s mel ho re s p ro fe ss or es p re oc up am -s e c om as s eu s a lu no se s en iem-s e r es po ns do ei s p e/ a s ua a pr en di za gem.
as professores deverao ser capazes de utilizar estrategias para desenvolverem urn pensamento
critico e de resolucao de problemas. Deverao ser capazes de utilizar estrategias de avaliacao for-
mal e informal para assegurarem uma continua aprendizagem por parte dos alunos. Devem ter
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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formacao ern tecnologia educativa, incluindo 0 usc de computadores e outras tecnologias, para
o ensino e a avaliacao dos alunos. Os professores estagiarios deverao ser competentes na gestae
da sala de aula, e capazes de colaborar eficazmente corn os pais e os restantes membros da co-
munidade. Deverao conhecer e utilizar principios para praticas que a investigacao demonstrou
serem eficazes. Por outras palavras, os profess ores deverao ser capazes de explicar porque deci-
dem utilizar uma determinada estrategia, ou ensinar determinada ideia de uma certa forma. Em
resumo, os professores estagiarios deverao demonstrar competencia, 0 conhecimento necessario
e proficiencia aceitavel, (p. 5)
16 Parte 1 Ensinar e aprender nas salas de aula de hoje • www.mhhe.comlarends7e
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Em 1986, a Carnegie Task Force on Teaching as a Profession (Comissao de Trabalho
Carnegie para 0Ensino enquanto Profissao) recomendou que se criasse urn plano de pro-
gressao na carreira para os professores, assim como a criacao de uma comissao nacional de
padr6es de exigencia para 0 ensino (a NBPTS, National Board for Professional Teaching
Standards). Esta comissao foi formada no ano seguinte e esta actualmente sob a direccao
de 63 membros, principalmente professores desde a educacao pre-escolar ate ao secun-
dario, mas tambem membros de sindicatos, empresarios e professores universitarios. J a
estabeleceu os procedimentos para verificar a competencia de professores com experiencia,
e emite urn certificado profissional nacional aos que satisfazem os seus rigorosos padr6es.
A certificacao a myel nacional e voluntaria, e 0certificado nacional nao pretende substituiro certificado emitido pelos estados dos EVA. Actualmente, a certificacao nacional nao ofe-
reee recompensas extrinsecas tais como urn salario mais alto. No entanto, alguns grupos
de profess ores defendem que, se a certificacao nacional aurnentar e se tornar permanente,
sera necessario urn sistema de recompensas. Varies estados comecaram a oferecer apoio
finaneeiro aos professores para que estes se possam preparar para a certificacao nacional e
alguns incluiram bonus salariais para aqueles que forem bern sucedidos, Algumas univer-
sidades integraram trabalhos relativos a certificacao nacional nos programas dos mestradosem ensino.
Quando estiver completamente operacional, a National Board emitira certificados em
mais de trinta areas, divididas por disciplina e par myel de desenvolvimento dos alunos.
Os professores poderao ser certificados quer como generalistas quer como especialistas na
materia de uma disciplina ou em educacao especial.
Ensino e tecnologia. A medida que a nossa sociedade completa a transicao para a era dainformacao, e provavel que as escolas mud em, tal como mudaram durante 0 seculo XIX,
quando pass amos de uma sociedade agraria para uma sociedade industrial. Apesar de nao
saberrnos com certeza que aspecto terao as escolas daqui a uns cinquenta anos, os futuristas
ja defenderam que a escolarizacao formal, tal como e concebida e realizada actualmente,ficara tao desactualizada para a aprendizagem como 0 cavalo esta para 0sistema de trans-
portes actual.
Ao longo deste livro podera encontrar caixas com sumarios sobre determinados aspec-
tos da tecnologia. Estas caixas foram incluidas para 0 ajudar a perceber como quase tudo
a que as professores fazem hoje em dia e influenciado pela tecnologia, e quantos aspectos
do ensino podem ser melhorados par ela. A caixa Melhorar 0Ensino atraves da Tecnologia,incluida neste capitulo, apresenta uma perspectiva geral sobre a tecnologia. As caixas nos
capitulos que se seguem abordarao tecnologias espedficas, relacionadas com 0 conteiido
de cada capitulo.
U m a p e r s p e c t i v a s o b r e 0e n s i n o e J ic a z
p a r a 0secuio X X INo centro do processo de aprender a ensinar estao as perspectivas sobre a modo como as
criancas aprendem, os principais objectives do ensino e as definicoes do que e urn professor
eficaz. Os objectivos do ensino numa sociedade complexa sao variados, e ha bastante tempo
que muitos tentam definir 0 que e urn professor eficaz. Nos meios de comunicacao social,par exemplo, podemos ver imagens tradicionais de professores eficazes, como a simpatica
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/arends-cap-1 30/48
As perspectivas sobre
o modo como as crteneas
aprendem e as definh;:oes
de professor eflcaz sao
centrals para aprender
a ensinar.
Capitulo 1 A s bas es c ie nt if ic as da a rt e de ens inar 17
Miss Dove e 0 desastrado, mas empatico, Mr. Chips. Recentemente, a eficacia do rigido e
autoritario Joe Clark foi descrita tal como a de James Escalante do famoso S ta nd a nd D eliv er,
que foi capaz de por os seus alunos latinos de Los Angelos, corn urn baixo nivel de esco-
lariedade, a aprender algebra avancada e a realizar feitos extraordinarios, Dave Holland,
do Mr. H olla nd 's O pu s e outro exemplo de como uma pessoa comum pode ser urn professorexcepcional, ajudando os seus alunos a alcancarem os seus objectives atraves da rruisica.
Dentro da comunidade educacional tem-se verificado uma enorme diversidade na defi-ni~ao de ensino eficaz. Alguns tern defendido que urn professor eficaz e aquele que e capazde estabelecer uma relacao de afinidade corn os seus alunos e urn arnbiente de incentivo e
preocupa~ao com 0seu desenvolvimento pessoal. Outros tern definido urn professor eficaz
como uma pessoa que tern amor pela aprendizagem, dominic superior de urn conteudo
escolar especifico, e capacidade para transmitir essa materia aos alunos de forma eficaz.
Existem ainda aqueles que defendem que urn professor eficaz e aquele que consegue ca-nalizar a energia dos alunos, para que trabalhem com vista a uma ordem social mais justa
ehumana.o conteudo de urn curriculo de formacao de professores e, em si, urna declaracao sobre
o que os professores eficazes terao de saber. Experiencias clinicas e testes de certificacao,
como 0Praxis I ou 0 Praxis II, fazem declaracoes semelhantes, bern como os sistemas de
exame utilizados nas escolas para avaliar e acompanhar os professores em formacao,Os objectivos do ensino e as concepcoes de professor eficaz sao tambem centrais na
escrita de urn livro sobre aprender a ensinar e influenciam 0 seu plano, a sua organizacao
e a escolha dos topicos a incluir. As seccoes que se seguem apresentam a perspectiva do
A pren de r a E nsin ar sobre estes assuntos.
Aprincipal finalidade do ensino
Os cidadaos que compoem uma sociedade diversificada e complexa como a nossa esperam
que as suas escolas alcancem muitos objectives diferentes. A titulo de exemplo, aqui estao
alguns que surgem regularmente na imprensa popular: ensinar competencies academicas
basicas, aumentar a auto-estima dos alunos, preparar os alunos para a universidade, pro-
mover a compreensao global, preparar os alunos para 0mundo do trabalho, transmitir aheranca cultural. Os varies objectives da educacao podem tornar-se avassaladores, a menos
que os professores consigam concentrar-se nas finalidades do ensino. Para 0 Aprender a
Ensinar, a principal finalidade do ensino e a jud ar os alu nos a io rnarem -se independentes e au to-
-regulados. Esta finalidade nao nega os restantes objectives da educacao, funcionando antes
como uma finalidade abrangente, debaixo da qual todos os outros objectives e actividades
academicas podem ser colocados, Esta finalidade principal deriva de duas premissas sub-
jacentes. A primeira, e a perspectiva contemporanea de que 0conhecimento na~ e comple-tamente fixo e transmissfvel, mas e algo que todos os individuos, alunos e adultos, devemconstruir activamente atraves de experiencias sociais e pessoais. A segunda e a ideia de quea coisa mais importante que todos os alunos devem aprender e como aprender .
Uma perspectiva do professor eficaz
o conceito de ensino eficaz que tern guiado 0planeamento e a escrita do A pre nd er a E nsin ar
nao inclui nenhum dos estereotipos personalizados nas figuras de Mr. Chips, Joe Clark ou
~iss Brooks; tambern nao inclui uma discussao sobre se a competencia academica e maism:portante do que a empatia au vice-versa. No minimo, 0 ensino eficaz requer pessoas que
seJam academicamente cornpetentes, que dominem as materias que van ensinar e que se
preocupem com 0 bem-estar das criancas e dos [ovens. Tambem requer pessoas que sejam
cap~zes de produzir resultados, sobretudo a nivel da realizacao escolar e da aprendizagem
S?cl~l dos alunos. Estas caracterfsticas sao consideradas pre-requisites para 0 ensino, massao msuficientes sem quatro atributos de nivel superior:
o principal objectivo do
ensino e ajudar os alunos
a tornarem-se lndepen-
dentes e auto-regulados.
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20 Parte 1 E nsinar e aprender nas salas de aula de hoje • www.mhhe.com/arends7e
o ensino eficaz requer
uma reflexao profunda e
culdada sobre as aCl;;oes
de urn professor e os
efei tos destas na aprendi-
zagem aCademica e social
dos alunos,
o estabelecirnento de
relalj:oes genufnas com os
alunos e urn pre-requisito
para todo 0ensino.
Em A pre nd er a E nsin ar, estes atributos de urn professor eficaz sao temas cruciais e foram
introduzidos em todos os capitulos do livro. A palavra tema e aqui utilizada da mesmaforma que e usada para descrever 0 tema de urn cancao de urn musical da Broadway - umacancao que ocorre frequentemente durante a producao e que fica associada as principals
ideias e personagens da pet;a. as Ieitores poderao encontrar os temas aqui resumidos refe-
ridos varias vezes ao longo do livro.
Qualidades pessoais neeessarlas ao desenvolvimentode relac;oes genuinas
Durante muitos anos acreditava-se que as qualidades pessoais de urn professor eram os
atributos mais importantes para um ensino eficaz. as professores simpaticos e afectuosos
eram geralmente considerados mais eficazes do que aqueles que eram vistos como frios e
distantes. Tal como a maioria das crencas, tarnbem esta tinha um fundo de verdade. Mas
tambem transmite uma imagem incomplete, porque 0ensino eficaz requer muito mais do
que simpatia e carinho para com as criancas,
A nossa perspective inclui a visao de que e importante que os professores tenham dis-
posicoes afectuosas em relacao as criancas e aos jovens, e que acreditem nas capacidades
de aprendizagem de todas as criancas. Tal como sera descrito em capitulos posteriores, osprofessores nem sempre tern expectativas elevadas para todas as criancas, Em vez disso,
muitos deles tern a percepcao de que alguns alunos, principalmente aqueles originarios
de grupos minoritarios, sao menos capazes de aprender e, como resultado, restringem as
oportunidades desses alunos para aprender. E extremamente importante que as profes-
sores de amanha quebrem esse ciclo de fracasso incrustado no nosso sistema educacional,
criando comunidades de aprendizagem na sala de aula que sejam democraticas e social-
mente [ustas,
Anossa perspectiva inclui a visao de que os profess ores devem ter as capacidades de re-
lacionamento pessoal e colectivo necessarias para estabelecer relacoes genuinas com os seus
alunos e colegas. Devem tambem ter uma "paixao" pelo ensino que pede ser traduzida em
inspiracao para os seus alunos aprenderem. Ha muito tempo atras, Horace Mann disse que
"urn professor que tenta ensinar sem inspirar no aluno 0desejo de aprender, esta a martelarem ferro frio". Da mesma forma, e a partir de relacoes genuinas com os colegas e da paixaoque os objectives escolares sao desenvolvidos e conquistados.
Base de conhecimentos como guia para a arte da priltica
as profess ores eficazes dominam uma base de conhecimentos que orienta aquilo que fazem
enquanto professores, tanto dentro como fora da sala de aula. De facto, todos os profissio-
nais, par definicao, tern controlo sobre a informacao (a base de conhecimentos), que lhes
permite lidar com determinadas materias, de forma mais esclarecida e eficaz do que a maio-
ria das pessoas. Nenhum profissional tern, em simultaneo, uma base de conhecimentos tao
completa que the permita dar resposta a todas as questoes ou problemas, seja ele medico,
engenheiro, ou advogado. Nem todos os problemas podem ser solucionados atraves da
utilizacao do melhor metodo - alguns pacientes morrem, alguns planes falham e algumas
batalhas legais sao perdidas. a mesmo se aplica ao ensino. Apesar da utilizacao das melho-
res praticas, alguns alunos nao aprendem e outros desistem da escola,
E importante que todos aqueles que estao a aprender a ensinar percebam 0significado de
bases de conhec imento , e que estejam dentes das vantagens e limites da investigacao cientifica
que alimenta as actuais bases de conhecimento disponfveis para os professores. E tambemimportante salientar que, apesar de as bases de conhecimento para 0ensino serem relativa-
mente recentes e incompletas, a situacao melhorou consideravelmente em relacao as bases
incompletas e contradit6rias existentes a vinte ou trinta anos atras.
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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Existem diversas areas doconhecimento que aUmen-
tam 0ensino, algumas das
quais derivadas da inves-
tigaftao e outras das expe-
riencias dos professores
em exercfeio.
Capitulo 1 A s b ase s c ie ntific as d a a rte d e emin ar 21
E importante considerar tres questoes relacionadas com a base de conhedmentos para
o ensino: (1) 0 que significa ter uma base de conhecimentos sobre 0ensino, e quais os do-
minios do conhecimento mais relevantes? (2) Como e que os professores acedem e utilizam
o conhecimento? (3) Quais sao as limitacoes do conhecimento actual sobre 0 ensino e a
aprendizagem?
Natureza e dominios do conhecimento. 0conhecimento cientifico e, essencialmente, co-nhecimento sobre relacoes entre variaveis. Nas ciencias sociais ou campos aplicados (como
a educa-;ao) isto significa que existe conhecimento acerca do modo como determinada
variavel esta relacionada com outra e, em alguns casos, como e que urn conjunto de varia-veis em determinadas condicoes pode afectar outras variaveis. No campo da educacao, as
variaveis rnais estudadas, e que sao rnais relevantes para aprender a ensinar, sao aquelas
que dizem respeito a aprendizagem por parte dos alunos e ao modo como esta e afectadapelo comportamento dos professores. Lee Schulman (1987) organizou as componentes do
conhecimento que sao importantes para os professores em sete categorias:
1. C on he cim en to d o c on ie ud os, ou conhecimento acerca das materias a ensinar, tais como
Matematica, Ingles, Historia,2_ C on he cim en to d o c on ie ud o p ed ag og ic o, ou seja, a amalgarna especial de conteudo e peda-
gogia que e exclusivo dos professores; a sua forma particular de compreender a profis-
sao.3. C onhecim ento sab re os alunos e suas caracteristicas.
4. Conh ec im e nt o p ed a go gic o g er al, com especial atencao aos principios e estrategias gerais de
gestae e organizacao da sala de aula, que parecem ir alem da materia da disciplina.
5. C on he cim en to d os c on tex to s ed uc acio na is, desde 0 trabalho em grupo ou da turma, pas-
sando pela gestae e financiamento dos distritos escolares, ate as caracteristicas das
comunidades e culturas.6. C on he cim en to d o c urric ula , com uma particular atencao aos materiais e programas que
funcionam como "ferramentas" do oficio para os professores.
7. C on he cim en to d as [ in alid ad es, o bje ctiv os e va lo re s da educacao e as suas bases filosoficas
e historicas, (pp. 2-3).
A pren der a E nsin ar explora principalmente as bases de conhecimento associadas as catego-
rias 3, 4 e 5. Mais concretamente, resume e des creve a vasto corpo de conhecimentos que
se tern criado ao longo dos iiltimos quarenta anos e alimenta as nossas ideias sobre a formacomo os alunos aprendem, sabre os factores que motivam a aprendizagem, sobre a forma
como a lideranca pode ser exercida de modo a gerir cenarios de instrucao complexos e,
em especial, acerca das associacoes existentes entre as expectativas e comportamentos dos
professores e os resultados dos alunos. Tambern descreve e resume os programas e me-
todos existentes e acessiveis hoje em dia. Estes sao praticas e metodos que a investigacao
mostrou serem eficazes na producao de resultados escolares elevados por parte dos alunos,
Longe vai a epoca em que sabiamos muito pouco sabre relacoes e praticas baseadas na
investigafJao. Nos dias que correm, podernos estar confiantes nas grandes quantidades de
conhecimento em diversas areas, algum do qual tern sido validado atraves da investigacaoe reproduzido sob condicoes diversas.
Utilizar;ao do conhecimento pelo professor. 0 filosofo educacional Gary Fenstermacher
(1986)propos que 0principal valor da investigacao educacional para os professores, e 0que
leva a melhoria dos seus argumentos praticos, 0 seu argumento para esta posicao pode serapresentada da seguinte forma.
. 0 conhecimento e as crencas dos professores, bern como para outros profissionais, sao
Importantes, nao s6 para 0seu proprio bern mas tambem porque eles motivam e orientam
as suas accoss, As accoes levadas a cabo pelos praticantes sao orientadas por urn conjunto
de premissas - crencas que se acredita serem justas e verdadeiras e que se articularn de
As pratleas baseadas na
investigaftao sao pratlcas
de ensino que os resul-
tados de investigaftOes
rnostraram ser eficazes
para a aprendizagem dos
alunos.
Urn argurnento pratieo eo raclocln lo, baseado em
conhecirnentos e eren-
Qas, que e utilizado palos
professores quando estes
tomarn daeis6es
pedag6gicas.
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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22 Parte 1 E nsjn ar e aprend er na s sa ias d e au la d e h oje • www.mhhe.com/arends7e
Nao existem receitas ou
formulas fsceis para urnensino efica~.
As perspectivas sobre a
sociedade e os val ores
comunitiirios influenciam
a forma e os conteudos
ensinados pel as profes-
sores.
forma logica. Por vezes estas premissas e a logica subjacente, sao tornadas explicitas pela
pessoa que muitas vezes nao tern consciencia das suas ideias praticas. Fenstermacher (1986)
da 0seguinte exemplo de argumento pratico utilizado por uma professora para justificar os
metodos que utilizava para ensinar criancas a ler:
1. E extremamente importante que as criancas aprendam a ler.
2. As criancas que nao sabem ler devem comecar a aprender por uma cartilha.3. Todos os alunos que nao sabem ler seguem 0mesmo ritmo de aprendizagem pela carti-
lha (a importancia de aprender a ler justifica esta uniformizacao).
4. A leitura em grupo combinada com a chamada aleat6ria de alunos para leitura indivi-
dual e a melhor forma de ensinar a ler.
5. Este e urn grupo de criancas que nao sabem ler e de quem eu sou a professora.
Acc;ao: (Estou a distribuir as cartilhas e a preparar a turma para que me respondam ern
unfssono.) (p. 46)
Neste exemplo, a premiss a 1 e uma afirmacao de valor, feita pela maioria das pessoas. A
premiss a 5 e uma afirmacao de facto, que se presume ser correcta. As premissas 2, 3 e 4,
contudo, sao crencas pessoais da professora sobre0
modo como as criancas aprendem esobre pedagogia. Estas crencas influendam as decisoes de utilizar cartilhas e de leitura ern
conjunto. Neste caso especifico, estas crencas nao sao apoiadas pelos resultados da investi-
gacao sobre a ensino da leitura.
Fenstermacher salientou que os resultados da investigacao eo conhecimento do "me-
lhor" metodo, no caso de este existir, poderiam levar esta professora a por em causa as suas
crencas e, consequentemente, a repensar as permissas subjacentes ao seu comportamento
pedagogico e praticas educativas. 0 conhecimento e a utilizacao da investigacao toma-se
num processo de compreensao, duvida e desafio das crencas que temos sobre 0modo como
as criancas aprendem, bern como sobre quais os melhores metod os a utilizar para melho-
rar esta aprendizagem. Esta atitude contrasta com accoes baseadas na tradicao, no senso
comum e nas praticas populares.
Nestes casos, a investigacao acerca do ensino pode ajudar a desmistificar algumas ideias
sobre 0ensino, tal como outro tipo de investigacao pode acabar com os mitos sobre algunsaspectos do mundo fisico e social que ultrapassa 0pr6prio ensino. Por esta razao, e impor-tante que os professores tenham bases solidas de conhecimento sobre 0ensino, induindo a
sua aplicacao em diversos contextos. No entanto, todos devemos ser cautelosos e recordar
que 0 ensino e um processo tremendamente complexo, que desafia constantemente for-
mulas ou receitas rfgidas Devemos tambem ter presente os limites da investigacao sobre a
educacao e 0 conhecimento actual sobre 0 ensinar.
Os limites da investigacao. Existem varias razoes pelas quais a investigacao pode orientar
a pratica na sala de aula em algumas instancias e noutras nao,
Niio existem formulas e receitas simples. Apesar de os principios e sugest6es sobre osmelho-
res metodos a utilizar existirem para as profess ores de hoje, as professores principiantes naodevem presumir que as orientacoes baseadas na investigacao funcionarao com todos os alu-
nos, em todos os contextos e em todas as situacoes, porque tal nao e verdade. Pelo contrario,
o ensino e a aprendizagem variam conforme as situacoes, e 0que funciona com um grupo de
alunos, num detenninado contexte, podera nao funcionar com urn grupo e uma situacao dife-
rentes. Ao mesmo tempo, os profess ores em inicio de carreira podem nao conseguir imitar as
estrategias e as abordagens utilizadas pelos professores com mais experiencia. as profess ores
devem conhecer os prindpios e as explicacoes e aplica-los a medida das suas capacidades edentro do contexto particular do grupo, da escola e da comunidade.
As explicaciies ndo sao necessariamente recomendadies. Os professores em exercicio pedem
muitas vezes aos investigadores para fazerem recomendacoes com base nas suas pesquisas.
Alguns exemplos de quest6es colocadas incluem as perguntas: Podemos utilizar grupos
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Capitulo 1 As bas es c ie ntific as da a rte d e e ns in ar 23
organizados em funcao das capacidades dos alunos em salas de aula do 3.0ano? Quais os
conceitos que devem ser ensinar aos alunos do 10.0 ano na disciplina de estudos socials?
Como posso motivar 0 [oao, que chega todas as manhas cansado a escola? Estas e outrasquest6es tern como resposta que a investigacao por si so nao consegue fornecer explicacoes
para problemas de natureza praticatao especificos, Tomernos como exemplo a questao so-
bre 0que ensinar a alunos de estudos sociais do 10.0ano, Apesar de urn investigador poder
fornecer dados empiricos sobre 0que outras escolas ensinam ao 10.0
ana ou sobre as capaci-dades que a maioria dos alunos de 15 anos tern para compreender conceitos historicos, estas
informac;6es nao diriam a urn professor que conceitos ensinar, dado urn grupo especffico
de alunos, os objectivos de urn curriculo especifico de estudos sodas ou do professor, e os
valores da comunidade - todos factores crucias que devem ser considerados.
As explicaciies niio SliD inuenciies. A ultima limitacao da investigacao e 0facto de se concen-trar em praticas ja existentes. As descricoes e explicacoes sobre 0que os professores fazem
actualmente sao importantes, mas nao devem limitar a invencao ou utilizacao de novos
metodos. as do is exemplos que se seguern poderao ajudar a demonstrar a importancia
desta questao,Muitas das praticas de gestae da sala de aula tiveram origem em estudos nos quais os
investigadores compararam os procedimentos utilizados por professores definidos comoeficazes com os procedimentos utilizados por professores menos eficazes. Com base nesta
investigacao surgiram padroes de metodos eficazes de gestae da sala de aula. No entanto,
isto nao significa que rnelhores praticas nao estejam ainda por inventar. Significa, simples-
mente, que em comparacao com outras praticas existentes, alguns dos metodos de gestae
da sala de aula sao rnelhores do que outros. em deterrninadas condicoes,
Da mesma forma, muita da investigacao sobre ensino eficaz tern sido feita em salas de
aula que representam os padroes de ensino rnais tradicionais - urn professor trabalhando
com grupos de alunos, com a finalidade de alcancar objectivos de ensino tradicionais, como
a aquisicao de competencias e conhecimento basicos. Apesar de esta investigacao, tal como
a investigacao acerca das praticas de gestae na sala de aula, nos possa proporcionar infor-
macae sobre os melhores metodos a utilizar dentro dos lirnites do paradigma tradicional,
nao nos da rnuita informacao sobre inovacoes rnerit6rias e novos paradigmas que possamvir a existir no futuro.
Repertorio de praticas eficazes
Os professores eficazes tern urn repert6rio de praticas eficazes. A palavra repert6rio e prin-cipalrnente utilizada por pessoas ligadas ao mundo da musica e do teatro, para definir urn
conjunto de pecas (como operas e ruimeros musicais) que urna pessoa consegue executar.
E 6bvio que os artistas com mais experiencia tern repertories maiores e mais abrangentes
do que os principiantes. Isto tambem se aplica ao~ professores.
Este livro procura realcar que os professores eficazes tern repert6rios diversificados e
nao estao limitados a urn conjunto restrito de praticas, Tal e 0oposto do que se defendia em
epocas anteriores em que se pretendia mostrar a superioridade de urn tipo de abordagemsobre outro - por exemplo, 0 ensino indutivo versus ensino dedutivo, 0metoda expositivo
versus metodo de discussao, ou a utilizacao de ritmos e sons no ensino da leitura versus urna
abordagem meramente textual. Este tipo de debate e inutil e mal direccionado. Nenhumaabordagem e consistentemente superior a qualquer outra em todas as circunstancias. Ao in-
YeS,muitas abordagens ao ensino sao adequadas, e a seleccao de urn modelo em particular
depende dos objectivos do professor, das caracterfsticas de urn determinado grupo, e dosvalores e expectativas da comunidade.
Os metodos de ensino descritos neste livro incluem urn conjunto de modelos, estrategias
eprocedimentos que devem fazer parte do repert6rio de urn professor em inicio de carreira.
Alguns destes modelos de ensino sao abrangentes e complexes, outros sao procedimentos
e tecnicas relativamente simples. 1 '1 claro que nao descrevemos todos os metodos existen-
tes: os professores eficazes van aumentando os seus repert6rios ao longo de toda a suacarreira.
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~
24 Parte 1 Eminar e aprender nas salas de aula de hoje • www.mhhe.com/arends7e
Os professores liderarnoa seus alunos planeando,
motivando e facilitando
a aprendizagem.
o aspecto mais impor-
tante do trabalho de urn
professor e dar lnstrucao
no ecntacte directo com
os seus alunos.
Figura 1.7 T r e s
a sp ec to s d o e ns in o
o conceito de repert6rio inclui a ideia de que 0curso de uma accao esta articulado comdiversos aspectos da profissao. Utilizando novamente a analogia da rmisica, urn miisico
bern sucedido podera ter urn repertorio para exibicoes de rmisica classica, urn para exi-
bicoes em clubes nocturnes ou concertos de rmisica pop, e possivelmente ainda outro
para reunioes de familia. Do mesmo modo, este texto foi concebido nao s6 com base em
determinada perspectiva sobre 0ensino, mas tambem a volta da concepcao sobre 0 que osprofess ores fazem e do repert6rio necessario em tres domfnios do seu trabalho.
Independentemente dos niveis de ensino, disciplinas ou tipo de escolas em que ensinam,
osprofess ores tern de realizar tres funcoes muito importantes. E-lhes pedido que liderem urn
grupo de alunos, que instruam directa e personalizamente os alunos, e que trabalhern com
colegas, pais e outros agentes para melhorarem as salas de aula e as escolas como organiza-
c;5esde aprendizagem. Estes tres aspectos do trabalho dos professores estao representados
na Figura 1.7. E obvio que estes aspectos nem sempre estao separados, e nem sempre a
professor desempenha cada urn deles independentemente dos outros. No entanto, estes
aspectos podem ajudar os professores principiantes a organizarem 0inacreditavel mirnero
de acontecimentos relacionados com 0ensino, que ocorrem nurn cenario escolar complexo.
Lideranca, Em muitos aspectos os papeis dos professores de hoje sao semelhantes aos doslideres que trabalham em outros tipos de organizacoes, Dos Iideres e esperado que plani-fiquem, que motivem os outros, que coordenem 0 trabalho para que as pessoas possam
trabalhar de forma interdependente, e que ajudem a estabelecer e avaliar objectivos orga-
nizacionais importantes.
A abordagem do ensino que valoriza a Iideranca ja foi alvo de algumas criticas, as criti-
cos defendem que esta se desenvolveu a partir do conceito industrial do encarregado pro-
dutivo, levando a que as pessoas encarem a escola como uma fabrica, dando uma excessiva
enfase ao lado tecnico do ensino. A metafora II0professor e urn Iider" tambem pode Ievar auma atencao excessiva sobre 0 controlo, ordem e eficiencia, em detrimento da criatividade
e da espontaneidade.
Independentemente do usa errado dado no passado a metafora "0professor e urn Iider"existem, de facto, muitos paralelos entre 0 trabalho realizado por professores e lideres de
outras areas. 0 A pren der a E nsin ar apresenta estas competencies de lideranca de uma ma-neira que nao viola 0ado artistico do ensino, ou seja, a criatividade e a espontaneidade do
professor.
Instrucao, Quando a maioria das pessoas pensa acerca daquilo que os professores fazem,
pens a no trabalho diario de instru~ao dos alunos. A estrutura geral do pensamento sobre
este aspecto do ensino derivaprincipalmente de tres fontes: (1) os "modelos de ensino"
desenvolvidos por Bruce Joyce e Marsha Wei! (1972) e Joyce, Weil, e Calhoun (2003); (2) as
estrategias e procedimentos de ensino resultantes da investigacao sobte 0 ensino realizada
nos iiltirnos quarenta anos (Gage, 1963; Richardson, 2001; Travers, 1973; Wittrock, 1986), e
(3) a sabedoria da pratica contida no repert6rio de professores experientes.
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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o termo mode/o de ensino
e utl llzado para descrever
urns abordagem geml,
ou plano, para 0ensino.
As vantagens dos mode-
los de ensino incluem a
existi!ncia de uma base
te6rica coerente e de pro-
cedimentos e estruturas
de ensino especfficos.
Capitulo 1 As base s c ient ifi ca s do art e de ens inar 25
, - ~ . ~ . ~ . . : . ; . > - . ~ . ; ; : ; . ~ :. , . - .
; c ! ~ ~ ' i ~ ' . ~ ~ 1 ~ , ~ g l # ~ ~ m S q ~ ~ P d e : s e i ~ f r J O d ~ / O S . d en 5 i ~ o ;. . . . .~di( ;i~~ ' ,· · c t o .n o . p r o f E t ~ o r . ' e c ) "~MsWCe" t r8c1~r i~a l~ i lo " "
. •. •. •• . E X I·• n . - . · _ - $ ; . t . : ~ . _, _ r , . . . ~ _ ' . , . _ . : _ ~ l : · AoApreri~ izaQeJl19QOperativa.· i . ... ..u uyCl .'.
A p re n di ;ta ~ e mba s e ad a e r np f{ )b l~ m~ ~ }- . .. .• .. •• ...: D i~~$s~ ()E ltn$a ladE ia lJ l~7---;: ... '.c.
Ao longo dos ultimos anos foram desenvolvidas muitas e diferentes abordagens ao en-
sino. Algumas foram criadas par investigadores educacionais, que procuravam perceber
o modo como as criancas aprendiam e de que maneira 0comportamento dos professores
influenciava essa aprendizagem. Outras foram desenvolvidas por professores que faziam
experiencias com os seus metodos de ensino para resolver problemas especfficosocorridos
durante as aulas. Outras ainda foram inventadas por psicologos, responsaveis pela forma-
~aono meio industrial e ate filosofos como Socrates.
Joyce e Weil (1972)e Joyce, Weil, e Calhoun (2003)denominaram essas abordagens de
modelo de ensino. Mais do que urn metodo ou estrategia especificos, urn modelo e urn
plano geral, ou guia, concebido para ajudar os alunos a aprender determinados tipos de
conhecimentos, atitudes ou competencies. Urn modelo de ensino, como aprendera mais afrente neste livro, tern uma base teorica ou filosofica subjacente e urn conjunto de passos
bastante especifico e concebido para alcancar os resultados educacionais pretendidos.
Cada modele difere nas suas bases racional ou filosoficaenos objectives que seprop6e al-
cancanNo entanto, todos osmodelos partilham alguns procedimentos e estrategias, taiscomo
a necessidade de motivar os alunos, de definir expectativas e falar sobre varies assuntos.
Os professores necessitarn de diferentes abordagens para conseguirem alcancar as seus
objectivos comdiferentes populacoes de alunos. Autilizacao de uma abordagem ou rnetodo
iinico ja nao e suficiente. Quando existem varias opcoes, os professores podem seleccionar
a abordagem que melhor serve urn determinado objective ou turma, assim como osmode-
los que podem ser utilizados para promover a motivacao, 0envolvimento e 0 sucesso dos
alunos.
No livro M odels of Teaching (2003), os autores Joyce, Weil e Calhoun identificam e des-
crevem rnais de vinte abordagens ao ensino. Mas quantas destas deverao fazer parte do
repertorio de urn professor principiante? E claro que seria poueo realista esperar que urn
professor em inicio de carreira dominasse todos os metodos, pois essa tarefa pode levar
uma vida inteira. Tambem seria irrealista pedir que as professores conhecarn apenas uma
das abordagens. A opcao mais justa e pratica e pedir aos professores principiantes que
componham urn repert6rio modesto durante as primeiras fases da sua carreira. Como
tal, seleccionamos seis modelos que, se forem bem aprendidos, podem corresponder as
necessidades da maioria dos professores: exposicao, instrucao directa, ensino de conceitos,
aprendizagem cooperativa, aprendizagem baseada em problemas e discus sao em sala de
~ula.Na Tabela 1.1 podera verificar que os primeiros tres modelos de ensino - exposicao,
mstru<;aodirecta e ensino de conceitos - se baseiam em perspectivas mais tradicionais so-
bre a aprendizagem e em principios de instrucao centrados no professor. Por outro lado,
a aprendizagem cooperativa, a instrucao baseada em problemas e a discussao derivam de
perspectivas de ensino mais construtivistas e abordagens ao ensino centradas nos alunos
(Schuh, 2003;Weimer, 2002).
~rganizat;ao. A perspectiva mais comum sobre 0ensino assenta principalmente na interac-
<;ao.entre0professor e os alunos e, como tal, e insuficiente para compreender a realidade do
ensmo nos dias de hoje. Os professores nao so planificam e proporcionam instrucao aos seus
alunos, mas tern tarnbem a tarefa de organizar e liderar ambientes escolares complexos.
Alem de trabalharem com
os alunos, os professores
de hoje devem tambem
trabalhar com os outros
adultos que compeem
a escola de modo a plant-
ficarem e coordenarem
o que nela se passa. .
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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26 Parte 1 Ensinar e aprender nas salas de au/a de hoje • www.mhhe.com/arends7e
o ir ab alh o c om o uir oe
proJessores e um a sp ec io
impor ta nt e da p ro fi ss ii o
de professor.
A aprendizagem dos alu-
nos nao depende apenas
do que os professores fa-
zem nas aulas, e tambam
muito inf luenciada pelo
que os professores e os
pais fazem em conjunto.
As escolas nao sao apenas locais onde as criancas aprendem, sao tambern locais onde
os adultos desempenham uma variedade de papeis educacionais - director, professor,
responsavel de recurs os, assistente e outros. As escolas sao ao mesmo tempo semelhantes
e diferentes de outros locais de trabalho. As semelhancas ineluem as formas como os sis-
temas de coordenacao sao concebidos de modo a que 0 trabalho da escola seja cumprido.
as professores prindpiantes van perceber que os adultos que trabalham nas escolas sao
muito parecidos com aqueles que trabalham em qualquer outra organizacao, Esforcam-se
por satisfazer as suas necessidades e motivos pessoais em conjunto com a missao da escola.
Ao mesmo tempo, aqueles quejatrabalharam noutras organizacoes (durante
0
Verao oucomo parte de uma outra carreira profissional) iran constatar que existem aspectos iinicos
quando 0local de trabalho e a escola: as regras que dao bastante autonomia aos professoresmas que os isolam dos seus colegas; os clientes (os alunos) que nem sempre participam na
organizacao de forma voluntaria e, como as escolas sao politicamente bastante visiveis,
existem objectives diversificados e nem sempre elaros que reflectem os multiples valores e
crencas de uma sociedade multicultural contemporanea.
Tal como outras organizacoes, as escolas sao tambern locais que necessitam de acom-
panhar as modificacoes da sociedade mais ampla em que se encontram inseridas. Muitas
das pessoas que se preparam para abracar uma carreira no ensino tern fortes preocupacoes
idealistas relativas a transformar a educacao e as escolas em alga melhor. No entanto, este
idealismo nem sempre se apoia em estrategias s6lidas que permitam por estas ideias em
pratica, ainda que 0 conhecimento acerca das mudancas educacionais e a optimizacao da
escola tenha aumentado substancialmente ao longo das ultimas duas decadas. Temos, hoje
em dia, urn conjunto de conhecimentos que nos permite perceber porque e que muitasreformas educacionais fracassaram, e este conhecimento pode ser aplicado as ideias sobre
como meIhorar as escolas que podera querer implementer,
A construcao de urn repert6rio de competencies de organizacao e importante por doismotivos. Em primeiro lugar, a sua capacidade de desempenhar papeis organizacionais
e de lideranca dentro da escola e da sala de aula tera uma grande influencia na sua car-
reira. E em funcao da sua capacidade de desempenhar bern Juncoes organizacionais queo professor principiante se torna conhecido dos outros professores, directores e pais. Por
exemplo, poucos colegas observam urn professor enquanto este esta a dar uma aula. No
entanto, existem varias oportunidades de reparar nesse professor, quando este intervem em
reunifies de professores, se voluntaria para grupos de trabalho e interage com os pais em
dias de escola aberta au reunioes da Associacao de Pais. Atraves destas oportunidades, os
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Rever, Expandir,
Explorar
Capitulo 1 As bases c ient if icas da arte de ens inar 27
professores ganham influencia profissional junto dos seus colegas e para alem dos mums da
escola. Por outro lado, a incapacidade de urn professor principiante em realizar com eficacia
fuw;6es de organizacaoe a razao mais frequente para 0despedimento. Muitos professores
que sao dispensados nos primeiros anos da sua carreira, nao 0 sao por incompetencia ao
myel educacional, mas sim pela dificuldade de relacionamento com os outros ou em pres tar
a aten~ao necessaria ao seu desenvolvimento pessoal e bem-estar psicologico, dentro de urn
contexto organizacional complexo.
o segundo motivo para aprender competencies organizacionais prende-se com 0 facto
de os investigadores e os educadores comecarem a compreender que a aprendizagem dos
alunos nao esta relacionada apenas com aquilo que urn professor particular faz, mas tam-
bern com tudo aquilo que, dentro de urna escola, fazem os profess ores em conjunto. A efica-
cia global da escola requer cornpetencias organizacionais, tais como 0desenvolvimento de
boas relacoes com os colegas e pais, 0planeamento cooperativo e 0acordo acerca dos objec-
tivos e dos meios de os alcancar, 0 professor eficaz e aquele que possui urn repert6rio quelhe permite estabelecer urn dialogo amplo dentro da escola e da comunicade sobre quest6es
educadonais importantes, e e capaz de se juntar e constituir uma equipa com colegas com
o objective de trabalharem em gropo para melhorar a aprendizagem dos alunos.
Reflexao e resolucao de problemas
Muitos dos problemas que os professores encaram derivam de situacoes particulares e
caracterizam-se por serem unicos. Casos particulares e unicos requerem algumas "artes
praticas", algo que nao se consegue aprender muito bern a partir dos livros. Em vez disso, os
professores eficazes aprendem a abordar situacoes iinicas com urna atitude de resolucao de
problemas e aprendem a arte de ensinar atraves da reflexao sobre a sua propria pratica,
Ao mesrno tempo, muitos destes problemas encarados pelos professores tornam-se ques-
toes relacionadas com valores e prioridades, que 0 conhecimento cientifico pode ajudar a
explicar, mas nao a decidir. Uma observacao de Schon (1983)ilustra 0mundo de valores emque os professores vivem:
Os profissionais estao frequentemente envolvidos em conflitos de valores, objectives,
intencoes e interesses. Os professores lidam corn a pressao de uma maior eficacia em contextos
de restricoes orcamentais, de exigencies para que se limitem a "ensinar 0basico", para que
promovam a criatividade, ajudem a format cidadaos e auxiliem os alunos a examinar os seus
pr6prios valores. (p. 17)
Lampert (2001) fez urna observacao semelhante sobre a complexidade do ensino e a impor-tancia da reflexao e resolucao de problemas:
Uma das raz6es pela qual 0 ensino e uma pratica complexa, e que muitos dos problemas que urnprofessor tern de resolver para fazer corn que os alunos aprendam nao acontecem sequencia 1 -
mente, mas em sirnultaneo, Assim sendo, urna tinica accao deve resolver varies problemas ao
mesmo tempo. E as accoes de urn professor sao realizadas de forma independente: ele interage
com 05 alunos, individualmente au em grupo. Os professores agem em alturas diferentes, e com
nfveis de pensarnento distintos, de acordo com os individuos, grupo ou turma, para tomarem
cada aula uma li~ao coerente. (p. 32)
, Se 0conhecimento nao pode constituir urn guia completo para urna pratica eficaz, como
e que os profissionais obtem as capacidades e se tornam competentes naquilo que fazem?
Mais uma vez, Schon (1983) oferece explicacoes valiosas. Ele defende que existe urn ele-
mento importantissimo de arte na pratica profissional que os torna profissionais particu-
larmente dotados, sejam eles engenheiros, cientistas, gerentes ou professores. E apesar de
nem sempre sabermos como ensinar a arte de ensinar, sabemos que esta pode ser aprendidapor algumas pessoas.
Rever
• Quais sao as princi-
pais caracter lst lcaa
d o s p ro fe s s or esef icazes?
• Que qua l idades. . normal- .
Expandlr
• N es ta fas e d o se u de -
s e n vo lv im e n lo , p e ns a
que utilizara princi-
pa lmen tea bor d a gen s
c en tra da s n o p ro fe s so r
o u n os a lu nO s? Co n~.. . . E xtend
Explorar
• V is ite 0O n li ne l ea r-
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28 Parte 1 Eminar e aprender nas saias d e aula de hoje • www.mhhe.comlarends7e
Para nos tornarmos bons
professores precisamos
de muito tempo e de com-
preender que aprender a
ensinar e 0processo de
umavida.
A pren der a E nsin ar procura apresentar a informacao de modo a alertar 0 leitor para as
areas do ensino em que 0 nosso conhecimento e fragmentario e incompleto, assim como
para possfveis situacoes de ensino em relacao as quais tera de mostrar as suas capacidades
pessoais de reflexao e resolucao de problemas. Muitos dos auxiliares de aprendizagem
disponibilizados no Interactive Student CD-ROM e no Online Learning Center, ajuda-lo-ao .
a desenvolver uma atitude de resolucao de problemas e de reflexao sobre a sua pratica do-cente. A reflexao e a resolucao de problemas sao caracteristicas e competencias complexas
que nao se aprendern com facilidade. No entanto, como ja dissemos anteriormente, a arte
do ensino profissional pode ser aprendida e e a experiencia, acompanhada de urna analise
e reflexao aprofundada, a responsavel por esta aprendizagem.
A pren de r a en sin arAlguns profess ores, tal como 0vinho do Porto, ficam melhores com 0passar dos anos. Ou-
tros nao melhoram as suas competencies mesmo ap6s anos de experiencia, e permanecem
no mesmo nivel em que se encontravam quando entraram numa sala de aula pela primeira
vez. Porque e que alguns professores abordam 0acto de ensinar de forma critica e reflectiva;
sao inovadores, abertos e altrulstas; estao dispostos a assumir riscos consigo proprios e comos alunos; e sao capazes de elaborar juizos criticos sobre 0 seu pr6prio trabalho? Por outro
Iado, porque e que existem outros professores a fazer exactamente 0contra rio ?Tornar-se competente, em quase todas as actividades humanas, leva muito tempo. Por
exemplo, muitos atletas profissionais manifestam urn talento natural quando ainda sao
muito novos, mas s6 atingem 0 seu maximo por volta dos vinte e muitos ou trinta e pou-
cos anos e s6 ap6s muitos anos de aprendizagem e treino dedicados. Muitos escritores de
sucesso escrevem os seus melhores livros nos ultimos anos da sua vida, ap6s terem escrito
varias obras menores e amadoras. As biografias de musicos e artistas talentosos descrevem
com frequencia os dolorosos anos de dedicacao antes de atingirem a maturidade artistica.
Tornar-se urn professor verdadeiramente competente nao e diferente. E necessario muitovoluntarismo alimentado pelo desejo de perfeicao: e necessario compreender que aprender
a ensinar e urn processo de desenvolvimento que se desenrola ao longo de toda a vida,durante 0 qual se vai gradualmente descobrindo urn estilo pr6prio, mediante reflexao e
juizos criticos,
Esta seccao descreve algumas das caracteristicas que conhecemos acerca do processo de
aprender a ensinar, enfatizando que aprender a ensinar e urn processo de desenvolvimentopara toda a vida, nao se limitando ao periodo de tempo que decorre entre a primeira aula
de metcdos e a obtencao da habilitacao profissionaL Pouco professores sao eficazes por
natureza. Em vez disso, tornam-se progressivamente mais competentes mediante a atencao
prestada ao seu pr6prio processo de aprendizagem e ao desenvolvimento das suas caracte-
risticas e competencies especfficas,
Modelos de desenvolvimento dos professores
Como podera ler mais tarde, as perspectivas contemporaneas sobre a forma como as crian-cas aprendem tambem se aplicam a forma como os professores aprendem, Aplicado aoensino, isto significa que 0desenvolvimento cognitive e afectivo das pessoas se desenvolve
por fases. A medida que aprendemos a ensinar, processamos experiencias atraves das
nossas estruturas cognitivas ja existentes. As pessoas que entram no mundo do ensino tern
urna estrutura cognitiva bastante complexa sobre 0 ensino, pois passaram muitas horas a
observar os professores dos seus tempos de escola. A medida que adquirimos novas expe-riencias, crescemos e progredimos para uma fase mais complexa. No entanto, 0crescimento
nao e automatico e apenas ocorre quando existem experiencias apropriadas que estimulem
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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Os professores principian-
tes pass am por fases bas-
tante previsfveis durante
o processo de se torna-
rem competentes.
Capitulo 1 A s b ases cientificas d a a rte d e em inar 29
o crescimento cognitive e emocional das pessoas. Quando as condicoes ambientais nao sao
as ideais - ou seja, demasiado simples ou demasiado complexas - 0processo de aprendi-
zagem sofre atrasos. Por outras palavras, a medida que as pessoas que estao a aprender aensinar se tornam elas pr6pias mais complexas, os seus ambientes tambem se devem tornar
mais complexos, para que a aprendizagem decorra a um ritmo 6ptimo. Ainda que nao seja
possivel modificar facilmente muitos dos ambientes que conhecera enquanto aprende a
ensinar podera, mesmo assim, procurar ambientes e experiencias que correspondam ao seu
myel de preocupacao e desenvolvimento enquanto professor.
Isto significa que, no processo de aprendermos a ser professores, tal como a ser outra
coisa qualquer, a desenvolvimento da-se de forma sistematica atraves de fases, durante
as quais as possibilidades de crescimento se mantem estagnadas a menos que ocorram
experiencias adequadas. Os pontos que se seguem enumeram teorias de desenvolvimento
espedficas sobre a forma como as pessoas aprendem a ensinar.
Fases de desenvolvimento e preocupacao, A ja falecida autora Frances Fuller estudou
professores em formacao, professores principiantes e professores com rnais experiencia
na University of Texas entre os finais da decada de 1960 e os primeiros anos da decada de
1970. Durante as decadas de 1980 e 1990, Sharon Feiman-Nemser e os seus colegas (1983) e
Richardson e Placier (2001)tambem descreveram as fases que os profess ores experimentam
a medida que evoluem de principiantes para experientes. Estas sao semelhantes as identi-
ficadas por Fuller e estao aqui resumidas:
1. Ease da s ob re vi ve nc ia . Quando as pessoas comecam a pensar em ensinar e quando tern
os primeiros contactos com criancas como professores, as preocupacoes dominantes sao
as de sobrevivencia pessoal. Questionam e preocupam-se com as suas competencias
interpessoais e se os seus alunos e orientadores vao ou nao gostar gostar deles. De igual
modo, preocupam-se bastante com a gestae da sala de aula e com a possibilidade de
esta ficar descontrolada. De facto, muitos profess ores em inicio de carreira sonham com
alunos a ficarem fora de controlo.
2. Fase da s it ua~ ii o d e e ns in o . Chegada uma certa altura - que varia de acordo com as pessoas
- os professores principiantes comecam a sentir-se mais confiantes e ultrapassam a faseda sobrevivencia. Varios aspectos relacionados com 0 controlo e a interaccao com as
alunos comecam a tornar-se uma especie de rotina. Nesta fase, a sua atencao e energia
comecam a centrar-se na situacao de ensino em si. Comecam a lidar com as press6es de
tempo inerentes ao ensino e com algumas das cruas realidades em sala de aula, tais como
o excesso dos alunos, materias pedag6gicos inadequados e, possivelmente, com 0 seu
repert6rio limitado de estrategias de ensino.
3. P ase d a m estria e d os resulta dos. Eventualmente, as pessoas comecam a amadurecer en-
quanto professores e encontram formas de lidar com as preocupacoes situacionais e de
sobrevivencia. Durante esta fase, os professores dominam os fundamentos do ensino e
da gestae da sala de aula, que se tornam eficientes e rotineiros. S6 nesta altura e que osprofessores pensam em quest6es de ordem superior e comecam a questionar-se acerca
das necessidades sociais e emocionais dos alunos, com 0 facto de serem justos, e com al!ecessidade de ajustar as estrategias e materials de ensino as necessidades dos alunos,
E principalmente durante esta fase que os professores se preocupam e assumem plena
responsabilidade pela a pren diz ag em d os a lu no s.
E nesta fase final que os professores desenvolvem uma certa pericia. Ao contrario dos pro-
fessores principiantes, os experientes dominam 0conhecimentos sobre as suas disciplinas
e as suas metodologias de ensino, pelo que sabem quando e porque utilizar determina-
dos aspectos do seu abrangente repert6rio em diversas situacoes dentro da sala de aula
(Bransford, Brown, & Cocking, 1999). Estes professores conseguem tambem perceber os
padr6es existentes na sala de aula, ao contrario dos professores principiantes, que s6 veemo caos, (veja as obras de Sabers, Cushing, & Berliner, 1991;Darling-Hammond & Bransford,2005).
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~i
30 Parte 1 Ensinar e aprend er nas salas d e aula de hoje • www.mhhe.com/arendsle
Os nossos pais e profes-sores tiveram uma influ-
ancia muito importante no
nasso desejo de ensinar
e na nossa concepc;;iio
ace rca do que e 0ensino
eflcaz.
Ao lange dos ultimos anos houve urn afastamento gradual da teoria das fases, em direc-
~ao a uma perspective mais flexfvel sobre a forma como se processa 0desenvolvimento dos
professores (Griffiths & Tann, 1992; Richardson & Placier, 2001). Esta enuncia que os proces-
sos de desenvolvimento dos professores sao graduais e evolucionarios, e nao Uioestanques
quanta os modelos de Fuller e Ferman-Nemser sugeriam. No entanto, os modelos de Fuller
e de Feiman-Nemser sao uteis para reflectir sobre 0processo de aprender a ensinar. Os seus
principios ajudam-nos a contextualizar as nossas preocupacoes e a preparar a passagem dosprofessores principiantes para a fase seguinte e mais cornplexa de preocupacao, Por exem-
plo, urn professor principiante que esteja excessivamente preocupado com questoes pesso-
ais podera procurar experiencias e formacao que promovam a confianca e independencia,
Se 0controlo da turma requer muita energia mental e emocional, urn professor principiante
podera encontrar formas de modificar essa situacao. 0 Interactive Student CD-ROM e 0
Online Learning Center incluem urn questionario que mede as suas preocupacoes nesta
fase da sua carreira.
Implicacdes dos modelos de desenvolvimento para aprender a ensinar, A medida que osprofessores progridem no processo de aprender a ensinar, aumentam as implicacoes dos
modelos de desenvolvimento. Em primeiro lugar, estes modelos sugerem que aprender a
ensinar consiste num processo de desenvolvimento no qual cada individuo se movimentaatraves de estadios ou fases que sao inicialmente simples e concretes, tornando-se, poste-
riormente, mais complexos e abstractos. Como tal, os modelos de desenvolvimento propor-
cionam uma base que the perrnitira observar 0seu pr6prio crescimento.
Em segundo lugar, os modelos podem ser utilizados para diagnosticar 0 seu pr6prio
nivel de preocupacao e de desenvolvimento. Esta percepcao pode ajudar os professores a
aceitarem a ansiedade e as preocupacoes dos primeiros anos e, principalmente, a planear
experiencias de aprendizagem que facilitarao a sua evolucao para niveis de funcionamento
mais maduros e complexes.
Primeiras influimcias sobre 0 ensino
Alguns aspectos do processo de aprender a ensinar parecem ser influenciados pelas experi-encias que as pessoas tiveram com figuras adultas importantes, principalmente professores,
enquanto cresciam e andavam na escola. No inicio dos anos 1970, Dan Lortie, urn sociologo
da University of Chicago, passou varies anos a estudar porque e que as pessoas se tornamprofessores, que tipo de profissao e 0ensino, e que experiencias influenciam 0processo de
aprender a ensinar. Como parte do seu estudo, entrevistou uma amostra grande de profes-
sores e perguntou-lhes que experiencias mais influenciaram 0seu modo de ensinar. Muitos
professores com longos anos de experiencia responderam que as primeiras figuras de au-
toridade das suas vidas, como os pais e os professores, tinham influenciado fortemente a
sua concepcao sobre 0 ensino e a sua decisao de enveredar por essa area. Muitos estudos
posteriores ao de Lortie confirrnaram que determinados profess ores e 0 acto de observar
professores a ensinar enquanto alunos podem moldar a nossa opiniao enquanto adultos
sobre ensino eficaz e "born professor" tal como e ilustrado na caixa Sumario de Investigacaodeste capitulo.
Este e 0primeiro exemplo dos sumarios de investigacao que encontrara em cada capitulodo Aprender a En si na r. Estes sumarios sao apresentados com 0objectivo de 0 familiarizar com
algumas investigacoes que tern side feitas no dominio da educacao e para despertar 0 seu
interesse pela base de conhecimentos sobre 0ensino, Os sumarios de investigacao foram sele-
cionados quer par serem considerados classicos em dominios especfficos, quer por ilustrarem
a variedade e riqueza de metodologias existentes na investigacao sobre a educacao.
o formato utilizado para apresentar 0 Sumario de Investigacao deste capitulo sera
seguido em todos os relat6rios de investigacao resumidos e apresentados ao longo deste
livro. A questao abordada pelo investigador e apresentada no inicio, sendo seguida de
breves descricoes sobre os objectos de estudo e os procedimentos utilizados. Nas situacoes
consideradas necessaries, sao dadas indicacoes que auxiliam na leitura da investigacao.
Cada Sumario de Investigacao termina com uma descricao dos resultados rnais importantese consideracoes sobre as irnplicacoes da investigacao para a pratica,
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~I .
,~~u"'ariode Investigagao
..........._. ,),Qbom professor e 0 bom ensino" .. ': ./:... ~ : . : ~ : , :'. , : ~ - , : - : ; - , ; . ~ .. ;~: : ,'_,:,- ,'
: ' - : ; ' : ' -" . c . : -"
rviu~~y;"J!.~;~gelUfL.M'f e Edwards, M. N. (2004). The
gQo4,t~~~M~.apdood teaching: Comparing beliefs of•$ecoJ;;:()..,gt~g,I;!}}tudents,reservice teachers, and inser-
v i c e : ie : a M e t s ; J q urn al, o f Ex pe rim e nt al E d uc at io n, 72, 2,
6 ~ - 9 ~ ~ ( 'h ' \; ;. ~ : i. } \. ' . .
~~iB~:~!::~:!:,~:~~:; :a :~e~l<l.tiQM4,q~.·(:!q~~n~ll1()esfor\am-separ ensmar como se
:eu.ma~qm:'t9fessor. No entanto, quais sao exactamente
a s ' c ~ * ~ _,:sasqu~ definem urn born ensino, e que tip ade.eg&~XiSteentre os varies rnembros do sistema
e4B?~l_'itr.J¢ste~studo iirtico e de grande interesse,
K ~ ~ ~ ? i . P n y . e : ( ) S $ ~ U S colegas exploraram as opini6es.irt,&iVi4~@tsobreascaracteristicas de urn born ensino e
90*P@~~u1~Sideiasde alunos do 2.° ano, estudantesumv:e l : " s i~4f j6sdQ cursode formacao de professores e
...pr9f~$~o~$c(,-m experlencia.-..~:_~.
A~~~'~~·:'~iPY.eStigadora seleccionou tres grupos (alu-
. l l J l~ ,q .g '4 - ,~ .~Pi fuj :uJ :CiS professores e professores com ex-
peti~c~A),pa#tparticipar no estudo. 0 grupo de alunos
d,! l :g ;gc~~: : l . lops is t ia~rn trinta e duas raparigas e vinte e
ojt9~l}~~§ll~'umaescola de 1.°cido do centro do pais.
·Q§.;;s,~,~s~~~~¢'~utures professores (cinquenta mu-
Capitulo 1 As b ases cien tifica s d a a rte d e en sin ar 31
lheres e onze homens) estavam inscritos em mestrados
em educacao de uma grande universidade do centro dopais. Vinte e dois professores (dezanove mulheres e tres
homens) de escolas do 1.° e 2.° ciclos localizadas em cida-
des e subiirbios do centro do pais formavam a amostra
dos professores com experiencia,
Metodos e procedimentos: Foi utilizado 0 formula-
rio Tuckman Teacher Feedback Form (Tuckman, 1995)
para medir as opinioes sobre 0ensino competente. Este
formulario apresenta urna lista de caracteristicas, e e
pedido as pessoas que avaliem em que medida uma de-
terminada caracteristica contribui para um born ensino.
As caracterfsticas de dificil compreensao para os alunosdo 2.° ano foram eliminadas do questionario original.
Na versao destinada ao 2.° ano, a escala de 4 pontos de
Likert foi modificada, sendo utilizadas "caras sorriden-
tes". Ao mesmo tempo, foi pedido aos tres grupos que
desenhassem urna imagem que representasse bons pro-
fessores e urn bom ensino .
Indicat;5es para ler a investigat;ao: A apresentacao dos
dados na Tabe la 1.2 segue a representacao convencio-
nada para as tabelas das .investigacoes educacionais. Os
investigadores comparararn as medias e os desvios pa-
$egundo ..·com
aQo professores experiencia
N t DP. M DP M DP
~ 1 , D E i 0;39 1,10 0,47 1,14 0,47
1,27 0,58 1,13 0,56 1,18 0,66
,1,10 0;44 1,25 0;65 1,41 0,73'.
1.12 0,37 1,36 0,66 i4 1 '0,73...1,25 Oi51 1,39 0,69 J,59 0,80
1;37 0,69 \64 0,86 J,55 0,86
1,20 0,55 . .1,93 0,63 1,82 0,59
1,62 0;94 1,54 0,83 1.86 0,89
1,45 0,77 1,74 0.70 2,09 0,75
1,93 1,06 2,25 0,54 2,32 0,48
1,97 1,16 2,64 0,68 2,41 0,73
2,93 1~21 2,38 0,52 2,14 0,56
C ~ l m 6 : ~ ; ; .· · · · · N o i ~ a t i .
0,44
1,20 0.58
1,21 0,59
1,27 0,58'1,36 0.65
1 ; 1 5'
0,79
1,81 0,68
1,62 0,89
1,67 0,77
2,13 0,80
2,32 0,97
2,57 0,93
• As f ' a r a c t e r f s t i c a S negativasforam pontuadas ao contrario para screm comparadas com as caracteristicas positives.
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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32 Parte 1 Ensinar e ap render na s esco ias de hoje • www.mhhe.comlarends7e
Figura 1.8 Desenno de urn pro fe ss or com exper ie nc ia
de uma a ufa d ad a n o recreio
drao dos tres grupos em estudo. No Livro de Recursos,
disponibilizado no Interactive Student CD-ROM que
acompanha este livro, podera ver que a media e 0pontointermedio de um conjunto de pontuacoes e que 0 des-
vio padrao (DP) e a medida que representa a dispersaode urn conjunto de resultados a partir da media.
Resultados: 0 primeiro passo dos investigadores foi
analisar os dados do formulario Tuckman Teacher Feed-
back. Estes dados estao representados na Tabela 1.2.
Como se pode observar, os tres grupos concordaram
que os bons professores eram "afectuosos"e "pacien-
tes". No entanto, tuna analise estatistica mais avancada
identificou algumas diferencas entre os tres grupos. Ao
contrario dos futuros professores e dos professores com
experiencia, os alunos do 2.° ano acreditam que "boa
pessoa", "tfrnido" e "normal" eram caracteristicas im-
portantes e "como era previsivel, os alunos do 2.° ano ...
acreditam que e menos importante que urn professor
seja «severo»" (p. 80), ao contrario dos futuros professo-res e dos professores com experiencia,Quando os investigadores analisaram os desenhos so-
bre urn "born professor" representados nas Figuras 1.8 e
1.9, descobriram algo muito interessante. A maioria dos
alunos do 2.° ano(60%) e dos futuros professores (72%)
desenharam os professores num tamanho superior, en-
quanto que os professores com experiencia desenharam
imagens em que os professores e os alunos tinham tama-
nhos rna is proporcionais.
Flgu,a 1.9 Sala d e aula d esennad a par urn oluno d o
2 . 0 a no d e u rn p la no eleva do n a q ua l a p ro fesso ra emuito m ais alta d o que os alunos
as investigadores sugeriram que a razao para esta dife-
renca era 0 facto de as alunos do 2 .0 ano e os futuros pro-
fessores atribuirem urna maior importancia as diferencas
de poder entre professores e alunos do que os professores
comrnais experiencia, Aomesmo tempo, os investigadores
descobriram que amaioria dos alunos do 2.0ano (68%)de-
senharam imagens de professores ensinando uma turma
inteira, Emcomparacao, a maioria dos futuros profess ores
(65%) e dos professores mais experientes (64%) desenha-
ram pequenos grupos de alunos. Quando foi pedido que
descrevessem 0 que as profess ores estavam a fazer nas
imagens, os tres grupos deram explicacoes semelhantes.
De acordo com as investigadores, "0 born professor era
parte activa no ensino de conhecimentos (facilitando,
orientando, desafiando e pensando), e tentava comuni-
car com os alunos" (p. 84). Foi encontrada uma area de
divergencia. Ao contrario dos alunos do 2.° ano e dos
professores com experiencia, os futuros professores (40%)
disseram que 0professor intervinha em algumas quest5es
de gestae da sala de aula, 0que nao e surpreendente vistoque, como descreveremos nos Capitulos 4 e 5, os futuros
profess ores tem muitas preocupacoes relacionadas com a
gestae da sala de aula.
Discussao e implica~oes A ideia de que os bons pro-
fessores devem ser afectuosos, educados, pouco abor-
recidos e actives no seu relacionamento com os alunos
nao e surpresa. Ha muito tempo que estas caracterfsti-cas fazem parte da literatura. No entanto, e interessante
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Capitulo 1 A s bases c ient if icas da art e de ens inar 33
·verific.1*',gl.leos sistemas decren~as sabre a ensino de
'q~ap4,~~~fwrecem comecara organizar~se des de tenra·id~def:()'q~esf.1gere que, quando as pessoasentram e~
pri:igr~llde formac;aode ,rrofessores. trazem cons igojdei<l:?/;~c:w:n.111ad~s,futmats deuma decada"{p. 88).
.Co#ip1j.~;~P~ qu,e<l~l?essoasquese piepapuil para. _ ' - . - : . .. - . ", '3 . ~ .,'-.j, "',~-,;.'-;;' - " ._-.' ,- . .' .__, , .• ' .., - . -.,
comecar affiSinartem ideias diferentesdos ·professores.comexperiencia, Umaconclusao.importante 'destees-
tudo para os educadores de professores e paraaqueles
que estao. a aprendeta ehsmaf e que.ascrencasformadas .desde 02/' ano e reforcadas ao longo dos anos podem set
dificeis dealterar,
Este formato e utilizado por se considerar importante nao s6 que 0 leitor se familiarize
com 0 conjunto de conhecirnentos resultantes da investigacao relativo ao ensino e a apren-dizagem, mas tam bern aprenda a ler, a interpretar e a utilizar a investigacao, No Livro de
Recursos, disponibilizado no Interactive Student CD-ROM que acompanha este livre, existe
uma scccao especial chamada Ler e Utilizar a Investigacao. Esta seccao oferece informacoes
adicionais sobre a natureza da investigacao relativa ao ensino, bem como urn exercicio pra-
tico para aprender a interpretar a investigacao: talvez queira le-Ia antes deprosseguir.
Muito se conhece sobre 0 processo de aprender a ensinar que esta para alem do ambito
deste capitulo. Mas, em jeito de sumario, aqueles que hoje aprendem a ensinar devem en-
trar nesse processo valorizando as experiencias que [a tiveram e reconhecendo que ja sabem
bastante sobre 0ensino. Ao mesmo tempo, devem tambem aceitar que ainda tem muito que
aprender. as professores eficazes devem aprender a executar metodos e procedimentos
complexos mas muito eficazes. Devem tambem desafiar as suas proprias ideias e aprender
a pensar como professores experientes. Isto nem sempre e facil, porque os professores prin-cipiantes e os professores com experiencia pensam de maneiras diferentes. 0 dominic dos
comportamentos e dos processos de pensamento acerca do ensino sao dois dos desafios
mais importantes de aprender a ensinar, mas que quando conseguidos podem proporcionar
as melhores recompensas.
Rever, Expandir, Explorar
. ' . . '_. .
..' .' . que~cab6ude completar 0seuprimeiro kocomo .professor e que um dos professores da sua faculdade· lhe pede para dar uma palestra sabre ensino e f icaz numa aula sobreestrategias.de ensino, Seriauma honra para si,
· mas ao mesmo tempo sabe que nao e facil encontrar lima resposta deflnitiva sabre 0que constitui tim ensinoeficaz.
Como~at tern de eomecar a perguntar asipr6prioliQueperspectiva guion-as minhas-accoes enquantoeu estava
a aprender aenSinar1.Ed,urante 0meuprimeiroano como professor? De que forma os meusmetodos de ensino
estavam relacionados com as minhas ideias sobreaprendizagem? Deque forma a investigacao influenciou os meus
met~dosdeensino? Como.e que as minhas experiencias ou as dos.meus professores ou dos meus colegas de traba-
~o 4Uluenciam os meus metodos? De que formaosmeus metodosse alteraram ao longo do Ultimo ano?
----------~~~~~~~~~~~---..--.--.......
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34 Parte 1 E nsina r e a prend er na s sa /a s d e au /a d e ho je • www.mhhe.com/arends7e
Reflicta sobre as respostas a estas quest6es enquanto prepara a sua apresentacao e compare-as com as seguintes
opinioesde profess ores experientes, Aborde esta situacao com urna perspectiva pr6xima a do ano ou disciplina
que se prepara para ensinar. Podera querer transformar a sua apresentacao numa reflexao ou demonstracao sobre
ensino eficaz, para induir no seu portf6lio.
D ia ne C arusoSalton stall School, 4.9 e 5.ganos
Salem, Massachusetts
As expressoes ensino eficaz e bons metodos tern sido
componentes essenciais do meu planeamento e ensino
ao longo de varies anos. A reflexao sobre os meus meto-
dos de ensino, assim como 0 dos rneus colegas, e sobre
os resultados de investigacoes tern sido urn elemento
constante e necessario ao meu crescimento enquanto
professora. Quando estou a orientar novos professores,
realco sempre que, apesar de existirem certas qualidades
e competencias que farao sempre parte de urn ensinoeficaz, a nossa aprendizagem e para sempre se queremosencorajar 0 sucesso e 0bem-estar dos nossos alunos e a
nossa realizacao pessoal, lutando ao mesmo tempo com
as muitas frustracoes com que os profess ores lidam nodia-a-dia.
Quando eu penso na filosofia que orientou 0 meu
ensino ao longo dos iiltimos 25 anos, vejo que esta inclui
certas qualidades e competencies, como a dedicacao, a
sensibilidade, a curiosidade, a instrucao, a logica e mui-
tas outras. Ainda acredito que todas as criancas podem
aprender e ter sucesso, experirnentando urn sentimento
de valorizacao enquanto usufruem do processo que con-
duz a realizacao destes objectivos. Eu acredito que os
bons professores se esforcam sinceramente para comu-
nicar com os alunos, pais, colegas e administradores,
assim como com a rede de profissionais de educacao que
os rodeia. Os bons professores tambem se esforcam paradar aos seus alunos as experiencias educacionais rnais
compensadoras.
Resumindo, eu diria aos membros de uma aula sobre
estrategias de ensino que 0ensino eficaz deve envolver:
1. Manter a crenca de que todas as criancas podemaprender eter sucesso;
2. Manter-se aberto a novas ideias e tecnicas, atravesde oportunidades de desenvolvirnento profissionale uma vida de aprendizagem; e
Sumar i o
3. Comunicar de forma eficaz a todos as niveis. Acima
de tudo, os professores devem estar dispostos aaprender com os seus alunos. Aprender quem eles
sao, 0que se passa com eles (pessoal e culturalmente),
quais sao as suas necessidades, e 0que estimula a Sua
sede por conhecimento.
Theresa CarterfO.lIAno
Se me pedissem para dar a minha opiniao sobre ensino
eficaz aos alunos de uma aula de metodos, eu salien-taria duas coisas muito importantes: 0 conhecimento e
a paixao pela minha disciplina, e a capacidade de me
relacionar com os meus alunos. Acima de tudo, eu tenha
uma perspectiva construtivista sobre a forma como os
alunos aprendem. Isto significa que nao basta apresentar
a informacao aos alunos, fazer com que eles tirem apon-
tamentos e depois os devolvam na forma de urn teste.
Eu quero que o s alunos desenvolvam as seus pr6prios
conhecimentos e significados. Isto requer que eu conheca
a minha disciplina suficientemente bem para compreen-
der as suas nuances e assim poder criar aulas que rela-
cionem novas materias com aquilo que os meus alunos
ja sabem. AMm disso, eu devo saber dar explicacoes querespond am as questoes dos alunos, de forma a que eles
as cornpreendam.
Eu penso que os professores eficazes tambem devem
rnostrar aos alunos que se preocupam com eles enquanto
pessoas. E 0 tipo de afecto que eria elevadas expectati-vas em relacao ao seu trabalho, demonstrando que tern
tempo para dar a cada urn informacoes acerca do seu
desempenho construtivas e aprofundadas, e que pres-
tarn atencao ao que fazem em diversos aspectos das suas
vidas, para alem da sala de aula.
Explique 0significado de "as bases cientificas
da arte de enslnar".
• 0 ensino tern uma base cientffica que pode orientar a sua
pratica: tern tambem 0 seu lado artistico. 0 ensino eficaz
requer 0 dominic destas duas areas.
Descreva como as perspectivas sobre ensino
eficaz se alteraram ao longo dos tempos,
e como 0papel dos professores se modificou em
resultado de forq:as hist6ricas e demograficas.
• 0 papel do professor e complexo e tern vindo a ser moldadopor forces hist6ricas e contemporaneas. As expectativas em
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rela~ao aos professores alteraram-se. Nos seculos XVIII e
XIX,aprincipal prcocupacao era 0caracter moral do profes-
sor, enquanto hoje em dia estamos mais preocupados com
as suas capacidades pedag6gicas.
• Nos dias de hoje, nos EVA, quase urn terce dos alunos
provem de meios exteriores a Europa Ocidental, muitos
estao a aprender Ingles e urn grande numero e pobre. Acombinac;:ao destes tres factores tern alterado 0 papel dos
profess ores, que devern trabalhar em cenarios educacionais
complexos e multiculturais e dar a todas as criancas experi-
encias educacionais adequadas.
• Os professores de hoje devem ajudar os alunos a construir
o seu pr6prio conhecimento e a envolverem-se activamente
na sua aprendizagem.
• Cada vez mais se espera que os profess ores tenham uma
formacao superior e que demonstrem os seus conhecimen-
tos sobre a materia da disciplina e sobre pedagogia.
Identifique e discuta os atributos essenciaisdo professor eficaz para 0seculo XXI.
• Os professores eficazes possuem qualidades pessoais para
desenvolver relacoes genuinas com os seus alunos, compre-
ender a base de conhecimento sobre 0ensino e a aprendi-
zagem, executar urn repert6rio das melhores praticas, ter as
atitudes e competencies necessarias para reflectir e resolver
problemas, e considerar 0 processo de aprender a ensinar
urn processo ao longo da vida.
• As bases cientificas do ensino aprendem-se sobretudo atra-
ves do estudo da investigacao e da sabedoria da pratica
acumulada pelo exercicio da profissao, Determinados prin-
clpios e propostas de ensino, que podem constituir melhores
praticas de ensino, derivam de conhecimentos cientificos.
• No entanto, os principios base ados na investigacao nao se
podem traduzir directamente em formulas e receitas fixas
que funcionem em todas as situacoes, Isto acontece porque
o ensino e situacional, e as caracrerfsticas de determinadosalunos, salas de aula, escolas e comunidades afectam 0 que
funciona e0que nao funciona.
• R ep ert6 rio refere-se ao mimero de estrategias e de processos
que os professores estao preparados para utilizar. Os pro-
Palavras-cnove
Capitulo 1 As base s c ient if icas da ort e de ens inar 35
fessores eficazes desenvolvem urn repert6rio de metodos
e de competencias para desempenharem com sucesso os
diversos aspectos do seu trabalho.
• 0 trabalho de urn professor pode ser conceptualizado em
torno de tres funcoes principais: lideranca, instrucional e
organizacional.
• Os aspectos de lideranca do ensino referem-se ao papel delider que se espera que os profess ores desempenhem nas
suas salas de aula, motivando os alunos, planeando e distri-
buindo recursos escassos,
• Os aspectos instrucionais do ensino referem-se aos metodos
e processos que os profess ores empregam quando prop or-
cionam instrucao diaria aos alunos.
• Os aspectos organizacionais do ensino incluem 0trabalho
de urn professor dentro da comunidade escolar, incIuindo
o trabalho com os colegas, os pais e a direccao da escola.
• Vma pratica eficaz indui a capacidade para abordar situa-
c;:oesocorridas na sala de aula, de forma reflexiva e direccio-
nada para a resolucao de problemas.
Explique de que forma aprender a ensinar
e um processo de desenvolvimento e descreva
os estadles por que os professores passam,
a medida que progridem de principiantes para
professores experientes.
• Aprender a ensinar e urn processo de desenvolvimento quese prolonga para toda a vida. Os professores passam por es-
tadios previsiveis. No infcio, estao preocupados com a sua so-
brevivencia, depois com as situacoes de ensino e, finalmente,
com as necessidades academicas e sociais dos seus alunos.• Pais e profess ores influenciam muitas vezes a decisao de
alguem enveredar pela carreira de ensino e a perspectiva
que 0 professor tern do ensino. No entanto, as recordacoes
dos nossos professores favori tos podem nao ser 05melhores
modelos para desenvolvermos 0nosso estilo de ensino, por-
que estes professores podem nao ter sido tao eficazes como
pareciarn.
• Aprender a ensinar e urn processo complexo e a informacaoconsiderada util para 05 professores experientes pode nao
ter 0mesmo valor para os principiantes.
a melhor pratica 4
aprendizagem academica 7
argumento pratico 21
arte de ensinar 4
aspectos de Iideranca do ensino 24
aspectos instrucionais do ensino 24
aspectos organizacionais do ensino 25
bases cientHicas do ensino 4
bases de conhecimento 19
construtivismo 12
desvio padrao 32
estadios de desenvolvimento dos
profess ores 29
media 32
modele de ensino 25
pedagogia 7
perspectiva construtivista 12
perspectiva objectivista 11
praticas baseadas na investigac;ao 21
professores experientes 29
professores principiantes 29
reflexao 19
relac;oes genu in as 19
repertorio 19
responsavels 14
salas de aula socialmente justas 19
suposicdes demograficas 8
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36 Parte 1 Eminar e aprend er nas sa las de au la de hoje • www.mhhe.comlarends7e
-.···ci;8Estudee.](pI()~ . .'CompleteaSPJactice Activities que acofupanhamoCapitulo
• ~c~vldadepiatica 1.I:Implka~~s dosd~safios do secti
. X X I para QSprofessoresi " .' . .. '. . ." . .... ...... ...
• ActiVidadepratical.2:.As tendencies do seculo XXI eensinoeftcaz: . . .'. - - " ',:':- , ; ,_:': . ." '- ... " ,. _ ...
• AcUvidadepnitical.3:Amilisedoensin(j efitaz;
• . Actividadi:! prMica " 1 0 4 : " Est;idiosde .d~senvolvimento e i.preocupac;5es dosprofessorea; .' .
Ac~a'aoseu S t U d y Guide,' disponivelno6nliri~Leaming·•··C~te{ounose~Intetiic,tj"eStu4entCp-ROMi QIidepodera .
,enconttar'questionariosdepl:atic~.\ <.>.. ." ..• : J . .eiaosartigosda tClwerWeb e a , s hist6riasbaseadas em n o l l - '~cias,*,eJltesdispbnfvElis!loOtilineLeat'tli.(\gCenter,···
. · 8 ~ l » ~ e r v ~.·p~~t '~~e•.····•.•.·.··.·OitaQsclips.~qtieJAInYCalleri(~.oe5.oanos);eRonald·
"",M-o$sde( esWdossociais, g6iUjo )fiUamsobreosignitica.d.o·
.'ges('!t.1unprofessQreficai/nasecqao Teacherson. Teadung. .
• P o rtfo lio e act iv idades de c ampo
Alguns aspectos do ensino podem ser aprendidos atraves do
ensino universitario ou de leituras sobre 0 tema. No entanto,
existem outros que apenas se podem aprender "fazendo" e com
a experiencia. Esta seccao, Iocalizada no final de todos os capf-
tulos, destina-se a ajuda-Io a aprender com as suas experiencias
de campo e a acompanha-lo na preparacao de artefactos para 0
seu portf6lio profissionai relacionados com os temas e pad roes
associados ao Capitulo 1.Nos EVA, muitos programas de prep a-racao de profess ores exigem ou encorajam os candidatos a pro-
fessores a planear actividades para0
portf6lio, para demonstraro curnprimento de determinados padroes do programa e a con-
jugacao entre estes e os padroes desenvolvidos pelo Interstate
New Teacher Assessment and Support Consortium (INTASC).
Como tal, vamos mostrar como determinadas actividades de
portfolio estao ligadas aos principios e padroes do INTASC. Os
materials necessaries para completar as actividades aqui reco-
mendadas estao na area Po rt fo li o a n d F ie ld E x pe ri en ce A c ti vi ti es
no seu Interactive Student CD-ROM.
1. Complete 0exercicio Reflexoes a partir da sala de aula para
este capitulo e utilize-o como urn ensaio acerca da sua pers-
pectiva sobre ensino eficaz (Principle INTASe 9: Valorizar a
pratica reflexiva)
2. Actividade 1.1:Avaliar os meus esforeos para aprender a en-
sinar. Avalie os seus esforcos actuais para aprender a ser urn
professor. Paca urn resumo dos resultados para apresentar
no seu portfolio. (lNTASe Principio 9: Valorizar a pratica
reflexiva)
3. Actividade 1.2: Avaliar as minhas preocupacdes como
professor. Avalie 0 seu actual nivel de preocupacao com
o ensino, (INTASC Principio 9: Valorizar a pratica refle-
xiva)
4. Actividade 1.3: Entrevistar professores acerca das bases
cientificas da arte de ensinar. Informe-se sabre as percep-
c;5esque outros professores tern ern relacao as bases cienti-ficas da arte de ensinar. (INTASC Principio 9: Valorizar a
pratica reflexiva)
5. Actividade 1.4: Observar os tres aspectos do ensino.
Observe 0 que os profess ores fazem ao longo de urn dia
e utilize a apresentacao recomendada para expor as suas
ideias sabre os varies papeis desempenhados pelos pro-
fessores, e acrescente-a ao seu portfolio profissional, (IN-
TASe Principio 4: Compreender as varias estrategias de
ensino)
6. Actividade 1.5: A minha plataforma de ensino. Desen-
volva uma "plataforma de ensino" que descreva a suas
perspectivas actuais sobre 0 ensino e a aprendizagem.
(INTASe Principio 9: Valorizar a pratica reflexiva)
5/16/2018 Arends Cap 1 - slidepdf.com
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L i vr os pa ra p ro jis siona is
Capitulo 1 As bas es c ie ntij ic as da a rte d e e ns in ar 37
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for Supervision and Curriculum Development.
•.. Visite 0Online Learning Center em www.
'.' mhhe.com/arends7e ou 0seu InteractiveStudent CD-ROM onde podera encontraruma versao comentada desta lista.